sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

IMAGEM DO ASSU

LAGOA DO PIATÓ
Foto: Paula Vanina Cencig

"Olho muito a natureza e gosto muito de aparentar, as coisas da natureza com a vida do próprio homem e dos animais". (Chico Lucas - Pescador do Piató).

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Um "mapa do Brasil" diferente

O internauta Ângelo Marques nos enviou esta foto de uma piscina natural da praia de São José da Coroa Grande. Ângelo apontou um fato curioso: a semelhança da piscina com o mapa do Brasil. E aí, o que acharam? ‪#‎MeuPernambuco‬


CRÔNICA

MARIA EUGÊNIA – A IMORTAL

Ivan Pinheiro Bezerra
Licenciado em História e escritor
Quando caminho pela Praça São João, inevitavelmente, me vem logo à lembrança do circulo de pessoas que se formava defronte a casa de Maria Eugênia (foto) para o costumeiro “papo de calçada” - hábito cultuado pelo seu esposo a partir do cair da tarde, quando o vento norte soprava amenizando o calor vespertino. 

“calçada de Doutor Nelson” (foto abaixo) foi por longos anos o “ponto” de encontro de políticos e intelectuais. O poeta João Lins Caldas foi um dos frequentadores assíduos. Maria Eugênia o considerava um dos maiores poetas do Brasil. A partir desta amizade ela passou a admirar mais profundamente as artes, notadamente, a literatura e a pintura. 
As lembranças fluem e até parece que estou vendo a poetisa sentada próxima à porta... Sempre bem vestida, cabelo bem cuidado... Preocupava-se com a hospitalidade, não deixando faltar cadeiras para os retardatários. Estava sempre sorridente. Na medida em que iam surgindo os assuntos ela, inteligentemente, ia compartilhando. Quando pendia para a política também dava suas opiniões. Afinal, era esposa, nora e cunhada de políticos, era impossível não ser “picada” pela política. Tinha inclusive a experiência administrativa como prefeita de Ipanguaçu, governando ao lado do vice-prefeito José de Deus Barbosa.

Pelos relevantes serviços prestados ao Assú e a Ipanguaçu recebeu os títulos de cidadã destas cidades coirmãs. Foi a última mulher da 'Terra dos Poetas' a ocupar a cadeira nº 16, desde 1972, na Academia Norte-rio-grandense de Letras e tinha cadeira também na Academia Lavrense de Letras, desde 1970. Foi escritora, poetisa e pintora. Publicou 11 trabalhos, entre livros e plaquetes¹ e deixou dois livros inéditos.

Maria Eugênia Maceira Montenegro nasceu em Lavras – MG, no dia 07 de dezembro de 1915 e faleceu no dia 29 de abril de 2006, aos 90 anos. Foi, sem sobra de dúvidas, uma figura ímpar na história cultural da região e do Estado. Uma personalidade merecedora de elogios. Inteligente, culta, verve fácil, distinta, educada... Uma digna cidadã "assuense" que marcou época na história do Assú e do Vale. NOSSA IMORTAL. 

¹ Publicação de poucas páginas.
"Nicanor de Azevedo inventou um motor movido a água. Mas parece que o projeto não andou. Outros $$$$$ interesses foram o percalço." Depõe o escritor Ângelo  Mário De Azevedo Dantas. Década de setenta.


 

A beleza da vida

Fabrício Neto

Quando
sentires
o desânimo
aproximar-se,
não entristeça,
contemple a beleza
de um botão de flor
a desabrochar,
transformando-se
na mais linda
das rosas.

Quando
sentires
a solidão
invadir
tua alma,
não desespere,
contemple
aquela estrela
distante que,
mesmo a distancia,
envia sua luz,
para iluminar
seu caminho.

Quando
não mais
acreditares
em nada,
Contemple
a sua própria
imagem
e sinta
a perfeição
que ela representa
diante dom próprio
universo.
Analise
sua perfeição,
seu conjunto
harmonioso,
sinta a grandiosidade
de um força
superior,
que lhe deu origem.
Agradeça
ao seu Criador,
o direito de viver .
O direito de
contemplar,
na natureza
a sua própria
continuidade.
A continuidade da
vida.















