terça-feira, 25 de outubro de 2016

ANTÔNIO SOARES DE MACÊDO GOVERNOU O ASSU DE 1874 A 1876


Por: Gregório Celso Macêdo

Antônio Soares de Macêdo (1831-1917) foi um grande líder do Partido Conservador no interior do Rio Grande do Norte, à época do segundo reinado. Deputado provincial, chegou a ser vice-presidente da casa legislativa. 


 Naquele período, a presidência da Câmara de vereadores correspondia à função atual de prefeito municipal. Além de ser deputado, Antônio Soares teve a honra de dirigir os destinos políticos da sua terra-natal, o Assu, no triênio 1874/1876. 


 Contudo, por grande ironia histórica, o seu nome vem sendo omitido em alguns livros, onde se publicam as listas dos governantes do Assu, lapso repetido por vários historiadores.
Mas qual a razão do nome de Antônio Soares de Macêdo não figurar como o presidente da Câmara no mencionado triênio 1874/76 em várias produções?


 Deduzimos que o princípio da omissão tenha se dado por ocasião da publicação do livro de autoria do seu sobrinho-neto Pedro Soares de Araújo Amorim, obra publicada em 1929 e intitulada: O Município do Assu (Notícia até 1928). Neste trabalho, onde deveria figurar o nome de Antônio Soares de Macêdo, houve uma repetição do nome do seu antecessor, Dr. Luiz Carlos Lins Wanderley, o que só podemos atribuir a mero erro de impressão gráfica. Não percebido o desacerto, a omissão foi passada adiante.


 A partir de então, notamos que quase todos os demais registros históricos que sucederam ao de Pedro Amorim, beberam de sua fonte bibliográfica e olvidaram as fontes documentais, perpetuando o deslize cometido. Saliente-se que tais autores jamais foram movidos por ineficiência ou pouco apego à verdade, mas cometeram uma atitude plenamente justificável, que foi lhes passando despercebida.


 Mas onde estão outras referências para legitimarem a assertiva do erro gráfico do livro do Dr. Pedro Amorim?


 Vejamo-las! Ezequiel Epaminondas da Fonseca Filho, ao publicar em 1984, pela editora Clima, o livro “Poetas e Boêmios do Açu”, assevera à página 73: “Major Manoel Lins Caldas foi umas das figuras salientes na política monárquica do município. Em 1865 assumiu a presidência da Câmara de Vereadores que implicava também em cargo de administração. Completado o triênio, sucedeu-lhe, por eleição, Dr. Luís Carlos Lins Wanderley (1869-73) e no triênio seguinte, o Cel. Antonio Soares de Macêdo.”


Por sua vez, no livro “Assu. Gente, Natureza e História” (Boágua Editora, 1996), o conterrâneo Celso Dantas da Silveira, aduz que: “De 1869 a 1873 foi presidente da Câmara de Vereadores o Dr. Luiz Carlos Lins Wanderley. No triênio seguinte, o Cel. Antônio Soares de Macêdo. Ambos com funções administrativas correspondentes aos prefeitos de agora” (página 64).


 Algum documento da época a ratificar a assertiva? Sim. 


 O semanário assuense Brado Conservador de 12 de janeiro de 1877 confirma fatalmente a informação ao apontar que: “Todos sabem que o Sr. Antonio Soares de Macêdo, na qualidade de presidente da câmara passada, e por um acto expontaneo de verdadeiro patriotismo, offereceu a casa de sua residência nesta cidade ao mesmo Exm. Sr. presidente da província para nella funcionar a camara deste município, que, depois das ruínas do edifício onde outr’ora funccionava, não tinha lugar certo e destinado para as suas sessões.”


Consta, ainda, que a oferta foi aceita por Portaria do mesmo senhor presidente da província, em 22 de julho de 1876, a qual, quem sabe, possa ainda existir no Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.


 Não nos parece pairarem dúvidas acerca da função exercida por Antônio Soares de Macêdo, na condição de chefe da administração local, como presidente da Câmara Municipal de Vereadores, no mencionado mandato de três anos.


 Que seja, doravante, corrigida a omissão da informação histórica, não pelas cinzas daquele assuense, mas para se manter viva a chama do notável espírito público que o norteou, ao ponto de emprestar a própria residência para nela ocorrem os trabalhos da municipalidade, numa clara demonstração de desprendimento material e afeição aos interesses do seu povo.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Assú, 171 anos de história. Banda de música do CREA nos anos 60, tendo a frente o Escoteiro e Maestro Cristóvão Dantas.

Fonte: Da linha do tempo/facebook de Lucílio Filho.

Do blog: Banda de Música do Centro Regional de Escoteiros do Assu - CREA.

domingo, 23 de outubro de 2016

Sem ti a cada dia
a minha vida não seria completa.
Amo-te quando as flores da Primavera...
aparecem no meio de Maio.
Amo-te no Verão,
quando o ar é preenchido com o calor.
Amo-te no Outono,
quando as folhas da árvores parecem ouro.
Eu já te amava quando eras jovem;
e vou amar-te mais ainda quando a idade avançar.
Amo-te no Inverno,
quando dias ficarem mais frios.
Eu te amo, amo-te todo o tempo
a cada minuto do ano.
em cada estação da vida.
Não é só hoje, mas sempre,
eu te amo, amo-te tanto.

 
 Cristina Costa

TRANSFIGURAÇÃO

Transfigurei-me
como o mar.
Tenho sal ...
e trago musgos.
Em mim.

Não sou mais
como à noite,
não sou mais
como o vento.
Transfigurei-me
e me tornei
como o rio,
em cujas águas azuladas
contemplo o teu rosto.
Transfigurei-me
E me tornei
como o mar,
me tornei como um pássaro.
Que ti procura,
Todo momento,
Na tempestade.

Walflan de Queiroz, poeta potigua
"Chofer de Fugão" era o apelidio de certo doente mental genial da minha terra - o Assu. Ele era engraxate de profissão e também era chamado "Chico Doido." Gostava da política, seguia Aluizio Alves que foi governador do Rio Grande do Norte. Aluizio quando ganhou a eleição para o governo da terra potiguar, para o deputado federal e grande jurista Djalma Marinho em 1960, saiu-se com a frase adiante: "O povo quer, o povo manda."
Fernando Caldas

PADARIA SANTA CRUZ








Imagens do blog Página R.

