quarta-feira, 15 de junho de 2011

"A INVEJA"

 









És grande na loucura predileta
Na beleza feliz que o peito afeta
As raízes do sonho que devoras
Mau grado os humildes que namoras...
A doçura do riso que é teu lume.
Como a treva que mancha o vagalume
Como a noite que mancha a luz do dia.  

Por João Lins Caldas, poeta potiguar açuense

Postado por Fernando Caldas
Antiga celebração na igreja Matriz de São João Batista, de Açu-RN

domingo, 12 de junho de 2011

PROS NAMORADOS



Namôro Véio

A lua vinha cantando,
Suas canção pratiada!
Parô tão disfugurada...
Ficô oiando pru Má
E o Má sortando um gemido
Limpô os óio no vestido
Pratiado de Luá.

[Renato Caldas, poeta matuto potiguar]


PALAVRAS

Seja alegria, seja mágoa, ciúme
Pena de amor, ou grito de revolta
Tudo a palavra humana em si resume
Tudo arrasta suspenso á sua volta!

Palavras
Céu e inferno!
Cinza e lume!
Mistério que a nossa alma traz envolta!
Umas, consolação!
Outras, queixume…
Todas correndo como o vento á solta!

Tudo as palavras dizem
A verdade, a mentira, a crueldade…
Mas afinal, o que perturba e espanta
É o drama das que nunca foram ditas
Das palavras pequenas e infinitas
Que morrem sufocadas na garganta!”

Virgínia Victorino [n. em Alcoçaba, 1898; m. em Lisboa-1967]


CARLOS ALBERTO DA COSTA BEZERRA [CARLINHOS], 1951-2011

                                                 
Sobre o amigo Carlinhos e a sua partida para "o lado do azul", o meu silêncio!

Fernando Caldas


PENSAMENTO DO DIA

Quando você nasceu todo mundo sorriu e só você chorou. Viva a vida de tal forma que quando você morrer todo mundo possa chorar e só vocêr sorrir.

Confúcio

sábado, 11 de junho de 2011


APROVEITE A VIDA E BEBA COM MODERAÇÃO! Sou Feliz e agradeço a tudo que Deus me deu!

[Do blog de Aluíziolacerda]

"SERTÃO DE ESPINHO E DE FLOR"

Imagem de Gustavo Adonias

[Trechos do "Sertão de espinho e de flor", 1952, de Othoniel Menezes]

Canto 1 - Sertão de espinho e flor

Sertão selvagem, de Euclides!
Prosaicamente, progrides,
- mas, nada te corrompeu!
Paraíso de minha infância,
ingênua como uma estância
de Casimiro de Abreu!

Toureira de Xique-xique.
Cercadão de pau-a-pique.
Dez léguas de tombador...
Mar de panasco dourado.
Bogari, cravo encarnado.
- SERTÃO DE ESPINHO E FLOR!

Canto 7 - No piso do comboio

Sertão dos meus janeiros!
Cavalos mansos, baixeiros.
Que delícia era viajar,
armando a rede nos ganchos
do alpendre aberto dos ranchos,
- seis dias, pra chegar...

Fazer u'a madrugada!
A tropa, inda estremunhada,
trota no barro da chá...
Vai-se andando... Vai-se andando...
Rósea, a barra vem quebrando...
Chora, no vale a aracuã.

(Rompe-nuvem, baio lindo!
Viaja-se, mesmo dormindo,
no teu dorso embalador!
Teu nome - de avanço e luta -
é uma hibérbole matuta,
chalaça de cantador!

Assim, tardo, é que te quero,
Rompe-nuvem! Que inda espero
volver, tão dócil te sei,
- e, só por matar saudades! -
às serras, ás soledades
do sertão que sempre amei.

Postado por Fernando Caldas
O teu quadro é vida

Oculto nos teus quadros uma mensagem de vida
Vejo neles um misto de tristeza e de dor,
Um tom de santidade e de pecado … que não alcançamos.
Uma janela de seriedade e de realidade,
Vi uma fronteira onde os sonhos se quebram e se desfazem,
Qual vidro estilhaçado de pensamentos e devaneios.
O misticismo dos teus olhos negros … profundos,
Dos teus cabelos esvoaçantes, que não esqueço,
Qual serpentes, que me escapam entre os dedos.
Olhos que me rasgam a alma, me trespassam e me amam.
Não o dizes, mas sentes … como o disseste no calor do verão.
Um amor e um desejo que não aconteceu, apenas se sentiu.
O medo, apresentado pela comodidade assim o ditou.
Duas almas separadas, de sentimentos iguais ….
Mas que a realidade tratou de separar … o que nunca uniu.
Apenas uma troca de palavras e de imagens, através de artifícios virtuais.
Seremos sempre, duas almas; duas vidas; duas pessoas … eu e tu!

