terça-feira, 16 de julho de 2019
segunda-feira, 15 de julho de 2019
Por Renato Caldas
Senhor: eu não acredito
Que ninguém escute o grito
De angústia que a fome tem.
Não quero saber quem foi,
Quem inventou o perdoe...
Se negando fazer bem.
A espécie humana rasteja,
Sem saber o que deseja
Nem mesmo para onde vai...
É marcha hostil da matéria,
Caminha tropeça e cai.
Não sei no mundo o que fui
Fui talvez Edgar Poe...
Um Agostinho... Um plutão...
Nos festins da inteligência,
Mergulhei a consciência
E o vício estendeu-me a mão.
Na estrada dos infelizes
Na confusão dos matizes,
Nascem as flores também!
Sim, nos cérebros dos pobres
Há pensamentos tão nobres...
Ninguém conhece ninguém.
Fui nômade! Aventureiro,
Fui poeta seresteiro,
Um lovelace também!
Amei demais as mulheres
E procurei nos prazeres,
Marchar a face do bem.
Hoje, sinto a claridade,
Tenho, pois, necessidade
De meu passado esquecer.
Pouco importa os infelizes
À marcha das cicatrizes...
Se deixarem de doer.
Já viu lavar a desgraça?
Ou afogar na cachaça
A vergonha... a precisão?
É a fome conveniente
De tornar-se indiferente...
Podendo estender a mão.
Uma esmola por caridade:
É a voz da humilhação,
Morrendo de inanição
Não diga nunca perdoe,
Não queira saber: quem foi!
Esse alguém... é vosso irmão.
Senhor: eu não acredito
Que ninguém escute o grito
De angústia que a fome tem.
Não quero saber quem foi,
Quem inventou o perdoe...
Se negando fazer bem.
A espécie humana rasteja,
Sem saber o que deseja
Nem mesmo para onde vai...
É marcha hostil da matéria,
Caminha tropeça e cai.
Não sei no mundo o que fui
Fui talvez Edgar Poe...
Um Agostinho... Um plutão...
Nos festins da inteligência,
Mergulhei a consciência
E o vício estendeu-me a mão.
Na estrada dos infelizes
Na confusão dos matizes,
Nascem as flores também!
Sim, nos cérebros dos pobres
Há pensamentos tão nobres...
Ninguém conhece ninguém.
Fui nômade! Aventureiro,
Fui poeta seresteiro,
Um lovelace também!
Amei demais as mulheres
E procurei nos prazeres,
Marchar a face do bem.
Hoje, sinto a claridade,
Tenho, pois, necessidade
De meu passado esquecer.
Pouco importa os infelizes
À marcha das cicatrizes...
Se deixarem de doer.
Já viu lavar a desgraça?
Ou afogar na cachaça
A vergonha... a precisão?
É a fome conveniente
De tornar-se indiferente...
Podendo estender a mão.
Uma esmola por caridade:
É a voz da humilhação,
Morrendo de inanição
Não diga nunca perdoe,
Não queira saber: quem foi!
Esse alguém... é vosso irmão.
O ÚLTIMO ESCOMBRO FLORIDO
(Por Onestaldo de Pennafort)
Quando eu chegava à tua casa, quando
entreabria o portão do teu jardim,
alvoroçada e como as pombas voando,
vinhas rindo e correndo para mim.
Eu te beijava muito e te beijando
sentia o teu aroma de jasmim.
Eras a flor de caule esguio e brando
que mais se alvoroçava no jardim.
Mas tudo isso se foi ... E ontem, passando,
por tua casa, ao ver o teu jardim
que a hera daninha, aos poucos, foi matando,
pensei em ti, no nosso amor, em mim.
Em nós também - eu já nem sei mais quando -
houve uma cousa que morreu assim.
Pintura de Guillermo Manrique
domingo, 14 de julho de 2019
REDOMA
Quero seu amor, não quero a saudade.
Quero teus beijos,não tua amizade.
Não quero o gosto dos beijos que não foram dados.
Não quero saber se você existe
Quero teus beijos,não tua amizade.
Não quero o gosto dos beijos que não foram dados.
Não quero saber se você existe
Quero existir com você.
Uma existência plena de duas almas gêmeas.
Faz amor comigo, do teu corpo meu abrigo.
Água da minha sede.
Uma existência plena de duas almas gêmeas.
Faz amor comigo, do teu corpo meu abrigo.
Água da minha sede.
