segunda-feira, 1 de junho de 2020

LEMBRANDO MARINHO CHAGAS

Título do blog.

Leandro Mendes

Hoje é o dia da saudade dele.
° Francisco das Chagas Marinho, mais conhecido como Marinho Chagas (Natal, RN, 8 de fevereiro de 1952 — João Pessoa, PB, 1 de junho de 2014) foi um futebolista brasileiro que atuou como lateral-esquerdo.

Lançado para o futebol pelo Riachuelo, pequeno clube da Grande Natal, no decorrer da carreira Marinho Chagas atuou por clubes de destaque regional e nacional como ABC, Náutico e Botafogo, onde conquistou destaque e chegou à Seleção Brasileira e, depois, à Copa do Mundo de 1974. 
Também atuou por Fluminense, Bangu, São Paulo, Fortaleza, e junto com Franz Beckenbauer no New York Cosmos. Encerrou a carreira como jogador no Harlekin Augsburg, da Alemanha.

Apelidado de "A Bruxa", ou simplesmente "Bruxa", era conhecido pelo comportamento irreverente e não raro polêmico dentro e fora de campo, se destacando por estar taticamente à frente de seu tempo: avançava livremente pela lateral do campo rumo ao ataque, características de um verdadeiro ala. Isso na época causava controvérsia, já que antigamente era considerado muito mais importante para um lateral marcar do que apoiar.

Nos seus últimos anos de vida, morou em sua cidade natal, onde era comentarista da Band Natal, emissora Grupo Bandeirantes de Comunicação.

Marinho foi homenageado diversas vezes no Rio Grande do Norte; a última delas foi uma estátua sua entre as decorações da cidade do Natal para a Copa do Mundo. Ele também havia sido nomeado pela então prefeita da cidade Micarla de Sousa como embaixador da cidade-sede para a Copa do Mundo.

Faleceu em 1 de junho de 2014 após sofrer uma hemorragia digestiva alta.


A vida de Marinho Chagas é contada no livro "A Bruxa e as vidas de Marinho Chagas", escrito pelo jornalista Luan Xavier e publicado em novembro de 2014 em Natal.
Títulos
ABC
Campeonato Potiguar: 1970
São Paulo
Campeonato Paulista: 1981
Fluminense
Troféu Teresa Herrera: 1977
Seleção Brasileira
Torneio Bicentenário dos Estados Unidos: 1976
Prêmios individuais
Bola de Prata da Revista Placar: 1972, 1973 e 1981
Melhores do Futebol (El País): 1974 (2º colocado)

Cine Teatro Pedro Amorim (Documentário)- Assú-Rn



O TÚNEL DA JUNQUEIRA AIRES
Você sabia que em Natal há um túnel subterrâneo entre a avenida Junqueira Aires e o rio Potengi? Ele foi construído em 1938 para servir as obras de saneamento da capital potiguar.O referido túnel foi construído entre esta avenida e a avenida Ocidental, atualmente avenida do Contorno.
A inauguração do túnel
Com a presença do Dr. Aldo Fernandes, interventor interino, Dr. Gentil Ferreira, prefeito da capital, diretores de departamentos, engenheiros e outras autoridades e representantes da imprensa, foi inaugurado em 15/01/1938 pela manhã o túnel da Avenida Junqueira Aires construído pelo Escritório Saturnino de Brito par ao Serviço de Saneamento de Natal.
O canal interior foi percorrido pelas pessoas presentes na ida e na volta, causando a todos excelente impressão.
O Dr. Gouveia de Moura, engenheiro chefe da Comissão de Saneamento, após o primeiro discurso, proferiu algumas palavras sobre o túnel recém-inaugurado com a presença do interventor interino
Por sua vez o interventor interino Aldo Fernandes congratulou-se com a população da cidade, pela inauguração do citado melhoramento, estendendo as suas felicitações ao Escritório Saturnino de Brito.
O fotografo João Alves fez várias chapas fotográficas do ato.Não conseguimos encontrar tais fotos.
Atualmente o túnel é propriedade da CAERN e desconheço sua finalidade hoje em dia.
Fonte: A Ordem, 16/01/1938, p.1.

