Para registrar. "Santinho" quando Fernando "Fanfa" Caldas candidatou-se pela terceira vez a vereador do Assu-RN nas eleições de 2000 pelo PPS, cujo partido ajudou a fundar naquele ano, na terra assuense. Fanfa antes já terido sido vereador e presidiu a Câmara Municipal daquele importante município potiguar e, porque não dizer, brasileiro?.
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domingo, 31 de janeiro de 2010
sábado, 30 de janeiro de 2010
LEMBRANDO IRMÃ JUSIFINA
Lembro-me muito bem dela, Irmã Jusifina Gallas. Eu era ainda menino estudante do curso primário do Colégio Nossa Senhora das Vitórias (de onde guardo boas recordações) Ela era um amor de pessoa, humanitária, emprendededora, foi ela que reconstruiu a capela daquele educandário, ou melhor remudelou. Irmã Jusifina é a primeira Filha do Amor Divino, brasileira. "Estreou no Convento do Cerro-RS em 1920. No colégio de Assu ela foi além de professora, Madre Superiora, se não me engano, entre a década de cinquenta e sessenta."Foi a primeira mestra de noviças, de 1928 a 1950, quando o noviciado era em Assu", faleceu em Natal em 1983 aos 80 anos de idade, no convento de Emaús, e esta enterrada no Cemitério Público de Assu terra que ela tanto amou e foi muito querida por todos.
Fica, portanto, a homenagem do seu ex-aluno, dizendo que a sua alma "há de brilhar e florescer como talvez nenhuma outra alma no mundo".
Fica, portanto, a homenagem do seu ex-aluno, dizendo que a sua alma "há de brilhar e florescer como talvez nenhuma outra alma no mundo".
Fernando Caldas
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CARNAVAL DE TODOS EM ASSU
Clique na imagem para visualizar melhor o convite.
Carnaval de todos em Assu é uma organização de Wilde Diniz que "há cinco anos vem festejando a amizade". O Assu é assim, feiteira, acolhedora e amiga de todos.
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Fernando "Fanfa" Caldas
Carnaval de todos em Assu é uma organização de Wilde Diniz que "há cinco anos vem festejando a amizade". O Assu é assim, feiteira, acolhedora e amiga de todos.
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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
DA POLÍTICA ASSUENSE
No passado não muito distante, a política do Assu era explorada através dos versos dos seus poetas populares que eram muitos. Manoel Calisto Dantas mais conhecido como Manoel do Lanche era um deles. Certa eleição nos idos de cinquenta candidatou-se a vereador pelo então MDB, de Olavca e João Batista Montenegro. Ele tinha um box no Mercado Público da cidade onde vendia miudezas (faleu há mais de dez anos atrás). Pois bem, para ele mesmo produziu o seu marketing político, dizendo assim:
Negue o soldado ao tenente,
Negue esmola ao aleijado,
Negue ao faminto o bocado,
Negue o remédio ao doente
Negue o major a patente,
Negue o direiro ao patrão,
Negue tudo isto eu suporto
Só não me negue o seu voto
No dia da eleição.
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Negue o soldado ao tenente,
Negue esmola ao aleijado,
Negue ao faminto o bocado,
Negue o remédio ao doente
Negue o major a patente,
Negue o direiro ao patrão,
Negue tudo isto eu suporto
Só não me negue o seu voto
No dia da eleição.
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
CYRNE LIMA EM IPANGUAÇU
O simpático ministro da agricultura Cyrne Lima, no governo Médice, esteve em Ipanguaçu em 1969. Esquerda para direita: Cyrne Lima, o jornalista assuense Osvaldo Amorim, Marriinha Amorim (esposa de Osvaldo), escritora Maria Eugênia e Dix-zuit Rosado que naquela época era o presidente nacional do INDA, atual INCRA). A fotografia acima fora tirada na Fazenda Picada/Itu, naquele município. Mais história a contar em breve sobre a vinda daquele ministro a cidade ipanguaçuense.
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AOS ASSUENSES
Por Chico Traira, poeta cordelista, cantador de viola.
