segunda-feira, 29 de outubro de 2012
A arte de ser avó
Por Raquel de Queiroz
Netos são como heranças: você os ganha sem merecer. Sem ter feito nada para isso, de repente lhe caem do céu. É, como dizem os ingleses,um ato de Deus.
Sem se passarem as penas do amor, sem os compromissos do matrimônio, sem as dores da maternidade. E não se trata de um filho apenas suposto, como o filho adotado: o neto é realmente o sangue do seu sangue, filho de filho, mais filho que o filho mesmo…
Quarenta anos, quarenta e cinco… Você sente, obscuramente, nos seus ossos, que o tempo passou mais depressa do que esperava. Não lhe incomoda envelhecer, é claro. A velhice tem as suas alegrias, as suas compensações – todos dizem isso embora você, pessoalmente, ainda não as tenha descoberto – mas acredita.
Todavia, também obscuramente, também sentida nos seus ossos, às vezes lhe dá aquela nostalgia da mocidade. Não de amores nem de paixões: a doçura da meia-idade não lhe exige essas efervescências. A saudade é de alguma coisa que você tinha e lhe fugiu sutilmente junto com a mocidade.
Bracinhos de criança no seu pescoço. Choro de criança. O tumulto da presença infantil ao seu redor.
Meu Deus, para onde foram as suas crianças?
Naqueles adultos cheios de problemas que hoje são os filhos, que têm sogro e sogra, cônjuge, emprego, apartamento a prestações, você não encontra de modo nenhum as suas crianças perdidas. São homens e mulheres – não são mais aqueles que você recorda.
E então, um belo dia, sem que lhe fosse imposta nenhuma das agonias da gestação ou do parto, o doutor lhe põe nos braços um menino. Completamente grátis – nisso é que está a maravilha.
Sem dores, sem choro, aquela criancinha da sua raça, da qual você morria de saudades, símbolo ou penhor da mocidade perdida. Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho, é um menino seu que lhe é “devolvido”.
E o espantoso é que todos lhe reconhecem o seu direito de o amar com extravagância; ao contrário, causaria escândalo e decepção se você não o acolhesse imediatamente com todo aquele amor recalcado que há anos se acumulava, desdenhado, no seu coração.
Sim, tenho certeza de que a vida nos dá os netos para nos compensardes todas as mutilações trazidas pela velhice. São amores novos, profundos e felizes que vêm ocupar aquele lugar vazio, nostálgico, deixado pelos arroubos juvenis. Aliás, desconfio muito de que netos são melhores que namorados, pois que as violências da mocidade produzem mais lágrimas do que enlevos.
Se o Doutor Fausto fosse avó, trocaria calmamente dez Margaridas por um neto…
No entanto – no entanto! – nem tudo são flores no caminho da avó. Há, acima de tudo, o entrave maior, a grande rival: a mãe. Não importa que ela, em si, seja sua filha. Não deixa por isso de ser a mãe do garoto. Não importa que ela, hipocritamente, ensine o menino a lhe dar beijos e a lhe chamar de “vovozinha”, e lhe conte que de noite, às vezes, ele de repente acorda e pergunta por você.
São lisonjas, nada mais.
No fundo ela é rival mesmo. Rigorosamente, nas suas posições respectivas, a mãe e a avó representam, em relação ao neto, papéis muito semelhantes ao da esposa e da amante dos triângulos conjugais.
A mãe tem todas as vantagens da domesticidade e da presença constante. Dorme com ele, dá-lhe de comer, dá-lhe banho, veste-o. Embala-o de noite. Contra si tem a fadiga da rotina, a obrigação de educar e o ônus de castigar.
Já a avó, não tem direitos legais, mas oferece a sedução do romance e do imprevisto. Mora em outra casa. Traz presentes. Faz coisas não programadas. Leva a passear, “não ralha nunca”. Deixa lambuzar de pirulitos. Não tem a menor pretensão pedagógica. É a confidente das horas de ressentimento, o último recurso nos momentos de opressão, a secreta aliada nas crises de rebeldia.
Uma noite passada em sua casa é uma deliciosa fuga à rotina, tem todos os encantos de uma aventura. Lá não há linha divisória entre o proibido e o permitido, antes uma maravilhosa subversão da disciplina. Dormir sem lavar as mãos, recusar a sopa e comer roquetes, tomar café – café! -, mexer no armário da louça, fazer trem com as cadeiras da sala, destruir revistas, derramar a água do gato, acender e apagar a luz elétrica mil vezes se quiser – e até fingir que está discando o telefone.