ARTIGO - INÁCIO LACERDA UM VISIONÁRIO DO SEU TEMPO

As lembranças se fazem de várias formas, matérias jornalísticas, fotos, documentários, depoimentos, relatos, entre outros.
Por duas ou mais vezes tive a satisfação de conversar com o Senhor Inácio Lacerda.
Os encontros foram sempre na bodega de Sebastião Borges, ali onde hoje funciona o Banco do Nordeste.
Aos sábados encontravam-se várias pessoas das comunidades circunvizinhas, sempre acompanhei o meu saudoso pai, o velho Torquato, e, por isso sou testemunha do prazer que ele demonstrava ao encontrasse com o líder comunitário o Senhor Inácio Lacerda, um visionário do seu tempo.
Lembro-me como se fosse hoje meu pai me apresentando a ele e o mesmo respondendo nos traços do filho, encontro o pai.
Então passei a conversar com aquele homem de semblantes por vezes sisudos e senti fortemente a marca de sua personalidade, como também me pareceu ser um homem de poucas palavras mais de grande e fecundos gestos.
O tempo tem muitas coisas a dizer sobre o pai do Blogueiro Aluizio Lacerda, homem de reconhecidissima capacidade no mundo das organizações rurais, teve participação decisiva para a fundação do Sindicato Rural de Carnaubais.
E aqui neste relato simples e ligeiro a cerca que vi e ouvi da inteligência daquele homem, que foi o primeiro Presidente do Sindicato por ele fundado.
CHICO TORQUATO

De: Aluizio Dias Lacerda

domingo, 31 de maio de 2020

CALDAS, O POETA ESQUECIDO

O longo poema abaixo transcrito, é produção de um grande poeta brasileiro nascido em 1888, ainda esquecido e injustiçado da poesia nacional chamado João Lins Calda. Caldas é de família do Assu, interior do Rio Grande do Norte. Viveu a Belle Époque brasileira (em português, bela época) no Rio de Janeiro entre 1912-33. Autor compulsivo, personagem de romance  intitulado Território Humano de autoria de José Geraldo Vieira, um dos pioneiros do romance moderno brasileiro, encarnado no personagem "Cássio Murtinho", porém teve a infelicidade de não ter conseguido publicar seus treze livros que tinha organizado em manuscritos, mas teve o privilegio (além de ser personagem de romance) de um dos seus poemas ter sido lido através da rádio britânica BBC, isso, salvo engano, na década de quarenta.
Poeta de diversos estilos e temas. Os poema que Caldas escreveu aos milhares, são de versificação profunda. Será que foi a toa que o poeta pernambucano Mauro Mota externou que João Lins Caldas tem poemas dos melhores da língua portuguesa? Pois bem, os versos adiante (inédito) é testemunho da grandeza do seu poetar. Senão, vejamos:
Senhor a vasta mancha dessa negra alma de todo a vasta imensidão de todo o Vosso imenso céu.
Um mar escuro, sonolentas águas,
E vagas de queixumes, a profunda mistura de gemidos,
E de choro, e de gritos, e de imprecauções, e de blasfêmias,
Gira no negro ar, um ar espesso e pestilento, a angustia de todas as torturas e de todas as descendências.
Senhor, o Vosso céu está toldado.
Da terra para o céu, sobem, de dedos longos, num pavor crispados,
AS preces que Vos pedem, os anseios e os apelos que Vos apontam o condenado.
Senhor, eu grito e apelo para o céu.
Clamo, diante de Vós, o testemunho de todas as plantas da terra
E de todos os seres da terra
E de todos os caminhos, palmilhados e não palmilhados
E de tudo que brilha das estrelas
A noite para de olhos desvairados
Ele, e os meus olhos, a minha boca toda de carregados soluços.
Senhor, vede esse monstro negro, a su'alma carregada de esterquilínio de todos os pecados.
Senhor, há varrer de um só gesto tudo que dos seus andrajos.
A sua noite para desaparecer.
Para sumir-se, da sua noite, tudo que dele da face da terra.
E para ele na terra nenhum logar,
Nem no céu, o espaço negativo para conte-lo
Para conte-lo, cousa alguma, em qualquer parte, indefinidamente, para se contar.
E ele e a sua noite para desaparecerem.
Para de todo desaparecerem.
Só a lâmina do inferno para os seus olhos.
Tudo na sua sombra, ele na sombra para mergulhar.

