quarta-feira, 28 de agosto de 2013
terça-feira, 27 de agosto de 2013
CONTO
PERNA DE PAU
- Eugênia!!!... Bote o comer filha de rapariga! – Esse tom ameaçador era o grito de guerra de Marcolino para sua esposa, quando se aproximava de casa embriagado.
Marcolino era
pescador. Um sujeito diferente. Moreno, alto, barrigudo, barba
descuidada, cabelos compridos e encaracolados. Para terror da criançada
tinha uma perna de pau. Tal qual a de alguns piratas das estórias
infantis. Devido a sua experiência não tinha dificuldades para andar.
Caminhava a passos longos. No entanto, quando estava bêbado andava
desengonçado, aos tombos, muitas vezes caindo. Atolava em qualquer
areal.
A comunidade de
Juazeiro ficava pavorosa, quando tinha notícias de que Marcolino Perna
de Pau estava bebendo. Era sinal de desgraças, arruaças, intranquilidade
para todos.
Ele já havia
brigado com quase todos os habitantes do lugarejo. Não tinha respeito e
consideração a ninguém, nem homem nem tampouco mulher. Era tido por
todos como um elemento revoltado, nocivo à sociedade. Alguns diziam que
tinha sido trauma por ter perdido a perna com apenas treze anos de idade
num acidente, quando tentava ancorar um barco no porto de Areia Branca.
A barcaça bateu noutra, sem dar tempo de retirar a sua perna da rota de
colisão.
Quando chegava a
seu barraco, construído de taipa, se a mulher não tivesse “pronta” a
peia comia o couro. Água fria, comer quentinho, rede armada no alpendre
da cozinha, eram o tripé de conforto exigido pelo valentão.
Os mais velhos
diziam que ele apareceu na comunidade de Juazeiro num final de semana
para uma pescaria na lagoa. Daí em diante nunca mais saiu do lugar.
Casou, teve cinco filhos. Apesar de aparentar um cinquentenário possuía
apenas 42 anos de idade.
Num sábado foi
para Assu vender o peixe pescado durante a semana. Entrou numa roda de
pif-paf no ‘beco do mercado’ e enrolou a noite, bebendo e jogando. O
jogo acabou, quando os parceiros desconfiaram de que ele estava roubando
e reclamaram. Foi o suficiente para Marcolino dar de mão de uma faca de
doze polegadas e de um revólver calibre 38 e apontar em tom ameaçador
para os companheiros de jogo. Todos correram.
O dono do
ambiente mandou um menino avisar à polícia. Quando soube de quem se
tratava, o soldado de plantão mandou avisar que estava ocupado cuidando
dos presos e que o delegado tinha viajado.
No Cabaré de
Rosemary as mulheres ainda estavam curtindo a ressaca, quando as portas
dos quartos começaram a ser abertas a bofetes.
- Levanta raparigas, que Marcolino Perna de Pau chegou e quer fuder!
As mulheres
saiam dos quartos correndo. Descabeladas, enroladas em lençóis, outras
nuas. Buscavam um lugar seguro. Afinal o “elemento” já era conhecido no
trecho. Foi um domingo de horror: as mulheres dançaram e desfilaram
peladas; beberam a força copos cheios de cachaça; tomaram banho de
cerveja; fizeram fila para praticarem sexo oral no delinquente...
O sol já
buscava repouso no horizonte, quando despontou na rodagem que dá a cesso
a comunidade de Juazeiro um burro mulo conduzindo algo parecido com uma
pessoa. Depois de algum tempo foi reconhecido.
- Valha-me Nossa Senhora, lá se vem Marcolino! Bêbado rodando!
A velha Rita
tinha reconhecido a silhueta devido à perna de pau esticada, ao lado
direito do estribo da cela posta sobre o pobre animal.
À medida que
Marcolino ia passando ao longo da estrada, as poucas famílias da
comunidade iam fechando suas portas. Não sem antes dar uma olhadinha
para ver o estado daquele temível e indesejável morador.
- Eita terrinha de corno! Terra de cabuetas manobrados por muiê! - Dizia Marcolino ao passar à frente de cada casa fechada.
Quando foi se
aproximando de sua casa, viu saindo em toda carreira o jovem Benedito,
garoto que ele já tinha escutado falar de que enamorava Ritinha, sua
filha mais velha, de 16 anos de idade.
- Epa negro bom de peia. Volta aqui! Seja homem! Se te pego namorando Ritinha... –
Gritou Marcolino descendo do burro de ligeira em punho. Não perdendo
tempo, as duas primeiras ligeiradas acertaram as costas da sua filha
Ritinha. A mãe, Eugênia, tentou evitar e levou três lapadas que deixaram
marcas no seu corpo. Por sorte os outros quatro filhos menores entraram
na baderna e conseguiram, com muitos esforços, dominar o agressor.
