sexta-feira, 25 de maio de 2012

Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!
 
Fernando Pessoa

‎'' Mais sábios que os homens são os pássaros. Enfrentam as tempestades noturnas, tombam de seus ninhos, sofrem perdas, dilaceram suas histórias. Pela manhã, tem todos os motivos para se entristecer e reclamar, mas cantam agradecendo a Deus por mais um dia.''

Augusto Cury

Hoje vi-te naquela amurada de prata
eras céu de Janeiro
já lá vai tanto tempo que fomos mar e céu
estavas linda como aquela manhã de Outono
o teu andar voava elegante
como se não tivesse chão
era poesia nos teus cabelos
que de vento eram feitos
os sonhos não cabiam em nós
nem neste mundo
amei-te sem saberes
que a lua também chora à noite

José Guerra (2012)

Artista cria ponte com 8 mil garrafas plásticas sobre açude na Paraíba
Objetivo é conscientizar moradores para riscos da poluição do ambiente.
As travessias serão acompanhadas por uma equipe do Corpo de Bombeiros, que ficará até o dia 20 de maio na passarela dando apoio com coletes salva-vidas e monitorando as visitas. A passarela liga duas margens do Açude Velho, do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca) à Casa da Cidadania, na Avenida Doutor Severino Cruz.

Ponte de garrafas plásticasA iniciativa tem apoio de voluntários e é coordenada pelo artista plástico Jarrier Alves, que nasceu em Brasília, mas mora na capital paraibana, João Pessoa. Segundo ele, o projeto é uma intervenção artística de cunho ecológico.

O objetivo é chamar atenção da população e das autoridades para o problema da poluição do meio ambiente e a necessidade de revitalização do Açude Velho.

Segundo o artista, a instalação da ponte teve a consultoria do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) e apoio da prefeitura de Campina Grande. Para ser viabilizado, o projeto foi financiado no valor de R$ 40 mil pelo Fundo de Incentivo à Cultura Augusto dos Anjos (FIC), um programa do governo estadual.

Do G1 Paraíba

CARLINHOS CACHOEIRA

CURRAIS NOVOS ANTIGO


Praça Cristo Rey, 1938

Prefeitura do Assú muda realidade de escola em Bela Vista Piató
Mais uma escola reformada, reestruturada e ampliada acaba de ser inaugurada pela prefeitura do Assú. O benefício foi entregue nesta quinta-feira,24, a comunidade de Bela Vista Piató.
A Escola Municipal Senador Georgino Avelino recebeu um investimento de R$ 75.093,09 referente as obras de ampliação da cozinha, reparo nas instalações elétrica e hidráulica, piso em cerâmica e pintura, proporcionando à escola uma nova realidade num ambiente com melhores condições para o ensino e aprendizagem.
As novas instalações da escola municipal Senador Georgino Avelino traz ainda uma Sala de Informática instalada através do Programa Nacional de Informática na Educação, o PROINFO, do Governo Federal, oportunizando aos 120 alunos atendidos pela unidade desenvolverem melhor seus trabalhos e atividade escolares.
 

Enviado por AD Comunicações

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Fotos de Selma Santos
 
FELICIDADE

Ela veio bater à minha porta
e falou-me a sorrir, subindo a escada:
“ - Bom dia, árvore velha e desfolhada”
e eu respondi: “ -Bom dia, folha morta!”

Entrou: e nunca mais me disse nada...
Até que um dia (quando, pouco importa!)
houve canções na ramaria torta
e houve bandos de noivos pela estrada...

Então chamou-me e disse: “Vou-me embora!
Sou a felicidade! Vive agora
da lembrança do muito que te fiz”

E foi assim que em plena primavera,
só quando ela partiu contou quem era...
E nunca mais eu me senti feliz!

(Guilherme de Almeida).


Por  Luluda Moura, poetisa assuense

Tentou amar assim mesmo
E por isso sofre demais,
A "gaivota" era um esmero,
Inatingível e voraz...



