quarta-feira, 23 de outubro de 2013
POESIA
SAPECA
Menina que brinca, que pula, que passa
Fazendo arruaça por dentro de mim
Menina que joga, a trança e me enlaça
Na tua graça é que vejo o meu fim
Menina medonha, maluca boneca
Sapeca, sapeca, dondoca, enfim
Louquinha, florzinha, linda moleca
Tens nos teus sonhos eu como jardim?
Menina que brinca, que pula, que passa
Não faça desgraça tenha dó de mim
Menina, menina que ora me abraça
Sorrindo disfarça que eu sou o seu sim
Edivam Bezerra - Poeta assuense.
Postado por Ivan Pinheiro Bezerra
Decoração de Interiores
O que acha desse lavabo?
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OUTUBRO NA HISTÓRIA
No dia 18 de outubro de 1879 – Aconteceu em Assu a Libertação de 04 escravos – No livro de Notas nº 19, do Fórum do Assú, esta registrada a quatro cartas de liberdade dos escravos: Felicidade, Thomaz, José e Maria, de propriedade de Trajano Lopes de Souza e de sua mulher Aldonça Maria da Conceição. No presente caso, eles poderão gozar de sua liberdade, como se de ventre livre tivessem nascido, segundo expressaram seus proprietários ao professor Elias Antonio Ferreira Souto, a quem pediram para passar as cartas.
“Nós abaixo assignados declaramos que de nossa livre vontade e sem constrangimento algum, concedemos a liberdade, sem ônus de qualquer natureza, a nossa escrava Felicidade, parda, de quarenta e oito anos de idade, matriculada no município de Santana do Mattos, sob os número 401 d’ordem da matrícula geral, 5 de ordem da relação e 136 da relação, podendo a dita escrava gozar de sua liberdade de hoje em diante como se de ventre livre tivesse nascido. Em firmeza do que pedimos ao Professor Elias Antônio Ferreira Souto esta por nós passasse, em que ambos assignamos, perante as testemunhas João Antonio de Faria e Alexandre Rodrigues de Mello. Cidade do Assú 18 de outubro de 1879. Trajano Lopes de Souza Aldonça Maria da Conceição residentes no município do Assú/RN”.
O teor das quatro cartas é o mesmo, mudando apenas a especificação do escravo:
“... O nosso escravo Thomaz, pardo, de dezoito annos de idade, filho de nossa escrava Felicidade, cujo escravo foi matriculado no município de Santana do Mattos, sob os números 400 da matricula geral, 4 de ordem da Relação e 136 da Relação apresentada”.
“... O nosso escravo José, pardo, de dezenove annos de idade, filho da nossa escrava Felicidade, matriculado no município de Santana do Mattos, sob os números 399 da matrícula geral, 3 de ordem da Relação e 136 da Relação apresentada”.
“... A nossa escrava Maria, parda, de quinze annos de idade, filha de nossa escrava Felicidade, cuja escrava Maria foi matriculada no município de Santana do Mattos, sob os números 402 da matricula geral, 6 de ordem da Relação e 136 da Relação apresentada”. (Fonte: Livro de Notas do Fórum do Assú).
Postado por Ivan Pinheiro Bezerra
ROBERTO ADOLPHO X ROBSON CALHEIROS
Essa estória contada abaixo não tem absolutamente o sentido de denegrir a imagem de ninguém. Tem apenas o sentido humorístico. Pois bem, Robson Calheiros é irmão do senador Renan Calheiros que, com a volta de Renan a presidência do senado da república, escreveu os seguintes versos:
Hoje saiu dos meus ombros essa cruz Para tirar do meu peito esse catarro Nessa imprensa fétida escarro Jornalistas, hipócritas, urubus Se espremer essa corja só sai pus O senador deu o troco alvissareiro Tá de volta mostrando que é guerreiro Competente, leal, tem brilho e luz Deu a volta por cima enfim conduz Os destinos do congresso brasileiro
Roberto Adolpho, salvo engano, é natural de Salvador, desses baianos de boa qualidade, cuja figura cheguei a conhecer quando numa breve visita a capital potiguar. Ele é amante da Glosa e se dá o prazer aqui e acolá, poetar. Numa réplica a décima de Robson Calheiros, indignado, Roberto produziu esses versos datado de fevereiro de 2013, que veremos adiante para o nosso deleite:
Réplica: Se dos teus ombros, poeta catarrento, Tiraste o peso da torturante cruz Eu te afirmo, em nome de Jesus, Agora é o povo, tal e qual manso jumento, Que carrega o teu irmão mau elemento Nas costas esfoladas e cansadas De tanto carregar gente safada. E não haverá remédio nem unguento Que cure a dor e o imenso sofrimento De carregar essa gente descarada.
