sábado, 13 de outubro de 2012

PRECE AO PÔR-DO-SOL NO POTENGI

Por Celso da Silveira, poeta potiguar de Assu

Sol
relógio astral tange o pêndulo
- sua bóia fluvial -
ritmo das maretas...

Assim, lentas, as águas
pára-raios / ponteiros
do mostrador coral
na lâmina do rio
vão reproduzindo
portugueses na foz,
franceses no Refoles,
holandeses nos Guarapes, asas
da Condor na Montagem,
naus inglesas no flutuante
do Passo da Pátria,
hidro-aviões Latecoére na Limpa,
pesqueiros no cais
do Canto do Mangue,
ioles a remo eriçando o estuário,
mel de cana no Ferreiro Torto,
imagem da Apresentação
na pedra do Rosário
e sob a vigilância e proteção
do cruzeiro da Igreja do Rosário dos Pretos
no alto da Cidade
o povo amado de Deus reza
pela salvação da terra, amém...

['O Rio Potengi é o principal rio do estado do Rio Grande do Norte. Sua nascente está localizada no município de Cerro Corá e sua foz na capital Natal. Seu delta logo foi descoberto pelos primeiros colonizadores, utilizando-o para adentrar o território com suas embarcações. Denominaram-no Rio Grande, por seu vasto leito e extensão. Em Natal, marca a divisão entre as zonas norte e sul da cidade. A grafia correta é Potenji pois prescreve-se o uso da letra "j" para palavras de origem tupi. O nome vem do tupi Rio dos Camarões. Ao longo dos anos, a grafia foi alterada para Potengy, Potengi e finalmente para Potenji. Do mesmo vocábulo poti vem potiguar, o que come camarões.']

Hugo Macedo Fotografias

Mote

Levando dedo no fundo
Para poder melhorar.

Glosa

Vejam a desgraça do mundo! 
Depois de velho e cansado 
vou recordar o passado
levando dedo no 'fundo'. 
O doutor Pedro Segundo
é quem vai aproveitar. 
Eu terei de suportar
esse enfadonho suplício: 
por o 'fundo' em sacrifício 
para poder melhorar.

Renato Caldas
Foto

'Importante lavar tudo que consome


Muitas pessoas deixam de lavar bem as verduras por preguiça, muitas vezes por falta de tempo, ou mesmo por pensar que não há tanta necessidade. Mas saiba que lavar as verduras corretamente é extremamente necessário, primeiro porque você não sabe quem tanto pegou nela, e quantas bactérias podem haver na mesma já que ela fica exposta no mercado, outra porque os agricultores usam certos produtos para manter as pragas longe, e tais produtos podem fazer mal a saúde se ingeridos.

Todos sabemos que os legumes, frutas e verduras são ótimos para o nosso organismo, que seus nutrientes são extremamente importantes e as vantagens para o nosso corpo fenomenais. Mas se a higienização for correta, eles serão ainda melhores aproveitados.
E saiba que não basta passá-los debaixo de água corrente e pronto, os microrganismo a olho nu não podem ser vistos, assim como as bactérias que possuem nas unhas, por exemplo. E eles são os causadores da disenteria na grande maioria das vezes. Então nada de preguiça e lave muito bem antes de ingeri-los.'
"Merci"


Ensinamentos de um sábio para que seus sonhos se realizem:



• Evite todas as fontes de energia negativa, sejam elas pessoais, lugares ou hábitos. 
• Analise tudo de todos os ângulos possíveis.
• Desfrute a vida hoje: o ontem já se foi e o amanhã talvez nunca chegue.
• A família e os amigos são tesouros ocultos – usufrua essas riquezas.
• Persiga seus sonhos.
• Ignore aqueles que tentarem desanimá-lo.
• Simplesmente faça.
• Continue tentando, por mais difícil que pareça, porque logo fi cará mais fácil.
• A prática leva ao aperfeiçoamento.
• Quem desiste nunca ganha; quem ganha nunca desiste.
• Leia, estude e aprenda tudo o que for importante na vida.
• Deseje, mais que tudo no mundo, o que você quer que aconteça.
• Busque a excelência em tudo o que faz.
• Corra atrás de seus objetivos – lute por eles!

(Desconheço o autor)

Postado por Fernando Caldas

"CASAL DE EX-CANGACEIROS DE LAMPIÃO CONTA COMO ERA A VIDA NO CANGAÇO


AUTOR – Nonato Freitas – Jornalista, bacharel em Letras pela Universidade de Fortaleza (UniFor), poeta, pesquisador e servidor aposentado pelo Senado Federal
FONTE – Revista SENATUS – Maio 2008, Senado Federal, Brasília – DF
Depois de 66 anos no mais absoluto anonimato, sem contar nada a ninguém sobre a vida deles no cangaço, Moreno e Durvalina, a Durvinha, único casal de cangaceiros do bando de Lampião (Virgulino Ferreira da Silva) e Maria Bonita ainda vivo, resolveram relatar os longos e dramáticos momentos que juntos passaram na caatinga sob a perseguição implacável da polícia. No dia da morte do Rei do Cangaço, na Gruta de Angico, na beira do rio São Francisco, em Sergipe, pela volante (força policial) do tenente João Bezerra, Moreno e Durvalina estavam em Mata Grande, distante 70 quilômetros do local. Homem de confiança de Virgulino, ele cumpria uma missão no comando de um subgrupo de cangaceiros.
Moreno lembra que, além de Lampião e Maria Bonita, mais nove cangaceiros foram mortos e degolados naquele dia (28 de julho de 1938). Ao todo, entre homens e mulheres, eram cerca de 47 pessoas. Os que escaparam do cerco se entregaram em seguida à polícia. Corisco, o Diabo Louro, sanguinário e igualmente homem de total confiança de Lampião, no momento do massacre encontrava-se do outro lado do rio, a três quilômetros de Angico.
Tinha sob seu comando um subgrupo. Moreno recorda que Corisco chegou a ouvir os tiros, mas nada pôde fazer em defesa dos companheiros por estar à margem oposta do rio, sem condição de atravessá-lo.


