quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

ASSUENSE DAS ANTIGAS

 
Almaíza Pessoa Cunha, esposa Orácio Cunha. Ela era filha de Seu Pessoa e Maria da Glória Pessoa, querida professora em Assu. Ambos já falecidos. Apenas para registrar a beleza da mulher assuense. Foto de TC.
Fotografia da construção da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves (Barragem do Assu) em fins da década de setenta. 
O blog deseja aos seus leitores um feliz Ano Novo!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Limpeza do Rio Piranhas em 1 minuto

Se o crime de te amar não quer deixar-me,
Quando no silêncio os meus perversos
Sentimentos de amor, que mais deploro,
Não te peço consolo para olhar-me
Mas alma apenas para ler meus versos
A chaga viva d’este amor que choro...


João Lins Caldas
(Poema escrito em 1909).





17 curiosidades sobre a vida boêmia de Natal no início dos anos 40

Por volta de 1939, bem no início da II Guerra Mundial (aquela que já falei bastante aqui no blog), a vida noturna dos moradores de Natal era cheia de costumes e situações que a maioria das pessoas desconhece.

A boemia da cidade se iniciava depois das 9 horas da noite

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Ruas do bairro da Ribeira nos anos 40
Quando as famílias já tinham se recolhido.

Os cabarés mais famosos de Natal situavam-se na Ribeira

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Marinheiros americanos se divertindo em cabaré de Natal nos anos 40
Eles eram bastante freqüentados e populares. Eram como partes integrantes da vida boêmia da cidade.

Na vida noturna provinciana encontravam-se as prostitutas, os cáftens e os gigolôs

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Maria de Oliveira Barros (“Maria Boa”) na época proprietária do maior cabaré da cidade
Eles também serviam de inspiração aos poetas e escritores.

Na época a cerveja era vendida ao preço de mil e quinhentos réis

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Cédula, moedas e cervejas reais da época
E ela [a cerveja] era uma das bebidas mais consumidas pelos pândegos da boemia.

As mulheres “da noite” pediam Martini aos acompanhantes

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Marinheiros americanos em Natal em um cabaré dos anos 40
E este era servido ao preço de cinco mil réis a dose.

A popularização consumidora de uísque só chegou bem depois

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Militares americanos bebendo em um bar da cidade de Natal durante a 2ª Guerra Mundial
Mais precisamente com a chegada dos americanos a Natal.

Nos cabarés, às vezes, aconteciam brigas e pancadarias pelas madrugadas

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Elas aconteciam entre os freqüentadores dos cabarés, sendo necessária a presença da polícia pra acalmar os mais exaltados.

Normalmente, dentro das pensões alegres existia uma figura exótica

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Uma pessoa alegre, com requebros e trejeitos femininos, cabelos oxigenados, muito conhecida pelos frequentadores. Na época havia inclusive uma que era conhecida como “Afago Verde”.

Naquele tempo as parteiras eram responsáveis por grande parte das vidas que surgiam.

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O parto era feito em casa, com o resguardo de vários dias e muita canja de galinha. Em partos mais difíceis, surgia o médico, com a sua inseparável valise e o estetoscópio.

As pensões eram sempre alegres

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Foto da janela de um hotel em Natal na época
E eram freqüentadas por pessoas de diferentes níveis sociais.

À noite, já com o dólar correndo solto, surgiram os vendedores clandestinos

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Vendiam perfumes, isqueiros, sabonetes, whiskys, cigarros, etc.

As músicas mais tocadas nas radiolas de ficha eram os tangos e maxixes

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Que aos poucos foram sendo substituídos por swings, blues e fox trotes. Isso já na década de 1940.

Naqueles anos, apareceu na zona uma novata

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Uma morena, de olhos e cabelos negros, que circulou por várias casas noturnas e despertou a paixão de muitos freqüentadores. Os seus pretendentes eram selecionados pela disposição de abrir a carteira. Contam que ela terminou os seus dias abandonada e esquecida no Beco da Quarentena, tomando injeções diárias de “914”, aplicadas por um enfermeiro da Saúde Pública aos portadores de sífilis. A profilaxia era uma lavagem à base de permanganato.

As notícias da guerra via “BBC Londrina”

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E retransmitidas pela “Agência Pernambucana” antes da inauguração da REN – Rádio Educadora de Natal. Elas eram geralmente acompanhadas pela “Canção do Expedicionário”, que traduzia a saudade da pátria e a esperança de vitória dos Pracinhas Brasileiros, na Itália. Por ali se tinha notícias dos últimos acontecimentos da II Guerra Mundial na Europa.

Artistas encantavam os telespectadores no primeiro cinema que existiu na cidade

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O Cine Polytheama
No Cine Polytheama, na Praça Augusto Severo, Ingrid Bergman, Diana Durbin, Judy Erland e outros artistas encantavam os telespectadores.

O movimento no Porto da cidade era intenso e guarnecido pelos fuzileiros navais

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Porto de Natal em 1940
Estes sob o tema “Adsumus”, que significa “aqui estamos”, eram admirados e respeitados pela população, em virtude do exemplo de dedicação e profissionalismo em defesa da pátria.

As notícias da noite corriam velozes, de boca em boca, e terminavam no bar

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Bar O Grande Ponto em 1930
Os bar era o “Grande Ponto” (ou o Bar Cova da Onça), na Av. Tavares de Lira, onde o garçom, conhecido como “Cara larga”, atendia os clientes na parte de trás do estabelecimento.
Que bela viagem no tempo, ein? Isso me lembrou até aquele documentário incrível sobre a 2ª Guerra em Natal-RN
Fonte: Elísio Augusto de Medeiros e Silva e Manoel de Oliveira Cavalcanti Neto.