De: Viver Natal
Belezas do interior. Entrada do município de Pedro Velho. Clique perfeito do Guilherme Bezerra (@psyai). Tem uma foto da sua cidade do RN? Manda para a gente, que nós postamos! Vamos desbravar Natal e nosso estado!
BENÇÃO IRLANDESA
Fragmentos II
"Que o caminho seja brando a seus pés,
que o vento sopre leve em teus ombros;
que o sol brilhe cálido sobre tua face,
que as chuvas caiam serenas em teus campos.
E que Deus sempre te guarde na palma de Sua mão..."

Propaganda política de Garibaldi Alves Filho, início dos anos setenta, como candidato a deputado estadual pelo então MDB, atual PMDB.

Dono do Hotel Reis Magos vem a Natal discutir projeto

O fundador do grupo Hotéis Pernambuco, José Pedroza, virá a Natal até a próxima semana discutir o detalhes do projeto que promete transformar o que restou do hotel Reis Magos, localizado na praia do Meio, num centro comercial e num hotel cinco estrelas. O novo projeto, que já foi apresentado à Secretaria de Turismo de Natal, deverá ser protocolado junto à Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) até março, segundo informou. 

Adriano AbreuNatalenses querem preservar arquitetura e história do hotel construído em Natal nos anos 1960Natalenses querem preservar arquitetura e história do hotel construído em Natal nos anos 1960

O hotel está abandonado há anos e chegou a ter a demolição questionada no último mês pelo Instituto dos Amigos do Patrimônio Histórico e Artístico Cultural e da Cidadania do Estado do Rio Grande do Norte (IAPHACC), que reivindicava o tombamento do edifício.

O pedido do Instituto foi negado pela Justiça e agora o grupo, segundo Pedroza, quer saber o que poderá ser executado nesse primeiro momento e o que terá de ficar para uma segunda fase. O centro comercial com 220 lojas e estacionamento para 300 veículos, de acordo com ele, poderá ficar pronto ainda em 2015, dependendo do tempo de análise do projeto. As obras devem começar em 2014 e durar cerca de 18 meses.

Já o hotel cinco estrelas só poderá ser erguido sobre o centro comercial depois que o Plano Diretor da cidade, que disciplina o uso do solo e impede a construção de edifícios na área do Reis Magos, for revisado. “Nós já deixaremos as fundações do hotel prontas para erguê-lo quando o Plano Diretor permitir”, explicou o empresário.

O grupo, que tem investido na reforma de hotéis e na construção de um spa em Pernambuco, espera investir até R$ 103 milhões no novo projeto. A primeira fase, que será executada independente da revisão do Plano Diretor da cidade, exigirá da empresa um aporte de R$ 40 milhões.

O juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de Natal, Aírton Pinheiro, indeferiu esta semana a liminar apresentada pela 41ª Promotoria de Justiça que ajuizou Ação Cautelar para que a Prefeitura não conceda licença ou autorização para a demolição do Hotel Reis Magos, localizado na Praia do Meio, zona Leste de Natal, até o julgamento do mérito a respeito da questão.

Aírton Pinheiro rejeitou o argumento de que a capital iria perder um patrimônio arquitetônico e afirmou, em sua decisão, que a transformação do local em uma área comercial irá ‘conferir destinação útil a um bem abandonado’. O projeto, segundo ele,  “representa um importante instrumento na retomada do processo de reurbanização da Praia do Meio, atraindo outros empreendimentos para a região e promovendo a melhoria da infraestrutura”. O novo projeto do grupo foi apresentado em Recife no início do mês em reunião com representantes da Secretaria de Turismo de Natal.

Tribuna do Norte


"Deixe de lado quem te deixou de lado. Pare de se preocupar com quem não se preocupa com você. Tem tanta gente nesse mundo e com certeza, pessoas interessantes. Por quê ficar esperando coisas de quem não tá nem ai com você? Por quê chorar pelo vazio de quem está seco de sentimentos? A vida tem essa mágica de fazer brotar amor onde menos esperamos. Desde que estejamos prontos para viver o amor. Quem se prende em árvores secas e relações imaturas, perde a grande oportunidade de viver o amor em sua plenitude..." Paulo Roberto Gaefke
"Ei pessoal, vem moçada
Carnaval começa no Galo da Madrugada
A manhã já vem surgindo,
O sol clareia a cidade com seus raios de cristal
E o Galo da madrugada, já está na rua, saudando o Carnaval"

Quem está saudoso de um dos maiores blocos ao ar livre do mundo? Faltam 29 dias para o Galo da Madrugada desfilar pelas ruas do Recife e dar início ao Carnaval. ‪#‎meucarnaval‬

Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press.