Hoje, aos 98 anos, Moreno vive com Durvalina, de 93, em Belo Horizonte. Ambos estão aí vivinhos, lúcidos e cheios de histórias para contar. Histórias repletas de dramas vividos num tempo em que, no Nordeste, a lei era ditada pela boca do
mosquetão e pelas afiadas lâminas de punhais que chegavam a medir 87 centímetros.
Com a morte de Lampião, o medo se espalhou como um fantasma entre os cangaceiros que não haviam sido capturados.
Eles temiam ser degolados a qualquer momento. Assim mesmo continuavam a desafiar as incansáveis volantes que eram comandadas por homens experientes e destemidos.
Dois anos após a morte de Lampião, o tenente Zé Rufino, da polícia alagoana, temível caçador de cangaceiros, decepou a cabeça de Corisco, que preferiu morrer lutando a se entregar às forças do governo. Naquele tempo, a ordem era uma só: ou o cangaceiro se entregava, ou então era morto e degolado em seguida. Diante dessa crua realidade, Moreno tomou uma decisão. Homem corajoso que sempre foi, chamou a companheira de um lado e confessou que não se entregaria aos macacos, termo usado por Lampião e seus cabras para desqualificar os soldados das volantes.

SOZINHOS NA CAATINGA
Depois daquela manhã em que Lampião tombou morto ao lado de sua amada Maria e de mais nove companheiros, o cangaço, na verdade, ficaria riscado, definitivamente, do mapa do Nordeste.
Corisco ainda resistiu durante dois anos ao lado de Dadá, sua brava e fiel companheira. Mas sem Lampião, sem Maria Bonita, e tantos outros, como Corisco, Luiz Pedro, Virgínio, Zé Baiano, Juriti, Ezequiel (Ponto Fino, irmão de Lampião), Sabonete, Menino de Ouro e Jararaca, todos eles homens rudes e de extrema valentia, sem essas legendas do cangaço, que ficaram para trás, mortos em combate com as volantes, o mundo do crime nada mais representava para Moreno e sua Durvalina.

O que fazer então com a vida? Abrir mão da liberdade e se entregar à polícia? Ou seria melhor pôr o pé na estrada e fugir?
Fugir para onde, se apenas conheciam as veredas áridas e abrasadoras das caatingas? E se na próxima curva dos caminhos
desérticos fossem surpreendidos por uma volante? Ah, isso tudo ia moendo, pouco a pouco, o juízo de Moreno.
Era o ano de 1940. Lá fora Hitler mostrava suas garras para o mundo. A Segunda Grande Guerra, com as famigeradas câmaras de gás, começava a ceifar milhares de vidas inocentes. No cinema, a grande sensação era E o vento levou, rodado um ano atrás em Hollywood. No Brasil, para variar, surgia um movimento simpático ao III Reich, ou seja, algumas figuras importantes da nossa política trabalhavam, às escondidas, em prol das idéias nazistas lideradas por Hitler. Felizmente o raciocínio não vingou e, dois anos depois,no dia 23 de agosto de 1942, Getúlio Vargas decide declarar guerra ao eixo formado por Alemanha, Itália e Japão. Mas para Moreno, perdido naquele mundinho de nada, sem tomar conhecimento de qualquer fato exterior, nada disso tinha a menor importância.


Em pleno sertão nordestino, acuado agora pela solidão de haver perdido tantos amigos, Moreno optou então pela fuga. Mas, como um homem rude, sem nenhuma instrução escolar, que mal conhecia os limites da região onde nasceu e da qual nunca se ausentou, conseguiu romper a vigilância dos homens da lei e fugir, ao lado de sua amada, para um lugar tão distante como Minas Gerais? Pois Moreno e Durvalina, caro leitor, conseguiram romper esse cerco.
Antes de contar esta fascinante história de fuga, vamos conhecer um pouco a trajetória desses dois intrépidos cangaceiros.
Natural de Tacaratu, PE, Moreno, cujo nome completo é Antonio Ignácio da Silva, nasceu no dia lº de novembro de 1909. São seus pais: Manuel Ignácio da Silva e Maria Joaquina de Jesus. Ele entrou para o cangaço ali pelo ano de 1930, quando era apenas um jovem de 21 anos. Antes de abraçar a vida do cangaço, Moreno era um pacato trabalhador que ganhava seu honesto dinheirinho prestando serviços nas fazendas da região. Numa destas fazendas, de propriedade de um senhor chamado André, Moreno, ou melhor, Antonio (como era chamado antes de ingressar no cangaço), praticou o primeiro homicídio, das 21 mortes que cometeu durante sua longa vida de cangaceiro. O fato é narrado em todos os seus detalhes por João de Sousa Lima, diretor de publicação e arquivo público do Instituto Histórico e Geográfico de Paulo Afonso, na Bahia, no livro intitulado Moreno e Durvinha – Sangue, amor e fuga no cangaço, lançado em 2006.

Uma sobrinha do dono da fazenda enamora-se de Antonio. Para azedar a amizade entre ambos, uma agregada da propriedade, conhecida por Antoninha, conta para Antonio que a moça não é mais virgem. Acrescenta que ela havia “se perdido” em troca de uma novilha de gado. Esta mesma conversa é levada ao conhecimento de André pela própria Antoninha, mas de forma envenenada. Diz que o boato fora espalhado por Antonio, que é abordado pelo patrão. Injuriado, ele nega tudo, argumentando que soube do fato pela boca de Antoninha. Ao entardecer, André reúne no pátio da fazenda, além de sua sobrinha, todas as pessoas que convivem ali com ele. Lá estão também Antonio, um irmão de André, de nome Ananias, Antoninha e seu marido. Ao notar a aproximação de Antonio, Antoninha se antecipa, dizendo:
- Oh, seu Zé, que história é essa que o senhor foi contar
para o André?