Do blog: http://curiozzzo.com

Nova lei aumenta a pena do estelionato quando praticado contra idosos

Nova redação do §4 do art. 171 do Código Penal - Lei 13.228/2015

Publicado por Diógenes Ferreira 

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Nova lei aumenta a pena do estelionato quando praticado contra idosos

Estelionato

Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos

Estelionato contra idoso

§ 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso. (Incluído pela Lei nº 13.228, de 2015)
O estelionato contra idoso é uma nova modalidade no qual se aplica a pena em dobro em razão da condição da vítima idosa.
A lei 13.228/2015 publicada hoje em 29/12/15 tem aplicabilidade imediata, tendo entrado em vigor também na data de hoje, assim, o estelionato cometido nessa modalidade já incidirá o aumento de pena que trata o § 4º do art. 171 do Código Penal.
Nos comentários feitos pela Profª Ana Cristina Mendonça acerca da mudança normativa, ressalta ela, como também é posicionamento nosso, que os problemas não se acabam criando novos crimes ou maiores penas, mas que é necessário se reconhecer a fragilidade da pessoa idosa nessas situações.
Foi neste sentido que o legislador em razão da vulnerabilidade da vítima resolveu dar ao crime maior gravidade, dobrando assim as penas cominadas para este caso.
Fica a dica, todos de olho na legislação! Abraço no coração
@profdiogenesferreira
 
Professor e pesquisador.
Pós graduando em Ciências Criminais pela Complexo de Ensino Renato Saraiva. Bacharel em Direito. Advogado. Franqueado do Centro de Estudos CERS em Patos - PB. Professor do Colégio Santo Expedito - Cursos Técnicos (CSE). Atuando nas áreas de Direito homoafetivo, criminal e Metodologia Científica. Con...

Fonte:  jusbrasil.com.b

JOÃO CACHINA, O PORTUGUÊS QUE VIVEU NO ASSU

 (Título do blog)
 De: Origens Genealogia Lda 
 João Gonçalves Cachina.

O menino que deixou Caminha, Viana do Castelo, Portugal com 12 anos e veio a ser o patriarca de todos os Brasileiros de sobrenome Cachina com origem no estado de Rio Grande do Norte, Brasil.
Faz hoje, 30 de Dezembro de 2015, 119 anos que foi emitido a João Gonçalves Cachina, então com 12 anos de idade o passaporte para se poder ausentar de Portugal com destino ao Rio de Janeiro.
João Gonçalves Cachina, veio a ser o patriarca de uma numerosa família de sobrenome Cachina no que é hoje o município Brasileiro de Açu/Assu “Terra dos Poetas” e que hoje tanto em Açu/Assu como na cidade de Natal, ambas no estado de Rio Grande do Norte, Brasil, existem centenas de Cachina todos descendentes de seu João Gonçalves Cachina.
Dedico estas palavras e cópia dos documentos que coloco abaixo a todos os Cachina descendentes de seu João!
João Gonçalves Cachina, nasceu na freguesia de Monserrate na cidade de Viana do Castelo em 17 de Junho de 1884, filho de José Gonçalves Pinto (Cachina) e Maria dos Mares Chavarria.
Com 4 anos ficou órfão muito cedo! O pai de seu João, passados 4 meses da morte de Maria dos Mares, voltou a casar e foi morar com a nova mulher, Maria da Hora de Lima, e 4 filhos, Filomena, Francisco, João e Jacinto, para a vila de Caminha, distrito de Viana do Castelo. .
Em 1896, seu João então menino com 12 anos, a vida familiar não seria a mais estável. o pai, pescador, ausente algures no Brasil, João faz viagem para o Brasil na companhia de um vizinho, Manuel de Jesus Pereira, de 34 anos, casado, pescador. É a terceira viajem, que Manuel de Jesus Pereira faz ao Brasil. A primeira vez, em 1883 com 20 anos, e a segunda em 1889 com 26 anos.
Seu João, menor de idade, é-lhe dado o consentimento para poder se ausentar para o Brasil, conforme documento "Termo de Consentimento" agregado no processo de passaporte de Manuel de Jesus Pereira, por Maria da Hora de Lima. Consta no termo de consentimento o seguinte " ... compareceu Maria de Hora de Lima da freguesia de Monserrate do concelho de Viana do Castelo, residente na vila de Caminha, aqual declarou na qualidade de tutora de seu sobrinho, João Gonçalves Cachina, solteiro, de doze anos de idade, filho de José Gonçalves, ausente em parte incerta e de Maria dos Mares, já falecida, que dava consentimento ao referido seu sobrinho para se ausentar para o Rio de Janeiro, como serviçal de Manuel de Jesus Pereira. ... "
Ora bem, no termo de consentimento está documentado que Maria da Hora de Lima era a tutora e tia do menino João! Na realidade ela era a madrasta e não era tia de João mas sim prima direita de João.
Maria da Hora de Lima, nascida em 22 de Setembro de 1866 na freguesia de Monserrate, era filha legítima de António de Lima e Rita Chavarria.
Esta Rita Chavarria é irmã de Maria dos Mares Chavarria, mãe do João Gonçalves Cachina.
Há três anos atrás, tive o interesse de saber mais sobre a história do seu João no Brasil e pesquisando na Internet descobri que em Rio Grande do Norte há um grande número de pessoas com o apelido Cachina e depois de
conseguir associar que todos descendiam do seu João, tentei por vários meios durante dois anos entrar em contacto com algum descendente para conhecer melhores detalhes mas todas as tentativas foram em vão até que um dia, finalmente quando eu menos esperava, em 01 de Fevereiro de 2014 um açuense, Fernando Caldas, historiador e homem de letras, (sem parentesco ao seu João) contactou-me que conheceu seu João, quando era menino, que a caminho da escola passava pela casa de seu João! Fernando Caldas, passou-me valiosa informação sobre a vida de seu João no RN e disponibilizou-se de contactar alguns descendentes de seu João para entrarem em contacto comigo, no entanto o primeiro contacto só veria a tornar-se realidade um ano depois em Fevereiro de 2015, Fernando Alves Pinheiro, bisneto de seu João, contactou-me e mais uma vez nossa troca de informações complementaram mais ainda os meus conhecimentos sobre seu João. Pouco depois, em Março deste ano, tive o contacto de um outro bisneto de seu João, o Renato Medeiros, contactou, trocamos novas informações e em Maio deste mesmo ano, conheci pessoalmente o Renato Medeiros, sua irmã e sua tia Madalena Cachina que visitaram Viana do Castelo, e levei os a conhecer a vila de Caminha, incluindo a rua onde seu João e sua família moraram!
Até Março de 2015, junto dos descendentes em RN não havia uma certeza em que ano, João Gonçalves Cachina trocou Portugal pelo Brasil. Não havia um documento que fosse do conhecimento dos Cachina no RN, que identificasse que seu João foi em x ano para o Brasil.
Era do meu conhecimento através de um livro relacionado com a emigração de Minhotos mais concretamente do distrito de Viana do Castelo para o Brasil, que havia uma referência a um João Gonçalves Cachina que em 1896 tinha lhe sido emitido um passaporte para o Brasil, no entanto quem se deslocasse ao Arquivo Distrital de Viana do Castelo e procurasse nos livros de registros de passaporte pelo registro de um passaporte em nome de seu João, ou acompanhante de algum familiar não o iria encontrar! Eu mesmo, virei do avesso não sei quantas vezes os livros referentes aos anos de 1896 e 1897 e não encontrei após de muitas tentativas mas eu como sou de raça nunca dizer não! Lá um dia, após mais uma insistência minha, encontrei uma referência a um nome "João" no passaporte do tal Manuel de Jesus Pereira, casado, pescador, natural de Caminha, mesmo na ultima folha do livro. Eu estava convicto que seria o nosso João, mas para provar que era mesmo o nosso João eu precisaria de provas e essas provas eu sabia que seria ter acesso ao processo de passaporte do Manuel de Jesus Pereira no entanto eu também sabia que para ter acesso aos processos de passaporte emitidos pelo Governo Civil de Viana do Castelo, estes não estavam disponíveis ao público desde que em Setembro de 2011 o Governo de Portugal da época decidiu desmantelar todos os 22 governos civis do pais que funcionaram durante quase 200 anos.
Ter acesso ao processo seria quase impossível mas não improvável!!!
Meti mãos à obra e em Março de 2015 entrei em contacto com as autoridades em Lisboa e após muita correspondência, finalmente, em 10 de Dezembro ultimo, recebi no meu escritório todo o processo de passaporte do Manuel de Jesus Pereira onde consta histórica informação sobre o seu João Gonçalves Cachina.
No meio de toda esta história e ao longo deste anos de investigação sobre o seu João, fiquei a saber e tenho documentado que seu João Gonçalves Cachina era bisneto (via paterna pelo lado da avó) de José Joaquim Gonçalves Pinto, natural da freguesia de São Miguel da Marinhas, concelho de Esposende, distrito de Braga, Portugal.
José Joaquim Gonçalves Pinto é meu tataravô.
Os meus agradecimentos ao Fernando Caldas (sem parentesco aos Cachina), Fernando Alves Pinheiro e ao Renato Medeiros. Sem atenção deles, hoje não estaria aqui a escrever!










