segunda-feira, 28 de março de 2011

A sogra, sempre ela

O guarda manda o sujeito parar o carro.
- Seus documentos, por favor. O senhor estava a 130km/h e a velocidade máxima nesta estrada é 100.
- Não, seu guarda, eu estava a 100, com certeza.
A sogra dele sentada no banco de trás corrige:
- Ah, Chico, que é isso! Você estava a 130 ou mais!
O sujeito olha para a sogra com o rosto fervendo.
- E sua lanterna direita não está funcionando...
- Minha lanterna? Nem sabia disso. Deve ter pifado na estrada...
A sogra insiste:
- Ah, Chico, que mentira! Você vem falando há semanas que precisa consertar a lanterna!
O sujeito está fulo e faz sinal à sogra para ficar quieta.
- E o senhor está sem o cinto de segurança.
- Mas eu estava com ele. Eu só tirei para pegar os documentos!
A sogra não fica calada:
- Ah, Chico, deixa disso! Você nunca usa o cinto!

O sujeito não se contém e grita para a sogra:
- CALA ESSA BOCA!
O guarda se inclina e pergunta à senhora:
- Ele sempre grita assim com a senhora?
Ela responde:
- Não, seu guarda. Só quando está bêbado como agora.



ANIVERSARIANTE DO DIA



O blog felicita nesta data o municipio de Alto do Rodrigues, nosso co-irmão, bom vizinho na trato relacional, uma gente boa de tradições e costumes semelhantes, desenvolvida pela capacidade tenaz dos seus bravos filhos, cuja origem bem representa o nivel de progresso desde seu fundador Joaquim Rodrigues Ferreira, passando pela proeza administrativa do primeiro prefeito constitucional João Fernandes de Medeiros (João de Tereza), Francisco de Oliveira Melo (Chico Elizeu) Abelardo Rodrigues Filho (4 mandatos), Pureza Melo, Geraldo Magela ( 2 mandatos), Suzana Melo e atualmente no exercício do poder Eider Medeiros.
Enquanto nosso municipio ( Carnaubais), teve 8 figuras dominando administrativamente nossa gente, o aniversariante deu oportunidades a 7 filhos, concedendo o supremo privilégio de governar seus destinos, nesta trajetória de 48 anos de autonomia politica/administrativa...
Parabéns... Mil felicidades a todos os Altorodriguenses por tão significativa data!

Escrito por aluiziolacerda

sábado, 26 de março de 2011

Imagem do facebook de um amigo.

O pobre me deu uma esmola de Deus te favoreça.
"Deus te favoreça!" favoreça-me Deus com essa esmola do pobre.


João Lins Caldas

sexta-feira, 25 de março de 2011

DO FACEBOOK DE PEDRO SIMÕES

CARLOS PENA FILHO - Retrato Campestre - Uma obra plástica de um lirismo a um só tempo singelo e filosófico.

"Havia na planície um passarinho,
um pé de milho e uma mulher sentada.
E era só. Nenuhm deles tinha nada
...com o homem deitado no caminho.

O vento veio e pôs em desalinho
a cabeleira da mulher sentada
e despertou o homem lá na estrada
e fez canto nascer no passarinho.

O homem levantou-se e veio, olhando
a cabeleira da mulher voando
na calma da planície desolada.

Mas logo regressou ao seu caminho
deixando atrás um quieto passarinho,
um pé de milho e uma mulher sentada."
Ver mais

"ASSU É ASSIM"

 Assú continua brotando à poesia...
Alento dos que a amam de verdade,
Romântica, ébrio na sua nostalgia,
Ao vê coruscante sol dessa cidade.


Wilson Soares

quinta-feira, 24 de março de 2011

A Mulher que Eu Amo - Roberto Carlos

NATAL ANTIGA


Foto de 1950. Atual Av. Hermes da Fonseca, bem próximo da Alexandrino de Alencar. Templo da Igreja Batista Regular, hoje Colégio Bereiano.