João Salvador



O sol a sorrir,
o mar a refletir,
a paixão incendeia.

A lua só e farta,
escreve uma carta,
a um amor de sereia.

A onda em espuma,
diz a brisa do norte:
-a vida é só uma,
é a infância da morte.

A distância é vento motriz,
apaga amor "interesseiro",
incendeia é juiz,
do amor verdadeiro.

( Serafim Serafim Ribeiro )
[Do Facebook de Cristina Costa]






sexta-feira, 10 de junho de 2011

UTILIDADE PÚBLICA - DO BLOG DE JUSCELINO FRANÇA

Boa notícia: Supremo Tribunal Federal pode garantir reajustes anuais ao funcionalismo


Foto: Folha de S.Paulo














O STF iniciou nesta quinta (9) o julgamento de uma ação que pode resultar na garantia de reajustes anuais para servidores federais, estaduais e municipais.

Relator do processo, o ministro Marco Aurélio Mello(foto) reconheceu o direito do funcionalismo à reposição das perdas impostas pela inflação.

Disse que a correção monetária anual dos contracheques dos servidores públicos está prevista no inciso 10o do artigo 37 da Constituição.

A despeito disso, realçou o ministro, estabeleceu-se um “círculo vicioso” nas esferas “federal, estadual e municipal”.

No dizer do ministro, os governantes mantêm “os olhos fechados” para o texto constitucional, descumprindo-o.

A ação é movida por servidores públicos de São Paulo. Está submetida, porém, ao princípio da “repercussão geral”.

Significa dizer que a decisão do Supremo valerá para todos os servidores do país, inclusive os do Poder Judiciário. Coisa de 10 milhões de pessoas.

O julgamento não foi concluído porque a ministra Cármen Lucia, primeira a se pronunciar depois da leitura do voto do relator, pediu vista dos autos.

Os servidores de São Paulo, Estado governado pelo PSDB há 16 anos, reivindicam no STF uma indenização pelos reajustes que não receberam nos últimos anos.

arco Aurélio não se limitou a deferir o pedido. Decidiu que a indenização terá de ser paga com juros e correção monetária.

Para ele, ao sonegar ao funcionalismo a reposição dos indices de inflação, o Poder Público aufere “vantagem indevida”.

Algo que, diante do poderio do Estado, aproxima-se do “facismo”. O ministro acrescentou:

“Não se pode adotar entendimento que implique supremacia absoluta do Estado, em conflito com o regime democrático e republicano”.

O Judiciário não tem poderes para obrigar União, Estados e municípios a conceder reajustes salariais.

Porém, o ministro fez uma distinção entre reajuste e reposição inflacionária.

“Correção monetária não é acréscimo, não é ganho, é mera reposição com o escopo de preservar o valor” do salário, disse ele.

Marco Aurélio serviu-se de emenda aprovada sob FHC para justificar a concessão do pedido feito pelos servidores do Estado governado pelo tucano Geraldo Alckmin.

Lembrou que a redação do inciso 10o do artigo 37 da Constituição, que prevê os reajustes anuais, foi fixada por uma reforma administrativa de 1998.

O ministro reproduziu trecho da justificativa enviada ao Legislativo por Clóvis Carvalho, à época o chefe da Casa Civil de Fernando Henrique Cardoso.

O auxiliar de FHC escreveu que os objetivos da reforma eram: “recuperar o respeito e a imagem do servidor público perante a sociedade; estimular o desenvolvimento profissional dos servidores e; por fim, melhorar as condições de trabalho”.

E Marco Aurélio: “Vê-se, então, que a reforma administrativa veio para melhorar as condições do servidor”. Daí a sua interpretação do texto constitucional.

O julgamento será retomado quando Cármen Lucia devolver o processo ao plenário do Supremo. Não há, por ora, data prevista.

- Serviço: Aqui, a íntegra do voto de Marco Aurélio Mello.