Tenho orgulho em chamá-los
De Assuenses geniais,
Esses ricos imortais
Não tinham prata nem ouro.
Foram uns heróis sem medalhas
Foram monarcas sem tronos
Porém verdadeiros donos
De um prestimoso tesouro.
O dom, a inteligência,
Também pertence aos plebeus
É um presente de Deus
Entrega a quem é eleito,
Mas, a inveja, a maldade,
Da força de Deus se esquece,
Negar a quem tem direito.
Eles foram, enquanto vivos,
Admirados, queridos,
Depois ficaram esquecidos
Da mesma sociedade.
Quero nestes pobres versos
Tirá-los do esquecimento,
Filósofos de nascimento
Sem ambição, sem maldade.
Foram verdadeiros mestres
De um gigantesco saber
Pois ninguém pode apreender
Aquilo que eles souberam,
Pois só eles possuiam
Essa original cultura
O que do berço trouxeram.
Não convém possuir ouro,
Ter título, ser potentado,
Com o espírito atribulado
Não há riquesa, há miséria.
É muito infeliz quem é
Ganacioso, avarento,
E o remorso violento
Lhe corroendo a matéria.
Possuia cada um
Alta criatividade,
Talento, espontaneidade,
Inspiração do além.
Com orgulho essa riqueza
Nós devemos preservar,
Pois ninguém deve ocultar
Aquilo que os outros têm.
Foram mesmos admiráveis
Esses Assuenses nobres
Homens que morreram pobres
Cheio de tanta riqueza,
Não frequentando escolas
Porque nasceram formados,
Foram alunos aplicados
Da mestra mãe natureza.
Sabemos que a inteligência
Ninguém dá, ninguém ensina,
É uma dádiva divina,
Se sente, mas não se ver,
Pois é um fluído sagrado
Esse tão belo troféu
É um presente do céu,
É feliz quem receber.
Portanto bons Assuenses
Nâo esqueçamos jamais
Esses vultos imortais
Que nossa terra criou.
De nós já se despediram,
Findaram os mandatos seus,
Foram agradecer a Deus
O que Deus lhes ofertou.
Feliz quem vive em proeza
Que a vida é passageira,
Jogo, dança, bebedeira,
Paixão, vaidade, riqueza,
Posto, brazão, fidalguia,
Orgulho, pouca grandeza,
Tudo é mera fantasia
Aqui no globo terrestre,
Assim disse o grande mestre
Jesus, filho de Maria.
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Tenho orgulho em chamá-los
De Assuenses geniais,
Esses ricos imortais
Não tinham prata nem ouro.
Foram uns heróis sem medalhas
Foram monarcas sem tronos
Porém verdadeiros donos
De um prestimoso tesouro.
O dom, a inteligência,
Também pertence aos plebeus
É um presente de Deus
Entrega a quem é eleito,
Mas, a inveja, a maldade,
Da força de Deus se esquece,
Negar a quem tem direito.
Eles foram, enquanto vivos,
Admirados, queridos,
Depois ficaram esquecidos
Da mesma sociedade.
Quero nestes pobres versos
Tirá-los do esquecimento,
Filósofos de nascimento
Sem ambição, sem maldade.
Foram verdadeiros mestres
De um gigantesco saber
Pois ninguém pode apreender
Aquilo que eles souberam,
Pois só eles possuiam
Essa original cultura
O que do berço trouxeram.
Não convém possuir ouro,
Ter título, ser potentado,
Com o espírito atribulado
Não há riquesa, há miséria.
É muito infeliz quem é
Ganacioso, avarento,
E o remorso violento
Lhe corroendo a matéria.
Possuia cada um
Alta criatividade,
Talento, espontaneidade,
Inspiração do além.
Com orgulho essa riqueza
Nós devemos preservar,
Pois ninguém deve ocultar
Aquilo que os outros têm.
Foram mesmos admiráveis
Esses Assuenses nobres
Homens que morreram pobres
Cheio de tanta riqueza,
Não frequentando escolas
Porque nasceram formados,
Foram alunos aplicados
Da mestra mãe natureza.