A Padaria Santa Cruz era de propriedade de Etelvino Caldas, na década de vinte e trinta, depois dos irmãos Solon e Afonso Wanderley. Nos anos quarenta, cinquenta sessenta e até o começo de setenta, produzia o melhor pão e bolacha da cidade de Assu. A bolacha e o biscoito denominado Flor do Açu (em formato de flor),é uma delícia, ainda hoje produzida por outra padaria de propriedade de Toinho Albano. Naquelas décadas era o ponto de encontro para uma conversa amistosa, uma  uma boa prosa, dos barões da cera de carnaúba,  influentes políticos da região, intelectuais, poetas da cidade.

Eram assíduos frequentadores daquele local, figuras ilustres da terra assuense como Zequinha Pinheiro, João Turco, Minervino Wanderley, Major Montenegro, Fernando Tavares (Vem-Vem), Luizinho Caldas, além dos irmãos Edgard e Nelson Montenegro, Walter Leitão, Edmílson Caldas, Renato Caldas, Francisco Amorim, João Lins Caldas, Boanerges Wanderley, dentre outros. Antes  dos irmãos Solon e Afonso,aquela padaria pertencia ao Senhor Enéas Dantas, pai do poeta Renato Caldas.

Aquela panificadora fora palco de muitas estórias pitorescas, muitas delas produzidas em formas de versos, de rimas. Pois bem, a estória que eu vou contar adiante, não tem o objetivo de denegrir a imagem de politico nenhum, apenas tem o sentido humorístico: 
 
Certa vez (era época de eleições gerais), o poeta Renato Caldas que não perdia a oportunidade para glosar, ao chegar naquele estabelecimento comercial deparou-se com uma fotografia de Frei Damião ladeado por dois candidatos ao cargo de governador e vice governador. Aquele bardo assuense não deixou para depois, escrevendo:

A culpa não compromete
Ao cidadão inocente,
Mas, quando diariamente,
Essa história se repete
Deus é bom e não promete,
Também não tem distinção,
Ele que tem mil razões
Sobradas de se vingar,
Consente Solon botar
Um justo entre dois ladrões.

Fernando Caldas

Detran Abre 15 Mil Vagas Para Primeira Habilitação Em Todo Brasil De Graça!

 


O projeto CNH Social foi criado pelo Governo Federal em 2011, por meio da Lei 9.665, esse programa tem o objetivo de disponibilizar a pessoas de baixa renda a possibilidade de obter a CNH gratuitamente, podendo ser a primeira habilitação, para os que desejam adicionar mais uma categoria á sua carteira ou até mesmo realizar a renovação da sua CNH. Essa atitude contribui aumentando chances para os profissionais envolvidos possam ingressar no mercado de trabalho, pois muitas vagas de emprego tem como exigência habilitação, os beneficiados pelo projeto poderão trabalhar como motoboy, motorista de caminhão ou de ônibus. Nesse artigo trazemos algumas informações necessárias e importantes para quem vai se inscrever na CNH Social 2016.
Quem pode se inscrever na CNH Social 2016



Essas vagas são destinadas a pessoas com baixa renda que não tem condições financeiras de tirar a habilitação ou mudar a categoria da mesma. Essas vagas são para pessoas com renda de até 02 salários mínimos e que estejam desempregados a mais de 01 ano, candidatos que não tenham nenhum registro na carteira de trabalho, que participam do programa Bolsa Família, alunos que estudem na rede pública que tenham um bom rendimento escolar, ex presidiários, candidatos portadores de necessidades especiais e candidatos que atuam como pequeno agricultor rural. No ato da inscrição os candidatos deverão escolher apenas um dos seguimentos citados a cima mesmo que o mesmo se enquadre em mais de um. Além dos requisitos mencionados acima tem mais alguns fatos importantes é necessário que o candidato saiba ler e escrever, possuir carteira de trabalho, CPF e carteira de identidade, ser responsável pelos seus atos para assim não oferecer risco a vida de terceiros e não estar por algum motivo judicial impedido de obter a carteira de habilitação. O Programa disponibiliza um número grande de vagas para pessoas que se enquadram nos requisitos para assim conseguir tirar a sua habilitação, já ajudou a muitas pessoas a conseguir um emprego com ajuda da habilitação.
Inscrição no CNH Social 2016

Para realizar a inscrição na CNH Social 2016 não é difícil só basta que os interessados fiquem atentos para saber quando o DETRAN da sua cidade ira abrir vagas, lembrando que para se inscrever na CNH Social 2016 é necessário que os interessados estejam dentro dos pré-requisitos. O DETRAN disponibiliza um link para que assim seja feita a inscrição, no site também é possível conferir a situação da sua inscrição e conhecer a lista dos aprovados. Ao preencher o formulário de inscrição fique atento para que não haja erros nas informações ali prestadas, para evitar assim problemas futuros com a sua inscrição na CNH Social 2016. Não perca os prazos para inscrição no programa quem sabe essa não é a oportunidade de conseguir a sua primeira habilitação e assim conseguir um bom emprego. Ao realizar a sua inscrição na CNH Social 2016 será criado um login e senha para que você possa acompanhar a sua inscrição na CNH Social 2016.
Os candidatos serão chamados em uma primeira e segunda chamada dando assim oportunidades para diversas pessoas de participar do projeto. Os documentos necessários para a inscrição na CNH Social 2016 são: Original de fotocópia da carteira de identidade, carteira de trabalho, certidão de nascimento (caso haja dependentes), comprovante de residência atualizado (podendo ser uma conta de luz, água ou telefone), carteira de habilitação (nos casos de renovação ou mudança de categoria) e CPF, é importante levar uma declaração de próprio punho para comprovar que sabe ler e escrever, declaração da renda familiar e termo de responsabilidade que será disponibilizado pelo DETRAN no ato da inscrição que deve ser assinado pelo candidato. Os critérios para desempate são: maior tempo de desemprego, maior número de dependentes, menos renda familiar e candidatos com maior idade. Para candidatos que nunca tiveram um registro na careira de trabalho os critérios para desempate são: Maior tempo de expedição da carteira de trabalho, maios número de dependentes, menor renda familiar e candidatos com maior idade.
Para se informar mais de como participar do programa CNH Social 2016 acesse o site oficial do programa e conheçam as vantagens em se participar da CNH Social 2016. Não perca mais tempo e fique atento as datas de inscrições, pois as vagas para participar do programa são limitadas e são muitos candidatos concorrendo a mesmo vaga. Se inscreva na CNH Social 2016 e assim facilite a sua inserção no mercado de trabalho, para ter acesso a essa oportunidade acesse detran da sua cidade.


http://focofm.blogspot.com.br 

Como eliminar rinite e sinusite de uma vez por todas com apenas 1 ingrediente!