Naquela noite
ele não saiu mais de casa. Acordou pela manhã cedo, pegou a canoa e
entrou na água da lagoa. Não chamou nenhum dos meninos, como de costume.
Provavelmente estava curtindo uma ressaca moral. Afinal, havia muito
tempo que os filhos de Marcolino não se envolviam numa briga em casa. De
certo estavam ficando grandes.
Três dias se passaram. Nenhuma notícia de Marcolino Perna de Pau. Um garoto entrou afrontado na casa gritando:
- Dona Eugênia!... Dona Eugênia! Encontraram Perna de Pau... Tá morto na beira da lagoa.
A notícia se
espalhou rapidamente. Todos os habitantes de Juazeiro foram para um
matagal de junco existente à margem da lagoa. O corpo de Marcolino
estava fétido. Podiam-se ver, por todo o corpo, diversos cortes de faca
peixeira, mais de trinta facadas.
Uma
curiosidade: o criminoso e a perna de pau usada por Marcolino nunca
foram localizados. Dizem que em noite de lua cheia, ouve-se o baralho da
perna de pau perambulando por Juazeiro.
Do Livro Dez Contos & Cem Causos - Ivan Pinheiro
No dia em que Deus me chamar...
Quando for minha hora de partir...
Quando eu já tiver vivido tudo que me foi permitido...
Quando eu já tiver cometido todas loucuras possíveis...
Quando eu já estiver bem velhinha...
E deste mundo eu não mais poder fazer parte...
Vou olhar em seus olhos...
Segurar suas mãos...
Arrumar forças...
E ante o meu último suspiro dizer...
VALEU A PENA!
(Paty Sanches)
Quando for minha hora de partir...
Quando eu já tiver vivido tudo que me foi permitido...
Quando eu já tiver cometido todas loucuras possíveis...
Quando eu já estiver bem velhinha...
E deste mundo eu não mais poder fazer parte...
Vou olhar em seus olhos...
Segurar suas mãos...
Arrumar forças...
E ante o meu último suspiro dizer...
VALEU A PENA!
(Paty Sanches)
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
O ESPETÁCULO NÃO PODE PARAR…
O circo da vida nos impõe determinadas coisas que só um palhaço não consegue expressar o quanto engraçada é a vida.
Tomei coragem hoje e fui ver a minha genitora prostrada, quase sem vida numa UTI.
Morri com ela!
Voltei também sem vida, mas, sem alento nem fé, quero ignorar todas as orações dos que acreditam na ressurreição.
O sofrimento porque passa a minha mãe,
pela mulher que foi, donde do seu ventre foi gerada uma prole que
dignifica a sua vida, considerada e bem vivida por todos nós. Não
merece essa crueldade de fim.
Perdoem-me pelo desabafo.É só um desabafo mesmo.
José Regis de Souza
REGIStrando
Grita
Amor, quando chegares à minha fonte distante,
cuida para que não me morda tua voz de ilusão:
que minha dor obscura não morra nas tuas asas,
nem se me afogue a voz em tua garganta de ouro.
Quando chegares, Amor
à minha fonte distante,
sê chuva que estola,
sê baixo que rompe.
Desfaz, Amor, o ritmo
destas águas tranquilas:
sabe ser a dor que estremece e que sofre,
sabe ser a angústia que se grita e retorce.
Não me dês o ouvido.
Não me dês a ilusão.
Porque todas as folhas que na terra caíram
me deixaram de ouro aceso o coração.
Quando chegares, Amor
à minha fonte distante,
desvia-me as vertentes,
aperta-me as entranhas.
E uma destas tardes - Amor de mãos cruéis -,
ajoelhado, eu te darei graças.
Pablo Neruda
BIFOSFONATOS - MOTIVO DE ALERTA AO TRATAMENTO BUCAL.
Gostaria de agradecer o estimulo a esse texto para o Dr. Luiz Rodolfo M Santos, nosso grande amigo do blog "Dicas Odonto".
Em recente
postagem do seu blog, ele alertou para os riscos de algumas medicações
atrapalharem a cicatrização após tratamentos bucais e representarem
problemas para as pessoas que utilizam drogas e precisam de tratamentos
mais complexos, como cirurgias, implantes e extrações.
Todo dentista deve ler e conhecer mais sobre os efeitos das drogas que estão a alcance dos nossos pacientes.
Da mesma
forma, os pacientes não devem esquecer de relatar aos dentistas aquilo
que estão usando como medicação para evitar riscos ao tratamento e a
saúde.
Note na imagem
acima uma cicatrização comprometida e a exposição de osso sem cobertura
de gengiva (também chamada de necrose óssea), associada a tratamento
dentário (extração de dente) em paciente sob efeito de bifosfonato.
Esse imagem
apresentada na postagem, não mostra o efeito de uma extração de dentes
desejada por qualquer um de nós e pode colocar em risco a qualidade de
vida do paciente.
Aproximadamente 190 milhões de pessoas no mundo usam o medicamento Alendronato de Sódio - representante clássico do segmento dos Bifosfonatos.