Autor: Fernando Lourenço


terça-feira, 29 de dezembro de 2015

É Constitucional e legal invadir domicílio para salvar animal sob maus-tratos Por Francisco José Garcia Figueiredo

Publicado por Andressa Garcia 



O que se vê, corriqueiramente, são as ocorrências “caseiras” relativas a maus-tratos a animais (gatos, cachorros, galos, pássaros etc.).

Os proprietários dos bens imóveis – geralmente nossos vizinhos – onde acontecem as práticas de maus-tratos, sejam esses bens casas, apartamentos ou até mesmo empresas, valem-se de sua condição de guarnecedores daquelas propriedades para fazerem as perversidades que muito a mídia escrita e televisa noticia dia a dia.

Muitas vezes viajam em férias ou mudam-se de endereço e deixam os animais sob o frio, o calor, sem água e sem comida, à mercê da própria sorte!

E os tutores, protetores e ativistas ficam a se perguntar diante da evidenciação dos abandonos, espancamentos e envenenamentos que acontecem diuturnamente no interior desses ambientes: o que podemos fazer ante essa situação?; será que podemos invadir essa casa?; ou esse apartamento?; e se invadirmos, poderemos responder a um processo judicial?

Essas e outras dúvidas envolvendo esse assunto serão esclarecidas, objetivamente, a partir de agora!
Todas as vezes que um animal estiver sendo espancado ou mesmo maltratado de outra maneira (acorrentado e/ou sem comida e/ou sem água, sob o frio ou o calor intenso, sendo envenenado ou na iminência de o ser, por exemplo) dentro de um imóvel privado (casa, apartamento etc.), é constitucional e é, também, legal qualquer pessoa invadir o recinto e salvá-lo, independentemente de autorização judicial ou do respectivo proprietário.

Dizendo-se de outro modo, pode-se afirmar que querendo – ou não – o dono do imóvel, qualquer pessoa do povo tem o direito e a polícia tem a obrigação de ingressar no local e resgatar o bicho em sofrimento.
É que nessas situações a Constituição (art. 5º, XI) e as Leis (art. 150, § 3º, II do Código PenalCP e, ainda, arts. 301 a 303 do Código de Processo PenalCPP) determinam que em caso de flagrante delito decorrente da prática de crime (a exemplo do crime de maus-tratos, na forma do art. 32 da Lei nº 9.605/98 – Crimes Ambientais) a casa pode ser invadida a qualquer hora do dia ou da noite para libertar o animal em aflição.

O STF entende [1] até que a polícia pode invadir local sem mandado judicial a qualquer hora do dia ou da noite para coletar provas, desde que haja flagrante delito no local (como é o caso do crime de maus-tratos a animais) e estejam presentes razões plausíveis para a tomada dessa medida, devendo ser justificada posteriormente em processo próprio.

Resumidamente falando, qualquer pessoa do povo, qualquer entidade (ONGs, OSCIPs etc.) ou autoridade ambiental (policiais, fiscais da vigilância de saúde, sanitária etc.) poderá ingressar, a qualquer hora do dia ou da noite, numa casa/lar/domicílio onde for constatado o crime de abandono e consequentes atos de abuso, maus-tratos, ferimentos ou mutilações a animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, objetivando resgatá-los e/ou salvá-los.