Deita-se em minha rede para olharmos o luar.
Verás estrelas te acenando,proclamando nosso amor.
A felicidade contigo sonhada.
Dois de mãos dadas seguindo a estrada.
Verás estrelas te acenando,proclamando nosso amor.
A felicidade contigo sonhada.
Dois de mãos dadas seguindo a estrada.
Iluminando a escuridão com teu apaixonado coração.
Faz o meu domingo diferente, faz um amor ardente.
Do meu desejo apenas uma lembrança que você saciou.
Deixa-me seguir com você.
Faz o meu domingo diferente, faz um amor ardente.
Do meu desejo apenas uma lembrança que você saciou.
Deixa-me seguir com você.
Não me prenda nesta redoma.
Liberta-me para te amar.
O tempo de ficar comigo ainda não acabou
Volta..
Liberta-me para te amar.
O tempo de ficar comigo ainda não acabou
Volta..
( Antônio Carlos LAURENTINO DE FARIAS)
Editado no facebook em 14-07-2019)
Editado no facebook em 14-07-2019)
quinta-feira, 11 de julho de 2019
Assu de Outrora
Merecidamente, seus ex-alunos assuenses prestaram-lhe uma linda festa, regada com muitas homenagens e preitos de reconhecimento pelo seu valoroso trabalho. Houve, dentre outros acontecimentos, desfile, celebração, jantar e apresentações culturais. Consoante a isso, em Mossoró, a sociedade engajada no auxílio do Abrigo, também ofereceu uma Missa em Ação de Graças e um jantar de confraternização. Essas festividades contou com a presença de uma figura que muito alegrou a freira jubilosa: a Irmã Elizabete Gallas, sua irmã biológica, do Rio Grande do Sul. A Casa Provincial ofereceu à mestra um retrato seu pintado a óleo pela Irmã Myriam Serrano Lyra; os assuenses, um álbum com os registros fotográficos das festividades; o Colégio, um jantar comemorativo; a Prefeitura Municipal, por parte do prefeito João Batista Lacerda Montenegro, o Título de Cidadã Assuense.
O amor e carinho incutido em sua conduta de mulher fizeram com que se tornasse uma admirável religiosa, de caráter ilibado, querida por toda a classe escolar.
Comemoração das Bodas de Ouro da Ir. M. Josefina Gallas, FDC, no dia 05 de agosto de 1972, em Assu.
Irmã Josefina foi a primeira jovem genuinamente brasileira a ingressar nas fileiras da Congregação das Filhas do Amor Divino, em Serro Azul (atualmente, Cerro Largo). Seus pais receberam com muita satisfação as freiras missionárias advindas da Áustria, em sua residência. Vocacionada à vida religiosa, influenciada sobretudo pela presença das religiosas estrangeiras em seu lar, nesse período, Luiza Gallas (nome civil) adere ao aspirantado naquela terra gaúcha, uma colônia recém fundada por alemães. Prestou seus primeiros votos de renúncia, pobreza e castidade em 05 de agosto de 1922, na então Serro Azul. Com a sua transferência para o Nordeste, em 1928, passou a residir em Assu, no Collegio Nossa Senhora das Victórias (inaugurado em 1927). Passados 50 anos de serviço ininterrupto à Província Nossa Senhora das Neves, sendo a sua maior parcela em Assu (cidade a qual amou profundamente e que escolheu para ser sepultada), Irmã Josefina residia em Mossoró, no ano de 1972. Nesta cidade, era responsável pela direção do Abrigo de Idosos Amantino Câmara, da Paróquia São João, na Diocese de Santa Luzia.
Merecidamente, seus ex-alunos assuenses prestaram-lhe uma linda festa, regada com muitas homenagens e preitos de reconhecimento pelo seu valoroso trabalho. Houve, dentre outros acontecimentos, desfile, celebração, jantar e apresentações culturais. Consoante a isso, em Mossoró, a sociedade engajada no auxílio do Abrigo, também ofereceu uma Missa em Ação de Graças e um jantar de confraternização. Essas festividades contou com a presença de uma figura que muito alegrou a freira jubilosa: a Irmã Elizabete Gallas, sua irmã biológica, do Rio Grande do Sul. A Casa Provincial ofereceu à mestra um retrato seu pintado a óleo pela Irmã Myriam Serrano Lyra; os assuenses, um álbum com os registros fotográficos das festividades; o Colégio, um jantar comemorativo; a Prefeitura Municipal, por parte do prefeito João Batista Lacerda Montenegro, o Título de Cidadã Assuense.