UM BELO POEMA SOBRE UMA BELA CIDADE CHAMADA NATAL

(Título do blog)




LINDA BABY

Autor: Pedro Mendes

Essa é uma terra de um deus mar
De um deus mar que vive para o sol
E esse sol está muito perto daqui
Venha e veja tanto quanto pode se curtir

Linda terra para a mãe gentil
Belo cai o sol sobre esse rio
E esse rio também está perto daqui
Venha e veja tanto quanto é o nosso Potengi

Sempre que estiveste por aqui
Não observaste o nosso ser
Nem aproveitaste o lindo olhar ao céu
Venha pois não dá prá dizer tudo no papel

Curte-se aqui ao natural
A natureza espalha o nosso chão
Estou cantando a terra que é o meu viver
E acontece que eu estou cansado de dizer

Que aqui não tem avenida São João
Nem o mesmo padrão que se tem por aí
Coisas que não tem em todo o canto não se deve exigir

Isso é Natal, ninguém se dá muito mal
Como dizem pessoas quase sem se sentir
Linda baby, baby linda, volte sempre aqui.


A CODIRC DA MAGIA está chegando, e você vai poder curtir o sol vibrante, as belas praias e o calor humano que só a "linda baby" oferece.

"Venha e veja tanto quanto pode se curtir!"

CONVITE RELIGIOSO E FESTEIRO AOS ASSUENSES

Tá monótono? Vá pra Caraúbas


Terra de cabra-macho

Dois matutos “adversários”, 
o Coroné e o Zé das Cuia, se 
encontram na única barbearia 
de Caraúbas. Lá sentados, lado a 
lado, não trocam uma só palavra. 

Os barbeiros temiam iniciar 
qualquer conversa, pois poderia 
descambar para discussão, e o 
Coroné tinha fama de brabo e 
só andava armado. Terminam 
a barba de seus clientes, mais 
ou menos ao mesmo tempo.

O barbeiro que atendeu o Coroné 
estendeu o braço para pegar a 
loção pós-barba e oferece, no que 
foi interrompido rapidamente por
seu cliente que disse: 
- Não, obrigado. A minha esposa
vai sentir o cheiro e pensar que eu 
estive num puteiro. 

O outro barbeiro virou-se para o 
Zé das Cuia: - E o senhor? 
- Oxente, popassá! A minha muié
num sabe mermo como é cheiro 
de puteiro... Nunca trabaiô pur lá... 

Dizem que a barbearia está 
fechada até hoje, para reforma.

  Postado por Fernando Caldas

Prefeitura do Assú entrega reforma e ampliação de escola de Bela Vista Piató
A comunidade escolar de Bela Vista Piató, zona rural do município do Assú, recebe mais um benefício da gestão municipal com o trabalho de reforma, ampliação e reestruturação da Escola Municipal Senador Georgino Avelino.
O trabalho executado com recursos próprios do município no valor de R$ 75.093,09 beneficiou a escola com obras de ampliação da cozinha, reparo nas instalações elétrica e hidráulica, piso em cerâmica e pintura, proporcionando à escola um ambiente com melhores condições para aprendizado e ensino.
Os 120 alunos atendidos pela unidade escolar também serão beneficiados com uma Sala de Informática para desenvolverem seus trabalhos e atividades, instalada através do Programa Nacional de Informática na Educação, o PROINFO, do Governo Federal.
A Prefeitura do Assú entrega a Escola Municipal Senador Georgino Avelino com suas novas instalações à comunidade de Bela Vista Piató, nesta quinta-feira, dia 24 de maio, às 9h.


(Artigo enviado por AD Comunicações)

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Nordeste já tem mais da metade dos municípios da região em situação de emergência pela seca


Carlos Madeiro 
Do UOL, em Maceió
O número de municípios que decretaram situação de emergência por conta da seca que castiga o Nordeste continua crescendo. Com os novos decretos publicados esta semana, a região passou a ter mais da metade das cidades nos nove Estados reconhecidamente atingidas pela estiagem prolongada.
Segundo levantamento realizado pelo UOL com as defesas civis estaduais, até a terça-feira (22), 907 dos 1.794 municípios nordestinos já tinham confirmado o estado de emergência, o que representa 50,5% do total de cidades. O número ainda pode crescer, já que alguns Estados ainda estão recebendo decretos das prefeituras.