Sabemos que a inteligência
Ninguém dá, ninguém ensina,
É uma dádiva divina,
Se sente, mas não se ver,
Pois é um fluído sagrado
Esse tão belo troféu
É um presente do céu,
É feliz quem receber.
Portanto bons Assuenses
Nâo esqueçamos jamais
Esses vultos imortais
Que nossa terra criou.
De nós já se despediram,
Findaram os mandatos seus,
Foram agradecer a Deus
O que Deus lhes ofertou.
Feliz quem vive em proeza
Que a vida é passageira,
Jogo, dança, bebedeira,
Paixão, vaidade, riqueza,
Posto, brazão, fidalguia,
Orgulho, pouca grandeza,
Tudo é mera fantasia
Aqui no globo terrestre,
Assim disse o grande mestre
Jesus, filho de Maria.
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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
POESIA
O olho de Deus. Imagem da NASA.
A PRECE
*Por João Lins Cldas
Senhor, Tu me mostrastes todas as estrelas e me acenaste para mim todos os brilhos do Teu mundo celeste.
A teoria dos astros em revoada
Arcanjos de longas asas como brilhantes acesos numa noite
flamejante de eternidade.
Noite sem noite
Sóis demorados
Sóis acesos como um deus, o sol aceso numa noite flamejante de eternidade.
Noite sem noite
Sóis demorados
Sóis acesos como um Deus, o sol de todas as horas fulguramente inflamadas.
Senhor, Tu em mim Te derramaste como a essência imponderável de todas as cousas,
De todods os seres,
As cousas como a Verdade
A beleza
A razão
O amor de Deus como liberdade
Senhor, como o próprio Deus.
Senhor, Tu foste em mim o como que limite do ilimitado,
O país sempre azul do eterno azul inconcretizado de todas as distâncias.
No concerto das cousas, o abstrato de todas as cousas, a marcha indefinida para a perfeição.
Senhor, e me foste a vida,
A poesia,
A canção,
A música por todas as marchas,
A marcha da vida, ilimitada,
O ilimitado sol do teu clarão...
... Senhor, e depois me deste do meu vasto coração
Um coração para todos os espinhos,
Um coração para todas as espadas,
E para todos os ferros
E depois, nos ferros, os ferros mais esbraseados.
Senhor, assim que me deste este meu vasto coração.
E de mim, no que sou, este meu coração a rolar por todas as pedras;
A subir e a descer por todas as escarpas,
Todas as cinzas, e negruras, a poeira negra do mais negro chão...
Ah! Senhor, desde que um céu desconcertado,
Enterra-me, Senhor, neste Teu como que cemitério ilimitado.
O espaço sem consciência e sem razão...
*João Lins Caldas era um poeta de versos melancólicos, amorosos, religiosos, afinal, de temas diversificados com muita obsessão pelo tema morte.
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A PRECE
*Por João Lins Cldas
Senhor, Tu me mostrastes todas as estrelas e me acenaste para mim todos os brilhos do Teu mundo celeste.
A teoria dos astros em revoada
Arcanjos de longas asas como brilhantes acesos numa noite
flamejante de eternidade.
Noite sem noite
Sóis demorados
Sóis acesos como um deus, o sol aceso numa noite flamejante de eternidade.
Noite sem noite
Sóis demorados
Sóis acesos como um Deus, o sol de todas as horas fulguramente inflamadas.
Senhor, Tu em mim Te derramaste como a essência imponderável de todas as cousas,
De todods os seres,
As cousas como a Verdade
A beleza
A razão
O amor de Deus como liberdade
Senhor, como o próprio Deus.
Senhor, Tu foste em mim o como que limite do ilimitado,
O país sempre azul do eterno azul inconcretizado de todas as distâncias.
No concerto das cousas, o abstrato de todas as cousas, a marcha indefinida para a perfeição.
Senhor, e me foste a vida,
A poesia,
A canção,
A música por todas as marchas,
A marcha da vida, ilimitada,
O ilimitado sol do teu clarão...