O amor e carinho incutido em sua conduta de mulher fizeram com que se tornasse uma admirável religiosa, de caráter ilibado, querida por toda a classe escolar.
Na foto, um grupo de ex-alunos da Irmã Josefina, alunos da escola e seus pais, tais como: as irmãs Maria Evangelina e Maria Tavares, Francisca Ximenes, Expedito Silveira, Maria do Céu Amorim (saudando-a, representando os ex-alunos), Maria Nilda, Fernando Caldas, Rejane Abreu e Ângela Pimentel.
Pedro Otávio Oliveira, 2019.
APOSENTADO DE UPANEMA SONHA EM TER RURAL WILLYS de 1966 NO LATA VELHA
Edinael Castro Upanema
No interior do Rio Grande do Norte, na pacata cidade de Upanema, um aposentado tem um sonho, que é reformar sua Rural Willys de 1966.
O que para muitos pode parecer ilusão, para José Eduardo Felix – popularmente conhecido por Duda – é um sonho lindo! O veiculo, apesar de muito danificado, de 2004 até hoje faz o transporte de pessoas da zona rural até a sede do Município.
A Rural Willys foi adquirida por Duda há 29 anos. Em janeiro do próximo ano celebrará os 30 anos de posse. Nesse período, entre 1991 e 2008, fez o transporte de pessoas de Upanema até o vizinho município de Campo Grande.
Duda sonha em ter seu veiculo reformado, e para isso conta com a colaboração de pessoas para ver chegar ao palco do Programa de Luciano Hulk, na Globo, através do Lata Velha. Ele conta que já enviou duas cartas ao programa, mas que não teve resposta.
A Rural é uma relíquia. Patrimônio de Upanema!
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AULA DE RIMAS
Ronaldo é prefeito de Campina Grande e vai dar aula sobre poesia em escola municipal. Começa a explicar sobre a importância da rima que vai bem aos ouvidos poéticos:
- Vou dar exemplo: fogão rima com ...bujão. Rede rede rima com .... parede. Entenderam.
Sim. Todos responderam.
O prefeito destaca um aluno:
- Você. Paletó rima com ...?
- Gravata.
__________Em, Ronaldo da Cunha Lima - um nordestino de todo canto, de Diogenes da Cunha Lima, 2014.
terça-feira, 9 de julho de 2019
Observe
"Não sou nem otimista, nem pessimista.
Os otimistas são ingênuos, e os pessimistas amargos. Sou um realista esperançoso. Sou um homem da esperança. Sei que é para um futuro muito longínquo. Sonho com o dia em que o sol de deus vai espalhar justiça pelo mundo."
Os otimistas são ingênuos, e os pessimistas amargos. Sou um realista esperançoso. Sou um homem da esperança. Sei que é para um futuro muito longínquo. Sonho com o dia em que o sol de deus vai espalhar justiça pelo mundo."
Ariano Suassuna
UMA ESTRELA.
Uma estrela nasceu no meu céu
E essa estrela me acompanha
E que as minhas noites ilumina...
Não é uma estrela de papel
E me faz nascer todas as manhãs
Uma paz que não termina.
Uma estrela, um sonho de menina
Que vai buscar outras estrelas
Enfeitando, tantos outros céus...
Talvez seja essa a sua sina
De reconstruir pontes estreitas
Que não se cobre com véu.
Que vai buscar outras estrelas
Enfeitando, tantos outros céus...
Talvez seja essa a sua sina
De reconstruir pontes estreitas
Que não se cobre com véu.
E nunca o seu brilho foi por favor
Nunca cobrou por sua luz
Girando sempre feito um carrossel...
Brilhou em nome de um grande amor
Essa estrela que me conduz
Cumprindo assim, o seu papel.
Nunca cobrou por sua luz
Girando sempre feito um carrossel...
Brilhou em nome de um grande amor
Essa estrela que me conduz
Cumprindo assim, o seu papel.
Entre tantas estrelas não percebi
Que ela era uma estrela diferente
E diferente também era o eu brilho...
Tão perto dela na vida convivi
E ela parecia simplesmente
Que me via, seu mundo andarilho.
Que ela era uma estrela diferente
E diferente também era o eu brilho...
Tão perto dela na vida convivi
E ela parecia simplesmente
Que me via, seu mundo andarilho.
Uma “estrela”.
Uma menina, uma mulher.
