sexta-feira, 12 de julho de 2013

IMAGENS DO PATAXÓ

CONSTRUÇÃO DO AÇUDE E DA IGREJA

Recebi email da professora Francisca Neide enviando algumas imagens da comunidade de Pataxó - Ipanguaçu/RN, dos anos cinquenta - quando da construção do Açude Público e Igreja. Lamentamos não dispor de legendas. Se algum leitor tiver condições de identificar as pessoas, envie através de comentários que teremos o maior prazer em divulgar. Valeu Neide! Vejamos: 












O VALE DO ASSU EM NATAL

Por Franklin Jorge

A Pinacoteca do Estado foi o palco, na última sexta-feira, de um dos maiores acontecimentos de sua história. A noite de autógrafos do livro O mundo varzeano de Manuel Rodrigues de Melo, escritor que continua excepcionalmente vivo em sua obra; uma obra que enaltece sobremaneira a nossa cultura e, em especial, o Vale do Assu, do qual se fez o seu melhor intérprete. Está para nós como Gilberto Freyre para Pernambuco, não temo dizê-lo, sem temer cair em exagero.

Velhas e tradicionais famílias da região se fizeram presentes num encontro que, tendo começado às 18h se estendeu para além das 22, para prestigiar a memória de um grande escritor resgatado por essa obra urdida com sensibilidade pela professora Maria da Salete Queiroz da Cunha (texto) e João Vital Evangelista Souto (fotografia), autores desse resgate que já demorava e a que pôs fim o trabalho realizado pela Fundação Felix Rodrigues, de Pendências e seu Casarão de Ofícios, um ponto de cultura que realiza o que não se vê em outras cidades da região mais notáveis por sua riqueza e prestigio político.

Tive, assim, a oportunidade de rever parte de minha infância, pois, embora nascido no Ceará-Mirim, fui criado no Estevão desde os meus dois primeiros meses de vida até a adolescência que intentei capturar no texto que abre a coluna deste domingo. Revi representantes da família Fonseca, da qual passei a fazer parte pelo casamento de minha avó com Antonio Gentil. Um dos quatro irmãos que tanto contribuíram em sua época para o engrandecimento de uma história que ainda não foi contada.

Sensibilizou-me, sobremaneira, a referência generosa feita pelo ex-reitor da UFRN, professor Geraldo Queiroz, ao meu esforço em favor da Pinacoteca que surgiu de um sonho, há 30 anos. A propósito, a ausência da secretaria de cultura, profa. Isaura Amélia Rosado, foi muito sentida por todos, nesse e em outros eventos recentes dessa instituição que é o único museu de arte do RN, que idealizei e que, nesse momento, voltei a dirigir, pensando com isso encerrar minha contribuição à cultura da cidade.

Fonte: Mural/face da Pinocoteca Potiguar

quinta-feira, 11 de julho de 2013

FERNANDO - A VERDADE: Telexfree tem a primeira vitória na justiça

FERNANDO - A VERDADE: Telexfree tem a primeira vitória na justiça: http://blogdoprimo.com.br A decisão liminar do desembargador Francisco Djalma, do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), suspendeu as inv...

CAUSO

Dose santa
           
OZORINHO morava ao lado da Matriz e gostava de tomar umas lapadas de cana. Porém, seu pai sempre deixava dito nos bares para não despachar cachaça para Ozório por que ele dava muito trabalho quando estava bêbado. Numa tardinha, Ozorinho chegou à porta do Bar de Nego Joãono horário em que estava acontecendo à missa na Matriz e pediu:

- João, negro véio, coloque aí uma “lapadinha” de cana que depois eu venho lhe pagar.

João atendendo a recomendação do pai descartou:

- Ozorinho vá rezar, vá assistir à missa. Deus está com raiva porque você só vive bebendo.

Ozorinho sem perda de tempo apelou para o Supremo:

- Homem, já que você é tão católico, bote uma dose pelo amor de Deus! 

