A Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação do Assú reuniu nesta quarta-feira, 11, os idosos assistidos pelas unidades do município como modo de acolher a todos para o início das atividades do ano de 2015. O evento ocorrido na sede da secretaria contou com poesia e um café da manhã animado por um bom forró pé de serra.
A secretaria já havia, no entanto, promovido mesmo antes do início das atividades, o carnaval da “Vai Idade”, no mês de fevereiro, numa festa puxada ao som das tradicionais marchinhas de carnaval que contagiou todo o público.
A Casa do Idoso é um espaço dedicado à acolhida de pessoas acima dos 60 anos de idade. No espaço, ocorrem atividades gratuitas nas áreas da assistência social, educação, esportes, recreação, lazer e cultura. Os idosos recebem ainda refeições com cardápio orientado por uma nutricionista.
Assú disponibiliza à população 3 unidades de casas do idoso, localizadas nos bairros Bela Vista, Dom Eliseu e Vertentes.
No momento ocorrido na manhã desta quarta-feira, a secretária de Desenvolvimento Social e Habitação, Delkiza Cavalcante, reforçou o propósito de ampliar as atividades e destacou que, como sempre, as casas do idoso continuarão como um espaço de acolhida humanitária e de realização de atividades que proporcionem uma melhor qualidade de vida para os participantes. “A intenção é que nossos idosos tenham um serviço realmente útil e que os idosos se sintam felizes e valorizados”, explicou.
As Casas do Idoso estão vinculadas ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e recebe apoio da equipe técnica da secretaria para a realização das atividades.
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Assessoria de Projetos Especiais (Sec. de Governo)
Adolfo Carlos Wanderley – Musicista. Tocava quase todos os instrumentos de uma banda de música. Foi o primeiro assuense a possuir um piano. Em 1860 fundou a primeira Banda de Música, da qual era regente. Foi Secretário da Câmara de Vereadores de 1863 a 1866. Adolfo nasceu no dia 15 de agosto de 1844 e faleceu no dia 01 de janeiro de 1917.
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ALDENITA DE SÁ LEITÃO
- A POETISA IMORTAL -
A escritora e acadêmica Aldenita de Sá Leitão, assuense de coração, por herança paterna e pelo tempo vivido aqui. Terra de sua inspiração primeira. São seus pais Aldemar de Sá Leitão e Valdenita de Sá Leitão (Ninita), certamente os mais velhos lembram destas personalidades, inclusive Aldemar é patrono de uma rua em nossa cidade.
Aldenita é a autora da letra do Hino Oficial do Sesquicentenário do Município do Assu com música de Francisco Elion Caldas Nobre, instituído no ano de 1995, pelo então prefeito Lourinaldo Francimari da Fonseca Soares.
Aldenita recebeu o título honorífico de Cidadã Assuense, conferido pela Câmara Municipal do Assu no ano de 1997. Ela é Membro da Academia Feminina de Letras do Rio Grande do Norte e Sócia Benemérita da AJEB do Brasil.
Aldenita de Sá Leitão viveu muitos anos no Assu. Atualmente reside em Natal e representa muito bem a mulher assuense na literatura Potiguar.
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ANTÔNIO FELIX DA SILVA
- O MÚSICO SACRISTÃO -
No dia 23 de março de 1889 nasceu em Assu Antônio Felix da Silva. Aos 15 anos entrou para a Banda de Música da prefeitura, onde tocava saxofone. Era famosa a sua cantata do Tantum Ergo nas novenas de São João e do mês de maio.
Foi sacristão desde 1913, atividade que exerceu até sua morte. Fora nomeado pelo padre Luiz Adolfo, vigário da freguesia.
Na administração do Intendente Municipal Ezequiel Epaminondas da Fonseca, foi acendedor de lampiões durante cinco anos.
Tocava órgão na Matriz, e foi famoso sineiro no toque de dobrados. Sineiro na morte de Pio XII. Faleceu no dia 01 de março de 1966. Em Assu existe, no bairro Centro, a Rua Antônio Felix da Silva.
Junot Araújo dos Santos é uma figura de ótima qualidade. Além de bancário foi vice-prefeito do Assu. Era prefeito Lourinaldo Soares. Ele foram eleitos nas eleições de 1992. Pois bem. Junot prometeu a certa senhora sua eleitora, uma cirurgia de períneo. A operação seria feita pelo seu pai dr.