Como posso vê-la...assim, uma bebida:
Um conhaque, um drinck, um café.
Há!!! Nada mais quente que um café
E um sorriso de mulher.
Uma menina, uma mulher.
Como posso vê-la...assim, uma bebida:
Um conhaque, um drinck, um café.
Há!!! Nada mais quente que um café
E um sorriso de mulher.
Wilame Caldas, poeta de Ipanguaçu/RN
segunda-feira, 8 de julho de 2019
sexta-feira, 5 de julho de 2019
Se tiveres poesia nos olhos
Terás nas mãos, afago
Nos lábios terás versos
E no peito, gratidão
Se tiveres poesia nos olhos
Olharás com teu coração
Terás entre as tuas
Outras mãos
E sentirás nos teus braços
O prazer de abraçar o teu irmão
Se tiveres poesia nos olhos
Terás em teus olhos
O olhar do poeta que és
Sem mesmo notar
Terás nas mãos, afago
Nos lábios terás versos
E no peito, gratidão
Se tiveres poesia nos olhos
Olharás com teu coração
Terás entre as tuas
Outras mãos
E sentirás nos teus braços
O prazer de abraçar o teu irmão
Se tiveres poesia nos olhos
Terás em teus olhos
O olhar do poeta que és
Sem mesmo notar
Masterlini
De: Poetise-se
De: Poetise-se
quarta-feira, 3 de julho de 2019
poço, festim, mosaico
mulheres se matam porque cansaram do cheiro do açafrão.e vivem molhadas. medonhas. invadidas de poesia e pedra.
mulheres viram pássaros
porque do alto têm a certeza que serão salvas.
de lá, contemplam o mundo.
escrevem livros. constroem casas. parques. elipses.
pintam quadros. dão aula. vão para o palco.
dirigem carro. motocicleta.
lêem homero. dante. vieira. camões. platão. pessoa.
são crianças e desejam o inferno.
depois o céu. e novamente o inferno.
andarilhas, herdam vestígios.
e são preciosas. perfumadas.
olham dentro dos olhos dos peixes
e os retiram da água para serem seus companheiros.
planetas delicados são as mulheres.
engravidam de balões. de profundidades.
sentem cólicas. a placenta rompe. o útero se revira.
os ovários se mantêm em segredo. preenchidos.
mulheres choram nas tardes de chuva.
andam de ônibus e são olhadas.
adornam-se de arbustos.
tornam-se perigosas. camufladas.
com leite derramando da alma.
têm tetas. asas.
dívidas. agendas. mapas. bússolas. dor.
aprenderam a ouvir o canto do homem com a língua de madeira.
são antigas. milenares. pertencem a templos.
consultam oráculos. fazem preces ajoelhadas.
oram pela felicidade do mundo e têm certezas guardadas.
mulheres são alquimistas: transformam topázio em esmeralda.
esmeralda em safira. safira em rubi. rubi em ametista.
ametista em orvalho. orvalho em anêmona. anêmona em girassol.
girassol em cassidônia. cassidônia em ágata.
ágata em nave. nave em águia. águia em águia.
mulheres cortam os pulsos. abrem o gás. caem de edifícios.
sobem montanhas. andam de bicicleta. barco. avião.
sentem medo. atravessam paredes.
e se tornam metáforas. anáforas. foguetes.
Marize Castro
terça-feira, 2 de julho de 2019
Vai, e não leves de ti a tua desilusão...
O que me dói, o que ainda me dói...
( ... E não ver essas roupas desmanchadas,
O azul desses olhos, a graça e a festa dessas mãos... )
O que me dói, o que ainda me dói...
( ... E não ver essas roupas desmanchadas,
O azul desses olhos, a graça e a festa dessas mãos... )
Deixa que eu feche os olhos, e não te veja e não veja mais nada...
Deixa que eu feche os olhos, e não te veja e não veja mais nada...,
Caldas
O GRANDE HOMEM
"O grande homem não ama. E não desama. Tem mulher para casa e amante para exibições mundanas. As duas, presas à sua condição de grande homem.
O grande homem tem emoções, mas as controla através de um computador miniaturizado que carrega no ventre próspero. Tem coração, mas as suas pulsações são controladas pelo marca-passo. Tudo nele é funcional. O riso e o sorriso, a cara fechada, as piscadelas, o suor na fronte, a untuosidade das mãos, os dedos grossos, as unhas curtas e enceradas. Até o pigarro é motivo para desfraldar o lenço branco e atrás esconder o seu enfado.