Fonte: Livro Dez Contos & Cem Causos - Ivan Pinheiro
Foto: Ilustrativa

GENEALÓGIA


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, sócio do IHGRN e do INRG
As lendas povoam as histórias das nossas famílias, mas sofrem, ao longo do tempo, deslocamentos verticais, horizontais e transversais, nas transmissões orais. Fábio Queiroz informa que na família da sua sogra, Maria do Rosário Fagundes, nascida no Rosário, é corrente a informação que Lopo Gil Fagundes chegou ao Assú, em um navio, escondido em uma barrica de bacalhau. O primeiro registro que obtive de Lopo Gil data de 1827. Ele foi testemunha de um casamento nas Oficinas (povoação do Assú, onde se preparavam carnes e peixes para exportação), e nessa data já era casado. Era nessa localidade que devia morar, pois, foi de lá que eu encontrei a maioria dos registros sobre ele. Em um registro de uma filha, descubro o nome da esposa.
Officinas

Em 13 de dezembro de 1831, nascia Maria, filha de Lopo Gil Fagundes, natural da Europa, e de Maria do O’ Pereira da Costa Fagundes, do Assú, que foi batizada nas Oficinas, em 4 de abril do ano seguinte, tendo como padrinhos João Martins Ferreira (meu tetravô), casado, e Josefa Maria da Conceição, viúva. Em 1833 e 1836 nasciam mais duas filhas do casal, batizadas, também, com o nome de Maria. 

Pelos diversos registros que encontrei sobre o casal, Lopo Gil e Maria do O’, que dá origem aos Pereira Fagundes, e pelas informações contidas no livro de Antonio Soares de Macedo, sobre a família Casa Grande, deduzo que Maria do O’, esposa de Lopo, era uma das filhas de capitão-mor Pedro Pereira da Costa e de D. Josefa Maria da Conceição, neta por parte paterna de Pedro Pereira da Costa e Rosa Thereza de Sousa, naturais da Freguesia de Santo Antonio do Fayal, patriarcado de Lisboa; e, por parte materna de Jerônimo Cabral de Macedo e D. Maria do O’ de Faria. Portanto, Lopo Gil Fagundes era cunhado do comandante Jerônimo Cabral Pereira de Macedo. As diversas famílias do Assú eram, comumente, associadas às fazendas que possuíam. Maria do O’ mais seus irmãos constituíam a família do Morro, sendo seu membro mais destacado Jerônimo Cabral Pereira de Macedo, morador em Macau.

Os batismos, em geral, traziam somente o primeiro nome do batizado, que algumas vezes se repetiam, em uma mesma família. Em 10 de novembro de 1834, nascia Jerônimo, filho de Lopo e Maria do O’, batizado, nesse mesmo ano, “no pé do Morro”, em Santana do Matos, tendo como padrinhos José Correa de Araújo Furtado e D. Maria do O’ de Araújo Braga; em 1839, nascia outro filho, batizado, com o mesmo nome Jerônimo, na capela de São José das Oficinas e tendo como padrinhos o comandante superior Jerônimo Cabral Pereira de Macedo e D. Josefa Maria da Conceição (avó).

Um registro de casamento, que cita os pais dos nubentes, diz que em 20 de maio de 1852, na povoação das Oficinas, Josefa Maria Pereira Fagundes, filha de Lopo Gil Fagundes e Maria do O’ da Costa Fagundes, casou com José Manoel Fernandes, filho de José Fernandes Novo e de Francisca Sipriana de Arruda, ambos falecidos, tendo sido testemunhas José Barbosa Pimentel e Pedro Pereira Fagundes, ambos casados.