Nelson Santos logo após as eleições. Certo dia, aquela mulher procurou o vice-prefeito
com outra conversa: "Junot, no lugar da cirurgia
me arranje cinco sacos de cimento". Fátima, sua mulher,
escutando a exploração daquela eleitora, saiu-se com essa:
"Essa égua quer agora tapar o buraco com cimento!". Fernando Caldas
segunda-feira, 9 de março de 2015
Assu é uma cidade onde de tudo acontece. Pois bem, no começo dos anos noventa chegou na terra assuense um Juiz de Direito muito exigente. Aquela autoridade da magistratura começou logo a dizer nas dependências do Fórum, o seguinte: Não caso moça com calça e nem rapaz cabeludo. Foi o bastante para o poeta da rua escrever a décima adiante:
"Pela
primeira vez, a educação financeira fará parte da grade curricular do
ensino médio em quase três mil escolas, cujos professores já estão sendo
treinados."
Em meio a seguidas notícias ruins, fruto da gestão
desastrosa e de um projeto danoso para o país, temos um bom precedente
para a educação, o ensino de educação financeira.
A compreensão
de mecanismos simples da economia confere conhecimento para que crianças
e adolescentes não apenas contribuam com a gestão dos recursos
das famílias (inclusive suas futuras), mas também possam fazer melhores
escolhas de representantes, priorizando resultados práticos no lugar de
promessas vazias.
Visão de longo prazo é uma das chaves para o desenvolvimento. Educação básica, portanto, é uma das prioridades do NOVO.
Em sessão
solene realizada na manhã desta segunda-feira (09), o deputado estadual
George Soares (PR) homenageou sua mãe, Rizza Maria Macedo Montenegro
Lira, com uma placa comemorativa ao Dia Internacional da Mulher,
entregue pela Assembleia Legislativa do RN a mulheres que prestaram
relevantes serviços à sociedade potiguar.
Dona Rizza Montenegro é filha do saudoso ex-deputado Edgard Borges Montenegro e mãe do deputado estadual George Soares.
Servidora
pública estadual, foi primeira-dama da cidade do Assú por 14 anos, onde
exerceu as funções de secretária de Assistência Social e Gerente de
Saúde.
"Não é só por
ser a minha mãe, mas por ter sido um grande exemplo que dedicou parte de
sua vida à causa pública e tem o reconhecimento da população do RN. Por
isso que homenageamos Rizza Montenegro nessa sessão especial realizada
pela Assembleia Legislativa do estado", concluiu o deputado George
Soares.
No
estado do RN os movimentos feministas sempre estiveram a frente do resto
do país. Aqui a mulher conquistou primeiro o direito ao voto e ser
votada, e fez história na literatura, música e na educação.
10 mulheres potiguares que fizeram história – elenco de imagens: GDP/Reprodução da Internet
O estado do Rio Grande do Norte
historicamente é conhecido como um dos do movimento feminista no
Brasil. Desde o Brasil-Colônia, com a índia Clara Camarão (nossa
primeira heroína nacional), passando por Celina Guimarães Viana (em 1927
ela fez história tornando-se a primeira eleitora registrada foi no
Brasil), até os dias atuais, com a professoa Debora Seabra que se tornou
a primeira professora brasileira portadora da Síndrome de Down. E por
estarmos no mês de março o blog Diversidade Potiguar elencou as 10
mulheres potiguares que fizeram história.
01 – CLARA CAMARÃO
Batizada como Clara Filipa Camarão
foi uma indígena brasileira provavelmente da tribo potiguar no bairro
de Igapó na cidade do Natal, então Capitania do Rio Grande (hoje o
estado do Rio Grande do Norte), nascida na metade do século XVII que
foi catequizada por padres jesuítas juntamente com seu marido Filipe
Camarão adotando o mesmo sobrenome que ele. É considerada uma das
precusoras do feminismo no Brasil já que ela rompeu barreiras acabando
com a divisão de trabalho da tribo ao se afastar dos afazeres
domésticos, para participar de batalhas junto ao seu marido durante
as invasões holandesas em Olinda e no Recife. Clara também liderou um
grupo de guerreiras nativas na luta contra os holandeses durante a
colonização na cidade Porto Calvo no estado de Alagoas em 1637. Não há
registro do local e data de sua morte.
Saiba mais sobre a história de Clara Camarão clicando AQUI e AQUI
02 – NÍSIA FLORESTA
Nísia Floresta Brasileira Augusta, pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto,
(Papari, RN, atual Nísia Floresta, 12 de outubro de 1810 — Rouen,
França, 24 de abril de 1885) foi
uma educadora, escritora e poetisa potiguar. É considerada uma pioneira
do feminismo no Brasil e foi provavelmente a primeira mulher a romper os
limites entre os espaços público e privado publicando textos
em jornais, na época em que a imprensa nacional ainda engatinhava. Nísia
também dirigiu um colégio para moças no Rio de Janeiro e escreveu
livros em defesa dos direitos das mulheres, dos índios e dos escravos.