... Senhor, e depois me deste do meu vasto coração
Um coração para todos os espinhos,
Um coração para todas as espadas,
E para todos os ferros
E depois, nos ferros, os ferros mais esbraseados.
Senhor, assim que me deste este meu vasto coração.
E de mim, no que sou, este meu coração a rolar por todas as pedras;
A subir e a descer por todas as escarpas,
Todas as cinzas, e negruras, a poeira negra do mais negro chão...
Ah! Senhor, desde que um céu desconcertado,
Enterra-me, Senhor, neste Teu como que cemitério ilimitado.
O espaço sem consciência e sem razão...
*João Lins Caldas era um poeta de versos melancólicos, amorosos, religiosos, afinal, de temas diversificados com muita obsessão pelo tema morte.
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FIGURAS QUE FIZERAM ESTÓRIAS E HISTÓRIAS NO ASSU
Esquerda para direta: Francisco Ximenes, que era proprietário de um bar popular e aristocrático, instalado num prédio esquina com a Prefeitura Municipal, Franciscao Amorim (Chisquito), que foi prefeito daquele município, além de poeta, escritor, e o poeta matuto Renato Caldas. E por falar em Renato, este versinho para o nosso deleite:
Nenhuma mulher é troço,
Branca ou preta são belas
Lamento porque não posso ,
Ser dono de todas elas.
Em tempo: Foi o primeiro verso que Renato Caldas escreveu, data de 1914 quando ele ainda era adolescente.
Nenhuma mulher é troço,
Branca ou preta são belas
Lamento porque não posso ,
Ser dono de todas elas.
Em tempo: Foi o primeiro verso que Renato Caldas escreveu, data de 1914 quando ele ainda era adolescente.
Fernando Caldas
RELÍQUIA ESCOLAR DO ASSU
Carteira de estudante do antigo Externato São José (pertencente a Fernando Antonio Caldas autor deste blog), escola particular de Maria da Glória Pessoa (Dona Glorinha) que funcionava na sua própria residência na ciade de Assu (RN). Ela preparava com carinho e zêlo os alunos para o Exame de Admissão para o Curso Ginasial, bem como para o Concurso do Banco do Brasil que se realizava na década de cinquenta e sessenta. Foi minha querida professora naquela escola no ano de 1968 confome documento estudantiu acima que encontrei como bom guardião, revendo velhos alfarrábios. Clique na imagem para uma melhor visualização.
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Fernando "Fanfa" Caldas - 84.99913671
INTRIGA CARNAVALESCA
Por Valério Mesquita, escritor.
01 - Natal boêmia dos anos cinquenta. Natal lírica que se reunia toda no grande ponto. A história é desse tempo. Era carnaval no reinado do inesquecível Severino Galvão, amigo de Luiz de Barros e Roberto Freire. O compositor Dosinho lançava os seus últimos sucessos carnavalescos. E a animação tomava conta da capital que exportava folia. Tanto assim, que os jornais anunciavam a visita do rei Momo, primeiro e único Severino Galvão, à capital do Oeste - Mossoró, levando toda a sua corte. Não podia haver notícia melhor para estreitamento das relações entre Natal e Mossoró, pois andavam tensas por causa das estórias que os maledicentes inventavam com os mossoroenses.
