quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

"POUCAS E BOAS"


 



Do livro "Poucas e Boas", de Valério Mesquita, 2008 (imagem acima). O texto abaixo também fora publicado no Jornal Tribuna do Norte, de Natal.

1 - Fernando Caldas, assuense de ótima qualidade, poeta e pesquisador, enviou-me alguns "causos" folclóricos de sua região. Agradecendo a remessa, vamos juntos nos deliciar com as suas histórias. Chico Dias trabalhou para o deputado Arnóbio Abreu, nas eleições de 1998. Logo após o pleito, foi à casa de Zeca Abreu, irmão de Arnóbio, para um entendimento político. Ao chegar, foi atendido pelo motorista de Zeca que lhe respondeu ao ser indagado pelo paradeiro de seu patrão. "Chico, Zeca encontra-se no banheiro com uma forte dor de barriga". Chico mandou chumbo grosso: "Meu amigo, eu não vim aqui comer o cedenho dele, não!!"


2 -Fernando Caldas contou que Bonzinho, lá do Açu, estava bebendo em um bar da cidade quando foi surpreendido por Joca Marreiro, seu pai, que lhe convidou a ir para casa pois já era noite alta. Aceitou o convite paterno, mas foi taxativo e solene: "Papai, vá na frente que o mundo tá cheio de gente ruim".


3 - Comício de Ronaldo Soares em Açu. O povo doidão na praça. O locutor vibrante anuncia a palavra de Chico Galego, candidato a vereador, líder da Lagoa do Piató. Ao receber o microfone sem fio, assustou-se com o equipamento e tratou de reclamar: "Cadê a correia dele Lourinaldo, cadê a correia, esse bicho não vai falar de jeito nenhum!!!. Aí a galera vibrou.


4 - Açu é um filão de estórias que não tem fim. Ronaldo Soares, captador permanente dessa atmosfera densa e intensa, passou-me mais uma. Seu conterrâneo Zé Gago andava ás turras com a esposa Isabel. Em suma havia arranjado uma rival. Revoltada, a família se reuniu para lavrar aquele protesto e chamar o esposo e pai à responsabilidade. Em sua defesa, Zé Gago veio com um argumento genial: "Meus filhos, arranjei uma mulher, é verdade, mas foi pra poupar sua mãe". Inconformada, dona Isabel saiu do seu silêncio: "Se foi por esse motivo, pode me rasgar toda!!.


5 - Tico, motorista do ex-deputado Arnóbio Abreu, não foge à regra de muitos profissionais bons, mas broncos e teimosos demais. Certa noite, num comício em Açu apareceu por lá o servidor da secretaria de Saúde Alan Rio. Ao vê-lo, Tico comentou que já vira antes esse rapaz. Um interlocutor presente o ajuda afirmando que o nome dele é Alan. Tico repreende: "Não, Alan é apelido!!. Chamando a intervir, Arnóbio confirmou que o nome do visitante é Alan. Tico, na sua teimosia homérica, retruca: "Não, doutor Arnóbio, Alan é de ovelha por isso, é apelido mesmo"!!.


6 - Jobeni Machado, fazendeiro do Açu, lá pelos anos setenta não teve dificuldades para aprender, ao pé da letra, as lições dos filósofos da economia da época. Endividadíssimo e instado a pagar pelos bancos oficiais os seus empréstimos agrícolas vencidos e esquecidos, Jobeni utilizou a máxima do faraó Delfim Neto, ministro da fazenda: "Dívida pública não se paga, se rola". Não foi à toa que o governador de Minas Itamar Franco se inspirou no exemplo. No caso de Açu, até hoje tá rolando.



7 - Fernando Caldas manda-me algumas poucas e boas da rica safra açuense. Manoel Montenegro Neto (Manuca) disputou sem sucesso a prefeitura de Açu, em 1976, contra Sebastião Alves. Manuca foi deputado estadual por duas legislaturas e deputado federal durante alguns meses. Pertencendo ao então MDB, fazia discursos inflamados cumprindo o seu papel de oposição, combatendo a inflação e outros bichos. "Meus amigos, senhores deputados, quem é que pode comer uma galinha por três cruzeiros?" (moeda da época), indaga Manuca pateticamente da tribuna da assembleia. Um correligionário que ouvia atentamente o seu pronunciamento respondeu da galeria: "O galo, Manuca!".