Riscar a parede com o lápis dizendo que foi sem querer – e ser acreditado! Fazer má-criação aos gritos e, em vez de apanhar, ir para os braços da avó, e de lá escutar os debates sobre os perigos e os erros da educação moderna…
Sabe-se que, no reino dos céus, o cristão defunto desfruta os mais requintados prazeres da alma. Porém, esses prazeres não estarão muito acima da alegria de sair de mãos dadas com o seu neto, numa manhã de sol. E olhe que aqui embaixo você ainda tem o direito de sentir orgulho, que aos bem-aventurados será defeso.
Meu Deus, o olhar das outras avós, com os seus filhotes magricelas ou obesos, a morrerem de inveja do seu maravilhoso neto! E quando você vai embalar o menino e ele, tonto de sono, abre um olho, lhe reconhece, sorri e diz: “Vó!”, seu coração estala de felicidade, como pão ao forno.
E o misterioso entendimento que há entre avó e neto, na hora em que a mãe o castiga, e ele olha para você, sabendo que se você não ousa intervir abertamente, pelo menos lhe dá sua incondicional cumplicidade…
Até as coisas negativas se viram em alegrias quando se intrometem entre avó e neto: o bibelô de estimação que se quebrou porque o menininho – involuntariamente! – bateu com a bola nele.
Está quebrado e remendado, mas enriquecido com preciosas recordações: os cacos na mãozinha, os olhos arregalados, o beiço pronto para o choro; e depois o sorriso malandro e aliviado porque “ninguém” se zangou, o culpado foi a bola mesma, não foi, Vó?
Era um simples boneco que custou caro. Hoje é relíquia: não tem dinheiro que pague…
Raquel de Queiroz – (1910-2003) – Escritora cearense
* Texto extraído do livro “O brasileiro perplexo”, 1964.)
" ALMA DO POETA " Vinicius.C: O som do coração.
Clique no link abaixo:
" ALMA DO POETA " Vinicius.C: O som do coração.: Sentei-me na escada e assisti a um futebol mal jogado, dos garotos da rua e o melhor tênis furado. Sorrisos suados, traves de pedra, chinel...
" ALMA DO POETA " Vinicius.C: O som do coração.: Sentei-me na escada e assisti a um futebol mal jogado, dos garotos da rua e o melhor tênis furado. Sorrisos suados, traves de pedra, chinel...
Plantar Saudade - Antonio Pereira
Plantar Saudade
(Antonio Pereira)
Quem quiser plantar saudade,
escalde bem a semente
e plante na terra seca
pois se plantar no molhado,
ela nasce e mata a gente.
Fonte: Cultura Nordestina
Dia Nacional do Livro
29 de Outubro - Dia Nacional do Livro
"Um país se faz com homens e livros" - Monteiro Lobato
"O dia 29 de outubro foi escolhido como Dia Nacional do Livro em homenagem à fundação da Biblioteca Nacional, que ocorreu em 29 de outubro de 1810. Só a partir de 1808, quando D. João VI fundou a Imprensa Régia, o movimento editorial começou no Brasil. O primeiro livro publicado aqui foi "Marília de Dirceu", de Tomás Antônio Gonzaga, mas nessa época, a imprensa sofria a censura do Imperador. Só na década de 1930 houve um crescimento editorial, após a fundação da Companhia Editora Nacional pelo escritor Monteiro Lobato, em outubro de 1925.
A Origem do Livro
Os textos impressos mais antigos foram orações budistas feitas no Japão por volta do ano 770. Mas desde o século II, a China já sabia fabricar papel, tinta e imprimir usando mármore entalhado. Foi então, na China, que apareceu o primeiro livro, no ano de 868.
Na Idade Média, livros feitos à mão eram produzidos por monges que usavam tinta e bico de pena para copiar os textos religiosos em latim. Um pequeno livro levava meses para ficar pronto, e os monges trabalhavam em um local chamado "Scriptorium".
Quem foi Gutenberg?
O ourives culto e curioso Johannes Gutenberg (1398-1468) nasceu em Mainz, na Alemanha e, é considerado o criador da imprensa em série.
Ele criou a prensa tipográfica, onde colocava letras que eram cunhadas em madeira e presas em fôrmas para compor uma página. Essa tecnologia sobreviveu até o século XIX com poucas mudanças.
Por volta de 1456, foi publicado o primeiro livro impresso em série: a Bíblia de 42 linhas. Conhecida como "Bíblia de Gutenberg", a obra tinha 642 páginas e 200 exemplares, dos quais existem apenas 48 espalhados pelo mundo hoje em dia. A invenção de Gutenberg marcou a passagem do Mundo Medieval para a Idade Moderna: a Era de divulgação do conhecimento.
