segunda-feira, 1 de abril de 2024

SOBRE O ASSU E SUA GENTE

Gonçalo Lins Wanderley foi o primeiro proprietário de um automóvel de  luxo, com cortinas de seda. Foi ele também o primeiro presidente da Câmara Municipal quando aquela casa tinha o poder de legislar e administrar. Fora, portanto, a primeira organização de um governo local, criada em 1786 e instalada a 11 de agosto de 1788, cuja data denomina-se uma das ruas na cidade de Assu.


A poetisa e educadora Sinhazinha Wanderley conta que em Assu existiu um pequeno museu com aves e cobras dessecadas, além de um pedaço do osso do cangaceiro Jesuíno Brilhante.

As primeiras iluminações públicas eram feitas de vela de cera de carnaúba, de azeite de peixe dentro de um caco e, depois, com clássicos lampiões a querosene. A iluminação era nos casarões dos velhos coronéis (da cera de carnaúba).

O primeiro poço tubular fora instalado na propriedade denominada "Arranhenta" de propriedade de Luiz Gomes de Amorim. Luiz adquiriu o equipamento nos Estados Unidos, fabricado pela Aermotor Campany, de Chicago. Chegou ao Assu a 11 de fevereiro de 1916. 

O telégrafo fora instalado a 11 de dezembro de 1890, na então rua São Paulo, atual Minervino Wanderley.

O primeiro cinema foi o Cine Theatro Pedro Amorim, trazido por Luiz Correia de Sá Leitão, com a grande colaboração do Cel. Francisco Martins Fernandes que foi em terra assuense, comerciante bem sucedido, além de agente do Banco do Brasil.

O primeiro avião a pousar no Assu foi um C-30 militar, no dia 24 de agosto de 1938. Tinha a denominação de "Mucuripe", informa Dolores Silveira.

O primeiro Vigário do Assu foi Manuel de Mesquita e Silva, em 1726.

O primeiro promotor público do Assu foi Manuel da Silva Ribeiro.

O primeiro tabelião público do Assu foi Manuel de Melo Montenegro Pessoa, avô de Edgard Borges Montenegro.

O primeiro médico do Rio Grande do Norte foi Luiz Carlos Lins Wanderley, formado na Bahia. Além de ter sido o primeiro romancista do Rio Grande do Norte e, se não foi o primeiro, pelo menos  foi um dos primeiros poetas do Assu.

O primeiro farmacêutico do Assu foi Pedro Soares de Araújo Amorim, diplomado na Bahia em 1857.

O primeiro dentista do Assu foi Francisco da Câmara Caldas, formado na Bahia, em 1929.

O primeiro engenheiro civil do Assu foi Raul de Sena Caldas, formado no Rio de Janeiro para onde ainda jovem, na década de trinta, regressou aquela terra carioca. No Rio fora engenheiro do Departamento de Águas e Esgotos daquela  terra carioca, bem como fora convidado pelo Conselho Britânico a conhecer a Inglaterra. Raul era proprietário de terras no Vale do Assu (Ipanguaçu).

O primeiro professor normalista do Assu foi o dr. Luiz Antônio Ferreira Souto dos Santos Lima.

O primeiro conjunto habitacional do Assu, casas populares, leva o nome de Dom Eliseu.

A poetisa e educadora sinhazinha Wanderley conta que em Assu existiu um pequeno museu com aves e cobras dessecadas, além de um pedaço do osso do cangaceiro Jesuíno Brilhante.

As primeiras iluminações públicas eram feitas de vela de cera de carnaúba, de azeite de peixe dentro de um caco e, depois, com clássicos lampiões a querosene. A iluminação era nos casarões dos barões (da cera de carnaúba).

O primeiro poço tubular fora instalado na propriedade denominada "Arranhenta" de propriedade de Luiz Gomes de Amorim. Luiz adquiriu o equipamento nos Estados Unidos, fabricado pela Aermotor Campany, de Chicago. Chegou no Assu a 11 de fevereiro de 1916.

O telégrafo fora instalado a 11 de dezembro de 1890, na então rua São Paulo, atual Minervino Wanderley.

