segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Fantástica essa analogia!
No ventre de uma mãe havia dois bebês.
Um perguntou ao outro:
- "Vc acredita em vida após o parto?"
O outro respondeu:
- "É claro. Tem que haver algo após o parto. Talvez nós estejamos aqui para nos preparar para o que virá mais tarde."
- "Bobagem", disse o primeiro.
- "Que tipo de vida seria esta?"
O segundo disse:
- "Eu não sei, mas haverá mais luz do que aqui. Talvez nós poderemos andar com as nossas próprias pernas e comer com nossas bocas. Talvez teremos outros sentidos que não podemos entender agora."
O primeiro retrucou:
- "Isto é um absurdo. O cordão umbilical nos fornece nutrição e tudo o mais de que precisamos. O cordão umbilical é muito curto. A vida após o parto está fora de cogitação."
O segundo insistiu:
- "Bem, eu acho que há alguma coisa e talvez seja diferente do que é aqui. Talvez a gente não vá mais precisar deste tubo físico".
O primeiro contestou: - "Bobagem, e além disso, se há realmente vida após o parto, então, por que ninguém jamais voltou de lá?"
- "Bem, eu não sei", disse o segundo, " mas certamente vamos encontrar a Mamãe e ela vai cuidar de nós."
O primeiro respondeu:
- "Mamãe? Vc realmente acredita em Mamãe? Isto é ridículo. Se a Mamãe existe, então, onde ela está agora?"
O segundo disse:
- "Ela está ao nosso redor. Estamos cercados por ela. Nós somos dela. É nela que vivemos. Sem ela este mundo não seria e não poderia existir."
Disse o primeiro:
- "Bem, eu não posso vê-la, então, é lógico que ela não existe."
Ao que o segundo respondeu:
- "Às vezes, quando vc está em silêncio, se vc se concentrar e realmente ouvir, vc poderá perceber a presença dela e ouvir sua voz amorosa".
Este foi o modo pelo qual um escritor húngaro explicou a existência de Deus.
Este meu riso, triste e macilente.
Perdido sobre o peito dolorido,
Bem demonstra o pesar e o sofrimento
De um desgraçado e de um desiludido.
Este meu riso, sem contentamento
Este meu vago olhar amortecido
São os sinais amargos do tormento
Da vida indesejável de um perdido
Vivo sempre a beber, de bar em bar,
Afogando num cálice de aguardente
A dor que faz meu peito pensar?
Chorando ou rindo, vou passando a esmo.
E no vício morrendo lentamente
Fazendo assim o enterro de mim mesmo.

Júlio Soares, poeta assuense

ANTIGA PAUTA DA FESTA DO PADROEIRO DO ASSU, SÃO JOÃO BATISTA. 1956






domingo, 20 de janeiro de 2019





REGISTRANDO - Hoje, 20-4, perdi na morte um velho e amigo querido desde os tempos de menino no meu velho e querido Assu, chamado José Regis de Sousa. Na terra assuense vivemos a infância e começo da juventude, bem como em Natal, parte da vida adulta. Fomos colegas na assembléia legislativa. Ele, servindo ao gabinete do deputado Paulo Montenegro. Eu, na qualidade de Sub-coordenador de Administração Financeira e Orçamentária daquele parlamento estadual (cargo que ele, Regis, antes teria ocupado). Isso, na década de noventa. Foram, portanto, quase sessenta e quatro anos de amizade verdadeira, sincera, leal, correta. Regis, apresentava um programa político através da importante Rádio Princesa do Vale, do Assu com muita audiência, denominado Registrando.Figuras influentes da política potiguar foram por ele sabatinados através da princesa e da sua rádio web Nova 98. Ele foi apresentador de um programa esportivo da Rádio Cabugi de Natal, no início da década de setenta. Figura da melhor têmpera, de ótima qualidade, da melhor cepa. Assustei-me ao saber da sua partida, apesar de já esperada em razão da doença grave que lhe acometera. Creia-me Regis que chorei ao saber da sua morte, como vou, como sempre vou reviver os dias felizes que passamos juntos. Regis participou ativamente desde moço, da vida social e política do Assu festeiro, poético, politiqueiro. Foi vereador e presidente da câmara municipal da terra assuense. Por fim, meu velho amigo. Vá, "vá com Deus" como diz a canção, na certeza de que um dia, sei lá quando, do nosso reencontro! Afinal, Regis. O grão para ser fecundo, teria que morrer! É da bíblia. Descanse, durma o sono dos justos!