A Importância do Livro
O livro é um meio de comunicação importante no processo de transformação do indivíduo. Ao ler um livro, evoluímos e desenvolvemos a nossa capacidade crítica e criativa. É importante para as crianças ter o hábito da leitura porque com ela, se aprimora a linguagem e a comunicação com o mundo. O livro atrai a criança pela curiosidade, pelo formato, pelo manuseio e pela emoção das histórias. Comparado a outros meios de comunicação, com o livro é possível escolher entre uma história do passado, do presente ou da fantasia. Além disso, podemos ler o que quisermos, quando, onde e no ritmo que escolhermos."
Os textos impressos mais antigos foram orações budistas feitas no Japão por volta do ano 770. Mas desde o século II, a China já sabia fabricar papel, tinta e imprimir usando mármore entalhado. Foi então, na China, que apareceu o primeiro livro, no ano de 868.
Na Idade Média, livros feitos à mão eram produzidos por monges que usavam tinta e bico de pena para copiar os textos religiosos em latim. Um pequeno livro levava meses para ficar pronto, e os monges trabalhavam em um local chamado "Scriptorium".
Quem foi Gutenberg?
O ourives culto e curioso Johannes Gutenberg (1398-1468) nasceu em Mainz, na Alemanha e, é considerado o criador da imprensa em série.
Ele criou a prensa tipográfica, onde colocava letras que eram cunhadas em madeira e presas em fôrmas para compor uma página. Essa tecnologia sobreviveu até o século XIX com poucas mudanças.
Por volta de 1456, foi publicado o primeiro livro impresso em série: a Bíblia de 42 linhas. Conhecida como "Bíblia de Gutenberg", a obra tinha 642 páginas e 200 exemplares, dos quais existem apenas 48 espalhados pelo mundo hoje em dia. A invenção de Gutenberg marcou a passagem do Mundo Medieval para a Idade Moderna: a Era de divulgação do conhecimento.
A Importância do Livro
O livro é um meio de comunicação importante no processo de transformação do indivíduo. Ao ler um livro, evoluímos e desenvolvemos a nossa capacidade crítica e criativa. É importante para as crianças ter o hábito da leitura porque com ela, se aprimora a linguagem e a comunicação com o mundo. O livro atrai a criança pela curiosidade, pelo formato, pelo manuseio e pela emoção das histórias. Comparado a outros meios de comunicação, com o livro é possível escolher entre uma história do passado, do presente ou da fantasia. Além disso, podemos ler o que quisermos, quando, onde e no ritmo que escolhermos."
De: Paz Luz Serenidade Transparência
Paciênciadomingo, 28 de outubro de 2012
SENTIMENTAL DEMAIS
FÉRIAS NOSTÁLGICAS
Vivo a alegria e a nostalgia ao voltar aos meus dezoito anos. Esse passado telúrico dá prazer ao reconstruir no presente as coisas boas para a atual juventude. Eu sou um verdadeiro ator coadjuvante, o principal personagem é o tempo. Escrevo porque o pretérito é o meu presente e o meu futuro, por isso gosto de escrever, além de boas leituras. Às vezes quando
FÉRIAS NOSTÁLGICAS
Vivo a alegria e a nostalgia ao voltar aos meus dezoito anos. Esse passado telúrico dá prazer ao reconstruir no presente as coisas boas para a atual juventude. Eu sou um verdadeiro ator coadjuvante, o principal personagem é o tempo. Escrevo porque o pretérito é o meu presente e o meu futuro, por isso gosto de escrever, além de boas leituras. Às vezes quando
visito o meu torrão, tento lembrar e reconstituir os fatos que vivi e presenciei.
Hoje falo sobre as férias do tempo de estudante. A turma estudava em Natal, o científico ou o segundo grau, e chegava de trem para as férias de dezembro e janeiro. Nessa bela viagem a galera jogava conversa fiada tomando cachaça dentro de coco verde para enganar o cobrador que marcava o bilhete através de catraca.
A lua cheia nas noites de seresta, enquanto rapaz, ouvi muitas boemias tocadas e cantadas pelos amigos da turma dos Magnatas. No comando, Iranilton de João Elói, que tocava pela madrugada na minha casa por dois motivos: as minhas irmãs e bebida com tira-gosto que papai colocava pela janela do quarto. As músicas eram variadas, de Nelson Gonçalves a Roberto Carlos.
O bar de Chiquinho Vaquejada e o boteco de 'Mané Quelé' eram os pontos principais dessa época, final da década de 70. Outro ponto nostálgico era o 'Boinho de João Coveiro', em frente ao quartel. Muitos jovens faziam a preliminar nesse local para as grandes festas do Club. Outro local importante dessa época foi o bar de Luís Cruz em frente à praça.
