quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Deputado George Soares congratula jornalista João Batista Machado pela posse na Academia Norte-Riograndense de Letras

O Deputado Estadual George Soares solicitou encaminhamento de Moção de Congratulações ao jornalista assuense João Batista Machado pela sua posse como acadêmico imortal da Academia Norte-Riograndense de Letras. Machado foi empossado em sessão solene realizada na última quarta-feira (27/11). A solenidade contou com a presença do parlamentar, que esteve entre os componentes da mesa ao lado do presidente da Academia, Diógenes da Cunha Lima.

O novo imortal, agora ocupante da cadeira de nº 32, iniciou suas atividades profissionais na década de 60 com passagem por grandes jornais e em instituições públicas e privadas, atuando nas áreas de reportagem política, assessoria, secretaria de imprensa e publicidade. É autor de dez livros sobre fatos políticos do Rio Grande do Norte e atualmente é Coordenador de Comunicação Social do Tribunal de Contas do Estado. “É, portanto, um cidadão assuense que orgulha a todos nós norte-riograndenses”, declara o deputado.

Do mural/facebook de George Soares

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

PECADO CAPITAL: Novos depoimentos “confirmam envolvimento” de Gilson Moura nos desvios no IPEM

Novo Jornal de hoje traz uma reportagem dos depoimentos que cinco pessoas deram ontem a justiça federal confirmando o envolvimento do Deputado Gilson Moura no escândalo de desvios no IPEM na gestão de Rychardson Macedo. Segue reportagem:
IPEM Gilson

EVENTO

Projeto Mais RN será apresentado em Assú
 
Fernando Antônio de Sá Leitão destaca importância da iniciativa
ASSÚ – Convite assinado pelo presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Amaro Sales; pelo secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Rogério Marinho; e pelo superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), José Ferreira de Melo Neto, confirma para esta quarta-feira, dia 27, a realização do Encontro Regional de apresentação do projeto Mais RN.
O convite destaca que “o Mais RN está elaborando o Plano Estratégico de Desenvolvimento Econômico e Oportunidades de Investimentos e Negócios para o período 2014-2034. Ele é um projeto financiado exclusivamente com recursos de empresas privadas que, quando finalizado, servirá de base para ações de governo e, principalmente, para a orientação de novos e importantes investimentos públicos e privados no Estado”.
A Fiern e os parceiros vêm realizando uma série de encontros em cidades-polo do Estado para divulgação do referido projeto.
O gestor do escritório regional do Sebrae/RN, em Assú, Fernando Antônio de Sá Leitão Morais, declarou que durante evento desta quarta-feira serão abordadas as principais potencialidades de cada região, buscando identificar os pontos de estrangulamento e os principais riscos enfrentados pelos empresários.

PROCESSO 
Também serão discutidas as ações governamentais que podem contribuir para o desenvolvimento dos arranjos produtivos e para a eliminação dos riscos e gargalos da produção.
Por fim, os trabalhos se concentrarão nas oportunidades de investimentos e de negócios dentro e fora dos setores de atuação. O encontro de empresários na abrangência do escritório regional do Sebrae-Assú será realizado em seu auditório, nesta quarta-feira, às 18h30, com um coquetel. 
O Mossoroense/Aluízio Lacerda.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

DEPUTADO GEORGE SOARES PEDE AÇÃO EMERGENCIAL E EFICAZ PARA SEGURANÇA DE ASSÚ


G
O deputado George Soares levou ao plenário da Assembleia Legislativa do RN nesta terça-feira (26/11) a urgência de ações concretas do poder público para corrigir os problemas de segurança que vem crescendo em Assú. O parlamentar fez um apelo ao governo do Estado para que dê melhores condições de trabalho ao efetivo e tranquilidade à população.
O deputado esteve reunido também nesta terça-feira com o comandante geral da PM, Coronel Araújo, solicitando uma ação efetiva e urgente para o problema de insegurança que hoje se destaca em toda a região do Vale e sugeriu a convocação dos concursados para a segurança e até hoje não chamados.
George Soares afirmou que não aceitará mais reuniões ou audiências públicas, mas cobrará efetividade e agilidade na solução, comprometendo-se ainda a buscar apoio de amigos da região para ajudar o batalhão da região com combustível e alimentação. “A situação está crítica e o governo precisa resolver a situação com urgência”, afirmou o deputado.
Assessoria Parlamentar Deputado Estadual George Soares 

SEGURANÇA E PAZ PARA ASSU!