- Aquela que você me contou.
- Mentira sua, disse ela nervosa.
Antonio respondeu que não era homem de mentira e aplicou um violento murro na orelha de Antoninha, que caiu zonza no chão. Diante da cena, o marido dela partiu furioso sobre Antonio, que sacou de uma faca peixeira e, ato contínuo, cravou a arma no peito do homem, que caiu se esvaindo em sangue sobre a mulher e, em seguida, morreu.
Antes de fugir, Antonio, a faca assassina em punho, ainda mirou as pessoas ali presentes com o olhar transtornado de quem estava pronto para o que desse e viesse. “Quem se considerar meu amigo não se aproxime!”. Como ninguém fez um único gesto para detê-lo, pegou o caminho do mato e sumiu no meio do mundo. Esta foi a porta aberta para Antonio entrar no desafiante e incrível mundo do cangaço. Depois de trabalhar numa usina de açúcar e em algumas fazendas da região, Antonio se depara, numa dessas propriedades, com um bando de cangaceiros. Eram eles: Virgínio, Luiz Pedro, Maçarico, Fortaleza e Salviano, vulgo Medalha.


Deixaram com ele um recado para o Sr. Antonim, dono da fazenda, avisando que em determinado prazo voltariam para pegar uma encomenda. Eram duzentos mil réis. Quando voltaram, trouxeram com eles um coiteiro, devidamente amarrado, que os havia denunciado à polícia. Traição no cangaço era sinônimo de morte. Os cangaceiros se arrancharam na fazenda durante uns três dias e fizeram amizade com Antonio, que se mostrou interessado em segui-los. Antes de partirem, submeteram-no a um teste de fogo. Entregaram-lhe uma “Mauser” (carabina automática, de fabricação alemã) e pediram que fizesse o serviço.
Frio como uma pedra de gelo, Antonio segurou a arma com firmeza e mirou calmamente o peito do miserável. Em seguida, acionou o gatilho. O pobre homem caiu morto no meio do acampamento. Naquele instante, Luiz Pedro, famoso pela valentia e por ser um dos homens de confiança de Lampião, deu dois passos em direção a Antonio e afirmou, convicto: “Você vai com a gente. E de agora em diante seu novo nome será Moreno”. Estava, assim, selado o batismo do ingresso de Antonio Ignácio da Silva no cangaço. Por ser um homem extremamente arisco e muito valente e, acima de tudo, pelo faro que tinha das coisas, cedo se destacou entre os companheiros como uma pessoa altamente preparada para o cangaço. Mais tarde vamos vê-lo substituindo Virgínio, cangaceiro morto em combate, no comando de um subgrupo de Lampião.


Durvalina Gomes de Sá nasceu em Paulo Afonso, BA, no dia 25 de dezembro de 1915. Seu umbigo está enterrado na Fazenda
Arrasta-pé, de propriedade de seus pais, Pedro Gomes de Sá e Santina Gomes de Sá. A fazenda, um oasisinho aconchegante, ficava a dois passos do Raso da Catarina, região inóspita, talvez a mais inóspita do País. Era lá, no Raso, onde Lampião e seus cabras se refugiavam quando a perseguição das volantes se tornava mais intensa. Amigo da família de Durvalina, Lampião escolheu a fazenda Arrasta-pé como um dos seus coutos preferidos. O local, palco de comemorações familiares, com direito às devidas festinhas, vivia sempre rodeado de cangaceiros.
Numa dessas visitas, o cangaceiro Virgínio, vulgo Moderno, viúvo de Angélica Ferreira da Silva, irmã mais velha de Lampião, se enfeitiçou por Durvalina, que tinha apenas 15 anos. Ela era muito bonita e vivia triturando o coração dos rapazes que frequentavam a fazenda de seus pais. Virgínio, 27 anos, natural do Rio Grande do Norte (nasceu em 1903), com fama de galanteador, não perdeu tempo. Pegou Durvalina e, para desespero dos pais dela, fugiu com a moça para o cangaço.

Amigo próximo e ex-cunhado de Lampião, Virgínio era chefe de um sub-bando. Perverso, costumava castrar suas vítimas.
Há registro de diversos casos em que ele mesmo castrava ou mandava alguém do bando executar o serviço.
Durvalina nutria por ele um grande amor. Tiveram dois filhos, Lourdes e Pedro, que, criados longe dos pais, vieram a falecer nos primeiros anos de vida. Durvalina ficou ao lado de Virgínio até o dia em que, atingido no joelho por uma bala desferida em combate por um soldado, ele morreu depois de perder muito sangue.

Profundamente abatida, Durvinha é amparada por Moreno, que faz parte do grupo, sendo a segunda pessoa de Virgínio. Ele pergunta se ela quer voltar para a casa dos pais ou se quer ficar com ele. Ela aceita ficar com Moreno. Então, a partir daquele momento, Durvalina e Moreno iniciam um romance que se perpetua até os dias de hoje. São 72 anos de união.
Agora, Moreno é o novo chefe do bando. Amigo inseparável de Virgínio, ele chora copiosamente no momento em que vai enterrar o velho companheiro de incontáveis lutas. Em seu livro, João de Sousa Lima conta que, no dia seguinte à morte de Virgínio, ocorrida em outubro de 1936, nas proximidades da fazenda Rejeitado, sul de Sertânia, Pernambuco, os soldados desenterraram o corpo dele e arrancaram os dentes de ouro que estavam incrustados na boca do morto. E ainda, num ato de extrema selvageria, cortaram a orelha do cangaceiro e a levaram salgada para ser exibida no povoado Morro Redondo.

Com a morte de Virgínio, Moreno assume a chefia do grupo, que começa a se esvaziar. Mas a debandada é passageira. Logo o bando se fortalece de novo e Moreno segue sua vida no cangaço ao lado de Durvalina. Vez por outra ele retoma o contato com Lampião para juntos discutirem estratégias e novas investidas dos grupos. Nesses encontros, que se dão em coutos ou em plena caatinga, as presenças de Corisco, Luiz Pedro e Zé Sereno, também chefes de subgrupos, são imprescindíveis. Vale lembrar que os subgrupos funcionavam sob a supervisão de Virgulino.

No intenso calor das caatingas, saqueando ou fugindo das volantes, a vida de Moreno e Durvalina era um verdadeiro inferno.
Nos poucos momentos em que não estavam sob a mira dos fuzis inimigos, os dois aproveitam as sombras da noite para fazer amor. Algumas vezes nem podiam terminar o ato porque eram surpreendidos pelas volantes e tinham que fugir às pressas.