Fernando Caldas

sábado, 19 de janeiro de 2019

Roubo o orvalho da noite
para disfarçar com suas pérolas
as lágrimas depositadas na almofada.
Levas-me a madrugada
quando despes a noite
deixando-a nua de abraços
e o meu peito órfão do teu.
Soletrando a memória
da sede em que me bebes
deixas pela casa
a ternura abandonada
dum abraço.
O sabor fossilizado dos beijos
aroma interrompido do amor
nas palavras gretadas sem resposta.
E lentamente
passeio os dedos pela memória
onde tudo é imortal.
Onde as linhas do destino
já foram percorridas
e a chuva soluça pelos vidros
abafando ofegos transpirados
enquanto o vento sopra o teu nome
para longe da sombra das memórias.
Perco-me no rabiscado das sombras
e numa dança irreal
meu espírito eleva-se
onde surgem
pétalas de doçura
pingadas
de fantasias e loucuras
e a ti rendo-me.


(Cristina Costa)

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PELO 'FUNDO'

Pacó (apelido) era uma figura boêmia da cidade de Assu, onde exerceu a profissão de garçom nos clubes sociais da terra assuense. Ele trabalhou também como servente, num convênio que a prefeitura daquele município tinha com a Fundação SESP,  fazendo privadas pré-moldadas de cimento, para serem doadas as pessoas carentes do Assu. Pois bem, João Fonseca era o Secretário de Administração daquela prefeitura no governo de Walter de Sá Leitão (1972-75). Pacó, ao sair do trabalho, sujo e imundo, foi direto a sala daquele secretário para que ele, Fonseca, autorizasse a tesouraria fazer o pagamento pelos seus serviços prestados, que seria pago pela verba do FPM - Fundo de Participação dos Municípios. João Fonseca versejou de improviso, essa quadrinha:

Eu não lhe posso pagar
Pois você está imundo
Vá primeiro se banhar
Pra receber pelo 'fundo'.

Postado por Fernando Caldas

Capitão Manoel Varella Barca, lá do Assú (I)