Imagem de: Todo Assu.

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JOÃO BATISTA MACHADO, MAIS UM ASSUENSE IMORTAL

FRUTILÂNDIA

Frutilândia, uma pequena gleba de terra árida que hoje é parte do Orto Florestal - IBAMA de Assu, era o sítio do poeta João Lins Caldas, onde ele criava, plantava fruteiras e idealizava projetos gigantescos de fruticultura no Vale do Açu (ele dizia ser o cultivo do cajueiro a redenção do Nordeste), além de fazer versos e mais versos. Era o descanso do poeta, o canto do seu "silêncio único proclamado", no seu próprio dizer.

Em homenagem  ao seu decantado sitio, Caldas, com amor telúrico produziu o comovente poema, cujos versos ele lembra Arina, uma das suas amadas do seu tempo de Rio de Janeiro, como podemos conferir adiante:

Como essa manhã me acorda com os passarinhos.
Que matinal de árvores de pássaros!...
Pinga o orvalho das folhas como pérolas trêmulas, molhadas,
Cardeiros à distância  perto a cerca fulva do cercado...
No terreiro da casa, as galinhas ciscando...
Um pio de nambu é remoto à distância...
Ouço e vejo lá fora... há como que em mim um anseio louco de embriagado...
Vontade de correr, rondar, ser como um pequeno cabrito a saltar pelo relvado...

O milho verde, a subir, a cana grossa, o espigar das bonecas...
O louro-roxo do cabelo aqui e ali pelos ventos agitado...
Parado... o ar aqui agora um ar parado...
Nem um grilo a trilar, nem um mover de folhas...

Saio... acendo o cigarro... as mãos trêmulas de gozo...
Isso que aqui plantei, que as minhas mãos cavaram...
Cajueiros aos cem, azeitonas, mangueiras...
Ah! Se eu tivesse na vida como aqui sempre plantado.

E vejo, no crescer, pequena, a laranjeira
Tão verde no buraco fundo que lhe foi cavado...
A minha laranjeira! A minha laranjeira!
Os frutos que dará, encantando o cercado...

Meu rancho ali, os poetas na biqueira....
Pobreza assim riqueza só... um dia
Repousarei em mim essa pobre cabeça de cansado...
Lembrarei os meus versos, direi versos para mim e para o céu estrelado...

A noiva que não tive... e recordo sem mágoa
Aquela que passou, culpa de mim somente...
Vão em cortejo ao olhar do meu pensamento sombras vagas...
Arina... um filho pela mão... lá atravessa seu filho...

E os filhos que não tive, as almas, culpa de mim que não vingaram...
Basta... volto-me ao sítio do meu silêncio único proclamado...
É a música de tudo em tudo que de mim, na sua essência...
O sol... o sol dessa manhã é agora todo o meu cuidado...

E o sol... a ânsia talvez de pelo sol perder-me.
E já não ser... ou ser tudo aquele mundo todo nas raízes...
As árvores que quero ver, as pequeninas plantas que quero ver dos seus pequeninos berços elevadas...
E olho-as... as minhas crianças verdes, as minhas pequenas romãzeiras enramadas...

O cigarro se apaga, a fumaça não sobe...
Vamos entrar o rancho, agitar gravetos, fazer o fogo...
E brinquedo, o meu cão, que aqui poe esse andar me tem sempre acompanhado.
Olhos aos olhos do cão... não, Brinquedo que nem sempre me tem mesmo acompanhado...


Luiz Rabelo em homenagem ao poeta de Frutilândia, escreveu o poema em prosa publicado em O Poti, 4.5.1958, bem como na antologia póstuma Caldas, organizada por Celso da Silveira intitulada Poética, Fundação José Augusto, 1965, que veremos para o nosso bem estar:

Vou-me embora pra Frutilândia. Lá sou amigo do Poeta. É melhor ser amigo do poeta do que ser amigo do Rei. Lá é que existe um "emaranhado de verde" e de pétalas macias e florescem, todos os dias, no seu tapete de relvas, rosas puras como a alegria transluminosas de orvalho. As dálias do seu pomar são alvas, do alvor do luar. Frutilândia é uma terra de aurora branca, de névoa sutil, onde a Poesia, eterna, mora. O seu nome lembra um País mais mais belo e mais vasto do que Pasárgada, mais cheio de entardeceres do que o asteroide do "Pequeno Príncipe", de Exupére, mais puro do que o "Cântico da Vinha", de Claudel, e do poema "A Palma", de Valéry. Há, nas suas árvores frutos apetitíveis, e, constantemente, um rodopio de asas de borboletas muito amigas. Lá é o reino encantado das cigarras, sem Lá Fontaine e sem formigas. No centro do roseiral, há uma rosa mais vermelha do que a rosa feita de sangue do rouxinol de ilde. Lá é que está o coração do Poeta. Para se ir ao centro do pomar, todo caminho é de se caminhar. Frutiândia é uma terra de aurora, branca, de névoa sutil, onde a Poesia eterna, mora. Vou-me embora pra Frutilândia.