Numa dessas paradas, com o céu incendiado de estrelas, conforme lembra Durvalina, a polícia não apareceu. E ali, no meio da mais profunda solidão da caatinga, os dois se amaram intensamente. E vieram outras noites calmas e abençoadas por Cupido.
Outras manhãs, outras tardes, outras madrugadas. E haja amor entre os dois cangaceiros. Corria o ano de 1937. Durvalina passou a mão sobre a barriga e descobriu que estava grávida. No dia 03 de janeiro de 1938, ela deu à luz um menino, nos carrascais da fazenda Riachão, em Tacaratu. Quem serviu de parteiro foi o próprio Moreno.
Com muitas dificuldades para criar o menino na vida de nômades que levavam, Moreno e Durvalina decidiram doar a criança para o cônego Frederico Oliveira Araújo, de Tacaratu. A criança foi batizada com o nome de Inácio e ficou com o padre até o dia em que este morreu, 14 de janeiro de 1944. Depois, Inácio foi levado à cidade de Paulo Afonso para conhecer a verdadeira família. Hoje, Inacinho, como é mais conhecido, vive no Rio de Janeiro, onde é oficial da Polícia Militar daquele estado.

A FUGA
Agora que o cangaço não tinha mais horizontes, pois todos os seus grandes líderes, como Lampião e Corisco, estavam mortos, só haviam duas saídas para Moreno: se entregar à polícia ou fugir. O próprio padre Frederico Oliveira fazia apelos insistentes para que o casal fugisse, pois do contrário a presença deles em suas terras, caso fossem descobertos, poderia trazer grandes problemas para o sacerdote. Moreno decidiu atender os pedidos do padre, mas disse para Pedro Tiririca, porta-voz do vigário, que precisava de ajuda para ir embora. O padre lhe mandou roupas, calçados, um burro com mantimentos e 200 mil réis.
No dia 02 de fevereiro de 1940, dia da Festa de Nossa Senhora da Saúde, Padroeira de Tacaratu, os cangaceiros aproveitaram o silêncio da noite e partiram. Tiveram, antes, o cuidado de trocar as tradicionais roupas do cangaço por vestes comuns. Em seguida, Moreno escondeu todas as balas num oco de pau. Depois, emocionado, pegou o velho mosquetão que o acompanhou por tanto tempo e o colocou, cuidadosamente, na fenda de uma rocha. Ali também deixou o chapéu, mas não se esqueceu de arrancar da peça uma moeda de ouro e uma libra esterlina que serviam de adorno. Com o coração partido, Durvalina chorou copiosamente por se ver forçada a afastasse do filho. Moreno, acostumado às brutais estocadas do cangaço, também não resistiu e seus olhos encheram-se de lágrimas. E ainda improvisou os seguintes versos: “Dentro do meu coração/Nasceu um pé de flor/Mas toda folhinha murchou/por causa de meu filho Inacinho/Que em Tacaratu ficou”. Matos têm olhos e paredes têm ouvidos. Era preciso, portanto, muito cuidado nessa nova empreitada. O peito protegido por uma medalha de Nossa Senhora e do Sagrado Coração de Jesus, Durvalina, um longo xale a cobrir-lhe a cabeça e os ombros, era a imagem perfeita de uma pacata senhora em sua monótona mas decidida marcha rumo ao desconhecido. De nomes mudados, os cangaceiros pegaram as margens do rio São Francisco, cuja rota seguia em direção a Minas Gerais. Quando perguntavam para onde iam, a resposta era a sempre a mesma: “Somos romeiros e vamos pagar uma promessa em Bom Jesus da Lapa”.


O autor deste blog junto ao filho de Moreno e Durvinha, Inácio.
Depois de quatro longos e extenuantes meses, alimentando-se de peixes, arroz de leite, arroz solto, feijão, farinha, rapadura, tudo isso servido por pescadores e ribeirinhos, sem falar nos mantimentos dados pelo padre, chegam finalmente a Bom Jesus da Lapa, interior da Bahia.

Logo nos arrabaldes da cidade, foram acolhidos na casa de uma senhora chamada Gertrudes. “Durvalina chegou aos extremos de suas capacidades, dentro do seu limite, enfadada, sentindo dores e o corpo com um pouco de inchaço”, observa João Lima em seu livro. A cangaceira estava há vários dias com a menstruação atrasada. Mesmo recebendo o carinho e a atenção da dona da casa, que abrigou o casal por uns dias, o estado de saúde de Durvalina se agravava cada vez mais. Chegou um momento em que, enlouquecida, saiu correndo totalmente nua ao encontro de Moreno, que estava descansando, sentado debaixo de uma árvore na frente da casa. Ao perceber a cena, assustado, ele segurou a companheira e a conduziu para dentro da residência. Dias depois, já restabelecida, Durvalina parte em companhia de Moreno na carroceria do primeiro caminhão que encontraram parado na feirinha da cidade. No bolso, os duzentos mil réis que acabara de receber com a venda do burro. Seguiram rumo a Montes Claros, Minas Gerais, mas desceram em Araçuaí, no entroncamento, pois o motorista havia avisado que só ia até aquele local. De lá foram furando de novo a estrada a pé. Doçura de caminhada. O pior já tinham deixado lá para trás. Chegaram em Montes Claros ao alvorecer do outro dia. Compraram umas coisinhas na estação, com o dinheiro apurado na venda do burrinho e, em seguida, tomaram a direção de Bocaiúva. Ali passaram um ano na fazenda Taboa, onde Moreno trabalhava cortando lenha para a velha Maria Fumaça, maquinazinha a vapor que até hoje encanta as pessoas.
Moreno queria abrir novas veredas. Então, arrumou de novo as tralhas e partiu com Durvalina para Augusto de Lima, onde trabalharam na fazenda Curumataí, no povoado de Santa Bárbara, de propriedade do Sr. Torval Sampaio, durante dez anos. Dez anos de trabalhos abençoados. Moreno começou a crescer. Além de cultivar muita mandioca, ele extraía lenha e vendia o produto para a Estrada de Ferro Central do Brasil. Chegou a ser o maior fornecedor de farinha da região do Norte de Minas. Seus negócios prosperam bastante. Depois, abriu uma casa noturna, que permaneceria em seu poder até o ano de 2000, quando resolveu “se aposentar”, aos 91 anos.