sábado, 30 de maio de 2020

Ontem à tarde, ao desmaiar do dia
As estrelas inquietas e medrosas,
Procuravam nas plagas luminosas
Uma outra estrela que fulgido havia

Elas todas choravam silenciosas
Cheias de medo e cheias de agonia
E o claro pranto das estrelas ia
Cair no seio das nevadas rosas.

Porém, mais tarde, quando a lua algente
Transpôs a curva triunfal do oriente
Noiva do sol, pela amplidão vagando...

Elas viram, do espaço interminável
A meiga estrela, pálida, adorável
Na doce luz do teu olhar brilhando.

Ana Lima, poetisa sonetista do Assu.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

QUEM AOS SEUS NÃO ESQUECE SERÁ SEMPRE BEM VINDO



Por 
http://aluiziodecarnaubais.blogspot.com/  

Parafraseando o célebre escritor paraibano José Américo de Almeida, cunhando uma pérola verbal de que: No caminho da volta ninguém se perde.  


Alongando este pensamento realístico dos desafios do tempo, quero aqui enfatizar a informação que acaba de chegar à nossa redação.


Tomamos ciência que Fernando Caldas (Fanfa) que na sua juventude enveredou na politica assuense, sendo vereador e consequentemente presidente da Câmara Municipal, dedicando todo o seu empenho a causa pública, depois de longos anos residente em Natal, sem perder o contato com sua amada cidade de Assú. 


Fanfa pretende fazer uma retomada desta experiência que se qualificou com o passar dos tempos, vindo disputar uma das 15 vagas do legislativo na terra dos poetas. 


Fanfa sabe das dificuldades de um recomeço, assim como o fênix, que ressurge das cinzas, vai lutar com espirito renovado para mais uma conquista.


Acreditamos que seu renascimento na politica assuense, será de importante contribuição para o processo  legislativo vigente, em seus diversos ângulos de efetividade social e econômica da sua querida gente. 


Abnegação pelo trabalho que deseja realizar em prol da coletividade é uma premissa recíproca aos que confiarem em seu projeto.


A vida sempre nos oferece uma segunda chance. Fulcrado nos ideais democráticos de quem deseja servir com sua capacidade a terra que bem o conhece, nosso amigo varzeano, sabe mais do que ninguém desempenhar o seu papel parlamentar. Cumprir obstinadamente destino que o chama para uma nova batalha, será o objetivo principal para  empunhar mais uma vez a bandeira de luta em defesa dos que necessitam do seu trabalho.


Como não sou eleitor do Assu: resta-me somente encorajar o amigo para tal façanha, independente de sigla partidária ou sistema de apoio em que esteja inserido.


quinta-feira, 28 de maio de 2020

Quando te despes, meu olhar faminto,
Lambe os contornos teus, incomparáveis
E desperta em mim o sensual instinto
O bando dos desejos indomáveis.

Ao ver teus róseos seios, inefáveis
Da alva camisola sob labirinto
Tenho a sofreguidão dos insaciáveis
E aperto-te a cintura qual um cinto

Beijo-te a carne púbere e excitante
Sinto cercado o coração de abrolhos
Se teu corpo do meu se acha distante.

Não cessa de viver minh'alma louca
As negras contas que tu tens nos olhos
E o rubro cravo que tu tens na boca.

João Nathanael de Macedo, poeta sonetista assuense (1860 - 1879).