O cloreto magnésio hoje é um reconhecido remédio natural.
A imensa maioria das pessoas que tomam ou tomaram o cloreto de magnésio ficam impressionado com os seus maravilhosos resultados.


E isso não é por acaso
O cloreto de magnésio produz equilíbrio mineral, impulsiona os órgãos e suas funções, como os rins, para eliminar o ácido úrico.

Recupera as articulações, purifica o sangue, revitaliza o cérebro, rejuvenesce e conserva a juventude até alta idade.

E agora você vai conhecer uma virtude do cloreto que poucos conhecem: ele é ótimo para tratar e combater sinusite e rinite.

Soubemos disso numa comunidade sobre cloreto de magnésio no Facebook.
O divulgador da informação gravou um vídeo e colocou lá na comunidade.

 
Nesse vídeo ele afirma que o cloreto de magnésio aplicado no nariz cura rinite e sinusite.

E como se faz esse tratamento?
Muito fácil.
Pegue 33 gramas de cloreto de magnésio PA e dissolva em 1 litro e meio de água.
Esse tipo de cloreto de magnésio é vendido em lojas de produtos naturais e na internet.
Coloque a preparação em um frasco com tampa dosadora completamente limpo (como o da foto acima).
O autor da receita colocou em um frasco de um medicamento chamado Budesonida (esse aí foto abaixo).



A vantagem do frasco Budesonida é que ele tem uma válvula/bomba dosificadora e isso facilita na hora de borrifar no nariz.
Quantas vezes você fará a aplicação nasal?

Duas vezes por dia, você vai borrifar um pouco de cloreto de magnésio no nariz.
E sabe qual será o resultado?
VÍDEO - COMO ELIMINAR RINITE E SINUSITE DE UMA VEZ POR TODAS COM APENAS 1 INGREDIENTE (CURTA NOSSO CANAL NO YOUTUBE)
Em pouco tempo, você estará livre da rinite e da sinusite.
E será o fim dos espirros, da coriza e da alergia.
O cloreto de magnésio PA (em pó) você compra em lojas de produtos naturais ou na internet.
O link da comunidade no Facebook onde aprendemos a receita é este AQUI.
Este é um blog de notícias sobre tratamentos caseiros. Ele não substitui o trabalho de um especialista. Consulte sempre seu médico.

www.curapelanatureza.com.br
 


 

Entre o Céu e o Mar
há um infinito de esperas,
conflito de incertezas,
interrogação de cores,
tristeza no olhar,...
prenúncio de paisagens.
 

Alvina Tzovenos

Do facebook, página de Yara Darin

sábado, 22 de outubro de 2016

SECA
Resultado de imagem para lAGOA DO pIATÓ - sECA 
Eita, seca miserável!
Chupou as veias do chão
matou os pés da babugem
tingiu de preto o sertão
deixou o solo rasgado
roubou o mugir do gado
laçou a fé do cristão.

Autor: Ivan Pinheiro, assuense. 
21/10/2016.
Foto: Lagoa do Piató - Assu - coletada no portopiató.blogspot.com

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A Baía dos Golfinhos em Pipa cria abaixo-assinado pedindo socorro

Publicado por às 18 de outubro de 2016 em Animais, Campanha, Natureza

post-praia-pipa-baia-golfinhos-sos-folder-campanha-abaixo-assinado
A página Núcleo Ecológico da Pipa criou um abaixo-assinado em nome da Baía dos Golfinhos, situada no distrito de Pipa, no município de Tibau do Sul (Rio Grande do Norte).
Reduto de botos e tartarugas, que em suas águas se alimentam, a Baía, também conhecida como Praia do Curral,  é cercada pelo Santuário Ecológico de Pipa, e é uma das 10 praias mais bonitas do Brasil.
“Infelizmente a praia foi invadida, com a conivência do poder público local, por vendedores que lá se instalaram irregularmente, sem alguma autorização, por meio de instalações improvisadas, com dezenas de cadeiras de praias, guarda-sóis, caiaques etc. que ficam permanentemente no local. A ameaça da iminente construção de barracas fixas na praia está evidente.” – pedem os organizadores.
O documento solicita ainda um controle melhor de passeios de barcos e lanchas na praia, e os organizadores clamam para que todos os que amam Pipa, Tibau do Sul e o Rio Grande do Norte, assinem a petição popular que foi batizada de “S.O.S. BAÍA DOS GOLFINHOS”, para pressionar os órgãos do governo responsáveis a tomarem providências.
Descubra qual praia do Rio Grande do Norte é ideal para você com base no seu signo
Veja o abaixo-assinado completo:

S.O.S. BAÍA DOS GOLFINHOS

Nós, abaixo assinados, moradores e frequentadores da Praia da Pipa, distrito do município de Tibau do Sul, Rio Grande do Norte, vimos requerer que sejam tomadas providências visando coibir a ocupação irregular e o consequente desrespeito às leis ambientais que vem ocorrendo na Praia do Curral, também conhecida como Baía dos Golfinhos.
A Praia do Curral tem uma grande importância ambiental, turística e cultural para o município de Tibau do Sul. Pertence a APA-Bonfim-Guaraíras e é cercada pela RPPN Santuário Ecológico da Pipa (Reserva Particular do Patrimônio Natural). Nas suas águas, que fazem parte da Reserva Faunística de Tibau do Sul e Pipa (REFAUTS), se alimentam golfinhos/botos e tartarugas marinhas, dentre outras espécies.
É considerada uma das dez praias mais belas do Brasil e, historicamente, abrigou currais de peixes que tiveram grande importância para a comunidade local, daí sua denominação nativa: Praia do Curral. Em razão disso, solicitamos:
1. A preservação total da Praia do Curral – Baía dos Golfinhos;
2. A retirada dos vendedores que lá se instalaram irregularmente, sem autorização do poder público competente, por meio de instalações improvisadas, com dezenas de cadeiras de praias, guarda-sóis, caiaques, que ficam permanentemente no local;
3. O monitoramento, de acordo com as normas estabelecidas pela REFAUTS, dos passeios de barcos/lanchas que são realizados em suas águas.
4. Manter fiscalização permanente no local, com fiscais que coíbam os abusos e o desrespeito ao meio ambiente, e instituir multas e penalidades para quem contribuir para a degradação da Praia do Curral/Baía dos Golfinhos.