8 - Junot Araújo dos Santos foi vice-prefeito na chapa de Lourinaldo Soares nas eleições municipais de 1992 em Açu. Junot prometeu na campanha a uma senhora, uma cirurgia de períneo. A operação seria feita pelo seu pai dr. Nelson, logo após as eleições. Certo dia, a eleitora procurou o vice-prefeito com outra conversa: "Junot, no lugar da cirurgia me arranje cinco sacos de cimento". Fátima, sua mulher, escutando a exploração daquela eleitora, saiu-se com essa: "Essa égua quer agora tapar o buraco com cimento!”.

9 - Ronaldo Ferreira Dias era importante funcionário do Senado da República. Norte-riograndense de Lages e com muita ligação no Açu. Nas eleições de 1982 concorreu a deputado federal mesmo sem ter vivência política no Estado do Rio Grande do Norte. Ronaldo seria o segundo suplente com qualquer votação. Foi a Açu e procurou seu primo Chico Dias que era candidato a vereador para fazer a sua campanha no município assuense. Certo dia telefonou de Brasília para o primo: "Chico, como vai a aceitação do meu nome por aí?" Chico respondeu pausadamente: "Ronaldo, saí de casa com mil fotografias (santnhos) suas e voltei com duas mil".
Não sei como te aquecer. És de outro e não me esqueço
Mal grado o coração me pedir que te odeie,
Não sei te aborrecer e te odiar, não sei:
- Amor do meu amor para mim não mereço.
Alguém que o amor vingar no coração, o preço
da saudade lhe dê: - o preço que lhe dei.
Porque o preço do amor quando traído, eu sei,
E´o preço da tortura e o gozo quando avesso.

João Lins Caldas

AS TIRADAS DE "GOLINHA"

Walter de Sá Leitão ou "Golinha" (seu apelido carinhoso) fora procurado certo dia, por Adauto Tinôco, então escrivão da Polícia Militar na cidade de Assu que pedir a Walter uma sugestão para dá o nome de um bar que ele pretendia instalar na cidade de Assu. Adauto ao seu encontrar com Walter fora direto ao assunto: "Compadre Walter, me dê uma sugestão de um nome para eu colocar no meu bar que estou instalando. Agora, eu quero um nome pequeno, porém que chame muita atenção! - Walter sem nem pestanejar sugeriu: "CU, tá bom Comádre Adauto?" - Para risos dos circunstantes.

(Mas não é que em Natal tem um bar no bairro de Lagoa Nova muito frequentado denominado "Bar do KU". Walter tinha razão).

Walter ainda moço, sessenta e poucos anos de idade, entregou-se, prostrou-se numa rede esperando a pancada do gongo chegar como diz Renato Caldas. Certa vez, fora visitado por uma amiga que, ao chegar na sua residência perguntou-lhe pelo seu estado de sua saúde. Walter respondeu: 'Minha amiga, estou feito panela de barro. Me acabando pelo fundo!"
 

Certo compadre de Walter (ele tinha, penso eu, centenas de afilhados) já casado há mais de cinco anos vivia preocupado porque sua mulher ainda não teria engravidado. Fato este que comentou com ele, Walter. Tempos depois sua mulher apareceu grávida e, feliz da vida, aquele compadre foi ao encontrar de Walter para lhe dá a seguinte notícia: "Compadre Walter. Minha mulher está gravida". - Walter não pensou duas vezes, dizendo de tal modo: "E você desconfia de quem?"
PARAFRASE

De um tema popular

Deus lhe dê muito dinheiro!
Deus lhe sarve meu patrão;
Que ouro, prata e briante,
Faça cama em sua mão
Mas, a ganança num manche
A sua reputação!
Que um dia, seje gunverno
Sem precisá inleição
E sarve o nosso Brasí
Da triste situação.
... E, se um dia mecê pendê
Pras bandas do meu sertão:
Lá em casa, a casa é sua,
Com carne gorda e pirão,
Com raspadura do Bréjo,
Mangunzá e requeijão...
Tem um criado pra lavá
E selá seu alazão,
Tem uma tipóia remendada,
Uma esteirinha no chão,
Uma vióla afinada
Pra gemê nas suas mão,
Um oratóro cheio de santo
Pra ouvi sua oração,
Uma muié pra lhe serví,
Numas coisa... noutras não.