Hoje, ele vive em Belo Horizonte ao lado da mulher e dos cinco filhos (além dos netos e bisnetos), todos nascidos em Minas.
São eles: Murilo, João, Nely, Dadá e Dinho. Inacinho, o primeiro filho deixado para o padre Frederico criar, virou oficial de polícia e vive no Rio de Janeiro. Aliás, o casal soube orientar bem os filhos. João, além de poliglota (escreve e fala fluentemente vários idiomas sem nunca ter ido a uma escola especializada), é maître de um grande hotel em Belo Horizonte. Nely é funcionária pública, Murilo foi motorista e aposentou-se como instrutor da empresa de ônibus Gontijo, e Dinho é comerciante. O casal passou 66 anos, desde o dia em que deixou o cangaço, no mais absoluto segredo, sem contar um dedo de sua emocionante história a ninguém. A ninguém mesmo. Nem os filhos sabiam de nada. Em 2005, adoentado, Moreno pensou que ia morrer e resolveu contar tudo para os filhos. Antes, conversou com Durvalina sobre o assunto, mas ela não concordou com o marido. Depois de muita insistência ela cedeu. A primeira pessoa a saber dos fatos foi Murilo, filho mais velho do casal. Depois, os ex-cangaceiros reuniram o restante da família e contaram, olho no olho de cada filho, a longa e dramática vida que levaram no cangaço.

A emoção tomou conta de toda a família e, como não podia ser diferente, as lágrimas inundaram os olhos de todos. Nely começa a travar uma alucinada busca na esperança de localizar o irmão Inacinho. Faz desesperadas tentativas. Liga pra quase todo mundo em Tacaratu, cidade onde ele foi deixado pelos pais com o padre Frederico Araújo. Depois de angustiantes telefonemas conseguiu falar com a Casa de Cultura e, por intermédio de dona Joana, fica sabendo que Inacinho vivia no Rio de Janeiro e só aparecia em Tacaratu durante os festejos da Padroeira. Quando Nely falou com o irmão pelo telefone e contou a história dos pais, Inacinho pensou tratar-se de mais um dos muitos trotes que recebera na ânsia de localizá-los. Então, para convencer o irmão, Nely pôs Durvalina do outro lado da linha.
Finalmente convencido de que Durvalina era sua mãe, ele desabou a chorar.
O encontro de Inacinho com os pais e o restante dos irmãos e demais parentes, inclusive os tios, irmãos de Durvalina, se deu no dia 05 de novembro de 2005 na casa de Moreno, em Belo Horizonte. Parecia cena de filme. Aliás, o cineasta cearense Wolney Oliveira vai aproveitar algumas imagens que fez desse encontro para o filme que está rodando sobre o cangaço, intitulado Lampião, Governador do Sertão.

Durvinha faleceu em 2008 e Moreno em 2010"

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

NOVA CAMPANHA E MAIS UM “CANDIDATO DE GARIBALDI”


por Redação

ALBIMAR FURTADO
Jornalista
▶ albimar@superig.com.br
Chefe de gabinete, quase um menino, do então prefeito Agnelo Alves; deputado estadual, líder de bancada; prefeito de Natal; senador; governador do Estado; presidente do Senado; ministro. Currículo completo? Não. Tem sido também patrocinador de campanhas vitoriosas com os candidatos, em eleições majoritárias, adotando a estratégia do tipo “candidato de Garibaldi”. Mais uma vez o político assume a responsabilidade em uma nova campanha dedicando-se, com empenho, à candidatura de seu partido à prefeitura, Hermano Morais.
Foi assim na primeira investida do empresário Fernando Bezerra, disputando uma vaga ao senado. Seu slogan de campanha era direto: o senador de Garibaldi. Disputava com um nome já conhecido, testado nas urnas, o senador Carlos Alberto de Souza, com votações anteriores consagradoras e que buscava a reeleição. Final do pleito, o senador de Garibaldi, Fernando Bezerra,estava eleito.
Na última campanha para o governo estadual novamente o nome de Garibaldi estava à frente. Apoiava uma candidata que não era de seu partido, mas de uma sigla que historicamente disputava com o então senador a liderança política e eleitoral no Rio Grande do Norte, o DEM do senador José Agripino. Vinda de Mossoró, surgiu o nome da ex-prefeita Rosalba Ciarline.
Na campanha, usou-se à exaustão o apelo de a governadora de Garibaldi, particularmente em Natal. Rosalba venceu fácil, inclusive na capital.
Há que se registrar insucessos também. Foi assim no apoio a Fernando Freire, que buscava uma reeleição e foi derrotado por Wilma de Faria. Mas Fernando não apresentou-se como o candidato ou o governador de Garibaldi. Resultado negativo também no apoio à deputada Fátima Bezerra, candidata a governar Natal na eleição passada. Outra que não apareceu como a prefeita de Garibaldi. Mas há que se considerar ainda nomes e empenhos. Aquela história de que cada jogo é um jogo. Numa determinada partida o atleta está lépido, fagueiro, participa de todas as jogadas ofensivas, mas em outras mostra-se exausto, quase andando dentro do campo. Momentos diferentes.
Na presente campanha o Ministro desempenha o papel daquela primeira alternativa. O seu partido, o PMDB, lançou um candidato, Hermano Morais, mais um candidato de Garibaldi. O prefeito de Garibaldi. E não foi difícil constatar a força desse capital. Nas pesquisas de intenção de votos, comecinho da campanha, Hermano estava em seus 3, 4 e 6 pontos. Na Cidade da Esperança, Garibaldi, em discurso incisivo, anunciou que “Hermano é o candidato do meu coração”. Catapultou o homem dos 6 por cento para 16. Nesse patamar o candidato patinou, embora usando, também à exaustão, a imagem de seu maior patrocinador nos programas eleitorais de rádio e televisão.
Resultado indicando vitória do opositor no primeiro turno à vista. Além disto, surgia a onda Mineira, se não avassaladora, fortemente ameaçadora de chegar ao segundo lugar. Dificuldades? Chama Garibaldi. E de novo ele chegou, com apelos incisivos, participando dos programas, desencadeando milhares de telefonemas às vésperas do dia 7, apelando para o voto ao seu candidato. No dia da eleição, desfilou com Hermano nas secções eleitorais. Ufa. Manteve, com dificuldades, o segundo lugar, elevando o percentual do candidato para os 23 por cento. Somando seu esforço à onda Mineiro, levou o pleito ao segundo turno.
Mesmo assim, a votação ainda ficou desequilibrada, considerando o índice atingido pelo candidato Carlos Eduardo Alves, com uma diferença de 17 pontos percentuais. Novo momento e, claro, nunca Hermano terá sido tão candidato de Garibaldi quanto será neste segundo turno.
Fonte: Blog do Novo Jornal

A leitura engrandece a alma

Voltaire

De: Doce Mistério

Sonho.
Não Sei quem Sou
Sonho.
Não sei quem sou neste momento.
Durmo sentindo-me.
Na hora calma
Meu pensamento esquece o pensamento,
Minha alma não tem alma.