Tudo pronto, transporte providenciado, discurso afiado do monarca nos trinques, parte a caravana real com confete e serpentina. Mas, em todo reino que se preza, sempre há um vilão à espreita que desmancha prazer e ameaça a coroa. O folião de longo curso Roberto Bezerra Freire resolve bagunçar o coreto e a viagem. Irreverente e brincalhão o engenheiro natalense enviou telegramas urgentes a Mossoró para o prefeito e o Delegado de Polícia alertando que "O Rei Momo que está chegando aí é um impostor". "Inclusive", prossegue o teor telegráfico, "ele vai insultar Mossoró urinando Praça Rodolfo Fernandes". Continua: "Trata-se individuo perigoso e todo cuidado é pouco. Saudações Roberto Freire". Ora, o mossoroense habituado, desde a resistência a Lampião, a reagir a provocação, entrou em estado de alerta para não dizer de "sitio. A chegada que se prenunciava triunfante foi tensa e hostil com todo o destacamento local formado para repelir os embusteiros. Detido o ônibus real do soberano Severino Galvão, ante a sua incontida perplexidade, não precisa dizer que a rainha e os súditos permaneceram prisioneiros no coletivo enquanto o rei momo era conduzido à delegacia para dar explicações sobre a inditosa viagem e o telegrama delator. Só depois de muita negociação diplomática foram liberados. Não havia Telern ainda e o discurso real foi transformado em desculpas intermináveis ante o lamentável incidente que abalou as ligações entre os dois povos.
02 - Zé de Papo sempre se dintinguiu como uma figura curiosa e querida de Macaíba. Dentre os afícios que exerceu posso lembrar o de carnavalesco (feiticeiro da tribo de índio do bloco de Zé Batata), músico, garçom, boêmio. gostava de caçar e jogar futebol no velho campo do cemitério de Macaíba, pelo time do Rio Branco. Na atividade esportiva, um fato é lembrado ainda com muito humor. Os calções dos clubes de futebol daquele tempo eram ordinários e não possuíam sunga. Zé de Papo parecia possuir um testículo caído que sempre apresentava ao público sem que ele o percebesse. Nas monobras bruscas, perna levantado, surgiu surpreendentemente o ovo de papo saudando a galera. "Bota pra dentro Zé! Bota pra dentro!", gritava a torcida. Ele pensava que era a bola e respondia para o público que não fazia gol porque ninguem lhe dava oportunidade.
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01 - Natal boêmia dos anos cinquenta. Natal lírica que se reunia toda no grande ponto. A história é desse tempo. Era carnaval no reinado do inesquecível Severino Galvão, amigo de Luiz de Barros e Roberto Freire. O compositor Dosinho lançava os seus últimos sucessos carnavalescos. E a animação tomava conta da capital que exportava folia. Tanto assim, que os jornais anunciavam a visita do rei Momo, primeiro e único Severino Galvão, à capital do Oeste - Mossoró, levando toda a sua corte. Não podia haver notícia melhor para estreitamento das relações entre Natal e Mossoró, pois andavam tensas por causa das estórias que os maledicentes inventavam com os mossoroenses.
Tudo pronto, transporte providenciado, discurso afiado do monarca nos trinques, parte a caravana real com confete e serpentina. Mas, em todo reino que se preza, sempre há um vilão à espreita que desmancha prazer e ameaça a coroa. O folião de longo curso Roberto Bezerra Freire resolve bagunçar o coreto e a viagem. Irreverente e brincalhão o engenheiro natalense enviou telegramas urgentes a Mossoró para o prefeito e o Delegado de Polícia alertando que "O Rei Momo que está chegando aí é um impostor". "Inclusive", prossegue o teor telegráfico, "ele vai insultar Mossoró urinando Praça Rodolfo Fernandes". Continua: "Trata-se individuo perigoso e todo cuidado é pouco. Saudações Roberto Freire". Ora, o mossoroense habituado, desde a resistência a Lampião, a reagir a provocação, entrou em estado de alerta para não dizer de "sitio. A chegada que se prenunciava triunfante foi tensa e hostil com todo o destacamento local formado para repelir os embusteiros. Detido o ônibus real do soberano Severino Galvão, ante a sua incontida perplexidade, não precisa dizer que a rainha e os súditos permaneceram prisioneiros no coletivo enquanto o rei momo era conduzido à delegacia para dar explicações sobre a inditosa viagem e o telegrama delator. Só depois de muita negociação diplomática foram liberados. Não havia Telern ainda e o discurso real foi transformado em desculpas intermináveis ante o lamentável incidente que abalou as ligações entre os dois povos.
