sexta-feira, 15 de outubro de 2010

AÇU ANIVERSARIA


Neste 16 de outubro, a minha querida cidade de Açu de minha infância e juventude, aniversaria. São 165 anos de Vila a Cidade de Açu de tantos poetas, jornalistas, escritores, rapazes e moças bonitas. Açu de tradição pioneira, de políticos influentes desde os tempos do Rio Grande do Norte, província. Afinal, de antigas glórias. Custo a crer que o progresso daquele então pacato município, por sinal um dos mais importantes do Brasil (a segunda cidade a ser criado no interior do estado) esteja chegando tão violento, mesclado de crimes. 

Desejo neste dia festivo, homenagear o nosso Açu nas palavras de um dos seus novos poetas e seu maior historiador chamado Ivan Pinheiro que num soneto clássico, a moda antiga (que abre as páginas do seu livro, imagem acima) escreveu numa feliz inspiração quando a terra açuense completava seus 150 anos de emancipação política, cuja festa tive o pivilégio de ter vivido, presenciado, que diz assim:

Assu, século e meio de formosura,
Pacata, meiga, qual uma debutante,
Imaginando ser este o instante
De abraçar e alentar sua cultura.

Teu rio d´águas correntes, cintilantes,
Deleita ao solo, gerando fruticultura,
Inaudita, até a incessante criatura
Que, na lida do ontem, foi coadjuvante.

Plaga privilegiada pela natureza.
Das Potigurâneas és o celeiro,
Petróleo jorrando... Quanta riqueza!

Avante debutante! Sejas mais garrida,
Mostre tua garra, teu suor, teu cheiro.
Adote o progresso... Oh, terra querida!

Postado por Fernando Caldas

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AÇU ANIVERSARIA

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

RELÍQUIA - SEGUNDA EDIÇÃO DE FULÔ DO MATO

Dê um clique na imagem.

Página 20 (amarelada pelo tempo) do volume "Fulô do Mato", segunda edição, que Renato Caldas, um dos maiores poetas matutos que o Brasil já teve. Renato, se compara ao poeta maranhense Catulo da Paixão Cearense. Foi ele, Renato, "que deu nome ao Rio Grande do Norte nas letras nacionais", publicando o livro já referenciado acima.

A segunda edição de Fulô do Mato, Renato publicou (publicação independente, ainda tipográfica) com a ajuda do deputado Aluízio Alves, Carlos Lacerda (que foi governador da Guanabara, hoje Rio de Janeiro), industrial e agropecuarista potiguar Arisfofenes Fernandes, Dinarte Mariz (que foi governandor do Rio Grande do Norte e senador da república por aquele estado potiguar) e Sérvulo Pereira. Aquela edição o bardo açuense dedica aos seus amigos Manoel Soares Filho (seu cunhado, açuense que foi superintendente da Caixa Econômica Federal, em Natal, no tempo em que Café Filho governava o Brasil), Carlos Homem de Siqueira, Júlio Alves de Araújo, Joaquim Ramalho Filho, Cláudio Rômulo de Siqueira, sem esquecer a inteligência dos seus amigos, o poeta ainda dedica aquela edição ao Gal. Everardo de Barros Vasconcelos, além de Jaime dos G. Wanderley, Otoniel Meneses (considerado o príncipe dos poetas natalenses, autor da famosa canção conhecida popularmente como "Praieira dos Meus Amores"), Josué Tabira da Silva, Caio Cid, Sílvio de Souza, Jorge Fernandes, João Soares Filho, Luiz Tavares, José Vilar Lemos, Paulo Teixeira, Assis Gois, Hélio Oliveira, francisco Joaquim sobrinho, João Cirineu de Vasconcelos, Carmelo Pignataro, Walter Leitão, Bartolomeu Fagundes, Francisco Ximenes, Mário Gurgel, Veríssimo de Melo, Waldemar Almeida, Celso Silveira, Lauro Leite e Cel. Abel Veríssimo de Azambuja. Aquele bardo popular  naquela edição lembra a memória dos seus amigos Deolindo Lima, Macrino Medeiros (seu companheiro inseparável nas suas andanças e de farras intermináveis pelo interior do nordeste), Germano Sena, Aurélio Flávio, João Celso Filho, Milton Fagundes, Mário Amorim, Damasceno Bezerra, Catulo Cearense, Silvino Lopes e Benilde Dantas.

Aquele livro tem palavras de Câmara Cascudo, Catulo Cearense, Sílvio de Sousa, Ruy Duarte, Josué Silva, Damasceno Bezerra e Morse Lyra, todos contemporâneos do poeta açuense que elevou o nome da sua terra natal, além fronteiras.

RELÍQUIA - SEGUNDA EDIÇÃO DE FULÔ DO MATO




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CNT/SENSUS APONTA PARA EMPATE TÉCNICO ENTRE DILMA E SERRA

Fábio Graner e André Jubé Viana, esatado.com.br

CNT/Sensus aponta empate técnico entre Dilma e Serra. A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, e o candidato do PSDB, José Serra, estão tecnicamente empatados na corrida para o Palácio do Planalto, de acordo com pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta manhã. Segundo o levantamento, Dilma tem 46,8% do total de intenções de voto, enquanto Serra tem 42,7%. Como a margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos, a CNT explicou que essa diferença entre os dois candidatos se configura em empate técnico.


Os votos brancos e nulos somam 4%, enquanto 6,6% dos entrevistados não souberam ou não responderam em quem votar. Considerando-se apenas os votos válidos, o que desconsidera os votos brancos, nulos e os eleitores indecisos, Dilma tem 52,3% e Serra aparece com 47,7% das intenções.

Antes da realização do primeiro turno das eleições, no início deste mês, Dilma aparecia com 53,9% das intenções totais de voto e Serra registrava 34,5%, em uma simulação para um até então eventual segundo turno.

Na indicação espontânea dos eleitores entrevistados, a candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, tem 44,5% das intenções de voto enquanto o candidato José Serra (PSDB) tem 40,4%. Na pesquisa espontânea, também se configura o empate técnico entre os dois candidatos já que a margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos porcentuais.

Nesse tipo de levantamento, 4% dos eleitores disseram que vão votar branco ou nulo e 10,6% disseram não saber ou não responderam em quem irão votar.

A pesquisa CNT/Sensus mostrou ainda que o índice de rejeição da candidata Dilma Rousseff ficou em 35,4%, ante 32,6% na simulação antes do primeiro turno, realizada entre os dias 26 e 28 de setembro. Serra, por sua vez, teve queda na rejeição, passando de 40,2% para 37,5%, no mesmo período.

O levantamento mostra que 43,3% dos entrevistados disseram que Dilma seria o único candidato em que votariam para presidente, enquanto 37% afirmaram que votariam apenas em Serra. A pesquisa também questionou sobre as expectativas de vitória dos eleitores, em que 59,6% disseram acreditar que Dilma irá vencer as eleições, enquanto 29% disseram acreditar que Serra sairá vencedor. Essa pergunta foi feita independente do voto declarado pelo entrevistado.

A pesquisa informa que 72,9% já têm o voto definido para o segundo turno das eleições. O levantamento revela também que 22,9% dos entrevistados ainda não têm o voto definido. Um total de 4,3% disseram não saber ou não responderam se já têm o voto definido e não pretendem mudar essa opção.

O levantamento ainda questionou a intenção de comparecimento às urnas no segundo turno e constatou que 92,7% disseram que certamente vão votar; 3,9% talvez irão vota; e 2,7% disseram que não vão votar.

A pesquisa CNT/Sensus ouviu 2 mil pessoas em 136 municípios nas cinco regiões do País e em todos os Estados brasileiros entre os dias 11 e 13 de outubro e foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número 35.560/2010.