Se existo é um erro eu o saber. Se acordo
Parece que erro. Sinto que não sei.
Nada quero nem tenho nem recordo.
Não tenho ser nem lei.

Lapso da consciência entre ilusões,
Fantasmas me limitam e me contêm.
Dorme insciente de alheios corações,
Coração de ninguém.

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

As propriedades benéficas da vagem

A vagem possui quantidades significativas das vitaminas C, A e do complexo B, os minerais cálcio e fósforo que ajudam na formação de dentes e ossos, e o ferro que ajuda na formação do sangue. Também possui celulose que ajuda a estimular as funções intestinais  a digestão e a regeneração do sangue. Além disso possui carboidratos, mas não é calórica, possui cerca de 40 calorias a cada 100 gramas. Também ajuda a ativar os processos enzimáticos do corpo e age como calmante.

Contém ácido fólico, muito importante para gestantes e a formação do bebê, é fornecedora de energia, evita constipação, é antioxidante graças a luteína e carotenoides  auxilia no funcionamento do sistema nervoso e prolonga a sensação de saciedade, ideal para regimes de emagrecimento.

Por não serem secas, como o feijão, o consumo da vagem não causa gases e é de fácil digestão.
A vagem nos tratamentos de diabetes e hipertensão

O chá da vagem pode ser um importante coadjuvante no tratamento de hipertensão e diabetes, estimulando a produção de insulina. Ele deve ser preparado fervendo 100 gramas do vegetal em meio litro de água por 5 minutos, e tomado três vezes ao dia, uma xícara cada vez.

"Merci"


Cientistas da UFRN identificam mecanismo da memória que pode ajudar na cura do mal de Alzheimer


Um grupo de cientistas do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ICe-UFRN), em colaboração com cientistas da Universidade de Uppsala, na Suécia, descobriu o funcionamento de mecanismo da memória que pode ajudar na elaboração de medicamentos para a cura do mal de Alzheimer e da esquizofrenia, entre outras doenças.

De acordo com os cientistas, o cérebro utiliza somente um mecanismo para gravar e lembrar memórias, alternando entre uma função e outra em fração de segundo. Nas pesquisas, os cientistas descobriram que as células responsáveis pela memória são sensíveis à nicotina, precisamente o grupo analisado. Outros pesquisadores deverão tentar desenvolver um medicamento semelhante à substância, porém, sem os efeitos nocivos.

O neurocientista e professor da UFRN Richardson Leão, que participou das pesquisas, disse que é necessário ter cautela sobre os medicamentos que serão desenvolvidos. Segundo ele, é preciso ainda realizar mais etapas de pesquisas. "As pesquisas são feitas com animais - neste caso específico, com roedores - que são diferentes dos seres humanos, embora, no caso das células estudadas, existam semelhanças."

Os pesquisadores descobriram que a ativação de um tipo específico de neurônios, conhecido como  OLM , altera o fluxo de informação do hipocampo - região cerebral que funciona de forma semelhante à memória RAM dos computadores, armazenando temporariamente a informação que depois será salva no córtex. A revelação foi possível devido aos avanços tecnológicos recentes e testes feitos com camundongos transgênicos.

Pesquisas anteriores indicavam que os neurônios do tipo OLM tinham um papel-chave no controle da memória. Mas o camundongo desenvolvido na Suécia permitiu testar a hipótese. O cientista sueco Klas Kullander e o grupo dele geraram um camundongo transgênico cujos  neurônios brilham quando iluminados por luz verde.

Os cientistas brasileiros injetaram um vírus geneticamente modificado no animal, deixando as células OLM sensíveis à luz. Ao utilizarem fibras óticas, os cientistas conseguiram ativar e inativar essas células, lançando mão de uma nova tecnologia, conhecida por optogenética.

No estudo, cientistas brasileiros e suecos mostraram que as células OLM modulam a entrada e a saída de informações nas vias do hipocampo. Quando ativadas, essas células priorizam os sinais provenientes do próprio hipocampo, atraindo as memórias armazenadas ao mesmo tempo em que fecham a entrada de informações sensoriais na região.

A próxima etapa das pesquisas é fazer estudos eletrofisiológicos no Instituto do Cérebro da UFRN, com base em uma investigação da atividade elétrica do cérebro, para entender de que forma as células OLM influenciam as ondas cerebrais no hipocampo, também envolvidas na formação de memórias.

Nas pesquisas, os cientistas conseguiram também demonstrar que o contrário ocorre quando essas células estão inativas. O estudo foi publicado na revista Nature Neuroscience de outubro. A pesquisa foi possível devido a um convênio de cooperação científica financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Os cientistas brasileiros, no entanto, advertem que é necessário vencer algumas limitações existentes no Brasil e que acabam por limitar as pesquisas com animais transgênicos trazidos do exterior. Segundo eles, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) relaciona como biopirataria a importação de animais transgênicos para pesquisas científicas de financiamento público.

Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Vereador eleito desautoriza nota do PT sobre apoio a Carlos Eduardo

O vereador eleito Hugo Manso, integrante do diretório do PT em Natal, acaba de "desautorizar" a resolução de apoio do partido ao candidato do PDT, Carlos Eduardo, divulgada minutos atrás aos jornalistas presentes à reunião no Hotel Monza.