Postado por Fernando Caldas
Hoje saiu dos meus ombros essa cruz Para tirar do meu peito esse catarro Nessa imprensa fétida escarro Jornalistas, hipócritas, urubus Se espremer essa corja só sai pus O senador deu o troco alvissareiro Tá de volta mostrando que é guerreiro Competente, leal, tem brilho e luz Deu a volta por cima enfim conduz Os destinos do congresso brasileiro
Roberto Adolpho, salvo engano, é natural de Salvador, desses baianos de boa qualidade, cuja figura cheguei a conhecer quando numa breve visita a capital potiguar. Ele é amante da Glosa e se dá o prazer aqui e acolá, poetar. Numa réplica a décima de Robson Calheiros, indignado, Roberto produziu esses versos datado de fevereiro de 2013, que veremos adiante para o nosso deleite:
Réplica: Se dos teus ombros, poeta catarrento, Tiraste o peso da torturante cruz Eu te afirmo, em nome de Jesus, Agora é o povo, tal e qual manso jumento, Que carrega o teu irmão mau elemento Nas costas esfoladas e cansadas De tanto carregar gente safada. E não haverá remédio nem unguento Que cure a dor e o imenso sofrimento De carregar essa gente descarada.
Postado por Fernando Caldas
terça-feira, 22 de outubro de 2013
ANTÓNIO GEDEÃO (1906 / 1997) Pedra Filosofal Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida tão concreta e definida como outra coisa qualquer, como esta pedra cinzenta em que me sento e descanso, como este ribeiro manso em serenos sobressaltos, como estes pinheiros altos que em verde e oiro se agitam, como estas aves que gritam em bebedeiras de azul. Eles não sabem que o sonho é vinho, é espuma, é fermento, bichinho álacre e sedento, de focinho pontiagudo, que fossa através de tudo num perpétuo movimento. Eles não sabem que o sonho é tela, é cor, é pincel, base, fuste, capitel, arco em ogiva, vitral, pináculo de catedral, contraponto, sinfonia, máscara grega, magia, que é retorta de alquimista, mapa do mundo distante, rosa-dos-ventos, Infante, caravela quinhentista, que é Cabo da Boa Esperança, ouro, canela, marfim, florete de espadachim, bastidor, passo de dança, Colombina e Arlequim, passarola voadora, pára-raios, locomotiva, barco de proa festiva, alto-forno, geradora, cisão do átomo, radar, ultra-som, televisão, desembarque em foguetão na superfície lunar. Eles não sabem, nem sonham, que o sonho comanda a vida. Que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança. António Gedeão, in "Movimento Perpétuo" © Fidel Garcia (óleo s/tela) http://www.youtube.com/ watch?v=At2J563hOvw
ASSUENSES DAS ANTIGAS
Da esquerda: Dedé Caldas, Nazareno Tavares [Barão], Andiere Abreu [Majó], Detônio Fonseca e Chico Germano. Início da década de sessenta. Fotografia tirada Praça Getúlio Vargas.
O poema abaixo, intitulado Minha Terra, Minha Gente, é parte integrante de um dos livros, com aquele mesmo título, do poeta potiguar do Assu chamado Andière Abreu, Majó, como é chamado carinhosamente. atualmente com sus bons 84 anos de idade bem vividos, na sua própria expressão. É de autoria dele, Majó, o poema que ele lembra com saudade, seus bons amigos e conterrâneos do Assu, do seu seu tempo de juventude, além de decantar as paisagens, a economia da sua terra natal querida. Vejamos adiante para o nosso deleite.