O primeiro cinema foi o Cine Theatro Pedro Amorim, trazido por Luiz Correia de Sá Leitão com a grande colaboração do Cel. Francisco Martins Fernandes que foi em terra assuense, comerciante bem sucedido.

O primeiro avião a pousar no Assu foi um C-30 militar, no dia 24 de agosto de 1938. Tinha a denominação de "Mucuripe".

O primeiro Vigário do Assu foi Manuel de Mesquita e Silva, em 1726.

O primeiro promotor público do Assu foi Manuel da Silva Ribeiro.

O primeiro tabelião público do Assu foi Manuel de Melo Montenegro Pessoa, avô do ex-prefeito e deputado estadual Edgard Borges Montenegro.

O primeiro médico do Assu e do Rio Grande do Norte foi Luiz Carlos Lins Wanderley, formado na Bahia. Além de ter sido o primeiro romancista do Rio Grande do Norte. E, se não foi o primeiro foi um dos primeiros poetas do Assu.

O primeiro farmacêutico do Assu foi Pedro Soares de Araújo Amorim, diplomado na Bahia em 1857.

O primeiro dentista do Assu foi Francisco da Câmara Caldas, formado na Bahia, em 1929.

O primeiro engenheiro civil do Assu foi Raul de Sena Caldas, formado no Rio de Janeiro para onde ainda jovem, na década de trinta, regressou aquela terra carioca. No Rio era engenheiro do Departamento de Águas e Esgotos daquela e fora convidado pelo Conselho Britânico a conhecer a Inglaterra. Raul era proprietário de terras no Vale do Assu (Ipanguaçu).

O primeiro professor normalista do Assu foi o dr. Luiz Antônio Ferreira Souto dos Santos Lima.

O primeiro bairro habitacional do Assu é o bairro Dom Eliseu.

(Fonte: Francisco Amorim, Sinhazinha Wanderley, Fernando Caldas).

sábado, 30 de março de 2024

Hérnia de disco: aposentadoria ou auxílio-doença no INSS?

 

Reconciliação e despedia

 

Por Walter de Sá Leitão sobre João Lins Caldas.

 

Um importante depoimento póstumo, de uma figura do Assu inteligente, chamado Walter de Sá Leitão, para um gênio filósofo chamado João Lins Caldas. Vejamos para o nosso deleite:

 

Há cinco anos, mais ou menos, o velho e amigo João Lins Caldas limitara nossa amizade a saudações e cumprimentos simples e – não poucas vezes – estas cortesias eram para ele um constrangimento. 

 

Por muitos frequentara a nossa casa, diariamente, sentindo-se à vontade, contando-me dramas da sua vida, atitudes que tomara em certos e determinados casos, especialmente como funcionário público, e, por fim, recitando seus formidáveis poemas e sonetos. Na sua espetacular inteligência, havia um ponto característico dos poetas – “as imaginações” – que lhe produziram um gênio tempestivo e absoluto para viver, anormalmente, entre os seus semelhantes. Uma simples conversa que divergisse do seu ponto de vista, em relação especialmente a determinadas pessoas, era o bastante para multiplicar o número dos seus desafetos, acrescido do dialogante. Reconhecendo-o POETA, sonhador, portando, jamais considerei suas denúncias, acusações ou julgamentos aqueles por quem se dizia prejudicado. Isto lhe causava um mal estar, cujos efeitos eu minorava contando-lhe anedotas picantes, piadas, impúdicas e ele, o velho Caldas, sem arrefecer os ódios, retira-se anotando-me no seu caderno como um indigno, também. Distanciava-se de mim, torcia caminhos para não me encontrar, porém eu o procurava, intrometia-me nos ambientes onde ele comparecia e, assim, ia amenizando sua intolerância, sem conseguir modificar suas sentenças. 

 

Como poeta era sublime, vibrações, divinais; um disco de sonatas infindas que quanto mais se ouvia, mais desejos se tinha de continuar ouvindo. No cotidiano da vida, era humano...

 

Ontem, dia 18, as seis horas da manhã, caminhávamos em direção ao Mercado Público, quando, em frente à Padaria Santa Cruz, os nossos caminhos cruzara-se e eu, na minha teimosia para tê-lo amigo, provoquei o diálogo:

 

- Bom dia, Frutilândia!...