Visivelmente irritado pelo fato de copias da resolução ter sido entregue à imprensa, antes do final da reunião das lideranças petistas, Hugo Manso disse aos jornalistas que "essa resolução ainda não oficial" e que "ainda tem pontos pendentes" (sobre o apoio ao candidato pedetista) que precisavam ser discutidos.

Os deputados Fenando Mineiro e Fátima Bezerra estão participando da reunião, mas encontram-se em outra sala, e não falaram ainda com os jornalistas sobre o que parece ser uma divisão de ultima hora entre as lideranças petistas.

A definição sobe o apoio parece ser majoritária entre os dirigentes e militantes que participam da reunião no hotel Monza. A versão da resolução cujas cópias circulam entre os filiados ao partido que estão no auditório do hotel, é a única apresentada até agora, na qual o diretório orienta o "voto crítico". O teor do texto explica que o apoio não é incondicional e não reivindica participação em uma possível equipe de gestão de Carlos Eduardo, em caso de eleição. Este ultimo ponto parece ser o foco da divergência externada pelo vereador eleito.

Mais informações dentro de instantes.

Fonte. Eleições 2012

Um pé na Ribeira


Eliade Pimentel - repórter


Para quem não for viajar, ou mesmo que "fuja" da cidade dá tempo de voltar, a dica é curtir o Circuito
Ribeira neste domingão, que será realizado a partir das 16h do dia 14 e está repleto de novidades.
Realizado em ação conjunta da Casa da Ribeira com o  Centro Cultural DoSol, o evento atrai uma vez
por mês cerca de 6 mil pessoas em média, que circulam no velho bairro das 16h às 22h. O projeto foi enquadrado na Lei Câmara Cascudo e recebe patrocínio do Governo do Estado, Vivo e Cosern.
Alex FernandesJovens músicos do projeto Ilha da Música, sob a regência de Gilberto Cabral, se apresentam no Buraco da Catita. Aqui, ensaiam para a foto no Clube de Remo, o mais novo espaço a se integrar ao CircuitoJovens músicos do projeto Ilha da Música, sob a regência de Gilberto Cabral, se apresentam no Buraco da Catita. Aqui, ensaiam para a foto no Clube de Remo, o mais novo espaço a se integrar ao Circuito

O tradicional cortejo e 'Lavagem do Beco da Quarentena' sai da sede do Gira Dança (rua Frei Miguelinho), às 17h, e segue pelas ruas da Ribeira. Nesta edição do Circuito, será lançado o projeto CenAberta, que ganhou o prêmio Funarte/Minc Procultura e traz a diversidade do teatro, dança e performance com acesso facilitado.

 O grupo mineiro Teatro Invertido fará três apresentações gratuitas do espetáculo Proibido Retornar, no sábado (13), às 20h, na Casa da Ribeira, e duas durante o circuito. De acordo com Henrique Fontes, diretor artístico da Casa da Ribeira, o CenAberta contemplou projetos de todo o Nordeste e trará até abril de 2013 atrações semanais para a Casa da Ribeira com o preço máximo de R$10.

"Para abrir o projeto decidimos fazer um circuito especial", informou. Além dos espetáculos voltados para jovens e adultos, serão apresentadas atrações cênicas para a criançada. O Armazém Hall, localizado na rua Chile, será o Armazém Criança (das 16h às 18h),  com Mamulengo dos herdeiros de Chico de Daniel e o Grupo Estação contando e cantando histórias. Além disso, o performer André Bezerra (Coletivo ES3) levará 150 caranguejos para passear pelo bairro.

Escultura gigante 

Também no domingo, o bairro ganha um presente histórico: uma obra de 12 m de altura do artista visual Guaraci Gabriel será instalada no Beco da Quarentena, com a proposta de revitalizar a via que é alvo de monturos de lixo. A obra A Flor na Raiz, orçada em R$ 10.950, teve parte do valor obtido graças a patrocínio. Para conseguir viabilizar o restante, a Casa da Ribeira está fazendo uma campanha colaborativa via Facebook, apostando naquela famosa letra de Raul Seixas: "Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só. Mas sonho que se sonha junto é realidade" (Prelúdio). Segundo Guaraci, a obra "relata o sentido atual do beco e o sentimento de passado".

O artista, que já participou de grandes eventos e bienais como Mercosul, Cuba e em Paris, é conhecido pelas esculturas monumentais em ferro.  "A ideia é revitalizar o Beco da Quarentena e torná-lo mais agradável para as pessoas que transitam no dia a dia da Ribeira, principalmente entre as ruas Chile e Frei Miguelinho", declarou Gustavo Wanderley, diretor de planejamento e estratégia da Casa da Ribeira.

Para saber como participar da "vaquinha", basta acessar o site da Casa da Ribeira. Os interessados podem doar quantias de R$ 20, 50, 100 e 200, com direito a ter os respectivos nomes na placa da obra. As colaborações podem ser feitas diretas com a casa ou depositadas na conta bancária da instituição. Haverá uma prestação de contas no dia 30 de outubro.

Proibido retornar

A movimentação na Ribeira no fim de semana começa no sábado à noite, com a abertura oficial do projeto Cena Aberta NE. Além dos grupos de Natal, o grupo mineiro Teatro Invertido fará apresentações gratuitas no sábado (13), às 20h, e no domingo às 18h30 e 20h. Após a primeira sessão, será lançado o livro Cena Invertida - Dramaturgias em Processo, que marca os sete anos de trajetória do grupo. O Teatro Invertido vem pela primeira vez a Natal graças aos prêmios Funarte Myriam Muniz e Procultura de programação de espaços cênicos.

Partindo de uma narrativa fragmentada e repleta de simbolismos, o personagem central do espetáculo Proibido Retornar, um imigrante do interior que busca oportunidades na capital, conduz o espectador por suas memórias afetivas, tendo como contraponto a realidade cruel e competitiva do ambiente urbano. Aos olhos do público, uma identidade cheia de sonhos e desejos vai se perdendo em meio à padronização das relações humanas e às imposições do mercado de trabalho.

Ao longo da encenação, os sentidos do espectador são instigados em diferentes níveis. O olfato, a visão, a audição, o paladar e o tato convidam o público a mergulhar na história, resgatando suas memórias e conflitos pessoais. O espetáculo Proibido retornar está em circulação em quatro estados brasileiros através do Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2011.

