Católicos de São José de Mipibu realizarão o Ato de Desagravo ao padre Matias, pároco da paróquia de Santana e São Joaquim, na próxima segunda-feira, 20, às 18h30, com concentração na Praça da Saudade, com a presença do Arcebispo Metropolitano de Natal, Dom Matias Patrício de Macêdo. Membros das igrejas evangélicas da região também estarão presentes.
No último sábado, 11, pessoas que participavam de uma passeata gay, promovida pela ONG mipibuense Terra Viva, invadiram a Matriz de Santana e São Joaquim no momento em que era realizado o “Terço das Mulheres” para protestar contra um artigo escrito sobre o assunto pelo padre Matias. “A invasão ocorreu por volta das 19h. Vários homens seminus e bêbados invadiram a igreja gritando palavras de baixo calão e acusando padre Matias de homofobia”, revelou uma fonte, morador da cidade.
A Polícia Militar precisou deslocar oito viaturas para conter a fúria dos participantes da passeata e vários blogs mipibuenses divulgaram fotos do incidente. “Existem também várias filmagens do momento em que aqueles homens invadiram a igreja”, acrescentou a fonte, informando também que os invasores acusavam generalizadamente os católicos presentes de serem pedófilos.
Interesses
Alguns católicos da cidade desconfiam que a invasão não foi um ato isolado de alguns, mas uma atitude incentivada diante de interesses frustrados, previamente divulgados pela ONG Terra Viva, organizadora do evento, por meio de um programa de rádio, de acordo com análises de vários blogueiros de São José do Mipibu, que divulgaram amplamente o fato pela Internet, entre eles a decisão da prefeitura de não permitir eventos de grande porte no largo da Igreja Matriz. (LS).
Foto: Padre Matias
Crédito: Isabel Cristina
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sábado, 18 de dezembro de 2010
Livro "O Rei do Baião" reforça a importância de Luiz Gonzaga
Por José Nêumanne*
Saiba que lá pelos anos 60 do século passado a Música Popular Brasileira, dita MPB, vivia à mercê da guerra da turma do tamborim contra a patota da guitarra elétrica Então, o pernambucano Luiz Gonzaga (homônimo do santo) do Nascimento (sobrenome inventado para comemorar a proximidade do aniversário dele com o Natal) foi despejado para o ostracismo total. Aí, emergiu das sombras a ruidosa figura do roqueiro capixaba Carlos Imperial e propagou a boa nova: "Os Beatles gravaram Asa Branca." Era mentira. Mas o ‘gordo da Corte’ havia proferido uma sacada genial: o mulato da Chapada do Araripe não era um compositor e cantor à altura de John Lennon e Paul McCartney. Mas, como os fabulosos garotos de Liverpool, ele tinha fundado uma estética, inaugurado uma cultura. Os quatro cavaleiros do Império Britânico foram muito além do universo dos rouxinóis e viraram o Ocidente de pernas para o ar. E o sanfoneiro do Exu inventou a cultura regional nordestina.
Para esta constatação chama a atenção um livro que reúne ensaios em prosa, fotos e xilogravuras encomendados, reunidos e coletados pelo artista plástico, poeta, compositor e curador de exposições paraense Bené Fonteles: "O Rei e o Baião". No luxuoso e belíssimo volume editado pela Fundação Athos Bulcão, de Brasília, e financiado pelo Ministério da Cultura, não faltam excelentes textos de autores do naipe do compositor e cantor baiano Gilberto Gil, da professora cearense Elba Braga Ramalho, do poeta baiano Antônio Risério. Mas o que há de mais notável é a parte visual, a cargo do fotógrafo Gustavo Moura e dos xilogravadores João Pedro do Juazeiro, José Lourenço e Francorli & Carmem.
Todos eles contribuíram para uma visão multidisciplinar completa do Rei do Baião, que, morto há 21 anos, ainda é venerado como o símbolo vivo da diáspora nordestina. Seu cetro se explica de certa forma pela frase-síntese do maior folclorista brasileiro, o potiguar Luís da Câmara Cascudo: "O sertão é ele." Mas isto é só o ponto de partida.
A entronização de Lua se deve ao fato de ele ter incorporado a cultura rural sertaneja à indústria cultural urbana. Por isso, dele só se aproxima em importância na história de nosso cancioneiro a geração de sambistas cariocas dos anos 30, aos quais se juntou o mineiro Ary Barroso. Como os precursores do maior espetáculo do mundo - o desfile das escolas de samba do Rio -, Gonzagão inspirou as festas de São João: ao criar o primeiro trio com sanfona, zabumba e triângulo, ele instaurou a música regional nordestina, introduziu ao mercado a atividade de instrumentista e intérprete oriundo do sertão e interferiu na indústria cultural com nova modalidade.
Quem folheia o livro compreenderá, pela visão do conjunto da obra, que Gonzaga não virou rei pelas canções que compôs. Aliás, o uso deste verbo é controverso, pois, na verdade, mais do que compor ele adaptou temas ouvidos nas brenhas de origem ou atravessou em parcerias com autores interessados em obter seu aval de sucesso garantido. Mas, sim, por mercê da sintonia mágica com seus dois talentosos parceiros iniciais, o advogado cearense Humberto Teixeira e o folclorista pernambucano Zé Dantas, e da indumentária típica que inventou para se apresentar: gibão de vaqueiro e chapéu de cangaceiro. E mais ainda pela intuição genial que demonstrou ao transformar a fortuna melódica do cancioneiro dos cafundós sertanejos em gêneros musicais e ritmos de dança que, só por causa dele, encantam e mobilizam o público, além de produzir sucesso e fortuna para compositores e intérpretes no rádio, depois na televisão e nos salões de festa. Jackson do Pandeiro, Marinês, Antônio Barros e Cecéu, Genival Lacerda, Flávio José, Santanna Cantador e outros grandes autores e cantores não teriam exercido seu talento nem viveriam dos frutos dele se o filho de Januário não houvesse tirado dos baixos de sua sanfona o baião, o forró, o arrasta-pé.
O livro deixa isso claro. Pena que tenham sido omitidas informações sobre os autores de textos, xilogravuras e fotos. O leitor merecia saber quem constatou que Luiz Gonzaga foi o semideus que criou o Nordeste Musical Brasileiro.
JOSÉ NÊUMANNE É ESCRITOR, EDITORIALISTA DO JORNAL DA TARDE E CURADOR LITERÁRIO DO INSTITUTO DO IMAGINÁRIO DO POVO BRASILEIRO
Fonte: Tribuna do Norte, 18.12.010
Saiba que lá pelos anos 60 do século passado a Música Popular Brasileira, dita MPB, vivia à mercê da guerra da turma do tamborim contra a patota da guitarra elétrica Então, o pernambucano Luiz Gonzaga (homônimo do santo) do Nascimento (sobrenome inventado para comemorar a proximidade do aniversário dele com o Natal) foi despejado para o ostracismo total. Aí, emergiu das sombras a ruidosa figura do roqueiro capixaba Carlos Imperial e propagou a boa nova: "Os Beatles gravaram Asa Branca." Era mentira. Mas o ‘gordo da Corte’ havia proferido uma sacada genial: o mulato da Chapada do Araripe não era um compositor e cantor à altura de John Lennon e Paul McCartney. Mas, como os fabulosos garotos de Liverpool, ele tinha fundado uma estética, inaugurado uma cultura. Os quatro cavaleiros do Império Britânico foram muito além do universo dos rouxinóis e viraram o Ocidente de pernas para o ar. E o sanfoneiro do Exu inventou a cultura regional nordestina.
Para esta constatação chama a atenção um livro que reúne ensaios em prosa, fotos e xilogravuras encomendados, reunidos e coletados pelo artista plástico, poeta, compositor e curador de exposições paraense Bené Fonteles: "O Rei e o Baião". No luxuoso e belíssimo volume editado pela Fundação Athos Bulcão, de Brasília, e financiado pelo Ministério da Cultura, não faltam excelentes textos de autores do naipe do compositor e cantor baiano Gilberto Gil, da professora cearense Elba Braga Ramalho, do poeta baiano Antônio Risério. Mas o que há de mais notável é a parte visual, a cargo do fotógrafo Gustavo Moura e dos xilogravadores João Pedro do Juazeiro, José Lourenço e Francorli & Carmem.
Todos eles contribuíram para uma visão multidisciplinar completa do Rei do Baião, que, morto há 21 anos, ainda é venerado como o símbolo vivo da diáspora nordestina. Seu cetro se explica de certa forma pela frase-síntese do maior folclorista brasileiro, o potiguar Luís da Câmara Cascudo: "O sertão é ele." Mas isto é só o ponto de partida.
A entronização de Lua se deve ao fato de ele ter incorporado a cultura rural sertaneja à indústria cultural urbana. Por isso, dele só se aproxima em importância na história de nosso cancioneiro a geração de sambistas cariocas dos anos 30, aos quais se juntou o mineiro Ary Barroso. Como os precursores do maior espetáculo do mundo - o desfile das escolas de samba do Rio -, Gonzagão inspirou as festas de São João: ao criar o primeiro trio com sanfona, zabumba e triângulo, ele instaurou a música regional nordestina, introduziu ao mercado a atividade de instrumentista e intérprete oriundo do sertão e interferiu na indústria cultural com nova modalidade.
Quem folheia o livro compreenderá, pela visão do conjunto da obra, que Gonzaga não virou rei pelas canções que compôs. Aliás, o uso deste verbo é controverso, pois, na verdade, mais do que compor ele adaptou temas ouvidos nas brenhas de origem ou atravessou em parcerias com autores interessados em obter seu aval de sucesso garantido. Mas, sim, por mercê da sintonia mágica com seus dois talentosos parceiros iniciais, o advogado cearense Humberto Teixeira e o folclorista pernambucano Zé Dantas, e da indumentária típica que inventou para se apresentar: gibão de vaqueiro e chapéu de cangaceiro. E mais ainda pela intuição genial que demonstrou ao transformar a fortuna melódica do cancioneiro dos cafundós sertanejos em gêneros musicais e ritmos de dança que, só por causa dele, encantam e mobilizam o público, além de produzir sucesso e fortuna para compositores e intérpretes no rádio, depois na televisão e nos salões de festa. Jackson do Pandeiro, Marinês, Antônio Barros e Cecéu, Genival Lacerda, Flávio José, Santanna Cantador e outros grandes autores e cantores não teriam exercido seu talento nem viveriam dos frutos dele se o filho de Januário não houvesse tirado dos baixos de sua sanfona o baião, o forró, o arrasta-pé.
O livro deixa isso claro. Pena que tenham sido omitidas informações sobre os autores de textos, xilogravuras e fotos. O leitor merecia saber quem constatou que Luiz Gonzaga foi o semideus que criou o Nordeste Musical Brasileiro.
JOSÉ NÊUMANNE É ESCRITOR, EDITORIALISTA DO JORNAL DA TARDE E CURADOR LITERÁRIO DO INSTITUTO DO IMAGINÁRIO DO POVO BRASILEIRO
Fonte: Tribuna do Norte, 18.12.010
UMA GLOSA FESCENINA DE LAELIO FERREIRA
M O T E :
Quem será esse velhote
tarado e de boa língua?
G L O S A :
È um jumentinho de lote,
danado dentro de um táxi...
Quem é quem? - mandem-me um fax!
Quem será esse velhote?
Ergue, ainda, o clavinote?
Capricha na cunilíngua?
É um perito em trava-língua (**),
escritor contemporâneo?
- Quem é esse conterrâneo,
tarado e de boa língua?
(*) Cidade Alta bairro no centro da Cidade do Natal/RN
(**) Trava-língua (Dicionário Aurélio) Certa modalidade de parlenda: Sob a denominação genérica de literatura oral, agrupam-se múltiplas espécies do folclore narrativo, do folclore poético e do folclore linguístico. Entre essas últimas, destaca-se o trava-língua, modalidade de parlenda, em prosa ou verso, caracterizada, e de tal forma ordenada, que se torna extremamente difícil e, às vezes, quase impossível, pronunciá-la sem tropeço. (Antônio Henrique Weitzel, Trava-Língua Educando e Divertindo, Minas Gerais, Suplemento Literário, 23.8.1980.)[Pl.: trava-línguas.]
Laélio Ferreira
Postado por Fernando Caldas
Quem será esse velhote
tarado e de boa língua?
G L O S A :
È um jumentinho de lote,
danado dentro de um táxi...
Quem é quem? - mandem-me um fax!
Quem será esse velhote?
Ergue, ainda, o clavinote?
Capricha na cunilíngua?
É um perito em trava-língua (**),
escritor contemporâneo?
- Quem é esse conterrâneo,
tarado e de boa língua?
(*) Cidade Alta bairro no centro da Cidade do Natal/RN
(**) Trava-língua (Dicionário Aurélio) Certa modalidade de parlenda: Sob a denominação genérica de literatura oral, agrupam-se múltiplas espécies do folclore narrativo, do folclore poético e do folclore linguístico. Entre essas últimas, destaca-se o trava-língua, modalidade de parlenda, em prosa ou verso, caracterizada, e de tal forma ordenada, que se torna extremamente difícil e, às vezes, quase impossível, pronunciá-la sem tropeço. (Antônio Henrique Weitzel, Trava-Língua Educando e Divertindo, Minas Gerais, Suplemento Literário, 23.8.1980.)[Pl.: trava-línguas.]
Laélio Ferreira
Postado por Fernando Caldas
90 ANOS DE MAROQUINHAS HOJE
Por Joao Celso Neto
“Longe de holofotes ou badalações, neste 18 de dezembro, em Brasília, Maria Olímpia Neves de Oliveira recebeu, em suas palavras, as pessoas mais queridas para um almoço em que celebrou seus 90 anos.
Ali estiveram os parentes, amigos, ex-colegas do Incra e vizinhos ou companheiros de Igreja.
Ela, que exerceu a política do P (maiúsculo) no Rio Grande do Norte por muitos anos e que voluntariamente optou por ser apenas uma servidora pública aposentada, retraída e afastada das lides (por mais que, quem sabe, ainda pudesse influenciar algum antigo “eleitor seu” – ainda os há), é um exemplo de vida.
Lúcida e com uma memória privilegiada, vez por outra é consultada para dar seu testemunho do que se passou e como se passou determinado fato no Açu, de 1940 a 1969 (quando encerrou seu mandato de Prefeita Municipal).
A “Onça”, como era conhecida, gozava de prestígio em todo o Estado. Mesmo residindo longe (Rio ou Brasília), foi convidada algumas vezes para ir participar de campanhas políticas, pois sua presença, seu discurso ou uma simples carta poderia representar mais um punhado de votos. Acedeu aos convites umas poucas vezes, talvez não mais que duas ou três.
Seu maior orgulho é ter sido professora primária de algumas gerações, no velho Grupo Escolar Tenente-Coronel José Correia, do qual foi também diretora.
Era excepcional no mister de ensinar, formada na Escola Normal do Colégio Nossa Senhora das Vitórias em uma turma de outras tantas professoras que fizeram história. Digo-o com conhecimento de causa, pois foi ela quem me ensinou a ler e a escrever, em 1949 ou 1950 (não me lembro mais).
Um outro traço marcante de sua personalidade ímpar é não guardar rancor ou ideia de revanchismo em relação àqueles que, em algum momento ou de alguma forma, lhe hajam criticado ou se posto em polo oposto. Certamente, ela foi para o outro lado também, em relação a muitos.
Aqui, por exemplo, esteve com Dinarte Mariz e Aloisio Alves (que, longe do RN, conviviam como mandam as regras de boa polidez; AA visitou DM em seu leito de morte, acho).
