Capa do livro Fulô do Mato, segunda edição, Tribuna da Imprensa, do Recife (1953). Enviado por Salomão Rovedo.
O vice-presidente, desembargador Eduardo Rocha, e a Vara do Trabalho de Assú vão representar o Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (TRT-RN) no projeto Justiça na Praça, que será realizado na cidade no dia 17/08. O projeto é realizado pelo Tribunal de Justiça do RN com diversas instituições parceiras e leva serviços judiciais, de saúde e informativos para a população.
A ação vai acontecer na Praça São João Batista, na Av. Presidente Getúlio Vargas, 89, Centro, em Assú, a partir das 8h, e vai contar com a emissão de RG, de 2ª via de certidão de nascimento, com serviços eleitorais e ligados à Marinha do Brasil, além de jogos e recreação, aplicação de flúor, atendimento odontológico, psicológico e de clínica geral.
O vice-presidente do TRT-RN, desembargador Eduardo Rocha, também estará presente no Justiça na Praça e terá reuniões com advogados e com o chefe do Executivo Municipal, Gustavo Soares.
“É com imensa satisfação que estaremos na cidade de Assú, cumprindo uma das promessas da atual administração, que é encabeçada pelo desembargador Eridson Medeiros, nosso presidente, de que a Justiça do Trabalho iria, literalmente, à Praça Pública na busca pelas conciliações”, disse o vice-presidente.
Para o desembargador Eduardo Rocha, é importante que a Vara do Trabalho de Assú participe do projeto “tentando solucionar de forma mais rápida os conflitos e encerrando o processo, independente da fase que ele esteja, lembrando ainda que a solução é construída por quem está diretamente envolvido que são as partes”, avaliou.
No dia do evento, a partir das 9h, na Câmara Municipal, a equipe da Vara do Trabalho de Assú e do Cejusc Natal vão iniciar uma pauta com processos de conciliação nas fases de conhecimento e execução.
“Estamos bem engajados e, com o apoio do Cejusc Natal, realizaremos um mutirão de cerca de 50 audiências de conciliação, tentando resolver pela composição amigável diversos processos em curso na Vara do Trabalho de Assú”, informou a juíza titular, Maria Rita Manzarra.
Além das audiências, a unidade judiciária vai disponibilizar serviços de reclamação a termo quando “as partes poderão ajuizar reclamações trabalhistas, ainda que não assistidas por advogado”, explicou a magistrada.
O projeto será encerrado com a realização de um casamento coletivo, na Praça São João Batista, a partir das 17h. Além do TRT-RN, participam do Justiça na Praça em Assú as instituições Câmara Municipal de Assú, Senai, Senac, Corregedoria, Ser Mulher, TRE, Assembleia Legislativa, Cejusc Vara de Assu, 2 ofício de Notas, Marinha, PM, Itep, Codaci, entre outras.
Por Diogenes da Cunha Lima
[ Escritor, advogado e presidente da ANL ]
Nenhuma região do país é tão pródiga na inventividade como o Nordeste. A arte do repente identifica a nossa região. É o exercício da poética popular, do sertão ao litoral, com versos de fazer inveja a poetas eruditos.
O repente nordestino é duelo verbal de cantadores com o acompanhamento de viola, rabeca ou pandeiro (embolada). Em todas as suas formas, participa do rico Patrimônio Imaterial do Brasil. É o diálogo do improviso e da liberdade vocabular.
Muito se discute sobre a sua origem. Como sempre, Câmara Cascudo vai mais longe. Para ele é o desafio oriundo do canto amebeu, grego, do tempo de Homero. É canto alternado, obrigando resposta às perguntas do companheiro.
Muitos poetas cantadores tornaram-se célebres. Pinto do Monteiro (sempre considerado o mestre da cantoria), um dia, recebeu Lourival Batista, crescente em versos quentes. Glosaram os dias da semana com o humor produzido por trocadilho. Pinto: “No lugar que Pinto canta/não vejo quem o confunda. / Que o rio da poesia/o meu pensamento inunda. /Terça, quarta, quinta e sexta, /sábado, domingo e segunda”. Lourival respondeu: ”Sábado, domingo e segunda, /quarta e quinta. / Na sexta não me faltando/a tela, pincel e tinta/pinto pintando o que eu pinto. /Eu pinto o que o Pinto pinta”.
Ninguém sabe dizer melhor das coisas da região do que o poeta mossoroense Antônio Francisco. É sempre expressiva a sua linguagem para fazer pensar. Brevíssimo exemplo: Falando sobre a fome, ele começa: “Engoli três vezes nada...”.
Fabião das Queimadas, escravo que tangia bem o verso e a rabeca, foi provocado para falar sobre a paga dos seus vinténs arrecadados. Que seria um poeta? Ele explicou: “Canta longe um passarinho/do outro lado do rio, /uns cantam porque têm fome, /outros cantam por ter frio. /Uns cantam de papo cheio, /outros de papo vazio”.
Não era cantador, mas poeta popular, popularíssimo. Aliás, Renato Caldas foi um lírico, improvisador, bem-humorado. Pediram-lhe que fizesse saudação ao escritor e pintor Newton Navarro. Versejou: “Adão foi feito de barro/mas você Newton Navarro foi feito de inspiração. / Dos passarinhos, das cores/da noite feita de amores/do luar do meu sertão”. Certa vez, o poeta tomou café em uma residência na cidade de Angicos e ao guardar suas coisas, distraidamente, incluiu uma colherinha. Já na sua cidade, em Assu, verificou o equívoco e voltou. Desculpou-se dizendo: “Eis aqui, dona Chiquinha, /devolvo sua colher. / De coisa que não é minha/eu só aceito mulher”.
Na função de conselheiro do Iphan, esforçar-me-ei para que o Repente Nordestino seja reconhecido como Patrimônio Imaterial Brasileiro.
A poesia fugiu do mundo.
Carolina Marcello
Mestre em Estudos Literários, Culturais e Interartes
1. Canções de atormentar, Angélica Freitas
Angélica Freitas (1973) é uma poeta e tradutora nascida no Rio Grande do Sul que tem sido apontada como um nome de destaque na poesia contemporânea nacional. A autora ganhou mais notoriedade com o livro um útero é do tamanho de um punho (2012), uma reflexão poética acerca do gênero feminino.
Canções de atormentar (2020), sua obra mais recente, combina um olhar nostálgico sobre a infância e o passado com uma visão crítica aguçada acerca dos problemas sociopolíticos atuais.
Seus poemas, atravessados por um tom de humor e rebeldia, se focam em temas tão vastos como o amor, a desilusão e as complexidades da vida cotidiana.
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Por Fernando Pessoa
PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...