Mulher Virtuosa ♥: Despindo das vaidades ;
Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios
Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantado

Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos
Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz

João de Barro

quarta-feira, 27 de maio de 2020

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e pessoas em pé
*Mote*

*Não existe nada eterno*
*Nesta vida de ilusão.*

*Glosas*

Mesmo o pior sofrimento
Um dia vai se acabar
Não vá se desesperar
Pois tudo tem seu momento
Um dia esse tormento
Acaba de supetão
O rico e o pobretão
O antiquado e o moderno
*Não existe nada eterno*
*Nesta vida de ilusão.*
2
"Não há mal que sempre dure,"
"Nem bem que nunca se acabe"
Todo mundo hoje sabe
Não há mal que Deus não cure
Esse vírus não procure
Pois mata qualquer cristão
O Juiz e o ladrão,
O patrão e o subalterno
*Não existe nada eterno*
*Nesta vida de ilusão*
3.
Chico Xavier dizia
Eu bem sei que "tudo passa"
Orando, o bem ultrapassa
Não vá pensar heresia
A oração é poesia
Que salva qualquer nação
Deus quer nossa salvação
Para nós Ele é fraterno
*Não existe nada eterno*
*Nesta vida de ilusão.*
Natal (RN), 26 de maio de 2020.
Dedé de Dedeca.

16 nomes curiosos de ruas e locais de Natal durante o século XX

por Henrique Araujo
 
Depois daquelas 7 cidades do Rio Grande do Norte com nomes curiosos [lista inédita] trazemos essa lista especial que provavelmente poucos conhecem:

"Solidão" ou "Polígono do Tiro" era como era chamado o Bairro do Tirol

Foto: Lagoa Manuel Felipe (Anos 30). Por: Natal de Ontem
O bairro era deserto, escuro e sombrio. Uma verdadeira "solidão" que criava um ambiente propício para a bandidagem.

Rua dos Tocos era a Rua Princesa Isabel

Em 1945 o presidente da Província Casimiro Sarmento determinou a derrubada da mata existente no local pra abertura da rua, restando muitos tocos de árvores ao longo da via.

Rua Grande era o nome dado ao local onde hoje fica a Praça André de Albuquerque

Praça André de Albuquerque, primeira rua de Natal-RN, antigamente
Uma via bem larga que foi também a primeira rua da cidade

"Rua do Vai Quem Quer" era como era batizada a Rua Mossoró

Cartão Postal Fotografico - Vista Aérea do Centro de Natal ( RN ) - Anos 60
Na época haviam poucos moradores na Rua Mossoró, e por lá predominava a prostituição.

Conhece o "Rio Salgado"? Pois era como era chamado o Rio Potengi

Rio Potengi e a Igreja do Rosário na década de 40
Um apelido dado ao principal rio da cidade em referência à sua água salobra.

"Oitizeiro" ou Avenida do Contorno era como era chamado o Baldo

O Oitizeiro do Baldo. Registro do alemão Bruno Bougard.
A região localizada entre o Baldo e o Rio Potengi ficava a única fonte de água da cidade de Natal.

Vila Palatnik era o nome de um trecho da Avenida Deodoro (Centro)

Avenida Deodoro da Fonseca na década de 60
Porque a família judaico-russa Palatnik se estabeleceu em casas na atual avenida.

Rua Nova era a atual Av. Rio Branco

Rua Nova, hoje Rio Branco, Natal. Foto: Natal de Ontem ()
Naquela época Natal era uma pequena comunidade e qualquer rua nova que se abria era uma novidade.

Rua da Palha era o nome da Rua Vigário Bartolomeu

Rua Vigário Bartolomeu, antiga Rua da Palha em Natal, onde eram realizadas grandes festas juninas.
Rua em homenagem ao padre Bartolomeu Fagundes de Vasconcelos (ou padre "Memeuzinho"), homem que gostava das artes, maçonaria, e que abria as portas de sua casa para festas juninas memoráveis.