Minha terra é boa, nobre,
Uma grande área cobre
Para o verso da morada.
E a alta tecnologia
Mostra a parte da euforia
Na agricultura irrigada.
Dos conterrâneos antigos
Onde tinha bons amigos
Aos que se foram lamento,
Deles sinto muita falta,
Com as memórias em alta,
Este é o meu julgamento.
E tudo em mim se ebaralha,
O raciocínio falha
Ao lembrar Anderson Abreu,
Sempre ao chegar no Assu
Penso no grande Guru
Que vida e tudo me deu.
E respiro tristes ares
Por não ver um João Soares
E o nosso Chico Germano,
Melé, Purueca, Barão,
Dói fundo no corção
Traz tristeza e desengano.
E não me impeçam que fale
Do grande líder do Vale
Primo e amigo Arnóbio Abreu,
Ele ainda está presente
Pois do Vale toda gente
Aina não o esqueceu.
Aí a memória estira
Pois vem Alves e Traíra
Todos dois Sebastião,
Manoel Rodrigues de fé
Um irmão que bebia em pé
Só que, no pé do balcão.
Também saíram de cena
O amigo Batista Sena
E o outro Batista o Nogueira,
Homens simples e corretos,
Bons companheiros, completos
Desses para a vida inteira.
Quero lembrar o "Baixinho"
O meu mestre Francisquinho
E o amigo violão,
Que mostra ter sete vidas
Vencendo todas bebidas
tornando-se um campeão.
Só não fico mais tristonho
Por ter ainda o Detonho
Pra eu rezar nos seus altares,
E também me dá prazer
Um bom mel borges beber
Com Mariano Tavares.
Com Dedé Caldasjantar
Na Acauã conversar
Sentindo aquele véntinho
É algo maravilhoso,
Mas também é bem gostoso
Dialogar Com Zé Pretinho.
Tem gente que é um achado:
Nibinha, Carlos Machado
Ao chegar vou procura-los,
Têm o cheiro da boêmia,
Só dão prazer e alegria,
É bom poder encontra-los.
Praças, Rios, Piató.
Muitos amigos, Chicó,
Ver o Cônsul da cidade,
O Vale, a carnaubeira,
Risos, o culto à besteira,
A velhice, a mocidade.
Assu é a que nós conhecemos,
A ela tods nós demos
Valor, Orgulho, Riqueza,
Terra plena de valores
Cultuando versos, amores
Á dádiva da natureza.
Postado por Fernando Caldas
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
O vice-presidente nacional do PSC e pré-candidato à Presidência da República, Pastor Everaldo Pereira,
concedeu uma série de entrevistas a imprensa local em sua visita a
Macapá para o lançamento do PSC Mulher regional. Veja o que ele disse!
PSC no Ar - Entrevistas no Amapá
O
vice-presidente nacional do PSC, Pastor Everaldo, concedeu uma série de
entrevistas em sua visita a Macapá para o lançamento do PSC Mulher
regional.
Assu, uma terra mais
Por Alderi Dantas - Jornalista e Pós-graduando em Assessoria de Comunicação
O Assu sempre me fascinou, e não é apenas porque foi aqui que nasci. Influente na Colônia e no Império, a cidade ainda guarda resquícios dessa época de prestígio social e econômico, representado por seu antigo casario. Município oriundo do chamado “ciclo do gado”, durante muitos anos foi o centro de um vasto e florescente comércio de carne bovina exportada, na época, para o resto do território brasileiro. Antes de ser batizado de Assu pela Lei 124, de 16 de outubro de 1845, foi o Arraial Nossa Senhora dos Prazeres e a Vila Nova da Princesa.