Em tempo: O populoso bairro da cidade de Assu denominado Frtilândia, é uma homenagem de Ronaldo Soares quando prefeito do Assu (1983-88), ao poeta João Lins Caldas. Fica o registro.

Fernando Caldas


Assembleia de Deus em Assu promove congresso de jovens no próximo final de semana




No período de 29 de novembro a 1º de dezembro a União de Mocidade da Assembleia de Deus em Assu estará realizando o seu congresso. Sob o tema: ‘Lembra-te do teu criador nos dias da tua mocidade’ texto bíblico de Eclesiastes 12.1 o evento evangélico irá reunir centenas de jovens de Assu e municípios vizinhos. A programação se desenvolverá no templo sede da Assembleia de Deus na avenida Senador João Câmara durante o dia e na Praça de Eventos Radialista Jota Keully no bairro Vertentes na parte noturna. Os preletores do congresso serão os pastores Salim, Fabinho e Diego Rafael. A parte musical do evento ficará a cargo de Michele Nascimento, Diante do Trono do Rei, Dênis Silva e Vânia Barreto.

Do blog: http://fiquesabendoassu.com



Uma sextilha de "Bobagem"

Dos filhos de minha mãe
Fui eu o mais infeliz,
Fui casar voltei solteiro
A moça não me quis,
Me acharam muito feio
Mas não fui eu que me fiz!

Manoel Pitomba de Macedo (Manoel de Bobagem)


NOS VELHOS TEMPOS DA CODEVA

Foto de Antônio Pinto. Anos sessenta.

Da direita: Padre Américo?, Francisco Amorim, Dom Eliseu Simões Mendes (uma das últimas visitas do Bispo dos Vales Úmidos, como ele ficou conhecido), a terra varzeana - o Assu-RN, Ezequiel Fonseca Filho. Eliseu Foi Bispo da Diocese de Mossoró na década de cinquenta e, salvo engano, começo de sessenta, conquistou os agricultores da região do Assu e Apodi para as mais bem sucedidas experiências na agricultura daquelas regiões importantes da terra potiguar.

CODEVA - COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DO VALE DO AÇU.

MUNICÍPIOS - RIO MANGUIM É FONTE DE SOBREVIVÊNCIA EM PORTO DO MANGUE

“OBSERVAMOS QUE O MANGUE AINDA SOBREVIVE NATURALMENTE EM SUAS MARGENS, SENDO MUITO PROPICIO O HABITAT DA ESPÉCIE CONHECIDA COMO CARANGUEJO”. 
Com tanto desrespeito pela vida e pelo planeta, é muito dignificante perceber que ainda existem áreas preservadas onde o homem com sua ambição desmedida não destruiu ainda.
Porto do Mangue é um município localizado na microrregião do Vale do Assu. Possui área territorial de 319km² e no ano de 2010 a sua população era estimada em 5.217 habitantes segundo dados do IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ). 

Conta a história do município que algumas famílias foram atraídas para o lugar devido a movimentação diária ocasionada pelo pequeno porto marítimo que se localizava à beira de um mangue. Essas famílias acompanhavam homens que exerciam atividades marítimas, daí o nome Porto do Mangue.
O município foi prosperando através da pesca e de outras atividades marítimas. Juntamente com a extração vegetal e cultivo de pequenas lavouras. No dia 28 de dezembro de 1995, através da Lei nº 6.851, Porto do Mangue teve suas terras desmembradas do município de Carnaubais, tornando-se município do Rio Grande do Norte. 