João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Nas minhas pesquisas genealógicas, uma personagem sempre presente, na vida de Assú, foi sem dúvida o capitão Manoel Varella Barca. Entretanto, não encontrei, até agora, maiores referências sobre sua vida por parte de nossos escritores. Está esquecido pelos seus e pelos outros. Faleceu aos dez de setembro de 1850.
Pelos assentamentos de praça, vemos que passou a tenente em 3 de março de 1791 e a capitão em 18 de agosto do mesmo ano. Quando da invasão da Ilha de Manoel Gonçalves, por corsários ingleses, em 1818, foi o capitão Manoel Varella Barca quem recebeu a primeira informação do Comandante do Degredo da Ilha, Alexandre José Pereira.
Foi procurador e administrador das várias fazendas de Cristovão da Rocha Pitta, morador na Bahia, e da viúva Costa, da praça de Pernambuco.
No seu testamento, escreveu que era natural da Vila do Cabo, da Província de Pernambuco, filho de José Varella Barca e Dona Brites Paz Barreto, na época, já falecidos. Cita alguns irmãos, já falecidos, José, Rosa Josefa, Maria, Anna e Brites. Não fala sobre irmãos vivos.
Disse mais que foi casado três vezes. O primeiro casamento foi com Dona Luzia Florência da Silva, da qual teve quatro filhos, a saber: Manoel Varella, Maria Juliana, José Varela e Francisco Varella, todos falecidos; seu segundo casamento foi com Dona Francisca Ferreira Souto, da qual teve seis filhos, a saber: Domingos Varella, Manoel Varella, falecido, Rosa, Maria Beatriz, Maria Francisca, Francisca Ferreira Souto, já falecida; seu último casamento foi com Dona Bertholeza Cavalcanti Pessoa, da qual não teve filhos.
Dona Luzia Florência da Silva, primeira esposa do capitão Manoel Varella Barca, era filha do capitão João Ferreira da Silva e Brites Maria de Mello. Os quatro filhos desse casamento eram falecidos quando do testamento do capitão. Francisco e José morreram conforme o relato a seguir.
Em seu discurso pronunciado na abertura da segunda sessão da terceira legislatura da Assembleia Legislativa Provincial, do Rio Grande do Norte, do dia 7 de setembro de 1841, o vice-presidente da Província, coronel Estevão José Barboza de Moura, faz o seguinte relato: dia 13 de dezembro de 1840, se apresentou pelas nove horas da manhã no campo fronteiro à Matriz na qual tinha de celebrar-se o ato de eleição, um concurso de setenta pessoas, mais ou menos, armadas e capitaneadas pelo tenente da extinta segunda linha, José Varella Barca, e por seu irmão Francisco Varella Barca. Por aquela mesma hora teve de seguir para o lugar destinado o destacamento do Corpo Policial, que ali existe, e havia sido requerido pela autoridade competente para guardar e manter o sossego, na forma da lei; e quando passava este em pequena distância do grupo recebeu tiros de mosquetaria; à vista do que o seu digno comandante, o tenente de Polícia José Antonio de Souza Caldas, mandou fazer também fogo contra o inimigo, que então reconheceu, repelindo assim a força, que o guerreava; de cuja luta, que durou por espaço de três quartos de hora, resultou morrer imediatamente o segundo chefe Francisco Varella, e ficar gravemente ferido em um perna o primeiro José Varella; serem baleados um sargento, e um guarda de Polícia, ambos gravemente, uma mulher que chegava à sua porta na ocasião do fogo, e alguns outros do inimigo, ao número de dez ou doze, os quais todos escaparam, menos o infeliz tenente José Varella, que faleceu de um mês de padecimentos.
Francisco Varella Barca foi representado no testamento pelos seus filhos: Manoel Varella Barca, casado; Pio Pierres Varella Barca, maior de 21 anos; Maria Senhorinha Varella Barca, casada com Antonio Barbalho Bezerra Junior; Senhorinha, casada com Luis Felis da Silva; Francisca, e mais Luzia Maria, Maria Josefa e José, menores.
José Varella Barca foi representado pelos seus filhos legitimados Maria Clara, casada com Manoel Tavares da Silva (no registro de casamento, em 1835, ela aparece como filha natural de Clara Francisca Bezerra); José, Manoel, Luzia e Maria, esses menores.
Maria Juliana, já falecida em 1835, era casada com Francisco de Souza Caldas, e foi  representada pelos filhos Manoel Lins Caldas, Francisco Lins Caldas e Tertuliano de Alustau Lins Caldas, todos casados; Luiz Lucas Lins Caldas, solteiro e maior de 21 anos; Maria Genoveva Lins Caldas casada com Felis Nobre de Medeiros; Luzia Leopoldina casada com Felis Francisco da Silva.
Em um assentamento de praça, consta que Manoel Varella Barca Junior, filho do capitão Manoel Varella Barca, era natural das várzeas do Apodi, idade de 20 anos, de altura 5p e 6p, cabelos pretos, olhos pardos, sentou praça em 23 de junho de 1806, solteiro e criador de gados.
Manoel Varella Barca Junior, o mais velho deles, era casado com Thereza de Jesus Xavier, filha de Francisco Xavier de Souza Junior e Dona Bernarda Dantas da Silveira. Esse casamento foi na capela da Utinga, em 30 de outubro de 1817. No testamento foi representado por seus filhos Francisco Xavier Varella Barca, nascido na Utinga, batizado em 20 de novembro de 1820, casado com Josefa Jovina Pimentel Varella Barca; Manoel Varella de Souza Barca; José Varella de Souza Barca (na época do inventário, preso na cadeia de Natal); e Luzia, nascida na Utinga, batizada em 29 de outubro de 1819, casada com João Gomes Freire.
Trecho de um debate na Câmara Federal entre José Moreira Brandão Castelo Branco e Amaro Carneiro Bezerra Cavalcanti