Saiba mais sobre a história de Nísia Floresta clicando AQUI, AQUI e AQUI
03 – AUTA DE SOUZA
Auta
de Souza foi a poetisa norte-rio-grandense que mais ficou conhecida
fora do Estado. Sua poesia, de um romantismo ultrapassado e com leves
traços simbolistas, circulou nas rodas literárias do país despertando
sempre muita emoção e interesse, e foi fartamente incluída nas
antologias e manuais de poesia das primeiras décadas. Como a maioria dos
escritos femininos, sua obra poética deixou-se contaminar pelas
experiências vividas, o que, aliás, não compromete o lirismo e o valor
estético de seus versos.
Saiba mais sobre a história de Auta de Souza clicando AQUI e AQUI
04 – CELINA GUIMARÃES
Celina
Guimarães Vianna: Foi a primeira eleitora do Brasil, alistando-se aos
29 anos de idade. Com advento da Lei nº 660, de 25 de outubro de 1927, o
Rio Grande do Norte foi o primeiro estado que estabeleceu que não
haveria distinção de sexo para o exercício do sufrágio. Assim, em 25 de
novembro de 1927, na cidade de Mossoró, foi incluído o nome de Celina
Guimarães Vianna na lista dos eleitores do Rio Grande do Norte. O fato
repercutiu mundialmente, por se tratar não somente da primeira eleitora
do Brasil, como da América Latina.
Saiba mais sobre a história de Celina Guimarães clicando AQUI e AQUI
05 – ALZIRA SORIANO
Luíza
Alzira Soriano Teixeira foi a primeira prefeita eleita no Brasil e na
América Latina. Tomou posse no cargo em 1º de janeiro de 1929. Viúva,
Alzira Soriano disputou em 1928, aos 32 anos, as eleições para a
prefeitura de Lajes, cidade do interior do Rio Grande do Norte, pelo
Partido Republicano, e venceu com 60% dos votos, quando as mulheres nem
sequer podiam votar.
Saiba mais sobre a história de Alzira Soriano clicando AQUI, AQUI e AQUI
06 – JOANNA BESSA
Joana
Cacilda Bessa, a primeira Vereadora do Brasil. Joana nascecu em 26 de
Setembro de 1898, filha de José Marcolino Bessa e Emília Rosa Botão. Ela
foi a primeira eleitora de Pau dos Ferros, um pequeno município de Jaú,
e, em 1927, a primeira intendente municipal. Foi eleita em 2 de
setembro de 1928 com 725 votos. Joana Cacilda foi a primeira mulher do
Rio Grande do Norte e do Brasil a se eleger Vereadora, já que, na época,
esse cargo era denominado de Intendente. Faleceu em 01 de novembro de
1998 aos 102 anos. Cacilda apenas é lembrada como primeira eleitora de
Pau dos Ferros, mas os pesquisadores nunca se aprofundaram na história
dessa mulher, que fez história sendo a primeira Vereadora de nosso País.
Saiba mais sobre a história de Joanna Bessa clicando AQUI e AQUI
07 – MARIA DO CÉU FERNANDES DE ARAÚJO
Maria do Céu
nasceu na cidade de Currais Novos em6 de outubro de 1910 e foi a
primeira mulher a ocupar o cargo de deputada na Assembléia Legislativa
do Rio Grande do Norte, e por extensão, também a primeira deputada
estadual mulher no Brasil. Eleita com 12.058 votos, teve seu mandato
cassado em 1937, por discordância das idéias getulistas durante o Estado
Novo.
Saiba mais sobre a história de Maria do Céu clicandoAQUI e AQUI
08 – DONA MILITANA
Militana Salustino do Nascimento, mais conhecida comoDona Militana
(São Gonçalo do Amarante, 19 de março de 1925 — São Gonçalo do
Amarante, 19 de junho de 2010) foi uma cantora de versos brasileira,
considerada por muitos a maior romanceira do Brasil.
Na década de 1990, o folclorista Deífilo
Gurgel conheceu os cantos de Dona Militana e permitiu que o país inteiro
conhecesse o talento dela. A romanceira chegou a gravar um CD triplo
intitulado “Cantares”, lançado em São Paulo e Rio de Janeiro. Críticos e
jornalistas de grandes jornais brasileiros se renderam aos encantos e a
peculiaridade da voz de Dona Militana. Em setembro de 2005, ela recebeu
das mãos do presidente Lula a Comenda Máxima da Cultura Popular,
em Brasília.