O espírito cristão se manifesta na ajuda a muitos necessitados. Chego a dizer-lhe que ela está sendo explorada. Tem uma vida extremamente regrada, controlando sua aposentadoria modesta e sempre pronta a mandar rezar uma missa pela alma de quem lhe pareça merecedor ou necessitado. Que o digam os artistas, sobretudo os de antigamente: Luiz Lua Gonzaga (seu hóspede tantas vezes e que tive oportunidade de testemunhar um último reencontro dos dois aqui em Brasília uns poucos meses antes da morte dele), Jackson do Pandeiro, Nélson Gonçalves, .... sem prejuízo de mandar rezar pelo judeu Bussunda.
Maroquinhas constitui realmente um exemplo raro: passou mais de 40 anos mandando e desmandando, mas se retirou da vida pública tão pobre quanto nela ingressara.“
Postado por Fernando Caldas
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
TORRE DA IGREJA CAI APÓS 27 ANOS SUBMERSA
Ilustração do blog
Jotta Paiva - Jornal de Fato
São Rafael – O município perdeu o seu maior símbolo turístico. Na passagem de quinta, 16, para sexta-feira, 17, a torre da igreja da cidade antiga, inundada pelas águas da barragem Engenheiro Armando Ribeiro na década de 80, ruiu, fazendo desaparecer 60 anos de história e 27 anos de símbolo visual. Depois da inundação da cidade antiga, desocupada pelo Governo, a torre da Igreja de Nossa Senhora da Conceição se transformou na principal insígnia do município, que é um dos que integram o Polo Costa Branca.
Segundo a turismóloga Jane Santos, o desaparecimento da torre ocorreu por volta da meia-noite da quinta para ontem e foi ouvida por pescadores. “Algumas pessoas ouviram um barulho, mas não imaginaram que se tratava da torre da igreja velha”, disse.
A notícia abalou a cidade, que tem no turismo um dos seus potenciais financeiros. Embora possua muitas outras belezas naturais, a torre da igreja, perdida no meio das águas do açude, era um dos lugares mais visitados da cidade, que mantinha um passeio de barco em sua volta, enquanto um guia turístico contava a história da transição da cidade antiga para a cidade nova.
De acordo com o auxiliar de turismo Artur Marinheiro, da Prefeitura de São Rafael, a população já havia se acostumado com o monumento e, por isso, não acreditava que ele ruísse. “Já fazia 27 anos, desde que a cidade antiga foi inundada, por isso a população não pensava que um dia esse patrimônio fosse destruído.”
Artur contou que a torre da igreja antiga tinha sido reformada duas vezes nas duas gestões anteriores e estava bem conservada. “Acreditamos que o problema foi mesmo em sua fundação, que não resistiu ao tempo”, disse.
A Prefeitura tinha enviado, em janeiro deste ano, a solicitação do tombamento da torre à Fundação José Augusto, mas a documentação não ainda não foi aprovada. A Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de São Rafael completou 90 anos de existência em 2010, mas fontes não oficiais alegam que o prédio da igreja devia ter entre 100 e 102 anos.
Jotta Paiva - Jornal de Fato
São Rafael – O município perdeu o seu maior símbolo turístico. Na passagem de quinta, 16, para sexta-feira, 17, a torre da igreja da cidade antiga, inundada pelas águas da barragem Engenheiro Armando Ribeiro na década de 80, ruiu, fazendo desaparecer 60 anos de história e 27 anos de símbolo visual. Depois da inundação da cidade antiga, desocupada pelo Governo, a torre da Igreja de Nossa Senhora da Conceição se transformou na principal insígnia do município, que é um dos que integram o Polo Costa Branca.
Segundo a turismóloga Jane Santos, o desaparecimento da torre ocorreu por volta da meia-noite da quinta para ontem e foi ouvida por pescadores. “Algumas pessoas ouviram um barulho, mas não imaginaram que se tratava da torre da igreja velha”, disse.
A notícia abalou a cidade, que tem no turismo um dos seus potenciais financeiros. Embora possua muitas outras belezas naturais, a torre da igreja, perdida no meio das águas do açude, era um dos lugares mais visitados da cidade, que mantinha um passeio de barco em sua volta, enquanto um guia turístico contava a história da transição da cidade antiga para a cidade nova.
De acordo com o auxiliar de turismo Artur Marinheiro, da Prefeitura de São Rafael, a população já havia se acostumado com o monumento e, por isso, não acreditava que ele ruísse. “Já fazia 27 anos, desde que a cidade antiga foi inundada, por isso a população não pensava que um dia esse patrimônio fosse destruído.”
Artur contou que a torre da igreja antiga tinha sido reformada duas vezes nas duas gestões anteriores e estava bem conservada. “Acreditamos que o problema foi mesmo em sua fundação, que não resistiu ao tempo”, disse.
A Prefeitura tinha enviado, em janeiro deste ano, a solicitação do tombamento da torre à Fundação José Augusto, mas a documentação não ainda não foi aprovada. A Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de São Rafael completou 90 anos de existência em 2010, mas fontes não oficiais alegam que o prédio da igreja devia ter entre 100 e 102 anos.
DITADOS POPULARES
-Mais feliz que puta em dia de pagamento de quartel
-Quieto no Canto como guri cagado...
-Mais ligado que rádio de preso
-Mais curto que coice de porco
-Firme que nem prego em polenta
-Mais nojento que mocotó de ontem
-Saracoteando mais que bolacha em boca de véia
-Solto que nem peido em bombacha
-Mais curto que estribo de anão
-Mais pesado que sono de surdo
-Mais amontoado que uva em cacho
-Mais perdido que cego em tiroteio
-Mais perdido que cachorro em dia de mudança
-Mais faceiro que guri de bombacha nova
-Mais assustado que véia em canoa
-Mais angustiado que barata de ponta-cabeça
-Mais por fora que quarto de empregada
-Mais por fora que surdo em bingo
-Mais sofrido que joelho de freira em semana Santa
-Mais ansioso que anão em comício
-Mais apertado que bombacha de fresco
-Mais apressado que cavalo de carteiro
-Mais atirado que alpargata em cancha de bocha
-Mais bonita que laranja de amostra
-De boca aberta que nem burro que comeu urtiga
-Mais chato que gilete caída em chão de banheiro
-Mais caro que argentina nova na zona
-Mais cheio que corvo em carniça de vaca atolada
-Mais constrangido que padre em puteiro
-Mais conhecido que parteira de campanha
-Mais comprido que cuspe de bêbado
-Devagarzito como enterro de viúva rica
-Mais duro que salame de colônia
-Mais encolhido que tripa na brasa
-Extraviado que nem chinelo de bêbado
-Mais faceiro que mosca em tampa de xarope
-Mais feio que sapato de padre
-Mais feio que paraguaio baleado
-Mais feio que indigestão de torresmo
-Mais por fora que cotovelo de caminhoneiro
-Mais gasto que fundilho de tropeiro
-Mais gostoso que beijo de prima
-Mais grosso que dedo destroncado
-Mais grosso que rolha de poço
-Mais informado que gerente de funerária
-Mais nervoso que potro com mosca no ouvido
-Quente que nem frigideira sem cabo
-Mais sério que defunto
-Mais sujo que pau de galinheiro
-Bobagem é espirrar na farofa
-Mais gorduroso que telefone de açougueiro
-Mais perdido que cebola em salada de frutas
-Mais feliz que gordo de camiseta nova
-Mais chato que chinelo de gordo
Obs.:Não perguntem de onde tirei isso, porque:
-Quem revela a fonte é água mineral!!!
-Quieto no Canto como guri cagado...
-Mais ligado que rádio de preso
-Mais curto que coice de porco
-Firme que nem prego em polenta
-Mais nojento que mocotó de ontem
-Saracoteando mais que bolacha em boca de véia
-Solto que nem peido em bombacha
-Mais curto que estribo de anão
-Mais pesado que sono de surdo
-Mais amontoado que uva em cacho
-Mais perdido que cego em tiroteio
-Mais perdido que cachorro em dia de mudança
-Mais faceiro que guri de bombacha nova
-Mais assustado que véia em canoa
-Mais angustiado que barata de ponta-cabeça
-Mais por fora que quarto de empregada
-Mais por fora que surdo em bingo
-Mais sofrido que joelho de freira em semana Santa
-Mais ansioso que anão em comício
-Mais apertado que bombacha de fresco
-Mais apressado que cavalo de carteiro
-Mais atirado que alpargata em cancha de bocha
-Mais bonita que laranja de amostra
-De boca aberta que nem burro que comeu urtiga
-Mais chato que gilete caída em chão de banheiro
-Mais caro que argentina nova na zona
-Mais cheio que corvo em carniça de vaca atolada
-Mais constrangido que padre em puteiro
-Mais conhecido que parteira de campanha
-Mais comprido que cuspe de bêbado
-Devagarzito como enterro de viúva rica
-Mais duro que salame de colônia
-Mais encolhido que tripa na brasa
-Extraviado que nem chinelo de bêbado
-Mais faceiro que mosca em tampa de xarope
-Mais feio que sapato de padre
-Mais feio que paraguaio baleado
-Mais feio que indigestão de torresmo
-Mais por fora que cotovelo de caminhoneiro
-Mais gasto que fundilho de tropeiro
-Mais gostoso que beijo de prima
-Mais grosso que dedo destroncado
-Mais grosso que rolha de poço
-Mais informado que gerente de funerária
-Mais nervoso que potro com mosca no ouvido
-Quente que nem frigideira sem cabo
-Mais sério que defunto
-Mais sujo que pau de galinheiro
-Bobagem é espirrar na farofa
-Mais gorduroso que telefone de açougueiro
-Mais perdido que cebola em salada de frutas
-Mais feliz que gordo de camiseta nova
-Mais chato que chinelo de gordo
Obs.:Não perguntem de onde tirei isso, porque:
-Quem revela a fonte é água mineral!!!
MEGA-SENA
Imagem do BlogdeAluízioLacerda
Paulo Davim (deputado estadual-RN) assumirá o senado em razão da indicação de Garibaldi Alves Filho (senador reeleito pelo Rio Grande do Norte) para o Ministério da Previdência no Governo Dilma Rousseff.
Postado por Fernando Caldas
Paulo Davim (deputado estadual-RN) assumirá o senado em razão da indicação de Garibaldi Alves Filho (senador reeleito pelo Rio Grande do Norte) para o Ministério da Previdência no Governo Dilma Rousseff.
Postado por Fernando Caldas
POEMETO
O homem, a mais bela vida.
O mais belo destino, a mais bela alegria.
Um dia
Eu poderia ter sido essa alegria, eu poderia ter sido esse destino.
João Lins Caldas, poeta potiguar
O mais belo destino, a mais bela alegria.
Um dia
Eu poderia ter sido essa alegria, eu poderia ter sido esse destino.
João Lins Caldas, poeta potiguar
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
CONVITE
A IGREJA BATISTA REGULAR DO ASSU, tem a honra e a alegria de convidar V.Sa. e família para participar juntamente conosco da Programação do 54º aniversário de fundação que realizar-se-á nos dias 17,18 E 19 de Dezembro de 2010, às 19h30m.
A IGREJA BATISTA REGULAR DO ASSU, tem a honra e a alegria de convidar V.Sa. e família para participar juntamente conosco da Programação do 54º aniversário de fundação que realizar-se-á nos dias 17,18 E 19 de Dezembro de 2010, às 19h30m.
Tema: “A GENUINA GRAÇA DE DEUS”
Preletor: Miss. Luiz Carlos Nicolas
Missionário da Missão Novas Tribos do Brasil Caucaia -CE
Local: Templo da Igreja Batista Regular Endereço: Rua Bernardo Vieira S/N Centro Assu - RN
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
WALTINHO VEM AÍ!
A imprensa natalense começa a vislumbrar uma hipótese anteriormente alardeada pelo o blog.
O deputado Walter Alves faz parte do projeto de renovação politica da familia Alves com o todo o respaldo estrutural do PMDB, sigla que pretende reconquistar a hegemonia eleitoral e politica da capital do estado.
Que o deputado Walter Alves, poderá ser a bola da vez para 2.012, não será surpresa nenhuma, vejam o que postou o blogueiro Heitor Gregório:
O PMDB deverá ter candidato próprio na disputa pela Prefeitura de Natal, em 2012.
E o nome já está pré-escolhido: o deputado estadual Walter Alves.
E Waltinho tem duas qualidades que estão acima das outras.
Além de ser filho de um senador de mais de 1 milhão de votos, é filho também de um ministro. Pronto!
Neste caso, precisa somar experiência, agregar apoios substanciais para a disputa e vontade politica para o exercicio do poder.
Tem no elixir da juventude força adequada para confrontar-se com os eventuais disputantes.
Escrito por aluiziolacerda
CARTAS DE BRASILIDADE
Alex Regis
Cartass trocadas entre Cascudo e Mário de Andrade, de 1924 a 1944, estão reunidas no livro lançado hoje, no luduvicus. Na mesma noite, será lançado "coronel cascudo", de Anna Maria.
Maria Betânia Monteiro - repórter
Câmara Cascudo costurou sua obra com as linhas do folclore, da história, das bibliotecas, dos livros. O fio de Mário de Andrade era outro (não muito diferente): o do romance, da poesia, da arte. Com recortes e estampas particulares criaram tecidos únicos e afins: tinham exclusivamente as cores do Brasil. Apesar da distância territorial existente entre os dois, um no Rio Grande do Norte, outro em São Paulo, trocavam ideias constantemente. O veículo do diálogo foram as cartas (escritas entre 1924 e 1944). As palavras grafadas por ambos ganharão o público esta noite, às 19h, no Ludovicus (Instituto Câmara Cascudo), quando será lançado o livro “Câmara Cascudo e Mário de Andrade”. Na mesma ocasião será lançada outro livro inédito, “Coronel Cascudo – o herói oculto”, de Anna Maria Cascudo Barreto.
Cartas trocadas entre cascudo e Mário de andrade, de 1924 a 1944, estão reunidas no livro lançado hoje, no ludovicus. Na mesma noite, será lançado “coronel cascudo”, de Anna Maria“Câmara Cascudo e Mário de Andrade” é uma edição da Global, organizada pelo pesquisador Marcos Antonio de Moraes. O livro trata da correspondência de dois escritores conscientes de sua brasilidade. Mário de Andrade dizia a Luís da Câmara Cascudo, que ambos deveriam dar uma alma ao Brasil. Cascudo, em toda a sua trajetória de pesquisador e escritor, procurou cumprir esta meta.
Os manuscritos das correspondências de Mário de Andrade (65 mensagens) e de Luís da Câmara Cascudo (94 mensagens) estavam conservados no Ludovicus e no Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de Sâo Paulo (IEB-USP).
As cartas trocadas pelos dois amigos são documentos de fundamental importância. Elas têm, entre outras virtudes, o de ser uma das fontes de duas décadas da história literária do país e, talvez, a primeira ligação intelectual entre o Sudeste e o Nordeste. Mário apresenta Cascudo aos grandes intelectuais do sudeste, e é apresentado por este aos valores nordestinos.
Câmara Cascudo dizia a Mário de Andrade que era preciso registrar a verdadeira identidade do Brasil. Nessas correspondências de duas décadas, eles pretenderam tornar ainda mais nítido o relevo de suas obras. Desde 1922, ano em que foi publicada a obra “Pauliceia desvairada”, Mário de Andrade se propôs a renovar a literatura brasileira, afastando a artificial influência europeia.
A amizade dos dois tinha bases muito sólidas. Em carta a Manuel Bandeira, de 19 de março de 1926, Mário descreve o perfil do novo amigo: “Vou na Bahia, Recife e Rio Grande do Norte onde vive um amigo de coração que no entanto nunca vi pessoalmente, o Luís da Câmara Cascudo, é um temperamento estupendo e sujeito de inteligência vivíssima e ainda por cima um coração de ouro brasileiro. Gosto dele”.