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

A imagem pode conter: céu, atividades ao ar livre, texto, natureza e água


-Pare de me investigar,
Seu Fux, faço esse apelo...
Que eu tô vendo a hora o povo
Descobrir o desmantelo
E aquele negócio aqui
Tá que não passa um cabelo...


Manoel Cavalcante
O soneto intitulado Carnaval transcrito abaixo, intitulado Carnaval, de autoria  do poeta Norte-riograndense do Assu chamado João Lins Caldas vamos encontrar publicado em O Correio da Manhã, importante Jornal do Rio de Janeiro, edição de 1924. Vejamos:

Gritos se agitam  fora... E' a mascarada
- Uma sombra, outra sombra se insinua
Momo de guiso e os arlequins na rua...
E tudo rola pela desfilada...

Dizer tudo é nã dizer de nada...
E' a verdade mais negra, esta mão crua
E' tudo ver por uma só calçada,
Tudo nos raios de uma mesma lua...

ouço fora e lá dentro... Que se olha
Há, gigantesco, no perfil que avulta
Um portentoso vulto que encandeia...

Traço por traço, o coração retalha...
... E enquanto o gênio como um sol trabalha
A multidão lá fora cambaleia...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

VAIS
Vais... vais partir e, aqui, amargurado
Não cessarei de ti chorar um dia.
Em tudo, cruel, a dor se me anuncia,
E, todos, ressurgem os sonhos do passado.

Longas noites no sofrer gelado
Eu sei que vou passar... a nostalgia
Encherá os peitos dessa letargia
Onde soluça o Amor que foi sonhado...

Tudo que em mim de ti falando vê-se
Segreda-me com ânsia de queixume:
"Sei que, quem parte bem cedo se esquece..."

"Vais... meu amor! Minha doce ilusão!"
E´ loucura de mim teres ciúme
Aqui fica meu corpo e segue o coração...


(João Lins Caldas)


"Depois dos quarenta se a gente não acordar com dor, é porque morreu."
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RAIOS
Centro de Assú-RN Raios por todos os lados
16.01.2019







quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

O passar do tempo na Manoel Montenegro

Por Pedro Otávio Oliveira
Em uma época onde as mídias sociais ainda nem tinha os seus primeiros suspiros e a internet não passava de um termo nunca ouvido e estranho, a comunicação era por meio das cartas,

telegramas ou pela Companhia TELERN que tinha seus postos na cidade, com Lolete Lacerda, Neide Oliveira, Dalva Cabral, Raimunda, Ilná e Eurli como funcionárias. Sem a interferência de qualquer aparato como esse, a amizade imperava, o calor humano da convivência era o que unia os amigos e vizinhos. A vida modorrenta da pequena cidade interiorana não tinha muito atrativo, senão as festas e matinês no Clube Municipal ou AABB e filmes no Cine Teatro Pedro Amorim, como Jesuíno Brilhante, Dio Come Ti Amo, Candelabro Italiano.

A efervescência política, cultural e os acontecimentos sociais tinham maior destaque no centro da cidade que resumia-se nas poucas artérias, no quadro da Igreja, na Praça do Rosário e na rua mais habitada: a Manoel Montenegro. Em um tempo que não havia placas para indicar o nome delas, a referência lograva a denominação de cada uma: Rua das Flores, das Hortas, dos Paus, da Palha, Beco do Padre, do Cemitério, de Nila, da Pharmacia, de Abdias. Mas depois deram nomes de figuras importantes para as antigas ruas sem identificação: Rua Siqueira Campos, Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto.