LEMBRANDO CORÁLIA DA SAPATARIA

Esquerda para direita: Corália e Fernando Caldas  Fanfa. A fotografia é data de 1983.

Corália de Sabóia Costa (Corália da "Sapataria Délia Calçados", cuja denominação era uma alusão a sua querida filha chamada Carmém Délia). Casada com Delzi Cabral. Ela era uma figura extraordinária. Seu pai Sabóia de Sá Leitão foi Coronel da Guarda Nacional e intendente do Assu. De Corália guardo boas recordações e lembranças. Observadora permanente do cenário político local e dos acontecimentos da sociedade assuense. Entusiasta do poeta Renato Caldas com quem tinha o privilégio de gozar da sua amizade na intimidade, bem como colecionadora dos versinhos populares jocosos que Renato produzia sobre o cotidiano, os acontecimentos do velho Assu..  naquele local para um amistoso bate-papo, outra figura chamada Dedé Caldas (o maior folclorista que o Assu já teve), Enói Amorim, Muitas vezes Ronaldo Soares, Zé Maria, Carlinhos Bezerra (hoje vereador), Terceiro, Sande Martins, dentre outros.

Dela, Corália (que foi minha eleitora quand candidato a  vereador na memorável eleições de 1982), se tem ainda muito a se dizer e contar. O seu diagnóstico na política do Assu, as suas prévias eleitorais (pesquisas) não eram analisadas cientificamente como na atualidade pelos institutos de pesquisas, porém eram muitas vezes acertados pelo seu conhecimento, pela sua experiência e sabedoria que lhe era peculiare, em sucessivas eleições locais.  Conhecia com profundidade todos os políticos daquela terra assuense de influentes homens públicos. 

Fica o registro.

Fernando Caldas 

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

FESTA DA EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE SÃO JOSÉ DE MIPIBU

Prefeitura, CDL e Lions Clube se unem nas comemorações dos 165 anos

O município de São José do Mipibu, localizado a 34 quilômetros de Natal, está comemorando 165 anos de emancipação política neste sábado, 16. Ao longo da semana vários eventos serão realizados em comemoração a data, organizados pela prefeitura, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e Lions Clube da cidade.

Nesta quarta-feira, 13, às 08h, houve um mutirão de saúde com alunos das Escolas Estaduais do centro da cidade, organizado pelo Lions Clube. Na quinta-feira, 14, às 20h, será lançado o Cartão de Crédito Mipibuense, pelo CDL, assinatura da sanção da Lei, pela prefeita Norma Ferreira, que isenta os empreendedores individuais da taxa de Alvará de Funcionamento, lançamento do Programa Banco de Talentos e entrega da Comenda “Amigos do CDL”.

Na sexta-feira, 15, organizado pela Prefeitura de São José de Mipibu, haverá ás

19h a inauguração da Academia Pública e de Praça Pública na comunidade de Laranjeiras dos Cosmes. No sábado, 16, às 05h, alvorada, às 08h hasteamento da bandeira do município e distribuição do pavilhão com instituições locais, na sede da prefeitura. Às 10h, apresentação do Trio Marcos Lopes, no Mercado Público, às 16h apresentações esportivas e culturais na Praça Desembargador Celso Sales, às 19h Missa em ação de graças na Igreja Matriz, às 22h show com Geraldinho Lins e artistas locais, na Praça Antigo Fórum.

No domingo, 17, às 08h, haverá a final do III Campeonato Municipal de Futebol Sub-15, no Estádio Ferreirão, e, para encerrar a programação, às 15h, a final do V Campeonato Municipal de Futebol, também no Estádio Ferreirão.

Histórias e tradições

Emancipada como cidade em 1845, o município tem como principais atividades econômicas a produção de coco, cana de açúcar e gêneros de primeira necessidade, sendo um dos maiores produtores de farinha de mandioca do Estado.

Entre suas tradições, São José de Mipibu tem um rico cenário dominado por resquícios dos antigos engenhos coloniais. Hoje, o Forró da Olho D´água, festa que acontece uma vez por mês, na Fazenda de mesmo nome, atrai visitantes de todas as partes do estado. A festa junina, organizada pela prefeitura no mês de junho é a terceira maior do Rio Grande do Norte. O Forró da Lua, organizado por Marcos Lopes, é uma dos mais famosos e autênticos shows de forró do Nordeste, organizado uma vez por mês. Marcos Lopes administra também o Museu do Vaqueiro, reunindo peças de largo valor cultural das tradições nordestinas.

São José de Mipibu se destaca também no cenário religioso. De lá saiu o maior número de padres que uma paróquia já vocacionou para a Arquidiocese Potiguar. São naturais de lá, os bispos Dom Heitor de Araújo Salles, Dom Manoel Tavares de Araújo, Dom Canindé Palhano, além de dezenas de padres, seminaristas e freiras.

No cenário urbano, os antigos casarões são a marca registrada no centro da cidade. O imponente prédio da Escola Barão de Mipibu, datado de 1880, é tombado pelo Patrimônio Histórico. A Igreja Matriz de Santana e São Joaquim, de 1888, é um dos mais bonitos templos religiosos potiguares, com imagens e lavabo tombados pelo Patrimônio Histórico Nacional.

No esporte, a cidade revelou nomes que marcaram época em equipes profissionais de futebol, como ABC, América e Alecrim. São da cidade Joãozinho, um dos maiores artilheiros de toda a história do futebol potiguar, Quinho, Kel, Rogerinho, Chapinha e Paulinho.

Artesanato, grupos folclóricos, artistas plásticos – entre eles, José Estelo da Silva, de estilo primitivista, já com participação em dezenas de exposições dentro e fora do Estado – completam o que a cidade tem de importante nas suas raízes culturais. Os historiadores que resgatam a história do município são Pedro Freire - im memória – e a professora Lúcia Amaral.

A cerâmica de Marta Job, - im memória, hoje administrada por seus filhos, exporta peças artesanais para vários lugares do Brasil e do mundo.

Com reportagem de João Maria Freire

AGÊNCIA ECO DE NOTÍCIAS

Leonardo Sodré
Editor Geral
9986-2453
João Maria Medeiros
Diretor de Redação
9144-6632
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domingo, 10 de outubro de 2010

CHURASCARIA SAL E BRAZA

A ILUSÃO DOS PERÍMETROS IRRIGADOS

Vendidos por sucessivos governos como a saída para resolver os problemas da seca no Nordeste desde a década de 70, os perímetros irrigados, áreas loteadas entre agricultores com estrutura de irrigação pública, figuram atualmente como um grande fracasso. Era ilusão? A incompetência da gestão pública levou os grandes projetos ao abismo? Independente dos motivos, a estruturação de cinco perímetros irrigados em território potiguar não conseguiu, salvo exceções, libertar o homem do campo da dependência dos caprichos do clima nordestino.

Resultados pífios em quarenta anos

Júnior Santos
Vendidos por sucessivos governos como a saída para resolver os problemas da seca no Nordeste desde a década de 70, os perímetros irrigados, áreas loteadas entre agricultores com estrutura de irrigação pública, figuram atualmente como um grande fracasso.

Mas voltemos um pouco no tempo. Estamos em plena década de 80 e o governador de plantão discursa para uma ingênua platéia. Diz: “Os perímetros irrigados são um marco no desenvolvimento do Rio Grande do Norte. Iremos fazer uma revolução na agricultura”. Antes de encerrar o discurso, a promessa: “Até o fim da década teremos 35 mil hectares de terras irrigadas no Estado”. Retornando ao ano de 2010 temos pouco mais de seis mil hectares de perímetros públicos irrigados – juntando com áreas privadas mal se chega a 20 mil hectares. Além disso, não houve revolução nenhuma, excetuando-se algumas áreas entre o Vale do Açu e Mossoró, capitaneadas por prósperas empresas. Nada de estruturas públicas.