No Country Club, os velhos carnavais e as grandes festas contemplavam as paixões, a carne, a bebida e a alegria na fantasia das férias e da felicidade. Os jovens estudantes passavam o mês de janeiro ensaiando a batucada e organizando a alegoria para o desfile do domingo de carnaval em frente ao Club. a rivalidade que existia entre os blocos fazia parte do contexto momesco.
Boas lembranças, aos domingos, era o banho de açude com os amigos. Isso também acabou-se. À tarde, a boa pedida era o clássico entre Flamengo e Vasco, com grande rivalidade. Terminou o carnaval, de volta para Natal.
O que muito me magoa é a falta de mentalidade de muitos conterrâneos para uma boa produção cultural para resgatar os antigos costumes e as velhas tradições do nosso povo. Mas isso, através das minhas crônicas e poesias, estou fazendo e tentando tirar esse buraco negro da melancolia cultural que se encontra esse espaço elíptico, como se fosse um oito, sem saída. Por outro lado, eu e o professor Bosco estamos resgatando a história das grandes figuras que fizeram algo pelo nosso torrão.
Os jovens não podem saber da nossa história e da nossa cultura se não existe o mínimo interesse das partes 'desinteressadas'. E se não fosse o meu blog e o meu facebook? Nostalgia pura.
"O passado não reconhece o seu lugar, está sempre presente": Mário Quintana, poeta e jornalista.
Marcos Calaça, jornalista (UFRN)
Hoje falo sobre as férias do tempo de estudante. A turma estudava em Natal, o científico ou o segundo grau, e chegava de trem para as férias de dezembro e janeiro. Nessa bela viagem a galera jogava conversa fiada tomando cachaça dentro de coco verde para enganar o cobrador que marcava o bilhete através de catraca.
A lua cheia nas noites de seresta, enquanto rapaz, ouvi muitas boemias tocadas e cantadas pelos amigos da turma dos Magnatas. No comando, Iranilton de João Elói, que tocava pela madrugada na minha casa por dois motivos: as minhas irmãs e bebida com tira-gosto que papai colocava pela janela do quarto. As músicas eram variadas, de Nelson Gonçalves a Roberto Carlos.
O bar de Chiquinho Vaquejada e o boteco de 'Mané Quelé' eram os pontos principais dessa época, final da década de 70. Outro ponto nostálgico era o 'Boinho de João Coveiro', em frente ao quartel. Muitos jovens faziam a preliminar nesse local para as grandes festas do Club. Outro local importante dessa época foi o bar de Luís Cruz em frente à praça.
No Country Club, os velhos carnavais e as grandes festas contemplavam as paixões, a carne, a bebida e a alegria na fantasia das férias e da felicidade. Os jovens estudantes passavam o mês de janeiro ensaiando a batucada e organizando a alegoria para o desfile do domingo de carnaval em frente ao Club. a rivalidade que existia entre os blocos fazia parte do contexto momesco.
Boas lembranças, aos domingos, era o banho de açude com os amigos. Isso também acabou-se. À tarde, a boa pedida era o clássico entre Flamengo e Vasco, com grande rivalidade. Terminou o carnaval, de volta para Natal.
O que muito me magoa é a falta de mentalidade de muitos conterrâneos para uma boa produção cultural para resgatar os antigos costumes e as velhas tradições do nosso povo. Mas isso, através das minhas crônicas e poesias, estou fazendo e tentando tirar esse buraco negro da melancolia cultural que se encontra esse espaço elíptico, como se fosse um oito, sem saída. Por outro lado, eu e o professor Bosco estamos resgatando a história das grandes figuras que fizeram algo pelo nosso torrão.
Os jovens não podem saber da nossa história e da nossa cultura se não existe o mínimo interesse das partes 'desinteressadas'. E se não fosse o meu blog e o meu facebook? Nostalgia pura.
"O passado não reconhece o seu lugar, está sempre presente": Mário Quintana, poeta e jornalista.
Marcos Calaça, jornalista (UFRN)
"Ai como eu gostaria de saber
escrever sobre o amor.
Como borboleta que arranha o violino.
Na fragilidade dos compassos perdura
característica dos seres finitos e imperfeitos
onde a paixão é arte pura.
Respinga aroma de alquimia
numa estrofe de amor que se molda.
Na alma risonha que te espera
em ode, balada, ou soneto
doce e atordoante
sulcando as esferas do prazer.
O amor
é o sentimento mais difícil de se descrever!"
característica dos seres finitos e imperfeitos
onde a paixão é arte pura.
Respinga aroma de alquimia
numa estrofe de amor que se molda.
Na alma risonha que te espera
em ode, balada, ou soneto
doce e atordoante
sulcando as esferas do prazer.
O amor
é o sentimento mais difícil de se descrever!"
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