Renato Caldas

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

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FRANCISCO AMORIM, O POETA DA SERIEMA

Francisco Augusto Caldas de Amorim (Chisquito) como era chamado carinhosamente, foi servidor público federal, poeta, escritor, jornalista, fundador de jornais como "A Cidade", o jornal mais antigo do interior do Estado, que circulou durante 25 anos, sob a organização dele, Francisco Amorim e de seus irmãos Otávio e Palmério Filho. Ele era membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, da Academia Potiguar de Trovas, entre outras instituições culturais do Estado Norte-rio-grandense e do Brasil. Foi prefeito do Assu (1953-58, sucedendo Edgar Borges Montenegro), presidiu durante muito tempo, o Banco Rural do Assu, que depois veio a ser Cooperativa Agropecuária do Vale do Açu Ltda.

Chisquito publicou diversos livros, e o seu trabalho engrandece as letras potiguares como A Eucaristia e a Questão Social, 1944 (conferência), Discurso de Saudação aos Prefeitos, 1961, Eu Conheci Sesióm, 1961, Seriema e Outros Versos, 1965, Galeria do Lions, 1969, História do Teatro no Assu, 1972, Colégio Nossa Senhora das Vitórias, 1977, As Vantagens da Eletrificação Rural (cordel), 1978, Titulados do Assu, 1982, O Assu No Roteiro das Glosas, 1983, Nos Tempos de Cristo, Assu da Minha Meninice, 1982, Trovas à Toa, 1991, Forrobodó, 1984, História da Imprensa do Assu, 1965, Teu Livro (versos), 1965, O Homem e as Cooperativas, 1965, A Reforma Agrária e o Trabalhador Rural, 1988 e Essências, 1991.

Chisquito faleceu no dia 23 de abril de 1994, aos 94 anos de idade e está enterrado no Cemitério São João Batista, de Assu. Foi ele, penso eu, o escritor assuense que mais escreveu sobre a sua terra e sua gente. Ficou conhecido no meio literário como "O Poeta da Seriema". Vejamos seu célebre soneto:

Na doce evocação do seu ledo passado,
A seriema vê, como num sonho lindo,
O riacho correndo, o Mofumbo ensombrado,
O cipoal a crescer, para o alto subindo.

E belo o panasco, o amplo campo rasgado,
As expansões febris do juremal florindo,
A sombra da oiticica o tresmalho do gado,
A alva flor do cardeiro alvas rosas abrindo.

A lembrança lhe vem dos tempos seus ditosos,
Correrias na mata, os ermos pedregosos,
Verde vegetação desabrochando a terra,

E na concentração ascética de um monge,
A pernalta desperta, olhando e vendo longe,
O panorama azul, belíssimo da terra.

LEMBRANDO EPIFÂNIO BARBOSA


Era eu, menino ainda quando tive o privilégio de ter conhecido Epifânio Barbosa. Tipo baixo, de cor morena, garboso, jeitão sertanejo, sabido no bom sentido. Fazendeiro, negociante de gado, proprietário da fazenda Cruzeiro, localizado no caminho do Riacho, distrito de Assu. Amigo leal de meu avô materno Fernando Tavares (Vemvem) que foi também fazendeiro naquela região e amigo de Epifânio. Lembro-me dele, Epifâneo, frequentando assiduamente as reuniões sociais na calçada do rico e antigo casarão do casal Maria Eugênia e Nelson Montenegro. Ele era proprietário da famosa Fazenda Cruzeiro, localizada no caminho do Riacho (distrito do Assu).

Epifânio tinha um mundo de amigos e era admirado por todos daquela região.. Homem de poucas letras, porém sabido nos negócios de gado, sábio na maneira de viver e ver a vida, espirituoso como ninguém. O governador Dix-sept Rosado de quem ele era amigo íntimo, que o conheceu por intermédio de Vemvem, deliciava-se com suas tiradas de espírito, as suas estórias pitorescas, os seus repentes. Nas festas políticas, não perdia a oportunidade para discursar. A sua oração com aquele seu linguajar matuto, estapafúrdio, que tinha um sentido filosófico e lhe fazia gracioso, encantava e agradava a leigos e eruditos.

Epifânio não tinha inibição, era despachado, desenrolado, grosseirão nas palavras que dizia e nos seus gestos. Certa vez, a deputada federal Ivete Vargas, visitava a cidade de Mossoró. Epifânio, Getulista que era, resolveu ir até aquela cidade conhecer aquela parlamentar petebista, neta de Getúlio Vargas. Ao chegar ao aeroporto daquela terra do oeste potiguar, uma multidão incalculável se encontrava presente naquele local, prestigiando a filha do presidente Vargas. Epifânio usando da habilidade que lhe era peculiar, "como um relâmpago inesperado", meteu-se no meio daquela multidão e, ao se aproximar de Ivete, bateu com a mão no 'bunbum' daquela deputada, Ivete assustou-se, virou-se e ficou de frente, olho no olho com Epifânio que se apresentou, dizendo naquela sua forma graciosa de dizer as coisas: "Muito prazer, deputada. Sou Epifânio Barbosa do Assu. Nunca bati na bunda de uma mulher, pra ela não olhar para trás!"