UOL visita cidades afetadas pela estiagem




Foto 1 de 83 - A seca atinge grande parte do Nordeste. Segundo dados das defesas civis estaduais, mais de 750 municípios já decretaram situação de emergência e mais de 4 milhões de pessoas foram afetadas na região. Às margens da AL-220, o rio Traipu está completamente seco. Ele é uma das fontes de abastecimento da cidade alagoana de Jaramataia Mais Beto Macário/UOL
Somente nos últimos dias, Maranhão decretou emergência em 11 municípios –até então, o Estado era o único que não havia manifestado publicamente problemas com a seca. Na última segunda-feira (21), a Federação dos Municípios do Estado do Maranhão se reuniu para discutir pela primeira vez a questão. Segundo as prefeituras atingidas, já há registro de perda da safra. Em algumas localidades, choveu apenas metade do esperado para o primeiro quadrimestre do ano, o que destruiu culturas como mandioca e feijão.

Municípios em emergência

Bahia242
Paraíba170
Rio Grande do Norte139
Piauí122
Pernambuco100
Ceará69
Alagoas36
Sergipe18
Maranhão11
Na Bahia, o número de decretos de situação de emergência chegou a 242 na última segunda-feira (21). Segundo a Defesa Civil Estadual, ainda há municípios do semiárido que não encaminharam documentação, mas já estão com decretos em fase de finalização. Esta semana, o governo iniciou a distribuição de arroz e feijão doado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para a região de Irecê foram encaminhadas 1.800 toneladas de feijão e 900 toneladas de arroz. Segundo a Conab, serão distribuídos até 12 caminhões (de 10 toneladas cada um) por dia.
Dos 170 municípios que decretaram emergência na Paraíba, 91 já estão sendo atendidos pela operação Pipa, do Exército. O governo do Estado promete que ainda este mês vai aumentar o número de veículos contratados. A maior preocupação agora é que os municípios entreguem a documentação necessária. Segundo o governo, 80 cidades ainda estão com pendências, o que impede o início de ações emergenciais, como o pagamento do programa Garantia Safra e do Bolsa Estiagem, ambos do governo federal.
No Rio Grande do Norte, 139 municípios estão com a situação de emergência reconhecida pelo Estado, que iniciou as obras para construir 2.800 cisternas. Ao todo, 18 mil estão previstas. O governo também anunciou que o próximo passo será a restauração de cerca de 800 poços já perfurados, mas que não estão em funcionamento. Já aos 40 municípios que possuem poços de água salgada, o Estado vai distribuir dessalinizadores, por meio do programa Água Doce.
Em Pernambuco, a Coordenadoria de Defesa Civil contabiliza cem municípios em situação de emergência no agreste e no sertão do Estado. O governo anunciou medidas de apoio ao sertanejo, como o aumento no preço da compra do leite de R$ 0,76 para R$ 1,00 além da ampliação na oferta de carros-pipa e linhas de crédito para o pequeno agricultor. Segundo levantamento do IPA (Instituto Agronômico de Pernambuco), mais de 90% das plantações de feijão e milho foram perdidas pela falta de chuva.
Boletim da Defesa Civil do Ceará divulgado na última segunda-feira mostra que são 69 municípios com decretos homologados por conta da seca. Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia, choveu em maio apenas 15% do que era esperado. Na sexta-feira (18), o governo do Estado anunciou que vai construir 1.500 cisternas para ajudar no armazenamento da água.
Em Alagoas, o número de municípios em emergência chegou a 36. O governo do Estado anunciou, em reunião na segunda-feira (21) com os prefeitos das cidades atingidas, que a verba estadual de combate à seca será destinada à compra de alimentos e contratação de carros-pipa. A estimativa é que 400 mil pessoas estejam sofrendo com a estiagem. Segundo levantamento dos municípios são necessárias 1.041 viagens de carros-pipas por dia para suprir a demanda.
Nos 18 municípios em emergência em Sergipe, 104 mil pessoas estão diretamente afetadas pela estiagem. Segundo a Defesa Civil Estadual, 126 carros-pipa estão sendo distribuídos por dia para amenizar o desabastecimento das comunidades rurais.
No Piauí, 122 municípios tiveram decreto de situação emergência homologado pelo Estado. A Secretaria Estadual da Defesa Civil informou que vai contratar carros-pipa para os municípios mais afetados, garantindo o abastecimento de água. Na primeira etapa, serão contratados 300 caminhões|. O programa do governo também oferece cesta básica às famílias atingidas e ração para os animais.

