sexta-feira, 16 de abril de 2021

 

Spleen de Natal
Eu nasci a mil anos atrás
Acumulei tanta coisa e preciso me libertar
Preciso voar
A coleção de selos e moedas
Os livros vão comigo
O que fazer com essa pirâmide de mortos?
Meu pensamento não tem começo nem fim
Não sei quem ou que eras
Fui ao fundo da terra e tentei me orientar
Pelas estrelas
Continuo perguntando
Mas a vida é feita de matéria escura
Minhas lágrimas são as do mundo
Pode ser uma imagem em preto e branco de 1 pessoa e grama

Pode ser arte
Boa Noite
Furtou - lhe um beijo na boca negra da noite.
Olhando as estrelas ela desguiou
Não esperava.
Um filhete de luz iluminou seu rosto.
Ele disse a noite é bela.
- Ousado você, pai disse que é pecado.
E sonhou na carícia do beijo roubado.

 NEVALDO ROCHA


Há três dias atrás, a Câmara Municipal de Natal aprovou Projeto de Lei do executivo, prefeito Álvaro Dias, mudando o nome da avenida Bernardo Vieira, para avenida Nevaldo Rocha (em certos casos sou contra mudar nome de logradouros públicos). Uma justa homenagem. Rocha chegou na capital potiguar ainda jovem, migrou de Caraúbas, cidade do alto oeste do Rio Grande do Norte, para Natal onde trabalhou e depois se estabeleceu com uma pequena loja de roupas. Tempos depois, fundou uma fábrica de confecções denominada Guararapes gerando muitos empregos. E Bernardo Vieira? Vieira foi governador nomeado da Capitania do Rio Grande, porém está registrado na história do Rio Grande do Norte por massacrar indígenas, travou uma luta contra os povos indígenas, os índios Janduís que habitava a Ribeira do Assu. Foi uma luta sangrenta que a história denominou de Guerra dos Bárbaros, Guerra dos Índios ou Guerra do Açu, Conflito armado que durou dez anos (1686/1696), dizimando os indígenas quase por completo.
Afinal, muito justa a homenagem prestada a Nevaldo Rocha, fundador em Natal, do shopping Midway Mall que, se não é o maior, pelo menos, é um dos maiores shpings da América Latina. Homenagem esta que Nevaldo Rocha nunca pediu, mas que tanto merece, em memória.

Fernando Caldas


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Cigarra
Em 1928, é lançada a Revista Cigarra, tendo como principal ilustrador o nosso conterrâneo Erasmo Xavier (RN). Escreve o grande cronista potiguar, Edgard Barbosa:
E a cigarra cantou; as suas asas trabalhadas pela policromia embriagante de muitos sóis tatalaram de alegria, e acordes com o grito forte da violinista da natureza, outras vozes se altearam para o céu agradecendo a Deus o milagre renovador... (...) A Cigarra tem a certeza de que vive... Vive para a recordação e para o trabalho, diferente de suas irmãs, operaria do progresso.
( Edgar Barbosa, Cigarra, n° 01, 1928.)

terça-feira, 13 de abril de 2021

 


Boleros - La Barca / Perfidia / Besame Mucho / Quizás - Los Castillos

 O beijo é a comunhão das almas prediletas,

Voz da boca do amor, dos sonhos e dos poetas.
Palmeira da ilusão carregada de amores
Tem o cheiro feliz das prediletas flores,
O meigo do luar fantástico dos versos
E a primavera azul dos corações diversos...
Ave do coração a pipilar nas bocas,
Tem a graça febril das esperanças loucas,
Vinho da fantasia e riso das belezas,
Marcha por um país onde não há tristezas,
Erra por uma terra onde não há pesares,
- Prova a graça da festa e a luz de todos lares.
Romance do prazer e corpo das venturas,
O beijo tem o voo das borboletas puras,
As asas do ideal resultam-lhe dos seios.
Branco como a visão dos brancos devaneios,
Goza a febre gentil das lúcidas bonanças
E os seios do luar dos sonhos sem receios
E a sombra sem pesar das cousas que são mansas.
(Caldas, poeta potiguar)

 


domingo, 11 de abril de 2021

Nossos poetas – Zé Lima


Last updated 27 de março de 2021

ZÉ LIMA é poeta, cantor, compositor, natural de Santana do Matos, onde viveu até os 15 anos de idade. Morou ainda em Assu, a “cidade dos poetas” onde desenvolveu o talento e o gosto pela poesia popular, e ao som das violas foi influenciado por poetas locais, inclusive Renato Caldas, um dos nomes mais importantes da poesia potiguar.

Em Assu conheceu os irmãos Hermes e Aldo, que tinham uma casa de discos e lhe apresentaram nomes com Raul Seixas Fagner, Ednardo, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Belchior, Xangai, Vital Farias, Elomar e outros que passaram a compor a sua formação musical e poética.

Ao mesmo tempo escutava Fernando Mendes, Zé Augusto, “uma mistura perfeita dentro da minha cabeça para que eu me tornasse o poeta, o músico, o cordelista e o cantador violeiro que sou hoje”, diz ele. Representou Assu no concurso “A Mais Bela Voz” no ano de 1977, ficando em segundo lugar, cantando uma música do Zé Augusto.

Em 1978 foi para São Paulo, onde gravou um compacto simples (duas músicas de cada lado): Nova Era e Emília, pela Globo. Em 1981 conheceu o cantor Bartô Galeno no Rio de Janeiro, que lhe apresentou ao também poeta cantor e compositor mossoroense Marcos Lucena, segundo Zé “um comunista radical” e com quem aprendeu a escrever temais sociais, reivindicando direitos ao povo.