O que você pode fazer

Assine a petição online. Clique aqui para assinar!
Divulgue este post. Você já pode ajudar compartilhando este post para divulgar a campanha para seus amigos.
Procure um posto de coleta de assinatura. Existem vários postos de coleta de assinaturas espalhados por Pipa que você pode procurar e colaborar.
Transforme seu ponto comercial em um local de coleta. Se quiser que seu ponto comercial seja um local de coleta das assinaturas, entre em contato pelo e-mail: sosbaiadosgolfinhos@gmail.com

Do portal: https://curiozzzo.com/
NOTA - Em 8.12.1926, "A Cidade" completava 25 anos de circulação. O Professor Alfredo Simonetti ofertou uma encadernação das edições de 18.03.23 a 31.10.26 a Palmério Filho, chamado de "paladino incansável do jornalismo assuense". A coleção está (1989) em poder de Teté (Demócrito Amorim), neto do jornalista.

Em, Assu/Gente/Natureza/História, 1995, de Celso da Silveira.

(Nota do blog: A referida coleção atualmente se encontra na posse de Fernando Caldas, por empréstimo para pesquisa, pela senhora Zélia Amorim).

 

Vaquejada: até que ponto a cultura se sobrepõe à crueldade?

Publicado por Canal Ciências Criminais



Por Camila Neiva Almino

O Supremo Tribunal Federal, no dia 06 de outubro do corrente ano, decidiu pela inconstitucionalidade de lei cearense (Lei n. 15.299/2013) que regulamentava a prática de vaquejada, referente à ADI 4983.

A discussão lastreou-se no conflito de normas constitucionais, quais sejam o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e o direito às manifestações culturais como expressão da pluralidade, estatuídas nos artigos 225, § 1º, VII e 215, da Carta Magna, respectivamente.

É sabido que a vaquejada é considerada uma prática esportiva e inerente à cultura nordestina, constituindo-se quando dois vaqueiros, montados em cavalos diversos, tentam derrubar o touro, puxando-o pelo rabo.

Pelo próprio conceito da atividade, explícitos se revelam os maus tratos aos animais envolvidos (aos cavalos e, principalmente, ao touro). O rabo do touro sempre sofre uma tração forçada com o propósito de ser derrubado e dominado. Laudos técnicos evidenciam consequências de diversas gravidades, como sofrimento físico e mental, muitas vezes a cauda é arrancada ou, no mínimo, sofre algum tipo de lesão, o que compromete os nervos e a medula espinhal do bovino, além de fraturas nas patas, ruptura de vasos sanguíneos e de intenso estresse.

Ainda, não se deve olvidar que na prática da vaquejada, o touro é mantido enclausurado, sofrendo intenso açoitamento com a finalidade de sair em correria no momento da abertura do portão.

Torna-se, destarte, inquestionável a tamanha crueldade a que são submetidos os bovinos envolvidos. Porém, mesmo diante de tal visibilidade, muitos ainda tendem a sustentar que a proibição da vaquejada seria um atentado ao direito da manifestação cultural e, consequentemente, ao patrimônio histórico da sociedade nordestina.

Para superação de tal controvérsia, utilizou o Supremo a técnica da ponderação entre os direitos constitucionais do meio ambiente e da manifestação da cultura. Fato é que a prática da vaquejada, apesar de ter seu valor cultural inerente, sempre expõe os animais envolvidos a uma imensurável crueldade.

Nesse sentido, o artigo 225 da Constituição Federal impõe a proteção da fauna como forma de se atingir um meio ambiente equilibrado, sendo este um direito fundamental de terceira geração, atrelado à solidariedade, como um direito transindividual que tem seu escopo na proteção do próprio ser humano.

Ou seja, é dever da coletividade defender e preservar o meio ambiente para a presente e as futuras gerações, de maneira tal que quando houver conflito de direitos, deve-se realizar a ponderação a fim de se ter maior preocupação com a proteção ambiental, mantendo-se, somente assim, uma vida saudável para a sociedade atual e as vindouras, observando a relação existente entre a proteção do meio ambiente e a vida ecologicamente equilibrada do homem.

E mais, deve-se haver a incidência constante do princípio da precaução atrelado à proteção do ambiente, desprezando-se qualquer tipo de maus tratos aos animais.

Revela-se, assim, a vaquejada um espetáculo de entretenimento por meio de tortura aos animais, tendo a crueldade sempre intrínseca à esta prática (inimaginável a vaquejada sem quaisquer danos aos bovinos envolvidos), o que, por si só, impossibilita a prevalência da manifestação cultural sobre a proteção da fauna e do meio ambiente.

Não se pode tutelar, portanto, a prática da crueldade contra animais com a justificativa única do valor cultural. Não é razão suficiente o mero entretém das pessoas para legitimar as inúmeros atrocidades e sofrimentos implicados aos bovinos envolvidos na vaquejada. Esta não existe sem a crueldade, a qual não possui na Constituição Federal seu amparo, muito pelo contrário, tem seu repúdio expresso.


 

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Reitor da UERN cita criação do curso de Direito em Assú entre os desafios da instituição acadêmica

Apesar de ser um desafio há perspectivas positivas


pf_pedro
 
O reitor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), professor Pedro Fernandes esteve sexta-feira última, dia 14, em Assú, prestigiando a cerimônia de concessão de título de cidadania assuense ocorrida na Câmara de Vereadores, oportunidade em que professor/Dr. Milton Guilherme Ramos (Letras Vernáculas e a professora/doutora Francileide Batista de Almeida Vieira (Educação) docentes do Campus Avançado Prefeito Walter de Sá Leitão local foram agraciados com tal honraria. Esta última também é vice-diretora do campus local. O dirigente acadêmico atendeu à nossa reportagem. Primeiro, Pedro Fernandes destacou os progressos alcançados até aqui na UERN, tanto no âmbito da unidade em Assú como de toda a instituição como a climatização de todos os setores do campus/Assú, a reforma em sua estrutura física entre outros itens de destaque.

Em seguida, o reitor da UERN frisou que há uma gama de outros desafios que serão enfrentados pela instituição. Um deles, conforme declarou, a proposta de expansão dos cursos de graduação em Assú, afirmando que está mais perto o projeto de criação do curso de Direito na cidade.

Queremos ampliar os cursos aqui no campus. Temos e perseguimos o desejo de criar um curso de Direito e com esse concurso agora de 2016 esse desejo se tornou mais perto de virar realidade.