O primor das missivas
A correspondência entre Câmara Cascudo e Mário de Andrade é também um exemplo da época da frase bem torneada, da adjetivação precisa, da ênfase na exata medida do pensamento. Cascudo e Mário foram duas figuras tão notáveis, que a veiculação de sua correspondência marca um esplêndido momento da história cultural brasileira, sendo matéria permanente para reflexão dos que se preocupam com o país.
Coronel Cascudo
Segundo a jornalista e Procuradora da Justiça, Anna Maria Cascudo, o folclorista potiguar herdou do pai., a inteligência. “Ele foi a raiz pulsante e ativa da sabedoria de Câmara Cascudo, esta árvore de conhecimento, do qual eu sou apenas um fraco arbusto”, disse Anna Maria. Ela conheceu o avô através dos relatos. Francisco Justino de Oliveira Cascudo morreu cinco anos antes do nascimento da neta. De Câmara Cascudo, Anna ouvia palavras de afeto, delineando um homem doce, sonhador. Da avó Donana (esposa do coronel) também ouviu descrições emotivas sobre “Seu Chico”.
Mas a curiosidade foi tanta, que Anna Maria Cascudo precisou dar um passo adiante, pesquisar de forma sistematizada até descobrir quem foi o seu avô. O livro está sendo lançado pela EDUFRN. O membro da Academia Paulista de Letras, Hernânio Donato escreveu: “Vida e obra, obra e vida do Coronel Cascudo ganham dimensão maior no texto da neta feliz com o ser neta e pesquisadora-escritora hábil. Artesã no procurar e artista no alinhar a fartura de informações. Pois, da biografia do avô fez também resumida, porém vívida biografia do Estado, do Brasil, do tempo e do lugar”.
Serviço:
“Câmara Cascudo e Mário de Andrade” e “Coronel Cascudo – o herói oculto”, lançamento duplo hoje, às 19h, no Ludovicus (Instituto Câmara Cascudo). Av Câmara Cascudo, Cidade Alta. Vendas nas livrarias da cidade e no Ludovicus (R$ 48,00). Coronel Cascudo (vendas na Cooperativa por R$ 30,00.
bate - papo - Anna Maria Cascudo
A relação entre Cascudo e Mário de Andrade se encerrava nos assuntos profissionais?
Não. Eles foram grandes amigos. Papai queria que ele fosse padrinho de Fernando Luís, meu irmão mais velho. Isso só não foi possível em função das agendas lotadas, tanto de papai, quanto de Mário. Além disso, o deslocamento naquela época era difícil. Tudo era feito de navio ou no lombo de um cavalo.
Mesmo com a distância, Câmara Cascudo conseguiu aproximar Mário de Andrade ao nordeste?
A obsessão de papai era trazer Mário de Andrade para observar o sertão e o nordeste, mesmo sabendo que Mário não gostava de regionalismos. Papai conseguiu.
Sobre a biografia de Coronel Cascudo, foi possível manter uma distância para analisar os fatos?
Mesmo eu sendo jornalista e entendendo que é preciso ser imparcial, não consegui me envolver com o trabalho. Basta dizer que os dois últimos capítulos do livro terminaram em lágrimas.
(Tribuna do Norte, 15.12.010)
Cartass trocadas entre Cascudo e Mário de Andrade, de 1924 a 1944, estão reunidas no livro lançado hoje, no luduvicus. Na mesma noite, será lançado "coronel cascudo", de Anna Maria.
Maria Betânia Monteiro - repórter
Câmara Cascudo costurou sua obra com as linhas do folclore, da história, das bibliotecas, dos livros. O fio de Mário de Andrade era outro (não muito diferente): o do romance, da poesia, da arte. Com recortes e estampas particulares criaram tecidos únicos e afins: tinham exclusivamente as cores do Brasil. Apesar da distância territorial existente entre os dois, um no Rio Grande do Norte, outro em São Paulo, trocavam ideias constantemente. O veículo do diálogo foram as cartas (escritas entre 1924 e 1944). As palavras grafadas por ambos ganharão o público esta noite, às 19h, no Ludovicus (Instituto Câmara Cascudo), quando será lançado o livro “Câmara Cascudo e Mário de Andrade”. Na mesma ocasião será lançada outro livro inédito, “Coronel Cascudo – o herói oculto”, de Anna Maria Cascudo Barreto.
Cartas trocadas entre cascudo e Mário de andrade, de 1924 a 1944, estão reunidas no livro lançado hoje, no ludovicus. Na mesma noite, será lançado “coronel cascudo”, de Anna Maria“Câmara Cascudo e Mário de Andrade” é uma edição da Global, organizada pelo pesquisador Marcos Antonio de Moraes. O livro trata da correspondência de dois escritores conscientes de sua brasilidade. Mário de Andrade dizia a Luís da Câmara Cascudo, que ambos deveriam dar uma alma ao Brasil. Cascudo, em toda a sua trajetória de pesquisador e escritor, procurou cumprir esta meta.
Os manuscritos das correspondências de Mário de Andrade (65 mensagens) e de Luís da Câmara Cascudo (94 mensagens) estavam conservados no Ludovicus e no Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de Sâo Paulo (IEB-USP).
As cartas trocadas pelos dois amigos são documentos de fundamental importância. Elas têm, entre outras virtudes, o de ser uma das fontes de duas décadas da história literária do país e, talvez, a primeira ligação intelectual entre o Sudeste e o Nordeste. Mário apresenta Cascudo aos grandes intelectuais do sudeste, e é apresentado por este aos valores nordestinos.
Câmara Cascudo dizia a Mário de Andrade que era preciso registrar a verdadeira identidade do Brasil. Nessas correspondências de duas décadas, eles pretenderam tornar ainda mais nítido o relevo de suas obras. Desde 1922, ano em que foi publicada a obra “Pauliceia desvairada”, Mário de Andrade se propôs a renovar a literatura brasileira, afastando a artificial influência europeia.
A amizade dos dois tinha bases muito sólidas. Em carta a Manuel Bandeira, de 19 de março de 1926, Mário descreve o perfil do novo amigo: “Vou na Bahia, Recife e Rio Grande do Norte onde vive um amigo de coração que no entanto nunca vi pessoalmente, o Luís da Câmara Cascudo, é um temperamento estupendo e sujeito de inteligência vivíssima e ainda por cima um coração de ouro brasileiro. Gosto dele”.
O primor das missivas
A correspondência entre Câmara Cascudo e Mário de Andrade é também um exemplo da época da frase bem torneada, da adjetivação precisa, da ênfase na exata medida do pensamento. Cascudo e Mário foram duas figuras tão notáveis, que a veiculação de sua correspondência marca um esplêndido momento da história cultural brasileira, sendo matéria permanente para reflexão dos que se preocupam com o país.
Coronel Cascudo
Segundo a jornalista e Procuradora da Justiça, Anna Maria Cascudo, o folclorista potiguar herdou do pai., a inteligência. “Ele foi a raiz pulsante e ativa da sabedoria de Câmara Cascudo, esta árvore de conhecimento, do qual eu sou apenas um fraco arbusto”, disse Anna Maria. Ela conheceu o avô através dos relatos. Francisco Justino de Oliveira Cascudo morreu cinco anos antes do nascimento da neta. De Câmara Cascudo, Anna ouvia palavras de afeto, delineando um homem doce, sonhador. Da avó Donana (esposa do coronel) também ouviu descrições emotivas sobre “Seu Chico”.
Mas a curiosidade foi tanta, que Anna Maria Cascudo precisou dar um passo adiante, pesquisar de forma sistematizada até descobrir quem foi o seu avô. O livro está sendo lançado pela EDUFRN. O membro da Academia Paulista de Letras, Hernânio Donato escreveu: “Vida e obra, obra e vida do Coronel Cascudo ganham dimensão maior no texto da neta feliz com o ser neta e pesquisadora-escritora hábil. Artesã no procurar e artista no alinhar a fartura de informações. Pois, da biografia do avô fez também resumida, porém vívida biografia do Estado, do Brasil, do tempo e do lugar”.
Serviço:
“Câmara Cascudo e Mário de Andrade” e “Coronel Cascudo – o herói oculto”, lançamento duplo hoje, às 19h, no Ludovicus (Instituto Câmara Cascudo). Av Câmara Cascudo, Cidade Alta. Vendas nas livrarias da cidade e no Ludovicus (R$ 48,00). Coronel Cascudo (vendas na Cooperativa por R$ 30,00.
bate - papo - Anna Maria Cascudo
A relação entre Cascudo e Mário de Andrade se encerrava nos assuntos profissionais?
Não. Eles foram grandes amigos. Papai queria que ele fosse padrinho de Fernando Luís, meu irmão mais velho. Isso só não foi possível em função das agendas lotadas, tanto de papai, quanto de Mário. Além disso, o deslocamento naquela época era difícil. Tudo era feito de navio ou no lombo de um cavalo.
Mesmo com a distância, Câmara Cascudo conseguiu aproximar Mário de Andrade ao nordeste?
A obsessão de papai era trazer Mário de Andrade para observar o sertão e o nordeste, mesmo sabendo que Mário não gostava de regionalismos. Papai conseguiu.
Sobre a biografia de Coronel Cascudo, foi possível manter uma distância para analisar os fatos?
Mesmo eu sendo jornalista e entendendo que é preciso ser imparcial, não consegui me envolver com o trabalho. Basta dizer que os dois últimos capítulos do livro terminaram em lágrimas.
(Tribuna do Norte, 15.12.010)
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
A TRADIÇÃO E A RENOVAÇÃO - POETAS, ESCRITORES E INTELECTUAIS
A vida intelectual, no Rio Grande do Norte, estava ligada ao jornalismo político. E a "modinha", no dizer de Câmara Cascudo, representava a "exteriorização literária".
O mesmo autor descreve o contexto da época: "os poetas ficavam na classe populesca dos improvisados ou dos modinheiros, versos eram musicados e cantados nas serenatas, acompanhados pelos vilões sonoros".
Alguns poetas que se destacaram na época foram Miguel Vieira de Melo (1821-1856), Gustavo da Silva (1832-1856), Rafael Aracanjo da Fonseca (1811-1882), etc.
O primeiro jornal do Rio Grande do Norte, o "Nordeste", foi fundado pelo padre Francisco Brito Guerra, em 1832.
Depois, João Manuel de Carvalho, fundou o primeiro órgão de imprensa de caráter literário, chamado 'O Recreio'.
Outros jornais foram surgindo com maior ou menor duração, revelando para a comunidade diversos jornalistas e intelectuais: Joaquim Fagundes (1857-1877) e José Teófilo (1852-1879), por exemplo.
Na década 1870 - 1880, os bailes, que eram mensais, se transformaram em locais onde as pessoas cantavam e declamavam poesias.
Merece destaque uma potiguar que passou vinte e oito anos na Europa e se tornou célebre pela sua luta a favor do soerguimento da mulher, sendo igualmente, uma grande escritora. Dionísia Gonçalves Pinto, mais conhecida pelo seu pseudônimo Nísia Floresta, nasceu no sítio Floresta, em Papari (hoje Nísia Floresta, em sua homenagem), no dia 12 de outubro de 1810, falecendo na França, em Rouen, a 24 de abril de 1885. A sua bibliografia é ampla: "Daciz ou a Jovem Completa" (Rio, 1847), "Itineraire d'un voyage en Allemagne" (Paris, 1857), "A Mulher" (Londres, 1856), etc.
Falando sobre Nísia Floresta, Maria Eugênia M. Montenegro classificou-a como "ilustre pensadora e idealista, a autodidata, a revolucionária, a enfermeira, a jornalista e abolicionista e republicana, que pregava a igualdade das províncias e das casas. "(Revista Brasília, no LXX, abril - maio de 1996).
Constância Lima Duarte publicou, em 1995, um livro sobre a vida e obra de Nísia Floresta, onde constata "que a história de Nísia Floresta não se limita às primeiras páginas onde apresento dados específicos referentes a sua vida e obra. Nem termina realmente ao final da análise do último texto. Se cada um deles introduz dados, revela traços de sua personalidade, de suas lutas, de suas obsessões, de seus conflitos, a figura de Nísia Floresta Brasileira Augusta fica por ainda se compor, a partir de tudo isso que aí está, e de tudo o mais, que teima em se manter oculto aos nossos olhos".
Luís Carlos Lins Wanderley é o autor de "Mistério de um Homem", em dois volumes. É apontado por alguns como sendo o primeiro romance escrito no Rio Grande do Norte.
Isabel Urbana de Albuquerque Gondim nasceu, provavelmente, em 1839, também em Papari. Foi professora, poetisa e a primeira historiadora do Estado. Escreveu várias obras, como 'Sedição de 1817, na Capitania do ora Estado do Rio Grande do Norte"(1919), "O Sacrifício do Amor" (1919), "Lira Singela" (1933), etc.
No movimento abolicionista, brilhou Segundo Wanderley.
Vem, depois, a geração do Oásis que, como disse Câmara Cascudo, "nasceu literalmente com o advento republicano". Dessa fase se destacaram dois irmãos: "Henrique Castriciano e Auta de Souza.
Henrique Castriciano, bacharel em Direito, muito viajado, e possuidor de uma grande cultura, chegou a ser vice-governador do Estado. Como disse Romulo Wanderley, foi "jornalista, escritor, crítico, impões-se aos seus contemporâneos pelo talento, pela cultura e pela inspiração poética".
São seus os seguintes versos:
"Ah! Como é triste o aboio! Ah, como é triste o canto sem palavras - tão vago - a saudade exprimindo.
Das selvas do sertão, no mês de junho rindo.
Pelos olhos azuis das crianças, enquanto
No tamarinho verde, asas abertas, trina
À beira dos currais, o galo de campina!
Auta de Souza, poetisa, escreveu apenas um livro, "Horto", com várias edições.
A poesia "Meu Pai", começa assim:
"Desce, meu Pai, a noite baixou mansa
Nem uma nuvem se vê mais no céu:
Aninham-se aqui no peito meu,
Onde, chorando, a negra dor descansa".
Os primeiros teatros de Natal foram barracões de palha, construídos no local onde hoje é a praça Gonçalves Lêdo. Todos os três foram destruídos pelo fogo.
Os grupos de amadores, contudo, não desanimam. "Representavam em teatrinhos improvisados", disse Câmara Cascudo.
O comerciante João Crisóstomos de Oliveira fundou o Teatro de Santa Cruz, localizado na atual João Pessoa, em 1880. Não dava lucro. Os amadores se apresentavam de graça. Falando sobre a importância desse teatro, Câmara Cascudo fez o seguinte comentário: "De 1880 em diante o Santa Cruz reúne todas demonstrações literárias da terra. Com a abolição aí se funda a Libertadora Natalense. Com a República, aí discursaram os tribunos, Olinto Meira, Braz de Melo, Nascimento de Castro, Augusto Severo, Pedro Velho. Nas cisões políticas, aí acampam os oposicionistas com o Clube Republicano 15 de novembro. Ali a companhia de José de Lima Penante recebeu aplausos e deixou saudades".
No dia 17 de abril de 1894, caiu a cobertura do teatro que desapareceu nesse momento.
O século XX é a frase da Oficina Literária, onde se destacaram Francisco Cavalcanti, Jorge Fernandes, Clementino Câmara.
Um grande poeta dessa geração foi Manoel Virgílio Ferreira Itajubá, que nasceu em Natal, escrevendo versos como os que se seguem:
"Vi-te. Era noite. A lua decorada
Brilhava nas paragens luminosas
E a noite estava toda embalsamada,
Porque exalavam no canteiro as rosas".
No dia 29/3/1902, foi fundado o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, por um grupo de intelectuais, entre eles, Vicente Lemos, autor do clássico "Capitães Mores e Governadores do Rio Grande do Norte". Faziam parte do instituto Luís Fernandes, Manoel Dantas,. Pedro Soares e tantos outros. O instituto publica, ainda hoje, uma revista. O seu atual presidente é o advogado Enélio Lima Petrovich.