Pacientes com câncer ósseo ou extrema osteoporose podem usar esses
remédios para tratamento ou outras alternativas como o Pamedronato e
Zoledronato.
Caso tenham
pacientes ou estejam se tratando com esses remédios e precisem de alguma
intervenção que vá mexer com o osso da boca - como por exemplo a
instalação de implantes dentários ou extração de dentes, deve-se
conversar com o médico que prescreveu a droga sobre as alternativas,
melhores momentos e a conveniência dessa intervenção.
A boa higiene
bucal e o uso mais completo dos recursos para a eliminação das bactérias
dos dentes e da língua são indispensáveis para prevenir o surgimento de
problemas que venham a complicar a vida desses pacientes. Boa Higiene
Bucal e visitas regulares ao dentista ainda são o melhor remédio contra
esse risco dos bifosfonatos.
A relação entre o
uso desses medicamentos e as lesões de necrose óssea foi relatada desde
2003 e hoje dispõe de inúmeros outros estudos. Vale a pena conferir!
Fonte: Blog Adoro Sorrir
http://www.tepe.com.br
"COMPARTILHEM
E DIVULGUEM! SAÚDE E TUDO! E OS LABORATÓRIOS MUNDIAIS E A MÍDIA NÃO
DIVULGA! EU MESMO JA VENHO FAZENDO O USO E ATESTO QUE FUNCIONA E O MEU
MEDICO FICOU DE BOCA ABERTA COM OS EXAMES APÓS O USO CONTINUO DESTA FRUTA!
10.000 VEZES MAIS FORTE QUE A QUIMIOTERAPIA.
10.000 VEZES MAIS FORTE QUE A QUIMIOTERAPIA.
Assunto: LIMÃO CONGELADO Muitos profissionais em restaurantes, além de
nutricionistas estão usando ou consumindo o limão inteiro , em que nada é
desperdiçado. Como você pode usar o limão inteiro sem desperdício?
Simples... Lave bem e coloque o limão na seção do freezer de sua
geladeira. Uma vez que o limão esteja congelado, use seu ralador e o
limão inteiro (sem necessidade de descascá-lo) e polvilhe-o em cima de
seus alimentos.
Polvilhe-o em suas bebidas , vinho , saladas,
sorvete, sopa , macarrão, molho de macarrão, arroz, sushi. .. Todos os
alimentos inesperadamente terão um gosto maravilhoso, algo que você
talvez nunca tenha provado antes.
Provavelmente, você achava que só o suco de limão teria vitamina C. Bem, saiba que as cascas do limão contêm vitaminas 5 a 10 vezes mais do que o suco de limão propriamente dito. E, sim, isso é o que você vem desperdiçando . Mas de agora em diante, por seguir esse procedimento simples de congelar o limão inteiro e salpicá-lo em cima de seus pratos, você pode consumir todos os nutrientes e obter ainda mais saúde.
As cascas do limão são rejuvenescedoras da saúde na erradicação de elementos tóxicos do corpo. ótimo!!! Os benefícios surpreendentes do limão! Limão (Citrus) é um produto milagroso para matar células cancerosas.
Provavelmente, você achava que só o suco de limão teria vitamina C. Bem, saiba que as cascas do limão contêm vitaminas 5 a 10 vezes mais do que o suco de limão propriamente dito. E, sim, isso é o que você vem desperdiçando . Mas de agora em diante, por seguir esse procedimento simples de congelar o limão inteiro e salpicá-lo em cima de seus pratos, você pode consumir todos os nutrientes e obter ainda mais saúde.
As cascas do limão são rejuvenescedoras da saúde na erradicação de elementos tóxicos do corpo. ótimo!!! Os benefícios surpreendentes do limão! Limão (Citrus) é um produto milagroso para matar células cancerosas.
É 10.000 vezes mais
forte do que a quimioterapia. Por que não sabemos nada sobre isso?
Porque existem laboratórios interessados em fazer uma versão sintética
que lhes trará enormes lucros. Seu sabor é agradável e não produz os
efeitos horríveis da quimioterapia. Quantas pessoas morrem enquanto esse
segredo é mantido, para não pôr em perigo as grandes corporações
multimilionárias? Como sabem, a árvore do limão é conhecida por suas
variedades de limões e limas. Você pode comer as frutas de diferentes
maneiras: a polpa, suco, preparando bebidas, sorvetes, bolos, etc... A
ele é creditado muitas virtudes, mas o mais interessante é o efeito que
produz sobre cistos e tumores. Essa planta é uma solução comprovada
contra cancros de todos os tipos. Alguns dizem que é muito útil para
todas as variantes do cancro . Ele é considerado também como um espectro
antimicrobiano contra infecções por bactérias e fungos, eficaz contra
parasitas internas e vermes, que regula a pressão de sangue, quando
muito alto, e um antidepressivo , combatendo o estresse e distúrbios
nervosos. A fonte desta informação é fascinante: ela vem de uma das
maiores fabricantes de drogas no mundo, diz que, após mais de 20 testes
desde 1970, os extratos revelaram que: destrói as células malignas em 12
tipos de cancro, incluindo cólon, mama, próstata, pulmão e pâncreas...