Epifânio imortalizou-se na "pena fulgurante e adestrada", da escritora assuense de Lavras, Maria Eugênia, no romance intitulado "O Sertanejo", do qual é o seu protagonista, encarnado no personagem Lourenço. Aquela mulher de letras começa a narrativa do seu belo e original romance dizendo que "na aridez das caatingas, Lourenço viu-se jogado no mundo. De estatura mediana, saudável, inteligente, rosto largo e moreno, era figura popular no Vale do Açu, a rica região onde as carnaubeiras, com seus leques entreabertos, emolduravam de verde os longínquos horizontes, ao abano constante dos ventos.

Herdara dos ancestrais a tenacidade na luta pela vida. Corpo rajado, espírito forte, aceitava com a alegria ou sem amargor, tudo o que a vida lhe oferecia em suas variadas contingências.

Ali nascera e se fizera homem. Integrado à terra, como os verdes juazeiros, que heroicamente resistem a todos os ventos. Lourenço, ali possuía raízes como as agigantadas árvores que não poderiam ser transplantadas. Não se aclimataria jamais em qualquer lugar."

Afinal, fica este artigo que tem sobretudo o sentido de resgatar, relembrar, apresentar aos mais jovens, Epifânio Barbosa, o que ele representou para o folclore regional, a pecuária das várzeas e dos sertões do Assu e, finalmente, nas palavras do poeta popular, homenageio e reverencio a  memória de Epifânio Barbosa.

"Muito gado na fazenda,
Vacas, bezerros, garrotes.
Diversos reprodutores,
Novilhas e novilhotes,
Muitas cabras e cabritos,
Pulando pelos serrotes"

Fernando Caldas


TIRADAS DE ESPÍRITOS

1 - Chico do Pó como era conhecido na cidade de Assu , era vendedor de erva, garrafada, todo tipo de remédio da medicina popular. Ele sai vendendo nas casas da cidade inteira.  Certo dia, alguém, ao vê-lo pelas ruas da cidade, indagou-lhe a título de brincadeira:: "Chico, qual o remédio que você tem pra corno?" - E Chico sem nem pestanejar, respondeu::"Paciência!"

2 - João Lira era comerciante na cidade de Assu. Certo dia, recebeu em seu estabelecimento comercial um fiscal da Recebedoria de Rendas (fisco estadual). Aquele fiscal ao adentrar seu estabelecimento foi logo solicitando dele, Lira, os talões de notas fiscais para uma averiguação. As prateleiras daquele comércio se encontravam todas cheias até o teto. O fiscal comparando o estoque com o livro de entrada de mercadorias, constatou que não batia de jeito nenhum. "Seu João eu vou apenas lhe notificar na base de uma estimativa." João apavorou-se, levantou-se do birô e saiu empurrando as caixas, dizendo assim: "Seu fiscal num tá vendo que é somente caixa seca nas prateleiras". E foi caixa seca pra todos o cantos.

3 - Justino Piaba era funcionário do Mercado Público , da cidade de Assu. Bebia inveteradamente. Conta-se que certa vez, embriagado com destino a sua casa, passando pelo beco estreito que os mais antigos ainda chamam de "Beco do Padre", atual travessa Fernando Tavares, tomabando Um observador da sena, ao vê-lo saiu com essa pilhéria:: "Mas, Justino, o beco tá é estreito, hein!" Justino saiu-se com essa: "Meu amigo, é que meus pés estão largos!"

Fernando Caldas

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Galo da Madrugada agrada milhares de pessoas



O Galo da Madrugada desfilará neste sábado (22), a partir das 9h / Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem

Katarina Moraes
kgonzaga@jc.com.br

POR JORNAL DO COMMERCIO

Seja da Conde da Boa Vista ou da Guararapes, todos os olhares das avenidas apontam para o alto da ponte Duarte Coelho nesta sexta-feira (21). No entorno, motoristas reduzem a velocidade dos carros para conseguir eternizar, por meio das câmeras de celular, a imagem do símbolo do Carnaval. E é só prestar atenção que dá para ouvir o burburinho dos críticos amadores de arte: “esse foi o mais bonito de todos”, “não gostei dessa crista”, “tá parecido com o do ano passado”. Mas a verdade é que, não importa quais sejam as opiniões sobre sua aparência, o Galo da Madrugada reina absoluto e atrai toda atenção para a festa de momo pernambucana.