O Teatro Carlos Gomes foi inaugurado em 1904, no primeiro governo de Alberto Maranhão. O ilustre político, não satisfeito, ao assumir o governo pela segunda vez, promoveu grandes reformas no teatro que hoje tem o seu nome. Câmara Cascudo descreveu que "nasceu outro teatro, amplo, confortável, arejado, moderno".
No início do século, o coronel Francisco Justino de Oliveira Cascudo fundou "A Imprensa" (1914-1926), que teria brilhante trajetória. O Centro Polimático (1920-1924) lançou uma revista que publicava importantes estudos, que segundo Humberto Hermenegildo de Araújo, foi "de valor fundamental para a compreensão do processo de criação de uma consciência, digamos "potiguar". "Apareceu também uma revista feminina, chamada Via Láctea (1914-1915), onde se destacaram Palmira e Carolina Wanderley.
Foi uma época de grande efervescência literária, onde brilharam nomes como Nascimento Fernandes, Anfilóquio Câmra, Armando Seabra, Jayme Wanderley. Segundo Humberto Hermenegildo de Araújo, "publicaram-se, naquela década, alguns títulos que ainda hoje são de fundamental importância para a compreensão do início da nossa vida literária: "Alma patrícia" (1921) e "Joio" (1924), ambos de Luís da Câmara Cascudo; "Poetas Rio-Grandenses do Norte" (1922), de Ezequiel Wanderley", "Versos" (1927), de Lourival Açucena'e "Terra Natal" (1927), de Ferreira Itajubá".
Câmara Cascudo, atendendo a um apelo da Federação das Academias de Letras, com um grupo de amigos e intelectuais, fundou a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, em 14/11/1936, na sede do Instituto de Música, sendo eleito Henrique Castriciano, presidente. Entre os fundadores da academia, podem ser citados os seguintes intelectuais: Adauto Câmara, Otto de Brito Guerra, H. Castriciano, Edgar Barbosa, Antonio Soares de Araújo, Nestor dos Santos Lima, Januário Cicco, Floriano Cavalcanti, Lu;is Gonzaga do Monte.
O atual presidente dessa academia é o advogado Diógenes da Cunha Lima.
A partir do século XX, surgiram vários jornais, em diversos municípios do Rio Grande do Norte. Em Açu: "O Alphabeto" (1917), "A Cidade" (1901 a 1908), "Jornal do Sertão" (1928), "O Vale (1937). Em Caicó: "A Folha" (1928), "Jornal de Caicó" (1930), "O Seridó" (1900-1901), "A Verdade" (1933). Em Macau: "Folha Nova" (1913), "Gazeta de Macau" (1909), "O Imparcial" (1918), "O Nacionalista" (1959), "A Voz de Macau" (1951). Em Mossoró: "Jornal do Oeste" (1948), "A Palavra" (1926), "O Trabalho" (1926), "Desfile" (1946).
A "Coleção Mossoroense" tem editada uma série muito grande de livros, prestando, assim, uma efetiva colaboração ao desenvolvimento cultural do Estado. Publicou "Notas e Documentos para a História de Mossoró", de Luís da Câmara Cascudo; "Lampião em Mossoró", de Raimundo Nonato; "Um possível caso de telegonia entre os nossos indígenas", de Jerônimo Vingt Rosado Maia, etc.
De Açu, brilha Maria Eugênia Montenegro. Natural de Lavras (MG), se integrou no movimento literário potiguar. Publicou livros de poesias ("Azul Solitário') e, inclusive, um de ficção filosófica ("Alfar, A que Está Só").
Pertence às academias de letras de vários Estados e à do Rio Grande do Norte.
De Macau, Edinor Avelino, jornalista, colaborou em diversos jornais da capital ("A Imprensa", "A República", "A Opinião" e "Democrata") e em outros do interior: "Folha Nova" (Macau), "A Cidade" (Açu), "O mossoroense" (Mossoró).
No poema "Macau", considerado como sendo sua obra-prima, escreveu:
"A minha terra, calma e boa, trago-a nas cismas de saudade em que ando atento,
contemplando-a com os olhos cheios d'água.
nos grandes vôos do meu pensamento.
É das mais ricas terras pequeninas.
Apraz-me repetir, quando converso;
possui alvas e esplêndidas salinas,
as melhores salinas do universo".
De Ceará-Mirim, três nomes. Nilo Pereira, que tece, entretanto, uma grande atuação em Pernambuco, onde foi diretor da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Pernambuco, com extensa bibliografia, podendo se citados: "O destino das Faculdades de Filosofia na Universidade" (Natal, 1957), "Humanismo de Luiz de Camões" (Recife, 1957) e "Evocação do Ceará-Mirim" (Recife 1959), etc.
José Sanderson Deodato Fernandes de Negreiros, poeta, jornalista, quando foi eleito para a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, era o mais jovem daquela instituição. Trabalhou na "Tribuna do Norte", "Diário de Natal", sendo também, redator e repórter de duas revista do Sul do País, "Manchete" e "Visão".
Autor de "Ritmo da Busca" (1956) e "Lances Exatos" (1966), é também de sua autoria a poesia "O gesto":
Despe o corpo, tatuado de
relâmpagos. Ensarilhas ventos
ao som da ternura e apunhalas
o horizonte. Mas dentro de ti,
o coração canta, além.
do remoto mar das tapeçarias.
Deitaste o pão e água em minha
solidão, e amo-te por me teres
amado pelo próprio amor
desprotegida, ó incendiária do repouso".
Edgar Barbosa, formado em Direito, no Recife, em 1932, trabalhou em vários jornais: "A República", "O Debate", "A Ordem", etc. Foi fundador da Faculdade de Filosofia e seu primeiro diretor. Escreveu, entre outros livros: "História de uma campanha (1936), "Três Ensaios" (Recife, 1960), "Imagens do Tempo" (Natal, 1966).
De Nova Cruz, Diógenes da Cunha Lima Filho, poeta, advogado, professor, ex-reitor da UFRN, ex-presidente da Educação e Cultural do Estado, publicou "Lua Quatro Vezes Sol" (1967), "Tradição e Cultura de Massa" (1973), "Câmara Cascudo, um homem feliz", etc.
Em "Memórias das Águas", diz Diógenes da Cunha Lima:
"O espectro do rio foge
Quando dorme o Potengi.
Sua memória lavada
Em muitas águas desliza
Das nascentes do verão".
De São Vicente, D. José Adelino Dantas, com grande atuação no Seridó. Foi bispo de Caicó, nomeado pelo papa Pio XII, em 1952. Colaborou no jornal "A Ordem". Depois, foi nomeado bispo de Garanhuns (PE) e, a seguir, de Rui Barbosa, na Bahia.
Pertenceu à Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, tendo publicado "A Formação do Seminarista"(1947), "Homens e Fatos do Seridó Antigo" (1962), "O Coronel de Milícias Caetano Dantas" (S/Data).
Falando sobre D. Adelino Dantas, disse Sanderson Negreiros: "pesquisador que se debruça sobre o documento faz isso com amor e sabedoria, com calor humano e absoluta sinceridade de propósitos".
Em abril de 1963, o governo Aluízio Alves inaugurou a Fundação José Augusto que funcionou inicialmente "como faculdade para os cursos de Jornalismo, Sociologia e Política e Escola Superior de Administração, além de manter o Instituto Juvenal Lamartine de Pesquisas Sociais e a Gráfica Manibu. Somente a partir de 1968, com a mudança do Estatuto, é que a Fundação passa a fazer o trabalho de fomento à cultura potiguar, exercendo um papel semelhante ao de uma Secretaria de Cultura estadual".
"Presente na vida cultural do Estado, desde a edição de livros, promoção de eventos, até a preservação do patrimônio histórico, a Fundação José Augusto também detém a guarda e manutenção de importantes prédios e instituições, como o Forte dos Reis Magos e o Memorial Câmara Cascudo, a Biblioteca Pública Câmara Cascudo, Museu Café Filho e o de Arte Sacra".
"O teatro Alberto Maranhão, onde funciona uma Escola de Danças, o Instituto de Música Waldermar de Almeida, com mais de 500 alunos matriculados, são outras entidades geridas pela Fundação José Augusto, presidida pela segunda vez pelo jornalista Woden Madruga (a primeira gestão ocorreu de 1987 a 1990)".
"Uma Orquestra Sinfônica em plena atividade, que realiza concertos oficiais, populares e educativos mensais, sempre trazendo ao Estado renomados solistas, um coral (Canto do Povo), com reconhecimento nacional e no exterior, tendo representado o Brasil em 1995 em temporada na Alemanha, França e Itália, onde se apresentou para o papa João Paulo II, são outros dos orgulhos da Fundação José Augusto".
"Na atual administração, vários projetos de sucesso têm sido desenvolvidos, como o Projeto Seis e Meia, que é apresentado todas as terças-feiras, às 18h30, no Teatro Alberto Maranhão, sempre com um cantor local e um nacional. Esse projeto, que tem uma média de público, por sessão de 620 pessoas, é no estilo do extinto Projeto Pexinguinha, que foi realizado em todo o País na década de 70. Por ele já passaram artistas como Paulinho da Viola, Leila Pinheiro, Jamelão e Sivuca, entre tantos outros.
"Na luta para revitalizar os grupos e artistas populares, foram dadas indumentárias, instrumentos, oportunidades de apresentação em Natal e fora do estado, e criado o Projeto Chico Traíra, que edita e distribui com os autores de jovens e contemporâneos. Edita ainda o jornal cultural "O Galo", mensalmente, promovendo Salões de Artes Plásticas e de Humor e dando apoio às atividades teatrais, seja através da apresentação do teatro brasileiro, como Amir Haddad". (Documento fornecido pela Asssessoria de Imprensa da Fundação José Augusto - 1997).
(Fascículo 14 - Educação e Cultura - TN)
Postado por Fernando Caldas
O mesmo autor descreve o contexto da época: "os poetas ficavam na classe populesca dos improvisados ou dos modinheiros, versos eram musicados e cantados nas serenatas, acompanhados pelos vilões sonoros".
Alguns poetas que se destacaram na época foram Miguel Vieira de Melo (1821-1856), Gustavo da Silva (1832-1856), Rafael Aracanjo da Fonseca (1811-1882), etc.
O primeiro jornal do Rio Grande do Norte, o "Nordeste", foi fundado pelo padre Francisco Brito Guerra, em 1832.
Depois, João Manuel de Carvalho, fundou o primeiro órgão de imprensa de caráter literário, chamado 'O Recreio'.
Outros jornais foram surgindo com maior ou menor duração, revelando para a comunidade diversos jornalistas e intelectuais: Joaquim Fagundes (1857-1877) e José Teófilo (1852-1879), por exemplo.
Na década 1870 - 1880, os bailes, que eram mensais, se transformaram em locais onde as pessoas cantavam e declamavam poesias.
Merece destaque uma potiguar que passou vinte e oito anos na Europa e se tornou célebre pela sua luta a favor do soerguimento da mulher, sendo igualmente, uma grande escritora. Dionísia Gonçalves Pinto, mais conhecida pelo seu pseudônimo Nísia Floresta, nasceu no sítio Floresta, em Papari (hoje Nísia Floresta, em sua homenagem), no dia 12 de outubro de 1810, falecendo na França, em Rouen, a 24 de abril de 1885. A sua bibliografia é ampla: "Daciz ou a Jovem Completa" (Rio, 1847), "Itineraire d'un voyage en Allemagne" (Paris, 1857), "A Mulher" (Londres, 1856), etc.
Falando sobre Nísia Floresta, Maria Eugênia M. Montenegro classificou-a como "ilustre pensadora e idealista, a autodidata, a revolucionária, a enfermeira, a jornalista e abolicionista e republicana, que pregava a igualdade das províncias e das casas. "(Revista Brasília, no LXX, abril - maio de 1996).
Constância Lima Duarte publicou, em 1995, um livro sobre a vida e obra de Nísia Floresta, onde constata "que a história de Nísia Floresta não se limita às primeiras páginas onde apresento dados específicos referentes a sua vida e obra. Nem termina realmente ao final da análise do último texto. Se cada um deles introduz dados, revela traços de sua personalidade, de suas lutas, de suas obsessões, de seus conflitos, a figura de Nísia Floresta Brasileira Augusta fica por ainda se compor, a partir de tudo isso que aí está, e de tudo o mais, que teima em se manter oculto aos nossos olhos".
Luís Carlos Lins Wanderley é o autor de "Mistério de um Homem", em dois volumes. É apontado por alguns como sendo o primeiro romance escrito no Rio Grande do Norte.
Isabel Urbana de Albuquerque Gondim nasceu, provavelmente, em 1839, também em Papari. Foi professora, poetisa e a primeira historiadora do Estado. Escreveu várias obras, como 'Sedição de 1817, na Capitania do ora Estado do Rio Grande do Norte"(1919), "O Sacrifício do Amor" (1919), "Lira Singela" (1933), etc.
No movimento abolicionista, brilhou Segundo Wanderley.
Vem, depois, a geração do Oásis que, como disse Câmara Cascudo, "nasceu literalmente com o advento republicano". Dessa fase se destacaram dois irmãos: "Henrique Castriciano e Auta de Souza.
Henrique Castriciano, bacharel em Direito, muito viajado, e possuidor de uma grande cultura, chegou a ser vice-governador do Estado. Como disse Romulo Wanderley, foi "jornalista, escritor, crítico, impões-se aos seus contemporâneos pelo talento, pela cultura e pela inspiração poética".
São seus os seguintes versos:
"Ah! Como é triste o aboio! Ah, como é triste o canto sem palavras - tão vago - a saudade exprimindo.
Das selvas do sertão, no mês de junho rindo.
Pelos olhos azuis das crianças, enquanto
No tamarinho verde, asas abertas, trina
À beira dos currais, o galo de campina!
Auta de Souza, poetisa, escreveu apenas um livro, "Horto", com várias edições.
A poesia "Meu Pai", começa assim:
"Desce, meu Pai, a noite baixou mansa
Nem uma nuvem se vê mais no céu:
Aninham-se aqui no peito meu,
Onde, chorando, a negra dor descansa".
Os primeiros teatros de Natal foram barracões de palha, construídos no local onde hoje é a praça Gonçalves Lêdo. Todos os três foram destruídos pelo fogo.
Os grupos de amadores, contudo, não desanimam. "Representavam em teatrinhos improvisados", disse Câmara Cascudo.
O comerciante João Crisóstomos de Oliveira fundou o Teatro de Santa Cruz, localizado na atual João Pessoa, em 1880. Não dava lucro. Os amadores se apresentavam de graça. Falando sobre a importância desse teatro, Câmara Cascudo fez o seguinte comentário: "De 1880 em diante o Santa Cruz reúne todas demonstrações literárias da terra. Com a abolição aí se funda a Libertadora Natalense. Com a República, aí discursaram os tribunos, Olinto Meira, Braz de Melo, Nascimento de Castro, Augusto Severo, Pedro Velho. Nas cisões políticas, aí acampam os oposicionistas com o Clube Republicano 15 de novembro. Ali a companhia de José de Lima Penante recebeu aplausos e deixou saudades".
No dia 17 de abril de 1894, caiu a cobertura do teatro que desapareceu nesse momento.
O século XX é a frase da Oficina Literária, onde se destacaram Francisco Cavalcanti, Jorge Fernandes, Clementino Câmara.
Um grande poeta dessa geração foi Manoel Virgílio Ferreira Itajubá, que nasceu em Natal, escrevendo versos como os que se seguem:
"Vi-te. Era noite. A lua decorada
Brilhava nas paragens luminosas
E a noite estava toda embalsamada,
Porque exalavam no canteiro as rosas".