Fonte: Blog de Josias de Souza


quinta-feira, 9 de junho de 2011










Mais vale o silêncio certo,
que a palavra errada.

Em muitos momentos da vida
o silêncio é a resposta mais sábia
que podemos dar a alguém.

Hoje, neste tempo de muitas palavras,
queiramos a beleza dos silêncios.

Cristina Costa - Reflections








Ainda

Queria saber se, ainda,
me sabes olhar...
Queria saber... se sabes,
porque não o fazes?!...
Já é tão tarde para que o faças...
É tão tarde,
mas o tempo, ainda, não acabou!

Queria saber se, ainda,
me vens ver?!...
E se vieres... se, ainda,
me sabes olhar... e saber...
Saber que, ainda, existe
a eternidade!!!

Queria saber se o teu
cheiro, ainda, é o mesmo...
Se a tua pele, ainda, queima...
Se o teu abraço, ainda, afaga...
Se o teu coração, ainda, salta...

Queria saber...
se o teu olhar, ainda, me vê.
Saber se, ainda, és tu?!

Iochabel Ferreira
[Do Facebook de uma amiga]

Maria de Oliveira Barros


Maria Boa. (Sandro Fortunato*)

Cabe uma explicação aos mais jovens, aos castos e aos pudicos. Cabaré, boate, casa de massagens, puteiro, casa de strip, relax for men e outros templos do prazer carnal não são tudo a mesma coisa.

Cabaré é algo que quase não existe mais. Era o local de trabalho das damas, das mulheres da noite. Nele havia uma dona, geralmente uma senhora respeitável, douta na arte de fazer um homem gemer sem sentir dor, conhecedora de mistérios somente revelados à meia luz, entre gemidos e sussurros. Essa senhora recebia em sua casa várias meninas que, repetindo sua própria história, um dia haviam fugido de casa ou sido colocadas para fora pelo pai envergonhado da filha ingrata que desgraçara o lar fazendo safadeza antes do tempo e sem ser casada. Essas meninas tinham cada uma, seu quarto, suas coisinhas, seu mundo. Tinham hora para trabalhar. Tinham clientes preferidos. Também tinham amigos. Tinham uma vida. E, essa não era nada fácil.

Ir a um cabaré nem sempre significava buscar sexo pago. Freqüentava-se cabaré para beber, conversar com os amigos, com as meninas da casa, ver um show, enfim, para se divertir e relaxar. Ao final, você poderia voltar para casa de espírito mais tranqüilo e sem necessariamente ter chegado às vias de fato.

Na provinciana Natal desde os anos 40 a meados da década de 80, existiu o Cabaré de Maria Boa, talvez o último desses locais que merecesse ser chamado assim. Era de propriedade de uma verdadeira dama, respeitável cortesã.

Luz vermelha, quartos minúsculos com acústica privilegiada aos que passavam no corredor, toalhinha e bacia com água para lavar as partes, cerveja gelada, meninas que conversavam, mulheres mais experientes com suas “frases de sedução”: E aí, bonitão, vamos brincar um pouquinho hoje? ou Vem cá, simpático. A radiola de ficha a tocar e as meninas sonhando com alguém que as tirasse daquele lugar.

Maria Boa era natural de Campina Grande. Como teria vindo para Natal? Será que a menina, então com pouco mais de vinte anos, que deixava Campina, poderia imaginar que a Casa de Maria Boa faria fama no Brasil e no mundo e, mais que simples cabaré, viraria referência turística da capital potiguar?

Maria Boa chegou a Natal junto com os americanos e a Segunda Guerra. Sua casa levou se tornou um referencial. Era freqüentada por políticos e empresários. Funcionou por aproximadamente meio século. Já era quase uma septuagenária quando caminhava diariamente ao amanhecer pela Praia do Meio, onde morava, com uma antiga amiga. Não se sabe se nessa época ainda aparecia para gerir os negócios. Poucos tiveram a oportunidade de pousar olhos embriagados sobre sua lendária figura.

Uma história foi contada na edição do Diário de Natal, que trazia a notícia da morte de Maria. O fato ocorreu em um churrasco em família, num ambiente bem tranqüilo: “Numa cadeira ao lado, sentou uma senhora usando vestido azul e sandálias pretas. (…) Seus traços físicos ainda guardavam sinais de uma mulher que já fora muito bonita, de belo corpo. Conversei uma hora com a mulher ao lado. Ao final do papo, ela perguntou meu nome. Respondi a senhora e, por educação, fiz a mesma pergunta. Com um sorriso, ela me respondeu: “Me chamo Maria de Oliveira”. (…) Alguns minutos após, minha avó se aproximou, comentei com ela: “Que mulher distinta e educada, ela parece uma lady do tipo inglesa”. Minha avó disse: “Você estava conversando com Maria Boa”.