Tivemos vagas abertas para professores de Direito em Mossoró e podemos remanejá-los para outro campus. Com essa perspectiva quando for divulgada a lista e analisada se teremos um amplo cadastro de reserva, podemos ver junto a OAB estadual e a OAB local a outorga para a criação desse novo curso considerando que temos além do concurso vigente um espaço que pode sobretudo durante o dia ser utilizado, e com isso fica bem mais próximo de se instalar o curso de Direito na nossa instituição”, afirmou o reitor acrescentando que persiste o desejo de ‘lutar’ pela vinda de outros cursos além do já mencionado e dos que já existem no Campus Avançado Prefeito Walter de Sá Leitão.
ASSU 171 ANOS
Esta imagem registra a primeira vez em que o pavilhão nacional foi hasteado. 16 de Outubro de 1969, primeiro ano da gestão do prefeito João Batista Lacerda Montenegro, por sugestão do companheiro Edmilson da Silva como forma de marcar o aniversario do Assú: Diga-se de passagem que o mesmo vem fazendo esse registo até hoje. Assu é bom eu posso afirmar.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

 
DESREFLEXO














Ajoelha-te!
Quero que vejas a fonte do meu gozo
Não cerra os olhos, não tenhas medo
Será teu também quando provares

Cala-te!
Não preciso sempre de tua voz
Que me policia e me atormenta
Me enoja e também me cala

Chora!
Lava o cheiro de tua alegria nefasta
Que corrói e me inveja
Que me dói e me maltrata

Vê!
Sou teu espelho guardado à noite
Sob a candura do linho violado
Por que não me quebras?
Por que não me cegas?
Por que não te lanças naquilo que és?

Alan Eugênio Dantas Freire, poeta assuense


quarta-feira, 12 de outubro de 2016

O jato perfumado e irreverente dos Antigos carnavais

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cinthia LopesEditoraO Rio de Janeiro ainda era capital do Império quando a provinciana cidade de Assu, distante 214 km de Natal, dava o seu grito de
 

WhatsApp pode ser usado para intimação e também para provas no judiciário

Publicado por Direito Legal
 
Aplicativo de mensagens de texto é usado para encontrar réus que fogem das intimações e tambémpara provar avisos prévios, notificações e rescisões contratuais.

Os novos meios tecnológicos de comunicação facilitam a vida como um todo, mas um em especial, está contribuindo para dar mais celeridade aos processos judiciais: o WhatsApp. O aplicativo de mensagens de texto mais utilizado no mundo tem sido utilizado pelos tribunais como meio de intimar as pessoas envolvidas em uma ação, principalmente quando há dificuldades em encontrar os autores e réus.

– O juiz, se assim for requerido, podem acolher o pedido de intimar as partes via WhatsApp. Trata-se de uma solução muito interessante. Afinal, muitas vezes se sabe que uma das partes foge da intimação judicial ou encontra-se em local perigoso para acesso do oficial de justiça, e isso atrasa muito o processo – explica o advogado Marcelo Schaurich, sócio do escritório Rocha, Ferracini, Schaurich Advogados.

As mensagens instantâneas também servem como conteúdo probatório. Podem ser usadas, por exemplo, para avisar sobre a necessidade de uma rescisão contratual. Um recente caso julgado no 4º JEC de Brasília negou o pedido de um corretor de imóveis que buscava pagamento de comissão pela venda um imóvel que tinha contrato de exclusividade. Acontece que o corretor havia sido avisado com antecedência pelo WhatsApp que o contrato estava rescindido, e a venda do imóvel foi realizada por outro profissional.

– A juíza decidiu que a manifestação pelo aplicativo é válida, e não permitiu que o corretor recebesse a comissão desejada. No caso, a magistrada considerou válida e possível a manifestação pelo WhatsApp , no intuito de rescindiro contrato firmado entre as partes. A tendência é que este entendimento seja cada vez mais difundido – aponta, Marcelo.

Outro caso recente que chama atenção é a decisao do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que disponibilizou aparelhos celulares para todas as varas com competência em violência doméstica. O objetivo é aderir a intimação via WhatsApp, a fim de informar a vítima com mais celeridade sobre os processos que envolvem a pessoa que a agrediu. A medida tem por objetivo dar mais segurança à vítima, que terá ciência de atos processuais de suma importância em relação ao processo da qual é parte.

Revista forense eletrônica

JUDEUS EM NATAL – A SAGA DOS PALATNIK

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Um Grupo de Judeus Que Começou Sua Vitoriosa Trajetória Empresarial Trabalhando Junto aos Mais Pobres de Natal 

Autor – Rostand Medeiros

A foto e o texto acima mostram o lugar onde os destinos administrativos de Natal, capital do Rio Grande do Norte, são traçados e executados desde 1922. Oficialmente conhecido como Palácio Felipe Camarão é um marco na cidade, mas o que importa mesmo nessa nota de jornal é um pequeno detalhe no final do texto. Ali ficamos sabendo que os móveis construídos na época da inauguração desta marcante edificação, que não sei se ainda estão por lá, foram executados pela firma “Tobias Palatnik & Irmãos”.

Os proprietários desta empresa, com um sobrenome tão diferenciado dos tradicionais nomes familiares de origem portuguesa existentes em Natal, eram os membros de uma família de judeus ucranianos, que em poucos anos foram considerados os membros mais proeminentes da comunidade judaica em Natal.
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3 de janeiro de 1947
Nada mal para estes imigrantes que haviam chegado apenas dez anos antes ao Brasil e tinham começado suas atividades na capital potiguar vendendo seus produtos diretamente nas casas dos moradores da pequena urbe. Trabalharam sem diferenciar classe nem cor, atendendo inclusive os mais humildes.

Em Busca de Novos Espaços

Segundo a historiadora Luciana Souza de Oliveira, através de sua monografia de mestrado em História “A fala dos passos: imigração e construção de espaços judaicos na cidade do Natal (1919-1968)”, a história dos judeus na capital potiguar começa a ser contada no ano de 1911, com a chegada ao Brasil de Tobias Palatnik e seus irmãos Adolfo, Jacob e José (este último com apenas 16 anos) e um tio Beinish (Brás) Palatnik. Eles deixaram para trás a fria região da Podólia, no sudoeste da Ucrânia e seguiram esperançosos para recomeçar a vida no grande país tropical.
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Judeus expulsos dos seus lares na Europa Oriental – Fonte – https://en.wikipedia.org
Para a historiadora este processo migratório dos judeus vai muito além de uma mera necessidade econômica. A questão judaica na Europa durante o século XIX até a primeira metade do século XX foi marcada por pressão e opressão, onde o espírito antissemita se manifestou nas esferas política, econômica e social, atingindo grande parte da população que hostilizava e culpava os judeus por toda sorte de mazelas. Deixar a Europa no final do século XIX e nas primeiras décadas do século XX representava para eles antes de tudo uma questão de sobrevivência.