E nessas situações o invasor que socorreu o animal não sofrerá nenhuma retaliação policial ou judicial, pois agiu em nome da lei para proteger uma vida em perigo de morte!

Importantíssimo, ainda, é que a invasão se dê sempre filmada e fotografada – do início ao fim – para resguardar direitos dos invasores e dos animais resgatados e, após sua conclusão, seja imediatamente lavrado o boletim de ocorrência policial, objetivando responsabilizar civil, penal e administrativamente o agente causador do crime contra o bicho acudido!

1] Veja-se no site do STF o entendimento mencionado, proferido no RE 603.616, julgado em sede de repercussão geral no dia 05/11/2015:

* Francisco José Garcia Figueiredo é professor de Direito da Universidade Federal da Paraíba.

Fonte: Nordeste 1




Graduanda em Direito. Apaixonada pelo Universo Jurídico e todas as suas vertentes. Aposta na Via Extrajudicial como forma de resolução de conflitos de forma célere e sem maiores prejuízos. É conversando que a gente se entende. Negociar faz parte e também é uma arte! Contato: garciandressa.nex@gmail.com
Aquela noite

Por Renato Caldas

Era o finá da cuiêta...
Disso, inda tô bem lembrado.
As salina parecia,
Arguns pedaços de dia,
Qui a noite tinha rôbado.
Aquela noite bonita,
Qui se tornô tão mardita,
Qui me faz tão desgraçado.

Naquela noite de lua:
- Deus num me castigue não -
Mais ante, eu ficasse mudo,
Ficasse cêgo de tudo,
Pra num sê tão bestaião,
De cantá praquela ingrata,
Naquela noite de prata
"O Luá do meu Sertão".

Naquela noite, Seu môço...
Seu Môço, naquela noite;
Mais ante eu bebesse o fé,
Sofresse dores crué,
Levasse os quarenta açoite,
Fosse pregado na cruz,
Sofresse mais que Jesus,
Morresse naquela noite.

Postado por Fernando Caldas

AGORA DANOU-SE

 
 
A partir do dia 1º de janeiro de 2016, o salário mínimo será de R$ 880. O valor foi definido em decreto assinado nesta terça-feira (29) pela presidenta Dilma Rousseff, que será publicado no Diário Oficial da União de amanhã (30).
O aumento do salário mínimo será de 11,6%, já que, atualmente, o valor é de R$ 788. “Com o decreto assinado pela presidenta Dilma Rousseff, o governo federal dá continuidade à sua política de valorização do salário mínimo, com impacto direto sobre cerca de 40 milhões de trabalhadores e aposentados, que atualmente recebem o piso nacional”, diz nota divulgada pelo Palácio do Planalto.
Agora danou-se, o que seria bom pode tornar-se pior, sem controle da espiral inflacionária vem mais aperto para as populações de baixa renda e classe média. Vamos iniciar o ano com mais um aumento de gasolina e por ai segue o alto custo de vida, principalmente nos gêneros de primeira necessidade... Só Cristo Salva!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Inaugurado Centro Cultural Poeta José Coriolano Ribeiro em Ipanguaçu

Foto: Assessoria/Ipanguaçu
















No dia em que Ipanguaçu festejou 67 anos de emancipação política e administrativa, no último dia 23 de dezembro, quarta-feira, o prefeito Leonardo Oliveira (PT) entregou o Centro de Cultura, que recebeu o nome do poeta José Coriolano Ribeiro, o ipanguaçuense escreveu mais de 200 versos, tornando-se uma das grandes personalidades da época.


A notícia é de Keyson Cunha, da Assessoria de Relações Públicas do Poder Executivo ipanguaçuense.

Com presença de familiares do homenageado, vereadores, secretários, além da participação da sociedade civil e outras autoridades, o Centro abriga a Biblioteca Municipal Manoel Nunes Filho e salas para aula de artesanato e artes plásticas, além de música, dança e um auditório para apresentações, cada espaço homenageia patronos da cultura ipanguaçuense, como Dona Ernestina e Batista de Adauta.


Para o prefeito Leonardo Oliveira, a obra torna-se um espaço para promoção da cultura local do município, “o Centro de Cultura é uma valorização da história do povo ipanguaçuense, um marco para incentivar as aptidões artísticas da nossa terra, uma parceria que só foi possível pelo apoio conjunto do governo federal e da senadora Fátima Bezerra”.


O Centro de Cultura Poeta José Coriolano Ribeiro foi construído com recursos da emenda parlamentar da na época deputada federal e hoje senadora Fátima Bezerra (PT), em parceria entre o governo federal, através do Ministério da Cultura, e a Prefeitura de Ipanguaçu, num investimento de mais de R$ 247 mil.


Postado por Pauta Aberta.




José Coriolano Ribeiro nasceu no dia 1º de março de 1928, no lugar denominado Sacramento, atual e próspero município de Ipanguaçu, no tempo ainda que aquele distrito pertencia ao município de Santana do Matos, que veio a ser emancipado a 23 de dezembro de 1948. Zé Coriolano, faleceu, salvo engano, com pouco mais de cinquenta anos de idade. Era tipo baixo, nem gordo, nem magro, bom de papo, de garfo e de copo. Viveu uma vida boêmia e feliz. Poeta dos bons, nascido "bafejado pelo farfalhar dos verdes carnaubais", da sua terra natal querida. Bardo amoroso, versejava o cotidiano, seus versos populares, suas glosas estão espalhadas por Ipanguaçu e região. 


Me lembro dele, eu era ainda menino quando ia sempre a terra ipanguaçuense, acompanhando meu pai Edmilson Caldas que era proprietário rural naquele município. além de secretário da prefeitura daquele lugar [fundado pelo meu bisavô paterno Luiz Lucas Lins Caldas, em terras de sua propriedade], no tempo em que Nelson Montenegro era o seu prefeito, 1963-66.