Encontramos diversos nomes que parecem ser de descendentes de Lopo Gil, mas as descontinuidades dos registros, bem como a pobreza das informações neles contidas, impossibilitam a comprovação. Vejamos alguns exemplos: Vicente Gil Fagundes, casado com Maria Francisca Xavier das Chagas, batizou em 13 de dezembro de 1840, Manoel, tendo como padrinhos José Francisco Viera e Maria Joaquina da Conceição; em 27 de fevereiro de 1863, nascia Leandro, filho de José Pedro Pereira Fagundes e Maria do O’ do Espírito Santo, batizado no Rosário, em 5 do mês de junho do mesmo ano, tendo como padrinhos Lopo Gil Fagundes e Anna Fragosa de Medeiros (esta última concubina de Jerônimo Cabral Pereira de Macedo); em 28 de setembro de 1860, nascia Manoel, filho de Manoel José Pereira Fagundes e Maria Francisca Pimentel Fagundes, batizado aos 8 de janeiro de 1861, tendo como padrinhos Lopo Gil Fagundes e Maria Rita Bezerra Pimentel; Uma das Marias, filha de Lopo e Maria do O’, pode ser Maria dos Anjos Pereira Fagundes casada com José Barbosa Pimentel Junior. Este último pode ser José, nascido em 1832, filho de José Barbosa Pimentel e Maria Rita Bezerra (filha de Balthazar Barbalho Bezerra).

Em vários registros encontramos Lopo Gil já viúvo. Não encontrei um segundo casamento, entretanto encontro o seguinte registro: em 27 de novembro de 1865, nascia Maria, filha natural de Luiza Maria do Espírito Santo e de Lopo Gil Fagundes, batizada na capela do Rosário, em 22 de janeiro de 1866, tendo como padrinhos Nossa Senhora e Pedro José Pereira Fagundes.

Em 1855 há um batismo onde os padrinhos são Jerônimo Cabral Pereira Fagundes e Maria da Glória Pereira Fagundes, ambos nessa época solteiros. Ele deve ser um dos Jerônimos e ela uma das Marias, citadas no início.

Segundo Fábio Queiroz, sua sogra, Maria do Rosário Fagundes, era filha de Francisca Lopo Fagundes e Roque Pereira Fagundes, primos. Os pais de Francisca eram Manoel Fagundes e Ana Varela Barca, naturais do Assú.

Os descendentes de Lopo Gil, com as informações trocadas entre si, poderiam reconstituir uma árvore mais precisa da família.
Fonte: Hipotenusa.

HISTÓRIA

JANDUÍS E OS HOLANDESES
Quando já havia sido iniciada a conquista da capitania de Pernambuco, o índio Marcial (ou Marciano, segundo alguns autores) da nação Tapuia (Janduí), compareceu a mando do rei Janduí, no dia 02 de outubro de 1631, perante o Conselho de Guerra Holandês, em Recife - Pernambuco, propondo aos invasores uma incursão ao território Norte-Rio-Grandense em nome dos chefes indígenas, Nhandui e Oquenou (Oquenaçu?). Vieram à costa da Capitania um iate e uma chulapa (embarcação pequena de um mastro só/ pequeno barco de remos e vela) conduzindo, além do próprio Marcial, os Capitães Albert Smient e Joost Closter, juntamente com alguns indígenas que tinham regressado de pouco da Holanda (Ararova, Tacon, Mataune). Também fez parte do pessoal um português, de origem israelita, chamado Samuel Cochim.

As embarcações fundearam ao norte da fortaleza dos Santos Reis, no lugar Ubranduba, onde havia uma enseada. Guiados pelo clarão de uma fogueira, os agentes holandeses encontraram o português João Pereira, que havia aprisionado o índio André Tacon. Mataram o português, apoderando-se de alguns papeis por ele conduzidos.

Daí seguiu-se episódios, que culminaram com a tomada da fortaleza dos Santos Reis, pelos holandeses, aos 12 de dezembro de 1633. 