- Bom dia, Walter, preciso falar com você.

- Caldas, voltarei logo para lhe atender.

Voltei minutos depois, indo encontra-lo na Praça da Criança, comprando uma espiga de milho verde. Ao ver-me reiniciou o diálogo:

 

- Walter, você tem recebido notícias ou carta de Moacir?

- Não, depois da última estadia aqui não me deu notícias nem me escreveu.

- A mim, também não. Parece que está zangado porque não lhe dei resposta às últimas cartas. Mas, vou respondê-las. Preciso demais comunicar certos desejos e, fatos da minha vida, sobretudo porque o meu fim está chegando e só a ele poderei contar, sabe!

- Caldas, a sua saúde, como vai? Tem tomado os remédios e seguido a dieta?

- Não, comecei a tomar umas pílulas, porém as suspendi. Depois de liquidar meus negócios irei cuidar da doença. O meu mal são estas coisas...

- Tens ouvido ou lido alguma coisa?

- Ouvido, não, Caldas, porém estou lendo um grande livro sobre Hermes Fontes, escrito por Povina Cavalcanti e dirigido por Afonso Arinos de Mélo Franco.

- Ah! Quero vê-lo. Preciso ler. O Hermes, como já lhe contei, morreu rompido comigo. Hoje, ou melhor, depois é que, reconheci ser um mal entendido meu. Seria fácil, Walter, emprestar-me este livro, agora?

- Pois não, Caldas, vou mandar busca-lo.

Minutos depois, chegava o portador trazendo o livro.

- Pronto Caldas, aqui o livro.

 

Com o livro às mãos começou a folheá-lo e, ao deparar em uma das páginas o retrato de Hermes, fitou-o bem e exclamou: “Hermes! Hermes!... Breve a nossa reconciliação espiritual.”

 

Despedimo-nos, ele saiu com o livro na mão e a cesta na outra. Partiu para completar a sua feira e, horas depois, completava também a sua vida atribulada de poeta e sonhador.

 

DEUS o tenha lá, com menos imaginações humanas!

 

Assu, 19 de maio de 1967

 

 

sexta-feira, 29 de março de 2024

Coreografia Tango com Anna Elisa e Sávio Menezes | Música "A Evaristo Ca...

 

Capitão Manoel Varella Barca, lá de de Assú (III)


