Corria o mês de junho de 1988, festejos do padroeiro do Assu São
João Batista. Eu, Fernando Caldas, o editor deste blog, naquele tempo era
vereador por aquele município potiguar de muita importância. Pois bem, mandei
para Renato Caldas poeta de fama nacional, com quem eu tinha parentesco e uma estreita
relação amistosa, um prato de canjica, "prato tradicional, indispensável e típico nas festas de São João", no dizer de Câmara Cascudo, também conhecido em outras cidades brasileiras como curau, para o poetar saborear. Pois bem, ao receber aquele prato delicioso,
aquele bardo assuense entendeu (eu era candidato
a reeleição para vereador nas eleições daquele ano, que já se aproximava), como se
eu quisesse agradá-lo, conquistar o seu voto por uma iguaria, escreveu
e remeteu para minha pessoa, pelo mesmo portador da entrega da canjica, um
bilhetinho rimado, dizendo assim naquela sua graça que lhe era peculiar:
Fernando você triste fica
a proposta não convém
por um prato de canjica
eu não voto com ninguém.
Fernando Caldas