Saiba mais sobre a história de Dona Militana clicandoAQUI e AQUI
09 – ADEMILDE FONSECA
Ademilde Fonseca Delfino (São Gonçalo do Amarante, 4 de março de 1921 — Rio de Janeiro, 27 de março de 2012), mais conhecida como Ademilde Fonseca,
foi uma cantora Suas interpretações a consagraram como a maior
intérprete do choro cantado, sendo considerada a “Rainha do
choro”. Trabalhou por mais de dez anos na TV Tupi e seus discos renderam
mais de meio milhão de cópias. Além de fazer sucesso em terras
nacionais, regravou grandes sucessos internacionais e se apresentou em
outros países.
Faleceu de infarto fulminante em sua casa, no Rio de Janeiro, poucos dias depois de completar 91 anos.
Saiba mais sobre a história de Ademilde Fonseca clicandoAQUI e AQUI
10 – DEBORAH SEABRA
A
professora potiguar Déborah de Araújo Seabra de Moura é a primeira
professora com síndrome de Down no Brasil, segundo a Associação Síndrome
de Down do Rio Grande do Norte. Ela é professora auxiliar de
desenvolvimento infantil há nove anos e acaba de publicar o livro
“Déborah conta histórias”, da editora Alfaguara.
Saiba mais sobre a história de Deborah Seabra clicandoAQUI e AQUI
(Auta de Souza é a nossa poetisa maior – Imagem: Reprodução/JGGN)
Nasceu em Macaíba (RN), em 12 de setembro de 1876, filha de Eloy Castriciano de Souza e Henriqueta Leopoldina de Souza e irmã de dois políticos e intelectuais, Henrique Castriciano e Eloy de Souza. Aos 14 anos apareceram os primeiros sinais da tuberculose, obrigando-a a abandonar os estudos e a iniciar uma longa viagem pelo interior em busca de cura.
Auta de Souza deve ser considerada a poetisa norte-rio-grandense que mais ficou conhecida fora do Estado. Sua poesia, de um romantismo ultrapassado e com leves traços simbolistas, circulou nas rodas literárias do país despertando sempre muita emoção e interesse, e foi fartamente incluída nas antologias e manuais de poesia das primeiras décadas. Como a maioria dos escritos femininos, sua obra poética deixou-se contaminar pelas experiências vividas, o que, aliás, não compromete o lirismo e o valor estético de seus versos.
Aos 24 anos, no dia 7 de fevereiro de 1901, Auta de Souza morria tuberculosa. No ano anterior havia publicado seu único livro de poemas sob o título de Horto, com prefácio de Olavo Bilac, que obteve significativa repercussão na crítica nacional. Em 1910 saía a segunda edição, em Paris, e, em 1936, a terceira, no Rio de janeiro, com prefácio de Alceu de Amoroso Lima.
Antes de serem reunidos em O Horto, parte de seus poemas foram publicados em jornais como A Gazetinha, de Recife, O Paiz, do Rio de Janeiro, e A República, A Tribuna, o Oito de Setembro, de Natal, e nas revistas Oásis e Revista do Rio Grande do Norte. Os poucos poemas inéditos que deixou foram recolhidos e publicados nas edições seguintes de o Horto.
(Auta de Souza (1876 – 1901) – Heróis de Todo Mundo)
PrólogoLaélio Ferreira de Melo es un ex-periodista brasileño, oriundo de Natal. Su
tío João Menezes de Melo, el Sargento Menezes, fue un héroe y un
temprano mártir de la Aviación Militar brasileña. Los precursores
uruguayos Tydeo Larre Borges, José Luis Ibarra y Coralio Lacosta, fueron
sus compañeros de "turma", en el curso de vuelo realizado en 1920, en
el Campo dos Afonsos, en Río de Janeiro. Este relato es uno de tantos
que ha publicado con los temas de los gloriosos comienzos de la
aviación verde-amarelha. Laélio Melo cuenta que la anécdota del "Pássaro
Branco", así como la "gaffe" social de Larre Borges, están aún frescas
en la memoria colectiva de su tierra natal. Pilotoviejo
O “PÁSSARO BRANCO”
Antes
do tempo dos americanos, numa madrugada de muita chuva e relâmpago,
voando baixo e sem nenhuma visibilidade, o monomotor Breguet passou por
cima de Parnamirim, roncando. Pouco depois, no lusco-fusco do alvorecer,
os poucos moradores da Fazenda “Maracujá”, em Santo Antônio do Salto da
Onça, assombrados, ouviram o rojo daquele “bicho do céu” torando mato
ralo no tabuleiro até parar, fumaçando, nas moitas de xiquexique.