Estiagem prolongada

Segundo moradores ouvidos pelo UOL durante visita às cidades mais afetadas da região, a seca deste ano seria uma das maiores da história. Contudo, segundo o meteorologista e coordenador do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Humberto Barbosa, a mensuração exata do tamanho da seca não é possível de ser realizada, já que há uma série de fatores e dados que têm de ser levados em conta. Além disso, a estiagem registrada este ano ainda não teve seu ciclo encerrado. Contudo, governos estaduais citam que é a pior estiagem em ao menos 30 anos.
Um documento enviado nesta terça-feira (22) aos governadores e à presidente Dilma Rousseff, elaborado pela ASA (Associação do Semiárido) --que reúne cerca de 750 entidades do sertão nordestino--, diz que o momento enfrentado pelo Nordeste é “extremamente grave” e que a estiagem deverá se prolongar até 2013.
“Desde o ano passado não chove o suficiente para acumular água nas cisternas para consumo da família e para a produção. O quadro atual é grave! Há que se priorizar o socorro imediato às famílias que estão sem água, mas há a mesma urgência em investir em ações estruturantes para que essas famílias possam enfrentar os períodos de longa estiagem, cíclicos e previsíveis, sem passar fome ou sede”, alega a ASA, cobrando ações de convivência do sertanejo com a estiagem e políticas públicas que minimizem os tradicionais ganhos da “indústria da seca”.

terça-feira, 22 de maio de 2012


Por Walflan de Queiroz [1930-1995], poeta potiguar.

O que é romântico não pode desaparecer da vida nem da morte.
Infelizmente da minha janela, não vejo senão um céu opaco e indiferente.
Não adianta desejar.
Violetas não resolvem meu problema.
Tudo passa e o vento de Abril leva meus melhores pensamentos.
Que náusea a vida!
Fico desgraçadamente só.
Nenhuma relação me leva ao tempo de menino.

O URUBU E COLIBRI
                                                                                                                                               
Públio José – jornalista
(publiojose@gmail.com)

OBS: Qualquer semelhança com a realidade política, jurídica e parlamentar brasileira, não é mera coincidência.

Conta a fábula que o colibri morria de inveja do urubu. Acostumado a voar em baixas altitudes, via o urubu ganhar o espaço em longo bater de asas, desafiar grandes distâncias, planar sereno sobre montes, montanhas, conviver na companhia de brancas nuvens. “Como é majestoso o vôo do urubu”, pensava, diante da insignificância do contexto em que vivia. Parado, ficava a imaginar a beleza dos cenários, a diversidade geográfica, a imensidão dos espaços observados do alto. Olhava para si e se via pequeno, frágil, impotente pela diminuta estrutura corporal que carregava. “Como alcançar grandes altitudes, conhecer novos horizontes, almejar ter uma visão larga do mundo sendo tão pequeno?”, se indagava. Perguntas, perguntas e mais perguntas. E quase nenhuma resposta para apascentar a sua angústia interior. De fato, de concreto mesmo, só a tristeza pela distância que o separava do urubu.

Acalentava um grande desejo de, um dia, conhecer de perto tão fascinante personagem. “Ah, pensava, quantas histórias bonitas o urubu terá para me contar, quantas pessoas interessantes ele deverá ter conhecido como fruto de suas exuberantes expedições aéreas”. Enquanto cuidava da casa, do seu exasperante dia-a-dia, o colibri remoia uma vontade enorme de travar conhecimento com o urubu, de vê-lo de perto diante dos olhos. Mexe daqui, indaga dali, tenta dacolá, terminou conseguindo marcar uma audiência com o importante viajor dos altos ares. O urubu recebeu-o entediado. “O que quererá comigo ave tão insignificante? Porventura pensa que posso ficar aqui perdendo tempo com as bobagens que, com certeza, me trará? Esse povo miúdo abusa da nossa educação, da nossa boa vontade. Afinal, receber colibri para tratar de quê? Colibri, bahhhh!”
Indiferente ao clima abusado que iria encontrar, o colibri antegozava a grande conquista. E se preparava para o dia do grande encontro. Que durou poucos minutos. Após manifestar a sua admiração por tão grande deferência, o colibri não deu nem tempo ao urubu de raciocinar. Sapecou-lhe um convite para almoçar em sua casa. Sem ter outra resposta em mente, o urubu aceitou. Agendaram o futuro compromisso para dali a quinze dias. O urubu bateu suas grandes asas e se foi. O colibri ficou embasbacado. Deu-se umas beliscadas para ter certeza de que não estivera sonhando e voltou para casa – saltitante. Passada a euforia inicial, uma coisa lhe chamou a atenção: o mau cheiro que exalava do urubu. “Seria dele próprio ou fruto de uma coincidência? Ah, certamente algum animal morto por perto fizera aquela descortesia”. Pediria desculpas ao visitante no dia do almoço – conformou-se.