O grande homem não trai. Faz política. Tem jogo de cintura. Traidores são os que divergem de suas opiniões pendulares, de sua verdade granítica, os que enfarados o abandonam.
O grande homem não rouba. É negociante. Ladino. Comércio é isso desde que o mundo é mundo. Desde que surgiu na terra o primeiro grande homem. Ladrão é pequeno e desonesto, ousou o primeiro avanço, quis imitá-lo, repetindo no varejo o que só no atacado conquista imunidades.
O grande homem não mente. Fala com a verdade. Exagera. É otimista. Ilude-se com as aparências. É traído pelas perspectivas. A sua palavra é lei. A sua verdade também. Camando a legislar, não se enquadra nos mandamentos legais, que cria para disciplinar o vulgo.
O grande homem entende que as pessoas existem em sua função. A seu serviço. Para ele, quando não servem são descartadas. Enquanto ele não tem contas a prestar. Às vezes na sua intuição (o grande homem é intuitivo) vende o servidor que há não lhe interessa. Negócio é negócio.
O grande homem criou, numa de suas iluminações interiores (ele é um iluminado) um código de ética a seu serviço. E outro para limitar os outros. Pelo seu código, "amigos. amigos, negócios à parte". No código alheio, um descuido é traição ou dureza de coração.
O grande homem não se prende à lealdade. Leais devem ser os servos. Ele paira acima as contingências.
o Grande homem não houve ninguém, fora do círculo próprio dos grandes homens. Decide. E exige obediência, coerência. Daí porque é líder. E nele descobrem veios de carisma.
O grande homem pode comercializar, negociar, instrumentalizar atendendo aos seus interesses. O homem comum, não. Quem nada tem, deve ter vergonha na cara.
Diante de outros grandes homens, o grande homem é humilde e manso de coração. Pede. Suplica. Requer. Espera deferimento. Oferece. Dá. Diante do homem comum, é impetuoso, valente, intransigente, moralista. A humanidade, ele a olha de cima para baixo, se possível e quando, em gesto de compunção.
O grande homem vive dos outros, dos favores, concepções, condescendência, credulidade, trocas, arregos. advocacia administrativa, conluios, mordomias, ociosidade (se possível com dignidade), grandes frases, grandes discursos, grandes patriotismos. O homem comum pede pouco, o sobejo da mesa, o mínimo sem o qual (Santo Tomás de Aquino) a própria virtude não é exigível. É um impertinente, importuno, postulante, chato.
Por José Luiz Silva
(Artigo publicado em a Tribuna do Norte 18.4.1982).
segunda-feira, 1 de julho de 2019
NÃO TE QUERO SENÃO PORQUE TE QUERO
Por Pablo Neruda
Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.
Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.
segunda-feira, 24 de junho de 2019
segunda-feira, 17 de junho de 2019
SER MULHER
Ser mulher, vir à luz trazendo a alma talhada
para os gozos da vida, a liberdade e o amor,
tentar da glória a etérea e altívola escalada,
na eterna aspiração de um sonho superior...
para os gozos da vida, a liberdade e o amor,
tentar da glória a etérea e altívola escalada,
na eterna aspiração de um sonho superior...
Ser mulher, desejar outra alma pura e alada
para poder, com ela, o infinito transpor,
sentir a vida triste, insípida, isolada,
buscar um companheiro e encontrar um Senhor...
para poder, com ela, o infinito transpor,
sentir a vida triste, insípida, isolada,
buscar um companheiro e encontrar um Senhor...
Ser mulher, calcular todo o infinito curto
para a larga expansão do desejado surto,
no ascenso espiritual aos perfeitos ideais...
para a larga expansão do desejado surto,
no ascenso espiritual aos perfeitos ideais...
Ser mulher, e oh! atroz, tantálica tristeza!
ficar na vida qual uma águia inerte, presa
nos pesados grilhões dos preceitos sociais!
ficar na vida qual uma águia inerte, presa
nos pesados grilhões dos preceitos sociais!
Gilka Machado
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De: Assu Antigo E QUEM SE LEMBRA DA FORMAÇÃO DO GRUPO DOS 11, DO ASSU Era 1963, tempo efervescebte no Brasil, o presidente João Goulart (Ja...
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Um dos princípios que orientam as decisões que tratam de direito do consumidor é a força obrigatória dos contratos (derivada do conceito de ...