Com o domínio holandês na antiga capitania do Rio Grande, o rei Janduí, cujo acampamento principal era no local onde atualmente existe a cidade de Assu/RN, tornou-se amigo íntimo dos invasores. (Índios do Açu e Seridó - Medeiros Filho, 1984: 17).

terça-feira, 9 de julho de 2013

Por Sérgio Simonette

Na volta, ainda deu tempo de fazer serenata na casa de Tânia, um Lá Maior para os três amigos:

♪ ♪ ♫ ♪ ♫ ♪
Moça
Me espere amanhã
Levo o meu coração
Pronto pra te entregar
♪ ♪ ♫ ♪ ♫ ♪

Exaustos, resolveram sentar no banco da praça em frente ao busto de Getúlio Vargas e esperar Zé Carlota.

- Eu me sinto feliz com Clarinha... quero viver ao seu lado para sempre...
- Você fez a escolha certa, Adolfinho!

- Eu me meti numa encrenca com Barranqueira e Espedita...
- Você pensa que pode viver sem fazer escolhas, Aristóteles!

- E você, Augusto Preto?
- Eu... eu fiz a escolha errada... Si Maior, Adolfinho!

♪ ♪ ♫ ♪ ♫ ♪
E eu fui andando pela rua escura
Pra poder chorar
♪ ♪ ♫ ♪ ♫ ♪

HISTÓRIA

CURIOSIDADES SOBRE ARCELINO COSTA LEITÃO 
EX-PREFEITO DO ASSU
 
1957 / BASTIDORES DA POLÍTICA - O cidadão Arcelino Costa Leitão que chegou ao Assu gerenciando a 'Lojas Paulistas', nos idos anos quarenta, depois, foi ser gerente da firma “Algodoeira João Câmara & Irmãos”, foi convidado pelo ex-prefeito Edgard Borges Montenegro para compor a sua chapa como vice-prefeito pelo partido da União Democrática Nacional – UDN.
         Certo dia, se aproximando o pleito, Edgard convida “Costa” para irem à Natal comunicar ao ex-chefe político Pedro Amorim, a quem gostava de consultar antes de decidir-se politicamente, a indicação de Costacomo seu companheiro de chapa. Na capital, Costa sabendo que Dr. Pedro Amorim não lhe tinha simpatia, precavido, ficou aguardando Edgard e consequentemente um resultado que lhe fosse satisfatório, na calçada da casa do então ex-político, mas ainda com muita influência que, foi decidido e taxativo:
         - “Edgar, você sim! Costa, não!”
         Recusou em solidariedade a um amigo e correligionário que tinha perdido sua mulher que fugiu com Costa para viverem um caso de amor.
         Costa escutou as palavras desagradáveis de 'Doutor Amorim', voltou para o Assu, aliou-se à liderança de Olavo Montenegro, candidatou-se a prefeito pelo Partido Social Democrático – PSD, ganhando a eleição para o líder carismático, novo na vida pública, bom de microfone, engenheiro agrônomo, Comandante Edgard Montenegro, sucedendo Francisco Amorim. (Fernando Caldas, 1998, 24/25).   

1957 – novembro – A Câmara Municipal do Assu, rejeitou a concessão do título de cidadão assuense proposto pelo vereador Celso da Silveira para Pedro Viana Neto, João Germano Sobrinho e Arcelino Costa Leitão. Viana era o Juiz de Direito da Comarca; João Germano, Tabelião do 1º Cartório e Costa Leitão, o gerente da poderosa algodoeira João Câmara Indústria e Comércio. Motivo da rejeição: política e preconceito. (Celso da Silveira, 1995: 123).
       
1959/63 – Assume como o oitavo Prefeito do Município do Assu o Sr. Arcelino Costa Leitão. O Sr. Pedro Borges de Andrade era o Vice-Prefeito e, como tal, Presidente da Câmara Municipal. A Câmara Municipal foi composta por 14 Vereadores: Maria Olímpia Neves de Oliveira, Walter de Sá Leitão, José Bezerra de Sá, Sebastião Pinheiro de Oliveira, Manoel Batista de Souza Filho, Ernesto Carlos de Souza e Vicente Severo de Moura, pelo Partido Democrático – Waldemar Campielo Maresco, Agnaldo Gurgel de Freitas, João Marcolino de Vasconcelos, João Batista da Costa, Astério Barbosa Tinôco e Alfredo Soares de Macêdo Neto, pela União Democrática Nacional e Antonio Benevides Filho, pelo Partido Trabalhista Nacional. (Celso da Silveira, 1995: 123/4).