Rua do Catorze era o nome da Rua Felipe Camarão

Mapa de Natal no século XIX
A rua tinha esse nome devido a presença do 14º Batalhão de Infantaria, isso no fim do século XIX.

A Rua do Comércio era o nome da Rua Chile, na Ribeira

Rua do Comércio, atual Rua Chile, Natal
A rua tinha ao longo dela inúmeros comércios, os primeiros da cidade.

Praça do Peixe (ou Mercado Público Municipal) era o local onde hoje é a Agência Central do Banco do Brasil (Av. Rio Branco)

Antes de existir a agência do banco existia a "Praça do Peixe", que era o local do Mercado Público Municipal, e onde eram vendidos peixes provenientes da pesca no Canto do Mangue

Canto da Jangada era como era chamado o Canto do Mangue

Canto do Mangue e o Rio Potengi possivelmente no anos 60 (Natal, RN). Foto: IBGE
Supostamente porque vivia superlotado de jangadas, meio de locomoção predominante na orla

Conhece a "Estação de Hidroaviões"? Essa é fácil, era o nome da Rampa

Hidroaviões não paravam de chegar e partir na época da Segunda Guerra Mundial

A Antiga Ponte Metálica de Igapó era conhecida como Ponte dos Ingleses

Isso porque foi construída pela empresa inglesa Cleveland Bridge Engineering and Co.

Monte Petrópolis, Hospital da Caridade, Hospital Jovino Barreto e Hospital Miguel Couto foram os nomes do atual HUOL (Hospital Onofre Lopes)

O primeiro nome faz referência ao fato de que no passado havia apenas um grande monte na região, que é o coração do bairro de Petrópolis. Onofre Lopes da Silva (1907-1984) foi um médico que teve atuação direta na estruturação do ensino universitário no estado do Rio Grande do Norte, e foi o primeiro reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, além de, em junho de 1958, liderar um grupo de professores, que convenceu o então governador do estado Dinarte Mariz a criar a Universidade do Rio Grande do Norte.
Se gostou envie para seus amigos!
Fonte: "Natal do Século XX" de Carlos e Fred Sizenando Rossiter, Amazon, Wikipédia.
 https://curiozzzo.com
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terça-feira, 26 de maio de 2020

Circuito Cultural Ribeira: Beco da Quarentena

Nos anos 60 este local de Natal (RN) era a mais inacreditável curtição do Nordeste