Evangélicos nas novelas da Rede Globo

Acho muito interessante do ponto de vista sociológico o interesse da Globo em posicionar a religião Evangélica em suas novelas. Visto também seu interesse pelos artistas do meio gospel, e até produzindo um selo fonográfico que atenda essa fatia do mercado brasileiro. O segmento "Evangélico" brasileiro causa um interesse mercadológico considerável, visto que o explosivo crescimento de igrejas no Brasil, desde o surgimento da segunda e terceira ondas evangélicas no país. Com o avanço do neopentecostalismo e de movimentos cristãos protestantes no país realmente se tem despertado crescente interesse da mídia pelos evangélicos.

Por esse tema, temos ouvido muitos comentários sobre o aparecimento de artistas evangélicos na novela "Amor a Vida", para muitos, isso seria um ponto positivo pois a emissora estaria dando espaço a esse fragmento da população brasileira, e observando a fragmentação do mercado que esboça demanda de "produto evangélico". Mas, é interessante notarmos também como os noveleiros posicionam os evangélicos em suas novelas, quem já viu um kardecista pobre numa novela da Globo? Quem já viu um evangélico rico numa novela da globo? Em que novela se tinha um personagem evangélico financeiramente bem sucedido? Ou um pastor com passado obscuro ou um patife? Em que novela ouve algum personagem evangélico com uma vasta formação acadêmica?

Bom, a Globo retrata indiscutivelmente e laboratorialmente um retrato de igrejas suburbanas e de cunho pentecostal ou neopentecostal, algumas vezes "respeitosamente" outras não. Pintando um quadro geral que os evangélicos em sua maioria são pessoas pobres e incultas que buscam na religião um escape para os sofrimentos da vida e retratam a velha fala marxista de que a religião é o ópio do povo, as igrejas sempre são em bairros pobres ou favelas. É claro que sociologicamente a pequisa global é consideravelmente verdadeira, mas, acaba-se retratando com vertigens erradas o protestantismo e a ideologia social, politica e educacional que ele tem desde a reforma protestante.

Ao retratarmos a história das igrejas brasileiras com Robert e Sara Kalley fundadores do congregacionalismo no Brasil e Ashbel Green Simonton fundador do presbiterianismo vemos a enorme contribuição socioeducativa que esses personagens da história da igreja brasileira deram a nação. A ignorância histórica a respeito da importância dos protestantes no Brasil é enorme, visto a grande contribuição holandesa calvinista em nossa terra, estreitamente em Pernambuco, e a grande contribuição das igrejas pentecostais principalmente da Assembléia de Deus no sertão brasileiro, de fato não são consideradas pelo interesse midiático. Portanto devemos ser críticos e demasiadamente críticos, não simplesmente com os meios de comunicação, mais o que está por trás disso.

***
Sobre o autor: Thomas Magnum é formado em teologia e graduando em jornalismo, pesquisador na área de religiosidade brasileira, é casado a oito anos com Kelly Gleyssy e mora em Recife.

Divulgação: Bereianos
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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

SOLIDARIEDADE:



No próximo dia 07 de fevereiro, uma sexta-feira, às 20h, no Teatro Municipal Dix-huit Rosado, em Mossoró, será realizado o showViva Zé Valdi, evento destinado a arrecadar fundos para o tratamento de um tumor cerebral do engenheiro agrônomo e ex-presidente do PT em Assú, José Valdi de Oliveira (foto).

O evento, previsto para ter pelo menos duas horas e meia de duração, terá apresentações do Grupo Vina, dos poetas Antônio Francisco, Genildo Costa e Nildo da Pedra Branca, além da Banda Radiola Clube e diversos cantores locais.

Todos os artistas abriram mão do cachê para ajudar na campanha. A entrada custará R$ 30,00 a inteira e R$ 15,00 o estudante.

Elza Brito, organizadora do evento, ressalta que todo o dinheiro arrecadado será destinado a ajudar no tratamento do engenheiro.

Detectado o tumor no início deste mês, o tratamento em Natal tem sido bastante dispendioso, por isso a mobilização em torno do show do dia 07, além de campanha para arrecadação direta de fundos através da conta corrente nº 20.901-5, operação 51, agência 3293-x, Banco do Brasil S.A.
Postado por Pauta Aberta.