Me lembro de Zé Coriolano declamando seus versos pelos bares e botequins de Ipanguaçu e de Assu.

Um homem solidário. Me lembro também dos seus dramas vividos em várias enchentes provocadas pelas cheias caudalosas do Piranhas/Açu e do rio pataxó, salvando seus conterrâneos.



Voltando a sua vida de poeta, Zé Coriolano está antologiado por Rômulo Wanderley, no seu livro intitulado Panorama da Poesia Norte-Rio-Grandense, 1965 (livro importante sobre os poetas potiguares). Naquela antologia o escritor Walter, depõe que ele, Coriolano, "é um poeta e um boêmio. Sem instrumentação, possui apenas aquele dom maravilhoso que Deus concede a determinadas criaturas, para que, com a sua inteligência, contem as coisas belas da Natureza, por ele criadas."

Portanto, vamos conferir o poema intitulado Louvação que Zé Coriolano escreveu:

Colheste mais uma rosa
Na sublimada existência
e esta por excelência
A quadra mais preciosa.
Quinze anos, vida airosa
De esperança o fanal,
Teu sorriso perenal
Zomba de toda desdita,
Tu és muito mais bonita
Que a aurora boreal.

Tu és o alvo diadema
De lírios brancos se abrindo
Tu és a Musa assistindo
A criação de um poema.
És pura como a inocência,
Tu és a divina essência
Adorizando um altar.

Mais sublime que o amor
Esta virgem idolatrada,
Su’alma é mais delicada
Que o trescalar de uma flor.
A natureza com primor
Fez este anjo ideal,
Torna a vida esplendorosa
Na mansão celestial.

Deus conceda sua vida
De harmonia completa.
São desejos de poeta
Parabéns, ó flor querida,
“Sempre seja esquecida,
Ao destino adversário”
Que nunca mágoas, nem dor,
Nem amplexo, terna flor,
Pelo seu aniversário.

Postado por Fernando Caldas 
Meio ambiente

...E O PEBA ESTÁ CAVANDO
Lá vai o peba correndo
Cava aqui, cava acolá
Me leva, me leva
Me tira desse 'lugá'.

Lá vai o peba correndo
Com a natureza que Deus lhe deu
Contando buraco por buraco
Muita pena padeço eu.
Lá está o peba cavando
As unhas são a ferramenta
A proteção é o casco
Que é sua vestimenta.
Me leva natureza, me leva
Para um lugar desconhecido
Distante do caçador
Na caatinga sou um desvalido.
Me salva, me salva
Dizem que a caça é 'sociocultural'
Meu torrão é a caatinga
Minha vida,meu habitat natural.

Marcos Calaça, jornalista cultural.

domingo, 27 de dezembro de 2015

Ai dos que zombarem daqueles que podem ouvir as próprias estrelas.

Antônio Pereira de Oliveira
Coluna da Praça Getúlio Vargas, de Assu, iluminada no Natal - Gestão do Prefeito João Batista Montenegro (1968-72).

Fonte: www.paginarsiteseblogs.blogspot.com.br

sábado, 26 de dezembro de 2015

LIONS CLUBE DE AÇU


O Lions Clube de Açu, salvo engano, a sua fundação se deu no ano de 1967. Uma iniciativa de Osvaldo Oliveira Amorim, seu primeiro presidente. Foram seus primeiros membros, os senhores Osvaldo Oliveira Amorim, Inácio Bezerra de Gouveia, José Dias da Costa, Belidson Dias Bezerra, Padre Francisco Canindé dos Santos, José Caldas Soares Filgueira Filho, João Leônidas de Medeiros, Manoel Cabral da Fonseca, Padre João de Deus, Sebastião Alves Martins, Edmilson Lins Caldas, José Wanderley de Sá Leitão, João Batista, Pedro Cícero de Oliveira, Antônio Gutemberg de Souza, Gervásio Milla da Silva, Geraldo Dantas, Francisco Augusto Caldas de Amorim, José Germano Sobrinho.

Para registrar ainda, na noite de 4 de julho de 1969, na quadra de esportes do Instituto Padre Ibiapina, por ocasião da posse de Belidson Dias Bezerra na presidência do Lions, substituindo Osvaldo Amorim, o poeta Francisco Amorim, lançou um livro intitulado Galeria do Lions, onde traça em forma de versos (soneto) o perfil de cada um dos Lions Assuense. A propósito de Edmilson Lins Caldas, escreveu Amorim:

Delgado corpo. Fala moderada.
Andar miúdo, vista penetrante,
Tem hoje a vida toda devotada
A uma causa nobre, edificante.

E, se a palavra tem como empenhada,
Cumpri-la não se esquece um só instante,
Tem uma forma boa, delicada
No modo de tratar seu semelhante.

No cooperativismo é forte esteio,
Um banco gerencia, sem receio,
Como um leão às portas de um Erário.

É modesto, cordato diligente,
Maneiroso, correto, inteligente.
Mas, não deixa de ser retardatário. 

Fernando Caldas
A HISTÓRIA DE 'PEGUE O BECO'
AUTOR: SEVERINO GERALDO (Pitoroco)

"Pegue o beco". Êta gíria que ficou conhecida em nosso estado, ao ponto de ultrapassar o espaço regional e ficar conhecida em todo território brasileiro. Severino Geraldo, largo e baixo, como um botijão de gás, é conhecido como Pitoroco devido ao seu tamanho. Sempre foi conversador, desconfiado, esperto e de um grande ciclo de amizade. A qual eu me incluo.

Severino é um pequeno agricultor, com terras em Riacho do Meio, que foi expulso do campo através do êxodo rural, com o fim da cultura algodoeira, no início da década de 80.
Por isso, nessa época, dona Severina botou uma barraca de guloseimas na feira livre, aos sábados. Já Severino Pitoroco colocou um boteco para vender caçhaça e sustentar sua família. Imagine que o boteco era na sua casa, mesmo assim os pingunços faziam a festa. A 'meiota' era certa e lotava o local na hora do almoço e na hora da janta.