Muitos, no entanto, preferem “Atenas norte-riograndense” expressão nascida a partir de um bem sucedido marketing feito pelo seu filho Ezequiel Wanderley, retratando uma era de cultivo das boas maneiras, da elegância e das boas letras, tendo sido a primeira cidade potiguar a abrir e manter uma biblioteca, ainda no século XIX, e também a fundar um jornal, “O ASSUENSE”, em 1867. Outros preferem simplesmente “Terra dos Poetas” e, realmente, não são poucos os assuenses poetas. Ezequiel Fonseca que não me deixa mentir, com o livro “Poetas e Boêmios do Assu”.
E mais, é também terra de filhos notáveis, como Luís Carlos Lins Wanderley, primeiro médico norte-riograndense e autor do primeiro romance potiguar “Mistérios de um Homem Rico”, Elias Souto, fundador da imprensa diária no Estado e Irmã Lindalva Justo de Oliveira, beatificada pela Igreja Católica. Porém, o número de assuenses que chegaram ao alto posto da magistratura, ou se destacaram nas armas, no comércio e nas letras são incontáveis. Eis alguns porquês do meu fascínio pelo Assu.
O Assu sempre me fascinou, e não é apenas porque foi aqui que nasci. Influente na Colônia e no Império, a cidade ainda guarda resquícios dessa época de prestígio social e econômico, representado por seu antigo casario. Município oriundo do chamado “ciclo do gado”, durante muitos anos foi o centro de um vasto e florescente comércio de carne bovina exportada, na época, para o resto do território brasileiro. Antes de ser batizado de Assu pela Lei 124, de 16 de outubro de 1845, foi o Arraial Nossa Senhora dos Prazeres e a Vila Nova da Princesa.
Muitos, no entanto, preferem “Atenas norte-riograndense” expressão nascida a partir de um bem sucedido marketing feito pelo seu filho Ezequiel Wanderley, retratando uma era de cultivo das boas maneiras, da elegância e das boas letras, tendo sido a primeira cidade potiguar a abrir e manter uma biblioteca, ainda no século XIX, e também a fundar um jornal, “O ASSUENSE”, em 1867. Outros preferem simplesmente “Terra dos Poetas” e, realmente, não são poucos os assuenses poetas. Ezequiel Fonseca que não me deixa mentir, com o livro “Poetas e Boêmios do Assu”.
E mais, é também terra de filhos notáveis, como Luís Carlos Lins Wanderley, primeiro médico norte-riograndense e autor do primeiro romance potiguar “Mistérios de um Homem Rico”, Elias Souto, fundador da imprensa diária no Estado e Irmã Lindalva Justo de Oliveira, beatificada pela Igreja Católica. Porém, o número de assuenses que chegaram ao alto posto da magistratura, ou se destacaram nas armas, no comércio e nas letras são incontáveis. Eis alguns porquês do meu fascínio pelo Assu.
Assu foi no início, terra da tribo indígena Janduís e palco de encenação
da “Guerra dos Bárbaros”, onde foram caçados todos os índios. No
tocante a natureza, o município é rico. Água em abundância, petróleo,
sol o ano inteiro e uma das melhores terras do planeta, reconhecida nos
laboratórios, nacionais e internacionais como matéria que serve de
adubo. Aqui se produz com facilidade frutas e, quem, ainda não ouviu
falar da manga, da banana e do melão do Assu. Temos peixes, legumes,
carne, leite e um imenso e belo carnaubal – que emoldura a paisagem do
município – e de onde se extrai a cera utilizada na indústria de
revestimento, calçados, cosméticos, limpeza doméstica e, mais
recentemente, na produção de papel e esteiras de palha para enrolar os
dutos de petróleo espalhados por toda a região. Já a produção cerâmica
do Assu é reconhecida nas regiões Norte e Nordeste e o seu artesanato em
todo o Brasil.
Para completar esse cenário. Assu é banhado pelo rio Piranhas/Assu. Tem o açude Mendubim e a Flona – área de floresta nacional, com raridades da flora e da fauna nordestina.