O preparo da refeição lhe deixou afogueado. Pesquisou as mais finas iguarias, os repastos mais saborosos. Com rigor planejou sua agenda para que nada atrapalhasse tão esperado momento. Mas malditas das malditas desgraças!!!! Ao acordar naquele dia encontrou o corpo de um burro morto, putrefato, em frente à sua casa. O fedor era insuportável, nauseabundo. Tentou de todas as maneiras resolver a questão. Chamou o serviço municipal de limpeza, ensaiou um mutirão com outros habitantes do bairro. Não houve jeito. A hora se aproximava e o cadáver do burro permanecia lá, inamovível, impregnando a região com um odor terrível. O urubu chegou e – interessante – nem reclamou do forte mau cheiro, enquanto o colibri se desculpava e se esmerava nos salamaleques. Para piorar a situação, nada agradava ao ilustre convidado. O urubu rejeitava as iguarias e os manjares postos à sua frente.

Aflito, o colibri pediu licença ao urubu e internou-se na cozinha para tentar um novo prato. Perdeu tempo na nova empreitada. Quando deu por si imperava na casa um grande silêncio. “Onde estará o visitante?”, afligiu-se mais ainda. Procura, procura e nada. “Vergonha, vexame! Com certeza ele foi embora”. O colibri não se perdoava a afronta feita ao urubu – e lastimava a amizade perdida. Desalentado, deu uma chegadinha no terraço da casa. Qual não foi sua surpresa ao flagrar o urubu inclinado sobre o burro morto, refestelando-se com a carniça fedorenta, engolindo, com sofreguidão, nacos e mais nacos do corpo do finado animal. Estupefato – e impotente – o colibri a tudo assistia. Terminada a refeição o urubu bateu suas longas asas e alçou vôo. Do colibri nem se despediu. Como herança deixou apenas uma forte fedentina no ar. E foi curtir a podre refeição na imensidão azul celeste.  
  


domingo, 20 de maio de 2012

CITAÇÂO



PLENITUDE 

No dia em que fui a verdade
E em que fui a beleza
E que com os astros do céu fui todos os astros do céu,
Andava de braços dados
De um lado a verdade
De um lado a beleza
E ao lado comigo todos os astros do céu.

 João Lins Caldas (1888-1967), poeta potiguar de Assu

CHARGE DO DIA

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sexta-feira, 18 de maio de 2012

No tempo da minha infância (Ismael Gaião) 

No tempo da minha infância
Nossa vida era normal
Nunca me foi proibido
Comer muito açúcar ou sal
Hoje tudo é diferente
Sempre alguém ensina a gente
Que comer tudo faz mal

Bebi leite ao natural
Da minha vaca Quitéria
E nunca fiquei de cama
Com uma doença séria
As crianças de hoje em dia
Não bebem como eu bebia
Pra não pegar bactéria

A barriga da miséria
Tirei com tranquilidade
Do pão com manteiga e queijo
Hoje só resta a saudade
A vida ficou sem graça
Não se pode comer massa
Por causa da obesidade

Eu comi ovo à vontade
Sem ter contra indicação
Pois o tal colesterol
Pra mim nunca foi vilão 
Hoje a vida é uma loucura
Dizem que qualquer gordura
Nos mata do coração

Com a modernização
Quase tudo é proibido
Pois sempre tem uma Lei
Que nos deixa reprimido
Fazendo tudo que eu fiz
Hoje me sinto feliz
Só por ter sobrevivido