Os compostos dessa árvore mostraram-se 10.000 vezes melhores do que o
produto Adriamycin, uma droga normalmente utilizada como quimioterápico
no mundo, retardando o crescimento das células cancerosas. E o que é
ainda mais surpreendente: este tipo de terapia com extrato de limão
apenas destrói células de câncer maligno e não afeta as células
saudáveis. Antes tarde do que nunca! Repassem aos seus amigos e
conhecidos..."
HISTÓRIA
MAJOR MONTENEGRO
O ÚLTIMO CORONEL DA POLÍTICA POTIGUAR
Cópia da Carta Patente do Major Manoel de Melo Montenegro |
Remexendo meus
recortes de jornais e revistas encontrei a cópia da Carta Patente do
Major Montenegro. Como não tenho certeza se já divulguei esta relíquia,
transcrevo-a com a ortografia da época.
O Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil. Faço saber, aos que esta Carta Patente virem, que por decreto de 17 de novembro de 1915, foi nomeado Manoel de Mello Montenegro Pessôa para o posto de Major Cirurgião da 21ª Brigada de Infantaria da Guarda Nacional da Comarca de Assú, no Estado do Rio Grande do Norte, e como tal gosará de todas as honras e direitos inherentes ao posto; pelo que mando à autoridade competente que lhe dê posse depois de prestada a solemne promessa de bem servir, aos officiaes superiores que o reconheçam e a todos os seus subalternos que lhe obedeçam e guardem suas ordens. Para servir de título, lhe mandei passar a presente Carta por mim assignada, e que se cumprirá depois de sellada com o sello das firmas da República.
Palácio da
Presidência no Rio de Janeiro, em dois de maio de mil novecentos e
dezesseis, nonagésimo quinto da Independência e vigésimo oitavo da
República.
Assina: Wenceslau Brás, Presidente da República e Carlos Maximiliano Pereira dos Santos.
O Major Montenegro afirmava que: - "O
coronel Pedro Soares de Araújo foi o concretizador. Convenceu-me de que
o título de Major – patente da Guarda Nacional do meu pai, Major Ovídio
de Melo Montenegro Pessoa, deveria vir para minhas mãos. E assim foi
feito”.
O Major
Montenegro nasceu em 25 de setembro de 1894. desde menino acompanhou os
passos da República. De Floriano Peixoto a Sarney. Falava da campanha
civilista de Rui Barbosa, como se tudo tivesse acontecido ontem. Aos 96
anos sua lucidez impressionava. Sua simplicidade chegava a comover.
Foi três vezes
deputado estadual (por Santana do Matos) de onde foi ao mesmo tempo
prefeito, porque naquele tempo a Assembléia Legislativa só se reunia em
outubro.
Foi o Major
Montenegro o criador do município de Ipanguaçu, antigo Sacramento, em
dezembro de 1948. Nunca quis ser prefeito do município. Seu filho Nelson
Montenegro e sua esposa Maria Eugênia foram prefeitos com o apoio do
Major. Preferia acompanhar, influenciar. Com Pedro Amorim fez um pacto:
Jamais interferia na política do Assú. E assim ele fazia em relação a
Ipanguaçu. Estiveram sempre unidos, mas cada um respeitando sua área de
influência.
O Major
Montenegro foi o último dos coronéis da política no Rio Grande do Norte.
Boa parte de seus filhos e netos seguiram o ramo da política. Parece
até que o sangue da política circula com mais vigor nas veias da família
Montenegro.
Major Manoel de Melo Montenegro faleceu em 1991 na capital pernambucana aos 97 anos de idade, lúcido e ativo. Profetizou sua própria morte ao declarar. - “Vou morrer no dia do meu aniversario”.
Do blog Assú na ponta da língua, de Ivan Pinheiro
domingo, 25 de agosto de 2013
"Assim caminha a Humanidade". Por Dorrit Harazim
Ao longo dos últimos dias a imagem de centenas de crianças sem vida,
alinhadas num chão de cimento, assombra a comunidade internacional.
Algumas estão enfileiradas ao lado dos pais, também envoltos em lençóis
brancos, deixando à vista apenas seus rostos.
Todos têm
fisionomia serena — perderam a agonia crispada que marcou as últimas
horas de suas vidas. Chama a atenção, na improvisada alameda de
cadáveres, a ausência de qualquer gota de sangue. Aquelas vidas
atingidas por algum agente químico numa madrugada em Damasco parecem ter
se apagado sozinhas.
Na guerra
civil que há três anos estraçalha a Síria e já fez mais de 100 mil
mortos, a ONU, os Estados Unidos e potências mundiais se deparam com
indícios cada vez mais consistentes, embora conflitantes quanto à
autoria, de que mais ataques químicos estejam nos planos de quem
controla este arsenal no país.