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Manoel Varella Barca fez seu testamento em 10 de abril de 1844, na Fazenda Sacramento, tendo sido escrito por João Martins de Sá Junior. Nas suas disposições destacou uma sorte de terras, chamada Sítio Caeira ou Mutamba, herdada dos seus pais, para Maria Beatriz e Manoel de Mello Montenegro Pessoa, em atenção a fiel amizade que ambos dedicaram a ele. Fez, também, um destaque especial para a neta e afilhada Lusia Leopoldina, casada com Felis Francisco da Silva, em atenção à pobreza em que se achavam.
O segundo casamento do capitão Manoel Varella Barca foi com Dona Francisca Ferreira Souto, como vimos no primeiro artigo desta série. Vamos, pois, escrever um pouco sobre os filhos desse casal.
Domingos Varella Barca, com a idade de 20 anos, casou, em 9 de abril de 1823, na Fazenda Estreito, com Dona Gertrudes Lins Pimentel, 22 anos, filha de João de Souza Pimentel e Dona Josefa de Mendonça Lins. Houve dispensa pelo parentesco em que estavam ligados. Estavam presentes João Maurício Pimentel e Francisco Varella Barca, ambos casados.
Rosa Francisca Ferreira Souto, outra filha de Manoel e Francisca, com 29 anos de idade, casou, também, na Fazenda Estreito, em 11 de maio de 1833, com José da Fonseca Silva, de 28 anos, filho legítimo de João da Fonseca Silva, falecido, e dona Anna Maria de Jesus. Estavam presentes João Pegado de Sirqueira Cortez, casado, e Gaspar Freire de Carvalho, solteiro.
De Dona Maria Beatriz Paz Barreto não encontrei o registro de casamento. Era casada com Manoel de Mello Montenegro Pessoa, natural de Goianinha. Ovídio, filho desse casal, nasceu aos 16 de novembro de mil oitocentos e trinta e cinco, e foi batizado, pelo Vigário Colado do Seridó, na época visitador, Francisco de Brito Guerra, em 6 de janeiro de 1836, na Matriz de São João Batista do Assú. Teve como padrinhos José Varella Barca, solteiro, e Angela Garcia de Araújo Freire, viúva; Manoel, outro filho de Maria Beatriz e Manoel de Mello, nasceu aos vinte e quatro de outubro de 1836, e foi batizado pelo vigário de Santana do Matos, Padre João Theotonio de Sousa e Silva, na Matriz de Assú, aos trinta do mesmo mês e ano. Foram padrinhos o capitão Manoel Varella Barca, casado, e Maria Hermelinda de Albuquerque Montenegro.
Maria Francisca Silvina Souto tinha 26 anos quando casou, em 22 de Agosto de 1833, no oratório de José Varella Barca, com o português João Rodrigues de Mesquita, 30 anos, filho legítimo de Antonio Rodrigues de Mesquita e Maria Joaquina, ambos falecidos. Estiveram presentes João Pio Lins Pimentel e Francisco Varella Barca, casados.
João Pio Lins Pimentel, citado acima, filho de João de Sousa Pimentel e Josefa de Mendonça Lins, casou, em 30 de janeiro de 1826, na Matriz de Assú, com Francisca Ferreira Souto, outra filha de Manoel e Francisca Ferreira Souto. Foram dispensados por impedimento no terceiro grau de consanguinidade, atingente ao segundo. Estavam presentes José Varella Barca, ainda solteiro, e Francisco de Sousa Caldas, casado. João Pio era irmão de Gertrudes, esposa de Domingos Varella.
Na época do inventário Dona Francisca Ferreira Souto, a esposa de João Pio, já falecida, foi representada pelos filhos João Pio Lins Pimentel Junior, maior de 21 anos, Francisca Victorina casada com Tertuliano de Alustau Lins Caldas, Irene, Maria, Josefa, Manoel, Júlia e Luis, com 11 anos de idade..
Manoel Varella Barca Junior, outro filho do segundo casamento, tinha o mesmo nome do primogênito de Manoel Varella Barca. Era, também, falecido, na época do inventário do pai. Com vinte e dois anos de idade, casou, em 23 de fevereiro de mil oitocentos e trinta, no sítio (ou fazenda) Estreito, com Ignácia Theodósia de Mendonça, de 22 anos de idade, filha de João de Sousa Pimentel e Dona Josefa Lins de Mendonça, dispensados, também, dos impedimentos que estavam ligados. Estavam presentes, o capitão Manoel Varella Barca e João Maurício Pimentel, casados. Ignácia, como se pode ver dos registros anteriores, era irmã de João Pio Lins Pimentel e Gertrudes.
No inventário, Manoel Varella Barca Junior foi representado por sua filha Francisca Theodósia de Mendonça Caldas, viúva. Não encontrei mais informações sobre essa neta do capitão. Foi seu procurador no inventário, Luiz Gonzaga de Brito Guerra.
José Varella de Sousa Barca, foto enviada por descendente Francisco Varela Barca

 

Capitão Manoel Varella Barca, lá do Assú (I)



João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Nas minhas pesquisas genealógicas, uma personagem sempre presente, na vida de Assú, foi sem dúvida o capitão Manoel Varella Barca. Entretanto, não encontrei, até agora, maiores referências sobre sua vida por parte de nossos escritores. Está esquecido pelos seus e pelos outros. Faleceu aos dez de setembro de 1850.

Pelos assentamentos de praça, vemos que passou a tenente em 3 de março de 1791 e a capitão em 18 de agosto do mesmo ano. Quando da invasão da Ilha de Manoel Gonçalves, por corsários ingleses, em 1818, foi o capitão Manoel Varella Barca quem recebeu a primeira informação do Comandante do Degredo da Ilha, Alexandre José Pereira.

Foi procurador e administrador das várias fazendas de Cristovão da Rocha Pitta, morador na Bahia, e da viúva Costa, da praça de Pernambuco.