Correu, todo mundo, para acudir.
Um
dos aviadores, socorrido pelo colega, gemia baixo, com profundo corte
na testa. Destroçado, o avião, pintado de branco, tinha, na fuselagem, a
figura azulada de um pássaro e uma legenda: “L’Oiseau Blanche” (“O
Pássaro Branco”). Começara mal, para os tripulantes, o raiar do dia 17
de dezembro de 1929.Voando a 150 KMs por hora, com um moderníssimo motor
Lorraine de 450 HPs, tinham saído de Sevilha (La Tablada), na Espanha,
48 horas antes da queda, ao meio-dia de 15 de dezembro. Haviam
sobrevoado o Marrocos e a Mauritânia – de onde, em Port Etienne,
embicaram na direção da América do Sul. Natal e Parnamirim serviriam
apenas como pontos de referência. A meta, o recorde que buscavam, era
chegar a Montevidéu, no Uruguai, sem escalas. São Pedro e a tempestade
não permitiram! Viram, de longe, do mar, o piscar do farol da Fortaleza
dos Reis Magos. Neca de Parnamirim, da pista dos franceses da
Aeropostale! Tudo breu, escuridão !
Molhado, sangrando na testa, o fidalgo Capitão León Challe, do Exército
francês, herói condecorado na Grande Guerra, filho de General, detentor
de mais de uma dezena de recordes mundiais de aviação, é acolhido com
carinho por um casal de velhos, na humilde casinha de taipa e chão
batido. O Tenente-Coronel Tydeo Larre Borges, do Exército uruguaio, na
solidária companhia de vaqueiros, vai pedir socorro na vizinha Fazenda
“Jucá”, de Epaminondas Martins, por coincidência Prefeito do município.
Tydeo
Larre Borges, nesse final de década (1929), já era figura legendária no
Uruguai e tinha, tanto quanto o francês Challe, renome internacional.
Dois anos antes, em 03 de março de 1927, comandando um hidroavião, o
“Uruguay”, caiu no litoral marroquino (Guad Fatma) e com três
companheiros de vôo foi capturado por nômades do deserto, que pediram
resgate de 5.000 pesetas ao governo do Marrocos Espanhol. No dia 05, os
franceses da Aeropostale, Ville e Mermoz, baseados em Cap Juby,
localizaram os restos da aeronave. Presos aos lombos de camelos, os
uruguaios foram localizados, do ar, no dia 07, por Guillaumet e
Riguelle. Exupery – aquele mesmo, o do “Pequeno Príncipe” - e Reine, no
dia seguinte, chegam ao acampamento dos seqüestradores, em Puerto
Casando, para negociar. Os árabes, alvoroçados, resolvem aumentar o
preço para a soltura de Larre e seus companheiros. Estabelecida a
confusão, três reféns correm para o Breguet de Reine. Borges, num golpe
de sorte, entre tiros e desaforos em três idiomas, também se escafede no
outro avião, com Saint-Exupery. Um dos pilotos resgatados foi o Capitão
José Luis Ibarra. Coincidentemente ele e Larre Borges foram, no Campo
dos Afonsos, colegas de turma do Sargento João Menezes, meu tio,
falecido em 1920, natalense, com quem fizeram larga amizade, no Rio. O
diabo é que – vamos ver - a terra do Sargento não tratou muito bem o
oficial uruguaio! Depois da estadia
forçada no Rio Grande do Norte, obtendo alta León Challe, partiram os
aviadores, no dia 22, para Montevidéu, onde foram homenageados. Além do
pouso não previsto, do acidente, um incidente lamentável marcaria a
passagem do futuro Brigadier General Larre Borges por Natal. Sem dúvida
dolorido na alma e no corpo, acompanhando, no hospital, o tratamento do
companheiro francês e amargando a derrota por não ter concluído o reide,
ao não aceitar um intempestivo e provinciano convite para “um banquete
de homenagem” na Escola Doméstica de Natal – na época era “chiquérrimo” !
–, o grande aviador entrou em rota de colisão com os costumes locais,
provocando a ira da elite e o conseqüente ataque impiedoso da imprensa,
açulada pelo padre João da Matta. Dias depois, de Montevidéu, com
elegância, procurou desfazer o “imbróglio” constrangedor. Em cartas aos
jornais da cidade, em bom português, afiançou a antiga admiração pelo
Brasil, a convivência cordial com os brasileiros e a passagem pelo Campo
dos Afonsos, revelando, ainda – para surpresa de muitos – ser a esposa
(Elena Gallarreta Urrutia), a mãe dos seus filhos, brasileira ! Morreu
de saudade, o Brigadier General, em 1984, aos noventa anos, uma semana
depois da morte da sua Elena – com quem viveu setenta.