“Precisamos nos certificar de
que não haverá uma proliferação de armas de destruição em massa”,
advertiu pela primeira vez o presidente americano Barack Obama.
Por feliz coincidência, o Centro Belfer para Assuntos Internacionais e
Científicos, da Universidade de Harvard, acaba de tornar público um
relatório que serve de reflexão também para o atual imbróglio sírio. O
estudo tem 40 páginas.
E apesar do título árido — Plutonium
Mountain: Inside the 17-Year Mission to Secure a Legacy of Soviet
Nuclear Testing (A montanha de plutônio — por dentro da missão de 17
anos para isolar um legado de testes nucleares soviéticos), o caso
narrado nada tem de tedioso.
Ele reconstitui a determinação de
um grupo de cientistas de três países que levaram 17 anos para nos
presentear com algo que somente agora sabemos existir. Trata-se de um
modesto monumento de três faces, em pedra escura, fincado no pé de uma
remota colina rochosa do Cazaquistão, com uma inscrição trilíngue, em
inglês, russo e cazaque: “1996-2012. O mundo se tornou mais seguro.”
A inscrição resume o êxito da maior e mais complexa operação de desativação de material nuclear desde a Guerra Fria.
Sabia-se que a União Soviética realizara quase todos os seus testes nucleares numa área despovoada do Cazaquistão oriental.
Equivalente, em tamanho, ao estado de Alagoas, o Centro de
Semipalatinsk fora palco de 456 explosões, 116 das quais na atmosfera e
340 subterrâneas no interior da Montanha Degelen.
Algumas eram
explosões atômicas; outras, experiências para estudar o impacto de
explosivos convencionais sobre o plutônio e o urânio enriquecido, ou
para testar a segurança de armas nucleares durante acidentes simulados.
Com o colapso da União Soviética, em 1991, e sua retirada do
Cazaquistão, tudo foi abandonado à própria sorte — o centro de testes,
equipamentos, um emaranhado de 180 túneis não lacrados, silos repletos
de resíduos de plutônio.
Leia a íntegra no blog: http://goo.gl/rJq9FJ
Foto: AP
"Assim caminha a Humanidade". Por Dorrit Harazim
Ao longo dos últimos dias a imagem de centenas de crianças sem vida, alinhadas num chão de cimento, assombra a comunidade internacional. Algumas estão enfileiradas ao lado dos pais, também envoltos em lençóis brancos, deixando à vista apenas seus rostos.
Todos têm fisionomia serena — perderam a agonia crispada que marcou as últimas horas de suas vidas. Chama a atenção, na improvisada alameda de cadáveres, a ausência de qualquer gota de sangue. Aquelas vidas atingidas por algum agente químico numa madrugada em Damasco parecem ter se apagado sozinhas.
Na guerra civil que há três anos estraçalha a Síria e já fez mais de 100 mil mortos, a ONU, os Estados Unidos e potências mundiais se deparam com indícios cada vez mais consistentes, embora conflitantes quanto à autoria, de que mais ataques químicos estejam nos planos de quem controla este arsenal no país.
“Precisamos nos certificar de que não haverá uma proliferação de armas de destruição em massa”, advertiu pela primeira vez o presidente americano Barack Obama.
Por feliz coincidência, o Centro Belfer para Assuntos Internacionais e Científicos, da Universidade de Harvard, acaba de tornar público um relatório que serve de reflexão também para o atual imbróglio sírio. O estudo tem 40 páginas.
E apesar do título árido — Plutonium Mountain: Inside the 17-Year Mission to Secure a Legacy of Soviet Nuclear Testing (A montanha de plutônio — por dentro da missão de 17 anos para isolar um legado de testes nucleares soviéticos), o caso narrado nada tem de tedioso.
Ele reconstitui a determinação de um grupo de cientistas de três países que levaram 17 anos para nos presentear com algo que somente agora sabemos existir. Trata-se de um modesto monumento de três faces, em pedra escura, fincado no pé de uma remota colina rochosa do Cazaquistão, com uma inscrição trilíngue, em inglês, russo e cazaque: “1996-2012. O mundo se tornou mais seguro.”
A inscrição resume o êxito da maior e mais complexa operação de desativação de material nuclear desde a Guerra Fria.
Sabia-se que a União Soviética realizara quase todos os seus testes nucleares numa área despovoada do Cazaquistão oriental.
Equivalente, em tamanho, ao estado de Alagoas, o Centro de Semipalatinsk fora palco de 456 explosões, 116 das quais na atmosfera e 340 subterrâneas no interior da Montanha Degelen.
Algumas eram explosões atômicas; outras, experiências para estudar o impacto de explosivos convencionais sobre o plutônio e o urânio enriquecido, ou para testar a segurança de armas nucleares durante acidentes simulados.
