Não precisa ser futurólogo, nem profeta. Basta ter um pouco de capacidade analítica. Basta conviver com os arquivos das insinuações. Basta ser atento às contradições.
sábado, 10 de fevereiro de 2024
OS ALVES E OS ROSADO JUNTOS
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024
Por Valério Mesquita, in Poucas e Boas
"O ex-deputado Paulinho Montenegro, da legislatura de 1987 a 1990, gostava de assediar o presidente Vivaldo Costa por alguns cargos ou gratificações para os seus afilhados políticos. Ao seu redor, Paulinho via esse ou aquele deputado ser contemplado e ele nada. Certo dia, numa reunião da Mesa, após mais uma relutância de Vivaldo, Paulinho não se conteve e perante todos, já aflito, interrogou, unindo o dedo indicador ao polegar, numa postura de súplica: “Como é Vivaldo, não vai me dar um grauzinho, não?”
(Em tempo: O 'graguzinho' que Paulinho Montenegro se referia, era mais um cargo comissionado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, seque seria eu, Fernando Caldas, o indicado. Fui, portanto, diretor de Almoxarifado e Subsecretário de Administração e Orçamentária naquela casa legislativa por indicação do deputado Paulo Montenegro).
sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024
ERA ASSUENSE O GIGANTE DA PROPAGANDA BRASILEIRA
A publicidade é uma forma de linguagem
poética.
JMM
Hoje, 2/2, Dia do Publicitário, faço lembrar João Moacir de Medeiros (1921-2008), nascido na poética cidade de Assu, importante município do interior do Rio Grande do Norte. No Rio de Janeiro, Moacir viveu durante mais de sessenta anos, onde fez história na propaganda moderna brasileira. Moacir era uma mistura de potiguar com carioca, bom palestrador. Era prazeroso ouvi-lo narrar a sua fantástica trajetória vivida principalmente na propaganda brasileira. Ele fundou em 1950 a JMM Publicidade (sigla do seu nome). Antes, porém teria trabalhado na revista PN. "Eu sempre fui um repórter", depõe Moacir que começou a fazer propaganda e tornou-se rapidamente conhecido, ganhando muito dinheiro e credibilidade. O Café Paulista foi o seu primeiro cliente.
Já famoso pelas suas criações geniais, o banqueiro mineiro Magalhães Pinto
contratou sua agência para fazer a publicidade do Banco Nacional de Minas
Gerais (seu cliente durante trinta anos). Aquela casa bancária chegou a ser
considerada como um dos cinco maiores bancos privados do Brasil. E quem não se
lembra da propaganda (do guarda-chuva) que abria no final dos anos sessenta e
na década de setenta, o Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão. O renomado
publicitário Cid Pacheco já falecido (que participou ativamente da campanha de
Hugo Chaves a presidência da Venezuela), foi parceiro de Moacir durante décadas
na JMM Publicidade. Pacheco depõe que o guarda-chuva "foi um dos maiores
símbolos promocionais da publicidade de todos os tempos."
Moacyr em 1954, foi o protagonista da primeira eleição marketizada no Brasil, contratado
por Magalhães Pinto, para fazer a campanha de Celso Azevedo, pela UDN (um jovem
engenheiro que o povo não conhecia), para prefeito de Belo Horizonte, contra
Amintas de Barrros pelo PSD – Partido Social Democrático e que tinha o apoio de
Juscelino Kubitschek e do PTB de Getúlio Vargas. Moacyr, ao chegar naquela
terra mineira e, ‘mineiramente’, no seu próprio dizer, escultou os taxistas, os
barbeiros, entre outras pessoas de várias atividades, descobriu e explorou que
Celso Azevedo seria o primeiro belo-horizontino a governar aquela capital mineira,
produziu uns versos que mandou musicar e introduziu um jingle para rodar no
rádio (entre outras estratégias que ele usou), que diz assim: “O povo reclama
com razão / minha casa não tem água / minha rua não tem pavimentação / mas não
basta reclamar, meu senhor / é preciso votar num candidato de valor."