No dia 29/3/1902, foi fundado o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, por um grupo de intelectuais, entre eles, Vicente Lemos, autor do clássico "Capitães Mores e Governadores do Rio Grande do Norte". Faziam parte do instituto Luís Fernandes, Manoel Dantas,. Pedro Soares e tantos outros. O instituto publica, ainda hoje, uma revista. O seu atual presidente é o advogado Enélio Lima Petrovich.
O Teatro Carlos Gomes foi inaugurado em 1904, no primeiro governo de Alberto Maranhão. O ilustre político, não satisfeito, ao assumir o governo pela segunda vez, promoveu grandes reformas no teatro que hoje tem o seu nome. Câmara Cascudo descreveu que "nasceu outro teatro, amplo, confortável, arejado, moderno".
No início do século, o coronel Francisco Justino de Oliveira Cascudo fundou "A Imprensa" (1914-1926), que teria brilhante trajetória. O Centro Polimático (1920-1924) lançou uma revista que publicava importantes estudos, que segundo Humberto Hermenegildo de Araújo, foi "de valor fundamental para a compreensão do processo de criação de uma consciência, digamos "potiguar". "Apareceu também uma revista feminina, chamada Via Láctea (1914-1915), onde se destacaram Palmira e Carolina Wanderley.
Foi uma época de grande efervescência literária, onde brilharam nomes como Nascimento Fernandes, Anfilóquio Câmra, Armando Seabra, Jayme Wanderley. Segundo Humberto Hermenegildo de Araújo, "publicaram-se, naquela década, alguns títulos que ainda hoje são de fundamental importância para a compreensão do início da nossa vida literária: "Alma patrícia" (1921) e "Joio" (1924), ambos de Luís da Câmara Cascudo; "Poetas Rio-Grandenses do Norte" (1922), de Ezequiel Wanderley", "Versos" (1927), de Lourival Açucena'e "Terra Natal" (1927), de Ferreira Itajubá".
Câmara Cascudo, atendendo a um apelo da Federação das Academias de Letras, com um grupo de amigos e intelectuais, fundou a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, em 14/11/1936, na sede do Instituto de Música, sendo eleito Henrique Castriciano, presidente. Entre os fundadores da academia, podem ser citados os seguintes intelectuais: Adauto Câmara, Otto de Brito Guerra, H. Castriciano, Edgar Barbosa, Antonio Soares de Araújo, Nestor dos Santos Lima, Januário Cicco, Floriano Cavalcanti, Lu;is Gonzaga do Monte.
O atual presidente dessa academia é o advogado Diógenes da Cunha Lima.
A partir do século XX, surgiram vários jornais, em diversos municípios do Rio Grande do Norte. Em Açu: "O Alphabeto" (1917), "A Cidade" (1901 a 1908), "Jornal do Sertão" (1928), "O Vale (1937). Em Caicó: "A Folha" (1928), "Jornal de Caicó" (1930), "O Seridó" (1900-1901), "A Verdade" (1933). Em Macau: "Folha Nova" (1913), "Gazeta de Macau" (1909), "O Imparcial" (1918), "O Nacionalista" (1959), "A Voz de Macau" (1951). Em Mossoró: "Jornal do Oeste" (1948), "A Palavra" (1926), "O Trabalho" (1926), "Desfile" (1946).
A "Coleção Mossoroense" tem editada uma série muito grande de livros, prestando, assim, uma efetiva colaboração ao desenvolvimento cultural do Estado. Publicou "Notas e Documentos para a História de Mossoró", de Luís da Câmara Cascudo; "Lampião em Mossoró", de Raimundo Nonato; "Um possível caso de telegonia entre os nossos indígenas", de Jerônimo Vingt Rosado Maia, etc.
De Açu, brilha Maria Eugênia Montenegro. Natural de Lavras (MG), se integrou no movimento literário potiguar. Publicou livros de poesias ("Azul Solitário') e, inclusive, um de ficção filosófica ("Alfar, A que Está Só").
Pertence às academias de letras de vários Estados e à do Rio Grande do Norte.
De Macau, Edinor Avelino, jornalista, colaborou em diversos jornais da capital ("A Imprensa", "A República", "A Opinião" e "Democrata") e em outros do interior: "Folha Nova" (Macau), "A Cidade" (Açu), "O mossoroense" (Mossoró).
No poema "Macau", considerado como sendo sua obra-prima, escreveu:
"A minha terra, calma e boa, trago-a nas cismas de saudade em que ando atento,
contemplando-a com os olhos cheios d'água.
nos grandes vôos do meu pensamento.
É das mais ricas terras pequeninas.
Apraz-me repetir, quando converso;
possui alvas e esplêndidas salinas,
as melhores salinas do universo".
De Ceará-Mirim, três nomes. Nilo Pereira, que tece, entretanto, uma grande atuação em Pernambuco, onde foi diretor da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Pernambuco, com extensa bibliografia, podendo se citados: "O destino das Faculdades de Filosofia na Universidade" (Natal, 1957), "Humanismo de Luiz de Camões" (Recife, 1957) e "Evocação do Ceará-Mirim" (Recife 1959), etc.
José Sanderson Deodato Fernandes de Negreiros, poeta, jornalista, quando foi eleito para a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, era o mais jovem daquela instituição. Trabalhou na "Tribuna do Norte", "Diário de Natal", sendo também, redator e repórter de duas revista do Sul do País, "Manchete" e "Visão".
Autor de "Ritmo da Busca" (1956) e "Lances Exatos" (1966), é também de sua autoria a poesia "O gesto":
Despe o corpo, tatuado de
relâmpagos. Ensarilhas ventos
ao som da ternura e apunhalas
o horizonte. Mas dentro de ti,
o coração canta, além.
do remoto mar das tapeçarias.
Deitaste o pão e água em minha
solidão, e amo-te por me teres
amado pelo próprio amor
desprotegida, ó incendiária do repouso".
Edgar Barbosa, formado em Direito, no Recife, em 1932, trabalhou em vários jornais: "A República", "O Debate", "A Ordem", etc. Foi fundador da Faculdade de Filosofia e seu primeiro diretor. Escreveu, entre outros livros: "História de uma campanha (1936), "Três Ensaios" (Recife, 1960), "Imagens do Tempo" (Natal, 1966).
De Nova Cruz, Diógenes da Cunha Lima Filho, poeta, advogado, professor, ex-reitor da UFRN, ex-presidente da Educação e Cultural do Estado, publicou "Lua Quatro Vezes Sol" (1967), "Tradição e Cultura de Massa" (1973), "Câmara Cascudo, um homem feliz", etc.
Em "Memórias das Águas", diz Diógenes da Cunha Lima:
"O espectro do rio foge
Quando dorme o Potengi.
Sua memória lavada
Em muitas águas desliza
Das nascentes do verão".
De São Vicente, D. José Adelino Dantas, com grande atuação no Seridó. Foi bispo de Caicó, nomeado pelo papa Pio XII, em 1952. Colaborou no jornal "A Ordem". Depois, foi nomeado bispo de Garanhuns (PE) e, a seguir, de Rui Barbosa, na Bahia.
Pertenceu à Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, tendo publicado "A Formação do Seminarista"(1947), "Homens e Fatos do Seridó Antigo" (1962), "O Coronel de Milícias Caetano Dantas" (S/Data).
Falando sobre D. Adelino Dantas, disse Sanderson Negreiros: "pesquisador que se debruça sobre o documento faz isso com amor e sabedoria, com calor humano e absoluta sinceridade de propósitos".
Em abril de 1963, o governo Aluízio Alves inaugurou a Fundação José Augusto que funcionou inicialmente "como faculdade para os cursos de Jornalismo, Sociologia e Política e Escola Superior de Administração, além de manter o Instituto Juvenal Lamartine de Pesquisas Sociais e a Gráfica Manibu. Somente a partir de 1968, com a mudança do Estatuto, é que a Fundação passa a fazer o trabalho de fomento à cultura potiguar, exercendo um papel semelhante ao de uma Secretaria de Cultura estadual".
"Presente na vida cultural do Estado, desde a edição de livros, promoção de eventos, até a preservação do patrimônio histórico, a Fundação José Augusto também detém a guarda e manutenção de importantes prédios e instituições, como o Forte dos Reis Magos e o Memorial Câmara Cascudo, a Biblioteca Pública Câmara Cascudo, Museu Café Filho e o de Arte Sacra".
"O teatro Alberto Maranhão, onde funciona uma Escola de Danças, o Instituto de Música Waldermar de Almeida, com mais de 500 alunos matriculados, são outras entidades geridas pela Fundação José Augusto, presidida pela segunda vez pelo jornalista Woden Madruga (a primeira gestão ocorreu de 1987 a 1990)".
"Uma Orquestra Sinfônica em plena atividade, que realiza concertos oficiais, populares e educativos mensais, sempre trazendo ao Estado renomados solistas, um coral (Canto do Povo), com reconhecimento nacional e no exterior, tendo representado o Brasil em 1995 em temporada na Alemanha, França e Itália, onde se apresentou para o papa João Paulo II, são outros dos orgulhos da Fundação José Augusto".
"Na atual administração, vários projetos de sucesso têm sido desenvolvidos, como o Projeto Seis e Meia, que é apresentado todas as terças-feiras, às 18h30, no Teatro Alberto Maranhão, sempre com um cantor local e um nacional. Esse projeto, que tem uma média de público, por sessão de 620 pessoas, é no estilo do extinto Projeto Pexinguinha, que foi realizado em todo o País na década de 70. Por ele já passaram artistas como Paulinho da Viola, Leila Pinheiro, Jamelão e Sivuca, entre tantos outros.
"Na luta para revitalizar os grupos e artistas populares, foram dadas indumentárias, instrumentos, oportunidades de apresentação em Natal e fora do estado, e criado o Projeto Chico Traíra, que edita e distribui com os autores de jovens e contemporâneos. Edita ainda o jornal cultural "O Galo", mensalmente, promovendo Salões de Artes Plásticas e de Humor e dando apoio às atividades teatrais, seja através da apresentação do teatro brasileiro, como Amir Haddad". (Documento fornecido pela Asssessoria de Imprensa da Fundação José Augusto - 1997).
(Fascículo 14 - Educação e Cultura - TN)
Postado por Fernando Caldas
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
CONVITE - SEGUNDO SARAU DO REENCONTRO
AO(A) PREZADO(A) E ILUSTRE AMIGO(A):
TENHO A HONRA DE CONVIDAR V.SA. E FAMÍLIA PARA O "2º SARAU DO REENCONTRO" EM CEARÁ-MIRIM/RN,
DIA 22-01-2011, ÀS 16 HORAS, NO IDIANA RECEPÇÕES, À RUA PRISCO ROCHA, Nº 1070, BAIRRO PASSA E FICA.
DAQUI DESTE LONGÍNQUO E BELO PAÍS - PORTUGAL - NÃO VEJO A HORA DA CHEGADA DE TÃO PRECIOSO
MOMENTO, QUANDO ESTAREMOS TODOS FESTEJANDO COM O MELHOR DA LITERATURA - A POESIA.
AGUARDO PRESENÇA.
CEIÇINHA CÂMARA
VILA DO BISPO/ALGARVE - PORTUGAL
********************
DETALHES DO EVENTO:
A cearamirinense MARIA CONCEIÇÃO CÂMARA DA SILVA, mais conhecida por CEICINHA CÂMARA, radicada em Vila do Bispo/Região Algarve-PORTUGAL, promove, juntamente com a SPVA-RN (Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do Rio Grande do Norte), o “2º SARAU DO REENCONTRO” e tem a honra de convidá-lo (a) para prestigiar esse belo evento, no dia 22 de Janeiro de 2011, a partir das 16 horas, em Idiana Recepções, rua Prisco Rocha, nº 1070, bairro Passa e Fica, Ceará-Mirim/RN.
O evento tem como objetivo precípuo, a divulgação dos artistas da terra, através de intercâmbio cultural entre CEARÁ-MIRIM e VILA DO BISPO, como também, apresentar e reconhecer, as grandes riquezas culturais e os grandes valores artísticos que o nosso VERDE VALE possui.
Também contará com a presença de várias personalidades ligadas à cultura, com participação espontânea de todos os poetas.
TERÁ MUITAS SURPRESAS! CONTAMOS COM SUA PRESENÇA!
Haverá serviço de bar terceirizado ao público.
VALOR DA ENTRADA: LIVRE PARA TODOS QUE GOSTAM
DE POESIA E DE MÚSICA!
PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS:
» Lúcia Helena Pereira - neta de Madalena Antunes Pereira.
» Poetas Membros da SPVA-RN.
» Pedro Simões Neto - Advogado e Escritor.
» Ciro José Tavares - Escritor, sobrinho-neto da poetisa "Adelle de Oliveira"
» Gibson Machado - Professor de Arte e Pesquisador.
» Silvino Potêncio - Poeta português, radicado em Natal/RN.
» Flauzineide Machado - Poeta e Escritora, Diretora de Eventos da SPVA-RN.
» Alice Brandão - Artista Plástica e Escritora (*)
» Rause Câmara – Mentor da CMTV – Televisão on-line de cearamirinense (*)
» Francisca Lopes – Professora e Poeta.
PARTICIPAÇÕES POÉTICAS:
» Cosme Lopes – Cordelista.
» Euds Martineri – Cordelista.
» Lillyan Siqueira.
PARTICIPAÇÕES ARTÍSTICAS:
» Múcio Vicente – Com literatura de Cordel.
» Crésio Tôrres – Com o monólogo “Canto da Boca da Mata”.
» Francisco Martins Neto – Com o lendário “Mané Beradeiro”.
EXPOSIÇÃO COLETIVA DOS ARTISTAS PLÁSTICOS:
» Ruy Lima; Santana; Vilela; Fábio di Ojuara; Walter luz; Euds Martineri; Idiana Rodrigues.
PARTICIPAÇÕES MUSICAIS:
» Família Câmara – Marcos; Railton; Maurício; Mocinha; Rayanne; Ana Priscila.
» Sâmia Rafaela;
» Eliel Silva;
» Giancarlos.
(*) Alice Brandão não estará presente pessoalmente e a CMTV estará participando ao vivo.
***************************
SEGUE EM ANEXO CARTAZ DO EVENTO
E O MAPA DO LOCAL.
Um cordial abraço, do além-mar...
CEIÇINHA CÂMARA
.
MÁRIO BARBALHO, O VAQUEIRO
Mário Barbalho é o vaqueiro vivo mais antigo das bandas dos sertões do Açu. Derrubador de gado dos bons. Reside na cidade de Açu na antiga rua da Palma, atual 11 de agosto. Todas as manhãs e à noite, quem passar por aquele logradouro vai encontrar Mário de cadeira na calçada, com aquele seu jeitão calado. Ele é meu primo segundo por ser filho de uma tia materna de minha mãe chamada Cecília Barbalho - Tia Cecília. Salvo engano, Mário derrubou gado até os seu bons sessenta anos de idade. Fica, portanto, a homenagem deste blog. E diz Renato Caldas:
Vaqueiro de minha terra!!
Subindo e descendo serra,
muntado em seu alazão...
Num intrincheirado de espinho,
Sem verêda e sem caminho,
Cum os óios presos no chão!
Precura a rez tresviada...
Pra onde foi. In que aguáda
Terá ela ido bebê...
- Grande mistério da vida!
Eu tenho uma rez perdida...
Qui nunca mais hei de vê...
Seu nome, era mocidade!
Deixô uma cria: - a Sodade,
No currá do coração...
Eu, muitas vezes campeio,
Num cavalo, magro e feio
Que eu chamo Rescordação.
- Nas noites inluaradas
Oiço rolá nas quebradas,
"O luar do meu sertão"...
É Catulo véio de guerra"!
Subindo e descendo serra
No seu cavalo alazão...