Com o colapso da União Soviética, em 1991, e sua retirada do Cazaquistão, tudo foi abandonado à própria sorte — o centro de testes, equipamentos, um emaranhado de 180 túneis não lacrados, silos repletos de resíduos de plutônio.
Leia a íntegra no blog: http://goo.gl/rJq9FJ
Foto: AP
Ao longo dos últimos dias a imagem de centenas de crianças sem vida, alinhadas num chão de cimento, assombra a comunidade internacional. Algumas estão enfileiradas ao lado dos pais, também envoltos em lençóis brancos, deixando à vista apenas seus rostos.
Todos têm fisionomia serena — perderam a agonia crispada que marcou as últimas horas de suas vidas. Chama a atenção, na improvisada alameda de cadáveres, a ausência de qualquer gota de sangue. Aquelas vidas atingidas por algum agente químico numa madrugada em Damasco parecem ter se apagado sozinhas.
Na guerra civil que há três anos estraçalha a Síria e já fez mais de 100 mil mortos, a ONU, os Estados Unidos e potências mundiais se deparam com indícios cada vez mais consistentes, embora conflitantes quanto à autoria, de que mais ataques químicos estejam nos planos de quem controla este arsenal no país.
“Precisamos nos certificar de que não haverá uma proliferação de armas de destruição em massa”, advertiu pela primeira vez o presidente americano Barack Obama.
Por feliz coincidência, o Centro Belfer para Assuntos Internacionais e Científicos, da Universidade de Harvard, acaba de tornar público um relatório que serve de reflexão também para o atual imbróglio sírio. O estudo tem 40 páginas.
E apesar do título árido — Plutonium Mountain: Inside the 17-Year Mission to Secure a Legacy of Soviet Nuclear Testing (A montanha de plutônio — por dentro da missão de 17 anos para isolar um legado de testes nucleares soviéticos), o caso narrado nada tem de tedioso.
Ele reconstitui a determinação de um grupo de cientistas de três países que levaram 17 anos para nos presentear com algo que somente agora sabemos existir. Trata-se de um modesto monumento de três faces, em pedra escura, fincado no pé de uma remota colina rochosa do Cazaquistão, com uma inscrição trilíngue, em inglês, russo e cazaque: “1996-2012. O mundo se tornou mais seguro.”
A inscrição resume o êxito da maior e mais complexa operação de desativação de material nuclear desde a Guerra Fria.
Sabia-se que a União Soviética realizara quase todos os seus testes nucleares numa área despovoada do Cazaquistão oriental.
Equivalente, em tamanho, ao estado de Alagoas, o Centro de Semipalatinsk fora palco de 456 explosões, 116 das quais na atmosfera e 340 subterrâneas no interior da Montanha Degelen.
Algumas eram explosões atômicas; outras, experiências para estudar o impacto de explosivos convencionais sobre o plutônio e o urânio enriquecido, ou para testar a segurança de armas nucleares durante acidentes simulados.
Com o colapso da União Soviética, em 1991, e sua retirada do Cazaquistão, tudo foi abandonado à própria sorte — o centro de testes, equipamentos, um emaranhado de 180 túneis não lacrados, silos repletos de resíduos de plutônio.
Leia a íntegra no blog: http://goo.gl/rJq9FJ
Foto: AP
João Celso Neto
João Celso Neto é poeta da velha guarda do Assu. Nasceu no dia 18 de janeiro de 1945. Logo cedo começou a versejar (ele é neto de João Celso Filho e sobrinho do
igualmente poeta Celso da Silveira). Conheceu e chegou ainda a conviver na
terra assuense com o grande bardo potiguar chamado João Lins Caldas. Ele está
incluído na antologia de Rômulo Wanderley denominada Panorama da Poesia
Norte-Rio-Grandense (1965). O escritor Wanderley depõe que a poesia de João Celso “é
profunda em que há o pessimismo de Augusto dos Anjos e, às vezes, o lirismo
lúbrico de Bilac...”.
João Celso publicou: Glosas de Hélio Neves
de Oliveira (1980), Glosar glosei (1981), Minhas glosas na Embratel (1983) e
uma "apostila" de versos - lançada também em Açu, em noite de
autógrafos no Clube Municipal - Versos Íntimos (1966).
E numa feliz inspiração, escreveu:
Um beijo teu apenas bastaria
Para me fazer feliz,
A fúria do meu amor aplacaria,
Acalmando também meu coração.
Queres a distância, eu me afasto,
Tudo me falta e nada te comoves
A solidão do mundo me acompanha,
E tua alma não me dá carinho.
Vivo sem ti, e te amando sempre,
Vives sem mim, me espezinhando muito.
Mais eu insisto: negociemos:
Dá-me um abraço, toma este beijo,
E nestas trocas intermináveis
Vivamos sempre enamorados.
