quinta-feira, 9 de janeiro de 2020


Por Florbela Espanca


Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços…

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca… o eco dos teus passos…
O teu riso de fonte… os teus abraços…
Os teus beijos… a tua mão na minha…

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca…
Quando os olhos se me cerram de desejo…
E os meus braços se estendem para ti…
O fundo da corrupção é a perfídia. O corrupto é um animal rebelde ao bem.

(Vila Vargas, poeta colombiano - 1869-1933).

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020


TODOS OS ACONTECIMENTOS DO MUNDO SÃO SENSÍVEIS AOS MEUS PENSAMENTOS.
O meu pensamento, para os acontecimentos do mundo,
Em tudo que dos meus sentidos, os meus sentidos para virem um a um, de todas as raízes do mundo.
Eu sou o meu sentido
A expressão de todos os meus sentidos
A expressão de todo o meu sentido todo o meu mundo.

Da treva impenetrável â luz perfuradora de todas as trevas,
Dos campos devastados ao mundo de cadáveres apodrecidos,
O atasca pestilento, as feridas de todas as terras,
Os vermes, como pequenos monstros sonolentos,
E os grandes monstros, as garras afiadas, agitadas mandíbulas,
Tudo há que se alastra para o mundo que a arder de que particular ao meu pensamento

As casas demolidas,
Os corpos mutilados
As árvores, para o céu, os galhos ressequidos.
A multidão a relutar de todos os apedrejados,
O mundo todo de todos os gemidos,
A cósmica amargura de todos os condenados,
A dor profunda de todo os perseguidos,
Ah! que assim são as chagas profundas de todos os meus sentidos....

Penso dos meus pensamentos estrangulados,
Dos meus sentidos devastados,
Das sombras, para o chão, tudo meu cérebro para enterrado...
As misérias do chão,
Tudo que dos infernos na sua miséria,
- Eu preciso morder, e rasgar, e triturar tudo d’aquele maldito coração...

A sombra incolor da minha vida,
Tudo em que fui transformado...
O mundo do meu céu como um morto perdido...
- E ri dos seus dentes, e ri dos seus olhos o riso maldito do condenado...

Senhor, cegai-o; varrei-o, ventos, atirai-o para longe das fronteiras da terra.
E de tudo que for céu, e tudo que for graça, e de tudo que for amor e que for sentimento.
Deus, amaldiçoai-o; negai-o, todos vós energias da terra
E todos para enterrá-lo, todos para sepultá-lo em todos e em tudo todas as forças do raio...

(João Lins Caldas)


segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

curta "Poemeto de amor ao próximo" por Elisa Lucinda (Fabiano Cafure, R...

Meu Deus, me dê a coragem  Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos os vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba a ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
o meu pecado de pensar

Clarice Lispector

"APOSENTADOS QUE TENHAM CONTRIBUIÇÕES ANTES DE 1999 PODEM ALMENTAR O VALOR DA APOSENTADORIA"

O STJ LIBEROU A REVISÃO DA VIDA TODA

Ao julgar o tema 9999 o Tribunal reconheceu que todos os aposentados têm direto de optar pela inclusão das contribuições anteriores a 1994 no cálculo do valor do benefício, o que pode até dobrar o valor da aposentadoria.

Para ter direito a revisão do valor mensal do benefício faz-se necessário ingressar com uma ação judicial, visto que o INSS não reconhece o direito.
Marcelo Farias Consultoria & Advocacia - PATROCINADO

Porto-Ilha de Areia Branca: 45 anos de história

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjL3V7qPr3BYUCRMNPU3wgzFNlZuAYTkrjLMfZXbr4xZjOGP0jC41ZH5IPorAdKY76vpvrAwTSGgnqbiwGT0Y-5HiogPKR-Ld5r9ZPG-kHyjgCMQ8_TQDRSTsDajNH55z3xRByu_xHdjYYZ/s1600/FB_IMG_1577630090219.jpg
 Terminal salineiro Luís Fausto de Medeiros (Termisa)

Artigo

1. Introdução

Em 01 de março de 2019, o Terminal Salineiro Luís Fausto de Medeiros (Termisa), usualmente conhecido como "Porto-Ilha" de Areia Branca, completou seu Jubileu de Safira (45 anos).