ASSÚ


O BAR DO NEGO JOÃO

BAR DO NEGO JOÃO funciona no prédio da 'Família Amorim' situado na Praça Getúlio Vargas, nº 205, ao lado direito da Matriz de São João Batista.

A edificação foi construída em 1815 por José Gomes de Amorim, um comerciante de nacionalidade portuguesa, vindo de uma família aristocrática. Na época, uma construção para ali se estabelecer um empreendimento de ordem progressista, sendo utilizado seu pavimento inferior para um ponto comercial, depois farmácia, a primeira do interior do Estado “Farmácia Amorim” ou como era conhecida “Butica do Seu palmério” e no pavimento superior como moradia de seu proprietário.

No ano de 1889 no pavimento superior ali residiu o Dr. Ângelo Caetano de Souza Couseiro - Juiz de Direito da Comarca do Assú. Por ocasião da Proclamação da República do Brasil ele leu da varanda principal do sobrado o telegrama que anunciava o ato da Proclamação para um considerável público que se postava em frente ao casarão.

Naquele sobrado também residiu Palmério Augusto Soares de Amorim, filho do velho José Gomes de Amorim. Palmério foi comerciante e farmacêutico, figura de grande projeção na sociedade assuense da época.

A Farmácia de Palmério era ponto de encontro dos intelectuais da terra, destacando-se João Celso Filho, Natanael de Macedo, Ezequiel Fonseca, José Albertino Macedo sem esquecer os ex-governadores: do Rio Grande do Norte José Augusto Bezerra de Medeiros e da Paraíba João Suassuna, que, então formados, estiveram residindo em Assú por longo tempo, exercendo a profissão de advogado.

No velho casarão nasceu Palmério Filho - jornalista, orador e editor do Jornal 'A Cidade'; o poeta, escritor, jornalista e ex-prefeito Francisco Augusto caldas de Amorim – o popular Chisquito.

Também residiu naquele sobrado por um longo espaço de tempo o Major Ezequiel Epaminondas da Fonseca – Presidente da Intendência no ano de 1922, cargo equivalente a Prefeito. 

Segundo Carlos Lemos o prédio possui um estilo denominado de “Pombalino” caracterizado pelo uso de arco abatido, das cornijas herdadas, pelo neoclássico e das proporções guardadas entre cheios e Vazias.

Atualmente parte deste prédio já desabou (fundos e parte do lado direito) e o que ainda resta dele esta correndo o risco de ser tombado, literalmente.

Naquele recinto funciona diariamente, de segunda à segunda, o 'Bar do Nego João' - ponto de encontro da boemia considerada "velha guarda" assuense. Naquele bar, aos sábados, encontramos bebericando alguns membros da saudosa 'Roda de Samba' tais como: Barrinho, Valdeci, Neto de Miguel e outros que se incorporaram nestas tardes agradabilíssimas. 

Sempre que estou em Assu dou uma passadinha por aquele recinto, muitas vezes sem beber somente para apreciar uma boa música e trocar dois dedos de prosas com alguns amigos, entre estes: Lourinaldo (está sem beber faz dois anos, o último gole foi no dia do meu aniversário: 25/01/2012), Nonato de Sá Leitão, Tarcísio de Sá leitão, Julião, Benô, Casquinha (Luís) e tantos outros que frequentam o recinto, principalmente à tardinha, quando se encontram no beco para jogar conversa fora e tomar um "fresquinho" emanado pelo vento norte. 
Porta dos que se foram... (foto sobre foto - falta de espaço)
Parede dos que irão... (não pouparam nem o bispo).
 Quem passa por aquele bar dificilmente escapa de tirar uma fotografia pra ser postada na "parede dos que irão". Há, no mesmo espaço, frente a frente, a "porta dos que se foram" - destinada as fotografias dos ex-frequentadores ou amigos do recinto que já se encontram no 'andar superior'. Ainda no interior do bar, em local de destaque, tem uma frase típica daqueles que frequentam diariamente: BAR DE NEGO JOÃO - Só Viça quem pode!

EITA ASSÚ DO MEU AGRADO!         