Outra história, na cobertura do enterro, foi registrada:

Morreu ontem, por volta de 1 hora da manhã, vítima de acidente vascular cerebral - AVC (trombose), na Casa de Saúde São Lucas, Maria Oliveira Barros, mais conhecida como Maria Boa, 77 anos. Ela fez história no Rio Grande do Norte com seu bordel. Com o sepultamento de Maria Boa, desaparece também uma figura lendária da história da cidade, que da badalação da noite envolveu-se num véu de recato e discrição, usufruindo o que amealhou com décadas de trabalho em extremo convívio familiar.

Quem não viveu a Natal dos anos sessenta, quando o sexo era reprimido “entre as moças de família”, não pode avaliar o que foi essa “instituição” para jovens iniciantes, ou para o relax de vestutas figuras do Judiciário, Legislativo e Executivo, empresários, enfim cidadãos de todos os tipos, de uma cidade com menos de 200 mil habitantes .

Junto com Maria, morreu todo o romantismo de uma época.

Hoje, temos garotas de todos os tipos, para todos os bolsos, gostos e fantasias, mas não se fazem mais Damas da Noite como antigamente.

* Acrescentadas, pelo blog, algumas notas ao texto original.

Postado por Manoel de Oliveira Cavalcanti Neto.
[Do site NataldeOntem]
Postado por Fernando Caldas

quarta-feira, 8 de junho de 2011



DENTRO DE MIM

O que estará Dentro de Mim
tenho pulmãotenho rim
tenho coração

O que estará dentro do Coração
tenho alegrias
tenho desilusões
tenho artérias
tenho emoções

O que está dento das Emoções
tenho veias
tenho pensamento
tenho sanguetenho sentimento

o que estará dento do Sentimento
tenho vontade
tenho liberadade
tenho alma.

O que estará dentro da Alma
tenho coração
tenho sentimento
tenho emoção
tenho alento

Afinal tenho tudo cá dentro.....

Elisabete M.
9/06/2011









SHOOW DE MANÉ BERADEIRO

E vc ainda pode contar com o atendimento personalizado de Mané Beradeiro que vai até sua casa ou trabalho deixar o ingresso e pegar o dinheiro. Só para quem mora em C. Mirim, Parnamirim e Natal. 99564014 e 87194534

Postado por Fernando Caldas

terça-feira, 7 de junho de 2011

DO ORKUT BAR DO VANZINHO - AÇU-RN













A cachaça tem cem anos
Cada qual mais diferente,
É mandureba, é champanhe,
É caninha, é aguardente,
Parati, pinga, alegria,
Água de cana quente
Que passarinho não bebe
Só para arreliar a gente


Cachaça serve pra tudo,
É pau para toda obra,
Serve para amansar corno
E para brabeza de sogra,
Dá brilho e senta o cabelo,
Cura picada de cobra


Do copo eu não recuso
e nem deixo de bebê.
Bebe eu, bebe você,
bebe Dão Pedro Segundo,
vem do começo do mundo
e não é defeito bebê

Arte de Cecília Barbalho









O Beijo

O beijo é a comunhão das almas prediletas,
Voz da boca do amor, do sonho e dos poetas.
Palmeira da ilusão carregada de amores
Tem o cheiro feliz das prediletas flores,
O "chic" do luar fantástico dos versos
E a primavera azul dos corações diversos...

Ave do coração a pipilar nas bocas.
Tem a graça febril das esperanças loucas.
Vinho da fantasia e riso das belezas,
Marcha por um país onde não há tristezas,
Erra por uma terra onde não há pesares,
- Prova a graça da festa e a luz de todos os lares.

Romance do prazer e corpo das venturas,
O beijo tem o voo das borboletas puras,
As asas do ideal ressaltam-lhe dos seios,
Branco como a visão dos brancos devaneios,
Goza a febre gentil das lúcidas bonanças
E os seios do luar dos sonhos sem receios
E a sombra sem pesar das cousas que são mansas.


Por João Lins Caldas
Natal, 26.9.1909

 

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...