Inaugurado em 1974, esse terminal off shore sui generis é o único de sua natureza no mundo. Fruto da necessidade de um porto para escoamento da produção salineira da região da Costa Branca principalmente de Areia Branca, Macau, Mossoró e Galinhos), no litoral norte do Rio Grande do Norte, tanto para abastecimento do mercado interno (Santos, Paranaguá, Porto Alegre, Arraial do Cabo, Vitória e Pará) quanto para exportação para diversos países,especialmente Estados Unidos, Canadá e nações africanas, o Termisa é resultado de um projeto da empresa norte-americana Soros Associates Consulting Engineers, especializada em infraestrutura logística e engenharia marítima.

A atividade salineira constitui setor de grande relevância para a economia do Rio Grande do Norte. Do total do sal produzido no país, 95% é proveniente da região da Costa Branca, no litoral do estado. Nesse contexto, o Termisa tem papel de destaque, uma vez que a maior parte desse produto é escoada por seu intermédio (aproximadamente dois milhões de toneladas/ano), contribuindo com a geração de empregos diretos e indiretos. Os demais 5% são produzidos no litoral do Rio de Janeiro. No processo de extração do sal, a água salgada de canais de maré ou de estuários é bombeada para tanques extensos, chamados evaporadores, onde fica exposta ao sol e aos ventos para a evaporação. Para efeito de comparação, alguns desses tanques, na região de Macau-RN, chegam a ter mais de 2km², enquanto nas salinas fluminenses não passam de uma ou duas centenas de metros quadrados (DINIZ, 2013, p. 25).

A escolha do modal marítimo para exportação do sal é a mais viável em virtude de ele demandar o menor emprego de recursos financeiros, tendo em vista que as atividades de transportes consomem, em média, dois terços dos custos das atividades logísticas (BALLOU, 2010, p. 24).

2. Infraestrutura

A localização geográfica do terminal (04° 49' 06" S e 37° 02' 43" W) foi determinada de forma a aproveitar a existência de um canal de navegação natural, com comprimento aproximado de 8MN, profundidade mínima de 11 metros e largura média de cerca de 400 metros (DHN, 2013).

O canal de acesso, cujo balizamento é de responsabilidade da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), é demarcado por dez boias laterais, sendo nove cegas, e apenas a de aterragem luminosa (encarnada).

A estrutura da ilha artificial, em areia e aço, fincada em mar aberto 14MN a nordeste do município de Areia Branca e distando 8MN da linha da costa, foi construída inicialmente com área de 15 mil metros quadrados, ao custo de 35 milhões de dólares. Em formato retangular, medindo 92 metros de largura por 166 metros de comprimento, foi aterrada com material coralíneo da própria região e recoberta com um piso de sal, para garantir a pureza do produto armazenado.

O sal é transportado das regiões produtoras para a ilha artificial por meio de barcaças, estando atualmente oito em operação. Essas barcaças, com capacidade média diária de transferência de sete mil toneladas, atracam em um cais específico cujo comprimento é de 166 metros e cuja profundidade é de sete metros em maré mínima. O porto dispõe de quatro descarregadores de barcaças, sendo dois com capacidade de 350ton/h e dois de 450ton/h.

Para acostagem de navios, existem cinco dólfins, os quais,juntamente com quatro boias de amarração e ancoragem de bordo (normalmente por boreste) compõem o sistema que possibilita a amarração e atracação de navios no terminal.

De:  http://www.novoportal.com.br

sábado, 4 de janeiro de 2020

RECONCILIAÇÃO E DESPEDIDA


De Walter de Sá Leitão sobre João Lins Caldas

Há cinco anos, mais ou menos, o velho e amigo João Lins Caldas limitara nossa amizade a saudações e cumprimentos simples e – não poucas vezes – estas cortesias eram para ele um constrangimento. 