O primeiro
engenho construído no Rio Grande do Norte, o Cunhaú, foi palco de um
grande morticínio no dia 16 de julho de 1645. Durante a celebração da
missa de domingo, um grupo de algozes formado por mais de 200 soldados
holandeses e índios potiguares (Jandúis, do Assu) mataram o padre André
de Soveral e outros 69 fiéis.
Três meses
depois, no dia 03 de outubro, a Igreja registra mais um morticínio pelas
tropas holandesas, dessa vez em Uruaçu. Segundo os relatos históricos,
nesse massacre os holandeses usaram de mais crueldade ainda, arrancando
as línguas dos fiéis para que não proferissem orações católicas. O
celebrante, padre Ambrósio Francisco Ferro, foi torturado e morte. O
camponês Mateus Moreira teve o coração arrancado.
No massacre de
Cunhaú foram assassinados 69 pessoas, das quais apenas duas foram
identificadas; em Uruaçu foram mais 79 mortos e identificados apenas 28.
É na data do segundo massacre, em 03 de outubro, que a Igreja Católica
celebra a memória dos mártires Padre André de Soveral, padre Ambrósio
Francisco Ferro, Mateus Moreira e demais fieis que foram assassinados.
Pesquisadores de Leeds (Inglaterra) alertaram nesta terça-feira para a possibilidade de médicos subestimarem os riscos a que estão expostos seus pacientes com o uso prolongado do paracetamol, o mais popular entre os analgésicos.
Doentes crônicos que recorrem ao medicamento – usualmente, pessoas que costumam ingeri-la diariamente e em grande quantidade por vários anos – tendem a aumentar o risco de morrer ou então desenvolver problemas renais, intestinais e cardíacos, afirmaram os estudiosos.
Liderada por Philip Conaghan, no Instituto de Medicina Reumática e Músculo-esquelética, a equipe analisou dados a partir de oito estudos já publicados sobre o uso frequente de paracetamol.
Os dados disponíveis referem-se apenas a pessoas que tiveram o remédio receitado por um médico e não incluíram quem compra na farmácia por conta própria.
Um desses oito estudos tinha constatado uma taxa maior de letalidade, de até 63%, comparando usuários do paracetamol com quem não tinha sido receitado no período em que o estudo foi realizado.
Outras quatro pesquisas concluíram elevado risco de problemas cardiovasculares, variando de 19% a 68%. O risco de hemorragia gastro-intestinal e outros efeitos colaterais no intestino chegou ao máximo de 49%.
Por fim, em três dos trabalhos acadêmicos referenciados houve acordo quanto à ingestão de paracetamol causar problemas no sistema renal.
Amplamente recomendado como o primeiro passo para acabar com várias dores, o paracetamol é tido por muitas pessoas como mais seguro do que aspirina e ibuprofeno.
O novo estudo levou a outras conclusões na pesquisa: na comparação com outros remédios, o paracetamol pode não ter qualquer vantagem para o tratamento de osteoartrite, reumatismo e dores agudas na coluna lombar.
Publicação: 2015-03-06 08:
A chuva que cai desde a madrugada desta sexta-feira (6) na
Grande Natal já causa transtornos aos moradores. Em vários locais da
cidade são registrados pontos de alagamento. A previsão é que o tempo
permaneça chuvoso, pelo menos, até terça-feira (10).
Alice AndradeBairro de Candelária, em Natal, com o céu completamente nublado; moradores relatam pontos de alagamento na zona Sul de Natal
Na
avenida Abel Cabral, em Nova Parnamirim, a chuva formou um espelho
d'água na pista, deixando o trânsito lento no local. No mesmo bairro,
moradores já registram ruas alagadas.
No bairro do Alecrim, na
altura do Camelódromo, um engarrafamento prejudica o fluxo do trânsito
para quem sem no sentido do viaduto do Baldo, na Cidade Alta.
Na
estrada da Coophab, que dá acesso ao Estádio Frasqueirão, na Rota do
Sol, motoristas relatam vários pontos difíceis de trafegar devido às
chuvas.
Segundo o meteorologista Gilmar Bistrot, da Empresa de
Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), as chuvas devem
acontecer na região durante os próximos cinco dias. "Essa instabilidade
climática acontece em toda em região Nordeste, o que pode causar chuvas
pelo menos até a próxima terça-feira (10)", explicou ele. Até o momento,
Natal registrou 65 mm de chuva, sendo o pico no bairro de Neópolis, na
zona Sul, onde chuveu 84 mm.