Chegando ao Assu é impossível passar pelo Quadro da Matriz, Centro da cidade, e não observar a beleza arquitetônica dos casarões seculares. Entre outros, cito o Sobrado da Baronesa, hoje Casa da Cultura Popular do Assu. Local em que, no dia 24 e junho de 1885, três anos antes da Lei Áurea, Belisária Lins Wanderley, que veio a tornar-se Baronesa de Serra Branca, serviu um banquete aos seus escravos e proclamou-os livres.
O visitante pode dar uma volta para ir à barragem do Assu, ver os seus dois jatos de água. Se estiver sangrando, o espetáculo é mais bonito, lindo mesmo. Entre as comunidades do Porto Piató e Bela Vista, você vai encontrar a lagoa do Piató, maior reservatório natural de águas do Estado. São 18 quilômetros de extensão, 2,5 de largura, capacidade para armazenar 96 milhões de metros cúbicos de água. Uma das jóias da natureza. Nesse cenário, é onde temos o prazer de encontrar Chico Lucas, que nos conta muitas histórias da lagoa durante um passeio de barco de suspender a respiração.
O peixe é o prato local. Excelente frito ou cozido com pirão. Vale a pena um cafezinho acompanhado do célebre biscoito Flor do Assu, feito com manteiga do sertão e essência de cravo e erva doce.
Entre essas jóias, o Assu tem principalmente gente boa e acolhedora. Mas, fique certo, isso é só um pouquinho do que é o Assu. O Assu é Mais.
Postado em 16/10/2013 às 11:31
Para completar esse cenário. Assu é banhado pelo rio Piranhas/Assu. Tem o açude Mendubim e a Flona – área de floresta nacional, com raridades da flora e da fauna nordestina.
Chegando ao Assu é impossível passar pelo Quadro da Matriz, Centro da cidade, e não observar a beleza arquitetônica dos casarões seculares. Entre outros, cito o Sobrado da Baronesa, hoje Casa da Cultura Popular do Assu. Local em que, no dia 24 e junho de 1885, três anos antes da Lei Áurea, Belisária Lins Wanderley, que veio a tornar-se Baronesa de Serra Branca, serviu um banquete aos seus escravos e proclamou-os livres.
O visitante pode dar uma volta para ir à barragem do Assu, ver os seus dois jatos de água. Se estiver sangrando, o espetáculo é mais bonito, lindo mesmo. Entre as comunidades do Porto Piató e Bela Vista, você vai encontrar a lagoa do Piató, maior reservatório natural de águas do Estado. São 18 quilômetros de extensão, 2,5 de largura, capacidade para armazenar 96 milhões de metros cúbicos de água. Uma das jóias da natureza. Nesse cenário, é onde temos o prazer de encontrar Chico Lucas, que nos conta muitas histórias da lagoa durante um passeio de barco de suspender a respiração.
O peixe é o prato local. Excelente frito ou cozido com pirão. Vale a pena um cafezinho acompanhado do célebre biscoito Flor do Assu, feito com manteiga do sertão e essência de cravo e erva doce.
Entre essas jóias, o Assu tem principalmente gente boa e acolhedora. Mas, fique certo, isso é só um pouquinho do que é o Assu. O Assu é Mais.
Postado em 16/10/2013 às 11:31
BISPO DE OLINDA VISITA ASSÚ
No período de 15 a 23 de outubro de 1839 – O 18º
Bispo de Olinda, Dom Frei João da Purificação Marques Perdigão (1829-1864)
visita o Assú e faz relatório:
Dia 15. “...
Chegamos à Vila do Assú pelas 7 horas, vindo ao meu encontro alguns cavaleiros,
precedidos do pároco, que já pela manhã tinha vindo ao meu encontro, e de quem
recebi mui boas notícias a cerca do seu comportamento, gozando eu complacência a
tal respeito por ter sido por mim ordenado de presbítero. Desde o princípio da
vila fui conduzido à Matriz debaixo do pálio, acompanhando-me considerável
número de povo. Entrando na Matriz cantou-se o Te Deum por dois seculares, e
posteriormente à oração diante do Santíssimo Sacramento, fui hospedado pelo
pároco com decência, passando a despedir os que me acompanhavam, depois de lhes
dar a mão a beijar, e lhes significar o fim de minha visita. Também foi ao meu
encontro o padre Baylon (assuense Padre Francisco Teodósio de Seixas Baylon),
professor de gramática latina e por mim ordenado de presbítero, que se tem
conduzido dignamente, ouvindo eu dizer que desde a mais tenra idade jamais
experimentou os efeitos provenientes de irregular conduta.