02 - Zé de Papo sempre se dintinguiu como uma figura curiosa e querida de Macaíba. Dentre os afícios que exerceu posso lembrar o de carnavalesco (feiticeiro da tribo de índio do bloco de Zé Batata), músico, garçom, boêmio. gostava de caçar e jogar futebol no velho campo do cemitério de Macaíba, pelo time do Rio Branco. Na atividade esportiva, um fato é lembrado ainda com muito humor. Os calções dos clubes de futebol daquele tempo eram ordinários e não possuíam sunga. Zé de Papo parecia possuir um testículo caído que sempre apresentava ao público sem que ele o percebesse. Nas monobras bruscas, perna levantado, surgiu surpreendentemente o ovo de papo saudando a galera. "Bota pra dentro Zé! Bota pra dentro!", gritava a torcida. Ele pensava que era a bola e respondia para o público que não fazia gol porque ninguem lhe dava oportunidade.
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POESIA
Fernando de Sá Leitão é outro poeta da nova geração do Assu. Da antologia intitulada "Vertentes" (reunião com 25 poetas assuenses), publicizado pela Coleção Assuense, 2002, transcrevo o poema sob o título "Cavalo Selvagem":
Entre a dúvida e o desejo, correm cavalos selvagens,
Instintos e razão,
Que fazer, então?
Entre a dúvida e o desejo,
Há sempre cupidez,
Faces rubras ou palidez,
Boca seca, mãos frias...
Olhares alfinetantes...
Entre a dúvida e o desejo,
Existem o risco da insensatez,
E o momento de lucidez,
Onde os cavalos são domados.
Entre a dúvida e o desejo, correm cavalos selvagens,
Instintos e razão,
Que fazer, então?
Entre a dúvida e o desejo,
Há sempre cupidez,
Faces rubras ou palidez,
Boca seca, mãos frias...
Olhares alfinetantes...
Entre a dúvida e o desejo,
Existem o risco da insensatez,
E o momento de lucidez,
Onde os cavalos são domados.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
BATATA QUE O POVO GOSTA
Essa estória é muito antiga mas vale a pena relembrar. Renato Caldas poeta matuto, boêmio e andarilho (um dos maiores poetas populares do Brasil, falecido em 1991) tomando "umas e outras" pela feira livre da sua terra natal, fora abordado por uma certa vendedora de legumes que, ao vê-lo passar, disse: "Seu Renato ajude-me a vender minha bata que se encontra encalhada". Já era final de feira e aquela senhora ainda não tinha vendido nada da sua mercadoria. Renato pegou um pedacinho de papel e mandou brasa, escrevendo assim:
Batata rainha prata
É dessa que o povo gosta
Um quilo dessa batata
Dá bem 10 quilos de bosta.
"Mas Seu Renato se eu for divulgar esse versinho não vou vender minha mercadoria!" Ai Renato dobrou a doze, escrevendo noutro pedaço de papel outra trovinha conforme adiante:
Batata, bata doce
Batata que o povo gosta
Um quilo dessa batata
Dá bem 20 quilos de bosta.
Batata rainha prata
É dessa que o povo gosta
Um quilo dessa batata
Dá bem 10 quilos de bosta.
"Mas Seu Renato se eu for divulgar esse versinho não vou vender minha mercadoria!" Ai Renato dobrou a doze, escrevendo noutro pedaço de papel outra trovinha conforme adiante:
Batata, bata doce
Batata que o povo gosta
Um quilo dessa batata
Dá bem 20 quilos de bosta.
domingo, 24 de janeiro de 2010
BRASÃO E ORIGEM DA FAMÍLIA CALDAS
CALDAS.
Procedem de D. Garcia Rodrigues de Caldas, rico-homem de pendão e caldeira, natural do Reino das Astúrias, que se diz ser da Casa dos senhores de Caldelas. Tomou partido contra D. Henrique. Conde de Trastamara, nas lutas havidas com seu irmão o Rei de Castela D. Pedro, o Cruel, pelo que quando este foi vencido e aquele, com o nome de Henrique II, subiu ao trono, teve de fugir a sua vingança, vindo para Portugal na companhia de D. Fernão Anes de Lima, seu parente.