Em calientes terras tupiniquins o Rio de Janeiro foi a primeira parada de Tobias Palatnik e seus parentes. Mas foi por um período curto e logo aqueles judeus seguiram para Salvador. Mas também a capital baiana não foi o melhor dos destinos e eles partiram para o norte, em direção à cidade do Recife, onde os Palatnik começaram a fazer sua clientela, em grande parte composta por operários.
Luciana Souza de Oliveira aponta que na cidade conhecida como “Veneza Brasileira” eles aprenderam que, além do comércio realizado de porta a porta, mesmo falando o português ainda de forma rudimentar, eles podiam comprar no atacado e com exclusividade. Neste período a cambraia bordada foi seu principal produto.

Recife certamente ajudou os irmãos Palatnik a assegurar alguns lucros, mas a concorrência comercial na cidade era um problema complicado, que contava naquele período com 80 judeus atuando como prestamistas. Segundo a autora estes judeus que já atuavam em Recife eram em sua maioria rapazes solteiros, provenientes da Bessarábia (região histórica da Europa Oriental, cujo território se encontra principalmente na atual Moldávia), Polônia e a Ucrânia, que batalhavam duro para poder concretizar um objetivo comum – o desejo de conseguir meios para poder se estabelecer na Palestina com os demais familiares que deixaram na Europa Oriental. 
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Tobias Palatnik – Fonte –
Foi então que Tobias Palatnik, o mais velho dos quatros irmãos, resolveu transferir-se para Natal objetivando fugir daquela concorrência.

Vencendo Onde os Outros nem Percebiam que Existiam Consumidores
Para a autora do texto a escolha de pegar o trem e seguir em direção a Natal foi a melhor decisão que Tobias tomou quando chegou ao Brasil. Nessa época Natal ainda era uma pequena capital com população inferior a 25.000 habitantes, com apenas 27 famílias formada por estrangeiros, três linhas de bondes elétricos, uma catedral, um cinema mudo e que estava começando a passar por intensas transformações. A cidade estava aos poucos desabrochando e vivenciando o início da modernidade tão desejada pela elite local.
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Navios no Rio Potengi, em Natal
Mas se por um lado a elite natalense se deleitava com os avanços e belezas da “Belle Époque”, uma grande parcela da sua população – os mais pobres – eram tratados de maneira verdadeiramente invisível.

Aqueles ucranianos, que sabiam bem o que significavam as violentas exclusões dos pogroms contra judeus na Europa Oriental, certamente perceberam que também havia exclusão em Natal. Mas esta era extremamente sutil, realizada de maneira covarde, praticada sem violência física contra uma massa morena, mas carregada de extrema hipocrisia. A exclusão em Natal diferenciava os seres humanos principalmente pela cor e condição socioeconômica.

Acredito que Tobias Palatnik percebeu de maneira muito correta que aquelas pessoas excluídas, mesmo com uma condição financeira mais limitada, apontavam para a possibilidade de um mercado consumidor extremamente promissor em Natal. Já a maioria dos seus concorrentes, membros de uma elite branca e racista, que praticavam intensos atos de exclusões sociais contra aquelas pessoas consideradas ralé, jamais iriam ate eles, bater nas portas dos seus “mocambos” para vender alguma coisa.
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Os conhecidos Mocambos, as moradias dos mais pobres de Natal
Tobias Palatnik se deparou com um espaço que estava pronto para ser explorado. Percebeu que a venda a prestação tinha futuro na cidade e que a oportunidade comercial era bem melhor que em Recife. Logo avisou aos seus irmãos e estes seguiram para o novo destino e começaram um novo investimento.

Percebi lendo o texto da historiadora Luciana Souza de Oliveira e os jornais de época, que para os Palatnik a diferenciação dos natalenses abonados com os “negos”, como os mais ricos da cidade pejorativamente chamavam os mais pobres (que nem precisavam ser claramente afrodescendentes para assim serem classificados), era algo que nada lhes importava.

O que importava mesmo era negociar, chegar até o cliente, atender o desejo das pessoas, independente de onde eles moravam, ou da cor da sua pele…
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As Rocas, área de atuação dos Palatnik em Natal
Logo na primeira investida Tobias Palatnik pôde observar que só nas Rocas, a região dos pescadores, onde viviam os mais pobres da cidade, ele poderia conquistar facilmente mais de 200 clientes. Outra coisa que certamente o judeu percebeu foi que aquelas pessoas, não obstante suas limitadas condições financeiras, possuíam um acentuado sentido de honra em relação a quitação de suas dívidas financeiras, onde poucos se davam ao papel de caloteiros.
Era tudo que um prestamista desejava!

Assim os produtos foram sendo oferecidos de porta em porta e logo se estabeleceram fortes laços econômicos. Mensalmente os irmãos passavam nas casas dos clientes, oferecendo novas mercadorias e estes pagavam as parcelas dos produtos que haviam sido anteriormente vendidos. Esse tipo de procedimento tornava a relação entre comerciante e cliente mais estreita, fazendo com que os anseios de consumo da sociedade local, mesmo dos mais humildes, fossem supridos de maneira pessoal. Segundo Luciana Souza de Oliveira os irmãos Palatnik foram os primeiros que trouxeram para a cidade essa nova maneira de comercializar.
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Natal no início do século XX
Com arrojo e garra, aliado ao desejo de trabalhar e de prosperar em Natal, Tobias e seus irmãos alcançaram seus objetivos iniciais em menos de seis meses, quando conseguiram conquistar cerca de mil clientes.

Boa Relação Com os Natalenses, Mas Mantendo as Tradições

A prosperidade econômica veio logo, rápida mesmo.

A historiadora Luciana Souza de Oliveira aponta que 1915 os Palatnik puderam adquirir uma fazenda com uma usina de açúcar, álcool e aguardente. Mas o forte daqueles judeus era o comércio e foi com ele que a família Palatnik escreveu uma história de prosperidade na cidade.
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Familia Palatnik – Em pé, a partir da esquerda: Adolfo Palatnik, Jacob Palatnik, Brás Palatnik, Tobias Palatnik, José Palatnik, Tobias Prinzak, Moisés Kaller e Horácio Palatnik. Sentadas: Cipora Palatnik, Dora Palatnik (com Chimonit Palatnik no colo), Rivca Palatnik, Olga Palatnik (com Ester Palatnik no colo), Sônia Palatnik, Dora Kaller e Augusta Palatnik.
Com a estruturação e o crescimento econômico daqueles judeus em Natal, esses jovens tiveram a oportunidade de ir à Palestina algumas vezes visitar seus parentes. Foi nessas poucas visitas que os jovens Palatnik constituíram suas famílias com as moças que residiam na chamada “Terra Santa”.
Mesmo construindo as suas vidas em Natal, mesmo aqui sendo a cidade que esses judeus escolheram para desenvolverem suas famílias, a cidade não poderia lhes oferecer alguns elementos responsáveis pela continuidade de sua identidade.
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O escritor Luís da Câmara Cascudo participou da festa do Yom Kippur junto aos judeus de Natal e descreveu a visita em um interessante artigo – Fonte – Jornal ” A República” 12/11/1933
Faltavam-lhes garotas que professasse a mesma fé e que tivesse os mesmos conceitos e valores para manter uma identidade judaica em seus lares. Vale ressaltar que aqueles jovens judeus conseguiram se relacionar muito bem com as pessoas em Natal, mesmo criando essa delimitação de não envolvimento de caráter íntimo e pessoal com aqueles que eram diferentes a sua cultura.