6 cidades brasileiras de origem portuguesa que são Património Mundial

De:  https://www.vortexmag.net


Além de rico em paisagens naturais, o Brasil é também rico em património colonial português. Algumas dessas cidades são hoje património da Humanidade.

Do outro lado do oceano Atlântico, no nosso irmão Brasil, existe património de origem portuguesa que é reconhecido mundialmente e classificado como Património Mundial. São cidades belíssimas, que fazem lembrar as nossas próprias cidades, mas repletas de sabor tropical tão característico do Brasil.
A mistura entre as influências portuguesas e brasileiras deu origem a 6 cidades brasileiras de origem portuguesa que são Património Mundial.

1. Ouro Preto

Fundada no final do século XVII, a cidade de Ouro Preto foi o ponto de convergência dos mineradores de ouro e o centro da exploração de minas auríferas no Brasil do século XVIII.
Ouro Preto
A cidade declinou com o esgotamento de suas minas a princípios do século XIX, todavia subsistem muitas igrejas, pontes e fontes que testemunham seu passado esplendor e o talento excepcional do escultor barroco Antonio Francisco Lisboa, “Aleijadinho”.

2. Salvador

Primeira capital do Brasil (1549-1763), Salvador tem sido um ponto de confluência de culturas europeias, africanas e ameríndias. Em 1588 se criou nela o primeiro mercado de escravos do Novo Mundo, destinados a trabalhar nas plantações de cana de açúcar.
Salvador da Bahia
A cidade tem conservado numerosos edifícios renascentistas de qualidade excepcional. As casas de cores vivas, magnificamente estucadas a princípio, são características da cidade velha.

3. Diamantina

Diamantina é uma cidade colonial engastada como uma pedra preciosa em um inóspito maciço montanhoso. É um testemunho da aventura dos mineradores de diamantes do século XVIII, assim como do influxo exercido pelas realizações culturais e artísticas do ser humano em seu marco de vida.
Diamantina
Foi do brilho de uma pequena pedra preciosa que nasceu Diamantina. Quando ainda no século XVIII, os bandeirantes chegaram e fizeram as primeiras lavras, no córrego do antigo Arraial do Tijuco. Reza a lenda, que a luz que aparecia nas águas dos rios Jequitinhonha e São Francisco, brilhava tanto, que acabou chamando a atenção dos desbravadores. Eles estavam à procura de ouro na região, mas acabaram por encontrar diamantes.

4. Paraty

O Centro Histórico de Paraty remonta aos idos de 1820, quando suas ruas já possuíam seu calçamento pé de moleque. A presença das águas, com a invasão das marés na lua cheia, a cultura do café e da cana, o porto e seus piratas, a maçonaria determinaram o traçado do Centro Histórico de Paraty. As ruas foram todas traçadas do nascente para o poente e do norte para o sul. Todas as construções das moradias eram regulamentadas por lei, podendo pagar com multa ou prisão, quem desobedecesse as determinações.
Paraty
A maçonaria deixou sua forte marca nas fachadas dos sobrados com desenhos geométricos, em relevo. O Centro Histórico, considerado pela UNESCO como o conjunto arquitectónico colonial mais harmonioso é Património Nacional tombado pelo IPHAN. Sua ruas, protegidas por correntes que impedem a passagem dos carros, preservam ainda o encanto colonial, aliado a um variado comércio e a expressões culturais e artísticas muito intensas.

5. Olinda

O Centro Histórico de Olinda, também chamado de Cidade Alta, abrange a área histórica do município brasileiro de Olinda, no estado de Pernambuco.Quase um terço da área total do município é tombado. A preservação desse sítio histórico começou na década de 1930, quando os principais monumentos foram tombados. A partir daí foram promovidas várias acções no sentido de preservar todo o património histórico, cultural e arquitectónico do município.
Olinda
O sítio foi declarado Monumento Nacional pelo Congresso Nacional em 1980, e em 1982 foi reconhecido como património mundial pela UNESCO. Fundada em 1535 por Duarte Coelho Pereira, primeiro donatário da capitania, em um sítio elevado que favorecia a defesa da povoação e controle da região, Olinda se tornou capital e um importante pólo económico no fim do século XVI, enriquecida com a cana-de-açúcar.