Ivan Pinheiro
http://assunapontadalingua.blogspot.com.br/-
Esta semana entra em vigor a Lei Anticorrupção, que prevê aplicação de multas em empresas que subornarem agentes públicos ou fraudarem licitações, mas a maior parte dos Estados ainda não sabem como vão processar a denúncia.
Confira no link: http://bit.ly/1ao4w3O

"CARNAUBAIS E SEUS ESCRITORES"

Da linha do tempo-facebook de Aluízio Lacerda.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Justiça rejeita liminarmente ação para impedir demolição do Reis Magos


Posted on 28. Jan, 2014 by  in Blog
hotel-reis-magos
Por entender que a demolição do antigo prédio do Hotel Reis Magos, situado na Praia do Meio, zona leste de Natal, e a transformação daquele espaço em um centro comercial são necessárias para a revitalização daquela região da cidade, o juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de Natal, Airton Pinheiro, indeferiu a liminar apresentada pela 41ª Promotoria de Justiça de Natal que ajuizou Ação Cautelar para que a Prefeitura da cidade não conceda licença ou autorização para autorizar a demolição do edifício, até o julgamento do mérito a respeito da questão. O Ministério Público também pretendia que a empresa Hoteis Pernambuco S.A. Fosse proibida de demolir aquela estrutura, defendendo a aplicação de multa em caso de descumprimento desses pontos. A liminar integra o Processo N.º 0800560-83.2014.8.20.0001.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014