Dia 16. Despachei
alguns requerimentos.
Dia 17. Pelas 10
horas fui à Matriz conduzido debaixo do pálio, e abri a visita, praticadas as
cerimônias do costume, cujo ofício foi cantado. O sacrário, a custódia, a pia
batismal, os paramentos e mais utensílios estão decentes. A igreja está muito
suja por causa da grande inundação de morcegos, que no tempo de inverno ser
acoutam dentro. Mas por que a capela mor está decente, consenti que ali
existisse o Santíssimo Sacramento, concebendo esperança de se reparar a igreja,
de maneira que não seja mais ocupada por morcegos.
Dia 18. Examinei
sinodalmente o padre Manoel Januário com os vigários de Buique e o desta
freguesia, concedendo-lhe licença para confessar um e outro sexo por espaço de 6
meses, no fim dos quais deve examinar-se com o Visitador (o Visitador era o
Padre Francisco de Brito Guerra) desta província, antes que parta para o Rio de
Janeiro na qualidade de Senador, e cujo exame deve ser-me apresentado para lhe
deferir para o futuro. De tarde crismei mais de 100 pessoas, assistindo à
prática mais 300. Este ato foi celebrado fora da porta da matriz por causa do
mau cheiro dos morcegos, ficando as mulheres dentro da igreja, por que o campo
existia mui quente, por causa da ardência do sol. Nesta freguesia, como em
outras, tem recorrido a mim muitos pais de família para que eu obrigue a casar
com suas filhas os moços, que delas tem abusado com promessa de casamento,
fazendo-lhes vez por esta ocasião quais deviam ter sido os seus deveres, e como
se deviam conduzir segundo as leis existentes. Neste dia compareceu o vigário
encomendado dos Angicos (era o padre Manoel Antonio dos Santos Moraes Pereira
Leitão – 1836 a 1838) para me visitar, e nesta ocasião fui ciente de que ele é
brasileiro adotivo, quando natural de Lisboa.
Dia 19. Foram por
mim convocadas as principais pessoas desta vila para lhes fazer ver a urgente
necessidade de repararem as ruínas da matriz, e prestando-se todas a concorrer,
e assinando cada um sua esmola, montaram as quantias à soma de 700$ réis,
inclusa a minha esmola de 50$ réis que logo entreguei. No mesmo ato compareceu o
novo tesoureiro dos bens da matriz nomeado pelo juiz de direito, e foram
nomeados para administradores da obra o coronel Wanderley (Coronel Manoel Lins
Wanderley – 1804/1877) e o juiz de direito Bezerra, homens pobres e honrados. O
vigário da freguesia deu 100$ réis, e mandei suplicar a outras pessoas as suas
assinaturas, acreditando que depois deste ato se principiará a dita obra,
outrora malograda. De tarde crismei quase 300 pessoas, assistindo à pratica mais
de 400.
Dia 20. Ouvi missa
na matriz, cujo padroeiro é São João Batista, e depois compareceram algumas
pessoas, prestando assinatura para a obra em projeto. Neste dia me visitou o
vigário de Santana do Matos (o vigário de Santana do Matos, em 1839, era o padre
João Teotônio de Sousa e Silva, de 1822 a 71, colado), 10 léguas distante desta
vila. De tarde crismei quase 500 pessoas, assistindo à prática maior número. Por
motivos atendíveis tenho principiado a crismar pelas 6 horas da tarde,
finalizando tais atos, quando havia maior concorrência de povo, pela meia noite,
e uma hora com a melhor ordem e atenção, que prestavam às práticas
ordinariamente pelo tempo de uma hora.