No seu testamento, escreveu que era natural da Vila do Cabo, da Província de Pernambuco, filho de José Varella Barca e Dona Brites Paz Barreto, na época, já falecidos. Cita alguns irmãos, já falecidos, José, Rosa Josefa, Maria, Anna e Brites. Não fala sobre irmãos vivos.

Disse mais que foi casado três vezes. O primeiro casamento foi com Dona Luzia Florência da Silva, da qual teve quatro filhos, a saber: Manoel Varella, Maria Juliana, José Varela e Francisco Varella, todos falecidos; seu segundo casamento foi com Dona Francisca Ferreira Souto, da qual teve seis filhos, a saber: Domingos Varella, Manoel Varella, falecido, Rosa, Maria Beatriz, Maria Francisca, Francisca Ferreira Souto, já falecida; seu último casamento foi com Dona Bertholeza Cavalcanti Pessoa, da qual não teve filhos.

Dona Luzia Florência da Silva, primeira esposa do capitão Manoel Varella Barca, era filha do capitão João Ferreira da Silva e Brites Maria de Mello. Os quatro filhos desse casamento eram falecidos quando do testamento do capitão. Francisco e José morreram conforme o relato a seguir.

Em seu discurso pronunciado na abertura da segunda sessão da terceira legislatura da Assembleia Legislativa Provincial, do Rio Grande do Norte, do dia 7 de setembro de 1841, o vice-presidente da Província, coronel Estevão José Barboza de Moura, faz o seguinte relato: dia 13 de dezembro de 1840, se apresentou pelas nove horas da manhã no campo fronteiro à Matriz na qual tinha de celebrar-se o ato de eleição, um concurso de setenta pessoas, mais ou menos, armadas e capitaneadas pelo tenente da extinta segunda linha, José Varella Barca, e por seu irmão Francisco Varella Barca. Por aquela mesma hora teve de seguir para o lugar destinado o destacamento do Corpo Policial, que ali existe, e havia sido requerido pela autoridade competente para guardar e manter o sossego, na forma da lei; e quando passava este em pequena distância do grupo recebeu tiros de mosquetaria; à vista do que o seu digno comandante, o tenente de Polícia José Antonio de Souza Caldas, mandou fazer também fogo contra o inimigo, que então reconheceu, repelindo assim a força, que o guerreava; de cuja luta, que durou por espaço de três quartos de hora, resultou morrer imediatamente o segundo chefe Francisco Varella, e ficar gravemente ferido em um perna o primeiro José Varella; serem baleados um sargento, e um guarda de Polícia, ambos gravemente, uma mulher que chegava à sua porta na ocasião do fogo, e alguns outros do inimigo, ao número de dez ou doze, os quais todos escaparam, menos o infeliz tenente José Varella, que faleceu de um mês de padecimentos.

Francisco Varella Barca foi representado no testamento pelos seus filhos: Manoel Varella Barca, casado; Pio Pierres Varella Barca, maior de 21 anos; Maria Senhorinha Varella Barca, casada com Antonio Barbalho Bezerra Junior; Senhorinha, casada com Luis Felis da Silva; Francisca, e mais Luzia Maria, Maria Josefa e José, menores.

José Varella Barca foi representado pelos seus filhos legitimados Maria Clara, casada com Manoel Tavares da Silva (no registro de casamento, em 1835, ela aparece como filha natural de Clara Francisca Bezerra); José, Manoel, Luzia e Maria, esses menores.

Maria Juliana, já falecida em 1835, era casada com Francisco de Souza Caldas, e foi  representada pelos filhos Manoel Lins Caldas, Francisco Lins Caldas e Tertuliano de Alustau Lins Caldas, todos casados; Luiz Lucas Lins Caldas, solteiro e maior de 21 anos; Maria Genoveva Lins Caldas casada com Felis Nobre de Medeiros; Luzia Leopoldina casada com Felis Francisco da Silva.
Em um assentamento de praça, consta que Manoel Varella Barca Junior, filho do capitão Manoel Varella Barca, era natural das várzeas do Apodi, idade de 20 anos, de altura 5p e 6p, cabelos pretos, olhos pardos, sentou praça em 23 de junho de 1806, solteiro e criador de gados.