Eis o tamanho do impasse. Não bastou fornecer água, sementes e equipamento para alguns milhares de colonos. Com o tempo, a estrutura disponível para que agricultores produzissem o ano inteiro, sem depender do regime irregular de chuvas, foi descaracterizada. O sonho dizia do cultivo ininterrupto de frutas tropicais para negociar com regiões distantes, em substituição ao decadente mercado de algodão, dizimado pelo bicudo. A realidade mostrou agricultores endividados, sem apoio, vendendo suas terras ou dependendo de aposentadoria. Esse é o atual panorama.

A instalação dos perímetros irrigados começou no fim da década de 70, por iniciativa do governo militar. A teoria, preservada até hoje, era tornar disponível água através da construção de açudes públicos e de um sistema de canais e irrigação. A água seria levada dos açudes até os lotes de agricultores pelos canais principais. Esses últimos passariam pelas terras, onde canais secundários seriam responsáveis por abastecer o lote. As terras foram distribuídas para agricultores e suas famílias – poucas empresas foram atendidas – e uma associação de colonos seria responsável por gerir as áreas comuns e realizar a manutenção da estrutura.

Num primeiro momento foram criados cinco perímetros no Rio Grande do Norte: um em Pau dos Ferros, dois em Caicó e um em Cruzeta. Já no fim da década de 80, foi criado o perímetro irrigado do Baixo-Açu, compreendendo os municípios de Alto do Rodrigues, Afonso Bezerra e Ipanguaçu. Dos cinco, todos criados pelo Departamento Nacional de Obras contra as Secas, apenas o do Baixo-Açu e o de Cruzeta ainda guardam semelhanças com o projeto inicial. Esses produzem frutas, hortaliças, comercializam os produtos com estados do Nordeste e tentam expandir a seus negócios.

O restante foi engolido pelo tempo. Os altos custos com energia, para bancar o funcionamento das bombas que puxam água dos açudes até as comunidades, endividaram agricultores e prejudicaram a continuidade da produção. A assistência técnica, tão prometida pelo governo quando do início dos projetos, foi interrompida, abandonando os colonos à própria sorte. O resultado é o declínio das culturas tradicionalmente utilizadas nos projetos, como banana e feijão, e a volta da improdutividade das terras.

A despeito da franca decadência de alguns perímetros, até porque a situação potiguar se repete nos outros estados do Nordeste que também receberam os projetos, o Governo Federal tenta, desde 2003, retomar a irrigação como motor de desenvolvimento nos estados nordestinos, após atravessar toda a década de 90 praticamente estagnado. No próprio Rio Grande do Norte, o DNOCS irá licitar dois novos perímetros: em Umarizal e Apodi. Estados como Ceará e Piauí receberam cinco perímetros, com um investimento de R$ 482 milhões. Em terras potiguares, os novos perímetros já suscitam discussões, para que antigos erros e modelos ultrapassados não sejam reproduzidos em pleno século XXI.

Terras improditivas em quantidade

O cenário da comunidade agrícola, encravada no coração do Seridó, pouco lembra o passado de sucesso no cultivo de frutas tropicais, a não ser pelas máquinas enferrujadas e as ruínas de uma fábrica de doces, abandonada na parte mais alta do lote. Os moradores, acostumados desde a infância a lidar com o cultivo da terra, agora esperam pacientemente o passar do tempo, aconchegados nas varandas das casas antigas. Esta ainda é uma comunidade de agricultores. Mas de agricultores aposentados.

Na comunidade do Sabugi, perímetro irrigado desde 1977, praticamente não há produção. Desde o início da década de 90, quando o açude público sabugi secou, o cultivo a partir da irrigação foi desmantelado. Novamente, a comunidade só podia plantar quando chovesse. Por essa época, os 63 colonos produziam feijão, algodão, banana, goiaba, entre outros itens. Além de vender as frutas no mercado nordestino, os agricultores foram beneficiados com uma fábrica de doces, totalmente equipada. Triste coincidência: as obras da fábrica terminaram logo quando o açude secou e, até hoje, mais de 20 anos depois, a estrutura nunca foi usada.

Some-se a isso as dificuldades em pagar a conta de energia e a falta de assistência técnica. Dessa maneira é fácil explicar a profusão de terras praticamente improdutivas, com exceção de alguns hectares onde poucos colonos plantam cana-de-açúcar, e a estrutura danificada, inútil, de boa parte dos canais de irrigação. A situação se repete, com pequenas diferenças, em outros dois perímetros do Estado. A descaracterização dos projetos de perímetros irrigados segue um padrão: agricultores endividados, terras subutilizadas, desperdício de dinheiro público.

No Perímetro do Itans, também em Caicó, dois antigos colonos tiveram de recorrer a uma alternativa para viabilizar financeiramente o uso da terra. Sem conseguir plantar, a criação de peixes em cativeiro mostrou-se mais lucrativa. Agora, as terras onde antes robustas bananeiras abasteciam as feiras livres do Rio Grande do Norte e estados vizinhos estão tanques recheados de tilápias e tambaquis. Era isso ou se desfazer da terra, como tantos fizeram. O perímetro do Itans viu seus donos originais venderem os terrenos, adquiridos por criadores de gado à procura de pasto fácil para engordar seus negócios. Essa parte do processo ajudou a sepultar a incipiente fruticultura em terras caicoenses. E assim a comunidade se desmobilizou. Agripino Ribeiro, presidente da Associação dos Colonos Irrigantes e Agropecuarista do Perímetro Irrigado Itans – ACIAP.

Enquanto no Sabugi e no Itans a produção, da forma como foi pensada originalmente, praticamente foi extinta, em Pau dos Ferros os agricultores, a partir da compra de novos equipamentos por parte do DNOCS, voltaram a trabalhar na terra. O equipamento antigo era um empecilho, agora resolvido. Mas isso não é suficente. Os agricultores continuam produzindo da mesma forma de antes, apenas para subsistência. Planta-se feijão verde e forragem para o gado. Quando o preço do feijão verde está atrativo, é possível vender para cidades vizinhas. Quando não, a saída dos agricultores é sobreviver do comércio de leite, abastecido com o sorgo plantado nos lotes do perímetro.

No mais, programas sociais, como o Bolsa Família são largamente utilizados pelos moradores desses perímetros. Há um agravante: as pessoas beneficiadas com vultosos investimentos do Governo Federal para conseguir uma alternativa no próprio sustento acabam voltando a precisar do apoio do próprio Governo, ou seja, mantém-se a dependência. O sofrimento secular continua, ao mesmo tempo em que o dinheiro público escorre pelo ralo e relações políticas de assistencialismo se perpetuam.

Bate Papo

Emanoel Nunes - professor da UERN

A ideia original, com os perímetros irrigados, era modernizar a agricultura e dar a oportunidade para pequenos produtores? Por que não deu certo?


Primeiro, a ideia de “modernização da agricultura” veio de uma época, os anos 1960 a 1970/1980, onde havia uma crença muito forte de que as formas tradicionais rurais de exploração (entre elas os pequenos agricultores e os latifundiários de características ainda feudais) não se faziam adequadas para a promoção do capitalismo que geraria o desenvolvimento econômico e enquadraria o país como economia avançada. Para os planejadores e técnicos do Estado, aqui especialmente os do DNOCS, para atuar em um ambiente de irrigação os produtores teriam que apresentar como requisitos um aporte elevado de capital financeiro e um conhecimento técnico compatível com o que eles (os técnicos) julgavam ser o melhor para este ambiente. E mesmo os movimentos sociais defensores dos pequenos tendo conquistado uma parcela dos lotes, estes pequenos produtores foram abandonados à própria sorte sem o direcionamento de políticas públicas de apoio à produção, organização e comercialização.