Os viventes e testemunhas daquele inesquecível tempo podem provar os nomes anteriores a Manoel Montenegro, que foi uma homenagem àquele inesquecível político que, por 13 anos, foi prefeito municipal e residente da mesma rua. Celso da Silveira, que nasceu no “castelo” de seus pais, afirma em prosa e verso, no seu primeiro livro: “26 Poemas do Menino Grande” que “só porque não me consultaram, as ruas perderam os seus nomes bonitos e o prestígio, e a cidade a sua tradição!”. Ao relembrar a paisagem humana daquela rua, ou seja, os seus moradores, deparo-me com uma cena com ressábios de luxúria, podendo ainda ter conhecido muitas daquelas figuras amigas.

Ao começar pela esquina com a Avenida Senador João Câmara, do lado do poente, tinha a loja Charmant, de Aurinha, que, à época, era um empreendimento para vender artigos de decoração, cama, mesa e banho.

O alfaiate que fez o terno do casamento de meu avô morava ali também, Pedro Rodolfo França, com sua esposa D. Helena e sua família.

Um funcionário da antiga “Mesa de Renda”, em Macau, Santos Lima e sua esposa D. Raimundinha moravam na casa vizinha; que também morou Belídson Dias e Emília Soares, Geraldo Morais e D. Maria Lessa e família.

O proprietário da casa vizinha era o Sr. José Teotônio de Melo, da qual foram inquilinos Fernando Souza (filho de Chico Celestino e Maria Quirino) e José de Deus e Nildinha Mendes.

Nessa casa havia morado um sargento da polícia chamado José Jacob Pereira. Após seu falecimento continuaram morando sua esposa Clotilde (Tudinha) e sua filha Iolanda (Ió).

O Coronel Pedro Jacob era pai do sargento e morava na casa vizinha com sua esposa Chiquinha. Havia na fachada daquela casa uma inscrição desconhecida por todos: “VSF”. O comerciante Pedro Kefffas Oliveira (Pedro da Farmácia), sua esposa Mundinha e a prole de nove filhos também residiram na mesma casa.

Adroaldo Macêdo, D. Claudina e suas filhas residiram por um curto tempo na casa que depois fora vendida ao casal Sr. Piloto e D. Chiquinha.

A professora Aurora Vieira (Lalá), sua mãe Zefinha e seu primo Louro, com a presença diária de uma figura folclórica chamada “João Perdido”. Também morou ali D. Maria Galego.

A casa era de D. Calú Freire que vendeu a Francisquinho e Zulmira, os pais da cabelereira Lilita Dias, que na mesma casa estabeleceu seu salão de beleza para receber as lindas mulheres assuenses, inclusive, a conterrânea radicada no Rio de Janeiro, Núbia Lafayette.

Vizinho, morava a família do casal Tico-Tico e Vicência.

Por coincidência, ao lado, tinha outra Vicência, mas seu marido era Sr. João.

Dentre essas personalidades inigualáveis, tinha o rábula Dr. Lou – João Marcolino de Vasconcelos e Engrácia.
O casal que fornecia leite para a vizinhança, Sr. Lair e D. Palmira, também moravam lá com a filha Maria Helena e irmã Noêmia.

João Vicente e D. Buguinha, os pais de Francisquinha que depois residiu na mesma casa com sua família.
A costureira e bordadeira Maria das Vitórias Wanderley.

Sr. Eduardo Wanderley e D. Milu, sua esposa. O então prefeito Walter de Sá Leitão, com sua esposa D. Dilina e os filhos.

Residiu ali também o agropecuarista Zequinha Pinheiro e sua esposa D. Lília. Após a mudança deles para o Rio de Janeiro, a casa foi reformada e passaram a morar lá Lauro Leite, D. Elita e filhas. Maria Olímpia Oliveira (Maroquinha) passou uma temporada de 1968 na mesma casa. O ex- gerente do Banco do Brasil Antônio Pereira e D. Maria Neide, bem como o ex-prefeito Walter de Sá Leitão também residiram lá com suas famílias. Por fim, o dentista José Mariano da Fonseca, sua esposa Socorro Leite e filhos.