Dinarte Mariz


Dinarte de Medeiros Mariz [n. Serra Negra-RN, 1903, m. Brasília-DF, 1984]. Hoje é o aniversário da sua morte – 29 anos. Foi um político potiguar. Deputado estadual, governador, senador pelo Rio Grande do Norte.

Quando Agenor Maria senador pela terra potiguar disse que “o senado é melhor que o céu”, Dinarte proferiu as seguintes palavras: “Mas, para chegar ao céu teria que morrer!"

Fernando Caldas





De: Djalma Marinho

O melhor da democracia não é a eleição dos melhores, mas a derrota dos demagogos, mentirosos e subservientes.


Djalma Marinho, ex-deputado federal pelo RN



 
Se chovesse felicidade, eu lhe desejaria uma tempestade...

Yara Cerqueira Lima


"Saudade,é silêncio da alma,e nem sempre é colorido de alegria."

Rafaela Bueno
Liduxa ____✿

Citação

“VIVER não é esperar a tempestade passar... é aprender como passear na chuva..." 

(Desconhecido)
Permita-se


segunda-feira, 8 de julho de 2013

A lei e os reajustes abusivos por faixa etária

http://www.meuadvogado.com.br

Os reajustes das mensalidades de plano e seguro-saúde após os 60 (sessenta) anos revela-se abusiva e ilegal, de acordo com o Estatuto do Idoso. Abusos anteriores aos 60 anos também devem ser analisados para verificar se há ou não abusividade.