6. São Luís

O Centro Histórico de São Luís compreende uma área de 220 hectares de extensão em São Luís, capital do Maranhão. Cerca de 3000 imóveis estão tombados pelo património histórico estadual, e 1400 pelo IPHAN. Parte desse sítio foi declarado Património Mundial em 1997, por seu conjunto arquitectónico colonial português adaptado ao clima do local. A principal característica arquitectónica do centro histórico é mesmo a preocupação com o clima, quente e húmido. Entre as soluções, estava o uso de azulejos na impermeabilização das fachadas de taipa. As plantas são em “L” ou em “U”, com grandes telhados evenezianas.
 

Os prédios arquitectónicos constituem sobrados, casas térreas e solares. Os sobrados possuem até quatro pavimentos, sendo o térreo loja comercial e os outros pisos residências. Os solares, sobrados sumptuosos, possuem muitos detalhes refinados, e as casas térreas, por fim, passíveis de várias classificações (por exemplo, morada inteira:porta com duas janelas de cada lado; meia morada: porta lateral e duas janelas).

FRENTISTAS FANTASIADOS RECEPCIONAM CLIENTES NO POSTO DE COMBUSTÍVEIS SANTA FÉ EM ASSÚ

 
Da redação - Assú Notícia: O Carnaval já chegou no Posto Santa Fé, localizado no bairro da Cohab em Assú. Além da gasolina Dura Mais, o posto inovou neste carnaval. Os frentistas estão todos fantasiados para recepcionarem os clientes que vão abastecer. 
 
Super home, homem aranha, chiquinho, super mário, coringa e outros personagem estão fazendo sucesso com as fantasias. Corre agora, leve sua criança e registre uma foto com o super herói da garotada. Abasteça com a gasolina dura mais, e ande mais.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