Por muitos frequentara a nossa casa, diariamente, sentindo-se à vontade, contando-me dramas da sua vida, atitudes que tomara em certos e determinados casos, especialmente como funcionário público, e, por fim, recitando seus formidáveis poemas e sonetos. Na sua espetacular inteligência, havia um ponto característico dos poetas – “as imaginações” – que lhe produziram um gênio tempestivo e absoluto para viver, anormalmente, entre os seus semelhantes. Uma simples conversa que divergisse do seu ponto de vista, em relação especialmente a determinadas pessoas, era o bastante para multiplicar o número dos seus desafetos, acrescido do dialogante. Reconhecendo-o POETA, sonhador, portando, jamais considerei suas denúncias, acusações ou julgamentos aqueles por quem se dizia prejudicado. Isto lhe causava um mal estar, cujos efeitos eu minorava contando-lhe anedotas picantes, piadas, impúdicas e ele, o velho Caldas, sem arrefecer os ódios, retira-se anotando-me no seu caderno como um indigno, também. Distanciava-se de mim, torcia caminhos para não me encontrar, porém eu o procurava, intrometia-me nos ambientes onde ele comparecia e, assim, ia amenizando sua intolerância, sem conseguir modificar suas sentenças. 

Como poeta era sublime, vibrações, divinais; um disco de sonatas infindas que quanto mais se ouvia, mais desejos se tinha de continuar ouvindo. No cotidiano da vida, era humano...

Ontem, dia 18, as seis horas da manhã, caminhávamos em direção ao Mercado Público, quando, em frente à Padaria Santa Cruz, os nossos caminhos cruzara-se e eu, na minha teimosia para tê-lo amigo, provoquei o diálogo:

- Bom dia, Frutilândia!...
- Bom dia, Walter, preciso falar com você.
- Caldas, voltarei logo para lhe atender.
Voltei minutos depois, indo encontra-lo na Praça da Criança, comprando uma espiga de milho verde. Ao ver-me reiniciou o diálogo:

- Walter, você tem recebido notícias ou carta de Moacir?
- Não, depois da última estadia aqui não me deu notícias nem me escreveu.
- A mim, também não. Parece que está zangado porque não lhe dei resposta às últimas cartas. Mas, vou respondê-las. Preciso demais comunicar certos desejos e, fatos da minha vida, sobretudo porque o meu fim está chegando e só a ele poderei contar, sabe!
- Caldas, a sua saúde, como vai? Tem tomado os remédios e seguido a dieta?
- Não, comecei a tomar umas pílulas, porém as suspendi. Depois de liquidar meus negócios irei cuidar da doença. O meu mal são estas coisas...
- Tens ouvido ou lido alguma coisa?
- Ouvido, não, Caldas, porém estou lendo um grande livro sobre Hermes Fontes, escrito por Povina Cavalcanti e dirigido por Afonso Arinos de Mélo Franco.
- Ah! Quero vê-lo. Preciso ler. O Hermes, como já lhe contei, morreu rompido comigo. Hoje, ou melhor, depois é que, reconheci ser um mal entendido meu. Seria fácil, Walter, emprestar-me este livro, agora?
- Pois não, Caldas, vou mandar busca-lo.
Minutos depois, chegava o portador trazendo o livro.
- Pronto Caldas, aqui o livro.

Com o livro às mãos começou a folheá-lo e, ao deparar em uma das páginas o retrato de Hermes, fitou-o bem e exclamou: “Hermes! Hermes!... Breve a nossa reconciliação espiritual.”

Despedimo-nos, ele saiu com o livro na mão e a cesta na outra. Partiu para completar a sua feira e, horas depois, completava também a sua vida atribulada de poeta e sonhador.

DEUS o tenha lá, com menos imaginações humanas!