Serviço: Espetáculo: Proibido Retornar - 13/10, às 20h, e 14, às 18h30 e 20h30. Local: Casa da Ribeira.

CIRCUITO CULTURAL RIBEIRA - 14 de outubro de 2012, das 16h às 22h.

Roteiro

CENTRO CULTURAL DOSOL

Uma das casas-realizadoras do evento, situada no número 40 da rua Chile, 40,  inicia sua programação musical às 18h, com as bandas  Rejects/RN, Emblemas Baile Funk/RN, seguida de Buguinha Dub e Neguedmundo PE/RN), e encerrando com a animada  DuSouto/RN.

CASA DA RIBEIRA

Co-produtora do evento, a Casa da Ribeira (rua Frei Miguelinho, 52), imprime programação teatral ao Circuito, com a intervenção cênica Desaparecidos, às 17h30, do Grupo Estandarte de Teatro (Intervenção Cênica) e, em duas sessões, Proibido Retornar, às 18h30 e às 20h30, do grupo mineiro Teatro Invertido, que vem a Natal graças ao projeto CenAberta.

BURACO DA CATITA

Os jovens músicos da Ilha da Música, projeto "tocado" pela produtora Inês Latorraca, acompanham o maestro e líder Gilberto Cabral,  no show Giba na Madrugada, com intervenção da Companhia de Dança do Teatro Alberto Maranhão (EDTAM). O espaço é situado à rua Câmara Cascudo.

GIRA DANÇA

Para quem gosta de dança, a festa continua no espaço Gira Dança (rua Frei Miguelinho, 100), que abre a lojinha Mundo Gira às 16h30. A companhia Gira Dança apresenta às 17h o espetáculo Um Sorriso para ser Feliz, seguido de Logun (Estudo nº 01 para Mókan). O espaço encerra a participação com a intervenção urbana Bebadorroubo, pela Mobilidade Cia de Dança (Intervenção Urbana) e apresentação de  A Quarta Parede - Anízia Marques (dança).

ARMAZÉM HALL
Situado na rua Chile, o espaço se transforma em Armazém Criança, com a performance (16h) Passeio Potiguar com 150 caranguejos, de André Bezerra, do Coletivo ES3. No mesmo horário, teatro de bonecos com Herdeiros de Chico Daniel (Josivan de Chico de Daniel). A programação infantil encerra às 17h com o aclamado espetáculo Estação dos Contos, do grupo Estação de Teatro, com Nara Kelly, Caio Padilha e Manu Azevedo. No mesmo local, haverá Samba de Roda, a partir das 19h.

ESQUINA DA DR. BARATA COM TAVARES DE LYRA

A festa do reggae, estilo musical que agrega uma verdadeira legião de fãs em Natal, acontecerá na esquina das Dr. Barata com Tavares de Lyra, das 18h às 22h, com a banda Missigena SoundSystem.

NALVA MELO CAFÉ SALÃO

A charmosa casa da cabeleireira Nalva Melo, na avenida Duque de Caxias, 110, abrigará a partir das 16h a palestra Linguagem cinematográfica, com Ana Cecília Aragão (Goiamum Audiovisual), seguido da Mostra  Curta Goiamum no Circuito (17h), mais exposição Caminhos e Itinerários, de Rosa Maciel, e intervenção visual  Esquetes para Nalva, de Clarissa Torres. O jazz toma conta do lugar às 20h, com  Bruna Hetzel.

ESPAÇO À DERIVA

Caracterizados de palhaços, um grupo de atores (preparados pela atriz paulista Adelvane Néia) sairá às ruas interagindo com o público. O ponto de partida da Saída Clown será a sede do grupo Atores à Deriva, situado  em frente à  Casa Da Ribeira. No local, destaque para a performance Dançando às Avessas, a partir das 19h.

GALPÃO 29

Dançante e eletrizante: a partir das 19h, a cena eletrônica toma conta da rua Chile, com a reunião de Djs que fazem a Eletronic Party. Para deixar a balada mais arrojada, performance Eu, com Junior Minhoca.

CONSULADO BAR 

Com sua voz suave, o cantor e compositor Esso Alencar se apresenta no Consulado Bar, às 19h. Rua Câmara Cascudo, próximo ao Buraco da Catita.

CULTURA CLUBE

Líder do movimento regueiro potiguar, o músico e VJ Helder Lima inicia seleção de músicas e projeção de imagens às 18h, no espaço situado por trás do TAM, na avenida Rio Branco. A bandas  Faces Negras e Naturalmente se apresentam a partir das 19h.

ATELIER FLÁVIO FREITAS

O artista abre seu atelier (avenida Duque de Caxias, 182) para visitação, às 16h, disponibilizando diversas obras em exposição. No térreo do espaço, às 19h, concerto  Acorde na Ribeira, pelo Grupo Acorde.

CLUBE DO REMO

O Clube do Remo abre suas portas para um pôr do sol ao som da banda Androide Sem Par, que faz show acústico (16h30), seguido de performances artísticas. Será realizado no local o Club Bazar, com venda de produtos culturais, trocas e discotecagem.

CASA DE FERREIRA ITAJUBÁ

Espaço cultural localizado na rua Chile, no sobradinho que homenageia o poeta Ferreira Itajubá, haverá venda de produtos culturais no Bazar Itajubá, no número 63 da rua Chile.

Fonte: Tribuna do Norte

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Estranho aventureiro de mil sonhos,
Meu coração não cessa de querê-la.
Por que meus olhos procuraram vê-la.

Caldas, poeta potiguar do Assu

 

CORAÇÃO DE AVE

Escondo meus medos
no contorno
dos teus mistérios.

Bebo-te num só gole
- sedento e inocente-
e encolho-me no peito da manhã.

Vigio meu coração de ave
(arrojo de rasantes e alturas)
que (re)pousa em teus quintais
e adormece em teu interior...

Luciana Dimarzio
 — com O canto da Lu-a.

O riso


O riso é a crença mais pura
Das alegrias terrenas...
- Um’ave levando as penas
No coração da ventura...

Caldas, poeta potiguar

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...