Vaqueiros de minha terra!
Bandeiras do meu Sertão.
Postado por Fernando Caldas
Vaqueiro de minha terra!!
Subindo e descendo serra,
muntado em seu alazão...
Num intrincheirado de espinho,
Sem verêda e sem caminho,
Cum os óios presos no chão!
Precura a rez tresviada...
Pra onde foi. In que aguáda
Terá ela ido bebê...
- Grande mistério da vida!
Eu tenho uma rez perdida...
Qui nunca mais hei de vê...
Seu nome, era mocidade!
Deixô uma cria: - a Sodade,
No currá do coração...
Eu, muitas vezes campeio,
Num cavalo, magro e feio
Que eu chamo Rescordação.
- Nas noites inluaradas
Oiço rolá nas quebradas,
"O luar do meu sertão"...
É Catulo véio de guerra"!
Subindo e descendo serra
No seu cavalo alazão...
Vaqueiros de minha terra!
Bandeiras do meu Sertão.
Postado por Fernando Caldas
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
CHICO BURREGO
Por Leonardo Sodré, jornalista e escritor
O diálogo acontecia num tradicional bar e restaurante de Mossoró, na época, nas cercanias da cidade, em meados dos anos 1980:
-Compadre, eu vou me deitar na mesa e você faz o discurso da minha despedida aqui da terra. Você prometeu que faria isso quando eu morresse, e, eu quero escutar, porque não tenho certeza se no dia eu vou estar atento, sorriu.
Depois de o garçom esvaziar a mesa de inúmeras cervejas e tira-gostos, que incluía deliciosos pedaços de galinha caipira, ele deitou-se e o discurso foi dito. Discurso que emocionou os amigos e todos os que estavam por perto. Até o defunto chorou.
Depois de tudo arrumado, a farra continuou, com os dois amigos rindo da empreitada. Raimundo Soares de Souza, ex-prefeito de Mossoró nos anos 1960 e Chico Burrego, seu fiel motorista, amigo e compadre. Anos depois o discurso de Raimundo foi repetido, dessa vez, de verdade, no túmulo de um dos maiores motoristas de Mossoró, que por ironia do destino, havia morrido atropelado.
Eles protagonizaram muitas histórias engraçadas. Nos meses de janeiro e fevereiro Raimundo costumava alugar casa de veraneio em uma das praias do litoral de Natal e lá ouvi muitas histórias e vivi pelo menos uma, pois na ausência de um bom jogador de buraco, fui escolhido para compor uma dupla com Burrego. Jogávamos contra Raimundo e seu filho Silvério (meu compadre) e durante toda uma tarde, entrando pela noite, não havíamos perdido uma só parada. Eu estava impressionado comigo mesmo – que jogo terrivelmente mal - e com a perspicácia de Burrego, que batia uma atrás da outra.
Raimundo reclamava e Silvério, na sua eterna calma, nada dizia, apenas alisava a barba, que naquele tempo usava. Em dado momento, numa das batidas de Burrego, que imediatamente começava a contagem e juntava todas as cartas, Silvério foi mais rápido e descobriu as cartas, encontrando por baixo muitas que não compunham jogo algum, as chamadas “bêbadas”, que Burrego, ardilosamente, colocava por baixo das que formavam o jogo final.
A reação de Burrego ao olhar fuzilante de Raimundo, que detestava perder foi inusitada:
-Compadre, esse menino está ficando muito sabido!
Raimundo vingou-se contando uma história do tempo em que era prefeito de Mossoró. Disse que em determinada ocasião saiu com seu compadre para inspecionar obras em alguns distritos, aproveitando para conversar com suas bases eleitorais. As estradas eram precárias, e já a noite, no caminho de volta para casa, ele coloca a mão no ombro de Burrego, que dirigia em silêncio, e diz:
-Você sabe como o povo é compadre. Nós somos muito amigos, sempre estamos juntos, almoçamos juntos, jantamos juntos, visitamos os distritos juntos, você me leva para a prefeitura, vai buscar...
Burrego, aproveitando uma das freadas, num dos inúmeros buracos da estrada, interrompe Raimundo e pergunta a razão daquela conversa toda. Raimundo, ainda com o braço rodeando o ombro de burrego e segurando o riso, responde procurando ficar o mais sério possível, com voz grave:
O povo está falando...
Burrego não diz uma palavra, continua atento a estrada e mexe os ombros, como se tivesse sido picado por um inseto, conseguindo tirar a mão de Raimundo do seu ombro. Passam-se uns três minutos, a estrada já estava mais lisa, e ele olhando para Raimundo, pergunta:
-Compadre, me diga uma coisa: prefeito não tem cu não é?
O diálogo acontecia num tradicional bar e restaurante de Mossoró, na época, nas cercanias da cidade, em meados dos anos 1980:
-Compadre, eu vou me deitar na mesa e você faz o discurso da minha despedida aqui da terra. Você prometeu que faria isso quando eu morresse, e, eu quero escutar, porque não tenho certeza se no dia eu vou estar atento, sorriu.
Depois de o garçom esvaziar a mesa de inúmeras cervejas e tira-gostos, que incluía deliciosos pedaços de galinha caipira, ele deitou-se e o discurso foi dito. Discurso que emocionou os amigos e todos os que estavam por perto. Até o defunto chorou.
Depois de tudo arrumado, a farra continuou, com os dois amigos rindo da empreitada. Raimundo Soares de Souza, ex-prefeito de Mossoró nos anos 1960 e Chico Burrego, seu fiel motorista, amigo e compadre. Anos depois o discurso de Raimundo foi repetido, dessa vez, de verdade, no túmulo de um dos maiores motoristas de Mossoró, que por ironia do destino, havia morrido atropelado.
Eles protagonizaram muitas histórias engraçadas. Nos meses de janeiro e fevereiro Raimundo costumava alugar casa de veraneio em uma das praias do litoral de Natal e lá ouvi muitas histórias e vivi pelo menos uma, pois na ausência de um bom jogador de buraco, fui escolhido para compor uma dupla com Burrego. Jogávamos contra Raimundo e seu filho Silvério (meu compadre) e durante toda uma tarde, entrando pela noite, não havíamos perdido uma só parada. Eu estava impressionado comigo mesmo – que jogo terrivelmente mal - e com a perspicácia de Burrego, que batia uma atrás da outra.
Raimundo reclamava e Silvério, na sua eterna calma, nada dizia, apenas alisava a barba, que naquele tempo usava. Em dado momento, numa das batidas de Burrego, que imediatamente começava a contagem e juntava todas as cartas, Silvério foi mais rápido e descobriu as cartas, encontrando por baixo muitas que não compunham jogo algum, as chamadas “bêbadas”, que Burrego, ardilosamente, colocava por baixo das que formavam o jogo final.
A reação de Burrego ao olhar fuzilante de Raimundo, que detestava perder foi inusitada:
-Compadre, esse menino está ficando muito sabido!
Raimundo vingou-se contando uma história do tempo em que era prefeito de Mossoró. Disse que em determinada ocasião saiu com seu compadre para inspecionar obras em alguns distritos, aproveitando para conversar com suas bases eleitorais. As estradas eram precárias, e já a noite, no caminho de volta para casa, ele coloca a mão no ombro de Burrego, que dirigia em silêncio, e diz:
-Você sabe como o povo é compadre. Nós somos muito amigos, sempre estamos juntos, almoçamos juntos, jantamos juntos, visitamos os distritos juntos, você me leva para a prefeitura, vai buscar...
Burrego, aproveitando uma das freadas, num dos inúmeros buracos da estrada, interrompe Raimundo e pergunta a razão daquela conversa toda. Raimundo, ainda com o braço rodeando o ombro de burrego e segurando o riso, responde procurando ficar o mais sério possível, com voz grave:
O povo está falando...
Burrego não diz uma palavra, continua atento a estrada e mexe os ombros, como se tivesse sido picado por um inseto, conseguindo tirar a mão de Raimundo do seu ombro. Passam-se uns três minutos, a estrada já estava mais lisa, e ele olhando para Raimundo, pergunta:
-Compadre, me diga uma coisa: prefeito não tem cu não é?
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
GARIBALDI FOI CONFIRMADO MINISTRO DA PREVIDÊNCIA
O senador pelo Rio Grande do Norte Garibaldi Alves Filho vai ser Ministro da Previdência Social. O convite da presidente eleita Dilma foi aceito pelo senador potiguar hoje â tarde na Granja do Torto. No seu microblog Garibaldi diz: "Estive há pouco na Granja do Torto. Onde tive um encontro com a presidente eleita Dilma e o futuro ministro, Antonio Palocci. E nesse encontro, a presidente oficializou o convite que eu assuma o Ministério da Previdència, desafio que eu aceitei com muita honra".
Postado por Fernando Caldas
HISTÓRIAS ORIGINAIS
Maria Betânia Monteiro - repórter
Não é uma biografia, adverte o escritor, jornalista e advogado Pedro Simões. Em seu livro “A Intriga do Bem”, o perfil de 21 personalidades potiguares é traçado de forma inédita. Utilizando a linguagem literária, Pedro fez dos perfilados personagens de suas próprias histórias. “Não é um livro extraordinário, porque eu não sou extraordinário, sou feijão com arroz, mas é no mínimo inédito”, disse o autor. A Intriga do Bem será lançado hoje, às 18h30, no Sesc da Cidade Alta. No momento do lançamento, a artista plástica potiguar, radicada em São Paulo, Alice Brandão, fará duas exposições. Uma dos retratos dos perfilados, pintados à óleo, e outra, uma releitura muito peculiar das obras do pintor Pablo Picasso.
Sobre o título do livro, o autor justifica: “Luís da Câmara Cascudo, disse certa vez que são muitos os que se ocupam em falar mal e poucos os que cuidam da intriga do bem”. Pois bem. Estes perfis servem a este tipo de intriga. No livro, Pedro trata de alguns amigos que teve a fortuna de “(re)colher” ao longo do tempo e também de admirá-los, pela preciosa e rara essência espiritual.
Alguns desses dispensam apresentação como a escritora Ana Maria Cascudo, o artista Dorian Gray Caldas, o jornalista Paulo Macedo. Outros precisam de prefácio, como Zé Félix, amigo da família. Sobre ele, Pedro escreveu: “Era de baixa estatura, talvez metro e meio. E andava com as pernas muito abertas, (era um tanto tortas, como os caubóis dos filmes de faroeste) e os pés na posição de quinze para as três”. O trecho retirado do livro é uma mostra da boa utilização dos recursos literários e da sensibilidade em descrever o perfilado.
Algo que só foi possível, graças à proximidade do autor com cada um de seus personagens. Aliás, foi da intensa amizade entre Pedro e o professor de direito Jales Costa que nasceu o livro. Depois da morte do professor, Pedro elaborou o seu perfil, lamentando a sua ausência e contando alguns causos. “Mostrei aos amigos e eles gostaram tanto, que me pediram para fazer outros perfis”, Explicou Pedro.
O critério para escolher 21 nomes já foi dito. Deveriam ser personalidades potiguares e fazerem parte de seu ciclo de amizade. No final das contas o livro é uma ode à amizade e à vida destes personagens públicos. Algo que fica bem claro quando se refere a Harmando Holanda: “dizem que os produtores de bons clichês que o verdadeiro amigo é como se fora um irmão com a vantagem de ter sido escolhido por nós, para o oposto. Pois é assim mesmo”.
Neste mesmo capítulo em que o autor se dedica ao irmão (de coração) Harmando Holanda, ele também dá uma pista sobre como trata as personagens biografadas. “Penso como seria Harmando sem os seus defeitos... algo insosso, insalure, fosco”. Ou seja, a imagem que pinta de cada um deles é tridimensional. Tem superfície, lateralidade, mas graceja da profundidade.
A contradição de seus personagens é retocada com o pincel da amizade. O exemplo disso pode ser visto no texto do jornalista Franklin Jorge. “Franklin aluga um castelo para colocar seus desafetos e um quarto para os amigos”, disse Pedro. Os defeitos de cada personagem estão contextualizados na razão de ser de cada um. A intenção foi compreendê-los, abrindo mão do julgamento. “Eles não se tornam bons por serem meus amigos, são meus amigos por serem bons e originais nas suas individualidades”, pontuou o autor. As figuras retratadas em “A Intriga do Bem” são seres humanos. Neles não reside o mítico, nem o lendário. São construções imperfeitas. São multifacetados, com certos ângulos simétricos, de incompreensível assimilação, de tal modo que só uma câmera que alcance grandes angulares e sensibilidade na perfeita captação da imagem sutil pode revelá-los num contexto de claridade e nitidez.
Ilustrando cada um dos biografados, a artista Alice Brandão, fez um trabalho minucioso. Conhecida nacionalmente por saber fazer a realidade virar imagens pinceladas, Alice recebeu as fotos, algumas deterioradas e em preto e branco, e deu bastante vida a cada uma delas. As telas foram impressas no livro, em preto e branco e em tamanho muito pequeno, mas estarão bem vivas na exposição, que acontecerá excepcionalmente durante o lançamento do livro.
Serviço
Lançamento do livro “A Intriga do Bem”, de Pedro Simões, hoje às 18h30, no Sesc Cidade Alta. Com telas de Alice Brandão.
Fonte: Tribuna do Norte
Não é uma biografia, adverte o escritor, jornalista e advogado Pedro Simões. Em seu livro “A Intriga do Bem”, o perfil de 21 personalidades potiguares é traçado de forma inédita. Utilizando a linguagem literária, Pedro fez dos perfilados personagens de suas próprias histórias. “Não é um livro extraordinário, porque eu não sou extraordinário, sou feijão com arroz, mas é no mínimo inédito”, disse o autor. A Intriga do Bem será lançado hoje, às 18h30, no Sesc da Cidade Alta. No momento do lançamento, a artista plástica potiguar, radicada em São Paulo, Alice Brandão, fará duas exposições. Uma dos retratos dos perfilados, pintados à óleo, e outra, uma releitura muito peculiar das obras do pintor Pablo Picasso.
Sobre o título do livro, o autor justifica: “Luís da Câmara Cascudo, disse certa vez que são muitos os que se ocupam em falar mal e poucos os que cuidam da intriga do bem”. Pois bem. Estes perfis servem a este tipo de intriga. No livro, Pedro trata de alguns amigos que teve a fortuna de “(re)colher” ao longo do tempo e também de admirá-los, pela preciosa e rara essência espiritual.
Alguns desses dispensam apresentação como a escritora Ana Maria Cascudo, o artista Dorian Gray Caldas, o jornalista Paulo Macedo. Outros precisam de prefácio, como Zé Félix, amigo da família. Sobre ele, Pedro escreveu: “Era de baixa estatura, talvez metro e meio. E andava com as pernas muito abertas, (era um tanto tortas, como os caubóis dos filmes de faroeste) e os pés na posição de quinze para as três”. O trecho retirado do livro é uma mostra da boa utilização dos recursos literários e da sensibilidade em descrever o perfilado.
Algo que só foi possível, graças à proximidade do autor com cada um de seus personagens. Aliás, foi da intensa amizade entre Pedro e o professor de direito Jales Costa que nasceu o livro. Depois da morte do professor, Pedro elaborou o seu perfil, lamentando a sua ausência e contando alguns causos. “Mostrei aos amigos e eles gostaram tanto, que me pediram para fazer outros perfis”, Explicou Pedro.
O critério para escolher 21 nomes já foi dito. Deveriam ser personalidades potiguares e fazerem parte de seu ciclo de amizade. No final das contas o livro é uma ode à amizade e à vida destes personagens públicos. Algo que fica bem claro quando se refere a Harmando Holanda: “dizem que os produtores de bons clichês que o verdadeiro amigo é como se fora um irmão com a vantagem de ter sido escolhido por nós, para o oposto. Pois é assim mesmo”.