Próximo ao local do 'bar' existe um beco conhecido como travessa "Agostinho Pereira". Então, a história verídica de 'pegue o beco' aconteceu mais ou menos assim: o pedreiro Moabe Alves Bezerra tomava uma caeba insuportável, era tipo pingunço chato.

No dia, ele já chegou 'escamado' com uma equipe titular para tomar umas biritas no boteco de Pitoroco.

Depois de uma 'meiota', o pedreiro esquentou a orelha e começou a perturbar o ambiente familiar, por isso, foi expulso com a cambada. O detalhe é que no dia seguinte Moabe se aproxima para tomar a 'meiota' do almoço. De imediato, Pitoroco retrucou: " Moabe, pegue o beco. E não apareça mais aqui com sua inhaca".
Com isso, no outro dia, em Pedro Avelino, em qualquer situação vexatória, vinha logo alguém dizendo: 'pegue o beco'. Essa expressão ocorreu no ano de 1982,em setembro, antes das eleições, e imediatamente ultrapassou os limites dos municípios vizinhos , chegando a Natal e, posteriormente, ao Nordeste e ao Brasil inteiro.

Brincando com Severino Geraldo, em 1982 vários colegas sugeriram que registrasse a expressão no cartório local, como se fosse patentear esse ditado popular, que se tornou nacionalmente conhecido. Detalhe: Pitoroco era um agricultor semianalfabeto que o êxodo rural o expulsou para a cidade. Jamais saberia o que é patentear.

Há vários anos que Pitoroco não tem mais o boteco.
O Jornal de Hoje, 25 de setembro de 1999.
Artigo:Marcos Calaça, jornalista (UFRN).

Nota: Severino Geraldo faleceu em fevereiro de 2010. Severino e Severina formaram um lindo casal e sustentaram sua família dignamente.
Vivendo e aprendendo.
Fred Guilhon


Coisas do Ceará!

A ORIGEM DA PALAVRA "BAITOLA"

Quem nunca ouviu algum cearense (ou não) chamar algum amigo ou companheiro pela alcunha de "Baitola"?
Na linguagem coloquial, baitola, viado e gay têm o mesmo significado: trata-se de um homossexual.

A palavra "baitola" surgiu no Ceará, nas primeiras décadas do século XX.
Vamos à história.

Por volta de 1913, chegou ao Ceará o inglês de nome Francis Reginald Hull, o conhecido Mr. Hull (pronuncia-se Mister Ráu), que deu o nome a uma famosa avenida, na cidade de Fortaleza-CE.

Mr Hull fora designado superintendente de uma Rede Ferroviária no Ceará e passou, em muitas situações, a fiscalizar as obras de construção e reparo, na própria Ferrovia.

Mr Hull era homosexual assumido.

Sempre que ele ia pronunciar a palavra "bitola", que significa a distância entre os dois trilhos, pronunciava "BAITOLA".

Quando ele se aproximava, de onde estavam os trabalhadores, estes, que não gostavam do modo como eram tratados pelo tal chefe, diziam: "Lá vem o baitola, lá vem o baitola".

A partir daí, passou-se a associar a palavra baitola ao homosexualismo masculino.
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Baitolagem também é Cultura!

Comprovar dependência de genitor garante acúmulo de benefício


A comprovação de total incapacidade para o trabalho desde a época da morte do genitor permite o acúmulo de pensão por morte e e aposentadoria por invalidez, pois os auxílios têm naturezas distintas. Assim entendeu o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com sede em Porto Alegre, ao manter os dois benefícios recebidos por uma portadora de esclerose múltipla. A decisão foi unânime.

A autora da ação, que é aposentada por invalidez, solicitou o direito ao segundo benefício por causa da morte de sua mãe. O pedido foi aceiro em primeira instância, levando a União a recorrer no TRF-4. Para a Advocacia-Geral da União, a autora, por ser aposentada por invalidez, não pode acumular dois benefícios.

Segundo o relator do processo, desembargador federal Luís Alberto d’Azevedo Aurvalle, a demandante terá direito à pensão por morte se demonstrar que está totalmente incapacitada para o trabalho na época da morte da mãe. O magistrado acrescentou que “pensão por morte e aposentadoria por invalidez possuem naturezas distintas e, por isso, podem ser acumuladas”.

No caso, o relator apontou que "ficou amplamente comprovada a situação de invalidez da autora, de forma permanente, à época do óbito do instituidor da pensão, de modo que a procedência da demanda é medida que se impõe”.

Do Conjur com informações da Assessoria de Imprensa do TRF-4.

De:Melo Advogados Associados

Certificado de conclusão substitui diploma para posse em cargo público, diz STJ

23 Dezembro 2015

O certificado de conclusão de graduação pode substituir o diploma de curso superior como documento exigido para posse em cargo público. A decisão foi tomada pelo ministro Napoleão Nunes Maia Filho ao julgar uma causa de uma candidata aprovada para uma vaga de professora no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFSE).

A posse foi negada pela instituição porque a candidata não apresentou o diploma, e sim o histórico da Graduação de Ciências da Computação e a Certidão de Conclusão. Para garantir sua posse, a candidata recorreu à Justiça. Na ação, ela argumentou que a apresentação do diploma não foi exigida pelo edital do concurso. Depois de uma decisão favorável à candidata no Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região, o IFSE recorreu ao STJ.

Em sua decisão, o ministro salientou que o entendimento do STJ é de que, mesmo exigido pelo edital do concurso, “o que nem foi o caso”, a falta de diploma não pode impedir a posse, “se por outros documentos idôneos se comprove a conclusão do curso superior, mesmo que pendente alguma formalidade para a expedição do diploma”.

Napoleão Nunes Maia Filho lembrou casos anteriores, já julgados pelo STJ, que reafirmam o direito de candidatos à posse quando fica comprovada, “sem margem a qualquer dúvida”, a conclusão do curso necessário ao desempenho do cargo. “Não estando constante no edital a exigência do diploma, claro é que tal documento não pode ser exigido”, afirmou.