Assu, 19 de maio de 1967

Do blog: Este depoimento de Walter de Sá Leitão encontrei entre os grandes versos de Caldas, dos seus livros organizados em manuscritos, antes sobre a guarda do poeta e publicitário no Rio de Janeiro - JMM Publicidade -, João Moacir de Medeiros  já falecido, que era primo de Caldas pelo lado da família Lins Caldas de Ipanguaçu/Assu. Antes de sua morte, Moacir autorizou que me fosse entregue os originais dos versos de Caldas, além daqueles que já foram entregues ao Conselho Estadual de Cultura/RN. São belos poemas e sonetos dos livros que Caldas não teve o privilégio nem a felicidade de publica-los, intitulados de “Deus Tributário”, Águas de Sono" e "Caminho de Estrelas", entre outros, além de centenas de pensamentos filosóficos. Fica o registro.

Fernando Caldas

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

AS TIRADAS DE WALTER LEITÃO I

Walter de Sá Leitão ou Walter Leitão como era mais conhecido, foi prefeito do Assu (1972-75). Ele empresta o seu nome ao Campus Avançado do Açu (universidade). Quando prefeito viajou à Brasília em busca de recursos para aquele importante município potiguar. No gabinete do deputado Vingt Rosado, é advertido pela secretária daquele parlamentar mossoroense: "Prefeito, a calça do senhor está rasgada no 'fundo!' Walter não se fez de rogado: "Moça, é que na minha terra no lugar do paletó, a moda é calça lascada atrás!"

Ainda na qualidade de prefeito (ele já se notabilizara como uma pessoa espirituosíssima), foi surpreendido em seu gabinete por uma eleitora aflita: "Seu Walter meu filho comeu uma macaxeira e se encontra em casa com muita dor no pé da barriga, precisando comprar esse remédio". Disse aquela senhora mostrando-lhe a prescrição médica. Walter afagou a genitália e saiu-se com essa: "Minha senhora, ontem eu comi um pé de barriga e me encontro agora, com muito dor na 'macaxeira'.

Em tempo: Para registrar, macaxeira é conhecida no Rio de Janeiro, como aipim, e em São Paulo, como mandioca.

Em 1973, a estrada que dá acesso a cidade era carroçável. Pois bem, Walter chegando naquela terra assuense, retornando de uma viagem que fizera a Natal, acordou atordoado reclamando da trepidante estrada esburacada: "Que prefeito filho da p... é esse que não manda tapar os buracos desta estrada." O motorista meio sem jeito, respondeu: "Seu Walter já estamos entrando no Assu!" "Eu já disse e tá dito e não volto atrás. Esse prefeito é o que disse e pronto!" Respondeu Walter.

Fernando Caldas

Em tempos de eleições, os poetas populares, glosadores do Assu não perdiam as oportunidades para produzir um versinho satirizando os candidatos. Pois bem. Em em 1962, o Assu viveu uma eleição municipal das mais radicais, tensa e intensa da sua história. De um lado Walter Leitão (UDN - União Democrática Nacional) candidato a prefeito com o apoio do deputado estadual Edgard Borges Montenegro e do outro lado, Maria Olímpia Neves de Oliveira - Maroquinha (PSD - Partido Social Democrático) que era chamada "A Onça", pelos seus amigos e seguidores, com o apoio dolavo Lacerda Montenegro. Walter Leitão era chamado de "Golinha". O poeta da rua escreveu a seguinte sextilha:

Digo aqui em confiança
Como amigo da Onça
Tenha cuidado Golinha
Que na hora de votar
Talvez até Edgard
Dê o voto a Maroquinha.

Maroquinha saiu vitoriosa com uma maioria de 380 votos.

Fernando Caldas




O incrível manto colorido do esquilo-gigante-indiano


A natureza vem sempre nos surpreendendo com a beleza exuberante de suas cores e formas.


Hoje o exemplo vem de um esquilo, o gigante indiano (Ratufa Indica), um esplêndido animal caracterizado por uma pelagem colorida fenomenal e exótica!

 https://www.greenme.com.br

O Ratufa Indica é um espécime que vive na região de Maharashtra, no centro-oeste da Índia, e é possível encontrar esses esquilos, em específico no Santuário da Vida Selvagem de Bhimashankar.

Esse esquilo é maior do que outras espécies similares: o Ratufa tem 35centímetros de comprimento e uma cauda grossa que pode chegar a 60 centímetros, o que lhe permite agarrar-se às árvores e a se mover agilmente entre os galhos.