(Fonte: Do Facebook de Francisco Martins)

CMN realiza solenidade em comemoração aos 45 anos do PMDB

A Câmara Municipal do Natal realizará nesta sexta-feira (25), às 18h, uma sessão solene em homenagem aos 45 anos de fundação do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, o PMDB. A solenidade é de autoria do vereador Luís Carlos, presidente em exercício da legenda em Natal.

Estarão presentes na comemoração o ministro da Previdência Garibaldi Alves Filho, o presidente do diretório estadual do partido, deputado federal Henrique Alves, os deputados estaduais Hermano Morais e Walter Alves, assim como a vereadora de Natal Rejane Ferreira, além de membros do diretório, filiados e simpatizantes.

Fundado em 1980, o PMDB é sucessor do Movimento Democrático Brasileiro, legenda de oposição ao Regime Militar de 1964. Participou ativamente de importantes momentos da história política brasileira, como o “Diretas Já”, em 1984, comandado por Ulysses Guimarães – uma das maiores figuras na História do partido.

Aluízio
 
No Rio Grande do Norte, o partido foi berço de nomes importantes para a história política local, como o do ex-ministro Aluízio Alves, além de ter destaque no cenário nacional através da atuação do ministro Garibaldi e do deputado federal Henrique Alves.

Por Leonardo Sodré

Lançamento da Expofruit 2011 exibe a força da fruticultura no estado

Nesta quarta-feira (23), foi promovido na fazenda Agrícola Famosa em Mossoró, o lançamento da Feira Internacional da Fruticultura Irrigada (Expofruit) 2011. O evento que acontecerá no período de 8 a 10 de junho no Centro de Exposições e Eventos (Expocenter), contou com a participação de diversas autoridades e técnicos do ramo agrícola na solenidade de lançamento.

Na abertura, os coordenadores da feira promoveram uma visita dos jornalistas convidados a cinco fazendas de agricultura irrigada na região da Chapada do Apodi. O passeio teve o objetivo de exibir todo o bom potencial da região. De acordo com o presidente do Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do norte (Coex), Segundo de Paula, essa iniciativa foi pensada como uma forma de mostrar aos repórteres as dificuldades do setor, mas também a vontade de luta do produtor rural.

“Essa visita foi para mostrar que a feira levanta a moral dos produtores rurais. A organização e todo o sucesso em negócios firmados é um novo gás para os empresários do campo. Uma força que mostra todo o potencial de nossa fruticultura, que cresce a cada ano. Uma história que começou pequena, quando poucos apostavam no desenvolvimento desse setor por aqui. Para se ter idéia dessa pujança, são cerca de 200 mil toneladas por ano só de melão”, ressaltou Segundo de Paula.

Fazendas

As fazendas visitadas foram: Pedra Preta (Coopyfrutas), Agrícola Canaã, localizada no assentamento Maisa, Mata Fresca, Frumel, e fazenda Agrícola Famosa, aonde finalizou o tour e também onde foi promovido o lançamento da feira e o almoço para as autoridades convidadas.

Na oportunidade, o presidente do Sistema Faern/Senar, José Álvares Vieira, ao lado do superintendente do Senar, Otávio Tavares, acompanharam toda a logística apresentada pelos organizadores da feira e também puderam conferir toda a dinâmica de uma das empresas mais capacitadas do Brasil no ramo de fruticultura: a Fazenda Agrícola Famosa.

De acordo com José Vieira, da Faern, além de impulsionar o setor de fruticultura, a Expofruit gera emprego e renda para o município de Mossoró. “Com ela, cerca de 20 mil empregos diretos e 70 mil indiretos são firmados. Um verdadeiro estimulo para essas pessoas e uma mostra da expansão da feira na economia local”, explicou Vieira.

Infraestrutura

Na visita, os representantes do Sistema Faern/Senar também puderam observar toda a infraestrutura da Fazenda Agrícola Famosa, que desde a década de 1990 é sinônimo de boas práticas econômicas e sociais.