Neste mesmo capítulo em que o autor se dedica ao irmão (de coração) Harmando Holanda, ele também dá uma pista sobre como trata as personagens biografadas. “Penso como seria Harmando sem os seus defeitos... algo insosso, insalure, fosco”. Ou seja, a imagem que pinta de cada um deles é tridimensional. Tem superfície, lateralidade, mas graceja da profundidade.
A contradição de seus personagens é retocada com o pincel da amizade. O exemplo disso pode ser visto no texto do jornalista Franklin Jorge. “Franklin aluga um castelo para colocar seus desafetos e um quarto para os amigos”, disse Pedro. Os defeitos de cada personagem estão contextualizados na razão de ser de cada um. A intenção foi compreendê-los, abrindo mão do julgamento. “Eles não se tornam bons por serem meus amigos, são meus amigos por serem bons e originais nas suas individualidades”, pontuou o autor. As figuras retratadas em “A Intriga do Bem” são seres humanos. Neles não reside o mítico, nem o lendário. São construções imperfeitas. São multifacetados, com certos ângulos simétricos, de incompreensível assimilação, de tal modo que só uma câmera que alcance grandes angulares e sensibilidade na perfeita captação da imagem sutil pode revelá-los num contexto de claridade e nitidez.
Ilustrando cada um dos biografados, a artista Alice Brandão, fez um trabalho minucioso. Conhecida nacionalmente por saber fazer a realidade virar imagens pinceladas, Alice recebeu as fotos, algumas deterioradas e em preto e branco, e deu bastante vida a cada uma delas. As telas foram impressas no livro, em preto e branco e em tamanho muito pequeno, mas estarão bem vivas na exposição, que acontecerá excepcionalmente durante o lançamento do livro.
Serviço
Lançamento do livro “A Intriga do Bem”, de Pedro Simões, hoje às 18h30, no Sesc Cidade Alta. Com telas de Alice Brandão.
Fonte: Tribuna do Norte
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
LIVRO EM HOMENAGEM A NATAL É PRODUZIDO PELA EDITORA DA UFRN
Foto: Vladimir Alexandre
Lançamento será no dia 12 de dezembro, às 17h, na Livraria Siciliano do shopping Midway Mall.
Por César Augusto, com dados da Agecom.A
Dorian Gray Caldas, membro da Academia Norte-riograndense de Letras.Carta aberta para a muito amada cidade de Natal. Esse é o tema do livro em homenagem a Natal, produzido pela Editora Universitária da UFRN e pelo artista Dorian Gray na comemoração dos 411 anos da cidade.
O lançamento será no dia 12 de dezembro, às 17h, na Livraria Siciliano do shopping Midway Mall. Na ocasião, o livro estará sendo vendido pelo valor de R$ 20 reais. A publicação contém reproduções de obras do artista e um poema de sua autoria, em um design diferenciado com folhas duplas.
O livro foi lançado inicialmente no Festival Literário da Pipa (Flipipa), em novembro passado, como parte de um projeto junto à ONG Educapipa. Os 100 exemplares produzidos para a ocasião possuíam capa única, produzidas por crianças moradoras de Pipa. A nova edição traz uma pintura de Dorian Gray impressa na capa.
O autor, Dorian Gray Caldas, nasceu em Natal no ano de 1930. Ele também é desenhista, escultor, gravador, ceramista, tapeceiro e escritor. Atualmente, é membro da Academia Norte-riograndense de Letras.
Do Portal Nominuto
Lançamento será no dia 12 de dezembro, às 17h, na Livraria Siciliano do shopping Midway Mall.
Por César Augusto, com dados da Agecom.A
Dorian Gray Caldas, membro da Academia Norte-riograndense de Letras.Carta aberta para a muito amada cidade de Natal. Esse é o tema do livro em homenagem a Natal, produzido pela Editora Universitária da UFRN e pelo artista Dorian Gray na comemoração dos 411 anos da cidade.
O lançamento será no dia 12 de dezembro, às 17h, na Livraria Siciliano do shopping Midway Mall. Na ocasião, o livro estará sendo vendido pelo valor de R$ 20 reais. A publicação contém reproduções de obras do artista e um poema de sua autoria, em um design diferenciado com folhas duplas.
O livro foi lançado inicialmente no Festival Literário da Pipa (Flipipa), em novembro passado, como parte de um projeto junto à ONG Educapipa. Os 100 exemplares produzidos para a ocasião possuíam capa única, produzidas por crianças moradoras de Pipa. A nova edição traz uma pintura de Dorian Gray impressa na capa.
O autor, Dorian Gray Caldas, nasceu em Natal no ano de 1930. Ele também é desenhista, escultor, gravador, ceramista, tapeceiro e escritor. Atualmente, é membro da Academia Norte-riograndense de Letras.
Do Portal Nominuto
domingo, 5 de dezembro de 2010
ESCRITOR POTIGUAR: O PRESENTE DE NATAL
Públio José – jornalista
publiojose@gmail.com
Saber das dificuldades de se praticar cultura por aqui – não é novidade; saber que governos preferem extrair da cultura seu lado festeiro – é púbico e notório; saber da penúria orçamentária vivida pelos órgãos estatais, que têm na cultura sua razão de existir – é coisa do arco da velha; saber do pouco lastro cultural que possuem nossos políticos – é notícia antiga; saber que, agindo para com a cultura com desprezo cavalar, os políticos são, por consequência, responsáveis pelo surgimento de levas sucessivas de gerações incultas, de pouquíssimo contato com elementos culturais, e hábitos de leitura semelhantes aos de nações de quinto mundo – tal fato até os postes reconhecem. Nomear as agruras que têm vitimado por aqui a cultura em geral, e a literatura em particular, tem sido inócuo, repetitivo e antiprodutivo. Pois todo mundo sabe, de cor e salteado, o enumerado no texto deste parágrafo – e muito mais.
Entretanto, chegando por aqui um marciano, e tomando conhecimento dos relatórios dos dirigentes públicos, vai ter inveja. E se encantará com o desempenho dos tais para com a cultura. Gastos estonteantes. Eventos numerosos... A glória! Por quê? Ora, por que! Eles descobriram que cultura rende voto. Como? Promovendo e patrocinando eventos de caviloso e distorcido conteúdo cultural. Geralmente, festas em datas comemorativas, realizadas em praça pública, com dinheiro estatal, e notórias pela vantagem de reunir grande número de pessoas. Para tanto, basta contratar uma banda de forró – de preferência a mais brega, de visual mais chamativo e de letras que há muito ultrapassaram o terreno do duplo sentido. Essas atraem. São grupos musicais que agradam pelo descarado apelo aos maus hábitos, à quebra de valores, à incitação ao alcoolismo, à vagabundagem e à sensualidade irresponsável.
Com eles a festa vai bombar! Sucesso garantido! E, para todos os efeitos, de “profundo cunho cultural”. Tudo pago pelos Ministérios da Cultura, do Turismo, como se fossem de natureza folclórica, turística, cultural. Para o governante só vantagem: faz política sem botar um tostão do bolso; se exibe para um grande público presente; posa para uma comunidade inculta como um grande promotor da alegria e do entretenimento aos mais humildes; além de registrar, nas prestações de contas aos órgãos de praxe, tais eventos como “voltados ao desenvolvimento cultural da comunidade”. Essa é uma postura tão enraizada, principalmente no interior, que seus dirigentes não conseguem mais enxergar o que é cultura – e o que não é. Certa vez, sugeri a um prefeito criar em seu município um coral. Ele ficou olhando pra mim “abestado” (como diria Tiririca), “como se fosse um boi olhando prum prédio”.
O quê fazer diante de tal quadro? Propor o quê? Seria extraordinário se fosse possível arrancar do coração estatal essa postura torta, enviesada. Porém, como – se bem aceita pelo povo? Pensando em contribuir de alguma forma, propusemos uma campanha, aproveitando o período natalino, que induza as pessoas a presentear com livros, já que presentear é da tradição natalina. Contatos feitos com entidades públicas, privadas, imprensa – e a receptividade tem sido muito boa. A campanha, em sua essência, pretende valorizar o livro para efeito de presente. Lembrando: livro de escritor potiguar. É pouco? É muito? Pela repercussão que a campanha vem obtendo, comprova-se que avançamos. Instituições e pessoas comuns já externam a ela seu comprometimento. Comentários se generalizam. Algo novo surge. E tudo tão simples. É só ir à livraria e adquirir um livro. De escritor local! Dará certo? Giremos a roda.
Postado por Fernando Caldas
publiojose@gmail.com
Saber das dificuldades de se praticar cultura por aqui – não é novidade; saber que governos preferem extrair da cultura seu lado festeiro – é púbico e notório; saber da penúria orçamentária vivida pelos órgãos estatais, que têm na cultura sua razão de existir – é coisa do arco da velha; saber do pouco lastro cultural que possuem nossos políticos – é notícia antiga; saber que, agindo para com a cultura com desprezo cavalar, os políticos são, por consequência, responsáveis pelo surgimento de levas sucessivas de gerações incultas, de pouquíssimo contato com elementos culturais, e hábitos de leitura semelhantes aos de nações de quinto mundo – tal fato até os postes reconhecem. Nomear as agruras que têm vitimado por aqui a cultura em geral, e a literatura em particular, tem sido inócuo, repetitivo e antiprodutivo. Pois todo mundo sabe, de cor e salteado, o enumerado no texto deste parágrafo – e muito mais.
Entretanto, chegando por aqui um marciano, e tomando conhecimento dos relatórios dos dirigentes públicos, vai ter inveja. E se encantará com o desempenho dos tais para com a cultura. Gastos estonteantes. Eventos numerosos... A glória! Por quê? Ora, por que! Eles descobriram que cultura rende voto. Como? Promovendo e patrocinando eventos de caviloso e distorcido conteúdo cultural. Geralmente, festas em datas comemorativas, realizadas em praça pública, com dinheiro estatal, e notórias pela vantagem de reunir grande número de pessoas. Para tanto, basta contratar uma banda de forró – de preferência a mais brega, de visual mais chamativo e de letras que há muito ultrapassaram o terreno do duplo sentido. Essas atraem. São grupos musicais que agradam pelo descarado apelo aos maus hábitos, à quebra de valores, à incitação ao alcoolismo, à vagabundagem e à sensualidade irresponsável.
Com eles a festa vai bombar! Sucesso garantido! E, para todos os efeitos, de “profundo cunho cultural”. Tudo pago pelos Ministérios da Cultura, do Turismo, como se fossem de natureza folclórica, turística, cultural. Para o governante só vantagem: faz política sem botar um tostão do bolso; se exibe para um grande público presente; posa para uma comunidade inculta como um grande promotor da alegria e do entretenimento aos mais humildes; além de registrar, nas prestações de contas aos órgãos de praxe, tais eventos como “voltados ao desenvolvimento cultural da comunidade”. Essa é uma postura tão enraizada, principalmente no interior, que seus dirigentes não conseguem mais enxergar o que é cultura – e o que não é. Certa vez, sugeri a um prefeito criar em seu município um coral. Ele ficou olhando pra mim “abestado” (como diria Tiririca), “como se fosse um boi olhando prum prédio”.
O quê fazer diante de tal quadro? Propor o quê? Seria extraordinário se fosse possível arrancar do coração estatal essa postura torta, enviesada. Porém, como – se bem aceita pelo povo? Pensando em contribuir de alguma forma, propusemos uma campanha, aproveitando o período natalino, que induza as pessoas a presentear com livros, já que presentear é da tradição natalina. Contatos feitos com entidades públicas, privadas, imprensa – e a receptividade tem sido muito boa. A campanha, em sua essência, pretende valorizar o livro para efeito de presente. Lembrando: livro de escritor potiguar. É pouco? É muito? Pela repercussão que a campanha vem obtendo, comprova-se que avançamos. Instituições e pessoas comuns já externam a ela seu comprometimento. Comentários se generalizam. Algo novo surge. E tudo tão simples. É só ir à livraria e adquirir um livro. De escritor local! Dará certo? Giremos a roda.
Postado por Fernando Caldas
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
UMA GLOSA DE LAÉLIO FERREIRA
M O T E :
Cangagay no Rio Grande
vai ser sucesso em Natal
G L O S A :
Cu de boi grosso se expande,
nos blogues, becos, jornais...
Faniquitos, uis e ais
- Cangagay no Rio Grande!
Debates, mesas, estande:
muito fresco um festival!
De muita coceira anal
essa estética do cangaço
de Lampião tem um traço
- vai ser sucesso em Natal!
Laélio Ferreira
Cangagay no Rio Grande
vai ser sucesso em Natal
G L O S A :
Cu de boi grosso se expande,
nos blogues, becos, jornais...
Faniquitos, uis e ais
- Cangagay no Rio Grande!
Debates, mesas, estande:
muito fresco um festival!
De muita coceira anal
essa estética do cangaço
de Lampião tem um traço
- vai ser sucesso em Natal!
Laélio Ferreira
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
terça-feira, 30 de novembro de 2010
FRASE
"De políticos quero distância de léguas".
(A referenciada frase dizia o cidadão (poeta potiguar do Açu) João Lins Caldas (1888-1967) ainda em 1930. Será que ele tinha razão?)
Postado por Fernando Caldas
(A referenciada frase dizia o cidadão (poeta potiguar do Açu) João Lins Caldas (1888-1967) ainda em 1930. Será que ele tinha razão?)
Postado por Fernando Caldas
POESIA
TALVES
Por Socorro Guilherme, poetisa açuense
Talves eu não tenha a sabedoria de uma coruja,
ou os olhos de uma águia para ver de muito longe.
Talves eu não tenha o canto lindo de um sabiá.
Talvés eu não tenha a leveza do bater de asas de um beija-flor...
mas consigo plantar flores para que eles venham até elas.
Talves eu não tenha a doçura do mel que as abelhas produzem...
mas posso ter a delicadeza de tratar bem as pessoas mesmo nas horas dificies.
Talves eu não consiga levantar as asas e seguir sem você em frente em longos vôos.
Talves eu não consiga ser como o pardal que se ele for aprisionado em uma gaiola ele morre...
mas posso tentar ser justa e digna para me manter sempre livre.
Talves por não ter sabedoria de corija, ou olhos de águia,
é que minhas asas as vezes ficam feridas e sangram...
mas mesmo assim, graças a natureza que é bela e sabia, eu e você conseguimos nos recuperar.
(Do Blog de Juscelino França)
Postado por Fernando Caldas
Por Socorro Guilherme, poetisa açuense
Talves eu não tenha a sabedoria de uma coruja,
ou os olhos de uma águia para ver de muito longe.
Talves eu não tenha o canto lindo de um sabiá.
Talvés eu não tenha a leveza do bater de asas de um beija-flor...
mas consigo plantar flores para que eles venham até elas.
Talves eu não tenha a doçura do mel que as abelhas produzem...
mas posso ter a delicadeza de tratar bem as pessoas mesmo nas horas dificies.
Talves eu não consiga levantar as asas e seguir sem você em frente em longos vôos.
Talves eu não consiga ser como o pardal que se ele for aprisionado em uma gaiola ele morre...
mas posso tentar ser justa e digna para me manter sempre livre.
Talves por não ter sabedoria de corija, ou olhos de águia,
é que minhas asas as vezes ficam feridas e sangram...
mas mesmo assim, graças a natureza que é bela e sabia, eu e você conseguimos nos recuperar.
(Do Blog de Juscelino França)
Postado por Fernando Caldas
FESTA RELIGIOSA DO RN PODE TORNAR-SE PATRIMÔNIO CULTURAL DO BRASIL
O governador Iberê Ferreira de Souza encaminhou nesta segunda-feira um pedido ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional para que a tradicional Festa de Sant'Ana de Caicó seja reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil. O pedido encaminhado pelo governo do estado será analisado pelo Conselho do Iphan em uma reunião prevista para a primeira quinzena do mês de dezembro.