Neste dia concedi
uma dispensa de cunhados por motivos urgentes.
Dia 21. Fui passar o
dia em casa do tenente coronel Fonseca, 2 léguas distante desta vila, onde
crismei quase 100 pessoas, pelas 6 horas da tarde, antes de regressar para a
vila.
Dia 22. Crismei
particularmente algumas pessoas que vieram da distância d 8 léguas, e depois
conferenciou comigo o vigário de Santana do Matos acerca de vários objetos,
respectivos à sua freguesia. Este pároco goza bom nome, e me parece existir nele
inteligência sob os seus deveres paroquiais. Veio ter comigo um militar,
suplicando-me nova nomeação de pároco para a freguesia de Touros, visto que o
proprietário existe presentemente em Pernambuco por causa de moléstia. Como
porém o padre, que ficou fazendo às vezes de vigário, não me tenha suplicado
demissão, nem dele existia queixa, não deferi a tal súplica. Concedi uma
dispensa de cunhados a um quase moribundo, amigado com uma cunhada, de quem tem
alguns filhos, atentos os motivos que me foram expostos por 3 pessoas de
probidade, sendo uma destas o vigário desta freguesia, à qual os agraciados
pertencem. Nesta freguesia como em outras tenho feito ver em minhas práticas,
que não existe faculdade para dispensar este 1º grau, para que os cunhados se
abstenham de suplicar tais dispensas, bem como não poderem os filhos menores
casar, sem licença de seus pais ou do competente ministro, e sem serem
proclamados, pois que os párocos me têm asseverado como são vexados para por em
prática os maus desígnios de seus paroquianos a respeito. Concedi outra dispensa
de cunhados, concubinados e constituídos em iminente perigo de vida, ambos
nascidos e moradores desta freguesia, precedidos os depoimentos do costume em
tais casos.
Fonte: (MARINHO, Francisco Fernandes. O Rio
Grande do Norte Sob o olhar dos Bispos de Olinda. Natal/RN,
2006).
Armando Ribeiro: maior reservatório de água doce do Estado está abaixo de 40 por cento
Barragem está com mais de 10 metros abaixo do nível total de armazenamento |
Os
reservatórios chegam ao nível crítico e muito crítico respectivamente
nas regiões Seridó, Vale do Açu e Alto Oeste do Rio Grande do Norte.
Os dados são da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Podem ser consultados AQUI.
Nesta
sexta-feira, 18, o Instituto Trata Brasil divulgou o balanço nacional,
em relação a 2010, de desperdício de água distribuída nas cidades
potiguares.
O Rio Grande do Norte aparece 49,25% da água desperdiçada, acima da média nacional que é de 37,57%.
No
que diz respeito ao nível da água, na bacia Piranhas/Açu, o quadro não
chega a ser tão crítico quanto na região de Pau dos Ferros, que a água
já não presta mais par ao consumo humano.
A
barragem Armando Ribeiro é responsável, através da perenização do rio
Piranhas/Açu, pela irrigação de pelo menos 30 mil hectares no Vale do
Açu, sendo fundamental no setor produtivo nos setores de
frutigranjeiros.
A Semarh fez medições neste reservatório no dia 17 passado, constatando que o nível de armazenamento chegou a 39,48% de sua capacidade total, que é de 2,4 bilhões de metros cúbicos de água,
A Semarh fez medições neste reservatório no dia 17 passado, constatando que o nível de armazenamento chegou a 39,48% de sua capacidade total, que é de 2,4 bilhões de metros cúbicos de água,
O
Comitê Gestor do Piranhas/Açu, composto por autoridades do Rio Grande
do Norte e da Paraíba, já está orientando os usuários de água ao longo
da Bacia Hidrográfica Piranhas/Açu.
Na medida que a água reduz, o comitê vai direcionando o abastecimento apenas para as cidades através da CAERN e carros pipas. - Cezar Alves/De Fato, com grifo nosso.
Postado por Toni Martins
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