O Rio Manguin localizado na área geográfica do Município de Porto do Mangue, continua sendo uma fonte de sobrevivência aos pescadores da região, mas especificamente a população da comunidade de Logradouro que cotidianamente retira do rio o seu sustento doméstico.
É um município historicamente pesqueiro que vem exercendo atividades marítimas ao longo do tempo. Sendo de relevante importância a preservação ambiental dessa área do mangue, para que as gerações futuras possam conhecer na prática a história desse município reconstituída na vida diária.
Postado por: De olho no Assú

CAUSO

Essa é mais antiga e nascida do espirituosíssimo de um dos homens mais irreverentes que conheci. Trata-se de Valmir Targino, ex-deputado estadual e ex-procurador do Estado, de saudosa memória. Estava num grupo de amigos quando alguém, preocupado com o inverno, perguntou se havia chovido em Janduís e Messias Targino, municípios onde Valmir era proprietário de uma fazenda. Um dos componentes da roda, adiantou-se e respondeu:
- Caiu uma boa chuva em ambos os municípios.
Aí Valmir não aguentou:
- Caiu chuva porra nenhuma. Aquilo foi apenas uma mijada de potó!

Causos de Valério Mesquita - Jornal Opinião.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

HISTÓRIA

Da série Padres Filhos do Assu trazemos dois nomes:
ANTONIO GERMANO BARBALHO BEZERRA (Padre Tote) Filho de Antonio Barbalho Bezerra e de dona Inácia Barbalho Bezerra. Foi vigário do Assu de 1879 a 1887. Fundou e foi presidente da Sociedade Libertadora Assuense em 13 de maio de 1885, com o propósito de libertar os escravos existentes no município, o que conseguiu a 24 de junho do mesmo ano.

Existe uma história sobre este sacerdote. Dizem que ele era vaqueiro do seu pai e certa vez saiu à procura de uma rés, embrenhou-se em um cerrado matagal perdendo a direção. Desorientado, sem atinar com o caminho, passou parte do dia e da noite perdido. Lembrou-se, então, de invocar os poderes divinos, fazendo um voto a Nossa Senhora, prometendo, se saísse daquela aflição, iria ser padre. Minutos depois, com surpresa, achava-se no terreiro da casa paterna. Alcançada a graça, comunicou aos pais e, ingressando no Seminário fez-se Sacerdote. Faleceu no Convento de Nossa Senhora do Carmo, em Recife, no dia 27 de novembro de 1897.

ANTONIO FREIRE DE CARVALHO – Nasceu em Assu no dia 12 de junho de 1821. Pelo Bispo Dom João da Purificação foi ungido sacerdote tendo apenas 23 anos de idade. Iniciou o seu magistério sacerdotal na terra do seu nascimento como padre coadjutor nos anos de 1844 a 1845 depois foi para Mossoró, onde permaneceu de 1850 a 1856. Na sua permanência ali, Mossoró foi, pela lei nº 246, de 15 de março de 1852 elevado à categoria de Vila, sendo padre Freire escolhido para seu primeiro administrador, elegendo-se, também, presidente da Câmara Municipal, indo residir nos fins de 1856 em Caruaru – PE, exerceu o exercício de Capelão. Passando Caruaru em 1857 a Vila e Paróquia, foi ele designado para o seu primeiro vigário. Para se ter uma ideia dos valiosos serviços prestados pelo Padre Antonio Freire. Em Caruaru, na Praça Henrique Pinto tem o seu busto com os seguintes dizeres: “No ano Centenário de Caruaru e centenário da morte do insigne benfeitor da cidade, zeloso apóstolo da religião e pai dos pobres, cônego Antonio Freire de Carvalho. O inesquecível vigarinho. Homenagem de gratidão de Caruaru, 28 de fevereiro de 1958” e, mais, na rua onde morou denominada de Rua Vigário Freire, tem uma placa com a seguinte inscrição: “Neste prédio faleceu o Cônego Antonio Freire de Carvalho (Vigarinho), que foi vigário de Caruaru de 1856 a 1908. Homenagem do Governo Municipal no centenário do desaparecimento. Caruaru, 28 de fevereiro de 1958”.

Em Assu existe uma rua no Bairro Frutilândia que leva o nome do Padre Antonio Freire de Carvalho – Ilustre assuense.

Bolacha/biscoito Flor do Açu.

JARDIM DO SERIDÓ, ANTIGAMENTE...

PADRE MARCELINO (*) 


Igreja Martriz de Jardim do Seridó



(Nota de Othoniel Menezes aposta a uma das sextilhas do livro “Sertão de Espinho e de Flor” (poema em 16 Cantos), no livro “OTHONIEL MENEZES - Obra Reunida”. 