No Seridó, Sant'Ana é reverenciada desde 26 de julho de 1748, data em que a Igreja e o povo da região começaram a celebrar os louvores de sua padroeira, apresentando-lhe suas preces.
(Do Diário de Natal)
No Seridó, Sant'Ana é reverenciada desde 26 de julho de 1748, data em que a Igreja e o povo da região começaram a celebrar os louvores de sua padroeira, apresentando-lhe suas preces.
(Do Diário de Natal)
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
UMA GLOSA DE XAVIER
Levando um litro de mel
Dessa abelha italiana,Com muita santa bacana
Tomei cachaça no céu.
Aprontei, fiz escarcel,
Dancei com defuntos nus,
Quebrando a famosa cruz,
Os anjos bateram palmas.
Sonhei mais cantando as almas
Lá no hotel de Jesus.
Luiz Xavier
Postado por Fernando Caldas
UM MONUMENTO RÚSTICO NA TERRA DOS CARNAUBAIS
Os casarões são sinônimo de passado, tradição, herança e um verdadeiro legado cultural dos povoados nas terras dos Carnaubais. Mesmo com aspectos rústicos, tais edificações revelam parte de nossa história e os modos de vida rural de nosso varzeano com raízes locais em épocas marcadas pela pujança econômica de intensa produção agropecuária.
( ..)
Do Blog de Tony Martins, Carnaubais-RN
( ..)
Do Blog de Tony Martins, Carnaubais-RN
ASSU- ASSINADO CONTRATO COM EMPRESA QUE IRÁ ADMINISTRAR A ZPE DO SERTÃO
Com a presença da governadora eleita do Rio Grande do Norte, a senadora Rosalba Ciarlini (DEM), o contrato para administração da ZPE do Sertão foi assinado na manhã deste sábado, 27, pelo prefeito Ivan Júnior e os sócios da empresa ZPE do Sertão Administradora LTDA.
“Estamos vivendo um momento histórico para região. Nós estudamos muito e decidimos por Assu. Nosso trabalho é procurar dotar toda infraestrutura. Já estamos em contato com as universidades, empresários e com a classe política que nunca mediram esforços para consolidação da ZPE do Sertão”, disse Brian E Tipler, um dos sócios da empresa administradora da ZPE.
Ainda de acordo com Brian Tipler, responsável por implantar, gerir e atrair investidores para a ZPE do Sertão, se todo trâmite ocorrer dentro da normalidade, Assu colocará em funcionamento sua ZPE do Sertão, ainda no próximo ano.
Projeto
A senadora Rosalba Ciarlini, autora do Projeto de Lei que criou a ZPE do Sertão no Senado Federal, participou da assinatura do contrato, inclusive assinando como uma das testemunhas. Para Rosalba, a ZPE do Sertão é a certeza de um futuro prospero para o desenvolvimento regional do RN. “Hoje é a certeza de um passo para o futuro. Eu sempre fiz questão de acompanhar todo processo, como a desapropriação da área de mil hectares onde funcionará a ZPE, a sanção presidencial e agora a assinatura da empresa administradora. Vamos levar desenvolvimento e geração de emprego para o interior e assim diminuir as desigualdades”, disse Rosalba.
O prefeito de Assu, Ivan Júnior (PP), vem trabalhando arduamente para consolidar a ZPE do Sertão. “Somos determinados e vamos conseguir viabilizar esse projeto. Conseguimos sensibilizar toda bancada federal. A primeira a acreditar foi a senadora Rosalba Ciarlini. Ela me ajudou, sensibilizando os parlamentares. Agora o senador José Agripino colocou uma emenda de R$ 60 milhões que vamos conseguir liberar, porque para a região será sinônimo de redenção econômica”, afirmou Ivan.
O senador Garibaldi Filho (PMDB), o deputado federal Fábio Faria (PMN) e o deputado estadual eleito George Soares (PR), também estiveram presentes a solenidade de assinatura do contrato com a empresa que administrará a ZPE do Sertão.
Prazos
O presidente da empresa administradora da ZPE, Victor Samuel Cavalcante da Ponte, possui três meses para apresentar o projeto alfandegário. Depois de aprovado, o próximo passo será buscar as licenças relacionadas ao meio ambiente, depois de aprovadas, vem à captação de investidores. “Vamos trabalhar para que daqui a um ano a primeira estrutura da ZPE esteja pronta”, disse Victor Samuel.
Com informações da assessoria de imprensa da senadora Rosalba Ciarlini
AGÊNCIA ECO DE NOTÍCIAS
Leonardo Sodré João Maria Medeiros
Editor Geral Diretor de Redação
9986-2453 9144-6632
Nosso blog
http://www.ecoimprensanatal.blogspot.com/
Nosso e-mail
ecoimprensamarketing@gmail.com
Postado po Fernando Caldas
“Estamos vivendo um momento histórico para região. Nós estudamos muito e decidimos por Assu. Nosso trabalho é procurar dotar toda infraestrutura. Já estamos em contato com as universidades, empresários e com a classe política que nunca mediram esforços para consolidação da ZPE do Sertão”, disse Brian E Tipler, um dos sócios da empresa administradora da ZPE.
Ainda de acordo com Brian Tipler, responsável por implantar, gerir e atrair investidores para a ZPE do Sertão, se todo trâmite ocorrer dentro da normalidade, Assu colocará em funcionamento sua ZPE do Sertão, ainda no próximo ano.
Projeto
A senadora Rosalba Ciarlini, autora do Projeto de Lei que criou a ZPE do Sertão no Senado Federal, participou da assinatura do contrato, inclusive assinando como uma das testemunhas. Para Rosalba, a ZPE do Sertão é a certeza de um futuro prospero para o desenvolvimento regional do RN. “Hoje é a certeza de um passo para o futuro. Eu sempre fiz questão de acompanhar todo processo, como a desapropriação da área de mil hectares onde funcionará a ZPE, a sanção presidencial e agora a assinatura da empresa administradora. Vamos levar desenvolvimento e geração de emprego para o interior e assim diminuir as desigualdades”, disse Rosalba.
O prefeito de Assu, Ivan Júnior (PP), vem trabalhando arduamente para consolidar a ZPE do Sertão. “Somos determinados e vamos conseguir viabilizar esse projeto. Conseguimos sensibilizar toda bancada federal. A primeira a acreditar foi a senadora Rosalba Ciarlini. Ela me ajudou, sensibilizando os parlamentares. Agora o senador José Agripino colocou uma emenda de R$ 60 milhões que vamos conseguir liberar, porque para a região será sinônimo de redenção econômica”, afirmou Ivan.
O senador Garibaldi Filho (PMDB), o deputado federal Fábio Faria (PMN) e o deputado estadual eleito George Soares (PR), também estiveram presentes a solenidade de assinatura do contrato com a empresa que administrará a ZPE do Sertão.
Prazos
O presidente da empresa administradora da ZPE, Victor Samuel Cavalcante da Ponte, possui três meses para apresentar o projeto alfandegário. Depois de aprovado, o próximo passo será buscar as licenças relacionadas ao meio ambiente, depois de aprovadas, vem à captação de investidores. “Vamos trabalhar para que daqui a um ano a primeira estrutura da ZPE esteja pronta”, disse Victor Samuel.
Com informações da assessoria de imprensa da senadora Rosalba Ciarlini
AGÊNCIA ECO DE NOTÍCIAS
Leonardo Sodré João Maria Medeiros
Editor Geral Diretor de Redação
9986-2453 9144-6632
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Postado po Fernando Caldas
A RESIDÊNCIA NA TERRA DE MARIA EUGÊNIA MONTENEGRO
Fotografia: Ilustração do blog.
Por Márcio de Lima Dantas, professor de Literatura Portuguesa do Departamento de Letras da UFRN
Por Márcio de Lima Dantas, professor de Literatura Portuguesa do Departamento de Letras da UFRN
Vai ficar na eternidade,
Com seus livros, com seus quadros,
Intacto, suspenso no ar!
Manuel Bandeira
Diante da fachada, de um azul intenso, a memoração com sua vertigem soberana, solenemente aciona aquela sensação de quando nos defrontamos com um objeto estético ou agente impregnado com a pátina da História. A larga calçada clama a deferência, lançando-nos nos recônditos de um imaginário que diz para retirarmos as sandálias. É uma antiga casa. Sua simetria rigorosamente bilateral é composta de três grandes janelas, ladeadas por duas portas, todas rasgadas em arcos abaulados, sendo que um terço do comprimento é ocupado por uma semi-rosácea de vidro transparente, dividida em cinco segmentos. Lembra um pouco, pelos frisos, pelos contornos em alto-relevo, brancos, e pela predominância dos ângulos retos, as construções neoclássicas. Encimando o conjunto descrito, há uma estreita platibanda de despojado lavor, preenchida por azulejos com motivos geométricos. Todas as portas e janelas são divididas em duas abertas partes, denotando uma ausência de temeridade, convidando a brisa tépida, vinda dos carnaubais, a refrescar os dias ensolarados e quentes do Vale do Assu.
Situada entre a praça Getúlio Vargas e o antigo Beco do Padre, a casa fica no rez-de-chaussez., ou seja, existe apenas o pavimento térreo. Voltada para o sol nascente, limita-se a um comprido retângulo um pouco acima do nível da rua. Um batente dá acesso ao assoalho da sala. Não há sótão, tampouco porão, indiciando o pouco caso com o inconsciente ou uma busca de elevação espiritual. Há apenas o plano terrestre, no qual os cômodos representam as partes do corpo com suas demandas simbólicas. Residência ideal para os que se sentem intrinsecamente ligados à vida e ao que ela proporciona de beleza estética e prazer físico.
É aqui onde reside a escritora norte-rio-grandense Maria Eugênia Maceira Montenegro, nascida em 1915, e que no passado e cabalístico sete de outubro, fez oitenta e oito anos de existência. Advinda das Minas Gerais, casada com um Engenheiro Agrônomo que estudou em Lavras, veio morar numa fazenda do antigo arraial de N. Sra. dos Prazeres do Assu. A casa ostenta uma simplicidade que muito se assemelha às antigas residências senhoriais, quedada defronte à Igreja Matriz, um pouco mais à esquerda de quem fica de costas para a casa. Distância suficiente para ouvir o hinário e as rezas da igreja em louvor a São João Batista.
A porta principal não é trancada à chave, como se aguardasse permanentemente uma visita, que trouxesse alvíssaras ou simplesmente o agradável de uma presença, campeando sobre a solidão, espantando-a para as ermas estradas deixadas no passado. Ao ser anunciado por uma moça muito gentil, a velha senhora se faz demorar um pouco, suficiente para o advento no corpo de uma dignidade herdada das antigas famílias mineiras. Adentra na sala, qual rainha destronada e no exílio, derramando sorrisos e palavras de boas vindas. O corpo alquebrado pela velhice torna-se em festa. Parece vir de longe, arrastando consigo, num hieratismo franco e discreto, o cortejo de emblemas da sua estirpe. Os poucos momentos de uma agradável visita alicerçarão um ou dois dias de prazerosa lembrança, esgarçando-se com o passar dos dias. Os idosos, aqueles não amargos, sustentam-se nos exíguos fios das reminiscências geradas por algum fortuito evento sucedido num dia, como se fossem esmolas, - farelos de vida -, doados parcimoniosamente pela Fortuna.
Tudo resguarda uma história. A pátina de Cronos, qual esmalte transparente, recobre todos os pertences da antiga casa. Parece não haver arcanos de espécie alguma. Qualquer presença pode ser dita e explicada de onde veio. A transparência é tamanha que a luz esplende seus reflexos no assoalho recoberto por mosaicos, cuidadosamente limpo, denotando lugar no qual não transita muita gente, onde a solitude repousa, com a mesma paciência da dona.
A casa com seus objetos dispostos nos cômodos, submetida à cal viva do tempo, reveste-se de um caráter antípoda. Ao mesmo tempo que se funda numa necessidade da existência, pois é ela a outorgadora de uma identidade, subjetiva ou social; em contrapartida, está sempre na iminência de se extinguir, de sucumbir quando do desaparecimento do seu proprietário. Os herdeiros, mercenários, deterão apenas o que tiver valor financeiro. Quando do passar de poucos dias, os relógios farão escorrer seus ponteiros em direção às insossas efemérides e novidades da vida ordinária.
O cortejo de signos: telas, bibelôs, panos de renda, alfarrábios, indumentárias, móveis antigos, ensaia as pompas das exéquias, esboçando a dolente canção elegíaca do esquecimento atroz que cobrirá a Velha Dama, - malgrado as horas dedicadas à escritura de livros com forte conteúdo humanista, - sim, só os objetos serão gratos àquela que os animou e imprimiu sua consideração ao seu estado, indiferente, de mineral. Os tempos vindouros não prometem mais transcendência por meio da arte. A terra se encontra em transe. Não temos garantia de nada. Os objetos prantearão a menina feia, vinda de muito longe, de um lugar chamado Minas Gerais, lavrado entre montanhas recobertas de exuberante verde-lodo, chegada esposa e indo viver numa fazenda povoada de plantas e animais, de acidentes geográficos e paisagísticos, dos quais não sabia o nome nem a função, e cujo território passava metade do ano acinzentado. Nessa ambiência, as tramelas da memória foram arrebentadas pelas amoladas foices da solidão. Imagens mentais tiveram que ser confeccionadas em feixes de frases, engendrando livros nos quais os revérberos autobiográficos tonificaram obras que hoje irrigam o sistema literário do Rio Grande do Norte. Tudo me chama: a porta, a escada, os muros,/as lajes sobre mortos ainda vivos...(Cecília Meireles).
Agora a lonjura dos dias é preenchida por lembranças. Uma fadiga crônica se instalou – “estou morta de viver” – nos ossos. Nunca mais a deixará. O dízimo da velhice é alto. Labaredas consomem as derradeiras energias. Apóia-se nas paredes. Desculpa-se. Quedada sobre as cadeiras, agarra-se às autênticas amizades – ao telefone: “diga, meu querido” -. No limiar dos oitenta e nove anos de idade ainda está aberta ao cultivo de uma nova amizade. (Que alma!). Houve quem dissesse que muito ela havia se arrependido de não ter sido mais desprendida, de não ter aberto sua biblioteca a mais pessoas, de não ter amado mais. O balanço de uma vida é sempre um processo solitário e ímpar, pródigo de sentimentos dúbios ou culpas de desbotado matiz.
Da memória desprendem-se nomes, intactos, cada um com sua devida importância, com seu lugar numa história de vida: Nelson, Nieta, João Lins Caldas, Mário, Solon, Rita, Renato Caldas. Lembrar também cansa. Exercício que arrasta o inútil de abstrações que não levam a lugar nenhum. Vive-se de Vida. Nunca ouvi dizer o contrário. Recordações são cinza fria nos lábios, representações de somenos. Nonadas.
Na vasilha de ungüento restou um pouco de sal. Na despensa apenas um tanto de óleo sagrado, suficiente para untar o corpo baço, pleno de ranhuras, pontilhado de sardas e de outras manchas outorgadas pelo caminhar em agrestes rodagens. A sobrevivente antecipou o luto.
Resta o aguardo. Mulheres de pescadores, azuis, como na tela de Picasso, na praia, ansiando o nome dos desaparecidos. Os quadros, desbotados, quietos, na parede.
Alguém sabe de alguma profecia, que falasse, assim, de uma imperatriz exilada, vinda de um país distante onde as montanhas, no raiar do dia, espreguiçam-se entre a névoa e um exuberante verde? Alguém, ao dizê-la, estancaria a nascente viril de um desespero sem lágrimas: o meu. Alguém? Alguém....
Postado por Fernando Caldas
domingo, 28 de novembro de 2010
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