Esse era o Quartel Federal existente na cidade. Segundo Cascudo fala em "História da cidade de Natal", ainda no inicio do século XIX tínhamos a Companhia de Linha, O que não tínhamos era um local para agasalhá-la. Foi então preciso construir um Quartel, terminado no dia de São João de 1813, aniversário do Príncipe Regente, Dom João, já gozando o Rio de Janeiro. Na verdade, essa que vemos aqui, não era mais a arquitetura original desse antigo monumento colonial. Depois de servir durante muitos anos como abrigo da tropa federal, sem reparos e sem o devido cuidado, a construção entrou em declínio. E foi com ajuda das intempéries do tempo, que depois de passados mais de 70 anos, fez-se reduzir o Quartel a um completo estado de abandono. Como convinha encarecer a necessidade de uma completa reconstrução, o gênio do mal (os maus administradores), aconselhou que se metesse mão criminosa naquele monumento histórico da província, destelhando-o, expondo-o ao sol e a chuva e reduzindo-o a um verdadeiro montão de ruínas. O comandante de então, o capitão Maciel da Costa, jugou-se com direito a emprestar a um cadete reformado três milheiros de telhas. Não se sabe como, desapareceu metade do portão, que foi visto depois servindo em casa particular.
O material atirado a um canto como imprestável, foi pouco a pouco e como por encanto desaparecendo, sendo utilizado em misteres diferentes daqueles a que era destinado. Nunca se viu tanto descalabro, revelando-se propósito deliberado de forçar a administração a empreender essa obra, cujos lucros desafiavam a cobiça de muita gente, empregando-se criminosamente os meios de agravar as condições lamentáveis a que tinha chegado o edifício inteiramente desfigurado. Foi nesse triste estado que o senhor Dr. Pereira de Carvalho encontrou o antigo quartel militar, quando assumiu a administração da província. Não cessava o senhor Pereira de Carvalho de lamentar que a incúria dos homens públicos e a ganância dos especuladores, tivessem reduzido um dos mais antigos e importantes edifícios da província, a vergonhosa expressão de abatimento e de ruínas, a que fora condenado.
A reconstrução do quartel militar pode dizer-se que era uma de suas mais constantes e patrióticas preocupações. Resolveu então o Sr Pereira, meter mãos a obra com a resolução firme e inabalável de concluí-la no mais breve espaço de tempo e com a mais escrupulosa economia. Pediu crédito ao governo, que o habilitou a dar princípio aos respectivos trabalhos. Para que as despesas não pesassem sobre os cofres públicos, solicitou e obteve autorização para empregar praças da companhia, no serviço de reedificação de sua própria casa. O próprio presidente da província ia todos os dias em pessoa examinar e fiscalizar os trabalhos, confiados a hábil e ativa direção do Sr. Capitão Capitulino Cesar Loureiro, atual(no ano de 1888) comandante da força de linha. O Sr.Dr. Pereira de Carvalho não podia encontrar um auxiliar mais diligente, mais dedicado e mais honesto do que o Sr Capitão Loureiro, que identificou-se com s.ex. no empenho de levantar das ruínas aquele monumento da antiguidade, que o gênio da destruição pretendera aniquilar completamente. O Sr Capitão Loureiro não poupara esforços, nem mesmo sacrifícios de comodidades e de saúde, para corresponder satisfatoriamente a confiança nele depositada. Assistindo aos trabalhos desde pela manhã até a noite, exercendo ele mesmo as funções de simples servente, animava aos seus subordinados, mostrando inexcedível zelo no desempenho da árdua tarefa de que fora incumbido pelo presidente da província. Estamos certos de que seriam inúteis os bons desejos e a máscula energia do senhor Pereira, se não tivesse a seu lado o ilustre comandante que se consagrou de corpo e alma as obras de reparação dos quartel, as quais mereceram particular cuidado e viva solicitude da parte do digno e honrado administrador. Pode dizer-se sem medo de errar, que se um foi a cabeça que concebeu o plano e o pensamento de empreendê-las, o outro foi o braço firme e resoluto que as executou. No dia 24 de Março de 1888 estavam elas completamente concluídas, entregando-se as vistas do público o edifício reconstruído em perfeito estado de solidez. O que é ainda para admirar e surpreender, é que as despesas feitas com essa reconstrução quase radical, importaram na insignificância soma de 7:059$080 réis. Sabe-se que essas obras foram orçadas pelo Sr. Frederico Skiner na importância de 29:800$00 rés, e que houve quem oferecesse para fazê-la pala quantia de 48:000$000 réis, levantando um segundo pavimento no raio da frente. Comparando-se os dois orçamentos com as despesas efetivamente realizadas, compreende-se quanto zelo, quanta solicitude, quanta economia, quanta honestidade presidiram aqueles trabalhos, que recomendaram os nomes dos Srs. Pereira de Carvalho e o Capitão Loureiro a munificência do governo imperial. Ambos merecem os aplausos dos homens de bem, embora tenham incorrido nas maldições dos especuladores.
Com o passar dos anos, o Quartel teve sua denominação mudada várias vezes.
Pouco anos depois, já em 1892, ele já era chamado de Quartel do 34º batalhão de infantaria. Depois foi chamado de Quartel da companhia isolada de Caçadores.
Após a I guerra, em 1917, passou a denominar-se 40º Batalhão de Caçadores. Dois anos depois, mudou para 20ªCompanhia de Metralhadoras. Em dezembro de 1921, transformou-se em 29º Batalhão de Caçadores (29º BC). Durante o período de 1921 a 1941, o Batalhão ainda passou por algumas modificações de denominação (31º e 21º BC), até formar o 16º Regimento de Infantaria.
Após a Intentona Comunista de 1935, o 21º BC voltou a denominar-se 29º BC. Dessa forma, a junção do 29º BC com o 11º BC, que veio para Natal oriundo de Minas Gerais, deu origem ao 16º Regimento de Infantaria. O 16º RI, sigla pela qual o quartel passou a ser conhecido pelo público potiguar, foi criado pelo Presidente Getúlio Vargas através do decreto Nº 3.344, de 12 de junho de 1941. De início, instalou-se no antigo quartel da praça Tomaz Pereira (21º BC), sob o comando do Tenente-Coronel Liberato da Cruz Barroso. A transferência definitiva para o prédio do Tirol aconteceu em fevereiro de 1942. A partir daí, o prédio foi mais uma vez esquecido. Abandonado, terminou a década de 40 já em completo estado de ruínas.
Terminava ai, uma trajetória de 130 anos de história, desse que foi o maior e mais importante quartel federal que tivemos durante quase todo o século XIX e inicio do XX.
Em fins da década de 60 foi construído no local a Escola Estadual Winston Churchill.

Autor da foto, Desconhecido.
Fonte: · Impressões do Brazil no Seculo Vinte - 1913
Parte do texto foi extraído do Jornal Gazeta do Natal - 28 de Março 1888


Comentário da linha do tempo/face de Angelo Mário DE Azevedo Neto e André Madureira

POETISA ASSUENSE

ANA LIMA PIMENTEL

ANA LIMA PIMENTEL nasceu em Assu (RN), em 16 de maio de 1882. Muito inteligente e sensível, foi autodidata, e costumava ler tudo o que encontrava, principalmente a literatura romântica.

Dona Sinhá, como era conhecida na intimidade Dona Ana dos Santos Lima, perdeu seu marido a 12 de março de 1899, na então Vila de Areia Branca, para onde havia se transportado à procura de recursos médicos para sua saúde combalida.