No Vale do Açu vemos a presença de empresas dentro do perímetro. Além disso, nas terras de “colonos” percebemos que os donos mal freqüentam a terra, deixando o trabalho para trabalhadores rurais assalariados. Isso não distorce a ideia de perímetro irrigado público?

Grande parte dos “colonos”, os pequenos produtores, desistiu do Perímetro do Baixo-Açu ainda em 1994 logo após ter sido inaugurado. Este perímetro ficou sem operação produtiva até 1998 e quase foi extinto. Na tentativa de sua reativação em 1998 os lotes abandonados foram sendo ocupados por produtores de outros estados, especialmente da Paraíba e Pernambuco. E a forma de exploração desses produtores “de fora” passou a caracterizar o perímetro não como um ambiente de agricultura familiar diversificada, mas de um ambiente de exploração empresarial, mesmo explorando áreas de 8,16 hectares. E o que deveria ser um ambiente dinâmico, adequado para o desenvolvimento de uma agricultura moderna passou a se definir como um ambiente de exploração homogênea (apenas banana) e dependente ao extremo de recursos do Estado. Apenas o Ministério da Integração Nacional injetou a partir de 2005 mais de R$10 milhões para que, novamente, o perímetro não fechasse. Além disso, quase todos os proprietários não moram nos lotes, tornando o perímetro um deserto humano e um sistema de produção em que impera relações de trabalho atrasadas, inclusive com a identificação de trabalho escravo pelo Ministério do Trabalho no início desta década.

Eleger a irrigação, através da criação e expansão dos perímetros, como cura para o mal da seca e do atraso no campo era um raciocínio equivocado? Ou simplesmente foi a política de expansão que não foi levada adiante com êxito?

As duas coisas. Tanto a forma de eleger a irrigação como “redenção” para o semiárido brasileiro partiu de um raciocínio equivocado, como a política de expansão não teve êxito. Com relação à primeira, o raciocínio passava a desprezar totalmente a capacidade do agricultor no nível local, bem como da agricultura tradicional. E para se ter uma ideia, a inspiração no modelo americano da Califórnia se tornou uma falsa crença.

Fonte: Tribuna do Norte, 10.10.2010

sábado, 9 de outubro de 2010

PRA QUEM GOSTA DE CORDEL - O ABC DA SAUDADE


A

Ah! Quanto tempo já faz
Que tu partiste, que dor,
Onde estiveres agora
Eu te peço por favor,
Lembre-se que estou sofrenndo
Sofrendo de tanto amor.

B

Bom seria que eu pudesse
Num ligeiro pensamento
Montado em um trovão
Nas asas soltas do vento
Ir te acarinhar meu bem
E sentir teu doce alento.

C

Como um pássaro voando
Com um raminho no meu bico
Eu queria ir te ver
Veloz como um tico-tico.
Como posso voar
Aqui chorando eu fico.

D

Deus castigou toda a vida
Com a morte, que maldade!
E com vários sentimentos
Como forma de bondade
Entre muitos uma dor
Que chamamos de saudade.

E

Estou louco pra te ver
Pra de novo te abraçar
Pra matar essa saudade
Que pertuba sem parar
Que me mostra todo instante
Teu adeus, o teu olhar.

F

Faltou em mim a coragem
De te dizer: - Fica amor!
Eu deixei você partir
Ficando com essa dor
Que nocauteia meu ego
Que atrapalha meu labor.

G

Golpeia constantemente
O meu pobre coração
Esse sentimento nobre
Que me arria até o chão
Do desespero profundo,
Da saudade e da paixão.

H

Há tempo não canto mais
Foi se embora entoar
Uma simples melodia.
Como poderei cantar
Em profunda nostalgia?

I

Indignado com a sorte
Nessa eterna eternidade
Fico sentindo teu cheiro
Pelas ruas da cidade
Diminuindo a alegria
E almentando essa saldade.

J

Juro pela minha vida
Nunca hei de te esquecer
E se não nos vemos mais
Será grande o meu sofrer
Pois ficarei te esperando
Num eterno padecer.

L

Lembrando de ti, querida
Eu escrevo meus poemas
Num segundo de paixão
Eu esqueço meus problemas
Saudade, amor e paixão
Só me vem esses três temas.

M

Mas o tempo infelizmente
Passa numa lentidão
E enquanto tu não voltares
Ficarei de prontidão
Contando dias e horas
Nesta minha solidão.

N

Nesta saudade tremenda
Só posso me segurar
Na esperança que um dia
Novamente irei olhar
Nos teus olhos e dizer:
- Valeu a pena te esperar!

O

Oh Meu Deus, que solidão!
Distante de ti amada
Fico eu aqui pensando
Até a alta madrugada
Numa saudade tão grande
Com minh' alma amargurada.

P

Pensando em ti todo instante
Não consigo trabalhar
Com um gosto amargo na alma
Na ânsia de te abraçar
Peço-te messe poema
Volta, volta, vem me amar!

Q

Quando eu vejo um passarinho
Beijando uma bela flor
Eu naufrago em minhas lágrimas
Sem conter a minha dor
Lembrando daquelas tarde
Inesquecíveis de amor.

R

Relembro a cada minuto
Teus beijos gosto-de-mel
Nesta noite que não finda
"Que destino tão cruel"
Estou bebendo saudade
Com gosto amargo de fel.

S

Sentado nesta calçada
Perdido dentro de mim
Queria que tu visses
Nesta angustia que é sem fim
Ébrio de paixão por ti
"Ó rosa do meu jardim".

T

Triste de saudade estou
Tão perto da solidão
Debruçado na esperança
Que anima meu coração
De um dia poder pedir
Ao teu pai a tua mão.

U

Urtigando minha vida
Fere-me constantemente
Esta saudade intrigante
E não sai da minha mente
O teu olhar de princesa
Tão meigo, tão atraente.

V

Ver se me esquece, amor,
Neste teu novo caminho
Escreva-me pelo menos
Nem que seja um bilhetinho
Pois no mundo das paixões
Sem você estou sozinho.

X

Xingando essa minha sina
De pássaro hiberbólico
Sem canto, sem liberdade,
Neste recanto bucólico
Eu escrevo esse poema
Sadosista e melancólico.

Z

Zune bem no meu ouvido
O vento da ansiedade
Que me traz grande esperança
E eu brado com vontade:
Volta, volta meu amor:
Vem matar minha saudade!
  

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

ARTICULADORA DIZ QUE DIVULGAÇÃO DE AÇÕES CONTRIBUI NA ALÇADA DO SELO UNICEFE

A propagação dos trabalhos realizados pela administração, em todos os setores, será de extrema valia no processo de habilitação do município na instância do projeto Selo Unicef Município Aprovado. A afirmação foi feita pela diretora de Articulação do comitê pró-Selo Unicef, Marícia Morais Gurjão. Ela ressaltou que, para que este resultado possa ser alcançado, se faz imprescindível a colaboração de todos os atores públicos da gestão municipal. Com este fim, ela remeteu expediente a todos os órgãos da administração.



A intenção foi convocá-los a ter uma participação mais efetiva no anúncio de ações que possam era úteis ao referido processo de reconhecimento. Observou que, para a conquista almejada, é necessário serem desenvolvidas e registradas políticas públicas e ações de impacto social em benefício de crianças e adolescentes. Registrou que o poder público, juntamente com os demais segmentos sociais – sociedade civil, escolas, famílias, grupos religiosos, culturais, etc. – deverão estar envolvidos e articulados neste propósito.