Por Madson Moraes, Tempo de Mulher
Não beijei ainda minha infância
MADSON MORAES: "Volta e meia recuo ao passado de minha infância, este exercício saboroso com gosto de bolacha recheada, e pergunto-me: será que já beijei minha infância o suficiente?".
Não beijei ainda minha infância / Foto: Thinkstock
Por MADSON MORAES
Volta e meia recuo ao passado da infância vivida no Maranhão, infância, este colégio saboroso com gosto de bolacha recheada. Lembro-me das fantasias combinadas durante o futebol, dos beijos beijados nas bocas completamente imaturas, das apostas apaixonadas de amor feitas durante a criancice, os inúmeros briga-faz-as-pazes, briga-faz-as-pazes, e pergunto-me, apaixonado pela recordação da meninice, como estão os amigos? O que todos fizeram de suas infâncias ou o que ela fez com eles?
A rua da infância é nossa Constituição. Não há artigos proibitivos. Bastava a liberdade da porta e lá estávamos soltos, naquela aposta de descobrir o mundo além de qualquer quarteirão. Mesmo a Comissão de Preocupação e Proibição de Peraltices da Infância, a que chamamos de mães, tinham pouco apelo quando só queríamos desvendar os segredos do céu. Qualquer invenção com papelão colocavam Hans Donner no chinelo. Chinelo, aliás, que servia de traves para a bola de todo fim de tarde. A bola, esse brinquedo essencial do homem como definiu Paulo Mendes Campos em "Adoradores da bola".
O quero contar é que tenho inveja boa, boa mesmo, dos amigos que até hoje convivem com os mesmos camaradas da infância. Não pude torturá-los por não presenciar suas arquiteturas interrompidas de amores não realizados. Nem fiz ressalvas a eles pela infância invadida severamente pelos hormônios da adolescência, esta fase em que se alfabetiza o sofrimento. E tampouco pude dar conselhos disfarçados assim que surgiram, neles, o elemento homem. Não me tornei até hoje um "caçador de achadouros da infância", para roubar a expressão do poeta Manoel de Barros.
Passei recibo de saudade a todos os amigos de infância que deixei. Emiti provisórias de "Um dia nos veremos" que até hoje não consegui executar. O fato mesmo é que ainda não beijei o bastante minha infância. Não beijei a garota da cantina da escola aos 12 anos porque cheguei atrasado duas eternidades. Não beijei minha meninice e o que ela faz da vítima que tento não ser hoje. Não beijei nem mesmo a crise da adolescência, este desabrochar espontâneo e indeciso. Não beijei a necessidade do desengano como sempre beijei a previsibilidade do acerto na infância. Não beijei a lembrança com o esquecimento necessário que consolide a resiliência essencial para qualquer tipo de esquecimento.
Não beijei ainda o impossível, esta célula de esperança que teima em coagular algumas vezes quando se é adulto e que jorra sem equívocos na infância. Não beijei sequer minhas experiências infantis, e nem beijei secamente meus fracassos. Não beijei minhas mãos estendidas no adeus dos amigos, e nem beijei as mãos que um dia me deram um Deus cheio de raiva. Não beijei o que era inesperado e nem esperei beijos que eram para acontecer em esperas. Não beijei os caminhos puros que inventei na infância, e nem beijei os caminhos que, por força maior, surgiram alheios a qualquer vontade depois de grande. Não beijei as propriedades avariadas dos sonhos realizados, nem beijei os desejos prematuros, nus.
Não beijei meu oceano cósmico de perdas e nem beijei meus mares cheios de barcos e trevas. Não beijei ainda o bastante minha infância mesmo. Cada homem ou mulher, uma hora, apela para a memória da meninice num resgate, ora bem sucedido, ora não, de reatualizar a memória infantil que oriente o tempo presente. Como não sei o que fizeram os amigos de infância, fico com a imaginação, este recurso que nos salva de qualquer loucura. Você beijou a sua infância hoje?
* Madson Moraes é colunista e repórter do Tempo de Mulher. Escreve no blog madsonmoraes.tumblr.com
sábado, 24 de agosto de 2013
Luiz Lucas Lins Caldas Neto
Luiz Lucas Lins Caldas Neto (meu avô paterno) era poeta da velha guarda do Assu. Ele nasceu no povoado então denominado Sacramento, atual município de Ipanguaçu, importante município potiguar, fundado pelo seu avô Luiz Lucas que empresta o seu nome a uma principal rua da terra ipanguaçuense. Mas foi na terra assuense onde ele viveu a maior parte da sua vida e começou a poetar. Ele estudou agronomia na universidade de agronomia de Ouro Preto, Minas Gerais, trabalhou (década de trinta) na construção da estrada carroçável que liga Assu a Mossoró, foi funcionário do Fomento Agrícola, do Ministério da Agricultura trabalhando em Caicó, Mossoró, Natal e Ipanguaçu onde dirigiu a Base Física - Campo de Produção de Sementes e Escola de Tratoristas. Nas horas vagas dava-se o gosto de versejar. Ele está antologiado por Rômulo Wanderley, no livro Panorama da Poesia Norte-Rio-Grandense, 1965. Naquele livro, diz aquele antologista que Luiz Lucas "é tímido e modesto, não dando expansão aos seu estro, apesar de ter nascido bafejado pelos carnaubais da várzea do Assu e da sua terra natal." Luizinho, como era chamado pelos mais íntimos era filho de Luiz Lucas Lins Caldas e Maria Emiliana Caldas. Nasceu a 18 de fevereiro de 1908. O soneto intitulado Praia de Iracema é uma prova que "seu estro poético é dos melhores." Vamos conferir:
Linda praia de terra hospitaleira
Que é berço de Alencar e Iracema,
Decanta-te meu verso. Este poema
Quero que fale pela alma inteira.