Recebeu-se com D. Leonor Sousa de Magalhães, filha de Luis Gonçalves de Sousa e de sua mulher, D. Leonor de Magalhães, senhora que lhe levou em dote as quintas da solda, Camposa e S. Martinho de Vascões, em Coura; e apresentação da igreja de Camposa, na vila dos arcos, e S. Martinho de Vascões; a quinta de Vila Verde e do paço de Coura, na freguesia de Vascões.
Seus filhos continuaram o apelido.
Desta família e das suas armas dizia-se, como informa o Padre Antônio Soares de Albergaria no primeiro terço do século XVII: "De Caldas nem armas nem almas."
As armas que usam os destes apelido são: De prata com cinco ciprestes de verde. Timbre: Um cipreste do escudo.
(Pesquisa do Museu de Ciências Naturais - Horto de Dois Irmãos - Recife - Pernambuco). Pesquisador: Petrônio Machado Cavalcanti.
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POESIA
Angélica Lana de Medeiros já nasceu com a poesia no sangue. Seu pai assuense Diassis Medeiros é poeta da nova geração. É de sua autoria os versos intitulado "Dor (Trova), que transcrevo a seguir:
Uma palavra mal-dita
Uma dor mais fincada
Uma lágrima ferida
Uma vida sofrida...
Ainda chamam-me,
Trova (dor), canta (dor),
Canto, á dor.
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fernando.caldas@bol.com.br
Uma palavra mal-dita
Uma dor mais fincada
Uma lágrima ferida
Uma vida sofrida...
Ainda chamam-me,
Trova (dor), canta (dor),
Canto, á dor.
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sábado, 23 de janeiro de 2010
CASARÕES
Fotografia: Gean Lopes. Janela da casa da escritora assuense de Lavras (MG) Maria Eugênia Montenegro.
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PENDENCIAS...
Manoel Rodrigues de Melo, poeta, escritor pendencese. Do livro "Chico Cabôclo e Outros Poemas, 1957.
Sob o formoso céu que te cobre e ilumina,
Vives como a cantar uma canção serena...
Desde o bosque ao jardim, do roçado á campina,
Deixas sempre exalar um cheiro que envenena!...
Minha terra! Meu ninho azul, onde a bonina,
Aberta ao rubro sol da tarde, incita pena...
Tenho n1alma e terei mirrada e bem franzina
Uma saudade atroz que maltrata e condena!
Minha terra! Meu berço amado eu te amo tanto,
Que se um dia o estilete agro da Dor vier
Matar-me, servirás de meu repouso santo.
És o templo bendito, onde aprendi primeiro,
Entre o aroma sutil do brando malmequer
A divina canção dolente do vaqueiro.
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Sob o formoso céu que te cobre e ilumina,
Vives como a cantar uma canção serena...
Desde o bosque ao jardim, do roçado á campina,
Deixas sempre exalar um cheiro que envenena!...
Minha terra! Meu ninho azul, onde a bonina,
Aberta ao rubro sol da tarde, incita pena...
Tenho n1alma e terei mirrada e bem franzina
Uma saudade atroz que maltrata e condena!
Minha terra! Meu berço amado eu te amo tanto,
Que se um dia o estilete agro da Dor vier
Matar-me, servirás de meu repouso santo.
És o templo bendito, onde aprendi primeiro,
Entre o aroma sutil do brando malmequer
A divina canção dolente do vaqueiro.
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BRASIL DA INDIFERENÇA
*Por João Batista Rufino de Souza
Brasil da corrupção
Uma guerra não vencida
O desemprego, a fome
A renda mal dividida
Trava o combate do filho
Pela batalha da vida
Brasil da desigualdade
Indigência, conflitos sociais
Os pobres sem moradia
Ricos em mansões colossais
Não ver que a justiça divina
Prega por todos iguais
Vou fazer prece aos céus
Pra mudar isso, talvez
Ao invés de fome, violência
Paz, comida sem escassez
E o Brasil não mais seja
Um erro de português.