Manoel Varella Barca Junior, o mais velho deles, era casado com Thereza de Jesus Xavier, filha de Francisco Xavier de Souza Junior e Dona Bernarda Dantas da Silveira. Esse casamento foi na capela da Utinga, em 30 de outubro de 1817. No testamento foi representado por seus filhos Francisco Xavier Varella Barca, nascido na Utinga, batizado em 20 de novembro de 1820, casado com Josefa Jovina Pimentel Varella Barca; Manoel Varella de Souza Barca; José Varella de Souza Barca (na época do inventário, preso na cadeia de Natal); e Luzia, nascida na Utinga, batizada em 29 de outubro de 1819, casada com João Gomes Freire.

Trecho de um debate na Câmara Federal entre José Moreira Brandão Castelo Branco e Amaro Carneiro Bezerra Cavalcanti

quinta-feira, 28 de março de 2024

UM POUCO SOBRE MEUS ANTEPASSADOS


Meus bisavós chamados Manoel Cavalcante de Queiroz e Vigorvina Fontes Fernandes de Queiroz (Fotografias abaixo) nasceram na então Vila de Luiz Gomes, atual município de Luiz Gomes, região serrana do alto oeste do Rio Grande do Norte. Manoel era farmacêutico naquele lugar, mas também explorou o ramo de farmácia em São Miguel, Assu (onde morou na distante década de 1920), Mossoró (aceitando um convite do amigo e também farmacêutico formado, Jerônimo Rosado), Baixa Verde, Ceará Mirim e em Natal. Em 1947, Manoel Queiroz transferiu sua farmácia para o filho Letício Fernandes de Queiroz, recém formado pela antiga Escola de Farmácia de Pernambuco/Recife, naquele mesmo ano.

(Esse Letício, ou Doutor Letício como era mais conhecido em Natal, era pai do poeta Walflan de Queiroz e sogro de Walter Pereira - lembrar Livraria Universitária).
No tempo que aquele casal morava na cidade de Assu, Odete Fontes Fernandes de Queiroz (minha avó), filha do citado casal, e Luiz Lucas Lins Caldas Neto (meu avô) se conheceram e se uniram em matrimônio. Naquela época, Luizinho Caldas como era chamado na intimidade, era estudante no Colégio Dom Bosco, em Cachoeira do Campo, Distrito de Ouro Preto/MG, onde estudou pouco mais de dois anos. De férias no Assu, com o namoro, não quis mais voltar para concluir o curso. - Nada vence o amor!
Do temperamento de Vigorvina, conta-se que era uma mulher austera, decidida. Não fugia da luta. Para ela, o que interessava era a vitória. Do temperamento de ‘Seu’ Queiroz, pouco sei. Sei apenas que era bom pra família e pros amigos!
Fica, portanto, um pouco sobre meus antepassados paternos. Registro e dou fé.
(Fernando Caldas)

 

Em abril de 1963, um ano antes do golpe militar que o derrubaria, o Presidente João Goulart esteve na cidade de Angicos, para o encerramento da experiência alfabetizadora de adultos com o método Paulo Freire de ensino, conhecida como “As Quarenta Horas de Angicos”. Ao lado dele estavam o Governador do Estado, Aluizio Alves e o Coronel Albino Silva, chefe do Gabinete Militar do Governo. Numa das fotos, aparece o ex-Governador Sylvio Pizza Pedroza. O reformista Jango, que nada tinha de comunista, foi acusado de sê-lo, acusação que ajudou no triunfo do golpe contra ele. O Governador Aluizio Alves, aliado do regime militar em sua primeira hora, também foi afastado do poder em 1969, quando já era Deputado Federal, cassado pela ditadura por acusação de corrupção. Albino Silva, que nos anos cinquenta comandara as tropas governistas na Guerrilha de Porecatu, em que grileiros e donos de fazendas paranaenses ajudados pelo governo triunfaram sobre posseiros apoiados por militantes comunistas e tomaram suas terras, chegou a ser nomeado Presidente da Petrobrás, mas com a queda de Goulart, passou à reserva, pelo Ato Institucional nº. 1, que possibilitou ao regime afastar do poder os que não se alinhavam totalmente com a ditadura. Sylvio Pedroza assumira o governo do RN em julho de 1951, em razão da morte de Dix-Sept Rosado, governando até janeiro de 1956, e sendo sucedido por Dinarte Mariz.