Manoel Chicó era o proprietário. Sr. Vicente Avelino e D. Nila Oliveira foram os primeiros moradores da casa, após a saída do proprietário. Depois chegou a família de Heitor Cabral e, por fim, os irmãos Beltrão, Maria Helena e Verônica.

O médico e ex-prefeito Ezequiel Epaminondas da Fonseca Filho também residiu ali e proporcionou indeléveis momentos políticos.

O principal trampolim político era a imponente residência do médico e líder político, primeiro prefeito constitucional, Dr. Pedro Soares de Araújo Amorim e sua esposa Maria Beatriz Montenegro Amorim; esta era tia de Edgard Borges Montenegro, que com sua esposa D. Maria Auxiliadora e filhos foram os sucessores.

Na esquina com o “beco” de Dr. Amorim, estava a casa onde funcionou no ano de 1884 o Teatro São José, dando continuidade à rua. Naquela casa residiu o Coronel Antônio Germano da Silveira e, posteriormente, o seu genro Sandoval Martins de Paiva e sua filha Maria Edite Germano com os filhos.

O Sr. José Cabral, homem alto, muito magro e esguio morava logo após.

Vizinho a ele, residia o Sr. Geraldo Dantas, funcionário do Banco do Brasil e figura de destaque nos carnavais como Rei Momo “vitalício”, com sua esposa D. Judilita Tavares e filhos.

Fernando Tavares, fazendeiro, agropecuarista do tempo do “império do algodão e cera de carnaúba” bem sucedido residia naquela casa com sua esposa D. Celeste e seus doze filhos. Vem-Vem também recebeu ali importantes figuras, inclusive, seu compadre e amigo Dix-Sept Rosado, com quem, no brutal acidente, faleceram juntos.

Naquela casa, que também era de Sr. Vem-Vem, moraram os filhos solteiros dele e, por último, seu genro Edmilson Caldas e sua filha Gelza com os filhos.

O atual patrono da rua, Manoel Pessoa Montenegro, morava com sua esposa D. Maria (Marieta) Lacerda e seus filhos. Em Nova Parnamirm, existe uma referenciada avenida da qual D. Maria Lacerda é patrona. Posteriormente, João Batista Lacerda Montenegro (filho do casal), sua esposa Lourdinha e filhos moraram na mesma casa.

O Juiz de Direito Dr. Pedro Viana morava vizinho. Depois, José Montenegro e a família residiu lá.
Por um curto tempo, a família do comerciante Chico Celestino e D. Maria Quirino morava vizinho. Após a saída deles, chegou Araci Bezerra.

Também morava nessa rua uma pessoa de apelido Bioto, que era motorista de Antônio Niquinha.

Ewerton Bezerra, sua esposa D. Izalmir e filhos moraram vizinho. Após eles, chegou a família de Agenor Cacho Galliza e Aparecida (Cidinha) Torres Galliza, do Cartório.

José Camilo e D. Benigna Machado também moraram com sua família.


Vizinho a eles, estava a família de Edinor Machado e D. Letícia Bezerra.

Naquela casa residiu uma figura inesquecível do Assu religioso: o sacristão Antônio Félix e sua esposa D. Maria Madalena. Continuou lá a família de sua filha D. Maria Heloísa e o esposo Sr. Chico de Ernesto. Houve um acontecimento inusitado que foi o casamento de dois pedintes: "Castanha Chôcha e Cachorrinha de Borracha", e a casa de Sr. Antônio Félix serviu para a arrumação da noiva.

Além de Chico Celestino e D. Maria Quirino que também morou na casa vizinha, teve Mazinho (funcionário do Banco do Brasil) e sua esposa Salete Soares.

Essa casa era desabitada, de propriedade dos Soares de Macêdo, mas Maria Clara Oliveira (Maria Carteiro), mãe de Pedro da Farmácia, também morou lá.