Ainda segundo o meteorologista da
Emparn, a quantidade de chuva pode oscilar dentro do período. "Não há
como saber se vai chuva forte como a de hoje até a terça-feira, mas é
certo que irá chuver em algum momento do dia durante o período, as vezes
mais intensa e as vezes menos", completou.
Levando as batidas do lundu para a Europa, Domingos Caldas Barbosa fez sucesso entre a elite portuguesa
Adriana de Campos Rennó – http://www.revistadehistoria.com.br/secao/retrato/batuques-em-lisboa
Quando a primeira música foi gravada no Brasil, em 1902, havia ali a influência de um poeta e compositor que fez sucesso muito antes, ainda no século XVIII. A canção “Isto é bom”, de Xisto Bahia (1841-1894), era um lundu, gênero musical do qual foi precursor um brasileiro que viveu muitos anos em Portugal. Domingos Caldas Barbosa (1740-1800) misturou aos seus versos ritmos melódicos tipicamente africanos, dos batuques dos escravos. E deu um tom de novidade à poesia feita na sua época. A importância do lundu, e, consequentemente, de Barbosa, está na maneira como esse gênero inspirou a criação de outros – o maxixe, inventado no século XIX, é um exemplo – e a carreira de artistas considerados pioneiros da música popular brasileira, como Chiquinha Gonzaga (1847-1935).
Barbosa deixou uma obra que contribuiu para a formação da identidade brasileira. O poeta viveu numa época em que a sociedade ainda procurava imitar em tudo a portuguesa, vista como o modelo a ser seguido. O mesmo acontecia na literatura, em que os autores lusos eram a grande referência. Mas os novos ritmos e letras com influência africana sugeriam que a Colônia era diferente da metrópole: maliciosa, malemolente, sensual, irreverente e encantadora – características que hoje são associadas ao modo de ser do brasileiro.
Com suas composições, Barbosa introduziu uma poesia menos rígida do que a neoclássica, que era a corrente em Portugal e se baseava numa linguagem nobre, elevada, capaz de manter os sentimentos sob o controle da razão. Ao “violar” as regras da época, o poeta abriu caminho para o que outras gerações consagrariam no futuro: uma expressão romântica, mais livre e subjetiva, repleta de versos com jogos de palavras que tinham uma forte musicalidade.
“Nhanhá faz um pé de banco/ Com seus quindins, seus popôs/ Tinha lançado seus laços/ Aperta assim mais os nós (…) Logo que nhanhá saiu/ Logo que nhanhá dançou/ O cravo que tinha ao peito/ Envergonhado murchou”, dizia a letra de um de seus lundus. Barbosa já escrevia com a intenção de ter seus poemas cantados, e não lidos individualmente. Eles deviam servir de fundo para as danças de salão nas festas, fossem populares ou nobres, exaltando a graça do remelexo das mulheres de forma sensual e atrevida.
Já as modinhas – outro gênero musical do qual Barbosa também foi precursor – tentavam expressar os sofrimentos de amores não correspondidos ou nunca concretizados, mas de forma menos erótica do que os lundus: “Eu sei, cruel, que tu gostas,/ Sim gostas de me matar;/ Morro, e por dar-te mais gosto/ Vou morrendo devagar/ […] O veneno do ciúme/ Já principia a lavrar/ Entre pungentes suspeitas/ Vou morrendo devagar”. A musa desses poemas é inalcançável. O ritmo é mais arrastado, bem diferente das marcações aceleradas e pulsantes do lundu. A melancolia é um traço forte das modinhas, mais lentas e contidas, e ainda assim populares.
Como sua poesia, o próprio Domingos era resultado de uma mistura que marcou presença na formação do Brasil. Mulato, ele era filho de um funcionário público português, Antônio de Caldas Barbosa, e de uma escrava angolana de nome desconhecido. Nasceu assim que o navio que trazia seus pais da África aportou no Rio de Janeiro – ou mesmo dentro do navio, como sugerem alguns biógrafos – e estudou no Colégio dos Jesuítas, como a maioria dos filhos de portugueses abastados. Nessa escola escreveu suas primeiras poesias, com tendência satírica e repentista. Após servir como soldado na Colônia do Sacramento – região disputada por Portugal e Espanha, hoje parte do Uruguai –, foi enviado a Coimbra, Portugal, para estudar na universidade de 1770 a 1772.