Fundada em 1995, a Agrícola Famosa é uma empresa de capital nacional situada na divisa dos estados do Rio Grande do Norte e Ceará. Em seus mais de 15 anos de existência, consolidou-se no agronegócio caracterizando-se por investimentos em novas tecnologias, pesquisas constantes, respeito ao meio ambiente e compromisso social. “Uma fazenda modelo para os produtores rurais. Um exemplo do trabalho sério de Carlos Porro e Luiz Roberto Barcelos”, explicou José Vieira.     

Durante o lançamento da Expofruit 2011, o presidente do Sistema Faern/Senar pôde conversar com o secretário de Agricultura do Estado, Betinho Rosado, sobre problemas enfrentados pelos produtores rurais nesse início de ano.

Apoio

“Foi uma conversa rápida, mas que deu para sentir a vontade de trabalho do secretário. Falei sobre a nossa fruticultura e também sobre o apoio do governo ao médio produtor rural, que muitas vezes fica sem amparo em determinadas situações. Acredito que ele sabe das nossas dificuldades e também sabe da nossa força em produzir”, finalizou Vieira.

Com reportagem de Paulo Correia.
 
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Comerciantes lançam o projeto Viva Petrópolis

Apesar de concentrar um bom conjunto de bares e restaurantes de tradição, e ser uma área frequentada basicamente pela classe média, os bairros de Tirol e Petrópolis estão há muito tempo fora do eixo agitado quando o assunto é lazer e badalação em Natal, se comparado com Ponta Negra, por exemplo. Os problemas se agravam no período de alta estação, quando praticamente ficam vazios também nos finais de semana, já que poucos turistas se aventuram a mudar o roteiro turístico.  A iluminação antiga e precária dos bairros é um dos pontos dessa baixa frequência, agravada pela falta de segurança à noite, escassez de estacionamentos e ainda o hábito dos moradores do bairro de não frequentarem a vida noturna durante a semana.

Para mudar essa realidade, comerciantes da área de gastronomia e entretenimento de Tirol e Petrópolis  criaram o projeto coletivo Viva Petrópolis. As ações foram apresentadas hoje, no restaurante Agaricus,  e contou com a presença de associados, representantes de entidades como Sesc, Senac, Fecomércio, Prefeitura do Natal, Sebrae e empresas privadas que aderiram à empreitada. 

melhorias

O Viva Petrópolis vai cobrir várias frentes. Buscar melhorias para o bairro, como iluminação e segurança, ações culturais e de lazer, integrando inclusive espaços como o Mercado de Petrópolis, e ainda ações comerciais, com descontos, promoções em todas as casas engajadas, além de eventos gastronômicos abertos — há um projeto de um festival gastronômico em frente ao Palácio dos Esportes — e um relacionamento com o consumidor através das redes sociais. O site com o guia do bairro já está no ar pelo www.vivapetropolis.com.br

O Secretário da Semsur, Claudio Porpino, garantiu que nas próximas semanas fará um “choque de luz” no bairro, começando pela av Afonso Pena, a partir da praça Aristófanes Fernandes (praça das Flores). “Também estamos com um projeto de melhoria da praça das Flores e realização de eventos mensais nas outras praças (Pedro Velho) e ampliar a iluminação na área”, disse ele.

Um dos idealizadores do projeto, o empresário Alexandre Capistrano, disse que essa união será importante para angariar melhorias aos dois bairros. “Estamos dando a nossa contrapartida”, disse.

Além de bares e restaurantes, estão integrados ao Viva Petrópolis lojas de conveniências, delicatessens e docerias. O primeiro projeto já começou com as ‘Terças gourmet’ e a Semana Viva Petrópolis, com pratos ao preço de R$ 15 durante toda a terceira semana de cada mês. Também foi lançado o cartão desconto, que poderá ser adquirido nos estabelecimentos associados a R$ 50, garantido descontos de 10% de segunda à quarta, e 5% de quinta a domingo.