“Por que não, se o padre é um santo?
Lidou tanto, perdoou tanto,
que anda curvado, a tremer…
A cabeça, alva, é um capulho,
esgarçado ao sol de julho…
– São Marcelino há de ser.

* * *

Todo este poema, desde a primeira página, vê-se logo, é uma apologia, uma defesa do sertão e da admirável gente – vítimas, imbeles[1] e resignadas, do celerado abandono a que, de trezentos anos a esta época de atômica superfetação[2] da democracia, os relegaram, os políticos e o governo da república; vítimas da imbecil ironia de muitos “escritores’ e “poetas” granfinos, irmãos desnaturados, caluniadores de Jeca Tatu e Manoel Xiquexique, que aqui continuam a lutar sozinhos, pegando queda de corpo com o sol, para gáudio do parasitismo dourado dos “mestiços neurastênicos do litoral”.

A expressão anotada inspira-se nas recordações de infância do Autor, quando via ele, na figura do pároco de uma freguesia, a encarnação da pureza e da bondade dos velhos ministros da Igreja, e cujas mão eram beijadas, a cada encontro do dia, por todos os habitantes do lugar.

Seguem umas notas biográficas, devidas à incansável prestimosidade do Dr. Heráclio Pires, que já ilustrou várias das presentes NOTAS. Delas ressalta, simpática e original, a personalidade do vigário de Jardim do Seridó, naquela época (1899-1908), e evocada no poema:

“Era paraibano, e chegou ao Jardim em fins de 1899, como vigário. Foi um dos melhores homens – padres, sobretudo – de quantos tenho conhecido. Quando aqui chegou, já beirava pelos oitenta anos, trazendo uma velha criada e uma moçoila, que era sua sobrinha. O padre Marcelino Rogério dos Santos Freire era tio legítimo do major Umbelino Freire de Gouveia Melo, que foi administrador dos Correios, em Natal. A indumentária do velho sacerdote era o que havia de mais pitoresco, e assim o vi milhares de vezes. Avalie o amigo como ele resolveu o caso do preço, então elevadíssimo, dos chapéus sacerdotais: chamou a um dos nossos mais hábeis “carapuceiros” (fabricantes de chapéu-de-couro), deu-lhe todas as medidas, e mandou fazer um cahpéu de couro para o seu uso diário, com o formato dos chapéus de padre; depois de bem pintado a Nubian[3], ficou mesmo um belo chapéu.

Restava o caso da batina, o que, entretanto, não embraçou o nosso herói: mandou costurá-la de brim preto, com a dupla vantagem de ser mais fresca, neste rigoroso clima do sertão, e mais econômica! Veja que tudo ele resolveu sem ferir as exigências litúrgicas ou canônicas e, portanto, merecia aplausos. Também conheci aqui um oficial da nossa Polícia e que, um belo dia, me apareceu no balcão (o dr. Heráclio manteve uma ótima farmácia, em Jardim, por alguns decênios) com uma farda… de brim preto! Com os respectivos galões e botões próprios; menos, apenas, o cinturão… Censurando, eu, a propósito, o mau gosto da nossa Polícia, em adotar tal fazenda para os seus oficiais, ele me respondeu, com a maior naturalidade, que absolutamente não se tratava disso e, sim, que havia mandado confeccionar aquela farda funérea, porque lhe havia morrido o pai!… (…).

Voltando ao padre Marcelino: aqui passou ele cerca de 8 a 10 anos, durante os quais amealhou alguma pecúnia. Voltou à Paraíba, onde D. Adauto o agraciou com o título de Cônego. Ali morreu, com mais de 90 anos de idade”.

(*) Padre Marcelino Rogério dos Santos Freire (Vigário de Pedra Lavrada/PB, de 1860 a 1870 e de Jardim do Seridó/RN entre 1899 a 1908).
[1] Que não é belicoso; não beligerante.
[2] Coisa que se acrescenta inutilmente a outra; excrescência, redundância.
[3] Antiga marca de tinta para calçados.

Carnaubais/RN dando uma volta no passado e no presente

DESTAQUE DO BLOG - FALANDO IRREVERENTE

Foi Antônio Pereira de Albuquerque o primeiro habitante de uma localidade, onde situava-se uma área com vista ampla, verde e bela, com muitas carnaubeiras ao redor e com boa terra para cultivar. Logo depois chegava Abel Alberto da Fonseca, que iniciou as primeiras construções, se tornando pioneiro na organização urbana da povoação que estava nascendo.
  