A moda pegou e, em apenas três semanas, Celso Azevedo que somente tinha o apoio
de Magalhães Pinto e do PDC (um partido de pouca expressão eleitoral), ganhou a
eleição para Amintas de Barros tido como um candidato populista e imbatível em
Belo Horizonte.
Para a conceituada jornalista do jornal do Brasil Anna Ramalho (Coluna
Opinião), num artigo datado de 19 de fevereiro de 2006, depõe que Medeiros
"é um gênio da propaganda. O Jornal Nacional foi assim batizado por sua
sugestão: na época do seu lançamento, era patrocinado pelo Banco Nacional da
família Magalhães Pinto, principal cliente da agência". E vai mais adiante
aquela conceituada jornalista, ao dizer que Moacyr teve outras invenções como
"o tema ponte aérea, criado para Real Aerovias, ainda na década de
sessenta". E aquela ex funcionária da JMM, não dispensa elogios a pessoa
do seu ex patrão, afirmando que "Medeiros é um exemplo de pessoa descente,
do brasileiro que soube ganhar muito com o seu trabalho, mas sempre de uma
forma digna, sem cambalachos e maracutaias".
Já, o publicitário Jonga Oliveira no seu blog "Casos" da
Propaganda", comenta que Moacyr "foi muito importante na história da
propaganda. Não somente a carioca, como também a brasileira". E vai mais
adiante aquele agente de publicidade, ao dizer que "a sua JMM
constituiu-se, já na década de cinquenta, uma das agências pioneiras na reformulação
da comunicação no Brasil".
Afinal, não se fala (ele presidiu a Federação Nacional das Agências de
Propaganda) da história da propaganda moderna no Brasil, sem antes colocar João
Moacir de Medeiros em posição de destaque. A marca JMM vendida para publicitários de Belo
Horizonte.
João Moacir de Medeiros nasceu no Assu/RN, no dia 25 de abril de 1921 e encantou-se no dia 6 de agosto de 2008.
(Fernando Caldas)
________________
Em tempo: João Moacir
de Medeiros era meu primo próximo pelo lado da tradicional família Lins Caldas,
de Assu/Ipanguaçu/RN. Foi meu pai Edmilson Lins Caldas que embarcou Moacir no
porto de Natal com destino ao Rio de Janeiro, no inicio da década de quarenta. Acho que embarcado no Navio Ita.
ERA POTIGUAR DO ASSU O GIGANTE DA PROPAGANDA BRASILEIRA
A publicidade é uma forma de linguagem poética.
JMM
Hoje, 2/2, Dia do Publicitário,
faço lembrar João Moacir de Medeiros (1921-2008), nascido na poética cidade de
Assu, importante município do interior do Rio Grande do Norte. No Rio de
Janeiro, Moacir viveu durante mais de sessenta anos, onde fez história na
propaganda moderna brasileira. Moacir era uma mistura de potiguar com carioca,
bom palestrador. Era prazeroso ouvi-lo narrar a sua fantástica trajetória
vivida principalmente na propaganda brasileira. Ele fundou em 1950 a JMM
Publicidade (sigla do seu nome). Antes, porém teria trabalhado na revista PN.
"Eu sempre fui um repórter", depõe Moacir que começou a fazer
propaganda e tornou-se rapidamente conhecido, ganhando muito dinheiro e
credibilidade. O Café Paulista foi o seu primeiro cliente.
Já famoso pelas suas criações geniais, o banqueiro mineiro Magalhães Pinto
contratou sua agência para fazer a publicidade do Banco Nacional de Minas
Gerais (seu cliente durante trinta anos). Aquela casa bancária chegou a ser
considerada como um dos cinco maiores bancos privados do Brasil. E quem não se
lembra da propaganda (do guarda-chuva) que abria no final dos anos sessenta e
na década de setenta, o Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão. O renomado
publicitário Cid Pacheco já falecido (que participou ativamente da campanha de
Hugo Chaves a presidência da Venezuela), foi parceiro de Moacir durante décadas
na JMM Publicidade. Pacheco depõe que o guarda-chuva "foi um dos maiores
símbolos promocionais da publicidade de todos os tempos."