O diretor regional do Sesc, Helder Cavalcanti, disse que a entidade está responsável por uma pesquisa nos estabelecimentos e entre os clientes, para identificar e diagnosticar necessidades do consumidor e do comércio local. Já o Senac, através de Laumir Barreto, anunciou que a tradicional Corrida do Comerciário, dia 1º de maio, terá ações culturais e desportivas durante todo o dia em torno da praça Pedro Velho.

Fonte: Tribuna do Norte - Viver

quarta-feira, 23 de março de 2011

terça-feira, 22 de março de 2011

DO FACEBOOK DE UMA AMIGA


Aê, Bahia!!!

DERCY GONÇALVES NO CÉU

- Porra tá frio aqui em cima.
- O céu não tem temperatura, minha senhora – pondera um porteiro celestial de plantão..
- Não tem o cacête. Tá frio sim senhor – insiste Dercy.
- Prefere o inferno? Lá é mais quentinho!
- Manda tua mãe pra lá. Cadê o Pedro?
- Pedro só atende aos purificados.
- E eu tô suja por acaso? Tô cagada, esporrada?
- Você primeiro tem que passar pelo purgatório, ajustar umas continhas…
- Não devo nada a viado nenhum.
- Você foi muito sapeca lá por baixo.
- Como é que você sabe? Andava escondido debaixo das minhas saias?
- Dercy, daqui de cima a gente vê tudo.
- Vê porra nenhuma. Vê a pobreza, a violência, meninas de 4 anos sendo estupradas pelos pais, político metendo a mão no dinheiro dos pobres, carinha cheirando até bosta pra ficar doidão? O que vocês vêem? Só me viam?
- Você fala muito palavrão.
- Eu sempre disse que o palavrão estava na cabeça de quem escutava.
Palavrão é a fome, a falta de moral destes caras que pensam que o mundo é deles. Esses goelas grandes e seus assessores laranjas, tangerinas e o cacête!
- Está vendo? Outro palavrão.
- Cacête é palavrão, seu porteiro do caralho? Palavrão é a Puta Que o Pariu!

(Silêncio por alguns segundos)

- Seja bem vinda Dercy. Sou Pedro. Pode entrar.
- CARAAAAAALHO!!! Não é que eu morri mesmo?!!! Vou p/o purgatório????
- Não, pelo purgatório você já passou 101 anos, no Brasil. Venha descansar!!!

































































































Tenho percebido que principalmente no meio acadêmico existe certo preconceito para com as pessoas que gostam de programas no estilo dos realites show (como é o caso do “BBB”, “A Fazenda” e os extintos “No Limite” e “Casa dos Artistas”, entre outros).

No contexto acadêmico é privilegiada a imagem do aluno que ler livros imensos, daqueles que dar náuseas até para os amantes da leitura, de linguagem complicada e com assuntos mais formais possíveis, de cunho existencialista, filosófico. Tal fato é tão verdade, ao ponto que o acadêmico que diz abertamente ser fã do BBB, daqueles que não perde um dia e sabe tudo que acontece no programa, é considerado menos inteligente, incapaz, sem cultura, infantil e bobo. Não esquece os devoradores de livros-enciclopédias que ao assistir o BBB pode-se aprender mais sobre o comportamento humano do que em uma aula de psicologia; identificar a variedade linguística dos falantes de forma mais interessante do que em uma leitura de
A língua de Eulália; desvendar os segredos e mistérios da mente humana do que uma leitura de Clarice Lispector, por exemplo; aprender mais sobre a cultura e costume dos estados brasileiros do que horas e horas em uma aula de geografia ou história; compreender os medos, fraquezas e se surpreender com a complexidade da mente humana do que ler o livro Diário de Sofia.