Marícia Gurjão frisou que a proposta é buscar o maior número possível de informações sobre as ações realizadas, em realização ou a serem executadas, nas diversas esferas do poder público local. Para chegar a este objetivo, Marícia Gurjão disse que está sendo requisitada de todos os setores da administração uma espécie de síntese das ações planejadas, em execução ou a executar. O envio de tais informações deverá ocorrer preferencialmente toda semana ou, no máximo, quinzenalmente.



A diretora de Articulação do Selo Unicef no município frisou que essas informações que serão solicitadas a cada órgão da gestão têm um valor de extrema relevância para a divulgação do Projeto por intermédio do blog www.serlounicefassu.blgospot.com e, ainda, para o alcance os indicadores propostos pelo próprio Unicef. Marícia Gurjão informou que os informes deverão ser encaminhados através do e-mail selounicef@assu.rn.gov.br com cópia para mariciamorais@hotmail.com.



Articuladora enfatizou importância do engajamento de todos

Marícia Gurjão enfatizou que o encaminhamento das informações deve verificar-se quando da execução das ações e, se for possível, devem dispor de material fotográfico em anexo. “É indispensável que haja o engajamento de todos os atores municipais – principalmente dos secretários –, inclusive com ações integradas e desenvolvidas conjuntamente pelos diversos setores da administração. o sucesso do município depende da colaboração de todos”, concluiu a diretora de Articulação do Selo Unicef.



Lúcio Flávio Medeiros da Fonseca

Secretaria de Comunicação Social

Prefeitura Municipal do Assú

Telefone (84) 9106-1440

comunicacao@prefeituradoassu.com.br



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ASSUFOLIA

PORNAGRAFIA MUSICAL QUE FAZ SUCESSO


Aclamado pelo público e atendendo a pedidos, Cabrito faz única apresentação amanhã, no Taverna Pub

Sérgio Vilar // sergiovilar.rn@dabr.com.br

Escrachado, imoral, divertido, pornofônico, impublicável e proibido para menores de 18 anos. Suas composições embalam festas privês e em locais dantes muito navegados e têm se espalhado mais do que o DVD de Tropa de Elite pelas esquinas de Natal. O cara tem fã-clube, orkut e comunidades na internet, além de ser convidado especial do bloco de carnaval Caicoense Eu quero é gozar. Mas quem é esse super sucesso?

Por trás do personagem está Tertuliano Aires, premiado letrista potiguar Foto: Sergio Vilar/DN/D.A Press

Ele é Tertuliano Aires, mais conhecido por Cabrito - letrista notório na cidade, premiado em festivais de música e que também se serve da malícia libidinosa do personagem criado há poucos anos cujas canções também causam admiração pela qualidade harmônica e melódica, e claro, assombro pela excessiva obscenidade das letras. É pornografia em ritmo de samba, xote, forró, coco, frevo, tango e samba-reggae.

O músico faz uso da "literatura sacana" para atrair a atenção do público. A música é bastante elaborada com variação de ritmos capaz de agradar a todos os níveis sociais. Cabrito já vendeu mais de 15 mil cópias. Com o inesperado aumento de fãs, começaram as cobranças pelos seus shows até então limitados às festas, é... muito particulares.

Atendendo a pedidos, o cantor faz apresentação única neste sábado, no Castelo Pub, a partir das 22h. Cabrito irá apresentar as músicas do CD Os nominhos que ela tem. A festa ainda conta com a participação do cantor Kalberg Azevedo. A entrada custa R$10.

Serviço

O encontro que vai do riso à libertinagem
Atrações: Cabrito e Kalberg
Data e hora: amanhã, às 22h
Local: Castelo Pub - Rota do Sol (em frente ao estádio do ABC)
Entrada: R$ 10

(Fonte: Diário de Natal)

CULTURA NORDESTINA

 "Céu enfeitado. Fotografia premiada no 2 º Concurso Um Olhar sobre a Cultura Popular Nordestina."

(Do blog: Assu é Assim, de Jean Lopes)

OBRA MALANDRA // A ÓPERA DO MALANDRO ILUSTRADA NAS TELAS DE UMA POTIGUAR

Uma releitura plástica da imortal Ópera do Malandro já pode ser vista na Pinacoteca do Estado. Se a obra musical de Chico Buarque já ganhou versão teatral e cinematográfica, a jovem artista plástica Hanna Lauria expõe hoje a exposição intitulada Obra Malandra, com 30 trabalhos em aquarela de nanquim inspirados nas tecituras malandras do brasileiro na ditadura Vargas. Ambientada em bordel e escrita em fins da década de 70, a Ópera do Malandro continua atual, e agora, plasticamente contemporânea pelas mãos de Hanna Lauria.
A mostra segue até 24 de outubro na Pinacoteca. A curadoria é de Ana Rique e Vicente Vitoriano, com apoio do Grupo Universitário de Aquarela e Pastel (Guap). Com 24 anos e portadora de uma raríssima síndrome que dificulta os movimentos, Hanna começou a desenhar aos 4 anos de idade. Aos 16 fez sua primeira exposição mostrando suas bonecas ingênuas e de expressões simples, cuja principal característica, mantida até hoje é o fato de não possuírem pescoço "para não segurar o pensamento".

Para esta exposição, a artista realiza desde fevereiro um extenso trabalho de pesquisa para reproduzir com perfeição os detalhes de época e dos cenários do bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, na década de 1940 - fase final do Estado Novo. Nas telas estão retratados os bordeis, os agiotas, os contrabandistas, os policiais corruptos, os empresários inescrupulosos. "As roupas, acessórios, costumes, tudo foi pensado e pesquisado", frisa Hanna.

A curadora Ana Rique destaca que a exposição Obra Malandra conseguiu trazer, com perfeição, todos os bonecos da jovem para o universo criado por Chico Buarque. "É um trabalho diferenciado e único, rico em detalhes. Ela conseguiu fazer a sua arte sem perder um traço sequer. Pelo contrário, cada vez mais rico. Vale à pena conferir", observa.

Serviço

Exposição Obra Malanda

Autora: Hanna Lauria

Local: Pinacoteca (antigo Palácio do Governo), Cidade Alta

Exposição: Aberta ao público até 24 de outubro

FONTE: Diário de Natal, caderno Muito.

FESTA DO BOI COMEÇA AMANHÃ EM PARNAMIRIM

Terá início amanhã a 48ª edição da Festa do Boi, maior evento da pecuária norte-riograndense, no Parque de Exposições Aristófanes Fernandes. A expectativa dos organizadores é de que o volume de negócios gerados este ano cresça 20% em relação ao evento de 2009, chegando a R$ 70 milhões em movimentações financeiras, incluindo leilões, negócios na coreia e financiamentos através dos bancos do Brasil e do Nordeste.


A Associação Norte-riograndense de Criadores (Anorc) estima que 400 mil pessoas passarão pelo parque durante os oito dias de evento, que será realizado até o próximo dia 16 de outubro, com extensa programação de exposições, leilões e shows musicais. Serão 5 mil animais expostos no parque, entre bovinos, caprinos, ovinos e equinos.

De acordo com o presidente da Anorc, Marcos Teixeira, foram investidos cerca de R$ 100 mil na organização da Festa do Boi 2010, fora o valor mensal empregado na manutenção do parque de exposições. Ele afirma que estão sendo realizados os ajustes finais dos preparativos para o evento, com o intuito de deixar o Aristófanes Fernandes pronto para receber o público. “Estamos apenas aguardando a hora de oferecer ao povo do Rio Grande do Norte esse tradicional e belíssimo evento”, ressalta Teixeira.