Moacyr em 1954, foi o protagonista da primeira eleição marketizada no Brasil, contratado
por Magalhães Pinto, para fazer a campanha de Celso Azevedo, pela UDN (um jovem
engenheiro que o povo não conhecia), para prefeito de Belo Horizonte, contra
Amintas de Barrros pelo PSD – Partido Social Democrático e que tinha o apoio de
Juscelino Kubitschek e do PTB de Getúlio Vargas. Moacyr, ao chegar naquela
terra mineira e, ‘mineiramente’, no seu próprio dizer, escultou os taxistas, os
barbeiros, entre outras pessoas de várias atividades, descobriu e explorou que
Celso Azevedo seria o primeiro belo-horizontino a governar aquela capital mineira,
produziu uns versos que mandou musicar e introduziu um jingle para rodar no
rádio (entre outras estratégias que ele usou), que diz assim: “O povo reclama
com razão / minha casa não tem água / minha rua não tem pavimentação / mas não
basta reclamar, meu senhor / é preciso votar num candidato de valor."
A moda pegou e, em apenas três semanas, Celso Azevedo que somente tinha o apoio
de Magalhães Pinto e do PDC (um partido de pouca expressão eleitoral), ganhou a
eleição para Amintas de Barros tido como um candidato populista e imbatível em
Belo Horizonte.
Para a conceituada jornalista do jornal do Brasil Anna Ramalho (Coluna
Opinião), num artigo datado de 19 de fevereiro de 2006, depõe que Medeiros
"é um gênio da propaganda. O Jornal Nacional foi assim batizado por sua
sugestão: na época do seu lançamento, era patrocinado pelo Banco Nacional da
família Magalhães Pinto, principal cliente da agência". E vai mais adiante
aquela conceituada jornalista, ao dizer que Moacyr teve outras invenções como
"o tema ponte aérea, criado para Real Aerovias, ainda na década de
sessenta". E aquela ex funcionária da JMM, não dispensa elogios a pessoa
do seu ex patrão, afirmando que "Medeiros é um exemplo de pessoa descente,
do brasileiro que soube ganhar muito com o seu trabalho, mas sempre de uma
forma digna, sem cambalachos e maracutaias".
Já, o publicitário Jonga Oliveira no seu blog "Casos" da
Propaganda", comenta que Moacyr "foi muito importante na história da
propaganda. Não somente a carioca, como também a brasileira". E vai mais
adiante aquele agente de publicidade, ao dizer que "a sua JMM
constituiu-se, já na década de cinquenta, uma das agências pioneiras na reformulação
da comunicação no Brasil".
Afinal, não se fala (ele presidiu a Federação Nacional das Agências de
Propaganda) da história da propaganda moderna no Brasil, sem antes colocar João
Moacir de Medeiros em posição de destaque. A marca JMM vendida para publicitários de Belo
Horizonte.
João Moacir de Medeiros nasceu no Assu/RN, no dia 25 de abril de 1921 e encantou-se no dia 6 de agosto de 2008, aos 87 anos de idade.
(Fernando Caldas)
________________
Em tempo: João Moacir
de Medeiros era meu primo próximo pelo lado da tradicional família Lins Caldas,
de Assu/Ipanguaçu/RN. Foi meu pai Edmilson Lins Caldas que embarcou Moacir no
porto de Natal com destino ao Rio de Janeiro, no inicio da década de quarenta.
segunda-feira, 29 de janeiro de 2024
Prezada Dona Chica de Igapó:
Venho, de novo respeitosamente,
Com a minha filosopotia pai d’égua,
Solicitar a tua quente goiabinha
Para o meu particular uso e abuso.
Prometo que saberei borogodeá-la
Sem mais, sem menos, sem talvez
Pelo menos uma vez por mês
Limeirando uma, duas ou três.
Do teu Chico que nasceu em Caicó
País de cabra macho e de jumentos
Que adoram apreciar o luscofusco
De tangerinas e lobisomens. Arre égua,
Acabo de me lembrar agora: o Peru
Ganhou a guerra da Coréia
Com a força de sua idéia.
Passa, passa, passatempo,
Tempo, tempo, passa lento,
Jesus Cristo nasceu em Caicó
E morreu em Jardim do Seridó
Assim diz o Novo Testamento.
