Macaíba era soldador de profissão, tocador de cavaquinho e dava-se o gosto de fazer versos. Lembro-me dele (ele faleceu, salvo engano, há uns quinze anos atrás) nos anos sessenta tocando nas serestas realizadas no bar Beira Sesp , que marcou uma época no Assu. Pois bem, recebi de Chagas Matias (que é declamador e admirador dos poetas assuenses, irmão do poeta Ynamá Matias), uns versos do poeta Macaíba, que diz assim:
Chegando ao cemitério,
Bem triste fiquei pensando,
Fui também observando
Que a vida é um mistério.
Quem tinha tanto império,
Tem sua vida acabada,
Pisei numa cruz quebrada
Bem em cima de uma cova,
Aquilo serviu de prova,
Que o pecador não é nada.
Ao chegar ao corpo santo,
eu vi a cada jasigo,
Nome de poetas amigos,
A quem pude lembrar tanto.
Não pude enchugar meu pranto,
De lágrimas sentimentais,
São momentos naturais,
E coisas que são concretas,
Ir a cova dos poetas,
Que foram e não voltam mais.
Quando eu for esta viagem,
Meu povo, não seja ingrato,
Me botem junto a Renato
Ou a manoel de Bobagem,
Me prestem esta homenagem,
Já que fui um João Ninguém
E na cruz o nome que tem
Só um "P" aparecendo,
Pra alguém sair dizendo,
João foi poeta também.
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segunda-feira, 15 de junho de 2009
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Um comentário:
Valeu grande Fanfa! voce publicou JOAO MACAIBA, vamos publicar mais este: Certa vez numa bebedeira nas barracas do rio açu, ao olhar aquelas garotas deitadas so de biquini nas areias, se bronzeando, o grande Barrinho deu este mote a Macaiba:
Ou rapaz, TANTO TABACO NO RIO E EU COM O NARIZ ENTOPIDO.
Macaiba Glosou:
Ninguem aquece o meu frio,
Ninguem mata o meu desejo,
E meio desesperado vejo,
TANTO TABACO NO RIO.
Um homem sendo vadio,
Fica logo enfurecido.
Eu mesmo ja dei gemido
Que estou me sentindo fraco
De olhar tanto tabaco
E EU COM O NARIZ ENTUPIDO.
Abraço,
Chagas Matias.
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