Ocorreram então várias uniões a partir de 1920. Com esses casamentos, muitos outros familiares, entre eles primos, irmãos, pais, tios e outros membros, decidiram deixar seus países e foram atraídos para a capital potiguar.
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Jose e Sonia Palatnik
Essas ramificações e parentescos foram os elementos principais para que a família Palatnik se destacasse, tornando-se os membros proeminentes para o estabelecimento de uma comunidade judaica na cidade, pois o número de pessoas que gravitavam em torno deles crescia com o passar dos anos.

Preocupações Com Coisas da Vida e da Morte

Segundo informa o site judaismohumanista.ning.com, em 1925 foi fundado na capital potiguar o Centro Israelita, que funcionava também como uma sinagoga.

Ainda na década de 1920 os judeus natalenses foram os primeiros a construir um jardim de infância, que até aquele período não havia sido estabelecido na cidade de Natal. Esta escola para crianças começou a funcionar, junto a um programa de educação judaica complementar e uma de suas professoras foi a Sra. Sara Branitzak, que teria vindo da Palestina e, segundo a historiadora Luciana Souza de Oliveira, chegou em 1927, mas ela passou pouco tempo neste trabalho.
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Jardim de Infância Palatnik – A partir da esquerda, em pé: Eliachiv Palatnik, Sofia Kaller, Ester Palatnik, David Fassberg, Ester Palatnik (filha de Elias) e Moisés Palatnik. Sentados: Aron Horovitz, Aminadav Palatnik, professora Sarah Branitzky, Sarita Volfzon, Raquel Horovitz, Nechama Kaller e Simon Masur. Na frente: (?), Nechama Palatnik, Achadam Masur e Genita Volfzon.
Muitas crianças judias que nasceram em Natal participavam não apenas da vida judaica, também se relacionavam com as outras crianças da cidade sem, no entanto, esquecer que mesmo sendo Potiguares, eram acima de tudo judeus, guardando e seguindo as tradições que eram ensinadas pelos seus pais. Uma destas crianças foi Uma das crianças judias nascidas em Natal, mais precisamente em 19 de fevereiro de 1928, foi Abrahan Palatnik.[1]

Ainda segundo o site judaismohumanista.ning.com, um censo oficial da cidade de Natal em 1940 registrou um total de 54.836 habitantes e 109 eram judeus.
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Túmulo de Rosinha Palatnik no Cemitério Público do Alecrim – Foto do autor.
Com o natural crescimento da comunidade local, que passou a contar com mais de trinta famílias de judeus, logo não eram apenas os aspectos ligados a vida terrena que preocupavam esta comunidade, as questões de morte também se tornou uma preocupação.

Em 10 de janeiro de 1931, através de contatos entre os líderes da comunidade e a Prefeitura de Natal, cujo prefeito a época era o Sr. Gentil Ferreira de Souza, foi doada uma quadra murada no Cemitério Público do Alecrim para que os membros da comunidade judaica fossem enterrados mediante seus rituais tradicionais. Igualmente foi fundada uma sociedade funerária chamada Chevra Kadisha.
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Rosinha Palatnik
Até hoje existe este espaço exclusivo no Cemitério do Alecrim e entre os vários judeus natalenses enterrados está a lápide de Rosinha Palatnik. Ela faleceu no dia 7 de agosto de 1936, com apenas 20 anos de idade, depois de uma permanência no hospital de um mês e quinze dias em razão de uma apendicite. Rosinha era carioca, nascida Rosinha Tendler, filha de Boris e Anna Tendler e era casada com Horácio Palatnik (ver jornal “A República”, edição de domingo, 9 de agosto de 1936).

Crescimento dos Negócios

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O trabalho dos Palatnik prosperou ao longo dos anos e foi se diversificando.
De prestamistas eles abriram uma fábrica e uma loja de móveis chamada Casa Sion, sendo localizada a rua Dr. Barata, número 6, no bairro da Ribeira, uma das principais artérias comerciais da cidade na época.
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Brás Palatnik
Já Brás Palatnik surge com uma casa comercial na década de 1920, que inclusive era batizada com o seu nome e ficava localizada igualmente na rua Dr. Barata, nos números 204 e 205 e ali parece que ele vendia de tudo um pouco. Anúncios no jornal “A República”, o principal da cidade, mostra uma propaganda onde se oferecia guarda-chuvas, cobertas para camas, calçados para homens, tolhas, tecidos de cambraia e muitas outras coisas. Tempos depois esta loja mudou para a rua Ulisses Caldas, na esquina com a rua Felipe Camarão, no Centro da cidade, muito próximo, ou mesmo vizinho, ao Centro Israelita.

Em 1931 os irmãos Tobias e Braz Palatnik estão com uma fábrica de mosaicos
na rua Extremoz e uma loja destes produtos na rua Dr. Barata, mas no número 190. Tinham também uma serraria na rua Ulisses Caldas e mantinham a Casa Sion para vender os móveis por eles fabricados.
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5 de fevereiro de 1937
Em 1936 o antigo e marcante cinema Polytheama, referência da sétima arte na história da cidade e localizado na Praça Augusto Severo, 252, se torna a Casa Palatnik. Como em outros comércios destes judeus a diversificação e a variedade de produtos é a tônica da casa comercial. Ali se vendia desde camas de ferro, passando por móveis de vime e junco e até mesmo pedras para túmulos.