O Ratufa se movimenta e se esconde no topo de mangueiras e coqueiros para encontrar comida e escapar dos predadores, dos quais, é difícil não ser notado.

Além das dimensões incríveis, o que chama a atenção nesse animal belo e fofo é a impressionante paleta de cores do seu pelo que vai do azul ao bordô, passando por vários tons de vermelho, marrom, laranja e amarelo.

O Ratufa infelizmente está incluso na lista de espécies ameaçadas de extinção: desde a abertura do santuário na Índia, na década de 1980, o número de espécimes aumentou atingindo o pico de 22 mil indivíduos, mas atualmente a população desses esquilos está novamente  diminuindo.

Agora aprecie toda beleza dessa espécie de esquilo neste vídeo do canal WildGreen Films:

Nestas imagens dá para conferir a esperteza e a agilidade deste animal que vive andando nos galhos em busca de alimentos.

O Ratufa, mesmo com todos seus atributos e presteza, é mais uma espécie que precisa de nossa atenção para ser protegida e preservada!

 
Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos fala e escreve para GreenMe desde 2017.
Tenho um verso na mão direita
E na esquerda meu coração.

Newton Navarro, poeta potiguar

Artista argentino cria tanque de guerra munido da arma mais poderosa: livros




Artista argentino cria tanque de guerra munido da arma mais poderosa: livros 1

Já dizia Nelson Mandela: “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”. Talvez esta frase tenha inspirado o artista argentino Raul Lemesoff, o responsável pela criação de uma arma que pode mudar a vida de muitas pessoas: ele transformou um antigo carro Ford Falcon, de 1979, em um tanque de guerra. Mas, ao invés de disparar balas, o veículo dispara livros.
O Razões e o Educa Mais Brasil te ajudam a conseguir bolsa de estudo para cursos técnicos e profissionalizantes, cursos de idiomas, entre outras, clique aqui.

O veículo funciona como uma verdadeira biblioteca itinerante. O formato é de tanque de guerra e tem até um canhão, mas toda a lateral é repleta de prateleiras, em que são dispostos até 900 livros, com os mais diversos temas e estilos.

Com a munição de livros pronta, o artista percorre as ruas de Buenos Aires, na Argentina, disparando livros por todos os lados e para todas as pessoas que cruzam o seu caminho. Não é necessário pagar nada pelos exemplares, apenas se comprometer com a leitura:

O projeto em que Lemesoff trabalhou nos últimos anos dá um novo significado a um dos principais símbolos de guerra, que foi batizado de “Arma de Instrução em Massa”. 

De:  https://razoesparaacreditar.com



Eu não vou falar sobre a obra poética de um gênio (esquecido e injustiçado da poesia brasileira) chamado João Lins Caldas (poeta Norte-riograndense do Assu) porque, é tarefa difícil para mim. Apenas registrar a grandeza do seu poetar como venho fazendo por meio desta página. Porém, tenho certeza, trata-se de um vate que, por ironia do destino, não conseguiu publicar-se. Tinha ele, Caldas, a convicção de que publicado todo seu trabalho literário se consagraria como um dos maiores da poesia universal. O poema (inédito) adiante, penso eu, já é o bastante para "figurar numa antologia dos maiores poetas do mundo". Vejamos:

Eu acendi o relâmpago do ódio.

A noite tem ladrões engurujados
E tem traidores
E tem invejosos
E tem morcegos
E tem corujas
Eu preciso com os seus relâmpagos queimar toda essa fauna da noite.
A noite tem ladrões engurujados
Eles são lemáticos e frios,
Desencantados
O encanto dos charcos mais sombrios,
A sombra de todos os malvados,
- Condenados,
As suas ânsias, os seus arrepios...
A noite tem, com a traição, a inveja, os invejosos...
São da noite
Todos esses negros partos monstruosos...
São da noite
Os ladrões, a traição, os invejosos...
Mas da noite
Luminosos
Os relâmpagos que hão de queimar também todos os invejosos...

Acendam-se todos os meus relâmpagos.

Postado por Fernando Caldas

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...