Galdino Apolônio dos Santos Lima quando faleceu contava 54 anos de idade. Dona Sinhá, neste mesmo ano vendeu tudo quanto possuía, inclusive a casa de morada e o estabelecimento comercial de seu marido, e transferiu a 6 de setembro, a sua residência para Natal, levando nove filhos, entre os quais Ana Lima que era conhecida entre os familiares por “Sinhazinha”.

Ana Lima ou Ana de Lima como costumava assinar, aprendeu a ler com sua mãe e não dispunha de conhecimentos além do curso primário. Desde cedo se revelou uma menina inteligente e aos 17 anos publicava estes versos:

Ontem à tarde, ao desmaiar do dia
As estrelas inquietas e medrosas,
Procuravam nas plagas luminosas
Uma outra estrela que fugido havia

Elas todas choravam silenciosas,
Cheias de medo e cheias de agonia
E o claro pranto das estrelas ia
Cair no seio das nevadas rosas.

Porém, mais tarde, quando a lua algente
Transpôs a curva triunfal do oriente
Noiva do sol, pela amplidão vagando...

Elas viram, do espaço interminável
A meiga estrela, pálida, adorável
Na doce luz do teu olhar brilhando.

Este soneto foi escrito em Assú, em 1899, ano em que seu pai morreu e ela, em companhia de sua família, mudou-se para a capital do estado.

Colaborou em diversos jornais e revistas do Norte e Nordeste. Como A República (1903), o Lyrio (Recife, 1903),Almanach Literário e histórico do Município do Assú (1904), entre outros, utilizando muitas vezes o pseudônimo de “Sinhá”. Em 1901, aos dezenove anos, publicou o livro de poemas “Verbenas”, que recebeu elogioso prefácio de Pedro Avelino, jornalista patrício, diz que nos versos de Ana Limahá duas notas que ressaltam nítidas a afetividade e a espontaneidade.
Em 22 de dezembro de 1906, casou-se com o professor Celestino Pimentel (foto), com quem tem teve seis filhos. Aos trinta e seis anos, grávida do sétimo filho, a poetisa sofre uma queda que provocou a morte imediata de seu filho e, semanas mais tarde, a sua própria, em Natal, no dia 18 de janeiro de 1918.

RIMAS ALEGRES

Dorme minha alma sorrindo
Da esperança no regaço,
E sonha que estão fugindo
Pelo doce azul do espaço
Suas crenças perfumosas,
Como pétalas de rosas.
Não vês dos sonhos na calma
Desabrocharem meus versos?
Eles são as flores da alma
Da lira sutis dispersos!
Quero embalar-te os ouvidos,
Nestes harpejos queridos!
Nunca sofri dissabores,
Não sei se existe amargura,
Passo uma vida de flores,
De moça a vida mais pura.
Me alente o canto das rimas...
Com teu sorriso me animas.
Leio o futuro ridente
Na cor dos olhares teu!

E sei dizer, docemente,
Todos os dias: meu Deus!

Fazei permanente a origem
Dos róseos sonhos da virgem ...
Cerca-me o zelo paterno,
Tenho as maternas carícias,
Do lar ao aconchego terno
Canto venturas, delícias!
São tão formosos e tantos,
De minha vida os encantos...
Creio nas louras quimeras
Filhas diletas do amor;
Minhas gentis primaveras
Da adolescência na flor,
Não me mentem enganosas,
Sim, me sorriem ditosas!
Estas estrofes singelas
Não pensem ser ilusão,
São elas todas estrelas
Do céu do meu coração.
Primor que a vida matiza
E o meu viver sintetiza.

PÁGINA ÍNTIMA

Não pense, minha flor, que o triste pranto,
Que ora desprende o meu olhar sentido,
Vá magoar o afeto estremecido
Que me inspirou teu virginal encanto.
Se agora eu fujo ao teu olhar querido,
Cheio de luz, de intérmino quebranto,
Eu sinto da alma num pequeno canto
Teu doce amor ao meu amor unido ...
Quebrou-se o fio dos meus sonhos belos
E caíram no manto cetinoso
Dos anéis aromais de teus cabelos.     

Fonte:
Fragmentos do Verbete organizado por Constância Lima Duarte e Diva Cunha
Fotos:
Blog Vale Verde - Lúcia Helena Pereira
Blog do Padre Celestino Pimentel


PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...