Nos últimos dois anos, foram aplicados R$ 3 milhões em obras de reforma e ampliação do Parque. Entre as melhorias está a ampliação no número de argolas, que passou de aproximadamente 650 para 790.

No próximo ano, Marcos Teixeira, afirma que os expositores deverão contar com uma maior e mais confortável pista de desfiles. “Essa ampliação é um projeto que temos já há alguns anos e é muito solicitado pelos criadores”, completa.

Uma das principais inovações do evento em 2010 é a utilização de farelo de arroz para a cama dos animais, proporcionando mais conforto do que o bagaço de cana que era usado em anos anteriores. Outra vantagem do farelo de arroz é a produção de menos poeira, que incomodava bastante aos moradores do entorno do parque de exposições.

O assessor de imprensa da Anorc, Marcelo Abdon, afirma que o produto veio do Maranhão, em 10 carretas. “Há certa dificuldade em conseguir esse produto, porque o Rio Grande do Norte não tem grande produção de arroz. Mas ele é bem mais confortável para o gado, do que o bagaço de cana”, explica.

Fonte: Tribuna do Norte

BISPO MAGNUS NO PALÁCIO FELIPE CAMARÃO

Fotografias de João Maria Teixeira.

O Bispo Dom Frei Magnus da Diocese de Salgueiro - PE (ele é natural de Açu-RN), visitou ontem a prefeita do Natal Micarla de Souza acampanhado de familiares. Naquela oportunidade agradeceu a prefeita a doação do terreno onde está assentado o Convento Santo Antônio, na arua Santo Antônio, 683, Centro desta capital.

Fotografia de João Maria Teixeira - Esquerda para direita: Desembargador Armando Ferreira e sua esposa Salete Ferreira (tios daquele religioso), Frei Magnus, prefeita Micarla de Souza, (?), (?).

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

CLÍNICA ELDA BRANDÃO


Sobre a Clínica de Estética Elda Brandão

A Clínica de Estética Elda Brandão tornou-se um completo e moderno centro estético com aparelhos de última geração e equipe formada por profissionais capacitados na área de saúde. A melhor opção de estética para o público exigente de Natal. Venha conferir!

CARLOS GOMES - UM PEQUENO GRANDE HOMEM

Imagem do blog.

Por Pedro Simões, professsor de direito (Aposentado) Escritor e Advogado.

“Quem acende uma luz é o primeiro a se beneficiar da claridade”. (G.K. Chesterton)

Ele me diz, com voz muito grave e pousada nas palavras (como o pássaro no fio do telégrafo), que está cansado e desanimado e que agora quer descansar. Escrever suas memórias, talvez, realizar, quem sabe, um velho projeto de gravar um disco com as músicas prediletas, coisas da juventude, recolhidas nos programas da Rádio Poti...

Mas a voz sugestivamente musical que se vale da pauta no imaginário fio, é sem propósito, cavilosa, um lamento, um instante de distração do viés alinhavado da idade. Porque, percebe-se o brilho nos olhos, a firmeza da voz, a severidade com que trata a si mesmo. Até quando pede arrego, esgrima com uma retórica que nada mais é que o repositório das muitas decepções e indignações recolhidas no seu longo caminho de aprendizagem existencial.

Ele está com os braços apoiados no birô do seu escritório e olha, distraidamente, como um cacoete ou uma fuga para divagação, o retrato do seu velho pai. Percebo que desvia o olhar, certamente, permito-me a ilação, para não encarar a expressão de censura, somente captada por sua imaginação, desse notável jurista e homem público que nunca transigiu em questões de princípio, nem fugiu da liça dos bons combates.

Como se dissesse: “Que é isso, meu filho?” Ou não dissesse absolutamente nada e o olhar de censura pesasse mais que as palavras. Sei do que estou dizendo, porque era a maneira como o meu próprio pai me punia – com um olhar de doce censura, tristonho, frustrado, magoado.

No retrato, o desembargador José Gomes confronta a máquina fotográfica com serenidade, com um destemor natural, sem afetações. Talvez quisesse registrar a própria personalidade de homem simples que se conduzia segundo a sua própria essência, não quisesse aparentar algo diferente, distante daquele moço de Taipu, criado para ser um “homem de bem” segundo a cartilha dos antigamentes , especialmente do velho João Gomes.

Seu filho, Carlos Roberto de Miranda Gomes, Carlos Gomes, (Carlinhos para meia dúzia de amigos mais chegados) segue-lhe as pisadas na areia movediça da contemporaneidade, em que os valores se subvertem e a filosofia moderna se alicerça no propósito de “ter” ao invés do “ser”. Mesmo assim, ou talvez por isso, acompanha os passos do pai, evitando justapor às dele, as marcas do seu caminhar, porque embora seguindo as pisadas, marcadas indelévelmente no solo imemorial da mesma cidade onde viveram, com o mesmo norte magnético esmo balizado por Themis, a deusa da justiça, o filho forjou o própria molde, usando a mesma têmpera do pai.

Carlos Gomes é um pequeno grande homem – vou brindá-lo com o mesmo epíteto com que designei o meu pai, porque ele não comporta outra qualificação. De altura modesta, é um transcendente no seu íntimo, fato que compensa a baixa estatura, ou talvez a estatura seja um artifício, um engodo, ou um ato de humildade para não fazê-lo vaidoso por ser quem é.

Não temos uma biografia conjunta de longas jornadas. De fato, demos um com o outro na velha faculdade da Ribeira, quando cursávamos direito. Quando ele ingressou, eu estava no segundo ano. Alguém o apontou e me disse tratar-se do filho do desembargador José Gomes, um dos nossos professores de Direito Civil. E que o novo colega era um rapaz muito estudioso e esforçado. O “esforçado” ficava por conta do encargo adicional de uma ocupação formal no mercado de trabalho e de uma vida planejada para compromissos mais duradouros e efetivos.

Sinceramente, deu-me a impressão de um tipo que chamávamos de “Caxias”, equivalente, hoje, guardadas as proporções de tempo, espaço e recursos tecnológicos, a CDF ou NERD. Talvez tenha sido uma avaliação apressada e algo antipática da minha parte, que, áquela época me ocupava com coisas tão diferentes entre si e tão fascinantes quanto a filosofia existencialista, a literatura, a prática de esportes e as atividades sociais. Como me levei muito a sério na infância e na adolescência, descobrindo quem era e o que pretendia ser, realizava então a minha temporada adolescente, na contramão do meu amigo, um engajado nos batalhões da responsabilidade precoce. Alguém enredado nas malhas do exercício da maturidade enquanto os iguais viviam sonhos infanto-juvenis

Cruzávamos um pelo outro e nos cumprimentávamos formalmente. Éramos diferentes, saídos de mundos diferentes emoldurados, entretanto, pelos mesmos valores morais e intelectuais. Derivávamos. Ele, de criação rígida, disciplinada, cartesiana e positivista. Eu, oscilando entre o autoritarismo compensatório de minha mãe e o liberalismo arroubado do meu pai. Sobretudo no tocante à liberdade de pensamento, no descompromisso com doutrinas e dogmas, não apenas permitido, mas sugerido pelo meu pai, que se admitia materialista e ateu.

Mas, confesso, fascinava-me a postura de uma rigidez sem sossego do meu futuro grande amigo Carlinhos. A sua austeridade, o modo como pontificava entre os seus colegas de turma, sempre senhor de uma opinião ponderada, honesta e clarividente. Ele era estimado e respeitado, embora não cultivasse qualquer estratégia para conquistar uma ou outra posição. Nele essas qualificações eram tão espontâneas como o ato de respirar.