Os ditos “cultos” que assistem somente a documentários com legendas, jornais e filmes importados esquecem que o BBB é uma novela da vida real, e como tal tem cenas interessantes, engraçadas, tolas, de brigas, sexo, etc.

Tudo que acontece lá dentro acontece aqui fora também. O diferente é que poucos ficam sabendo quem realmente somos e o que fazemos, quem desejamos eliminar, a quem queremos dar o monstro da semana ou quem de fato tem poder de anjo.

Aqui fora vivemos fazendo
“panelinha” pra defender aqueles que gostamos; buscamos ser o líder de nossas vidas; não suportamos quando alguém nos coloca no paredão e as dores são suavizadas quando sentimos que nossa família e nossos amigos estão por perto, mesmo que separados por um alto muro. Aprontamos os maiores barracos quando nos tiram a comidinha de que mais gostamos ou a liberdade que julgávamos ter; adoramos uma festinha nos finais de semana; ora desfrutamos do conforto da casa grande, ora estamos passando pelo pior acampamento de nossas vidas; um dia atendemos ao telefone e somos agraciados com uma bela surpresa, outro dia atendemos esse mesmo telefone e caímos numa armadilha traiçoeira.

O BBB não seria uma espécie de grande biblioteca aberta ao diversificado público brasileiro, onde em cada estante encontramos livros expostos com a vida das pessoas que pedem pra editora Globo os publicar? Como em toda biblioteca, temos livros de cordel, romance, aventura, tragédia, livros pequenos e livros grandes, livros que chamam atenção pela capa, livros que depois de algumas folhas desistimos de ler, livros que parecem que foram escritos pra nós, livros bons e livros médios (ou até ruins!), mas que ainda assim, merecem ser lidos, pois trata-se da vida e história de alguém como nós, humanos, gente...

É, mas uma coisa é preciso destacar: talvez a maior diferença do nosso BBB para o BBB do Pedro Bial e do Boninho é que poucas vezes temos a chance de retornar para casa e poder fazer diferente, embora muitas vezes sentimos que estamos dentro de uma casa de vidro, sendo observado e avaliado por todos os lados e nada podemos fazer, a não ser acenar.

Assim, o BBB é feito de corajosas pessoas que pediram para serem expostas, desnudas e criticadas por milhões de brasileiros e o fato de assistirmos e acompanharmos tal trajetória não nos torna pessoas menos legais, menos “cultas” e sem conteúdo. Pelo contrário, nos faz gente como elas, pois o público do BBB é tão inteligente que soube reconhecer o audácia e valor de um fazendeiro simples, uma humilde empregada doméstica, um coveiro do interior, um gay nordestino, uma dona de casa batalhadora mãe de uma filha deficiente e um homem sensível que declarou seu amor por uma sacoleira em rede nacional.

O público do BBB não é burro, nem tão pouco bobo. Alguns acadêmicos de visão preconceituosa é que se limitam às estantes empoeiradas dos livros, quando poderiam viver realmente a essência das páginas que eles carregam.  

Por Rômulo Gomes – Colaborador
(cesargomes_17@yahoo.com.br)

Cheque Padrão da Câmara Federal... Cheque Tiririca...




 (Do Blog de Aluíziolacerda)

domingo, 20 de março de 2011

Aventuras num pau de arara

Das ribeiras do Acari, em tempo de chuva, me chega carta do doutor Paulo Bezerra dando ciência de suas pesquisas no mundo vasto, mundo da antropologia e da sociologia sertaneja.  Desta feita se estriba nas histórias contadas  por Raimundo  Nunes, gente boa das Pinturas,  onde se narra  as aventuras de uma viagem de pau de arara do Seridó no rumo de Minas Gerais e de Goiás, altos sertões do Brasil Central.  Do Sítio Saco dos Pereira, o doutor Paulo Balá vai debulhando suas anotações:

- Maria Suzana de Jesus casada com Abdias Joventino de Medeiros desembuchou um menino no dia 24 de julho de 1932 o qual, na água de batismo, tomou o nome de Raimundo e no registro de nascimento lhe puseram Nunes – nome de família na qual seus antepassados viveram longa vida, com gente beirando um século de idade. Todos esguios, negros, secos do corpo e musculosos, desenvolvendo atividades manuais como fazer louça de barro, curtir couro na casca do angico, trançar cerca de varas e de arame farpado, dedicados à agricultura e à criação em minguado pedaço de terra, deitando cedo e levantando de madrugada, comendo nas horas certas, e pouco. Pois foi nesse meio onde o menino aprendeu de um tudo, até de reza e fazer conta, de cozinhar, de gostar da sua gente, de querer bem à terra onde nasceu e  de tudo o mais. Cresceu, e assim se pôs adulto.

- E conta o homem alto, de mãos enormes e pés de mata-babugem, ossudo, desempenado, cabelo ruim, cara raspada e fala manso, rindo a cada manifestação do seu linguajar: “Em 1953 eu trabalhava nas Pinturas quando Dr. Bezerra me mandou passar férias em casa, aqui nesta casa onde minha mãe morava. Vim, mas fui trabalhar no serviço do campo de aviação do Belém e, em seguida, na estrada que estava sendo aberta, passando no oitão do cemitério e saindo no Saco do Juazeiro. Vicente do Rêgo, de Cruzeta, abria inscrições para quem quisesse ir  para o sul e nessa lá fui eu, em julho de 1953, com destino a Uberlândia, mais Pedro de João Garcia, Luís de Miguel Pitomba e Geraldo Agostinho casado com Maria Rosa, minha irmã, travessia de oito dias de viagem, deixando para trás o nosso chão e a nossa gente, depois de triste despedida.

- Fomos montar no caminhão em Acari, e já vinha cheio. Mané Vermelho subiu por derradeiro sem achar lugar folgado, aí era só o povo gritando “senta, senta, senta”, mas ele não achava adonde, daí o motorista gritou de lá “senta de qualquer jeito que quando começar a rodar a carga arruma”. Mané se apoquentou e disse “eu num vô mais não. Compadre Raimundo, quando eu descer você me dê minha mala que tá debaixo do banco”, e desceu. Ao receber a dita, os passageiros que já vinham acunharam no grito: “arara arrependida... arara arrependida... arara arrependida...”

- Cada qual levava a sua boia, a mala, algum dinheiro e a rede. Tinha os pontos de pouso sem jantar e dormir, alguns em redes armadas de pé de pau a pé de pau, acordando cedo para quebrar o jejum e engolir de novo léguas e mais léguas de terra, até chegar a vez do almoço, numa hora também de atender às necessidades conquanto no meio da manhã e no meio da tarde houvesse uma parada obrigatória, a dita hora da mijada, como dizia o motorista, com um aviso: “Atenção: os homens na frente do caminhão e as mulheres atrás”.

- Despejados na rodoviária de Uberlândia fomos tangidos para uma sala onde ficamos sentados a espera de Vicente do Rego que chegou acompanhado de um mineiro chamado Miguel Pereira Cabral o qual, apontando pra pessoa, ia dizendo “escolhi você... você...você..” num tanto de 12, tudo homem sadio e forte – a cabeceira dos araras – e fomos levados para Goiás, fazenda Gameleira, perto de Santa Helena e de Capinópólis, em Minas. Tivemos sorte, pois ficamos juntos. O nosso trabalho era o de brocar o mato, arrancar o toco, plantar e colher o arroz pelo que eram dois ganhos, um pela diária e outro pela produção do arroz. Da diária a maior parte ficava dentro, na mão do homem, pois o abastecimento era feito em caderneta pelo barracão que de tudo tinha, saindo também na nossa conta o custo dos ferros usados no serviço. Do arroz, só quando apurasse a safra. Sabendo que minha mãe passava precisão falei em dinheiro mais avultado para mandar pra ela, mas foi negado pelo patrão sob o pretexto de ser preciso vender uma carrada de arroz, estopim que tocou fogo na minha vontade de voltar.

