Em maio
de 1953 o poeta assuense Renato Caldas estava na cidade de São Paulo, aguardando o retorno de uma promessa de Aluísio
Alves, então deputado federal no sentido de conseguir publicar
o seu livro em segunda edição intitulado Fulô do Mato, pelo jornal Tribuna
da Impressa, do Rio de Janeiro, de propriedade de Carlos Lacerda que foi governador do estado da Guanabara (1960-65). Aluísio era o Redator Chefe daquele periódico carioca. Pois bem, no dia 11
de maio de 1953 já desiludido, Renato não suportando mais esperar por aquele
político potiguar escreveu uma carta em forma de versos, dizendo conforme
adiante:
Aluísio meu amigo
Somente
hoje consigo
Assunto
pra lhe escrever
Sou um
pobre flagelado
Vivo em
São Paulo apertado
Trabalhando
pra comer.
O meu
viver é tirano
Não gosto
de Italiano
E sou
forçado a gostar
O regime
é esquisito
De tanto
comer cabrito
Já
comecei a berrar.
Aqui o
frio é malvado
Estou
ficando congelado
E não
tenho cobertor
Quero
deixar esta peste
Regressar para o nordeste
Prefiro
sentir calor.
Para
salvar-me quem há de?
Somente
sua vontade
É quem
pode me salvar
Tenha
pena de Renato
Apresse
“Fulô do Mato”
Não posso
mais demorar.
Desde já
muito obrigado
Disponha
do seu criado
amigo,
sincero, exato
se for
possível eu lhe peço
abaixo
tem o endereço
Responda
para Renato.
(Não
sabemos qual foi a resposta de Aluísio Alves, mas o certo é que em junho de
1953, mas precisamente na casa do jornalista Francisco Góis de Assis, da 'Tribuna da Imprensa, no Rio de Janeiro foi realizado o lançamento da 2ª edição do livro Fulô do Mato).
Fernando Caldas
Fernando Caldas
Fonte: Tribuna do Norte, Natal, 6 junho de 1953. Coluna
“Revista da Cidade”, p. 2.
__________________
Natal, 14 junho de 1953. Coluna “Revista
da Cidade”, p. 2.
Francisco Martins
Crédito da fotografia: Ivan Pinheiro e Gilvan Lopes.
Crédito da fotografia: Ivan Pinheiro e Gilvan Lopes.
Foto tirada na praça Pedro velho, de Assu, onde hoje está assentado o Banco do Nordeste e prédios comerciais.