Destacava-se, na sua aparência, uns olhos vivos que pareciam captar tudo numa perspectiva de grande angular; o aprumo formal das suas roupas e uns bigodes negros e bem aparados. Pisava firme e decidido. Notei que tinha o hábito de falar, perscrutando ao seu redor, embora concentrado no interlocutor, como quisesse estar certo das suas possibilidades de defesa contra o imponderável, ou buscasse no vácuo uma linha de raciocínio adequada à argumentação.

Soube que trabalhava no Tribunal Regional Eleitoral, era exímio datilógrafo e dono de uma memória prodigiosa, capaz, por exemplo, de referir qualquer lei, decreto, regulamento ou ato normativo, sem consulta a qualquer texto ou repositório. E também que era casado e pai de uma filha. Já assentado no mundo, embora começasse a planejar a sua carreira.

Depois, os anos de chumbo nos afastaram. Perdi-me na voragem do desencanto e do medo, tolhendo-me, por vontade própria, a ânsia de explorar horizontes e de voar livre por espaços inexplorados. Vi-me, em 1965, no Rio de Janeiro, na Fundação Getúlio Vargas , e, retornando, fui contratado pela Prefeitura Municipal de Natal, no governo de Agnelo Alves, como Técnico em Organização e Orçamento, mercê do curso que fizera na FGV.

Em 1967 graduei-me, abandonando a velha faculdade e a convivência à distância com o meu notável colega.

(Nesse meio tempo, entre o pós-golpe militar e a ida ao Rio de Janeiro, apaixonei-me por uma colega de turma de Carlinhos com quem quase me casei, e ela reforçava a versão corrente que dava conta da inteligência, da aplicação aos estudos jurídicos e da integridade do meu amigo.)

Faço uma pausa providencial e necessária, para confessar que o cansaço existencial que atribuo como cavilação necessária ao meu dinâmico e tenaz amigo, é de fato, meu, genuinamente meu. Talvez tenha havido uma transposição motivada por uma sub-reptícia inveja do denodo e da persistência de Carlos Gomes. Cansei-me, porque me dei conta que o ser humano claudica pelo hábito de perseguir as mesmas imperfeições, e de cometer os mesmos erros. Fataliza-se à danação por conta própria.

Eis que, às vezes falta-me alento para animar os meus filhos, como muitas vezes careci de argumentos convincentes para estimular os meus alunos. Nunca Rui de Haia foi tão citado e o desalento tão incorporado ao leguleio dos desesperançados. O crime e os igualmente importantes e temerários pecados veniais das transgressões são composições triviais, empobrecendo as leituras do jornais e as audiências dos rádios e televisões. As tragédias são banalizadas. Os humanos parecem alimentar-se, como os urubus e os vampiros, da carniça e do sangue. E parecem não se importar com a corrupção e o declínio da moral.

Por isso tive a urgência de publicar uma série de perfis de criaturas que reputo comumente extraordinárias, porque conseguem permanecer pessoas comuns, alçando-se sobre os seus pares por praticarem conduta regularmente exigida pela ética, mas desprezada pela maioria.

É necessário essa amostra de modelagem para asseptizar os monturos de lixo, tonificar as mentes em crescimento e formação com exemplos dos que valem a pena, daqueles que, mesmo em minoria, valem por uma multidão.

Carlos Roberto de Miranda Gomes é um desses, dos mais destacados. Íntegro, no sentido de ser um feixe de fibras morais de incrível resistência, capaz de repelir as agressões fisiológicas dos corruptos e corruptores. Correto, na justa medida em que é capaz de aplicar a dosagem certa para cada uma das patologias sociais enfermiças e o justo incentivo à sanidade cívica.

É leal. Os que o conhecem, sabem da sua natureza solidária, fraterna, e, sobremodo combativa, quando se ombreia a alguém na veemente defesa das injustas ofensas e agressões. Eis porque a sua mediação é sempre solicitada nos conflitos corporativos e porque as suas opiniões são respeitadas como editos de sapiente jurisconsulto.

Casado há quase cinqüenta anos com a sua vizinha de ascendência italiana, Therezinha Rosso, mantém com a sua consorte uma relação de amor e de amizade, de um companheirismo bem sucedido. Pai de Rosa Lígia (de quem tive a honra de ser professor na UFRN), Teresa Raquel, Carlinhos (que é colega e amigo do meu filho mais velho, Marcos Frederico) e Rocco – todos graduados em Direito - deles recebeu outros filhos, tornando-se pai duas vezes, feito de açúcar candy, com cobertura de caramelo: Raphael, Gabriela, Lucas e Carlos Víctor, Carlos Neto e Maria Clara, que são as suas alegrias.

Família numerosa e unida, coesa, como aquele feixe de varas que o patriarca mandou os filhos quebrarem, sem sucesso, para amostrar o valor da união. Assim também o fizeram o pai, José Gomes e a mãe, Dona Lígia. Seis irmãos solidários: Moacyr, Fernando (falecido), Leda e Elza (que foram colegas de minha mãe no TRE), Socorro e José Gomes Filho (Zézinho).

Que ampliaram o patrimônio familiar com dezoito sobrinhos: José Neto, Flávio, Eduardo, Maria da Graça, Lúcia Maria, Renato, Maria Lígia, Fernando Filho, Clemente José, Gracia Maria, Tereza Cristina, José Júnior, José Henrique, Patrícia, Isaac Bruno, Flávia Luciana, Greenfell Filho, Rodrigo e Daniel.

Quem poderia aspirar uma riqueza maior?

Mantém-se como uma espécie de patriarca da família, menos por tradição e mais pelo espírito de clã, solidário, disponível, bom ouvinte e conselheiro, é também aquele cujo socorro é solicitado antes do recurso médico-hospitalar. É o enfermeiro experiente, o curandeiro milagroso que às vezes com a simples presença é capaz de afastar as idiossincrasias da saúde e do infortúnio.

É um ser Intelectual que, aproveitando a carona, como eu, segue a orientação de Chesterton quando esse nos adverte que a idéia sem a expressão, é idéia ociosa e a expressão, sem a ação é uma expressão inócua. Somos, permitam-me aproveitar novamente essa circunstância, homens de ação, executivos, embora criadores, contemplativos, líricos – numa definição, operários intelectuais.

Foi assim quando fizemos parceria para a criação do IBTJ, realizando o primeiro curso de direito para os cidadãos leigos; quando promovemos a edição de livros didáticos com metodologia inovadora, para circulação nas nossas turmas de direito da UnP; e foi assim na campanha pelas eleições diretas na OAB, já referida nos perfis de Adilson Gurgel e Paulo Lopo Saraiva.

Filiei-me a ele, a Adilson, o seu maior parceiro, e a Jales Costa. Enriqueci-me com essa adesão. Fortaleci-me porque pude dar vazão às convicções que mantinha reservadas na minha própria individualidade e encontrei identidade e ressonância nos propósitos que perseguia.

Posso, com essa série de perfis, e com o revigorante exemplo de Carlinhos, vivificar o legado de esperanças no futuro da minha terra, esmaecido e débil pelo campear das nulidades e das indignidades impunes. Porque esses modelos são contemporâneos, graças a Deus não integram ainda o “Era uma vez...” para que um cético não se refira aos exemplos como coisa passadista, sem viabilidade para sobreviver no “front” do contemporâneo.

É tão assustadora a conjuntura político-sócio-fiosófica que alguém já me disse que de nada adiantaria o retorno de Cristo, pois ele seria desprezado como visionário e inútil porque não traria teres e haveres, mas apenas palavras...