Os planos de Barbosa mudaram assim que ele se instalou em Portugal e recebeu a notícia da morte de seu pai. Sozinho numa terra estrangeira onde não tinha parentes, abandonou a ideia de estudar porque precisava tratar do sustento. Passou a escrever versos encomendados pelos estudantes e a cantar em festas universitárias. Ele compunha, na maioria das vezes, na forma de improviso, para musicar e acompanhar os versos ao som de sua viola de arame. O apelo ao exotismo da mestiçagem cultural brasileira servia como uma espécie de “tempero” para a sua poesia, que fazia sucesso entre os jovens. Mas era durante as férias da universidade que Barbosa tinha mais dificuldades. A cidade ficava vazia, e o poeta, sem trabalho, chegou a passar fome.
Sua vida mudou ao ser apadrinhado por dois nobres portugueses que conhecera em uma festa: José Luís de Vasconcelos e Sousa (1740-1812), genro do conde de Pombeiro, e seu irmão Luís de Vasconcelos e Sousa (1742-1809). De tão encantados com o talento de Barbosa, os dois o trataram como se fosse da família. Logo o ajudaram a se instalar definitivamente na corte em Lisboa, conseguindo para ele o cargo de capelão da Casa da Suplicação (o supremo tribunal de justiça do Reino de Portugal), o que o faria ser conhecido também como “Padre Caldas”.
Na capital do Reino, Barbosa participou das atividades artísticas patrocinadas pelo marquês de Pombal (1699-1782). Mesmo após a ascensão ao trono de D. Maria I (reinado, 1777-1816), o poeta continuou frequentando o Palácio Real. Seu prestígio no meio intelectual cresceu a tal ponto que em 1790 ele passou a presidir a Nova Arcádia, agremiação literária que se reunia no Palácio dos Condes de Pombeiro e pretendia reavivar a Arcádia Lusitana, associação semelhante extinta em 1774.
Alguns escritores consagrados da época, como Bocage (1765-1805), Filinto Elísio (1734-1819) e Agostinho de Macedo (1761-1831), participavam da Nova Arcádia, que deixou de existir em 1794, após desentendimentos entre seus membros. Barbosa às vezes assinava como Lereno Selinuntino, um pseudônimo bem ao gosto da moda pastoral do Arcadismo, o movimento literário do século XVIII que, retomando modelos clássicos, se opunha aos exageros do barroco, privilegiando temas ligados ao mundo natural.
No entanto, nem tudo era luxo e festa na vida do poeta brasileiro. Alguns de seus colegas de literatura criticavam duramente sua obra e o viam como um simples “modinheiro”, um mero compositor de letras de músicas a serviço da diversão, de um sentimentalismo derramado, sem qualquer riqueza estética que o pudesse qualificar como um verdadeiro homem das letras.
Essa desconfiança persistiu ao longo dos anos, mesmo após sua morte, em 9 de novembro de 1800, em Lisboa. E é um dos fatores responsáveis por ele não ser tão conhecido quanto outros artistas da sua época, como Bocage e Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), ainda que a nascente geração romântica do século XIX tivesse promovido um resgate da sua memória com a publicação no Brasil, em 1826, do segundo volume de Viola de Lereno, coletânea com as composições de Barbosa. O primeiro volume havia sido lançado pelo próprio poeta em 1798, em Portugal.
Valorizando Barbosa, os românticos buscavam uma literatura nacional para sustentar a pátria que havia acabado de conquistar a independência política em 1822. E conseguiram: mesmo sem ser muito conhecida, a obra do poeta permanece, mais de 200 anos depois, nas raízes da cultura brasileira.
Adriana de Campos Rennó é professora da Universidade Paulista e autora de Caldas Barbosa e o pecado das orelhas: a poesia árcade, a modinha e o lundu (textos recolhidos e antologia poética) (Arte & Ciência, 2005).
Saiba Mais – Bibliografia
BARBOSA, Domingos Caldas. Viola de Lereno. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1944. v.1 e v.2. TINHORÃO, José Ramos. Domingos Caldas Barbosa: o poeta da viola, da modinha e do lundu (1740-1800). São Paulo: Ed.34, 2004.
Saiba Mais – Discografia
História da música brasileira II (vários, s/d) Marília de Dirceu (vários, s/d) Modinhas fora de moda (vários, s/d) Modinhas e lunduns dos séculos XVIII e XIX (vários, 1997) Música de salão do tempo de D. Maria I (vários, 1994) 1900: a virada do século (vários, s/d) Ninguém morra de ciúme (vários, s/d) Viagem pelo Brasil (vários, s/d)