*Jõão Batista Rufino de Souza é poeta assuense (de São Rafael-RN). Seu livro de estréia intitula-se Contos e Fatos de Um Poeta, 2000.
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Brasil da corrupção
Uma guerra não vencida
O desemprego, a fome
A renda mal dividida
Trava o combate do filho
Pela batalha da vida
Brasil da desigualdade
Indigência, conflitos sociais
Os pobres sem moradia
Ricos em mansões colossais
Não ver que a justiça divina
Prega por todos iguais
Vou fazer prece aos céus
Pra mudar isso, talvez
Ao invés de fome, violência
Paz, comida sem escassez
E o Brasil não mais seja
Um erro de português.
*Jõão Batista Rufino de Souza é poeta assuense (de São Rafael-RN). Seu livro de estréia intitula-se Contos e Fatos de Um Poeta, 2000.
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
JESSIER QUIRINO NO "FORRÓ DO POTE"
O paraibano Jessier Quirino que no meu entender é um Renato Caldas (poeta matuto assuense) mais aperfeiçoado, é o maior poeta popular do Brasil. No próximo sábado dia 22, as 22 horas apresenta em Natal o seu espetáculo intitulado "Berro Novo", título este que também leva a sua mais recente obra "Berro Novo", enriquecendo mais e mais a literatura popular brasileira. Berro Novo vem como a sua obra de estréia intitulada Paisagens de Interior, acompanhado de um CD com seus causos matutos e canções, com a participação de Domiguinhos, Josildo Sá, Maestro Spock e Xangai. Do seu livro Paisagens de Interior transcrevo o poema seguinte:
Eu já tô com esta idade
Papai beirando os noventa
Louvo pela mocidade
Com vinte, trinta e quarenta
Dizia em tom revoltado:
- Este é um governo safado,
Mas um governo que vem
Perante a lei fundiária
Fará a reforma agrária
E o povo gritando amém!
Feito o bicho oprimido
Sofrendo apuro desgosto
Papai ficou convencido
Que rei morrido é rei posto
No dia da eleição
Papai virou cidadão
Mamãe, cidadã também
Votaram em força contrária
Querendo a reforma agrária
E o povo gritando amém!
A coisa foi piorando
Pro lado dos piorais
E a reforma ficando
Pra trás, pra trás e pra trás
Hoje o poeta Quirino
Diante de um Vivaldino
Não abro nem para um trem
Abordando este problemas
Meto o pau com meus poemas
E o povo gritando amém
A coisa se melhorando
Cheio de mais, mais e mais, mais
E a tal reforma ficando
Pra trás, pra trás e pra trás
Hoje o poeta Quirino
Diante de um vivaldino
Não abro nem para um trem
Abordando este problema
Meto o pau com meus poemas
E o povo gritando amém
blogdofernandocaldas.blogspot.com
Eu já tô com esta idade
Papai beirando os noventa
Louvo pela mocidade
Com vinte, trinta e quarenta
Dizia em tom revoltado:
- Este é um governo safado,
Mas um governo que vem
Perante a lei fundiária
Fará a reforma agrária
E o povo gritando amém!
Feito o bicho oprimido
Sofrendo apuro desgosto
Papai ficou convencido
Que rei morrido é rei posto
No dia da eleição
Papai virou cidadão
Mamãe, cidadã também
Votaram em força contrária
Querendo a reforma agrária
E o povo gritando amém!
A coisa foi piorando
Pro lado dos piorais
E a reforma ficando
Pra trás, pra trás e pra trás
Hoje o poeta Quirino
Diante de um Vivaldino
Não abro nem para um trem
Abordando este problemas
Meto o pau com meus poemas
E o povo gritando amém
A coisa se melhorando
Cheio de mais, mais e mais, mais
E a tal reforma ficando
Pra trás, pra trás e pra trás
Hoje o poeta Quirino
Diante de um vivaldino
Não abro nem para um trem
Abordando este problema
Meto o pau com meus poemas
E o povo gritando amém
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