A criação da Lei nº. 9.656/98 que regulamenta os planos e seguro-saúde foi de suma importância, uma vez que estabelece regras específicas aos contratos firmados entre os consumidores e operadoras de assistência à saúde.
Assim, a partir de 1º janeiro de 1.999, data do início da vigência da lei, passou-se a observar a data de assinatura dos contratos, sendo certo que os pactos assinados após a vigência da Lei estão submetidos a fiscalização da Agência Nacional de Saúde Suplementar. E os consolidados anteriormente são sujeitos às cláusulas convencionadas entre as partes.
Todavia, como a relação existente entre as operadoras de saúde e consumidores revela-se de consumo, tem se admitido a aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº. 8.078/90), como forma de beneficiar os contratantes, hipossuficientes, das abusividades cometidas pelas empresas de saúde.
Considerando que o Código de Defesa do Consumidor tem aplicação imediata por ser norma de ordem pública, tem se adotado seus dispositivos de maneira a beneficiários consumidores e reprimir as práticas das operadoras de saúde.
Vale dizer que mesmo com a aplicação da Lei nº. 8.078/90 e a Lei de Planos de Saúde, as operadoras e saúde se utilizavam de meios, cláusulas e práticas de modo a colocarem os consumidores em notável desvantagem.
Desse modo, observa-se que grande parte dos prejudicados pela empresas de saúde são os idosos, principalmente, no que diz respeito ao aumento da mensalidade por faixa etária.
Em 2003 foi criada a Lei nº. 10.741 (Estatuto do Idoso) que entrou em vigência em janeiro de 2004, visando coibir condutas abusivas adotadas contra os idosos, ou seja, buscando a proteção dos direitos das pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
O artigo 15 do Estatuto do Idoso dispõe o seguinte:
“Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.
...
§3º. É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade”.
O dispositivo supramencionado veda a cobrança diferenciada de valores em razão da idade do segurado/associado.
Vale ressaltar que surgem conflitos originários da aplicação da Lei nº. 9.656/98 e 10.741/03, de modo que parte da doutrina entende que tais normas somente devem ser aplicadas após sua vigência. Todavia, se não é o entendimento majoritário, pois o caso concreto é que deve ser levado em consideração, ou seja, quando o contratante alcança a idade de 60 (sessenta) anos.
A cláusula de reajuste é condicionada a evento futuro e incerto, pois depende do consumidor atingir 60 (sessenta) anos para que tenha aplicabilidade. Pois, no ato da contratação não há como se prever se o consumidor alcançará a idade estipulada, motivo pelo qual a lei deve ter efeito imediato. Portanto, não há o que se falar em efeito retroativo da lei.
 Recentemente, o Superior Tribunal de Justiça decidiu no REsp 809.329-RJ (Acórdão ADV 125334), de relatoria da Ministra Nancy Andrighi, pela aplicabilidade imediata da Lei nº. 10.741, como forma de assegurar o direito da contratante.
Naqueles autos a aposentada ao completar 60 (sessenta) anos de idade teve um reajuste na mensalidade de seu plano de saúde de 185% (cento e oitenta e cinco por cento).
A Suprema Corte julgou procedente o pedido formulado pela aposentada condenando a operadora de saúde a cancelar o aumento abusivo e a devolver em dobro os valores pagos em excesso pela consumidora.
Importante destacar alguns julgados no mesmo sentido:
“PLANO DE SAÚDE – REAJUSTES DA MENSALIDADES. Consumidor com mais de sessenta anos. Contrato firmado antes da vigência do Estatuto do Idoso. Contrato de trato sucessivo, aplicação do § 3º do artigo 15 do Estatuto do Idoso, para impedir os reajustes por faixa etária”.[1]
PLANO DE SAÚDE – REAJUSTE DAS CONTRAPRESTAÇÕESEMRAZÃODAMUDANÇA DE FAIXA ETÁRIA – INEXISTÊNCIA DE IRRETROATIVIDADE DA LEI AO ATO JURÍDICO PERFEITO. É nula, de pleno direito, por abusiva e por não redigida de forma clara e destacada, a cláusula que, em contrato de Plano de Saúde, estabelece o reajuste das contraprestações pecuniárias em função da idade do segurado, levando contribuição para excessivamente oneroso. Violação ao Código de Defesa do Consumidor e ao Estatuto do Idoso (Lei nº. 10.741/03). Aplicação imediata do artigo 15, § 3º, da Lei 10.741/03. Situação que não caracteriza violação à regra da irretroatividade das leis e ao ato jurídico perfeito. Precedente da 3ª Turma Recursal Cível”.[2]
Não restam dúvidas da aplicabilidade do Estatuto do Idoso de modo a beneficiar o contratante hipossuficiente, pois as operadoras de saúde impõem cláusulas abusivas lesando o consumidor que necessita buscar o Poder Judiciário para garantir o seu direito.
O reajuste por faixa etária a partir dos 60 (sessenta) anos revela-se ilegal e abusivo, conforme entendimento de nossos tribunais.

Por Juliana Maria Costa Lima Araújo


[1]TJSP – Rec. Inom. 29411 – 3ª Turma – Rel. João Batista Silvério da Silva – Julg. em 12.12.2007
[2] TJRS – Recurso Cível 71001516244 – 1ª Turma Recursal Cível – Rel. Ricardo Torres Hermann – julg. em 27.3.2008 
Fonte: Do mural/facebook Mruadvogado


RUA DO ASSU

RUA MOYSÉS SOARES


Da série “Ruas do Assu” apresentamos um pouco da Rua Moysés Soares - outrora denominada de Rua das Hortas. Esta Rua tem como principal edificação o sobrado pertencente ao patrimônio de São João Batista onde, nas últimas décadas funcionou: o Grupo de Escoteiros Olavo Bilac, Seminário Vocacional do Assu, Pastoral da Criança e Sobrado das Artes. Atualmente sedia a Secretaria Administrativa da Paróquia de São João Batista.
Sobrado da Paróquia de São João