(Chico Doido de Caicó)
A virgem Maria estava
Brigando com São José:
Você vendeu a jumenta
Me deixou andando a pé
Desta maneira eu termino
Voltando pra Nazaré!
Nisso gritou São José
Maria, deixa de asneira!
Vou comprar outra jumenta
Do jeitinho da primeira,
Quando ouviram uma zuada
No descer duma ladeira
Era um caminhão de feira
Que vinha da Galileia.
São José disse eu vou ver
Se tem canto na boleia
Que possa levar nós três
Até perto da Judeia!
São José deu com a mão,
O motorista parou.
Tem três canto pra nós três?
Jesus foi quem perguntou.
Disse o motorista tem,
Jesus respondeu eu vou!
E foram subindo os três.
Disse o motorista: para!
A gasolina subiu
A passagem é muito cara.
Vocês estarão pensando
Que meu carro é pau-de-arara?
São José puxou da faca
Pra furar os pneus.
Jesus já muito amarelo
Disse assim quando desceu:
Valha-me Nossa Senhora,
Que diabo fizemos eu?!
De: Zé Limeira, poeta paraibano. Ou melhor dizendo,
“o poeta do absurdo.
quarta-feira, 24 de janeiro de 2024
DE JOELHOS - versos eróticos do poeta potiguar João Lins Caldas. Caldas, penso eu, muito antes da poeta carioca Gilka Machado já teria produzido em 1909, versos de cunho erótico. Vejamos o poema publicado no Almanaque Baiano, para 1909.
domingo, 21 de janeiro de 2024
sábado, 20 de janeiro de 2024
CUNVERSA FIADA
Por Renato Caldas
Meu patrão, essa é a verdade:O véio num tem vontade...
Nem faz tudo quanto qué!
Os fio é quem manda nele.
Inté nas coisa que é dele,
Quem manda mais é a muié.
- Quando aperta a cruviana
E o frio véio se dana,
A muié toma o lençó;
Adespois, só de marvada
num dá nem uma beirada...
E o véio, qui druma só.
O véio fica gemendo,
grunindo, se mardizendo
Sem uma garra de lençó.
Com uma dô nas canela!
Grunindo qui nem cadela,
Inté o saí do Só.
Se tem baile, o véio vai.
Tem qui i - pruque é pai
E tem qui se apresentá.
Chega lá, fica assentado...
É o papé mais safado
Qui o home pode chegá.
Cada fia, um namorado
Num nogento xixinado!
A dança? Num é dança não.
É aquela esfregadeira,
Num se dança uma rancheira,
Uma varsa, um xóte ou baião.
Num se vê um engravatado.
É um bando de Pé rapado
Qui só sabe arrufiá.
A burundanga é tão feia!
Nem o salão tem candeia
Pru forró alumiá.
- Orilo Danta é quem diz:
"Ah! tempo véio feliz
Dos namorados no bêco...
Aproveitando a rebarba...
E os véio, sujando a barba
Cum a goma do dôce sêco."
Hoje é sujando a vergonha.
In vez de cana é maconha...
Home faz vez de muié!
Usa cabelo cumprido
E pu riba o atrevido
Inda confessa o qui é.
Deus é Pai, num é padrasto!
- Nem sempre a luz de um astro
Clareia a lama do chão...
Morrendo o respeito humano,
Nem mesmo por um engano
Se pode têr sarvação.
A cunversinha tá boa!
Porém, um vento de prôa
Pode nos atrapaiá.
Quem cunversa, muito erra
E a água que imbebe a terra
É a mesma qui vai pro Má.
Tudo quanto hoje recramo:
É fulô, é fruita é ramo!
Nasceu da mesma raiz.
Para falá a verdade:
São coisas da mocidade...
Tudo isso eu também fiz.
PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...
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Um dos princípios que orientam as decisões que tratam de direito do consumidor é a força obrigatória dos contratos (derivada do conceito de ...
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Uma Casa de Mercado Mercado Público (à direita) - Provavelmente anos vinte (a Praça foi construída em 1932) Pesquisando os alfarrábios da...