O Hippie Drive-in foi um empreendimento bemmm além de seu tempo que existiu em Natal entre 1967 e 1974. Não era clube nem restaurante nem boate, mas uma mistura de tudo isso e mais alguma coisa.
O Hippie consistia numa área de lazer com 40 mil metros quadrados abrigando bares, restaurantes, boates, parque de diversão, quiosques para vendas de guloseimas, zoológico e até drive-in, onde casais enamorados trocavam carícias dentro de carros com privacidade e segurança.
Durante o dia o ambiente era família. Famílias se divertiam no parque, que tinha uma roda-gigante; "baganas" nos quiosques e um zoológico, isso mesmo, um pequeno zoológico, o primeiro e único de Natal.
No zoológico do Hippie conviviam onça-pintada, tamanduá-bandeira, anta, cotia, porco-espinho, urubu-rei, faisão e outras variedades de aves. Nos restaurantes serviam iguarias desconhecidas do paladar local como escargot e caviar, e bebidas como tequila e cervejas importadas, no cartaz dizia: "15 marcas de 8 países".
Propaganda do "Hippie Drive In" (Natal) no jornal Diário de Natal em 14/04/1969
Mas, o motivo de maior sucesso do Hippie Drive-in estava nas suas boates, eram duas. Uma ao ar livre e outra "reservada". O sucesso dessa última era a luz negra, a primeira da cidade. O efeito da animação estroboscópica causava surpresa ou satisfação ao frequentador casual ou contumaz da boate.
Os casais bailavam sob a sensação de estarem tremendo ou se movimentando aos saltos e isso levava a todos para a pista de dança. O gim com água tônica era o pedido comum de seus clientes, devido o efeito brilhoso decorrente da incidência da luz negra sobre a bebida.
Entretanto, o sucesso ficava por conta de garotas desinibidas que, proposital ou distraidamente, fossem para o dancing com roupas íntimas brancas. O sutiã e a calcinha ficavam evidenciados do restante da vestimenta pela ação da luz negra, deixando as curvas do corpo bem delineadas causando o efeito sensual almejado por elas. Por lá se apresentavam bandas memoráveis como Impacto 5, The Jetsons, Infernais, Os Primos e outros conjuntos da capital e de fora do Estado.
Hippie Drive In, Natal-RN. Empreendimento muito além de seu tempo que existiu em Natal entre 1967 e 1974.
Detalhe interessante: todos os garçons empregados no complexo eram homossexuais. Naquela época, a intolerância contra gays era muito mais gritante, e isso os tornava naturalmente retraídos. Talvez a discrição decorrente dessa postura os tornassem as pessoas adequadas para atender os casais no drive-in, quando estivessem aos “sarros” em seus carros.
Aos visitantes que desejassem uma lembrança, encontravam à disposição, nas mesas, um pires pintado à mão pela artista plástica Lourdes Guilherme, com a inscrição “Este eu roubei do Hippie Drive-in”.
A ideia saiu da caixola do empresário Luís Carlos Abbott Galvão. Segundo se comenta, ele se espelhou em algo idêntico visto na cidade do México. Não cobravam entrada, mas exigiam consumação.
Homenagem da IFRN a Luiz Carlos Abbott Galvão, criador do Hippie Drive In em Natal (RN) nos anos 60. Foto: IFRN.
Eram comuns excursões de Pernambuco e da Paraíba, porque não existia nada semelhante no Nordeste. O ambiente chegou a acomodar, de uma só vez, 1.800 pessoas, algo inacreditável para casas de shows de quase meio século atrás.
Estacionamento do Hippie Drive In, Natal-RN. Empreendimento muito além de seu tempo que existiu em Natal entre 1967 e 1974.
Natal não tinha motel na época, e se um local como esse hoje seria uma sensação, imagine na época.
Luiz Carlos fechou o complexo de divertimento por conta da concorrência nas redondezas e, também, porque abriram o “Kazarão”, outra iniciativa sua em evidência que ficava na Avenida Campos Sales.
O Hippie Drive-in foi realmente um empreendimento além de sua época. Funcionou em local inabitado da atual Av. Engenheiro Roberto Freire, na altura do Sea Way.
Informações do engenheiro civil e escritor José Narcelio Marques Sousa.
De: CURIOZZO
De: donotreply@wordpress.com 
 

segunda-feira, 25 de maio de 2020

NÚBIA LAFAYETTE - A VOZ DE OURO DO BRASIL

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Reconhecemos que esquecer é mais do que arte é sabedoria. Aquilo que mais queremos esquecer é o que mais se recorda. A memória aínda é uma grande traidora, especialmente quando mais queremos lembrar. E o pior é tola quando quer ter presente qualquer lembrança. Naquilo que produz tristeza ela é prolixa e eficiente. Já no que dá alegria lhe faz com cuidado. Para alegria minha e dos nossos conterrâneos lembrei-me de Idenilde Araújo Alves da Costa, nascida em Carnaubais na época município de Assu-RN, que aos três anos de idade sua família mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi vendedora das Lojas Americanas, quando decidiu participar do programa de calouros " A VOZ DE OURO " da TV TUPI, e um dos jurados convidou-a para cantar na boate Cave, onde teve a sorte de ser apreciada pelo compositor Adelino Moreira, que lhe conseguiu um contrato com a gravadora RCA, e começou a gravar como NÚBIA LAFAYETTE, tornou-se grande interprete das músicas de Adelino Moreira, que tenho o grato prazer de lembrar e recordar as suas canções: lama, devolvi, fracasso, pensando em ti e mata-me depressa.
Chico Torquato

ARNÓBIO ABREU, O MEDICO DO POVO

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Nestes dias de pandemia, desejo lembrar José Arnóbio de Abreu (1948-2000). Arnóbio era um amigo leal, admirável, influente, de bem e do bem, estatura mediana, voz rouca, andar curto e ligeiro.