Conforme os Palatnik vão prosperando, eles vão participando de atividades junto à sociedade natalense. José Palatnik, por exemplo, se torna conselheiro da Associação Comercial de Natal e do conselho fiscal do Banco Industrial Norte-rio-grandense S.A.
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25 de janeiro de 1939
Além da diversificação de negócios, pesquisando nos jornais antigos fica patente como os Palatnik investiram forte na aquisição de imóveis por toda a área de Natal. Nessa época era normal que os documentos emitidos pela prefeitura da cidade nas negociações ligadas a imóveis, com exceção de valores, fossem divulgados nos jornais locais. Neste aspecto, principalmente no início da década de 1940, os Palatnik estão sempre presentes com pagamentos de impostos referente a muitas aquisições e venda de imóveis. Provavelmente perceberam que, mesmo de forma lenta, a cidade se expandia e a compra de imóveis era outra nova oportunidade de negócios a ser trabalhada.

A Jerusalém do Brasil

O jornal Tribuna do Norte, na sua edição de 22 de novembro de 2013, informa que os irmãos Palatnik investiram na construção civil em Natal. Eles foram pioneiros na construção de conjuntos habitacionais: as primeiras casas da Ponta do Morcego (numa delas veraneava o governador Juvenal Lamartine) e a famosa Vila Palatnik, pegando a avenida Deodoro, rua Ulisses Caldas (em frente ao Colégio da Conceição) e rua coronel Cascudo.
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Região da Ponta do Morcego, em Natal
Durante a Segunda Guerra Mundial o Rio Grande do Norte sediou uma das maiores bases de aviação dos Aliados no hemisfério ocidental, a famosa Parnamirim Field. Este fato, ocorrido antes mesmo da declaração formal de guerra do Brasil contra os países do Eixo, proporcionou a chegada de muitos militares estadunidenses a Natal. Logo alguns soldados judeus servindo as forças armadas dos Estados Unidos começaram a participar e animar a vida comunitária dos judeus em Natal.

Em agosto de 1942 era o próprio Brasil que entrava na Segunda Guerra Mundial. Em Natal e a população foi chamada para participar do esforço de guerra, com ações da defesa passiva. A tradicional comunidade sírio-libanesa de Natal, tendo a frente Neif Habib Chalita e Kalil Abi Faraj, participou deste processo junto com outras colônias de estrangeiros que viviam na cidade, entre estas os judeus. Nestas atividades eles eram liderados por José Palatnik e Leon Volfzon. Não sabemos em que grau ocorreu a participação destas comunidades no processo de defesa passiva de Natal, nem como foi a interação de sírio-libaneses e judeus neste objetivo, mas tudo leva a crer que transcorreu sem maiores alterações em razão da inexistência de notícias apontando problemas.
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Participação da tradicional comunidade sírio-libanesa de Natal no processo de defesa passiva da cidade durante a Segunda Guerra Mundial, juntamente com a comunidade judaica.
Com a chegada dos estadunidenses houve um aporte financeiro muito intenso na capital potiguar. Consequentemente a cidade se encheu de forasteiros em busca dos preciosos dólares e este aumento populacional trouxe consequências para Natal. Entre estes figuram o aumento da carestia e a falta de moradias e esse ultimo fato motivou os Palatnik a abrir um novo negócio – Uma loja de material de construção para abastecer um mercado que construía novas casa.

Mas a pequena e calma cidade, que crescia a olhos vistos, já não atraia os judeus como no passado.
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Vila Palatnik
Após a Segunda Guerra Mundial tem início a migração dos judeus natalenses para outros centros urbanos como Rio de Janeiro e Recife, mas alguns seguiram para o recém-criado Estado de Israel. Assim, com o número de judeus extremamente reduzidos em Natal, as atividades do Centro Israelita foram encerradas em novembro de 1968.

Segundo a historiadora Luciana Souza de Oliveira a história da presença dos judeus em Natal foi algo expressivo. Eles foram os responsáveis por construir na capital Potiguar uma das comunidades judaicas mais atuantes do Brasil, que chegou a ser conhecida na Palestina como a Jerusalém do Brasil.
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Irmãos Palatnik
As famílias judias que se estabeleceram na cidade mudariam não apenas a história dos judeus em Natal, mas o próprio espaço urbano e cultural. Foi na capital potiguar que eles tiveram a oportunidade de (re)construir as suas vidas oferecendo a cidade o que eles tinham de melhor: o trabalho e suas mercadorias. Em contrapartida a cidade os recebeu consumindo os seus produtos importados e dando a eles uma condição de vida digna na qual puderam oferecer a suas famílias o suprimento de suas necessidades.

A imigração deste grupo de judeus para Natal representou mais que um simples evento, foi a importante inserção de um povo, de uma cultura, uma religião, uma economia, organização espacial e social, bem como a (re)construção do “seu lugar” na capital Potiguar.

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REFERÊNCIAS

CASCUDO, Luís da Câmara. Yom Kippur em Natal. Jornal A República, Natal, n. 881, p.7, 12 nov. 1933.
OKSMAN. Sérgio (dir.). Irmãos de Navio: Histórias da Imigração Judaica no Brasil. São Paulo: Documenta Filmes, 1996. DVD (60 min), son., color.
ROZENCHAN, Nacy. Os judeus de Natal: Uma comunidade segundo o registro de seu fundador. Revista Herança Judaica, n. 106, abr. 2000. São Paulo: B´nai B´rith 2000.
SCHEINDLIN, R. História ilustrada do povo judeu. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.
WOLFF, Egon; WOLFF, Frieda. Natal, uma comunidade singular. Rio de Janeiro: Cemitério Comunal Israelita, 1984.

NOTA

[1] Abrahan Palatnik é filho de Tobias e Olga Palatnik e com apenas quatro anos de idade imigrou de natal para a região onde, atualmente, se localiza o Estado de Israel. Entre 1942 e 1945, frequenta a Escola Técnica Montefiori, em Tel Aviv, e se especializa em motores a explosão. Só retorna ao Brasil, para o Rio de Janeiro, em 1948. Por volta de 1949, inicia estudos no campo da luz e do movimento, que resultam no Aparelho Cinecromático, exposto em 1951 na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, onde recebe menção honrosa do júri internacional. Desenvolve a partir de 1964 os Objetos Cinéticos, um desdobramento dos cinecromáticos, mostrando o mecanismo interno de funcionamento e suprimindo a projeção de luz. O rigor matemático é uma constante em sua obra, atuando como importante recurso de ordenação do espaço. É considerado internacionalmente um dos pioneiros da arte cinética. Abraham Palatnik é consagrado pioneiro, o primeiro que explorou as conquistas tecnológicas na criação de vanguarda brasileira, tornando as máquinas aptas a gerarem obras de arte. Ver – https://www.escritoriodearte.com/artista/abraham-palatnik/

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