Eu nunca fui impedido
De poder me divertir
E nas casas dos amigos
Eu entrava sem pedir
Não se temia a galera
E naquele tempo era 
Proibido proibir

Vi o meu pai dirigir
Numa total confiança 
Sem apoio, sem air-bag
Sem cinto de segurança
E eu no banco de trás
Solto, igualzinho aos demais
Fazia a maior festança

No meu tempo de criança
Por ter sido reprovado
Ninguém ia ao psicólogo
Nem se ficava frustrado
Quando isso acontecia
A gente só repetia
Até que fosse aprovado

Não tinha superdotado
Nem a tal dislexia
E a hiperatividade
É coisa que não se via
Falta de concentração
Se curava com carão 
E disso ninguém morria

Nesse tempo se bebia
Água vinda da torneira
De uma fonte natural
Ou até de uma mangueira
E essa água engarrafada
Que diz-se esterilizada
Nunca entrou na nossa feira 

Para a gente era besteira
Ter perna ou braço engessado
Ter alguns dentes partidos
Ou um joelho arranhado
Papai guardava veneno
Em um armário pequeno
Sem chave e sem cadeado

Nunca fui envenenado 
Com as tintas dos brinquedos
Remédios e detergentes
Se guardavam, sem segredos
E descalço, na areia
Eu joguei bola de meia 
Rasgando as pontas dos dedos

Aboli todos os medos 
Apostando umas carreiras
Em carros de rolimã
Sem usar cotoveleiras
Pra correr de bicicleta
Nunca usei, feito um atleta, 
Capacete e joelheiras

Entre outras brincadeiras
Brinquei de Carrinho de Mão
Estátua, Jogo da Velha
Bola de Gude e Pião 
De mocinhos e Cawboys
E até de super-heróis
Que vi na televisão

Eu cantei Cai, Cai Balão,
Palma é palma, Pé é pé
Gata Pintada, Esta Rua
Pai Francisco e De Marré
Também cantei Tororó
Brinquei de Escravos de Jó 
E o Sapo não lava o pé

Com anzol e jereré
Muitas vezes fui pescar
E só saía do rio
Pra ir pra casa jantar 
Peixe nenhum eu pagava
Mas os banhos que eu tomava
Dão prazer em recordar

Tomava banho de mar
Na estação do verão
Quando papai nos levava
Em cima de um caminhão
Não voltava bronzeado
Mas com o corpo queimado 
Parecendo um camarão

Sem ter tanta evolução
O Playstation não havia
E nenhum jogo de vídeo
Naquele tempo existia
Não tinha vídeo cassete
Muito menos internet
Como se tem hoje em dia

O meu cachorro comia
O resto do nosso almoço
Não existia ração
Nem brinquedo feito osso
E para as pulgas matar
Nunca vi ninguém botar
Um colar no seu pescoço

E ele achava um colosso
Tomar banho de mangueira 
Ou numa água bem fria
Debaixo duma torneira
E a gente fazia farra
Usando sabão em barra
Pra tirar sua sujeira

Fui feliz a vida inteira
Sem usar um celular
De manhã ia pra aula
Mas voltava pra almoçar
Mamãe não se preocupava
Pois sabia que eu chegava
Sem precisar avisar

Comecei a trabalhar
Com oito anos de idade
Pois o meu pai me mostrava 
Que pra ter dignidade
O trabalho era importante
Pra não me ver adiante
Ir pra marginalidade

Mas hoje a sociedade
Essa visão não alcança
E proíbe qualquer pai
Dar trabalho a uma criança
Prefere ver nossos filhos
Vivendo fora dos trilhos
Num mundo sem esperança

A vida era bem mais mansa,
Com um pouco de insensatez.
Eu me lembro com detalhes
De tudo que a gente fez,
Por isso tenho saudade
E hoje sinto vontade
De ser criança outra vez.


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Postado por Fernando Caldas





Ao longo de sua infância, Nick tratou não apenas com os desafios típicos da escola e da adolescência, como também com o assédio moral e questões de auto-estima; mas lutou com a depressão e solidão. Ele constantemente era questionado por que ele era diferente do que todas as outras crianças que o cercavam; porque ele era o único nascido sem braços e pernas. Ele se perguntou qual é o propósito por trás de sua vida, ou se ele ainda tinha um propósito.


PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...