Do STJ


De:Melo Advogados

DEGREDADOS DO IMPÉRIO




Noronha (2)
Vista parcial do presidio de Fernando de Noronha e o Morro do Pico.

Colônia penal de Fernando de Noronha abrigou, em sua maioria, condenados por crimes de homicídio

Fonte – http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/degredados-do-imperio
Um panorama único da justiça imperial brasileira está circunscrito a uma ilha. Fernando de Noronha, a cerca de 543 quilômetros do Recife, abrigou a maior prisão do país no século XIX. Os portugueses fundaram a colônia penal em 1737 e, como a maioria dos soldados e dos condenados que a Coroa mandava para a ilha vinha do Brasil, depois da independência, o Brasil reclamou Fernando de Noronha e continuou a povoá-la com sentenciados e soldados. Os oficiais do Exército que administravam a colônia agrícola enfrentavam desafios semelhantes aos senhores de escravos de grandes plantações e seus parceiros no continente, e lidavam com soldados recrutados à força: como motivar trabalhadores coagidos a labutar? 



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Daniel Crioulo, preso em julho de 1865 e condenado à galé perpétua. A fotografia foi retirada do álbum “Galeria dos Condenados”, durante o Brasil Império, e está atualmente sob a guarda da Divisão de Manuscritos da Biblioteca Nacional. (Imagem: Fundação Biblioteca Nacional)
A documentação farta sobre o que ocorreu na ilha nos leva a conhecer uma micro-história das interações cotidianas muito mais detalhada do que é possível em comunidades ou plantações do continente. Uma base de dados com mais de mil sentenciados registrados nos livros de matrícula da colônia penal permite identificar as características mais comuns usadas para descrever os presos. Manoel da Silva, por exemplo, veio do interior de Pernambuco. Ao ser condenado, ele teria 31 anos de idade, era solteiro e sua condição civil era livre. Antes de ser julgado, trabalhava como lavrador. Era magro, pardo e de estatura média. Seus olhos pretos cintilavam debaixo de uma testa comprida e de sobrancelhas espessas. Seu rosto era quadrado, com pouca barba. O cabelo, preto e carapinho. Tinha o nariz chato e uma boca regular, com lábios grandes e bons dentes. O júri o condenou pelo crime de homicídio e decidiu pela sentença de galés perpétuas, ou seja, prisão com trabalho acorrentado até a morte. 

O retrato de Manoel é uma composição com os traços mais comuns entre os sentenciados, por isso não reflete sua diversidade. Havia também brancos, pretos e indígenas, mas nas classificações de cor os brancos eram sub-representados: assim eram descritos 20% dos condenados, enquanto respondiam por 42% da população nacional, segundo o censo de 1872. A maioria era de civis livres, mas havia escravos (pouco mais de 15%). Cerca de 19% da população carcerária era formada por militares condenados por Conselhos de Guerra. Menos de 2% eram mulheres.  



Noronha (1)
Imagem meramente ilustrativa da força policial de Pernambuco destacada em Fernando de Noronha na década de 1920.
A maior parte dos que foram levados para Fernando de Noronha nasceu no Brasil. Os 7% de estrangeiros tinham vindo principalmente de Portugal e da África. Mais de dois terços foram condenados por homicídio ou tentativa de homicídio, mas o número pode ser maior: várias entradas não relatam o crime cometido, mas as condenações a sentenças longas fazem supor que entre 70% e 80% dessa população tenham sido penalizados por assassinato. Outros crimes registrados são roubo e furto (6%), injúrias físicas (4,6%), guarda ou repasse de moedas falsas (2,6%) e deserção militar (3,2%). Mais raros, defloramento, reduzir a escravidão e sublevação não somam 1%. Nessa amostra, mais da metade dos julgados recebeu sentença perpétua ou a pena de morte, que normalmente era comutada pelo imperador D. Pedro II  para galés perpétuas, porque ele não apoiava a pena última. Entre as outras sentenças, há galés temporárias, prisão simples, prisão temporária com trabalho.



Fernando_de_Noronha_-_Pernambuco_-_Brasil52
O passado de Fernando de Noronha é pouco conhecido e nada tem haver com a imagem atual que os brasileiros possuem em relação a este belo lugar.
Vieram de quase todas as províncias e da corte, menos Goiás. Pernambuco contribuiu com mais de um terço do total, e outro terço veio das províncias do atual Nordeste brasileiro. Pode-se explicar o predomínio de condenados desta região pelos custos e dificuldades de transportar presos de províncias distantes, mas também pela gestão da ilha. Até 1877, os governadores de Pernambuco dividiam sua administração com o Ministério de Guerra, localizado no distante Rio de Janeiro. Depois, o Parlamento transferiu a responsabilidade para o Ministério de Justiça. Mesmo assim, o exército continuava a fornecer os oficiais e os soldados que garantiam a segurança local. Os governadores pernambucanos usavam a colônia para aliviar a superlotação da Casa de Detenção no Recife. Pelo decreto do Parlamento, de 1859, somente três tipos de criminosos deveriam ser remetidos à ilha: os escravos condenados à pena capital cujas sentenças foram comutadas a galés perpétuas, os envolvidos com moedas falsas e os sentenciados à prisão com trabalho. 

Estes dados realçam dois aspectos de Fernando de Noronha no sistema de justiça imperial. Primeiro, que as autoridades de Pernambuco e do exército abusavam de seus papéis de administradores, remetendo à colônia criminosos que, pela lei, não deveriam ir para lá. Segundo, o predomínio de condenados por crimes de homicídio, indicando que a polícia e os juízes utilizavam seus escassos recursos para reprimir e punir crimes violentos. Quase não havia espaço para sentenças não mortíferas. Com a proclamação da República, o sistema federal adotado resultou no fechamento de Fernando de Noronha como instituição nacional: depois de 1897, tornou-se colônia penal de Pernambuco. 

Durante a primeira administração de Getulio Vargas, Fernando de Noronha voltou a ser um lugar de exílio para presos políticos e, em 1942, tornou-se território administrado pelas Forças Armadas. A prisão da ilha foi definitivamente fechada em 1957. 