Denotando luxo e riqueza, fazendo jus a sua denominação, o “Castelo” abrigou várias famílias, dentre elas: a de Enéias Caldas e D. Neófita, pais de Renato Caldas, lugar onde ele nasceu; a de João Celso Filho e D. Maria Leocádia de Medeiros Furtado da Silveira, época de muita fartura e alegria naquele sobrado, também nasceram lá os filhos do casal; e a de Abel Fonseca e D. Iracema Borges. Dolores da Silveira, filha de João Celso Filho, conta em seu livro que no porão havia muitos malões de frutas que eram colhidas no Camelo, fazenda de sua família.
Vizinho a eles morava Sr. Pedro Adelino e família.

Seguido de Francisco (Chico) Morais e Dulce Sá Leitão.

Na descida para o Macapá, era a casa de Augusto Sá Leitão (de Lula) e D. Maria Laura. Tinha o “beco” dividindo e, logo na esquina, a casa do imortal João Lins Caldas, onde ele desfrutava de sua solidão.

Do lado do nascente, na esquina com a Senador João Câmara, era a Limeira. Depois, a Farmácia Continental de José Diógenes.

Descendo a Manoel Montenegro, chegava à Igreja Católica Apostólica Brasileira, que tinha como bispo Dom Alexandre Martins de Carvalho, conhecido como Xandu, residente na Praça do Rosário.
O Supermercado de David Know e Aline Madruga, grandes entusiastas da safra do melão.

O casal Cristóvão Tavares (Totó) e D. Sebastiana (Sebasta) moravam com sua família. Vale ainda ressaltar a figura de seu filho João Crisóstomo, dramaturgo, professor, técnico em datilografia.

Na esquina do “beco da prefeitura” era a casa de Francisco Ximenes e Francisca Dias, que depois fora vendida a Lico Moreira e Dinah.

Do outro lado era instalada o posto da TELERN, que servia aos beneficiários do centro.
A garagem da prefeitura abrigava o carro Veraneio.

A casa e armarinho de Cícero França e D. Consuelo e família.
Duas irmãs Iracema e Giselda Wanderley residiram lá, bem como João Batista Mafaldo e Laurita Leite, D. Nila Oliveira.

Ainda residindo no Rio de Janeiro, Zequinha Pinheiro iniciou a construção de sua casa preparando-se para o seu regresso em 1951. Depois a casa fora alugada ao Tenente Adilson e sua esposa, a professora Zélia Chediak. O odontólogo Dr. Bevenuto Gonçalves e Gracinha estabeleceram consultório e residiram lá. Após um tempo, Salete e José Nazareno, sobrinhos dos proprietários, retornaram.

Existia a Torrefação do Sr. José Dias da Costa e D. Anita Caldas.
A casa de Sr. Galego e D. Quena.

A casa do proprietário da loja Varieté, Manoel Rodrigues Peixoto e D. Auta e família.
A casa e mercearia de Chico Batista.

O inventor do primeiro nome dessa rua foi, sem dúvida, um indivíduo com a visão fixada na posteridade. Pensou nas flores no sentido real e figurado: haviam muitas flores cultivadas por velhos moradores; as flores mais importantes e destacadas foram as formidáveis criaturas que residiram nessa distinta artéria de nossa terra. Famílias multiplicaram sua descendência, comércios obtiveram prosperidade, amizades foram laçadas e cada vez mais tornaram-se firmes. Salve a Rua das Flores, Siqueira Campos, Floriano Peixoto, Manoel Montenegro! Salve os seus moradores!

Por Pedro Otávio Oliveira

(Neto de Pedro da Farmácia, residente da Manoel Montenegro)
Roberto Meira
PANORÂMICA - Serie
Rua Pref. Manoel Montenegro, — em Assu.

EU...TU Eu sou doçura, Mas o mel és tu A imagem é minha, Mas a cor é dada por ti A flor sou eu, Mas tu és a fragrância Eu sou felicidade, Ma...