Angicos Viva

Essa é a primeira edição do livro Angicos, de Aluizio Alves. O ano era 1940.


quarta-feira, 27 de março de 2024

 Marmore Ltda

O granito Nero Ikeda tem uma combinação harmoniosa de cores e texturas, adicionando um toque extra de elegância a qualquer projeto em que é utilizado. 

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Todas as r

segunda-feira, 25 de março de 2024

"Tristeza não é chorar. Tristeza é não ter para quem chorar".

(Mia Couto)





 Procura-se um poema de amor para presente


"Procura-se um poema pleno, pródigo, proficiente...
Procura-se, não um poema, mas um pingente,
pedra polida em palavras preciosas de prata,
uma pérola perfeita, pois é para presente.
Presente para uma poetisa - princesa,
proprietária dos meus pensamentos,
do meu passado, do meu presente.
Procura-se um poema perfeito,
com perfume do paraíso,
pronto para presente...
Pode? É possível
Procura-se,
pois..."

(Não recordo o nome do autor)



quarta-feira, 20 de março de 2024

Quero “bordar” no horizonte,

Palavras que deixarão lembranças no futuro.
“Desfio” saudades para transformá-las em “manta”,
Para aquecer o meu “inverno”.
O insubornável “relógio” avisa que devo andar depressa,
Vestir a roupa e um sorriso para viver mais uma noite,
E aguardar a chegada de um novo dia.
“Visto” saudades em lembranças,
E lembranças em caminhos percorridos.
Além do horizonte, “bordarei” palavras,
Que poderão orientar o meu caminho...


Márcia Prado*

*Márcia Prado é assuense residente no Rio de Janeiro. Neta de João Celso Filho, sobrinha de Celso da Silveira, para identificá-la melhor.

Essa fotografia já um pouco gasta pelo tempo, guardo com muito carinho e zelo, de Candido Jonas Batista ("Cândio" como era mais conhecido). Era vaqueiro de meu avô paterno que era pecuarista nos sertões do Assu. Morreu por afogamento para salvar um jumento que se encontrava ilhado. fato este de solidariedade aquele animal, que a UFRN procurou fazer um documentário sobre, mas não veio a se concretizar. Foi vaqueiro também de meu pai. A gente tinha ele como pessoa muito íntima da família. Foi bom pra todos. Por fim, guardo ele na minha memória, com saudade. Era amigo pra todas as horas! Um registro apenas.

Fernando Caldas

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e cavalo

terça-feira, 19 de março de 2024

Dentro do peito, carrego

Três corações:

Um coração que ama,  que rir,

Outro que chora...!


(Fernando Caldas)








sexta-feira, 15 de março de 2024

Carta de uma idosa trancada num lar

Tenho 82 anos, 4 filhos, 11 netos, 2 bisnetos e um quarto de 12 metros quadrados.
Já não tenho mais a minha casa, nem as minhas coisas amadas, mas tenho quem me arruma o meu quarto, quem me faça de comer, quem me faça a cama, quem me controla a pressão e me pesa.
Não tenho mais as risadas dos meus netos, não posso mais vê-los crescer, abraçar e brigar; alguns deles visitam-me a cada 15 dias; outros a cada três ou quatro meses; outros, nunca.

Eu não faço mais nuggets ou ovos recheados e nem rolos de carne moída, nem ponto cruz.
Ainda tenho passatempos para fazer e o sudoku que me entretém um pouco ".

′′ Não sei quanto tempo me resta, mas preciso de me acostumar com esta solidão; faço terapia ocupacional e ajudo no que posso quem está pior do que eu, embora não queira me apegar muito: pois eles desaparecem frequentemente.

Dizem que a vida é cada vez mais longa. Por quê?

Quando estou sozinha, posso olhar para as fotos da minha família e para algumas memórias que trouxe de casa.

E isso é tudo.

Espero que as próximas gerações entendam que a família se constrói para ter um amanhã (com os filhos) e que retribuam na mesma medida aos pais com o mesmo tempo que eles nos presentearam para nos educar e criar.

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...