Através da participação de figuras dedicadas a comunidade o povoado começou a se desenvolver, e entre elas destacaram-se o Monsenhor Honório, primeiro vigário, a professora Adalgisa Emídia da Costa, a incentivadora cultural Celina Moura e Olavo Lacerda Montenegro, que lutou pela sua emancipação política.
Em 18 de setembro de 1963, através da Lei nº 2.927, Carnaubais desmembrou-se de Assú. Após onze anos de sua emancipação política enfrentou sua mais terrível batalha, a luta contra a fúria das águas.

 Em 1974, uma enchente destruiu a cidade e a população ficou desabrigada. Apesar do sofrimento o povo resistiu e com a participação dos Governos Federal, Estadual e Municipal, a cidade foi reconstruída em outro local.

Novos tempos 


Carnaubais`- Prefeito Luizinho investe hoje na economia local e lançou a moeda própria
Nome da árvore típica do semi-árido, a carnaúba agora também é sinônimo de dinheiro. 

Em Carnaubais, município da região Oeste do Rio Grande do Norte, as cédulas de carnaúba circulam desde agosto como moeda social com o objetivo de estimular a economia local. A ideia segue o exemplo da cidade de São Miguel do Gostoso, no litoral Norte, onde as notas levam o nome de gostoso.


Gente da Gente vizinhos carnaubaenses

Um bom dia muito especial para todos amigos blogueiros que representa a cidade de Carnaubais

Aluízio Lacerda
Toni Martins
Magno Marques
Luizinho Cavalcante
Carnaubais em foco
e demais amigos .




























domingo, 24 de novembro de 2013

UM POETA BOÊMIO DO ASSU

Manoel Pitomba de Macedo (n. Assu, 25 de maio de 1924 - m. Assu, 11 de outubro de 1957), conhecido popularmente como Manoel de Bobagem (Bobagem, apelido de sua mãe)  Para Rômulo Wanderley por quem o poeta está antologiado no livro Panorama da Poesia Norte-Rio-Grandense, 1965, Manoel "foi um dos mais conhecidos e famosos poetas populares do Assu.".

Entre a terra assuense e Natal, Manoel viveu a sua vida de poeta boêmio e mulherengo. Ele era pedinte. Conta-se que ele andava pelas ruas da cidade com uma bolça enorme confeccionada de palha de carnaúba ou carnaubeira (árvore nativa então abundante na região do Assu). Pois bem, quando ele era indagado pelo uso daquela bolça, respondia: "Pra encher de perdoe!".

Ainda o antologista Walter Wanderley depõe que Bobagem "levou vida despreocupada e nômade, dominado pelo álcool e pelas mulheres que constituíam os seus temas prediletos."

A mãe de Bobagem sempre reclamava quando ele chegava em casa embriagado: "Tenha vergonha, Manoel! Todo dia você chega em casa bêbado, tombando em tempo de cair na rua! Homem, tenha brio!" E Manoel saiu-se com essa:

Mamãe!

Nem todo homem tem brio
Nem toda moça se casa,
Nem todo fogo tem brasa
Nem toda lã tem pavio.
Nem todo inverno faz frio,
Nem todo filho tem pai,
Nem tudo que entra sai,
Nem toda fera é valente,
Nem todo lorde é descente,
Nem tudo que tomba cai.

Bebedor de cachaça inveterado, jogador de cartas (baralho), escreveu:

O seu moral descompassa
possuindo esses dois vícios
De um cachorro não passa.
Logo, de Deus, perde a graça,
Satanás fica contente
E o nome desse ente
Toma nota em seu caderno;
Vai direitinho pro inferno
Quem joga e bebe aguardente.

Bobagem faleceu aos 33 anos de idade. Sentindo a morte chegar, escreveu a glosa que por sinal é uma das suas mais conhecidas. Vamos conferir:

De mim se aproxima a morte
Preciso fazer viagem
Com saudade de Bobagem
Vou fazer o meu transporte.
Vou procurar boa sorte
No Reino Celestial,
Jesus por ser divinal
Se compadeça de mim,
Que breve será meu fim
Da vida material.

Fiquemos com uma sextilha de Bobagem que, numa feliz inspiração, escreveu:

Dos filhos de minha mãe
Fui eu o mais infeliz
Fui casar voltei solteiro
A moça não me quis
Me acharam muito feio
Mas não fui eu que me fiz!

Fernando Caldas








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