Pessoas de famílias tradicionais residem nesta rua que foi uma das primeiras da cidade. Borges, Sá Leitão, Simonetti, Caldas, Tavares, Soares, Macedo, Oliveira, entre outras, são algumas das genealogias ali encontradas. Esta, interligada com a Rua Aureliano Lôpo, é a única via de acesso do Centro a comunidade de Entre-Rios e Rio Açu - para quem se destina a Ipanguaçu pela velha estiva.
Uma das últimas enchentes que atingiu
a Rua Moysés Soares  

Mas, quem foi Moysés Soares para ser homenageado como patrono desta artéria da cidade? Moysés Soares de Araújo – nasceu no dia 02 de maio de 1885. Seus pais: Pedro Soares de Araújo e dona Ana Senhorinha de Araújo, os quais, indo residir em natal, ali Moysés recebeu as primeiras letras, por algum tempo, pois aos 12 anos, já era auxiliar da casa comercial de dona Maria Leocádia de Araújo Medeiros, estabelecida em Assu. No ano de 1901, juntamente com Palmério filho, publicado o “Almanach Literário e Histórico do Município do Assu”. Cursou o segundo grau no Atheneu Norte-Riograndense, fazendo em seguida, o seu ingresso na faculdade Livre de Direito do Ceará até o terceiro ano, concluindo na faculdade de direito da Capital Federal, à época, Rio de Janeiro, no dia 24 de dezembro de 1904. 

Fez sua aprendizagem no campo jornalístico, escrevendo em sua terra berço, Assu, nos jornais da época, sob o pseudônimo de “Rosa Beatriz”. Em Natal, ocupou os cargos de Amanuense, Secretário da Junta Comercial, lente Catedrático de Direito do Ateneu Norte-Rio-Grandense, Fiscal Federal junto ao referido Ateneu, Fiscal do Governo Estadual junto ao Colégio da Imaculada Conceição e secretário do Governo do Estado. Entrando na vida pública pelo seu merecimento, foi eleito Deputado Estadual em várias legislaturas, sendo em algumas, líder do Governo, fazendo, também, parte do Congresso Constituinte de 1915. 

Foi redator e Diretor da “A República” órgão oficial do Estado. Fundou e dirigiu o “Jornal da Manhã” (1913), diário exclusivamente político. Presidiu o Natal Club, o Centro Náutico Esportivo e o Tiro de Guerra 18. Foi diretor da Escola de Comércio de Natal. Membro honorário do Centro Acadêmico e primeiro presidente de honra do Centro “Frei Miguelinho”. 

Em 1917 foi membro da Liga de Defesa Nacional do Rio Grande do Norte e delegado da Confederação Brasileira de Desportos, neste Estado e professor de Direito Usual, Civismo e Noções de economia no Ateneu Norte-Rio-Grandense. Publicou duas Monografias: “Natal Club e a sua primeira Década”- (1916) e a “O que foi a dissolução do Tiro de Guerra 18” - (1919). 

Na advocacia, o seu nome recebeu notável destaque nos meios forenses, como defensor dos humildes. Jornalista de vários recursos, orador de mão cheia, foi Moysés um a das mais expressivas e uma das mais atuantes inteligências do seu tempo. O seu desaparecimento verificou-se, em Natal, no dia 06 de agosto de 1922. Poeta. Deixou várias produções poéticas. 

Em Natal também existe no bairro das Quintas, sob o CEP. 59.037-145, uma rua cujo patrono é o assuense Moysés Soares de Araújo.

domingo, 7 de julho de 2013

Coração ferido

Por João Lins Caldas [1888-1967]

Coração malsinado das torturas,
Coração de mulher sem amor ter,
Goza um pouco a ventura de querer
Que este gozo é maior que outras venturas.

Tens, como as dores que hoje tens seguras,
Do amor a porta sem poder se erguer.
Ah! Que ventura se ilusões, das puras.
Hoje pudesse coração, conter!

Mas não! Que o gelo que dá vida à morte
É o mesmo gelo que campeia forte
Nesse teu seio onde batalha a dor...

És para o tédio e para o mal nascido...
Muda essa sorte, coração ferido,
Abre essa porta para o meu amor!...




PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...