RESSÁBIOS DE LUXÚRIA

De: Assu Antigo
Foto: carro alegórico que reuniu vários blocos para o tradicional desfile nas ruas, tendo o Rei Momo destacado em ponto máximo - Geraldo Dantas, além dos organizadores da festa, Costa Leitão e Maria Olimpía.
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A cidade, especialmente as moças, envolviam-se no embalo momesco, providenciavam as fantasias, decoravam os carros alegóricos. Com ousadia, buscavam um traje que tivesse decotes e chamasse à atenção dos espectadores, inspiravam-se em um tema polêmico e em evidência. Os pais providenciavam a compra das caixas de lança perfume Rodoro para completar a folia.
O executivo da cidade, com muito entusiasmo, buscava recursos para dar vida aos blocos carnavalescos que a cada dia tinha uma fantasia estarrecedora para apresentar. Tudo finalizado e preparado conforme programado, chegava o grande dia. O Clube Municipal era a casa que acolhia os foliões animados pelas orquestras, a Furiosa de João Chau, a de Francisquinho Músico ou a de Sr. Cristóvão Dantas, além da ARCA e AABB.
À tarde era o desfile dos carros alegóricos, imponentes e muito bem decorados. Eram motivo de uma fotografia ou até de manchete no jornal do colunista social mais bem afamado, Demócrito Amorim. As pessoas reuniam-se nas calçadas para prestigiarem os desfiles que ficariam como um fato para a posteridade. O percurso circulava a Praça Getúlio Vargas, seguia pela Praça do Rosário e ia até o Colégio das Freiras. Assim, acabava e começavam os preparativos para a noite.
Às 22 horas as portas das residências das famílias tradicionais abriam-se para liberar suas filhas que iam para o Baile, acompanhadas pelo olho clínico de seus pais que, assim como elas, tomavam assentos às mesinhas reservadas do Clube.
Todos preparados, a autoridade máxima estendia as suas saudações às famílias por tê-las presentes ali e era dada a primeira dobrada pela orquestra. A felicidade em esperar pelo carnaval de cada ano era prazerosa! Entrava no salão o primeiro bloco a rodopiar e marcar o passo ao som de envolventes marchinhas carnavalescas. Os foliões portando lança perfume borrifavam sobre os outros, espalhando-se pelo ar o cheiro gostoso. Os adultos cheiravam o lenço que tinha mão, tomavam porres de lança. Caso contrário, tinham às mesas whisky com guaraná, cerveja ou coca- cola com rum montila. Um funcionário do Banco do Brasil ocupava o cargo vitalício de Rei Momo e era um dos mais animados que a cidade via, Geraldo Dantas. O reinado, posteriormente, foi ocupado por João (Samuel) Batista Fonseca e Edmilson da Silva.
As antigas marchinhas de carnaval eram tocadas repetidamente com as pessoas dando voltas e mais voltas no salão, enquanto outras só ficavam paradas nas bordas a jogarem lança perfume e dançando em cima das mesas. Noite alta, começavam as paqueras e o envio de recados de um para o outro com o intermédio daquela amiga alcoviteira, namoros proibidos e ousados, mas com muito respeito. A cidade era pequena e no outro dia poderia estar tudo nos ouvidos dos pais e nas conversas da rua.
Os Papangus, composto somente por mulheres como Alba de Sá Leitão, Alba Soares, Ozelita Dias, Evangelina Tavares e Zélia Tavares, aglomeravam-se, alternadamente, na casa de cada integrante para darem início aos assaltos às casas de pessoas amigas. O assalto às residências consistia em uma recepção regada à músicas, brincadeiras, bebidas, petiscos e tira-gostos. Era um bloco que provocava muita curiosidade e animação devido a ocultação das faces das mulheres.
Havia também o bloco composto somente por homens chamado Karkarás, com uma única mulher como porta-estandarte, Zélia Tavares. No carnaval de 1965, ainda no ápice da Revolução de 1964, jovens estudantes uniram-se e fizeram surgir As Rebeldes, um nome que denotava muita ousadia, com mulheres à frente do seu tempo, e que as fantasias fugiam dos padrões convencionais. A Personal Stylist era Ivete Medeiros e esta buscava indistintamente temas que causassem espanto nas pessoas, tendo as fantasias guardadas em segredo. As Rebeldes estrearam com o figurino que reivindicava o uso do LSD. É necessário relembrar o homem que acompanhado pelas suas três filhas inexplicavelmente marcavam o passo pelas ruas da Assu então pacata. Exercia a profissão de sapateiro e era Pernambucano, com ritmo do frevo pulsando forte dentro de si, seu sobrenome já predestinava seus feitos: Djalma dos Passos Barros. Merecidamente, ele foi o maior expoente do frevo em Assu.
Alguns dos blocos eram: As Independentes, As Viajantes, Soldados do Tio Sam, Os Palhaços, Os Papangus, As Rebeldes, Os Bengalinhas, Vassourinhas, Os Índios, Os Karkarás, As Selenitas, As Incríveis, Futuristas, Os Irresponsáveis, Baghassus, Xafurdo, As Marinheiras. Eram inúmeros blocos que surgiam a cada ano, trazendo novas perspectivas e características. O Carnaval era uma festa familiar, com a perspectiva de unir e agregar valores. Em tempos de carnavais, políticos rivais esqueciam as diferenças e juntos participavam da festa momesca. Seletivamente organizada as festas aconteciam na maior amizade e convivência saudável. Com muito riso e alegria, haviam no salão mais de mil palhaços, além de Arlequim chorar pelo amor da Colombina no meio da multidão.
Por Pedro Otávio Oliveira

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Por que o Carnaval e a Páscoa não têm data fixa?

MOON

O Carnaval antecede à Quaresma. Esta, por sua vez, é a preparação para a Páscoa cristã

Este artigo visa oferecer resposta exata à pergunta acima, dado ser ela causa de dificuldades a não poucos leitores.
  Para começo de conversa, devemos nos lembrar de que o Carnaval antecede à Quaresma. Esta, por sua vez, é a preparação para a Páscoa cristã. Pois bem, fazendo o caminho inverso, notamos o seguinte: a data da Páscoa não é calculada pelo calendário solar comum, mas, sim, pelo antigo calendário lunar, conforme prescrito no livro bíblico do Êxodo 12,1-14. Ora, segundo tal calendário, a data da Páscoa é móvel a cada ano, por conseguinte, também não podem ser fixas as datas da Quaresma e do Carnaval. Daí a questão: qual regra determina o Domingo de Páscoa?