Lembro-me dele (eu era ainda menino) ainda adolescentee ele já metido a gente grande, discursando nas praças públicas do Assu, sua terra natal querida, nas eleições de 1962 quando disputava a prefeitura da terra assuense, Walter Leitão e Maria Olímpia Neves de Oliveira/Maroquinha. Ele era pró Walter Leitão.

No Assu, Arnobio viveu a sua infância, adolescência e parte da juventude, passando a morar em Natal, Manaus, Rio de Janeiro onde fez amizades com renomados médicos do Brasil como Lídio Toledo que foi médica da Seleção Brasileira.

Arnóbio, conviveu na intimidade com grandes figuras da política potiguar e conheceu muitas outras do Brasil, participando das Diretas Já, ao lado de Geraldo Melo, Henrique Eduardo, Ulisses Guimarães e Tancredo Neves, dentre outros.

O seu nome singelo e sonoro estampa em letras vivas nas páginas da história política do Rio Grande do Norte que ele representou na qualidade de deputado estadual presidente da Assembleia Constituinte de 1989 e promulgou a sua Carta Magna. Antes, porém teria sido candidato a prefeito do Assu nas eleições de 1982 pelo PMDB atual MDB, perdendo para Ronaldo Soares do PDS. Naquele parlamento potiguar foi líder do governo Garibaldi Alves.

Arnóbio foi também diretor do Hospital Walfredo Gurgel, empresário sócio fundador do Instituto de Traumatologia do Rio Grande do Norte – ITORN, presidente do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado – IPE.

Para defini-lo melhor escreveu Agnelo Alves dizendo que ele, Arnobio era um festeiro permanente, tempo integral, sem perda da seriedade.

Já, Valério Mesquita escreveu: Qual pássaro estrangulado no canto desapareceu Arnóbio do nosso convívio, ainda jovem e ávido de vôos inspirativos. Menino alegre do Açu revelado líder estudantil, logo atendeu ao impulso político, disputando a Prefeitura de sua terra, para chegar a parlamentar estaduano.

De presidente da Constituinte Estadual no primeiro mandato, embora não logrando êxito nas eleições seguintes, a angústia e o sofrimento não abateram o ânimo desse anjo irrequieto, mas terno, esgrimidor de pelejas que não se fez de exilado da política, na gaiola de si próprio. Perseverou na lide tanto política quanto profissional.

Arnóbio teve uma carreira política meteórica. Viveu o transitório e transitoriamente viveu, mas deixou marcas de eternidades na efetividade dos seus gestos. Soube, melhor como ninguém, de forma forte e intensa, nos descompassos da política, ser o capataz dos silêncios e das longas esperas.

Todos sentimos a falta que ele hoje nos faz, quando penetrou na longa e interminável noite que não lhe reservará mais auroras nem mais lhe oferecerá o sol de novas manhãs da visão milagrosa do Vale do Açu.

Conforta-nos o dizer do poeta "que ao seu encontro virão um dia despedaçadas estrelas e astros da noite dos boêmios sem ostentação e com ela a saudade como uma certeza do nosso sofrimento".

Afinal, José Arnóbio de Abreu empresta o seu nome (decreto do governador em exercício Fernando Freire) a Adutora Médio Oeste, um reconhecimento pelos seus serviços prestados a terra potiguar, além com muita justiça, ao Ginásio Esportivo do Assu.

Por fim, registro a minha lembrança deste ilustre amigo (ele era afilhado de minha mãe). O seu nome honra e dignifica o Rio Grande do Norte, especialmente a cidade de Assu.

(Fernando Caldas, um assuense que ama a sua terra e sua gente).

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...