Eu conheci o senador Dinarte Mariz (1903-1984) nos idos de sessenta, numa concentração pública na cidade de Assu, de passagem para Mossoró, candidato ao governo do Rio Grande do Norte. Me lembro que ele usava paletó de linho Braspérola de cor bege. No Assu, ainda menino, já metido a gente grande, eu pelas saía pelas ruas da cidade, distribuindo fotografias (propagandas) daquele "velho senador do coração do povo", como ele era chamado pelos seus correligionários, pelos Norte-rio-grandenses. Sobre ele, diz o poeta matuto Renato Caldas, num verso: "Dinarte, velha aroeira que sustenta a cumeeira do Rio Grande do Norte". Eu tive o prazer de ter sido convidado, salvo engano, em 1983, para a sua festa de aniversário (naquele tempo eu era vereador do Assu), seus 80 anos de idade, que aconteceu na cidade de Caicó. Foi a maior festa que eu já vi no sertão, com a presença do deputado Paulo Maluf. Dinarte era amigo leal, decidido. Para falar com ele, fosse no palácio do governo ou na sua residência, era a maior facilidade. Conta-se que certa vez, seu compadre e prefeito de Serra Negra do Norte, chamado Euclides, no tempo em que ele, Dinarte, era governador, chegou à sua casa no instante em que ele se encontrava no banheiro, fazendo suas necessidades fisiológicos. Aquele prefeito apressadamente logo se aproximou do WC, bateu na porta e foi direto ao assunto: "Compadre Dinarte, é sobre a nomeação daquele nosso amigo". Dinarte sentado no vaso sanitário logo pediu caneta e papel a sua secretária, e ali mesmo despachou autorizando com um simples bilhetinho, a nomeação do amigo do prefeito que, ao sair daquela residência oficial, saiu-se com essa: "Dinarte é governador até cagando!" Para risos dos circunstantes.
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