- No primeiro acerto, o da produção, quando me foi entregue uma prata como saldo eu agradeci, mas ouvi dele indignado: “Uai, qué qué isso, sô, leve o dinheiro Reimundo, compre uns ovos, deite uma galinha e vá multiplicando”, mas o certo foi que saí com uma moeda na mão. Da outra conta, descontadas as despesas da viagem – alimentação e passagem  - pois eu fui vendido por aquelas coisas, e descontados o preço dos ferros de trabalho e o fornecimento do barracão, me sobrou dinheiro para vir embora. Um genro de seu Miguel me deixou em Uberlândia numa pensão onde passei três dias esperando carro quando, só por economia, almoçava e não jantava. Voltei. Já em Cruzeta, depois de seis dias de viagem, projetei descer nas Imburanas e chegar em casa a pé, mas quando dei cuido da viagem estava em Acari. Era o dia 2 de agosto de 1954.

- Entreguei nas mãos do Dr. Bezerra as cartas trazidas para João Garcia e Miguel Pitomba quando escutei dele: “Raimundo, a sua vaga está aberta”. Outra vez nas Pinturas, fiquei por quase vinte anos. Hoje vivo aqui no Saco, sozinho, na casa do meu nascimento, cuidando de mim mesmo, em paz com o mundo e com Deus, devendo a alma a Ele e ao chão esse corpo de negro. Sadio por dentro, mas puxando por uma perna pois o joelho, da mesma idade do outro, num me ajuda, se eu pudesse me enterrava aqui no Saco mesmo onde passei até por instrutor do finado MOBRAL, na falta, ta bem visto, de gente mais letrada”.

- Saiba, Woden, que pegando uma garupa na conversa do meu amigo Raimundo Nunes me lembrei do meu irmão Zezé (1925-2000), - formado em dentista e dos bons, saído do forno de Alfenas -, comprando um gabinete a Chico Feio em Natal e com  ele viajando para Capinópolis no caminhão de arara de Zé Braz, mas pouco durou, voltando logo ao Acari. Apois bem: por conta disso ganhou o apelido de Arara – o Dr. Arara, também um grande orador, fluente, emotivo...

- No Acari também Antônio Preto, com um olho furado por bala, vaquejava quem levar para o Sul, interessando até Luís Coelho – a mulher com um bucho no pé da goela – e mais uma escadinha de gente miúda. Insatisfeita, correr a ser valer do compadre Silvino, nas Pinturas, vendo naquilo um passo errado. Este chamou o compadre aos carretéis: “Se quer ir vá, junte seus cafiotes e vá, mas a família fica”. Foi como o sonho do amigo, morto outro dia aos 90 anos, foi de água abaixo.

Sem mais assunto para o momento me assino

Paulo Bezerra

(por Wodem Madruga, da sua Coluna WM, Tribuna do Norte, 20.2.11)

DO FACEBOOK DE GERALDO MELO


Hoje morreu Raphael de Almeida Magalhães, Ministro da Previdência, fundador do SUS, governo de Sarney. Na foto, como Governador, celebro o fato de ser o primeiro governador do país a trazer o SUS para o seu Estado. Presentes três ministros: Aluizio Alves, da Administração, Raphael, da Previdência, Roberto Santos da Saúde. À direita, Ézio Cordeiro, presidente do então INAMPS, e um dos líderes do movimento nacional pela unificação do sistema público de saúde. Ao querido amigo que hoje se vai, a minha homenagem comovida.

[Do blog: Palavras de Geraldo Melo]

EU...TU Eu sou doçura, Mas o mel és tu A imagem é minha, Mas a cor é dada por ti A flor sou eu, Mas tu és a fragrância Eu sou felicidade, Ma...