Peter M. Beattie é professor da Michigan State University e autor de Punishment in Paradise: Race, Slavery, Human Rights, and a Nineteenth Century Brazilian Penal Colony (Duke University Press, 2015)
Aos Olhos Dele

Não acredito em nada. As minhas crenças
Voaram como voa a pomba mansa,
Pelo azul do ar. E assim fugiram o
As minhas doces crenças de criança.


Fiquei então sem fé; e a toda gente
Eu digo sempre, embora magoada:
Não acredito em Deus e a Virgem Santa
É uma ilusão apenas e mais nada!

Mas avisto os teus olhos, meu amor,
Duma luz suavíssima de dor...
E grito então ao ver esses dois céus:

Eu creio, sim, eu creio na Virgem Santa
Que criou esse brilho que m'encanta!
Eu creio, sim, creio, eu creio em Deus!

Florbela Espanca

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

TROVINHAS DE RENATO CALDAS

Renato Caldas viajando de Assu com destino à Natal, deu uma paradinha num certo restaurante à beira da estrada para almoçar e tomar ''umas e outras'. Depois de uma dúzia de cerveja, pediu a conta e prosseguiu viajem. Ao chegar no lugar de destino viu entre os seus pertences, uma colher que,.provavelmente, seria do restaurante onde ele teria almoçado e bebido. Aquele recinto tinha uma garçonete  muito bonitona que, carinhosamente chamava-se "Chiquinha", mulher que ele, Renato,  muito admirava. Dias depois, de volta ao Assu, sua terra natal, parou naquele mesmo restaurante e, ao adentrar naquele recinto foi logo em direção a Chiquinha entregando a ela,uma trovinha escrita num pedaço de papel dizendo assim:

Estou de volta, Chiquinha,
Pra trazer sua colher.
De coisa que não é minha
Eu só aceito mulher.

Renato, aos seus 70 anos de idade,  já sentia o peso da idade, a tristeza da cegueira (catarata quando não ainda não tinha cura), trovou com aquela irreverência que lhe era peculiar:

Está cegando Renato,
Pois, um objeto qualquer
Só conheço pelo tato...
Principalmente mulher.

E essa outra trova afirma o quanto ele, Renato, era um conformado com a cegueira que lhe acometera grande parte de sua vida. Vejamos:

Meus olhos estão cegando,
Não maldigo a escuridão!
Pois cinto que vai raiando
A luz da conformação.

Nas eleições municipais de 1988, eu, Fernando Caldas, o editor deste blog, disputei a reeleição para vereador. Passando pelo centro da cidade me deparo com certo vendedor de canjica (iguaria típica da culinária do Nordeste brasileiro). Comprei aquela iguaria e pedi ao vendedor que entregasse a Renato Caldas. Dito e feito. Renato entendeu que eu estava querendo agradá-lo para conquistar novamente o seu voto, não perdeu a oportunidade, me enviando por aquele vendedor, essa trovinha escrita num pedacinho de papel:

Fernando, você triste fica
A proposta não convém,
Por um prato de canjica
Eu não voto com ninguém.

Chico Dias, Mirranha, Bodinho e JB, são figuras folclóricas da cidade de Assu. Nas eleições municipais de 1976, ambos se candidataram disputando uma cadeira na Câmara Municipal da terra assuense, bem como usavam o mesmo carro de som para falar ao povo da cidade e fazer a propaganda política. Chico era estudante, Mirranha motorista de profissão, Bodinho era funcionário da prefeitura (fiscalizava a carne vendida na pedra do Mercado Público) e JB, funcionário aposentado dos Correios, vivia embriagado.Pois bem, ficaram sendo chamados por adversários políticos local, como palhaços. Chico procurou Renato para fazer um versinho em sua defesa e dos demais. Renato trovou:

Dias fala aos estudantes,
Mirranha aos motorista.
Bodinho fala aos marchantes
Aos bêbados fala Batista.

Renato Caldas veraneando na casa de praia de seu cunhado Manoel Soares Filgueira Filho, mais conhecido como Bilé Soares (Bilé era pecuarista no Vale do Açu e fora superintendente da Caixa Econômica Federal/RN, nomeado por Café Filho, quando presidente da república, ambos eram amigos íntimos), noite alta, acordou e, ao sair de casa para apreciar as belezas do mar, escreveu a trova (Conta-se que Câmara Cascudo muito apreciava esses versos), escreveu no melhor de sua inspiração, irreverência e criatividade poética:

Saí de casa andando,
Com vontade de mijar
E vi a lua cagando
No penico azul do mar.

Num certo Concurso Nacional de Trovas que tinha como tema "A Andorinha", Renato participou e, como não podia ser diferente em razão do seu estilo irreverente de poetar, mandou essa para sua desclassificação:


Uma andorinha assustada
Por cima dos capteis,
pensa em dar uma cagada
Na cabeça dos fiéis.

O ex-deputado  estadual Nelson Montenegro reunia costumeiramente, amigos em sua casa da praça Getúlio Vargas ou praça da Matriz, para um amistoso bate-papo. Renato era um dos seus frequentadores assíduos. Pois bem, Nelson Certa vez teria sido picado por um potó (inseto de mijo ardente). Renato escreveu:

Sofre o pobre e sofre o rico
Todos tem o mesmo fim.
Porém, eu não sou penico
Pra potó mijar em mim.

Renato andou o Brasil de ponta a ponta, nas suas intermináveis andanças de romântico caminheiro, no dizer de Expedito Silveira. E de ponta a ponta ficou conhecido. Visitando a  cidade de Pedreira, interior do Piaui, alguém lhe pedira para fazer um verso em homenagem aquela terra piauense. Renato Caldas não deixou para depois:

Jardim de pedras imensas
No engate da pedra bruta,
Quem disse que esta merda presta
É um grande filho da puta.

Fernando Caldas

De:  Assu Antigo E QUEM SE LEMBRA DA FORMAÇÃO DO GRUPO DOS 11, DO ASSU Era 1963, tempo efervescebte no Brasil, o presidente João Goulart (Ja...