O mar na sua luta sobranceira,
Da branca espuma fez seu diadema,
Anda por ti, a inspiração suprema,
Vibra por ti a glória prazenteira.
Na beleza solar destes teus dias
Sinto que canta com calor extranho
A alma dos ventos e das pescarias...
Os coqueiros são teus nesta arrancada,
E matinal teu saboroso banho,
És a febre da luz numa jangada.
Luizinho Caldas também gostava de fazer glosa "nome de uma composição poética, geralmente em décimas, desenvolvendo um tema (ou um mote) de um, dois e até quatro versos." Vamos conferir a glosa abaixo transcrita que por sinal é muito atual (que tem a intenção apenas humorística), que diz assim:
Mote
É pena o Brasil tão rico
Com tanto filho ladrão
Glosa
Só falta usar maçarico
Instrumento de arrombar
E opovo fica a clamar
É pena o Brasil tão rico.
Com essa gente eu não fico
Quero servir de espião
Mas, todo esforço é em vão
Rouba governo e prefeito
Para o Brasil não há jeito
Com tanto filho ladrão.
E estas outras como prova que ele era um bom glosador, conforme abaixo para o nosso deleite:
Mote
Eu não digo ela não diz
Quem é que pode saber
Glosa
Certa coisa que eu já fiz
Com uma jovem em segredo
Revelar até faz medo
Eu não digo ela não diz
É que eu quis e ela quis
Só podia acontecer
mais o bom é não dizer
Com quem isto aconteceu
Ela não diz e nem eu
Quem é que pode saber.
Mote
Em pobre tudo é defeito
Defeito em rico se encobre
Glosa
É vulgar este conceito,
Pobre mundo, eu não te entendo,
Por tudo que estou vendo
Em pobre tudo é defeito.
Pode o pobre ser direito
E o rico nunca ser nobre,
Mas, a quem lhe falta o cobre
Não lhe cabe uma censura,
No pobre tudo se apura,
defeito em rico se encobre.
Fernando Caldas
Linda praia de terra hospitaleira
Que é berço de Alencar e Iracema,
Decanta-te meu verso. Este poema
Quero que fale pela alma inteira.
O mar na sua luta sobranceira,
Da branca espuma fez seu diadema,
Anda por ti, a inspiração suprema,
Vibra por ti a glória prazenteira.
Na beleza solar destes teus dias
Sinto que canta com calor extranho
A alma dos ventos e das pescarias...
Os coqueiros são teus nesta arrancada,
E matinal teu saboroso banho,
És a febre da luz numa jangada.
Luizinho Caldas também gostava de fazer glosa "nome de uma composição poética, geralmente em décimas, desenvolvendo um tema (ou um mote) de um, dois e até quatro versos." Vamos conferir a glosa abaixo transcrita que por sinal é muito atual (que tem a intenção apenas humorística), que diz assim:
Mote
É pena o Brasil tão rico
Com tanto filho ladrão
Glosa
Só falta usar maçarico
Instrumento de arrombar
E opovo fica a clamar
É pena o Brasil tão rico.
Com essa gente eu não fico
Quero servir de espião
Mas, todo esforço é em vão
Rouba governo e prefeito
Para o Brasil não há jeito
Com tanto filho ladrão.
E estas outras como prova que ele era um bom glosador, conforme abaixo para o nosso deleite:
Mote
Eu não digo ela não diz
Quem é que pode saber
Glosa
Certa coisa que eu já fiz
Com uma jovem em segredo
Revelar até faz medo
Eu não digo ela não diz
É que eu quis e ela quis
Só podia acontecer
mais o bom é não dizer
Com quem isto aconteceu
Ela não diz e nem eu
Quem é que pode saber.
Mote
Em pobre tudo é defeito
Defeito em rico se encobre
Glosa
É vulgar este conceito,
Pobre mundo, eu não te entendo,
Por tudo que estou vendo
Em pobre tudo é defeito.
Pode o pobre ser direito
E o rico nunca ser nobre,
Mas, a quem lhe falta o cobre
Não lhe cabe uma censura,
No pobre tudo se apura,
defeito em rico se encobre.
Fernando Caldas
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