O tempo embarcou numa espaçonave no então Cabo Canaveral e, vencendo a gravidade e as distâncias, nos pôs frente a frente no Campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no final dos anos setenta, já amanhecendo os oitenta. Éramos, ambos, professores do curso de direito. Ele, vinculado ao Departamento de Direito Público e eu, ao de Direito Privado.

Até chegar ao magistério universitário, ele palmilhou muito chão de barro. O pai, juiz, fez a circunavegância no interior do estado - Angicos, Canguaretama e Macaíba - carregando na carroceria dos caminhões a mobília familiar, pois os magistrados de carreira, vocacionados para a função como o Dr. José Gomes da Costa, residiam nas suas comarcas para melhor atenderem aos jurisdicionados.

Por esta circunstância, atrasou-se nos estudos, embora os pais hajam feito fibras do coração, distribuindo-os entre casas de familiares para que pudessem estudar, já que a itinerância interiorana do pai tolhia tal iniciativa, já que cursavam o segundo grau e não existiam colégios desse nível nas cidades da judicatura paterna.

Fez o primário no Instituto Batista de Natal; o segundo grau no Ginásio Natal e o colegial no Atheneu. Graduou-se em Direito em 1968.

Teve um longo e proveitoso aprendizado no trabalho, realizado desde cedo, por decisão pessoal, consciente das dificuldades financeiras familiares, sem que tal empenho fosse solicitado pelo pai. Determinou-se a coadjuvá-lo na provisão de recursos, pela limitação financeira do ganho paterno – juiz daquela época ganhava pouco, e, se não aceitasse o subsídio dos governos municipais para manter-se independente, o salário acabava mal fosse recebido.

Tornou-se radialista, comerciário e comerciante e depois servidor do Tribunal Regional Eleitoral. De posse do título de graduação, foi Auditor do Tribunal de Contas e integrou o quadro de Procuradores do Ministério Público Especial junto ao mesmo órgão.

Foi o primeiro diretor da Escola de Contas Professor Severino Lopes de Oliveira e primeiro Controlador Geral do Estado do Rio Grande do Norte. Juiz do Tribunal Regional Eleitoral.

Por onde passou, deixou a marca do dinamismo, da correção e da eficiência. Por isso, foi tão requisitado para o provimento de outros cargos, não necessariamente remunerados, mas de suma importância para algum segmento do mister profissional a que se dedicava, a exemplo da Presidência do Núcleo de Estudos Jurídicos da UFRN (NEJUR) e do Instituto Brasileiro de Tecnologia Jurídica (IBTJ), além de integrante de diversas comissões e grupos de trabalho.

Foi Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil e membro do Instituto dos Advogados do Rio Grande do Norte. Integra o Instituto Histórico e Geográfico do RN, União Brasileira de Escritores do RN e a Academia de Letras Jurídicas do RN. Foi agraciado com inúmeras honrarias, dentre as quais destacam-se o título de Professor Emérito e Doutor Honoris Causa concedido pela UnP e a Medalha do Mérito Universitário, concedida pela UFRN.

No entanto, confidenciou-me que, a despeito da gratidão e da honra por haver sido agraciado por homenagens tão significativas e importantes, teria sido a exposição de motivos elaborada pelo então Procurador Geral do Ministério Público Especial, professor Múcio Ribeiro Dantas, encaminhada ao governador Geraldo Melo, para concessão da sua aposentadoria, a distinção que mais o sensibilizou.

Foi Professor do Curso de Direito de quase todas as instituições de ensino superior do nosso estado (UFRN, UnP, FARN, FAL, FACEX, ESA, FESMP e ESMARN). É pós-graduado em Direito Civil e Comercial e em Direito Constitucional.

É convidado como consultor e palestrante para assuntos relacionados com a Gestão Pública e se mantém como colaborador de jornais e revistas, além de coordenar um dos endereços eletrônicos mais acessados do nosso Estado, o “Blog do Miranda Gomes”.

É autor dos seguintes livros: Da remuneração dos vereadores, Oração de despedida, A proteção das minorias nas sociedades anônimas, Cadernos de Direito Tributário* (2 vols.), Lei Orgânica dos municípios do Estado do Rio Grande do Norte*, Licitação – teoria, prática e legislação, Curso de Direito tributário*, Cartilha ABC do consumidor, Da imunidade tributária dos aposentados e pensionistas, Manual de direito financeiro e finanças, Licitação – noções elementares, Testemunhos, Cartilha de gestão fiscal e Traços e Perfis da OAB/Rn.

Primeira inconfidência – Pouca gente sabe, mas Carlinhos é dono de uma voz belíssima, que o tempo não descurou. Desde criança era requisitado para se apresentar em festas e nas rádios natalenses. A primeira vez que cantou em público foi no próprio Instituto Batista de Natal e depois no “Domingo Alegre” de Genar Wanderley.

Em 1950 ganhou o concurso da mais bela voz infantil, conquistando o título de “Campeão Vic-Maltema” e com esse galardão, foi contratado pela Rádio Poti, nela permanecendo até 1954. Integrou o elenco de cantores da Sociedade Artística Estudantil e, gravou duas faixas num disco coletivo com os artistas da Rádio Poti e um disco solo na PRE-9, Rádio Clube do Ceará, onde em certa ocasião foi acompanhado por ninguém menos que Evaldo Gouveia.

Gravou também com o Trio Irakitan. Teve um programa semanal na mesma Rádio Poti, denominado “Almanaquinho Seta”, onde também se apresentavam Agnaldo e Selma Rayol. Prosseguiu com entusiasmo a sua trajetória artística até que o Desembargador José Gomes decidisse realinhá-lo para projetos mais concretos e duradouros, exatamente quando a jovem revelação musical se preparava para vôos mais ambiciosos: havia sido convidado para integrar, como profissional, o “cast” da Rádio Tamandaré de Recife, com a promessa de gravar um disco na indústria Rozemblit, dona do famoso selo “Mocambo”

Mas esta é outra estória, e tão fascinante, que não quero roubá-la do meu amigo, que fica nos devendo um livro cujo título sugiro tomar de empréstimo do cancioneiro Luiz Vieira: “O Menino Passarinho”.

Segunda inconfidência – É de índole pacífica. Conciliador e homem contido pela educação, é daqueles que conta até mil para não perder a paciência, porque antes de tudo respeita a dignidade e a compostura alheia. Mas, depois que excede a milésima contagem, que me perdoem o despropósito da referência, mas não resisto ao meu ímpeto nordestino: é igual a um siri numa lata.

Querem ver um homem valente e destemperado, que se pise no calo de estimação: a sua honra, a sua dignidade pessoal.

Terceira Inconfidência – Há uma passagem de muita singeleza da vida do meu amigo que ele recorda com muito orgulho. Foi quando serviu ao Exército (1959) no 16º R.I, na Companhia de Comando e Serviços - CCS. O comandante do Regimento era Dióscoro Gonçalves Vale, conterrâneo do Seridó, que depois chegou ao generalato;   o comandante da Companhia era Milton Freire de Andrade que muitos anos depois comandou a Polícia Militar do nosso estado.

Disse-me Carlos Gomes que no serviço militar aprendeu muito civismo e a idéia de igualdade. R quer, com muita honra foi distinguido com a Medalha Marechal Hermes, de aplicação e estudo, exatamente no dia da inauguração de Brasília."

Sinto-me lisonjeado e honrado por ser seu amigo. A ligação pessoal me engrandece, é referência curricular e certamente afiançará os seus herdeiros que se valerão dos laços co-sanguíneos para atestar a pureza e a excelência da linhagem.

(*) Vic-Maltema era a marca de um achocolatado dos anos cinquenta que concorria com o Toddy e o Nescau.

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