“Marcos Lucena, na verdade, foi meu grande mestre e amigo. Me ensinou tudo o que eu sei sobre cordel, poesia dos repentistas e fazer músicas de qualidade”. Neste mesmo ano (1981), ajudado por Bartô Galeno, gravou um LP pela gravadora Ayxa, distribuído no brasil pela RCA. Participou de concursos musicais importantes, como o MPB Shell, organizado pela Rede Globo.

Em Mossoró atualmente, apresenta o programa Coisa do Sertão, na Tv Cabo Mossoro (TCM) há 15 anos. Tem 12 cordéis publicados e um livro pronto para ser editado: “Viola, versos e repentes”.

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Minha vida foi cheia de aventura,

Eu cresci como um anjo da poesia,

Um riacho de verso em mim corria

Afogando tristeza e amargura.

Na cachoeira doce da ternura

Bebi água nas fontes minerais,

Cruzei rios de ondas magistrais,

Contemplei o poder da natureza,

Minha infância caiu na correnteza

A enchente levou pra nunca mais.

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De saudade fiz meu mundo,
Das lembranças fiz a dor,
Da ternura fiz a flor
Com cheiro de amor profundo.
Transformei em um segundo
A paixão que em mim florou,
No meu coração brotou
A rosa da igualdade,
Já senti tanta saudade
Que o meu peito enferrujou.

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FILHO DO SERTÃO

 

Quando a tarde vai embora,

A lua surge no monte,

Clareando o horizonte

Da noite que não demora.

No céu uma estrela chora,

Clareando à imensidão,

No véu da escuridão,

Brilhando serve de guia,

Sou grato à Deus todo dia

Porque nasci no sertão..

 

Eu não seria feliz

Se fosse um americano,

Alemão, italiano

Ou um português de raiz.

Seria triste, infeliz,

Se fosse de outra nação,

Não teria vocação

Pra verso nem poesia,

Sou grato à Deus todo dia

Porque nasci no sertão.

 

Terra de Luiz Gonzaga,

Belchior e Patativa,

Renato Caldas na ativa

Escrevendo a sua saga.

Sua cadeira está vaga

No museu da inspiração,

Minha eterna gratidão

A muito tempo eu dizia:

Sou grato à deus todo dia

Porque nasci no sertão...


(Fonte: https://www.omossoroense.com.br/)

sexta-feira, 9 de abril de 2021

 "Me acostumei

A ocupar toda a cama ao dormir,
A não cozinhar aos domingos
E a voltar na hora que me der na telha.
Me acostumei
A não dar explicações
E fazer o que eu gosto.
Sem que ninguém me critique.
Me acostumei
A comer no meio da noite.
E a ver os meus programas favoritos,
A cantar em voz alta
E dançar por toda a casa.
Me acostumei
responder mensagens muito tarde,
A sair com amigos
Me acostumei
Ao cheiro do café de manhã.
E a andar descalça pelo jardim,
A demorar quando quero me arrumar
E cancelar encontros no último momento.
Só porque sim.
Me acostumei
A mim,
Às minhas coisas,
Para a minha vida
A ficar sozinha....
aprendi a não mais sofrer e saber que você pode e deve ser feliz também sozinha.
Isso não é solidão, isso é só ser feliz consigo mesma.
E é simplesmente maravilhoso..."


PROFESSORA DE PORTUGUÊS DANDO AULA

Vamos conversar com a tia.
"Não sou homofóbica, transfóbica, gordofóbica.
Eu sou professora de português.
Eu estava explicando um conceito de português e fui chamada de desrespeitosa por isso (ué).
Eu estava explicando por que não faz diferença nenhuma mudar a vogal temática de substantivos e adjetivos pra ser "neutre".
Em português, a vogal temática na maioria das vezes não define gênero.
Gênero é definido pelo artigo que acompanha a palavra.
Vou mostrar pra vocês:
O motorista. Termina em A e não é feminino.
O poeta. Termina em A e não é feminino.
A ação, depressão, impressão, ficção. Todas as palavras que terminam em ção são femininas, embora terminem com O.
Boa parte dos adjetivos da língua portuguesa podem ser tanto masculinos quanto femininos, independentemente da letra final: feliz, triste, alerta, inteligente, emocionante, livre, doente, especial, agradável, etc.
Terminar uma palavra com E não faz com que ela seja neutra.
A alface. Termina em E e é feminino.
O elefante. Termina em E e é masculino.
Como o gênero em português é determinado muito mais pelos artigos do que pelas vogais temáticas, se vocês querem uma língua neutra, precisam criar um artigo neutro, não encher um texto de X, @ e E.
E mesmo que fosse o caso, o português não aceita gênero neutro. Vocês teriam que mudar um idioma inteiro pra combater o "preconceito".
Meu conselho é: ao invés de insistir tanto na coisa do gênero, entendam de uma vez por todas que gênero não existe, é uma coisa socialmente construída.
O que existe é sexo.
Entendam, em segundo lugar, que gênero linguístico, gênero literário, gênero musical, são coisas totalmente diferentes de "gênero". Não faz absolutamente diferença nenhuma mudar gêneros de palavras. Isso não torna o mundo mais acolhedor.
E entendam em terceiro lugar que vocês podiam tirar o dedo da tela e parar de falar abobrinha, e se engajar em algo que realmente fizesse a diferença ao invés de ficar arrumando pano pra manga pra discutir coisas sem sentido."
(Texto de Vivian Cabrelli Mansano).

 

GRILO - um grane talento de nossa cidade . Trabalhou em um projeto do IFRN para pessoas da 3ª idade . Era professor de pintura.


PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...