Em resposta, dizemos que é preciso observar, antes de tudo, o equinócio da Primavera (momento no qual o sol corta a Linha do Equador tornando os dias iguais às noites). Isso se dá duas vezes no ano: 21 e 22 de março, no hemisfério norte, e 22 e 23 de setembro no hemisfério sul. A nós interessa, é óbvio, só a primeira data, uma vez que as regras para a data da Páscoa foram elaboradas no hemisfério norte. Pois bem, basta tomar uma folhinha comum e nela observar a última lua nova anterior ao equinócio da Primavera. Feito isso, é só contar o tempo entre duas luas novas consecutivas o que dará 29 dias, 12 horas, 40 minutos e dois segundos. O primeiro Domingo após o 14º dia da primeira lua nova posterior ao equinócio da Primavera será a data da Páscoa cristã.

Trazendo para este ano de 2020, temos: em 21 e 22 de março, o equinócio da Primavera. A última lua nova antes dessa data é 23 de fevereiro. As duas luas novas seguintes são 24 de março e 22 de abril. Então, marque o dia 24 de março e acrescente-lhe 14 dias, estaremos em 7 de abril. O domingo posterior será, obrigatoriamente, a Páscoa (12 de abril). Ou, de forma mais prática, o primeiro Domingo depois da lua cheia que se segue ao equinócio da Primavera é o Domingo de Páscoa: neste ano, essa lua cheia também cai no dia 7 de abril. Uma coisa, no entanto, é certa: todos os anos, a primeira lua nova antes do equinócio da Primavera ocorre, necessariamente, entre 8 de março e 5 de abril, a Páscoa cristã sempre tem de ser comemorada, então, entre 22 de março e 25 de abril (data mais tardia possível).

Elucidada a data da Páscoa, voltemo-nos à Quaresma e ao Carnaval que a antecedem. Eis o procedimento: uma vez encontrada a data da Páscoa, contem-se seis semanas anteriores ou 42 dias. Desse total de dias, retirem-se os 6 Domingos, dado que neles não se faz jejum ou penitência. Temos, assim, 42-6 = 36. 

Contudo, como a Quaresma, segundo o próprio nome sugere (cf. Mt 4,1-11; Mc 1,12-13; Lc 4,1-13), compõe-se de 40 dias acrescentam-se aos 36 dias mais 4 anteriores; ou seja, da quarta-feira, dita de Cinzas, ao sábado. Ora, o Carnaval ocorre, então, nos 4 dias anteriores à quarta-feira de Cinzas.

Sobre o Carnaval, devemos dizer que teve, segundo consta, origem nos festejos agrários do Egito e do Oriente Próximo, por volta de 4000 a.C., com suas marcas próprias: a diversão, mas uma diversão acompanhada da libertinagem sexual e da desordem social. Hoje, em pleno século XXI, as reflexões em torno dessa festa popular parecem centrar-se em dois principais pontos: 1) as graves ofensas a Deus por meio de pecados diversos que não devem ser jamais fomentados, mas, sim, combatidos dentro da lei e da ordem e 2) o gasto de dinheiro público – aliás, já cancelado por alguns prefeitos – que poderia ser canalizado para saúde, moradia, educação, segurança pública etc.
Queiramos refletir!

De:  https://pt.aleteia.org

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Poesia - Inverno no Sertão


A vida é necessariamente celeste. E por necessariamente celeste, necessariamente imortal  Daí o alvo contínuo na marcha que se nos faz para Deus. – O homem tem a seu alvo uma plenitude imortal.

Caldas, poeta do Assu

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

 A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, céu, nuvem e atividades ao ar livre
Eu admiro muito o trabalho do nosso genial Artista Plástico Gilvan Lopes. O mesmo vem fazendo um trabalho lindíssimo pelas ruas de nossa cidade e, vendo uma pintura interessantíssima na parede lateral de uma casa no bairro Dom Eliseu, nas proximidades da Igreja de São Tarcísio, onde o mesmo retratou uma inspiradora cena em que está sentado em um banco, os geniais poetas, João Lins Caldas e Renato Caldas, me veio uma inspiração, e, para render uma homenagem a todos os envolvidos nessa cena, criei os seguinte versos:


João Lins e Renato Caldas
Tirando um dedo de prosa
Numa pintura famosa
Numa esquina do Assu
O saudoso bispo Xandú
Junto com São João Batista
Abençoou os dois artistas
Nesse encontro magistral
Jesus por ser divinal
Pôs nas mãos do pintor
Gilvan Lopes o mentor
Dessa cena genial
 
(Chagas Matias)


EU...TU Eu sou doçura, Mas o mel és tu A imagem é minha, Mas a cor é dada por ti A flor sou eu, Mas tu és a fragrância Eu sou felicidade, Ma...