O
menino que deixou Caminha, Viana do Castelo, Portugal com 12 anos e
veio a ser o patriarca de todos os Brasileiros de sobrenome Cachina com
origem no estado de Rio Grande do Norte, Brasil.
Faz hoje, 30 de Dezembro de 2015, 119 anos que foi emitido a João Gonçalves Cachina, então com 12 anos de idade o passaporte para se poder ausentar de Portugal com destino ao Rio de Janeiro.
João Gonçalves Cachina, veio a ser o patriarca de uma numerosa família de sobrenome Cachina no que é hoje o município Brasileiro de Açu/Assu “Terra dos Poetas” e que hoje tanto em Açu/Assu como na cidade de Natal, ambas no estado de Rio Grande do Norte, Brasil, existem centenas de Cachina todos descendentes de seu João Gonçalves Cachina.
Dedico estas palavras e cópia dos documentos que coloco abaixo a todos os Cachina descendentes de seu João!
João Gonçalves Cachina, nasceu na freguesia de Monserrate na cidade de Viana do Castelo em 17 de Junho de 1884, filho de José Gonçalves Pinto (Cachina) e Maria dos Mares Chavarria.
Com 4 anos ficou órfão muito cedo! O pai de seu João, passados 4 meses da morte de Maria dos Mares, voltou a casar e foi morar com a nova mulher, Maria da Hora de Lima, e 4 filhos, Filomena, Francisco, João e Jacinto, para a vila de Caminha, distrito de Viana do Castelo. .
Em 1896, seu João então menino com 12 anos, a vida familiar não seria a mais estável. o pai, pescador, ausente algures no Brasil, João faz viagem para o Brasil na companhia de um vizinho, Manuel de Jesus Pereira, de 34 anos, casado, pescador. É a terceira viajem, que Manuel de Jesus Pereira faz ao Brasil. A primeira vez, em 1883 com 20 anos, e a segunda em 1889 com 26 anos.
Seu João, menor de idade, é-lhe dado o consentimento para poder se ausentar para o Brasil, conforme documento "Termo de Consentimento" agregado no processo de passaporte de Manuel de Jesus Pereira, por Maria da Hora de Lima. Consta no termo de consentimento o seguinte " ... compareceu Maria de Hora de Lima da freguesia de Monserrate do concelho de Viana do Castelo, residente na vila de Caminha, aqual declarou na qualidade de tutora de seu sobrinho, João Gonçalves Cachina, solteiro, de doze anos de idade, filho de José Gonçalves, ausente em parte incerta e de Maria dos Mares, já falecida, que dava consentimento ao referido seu sobrinho para se ausentar para o Rio de Janeiro, como serviçal de Manuel de Jesus Pereira. ... "
Ora bem, no termo de consentimento está documentado que Maria da Hora de Lima era a tutora e tia do menino João! Na realidade ela era a madrasta e não era tia de João mas sim prima direita de João.
Maria da Hora de Lima, nascida em 22 de Setembro de 1866 na freguesia de Monserrate, era filha legítima de António de Lima e Rita Chavarria.
Esta Rita Chavarria é irmã de Maria dos Mares Chavarria, mãe do João Gonçalves Cachina.
Há três anos atrás, tive o interesse de saber mais sobre a história do seu João no Brasil e pesquisando na Internet descobri que em Rio Grande do Norte há um grande número de pessoas com o apelido Cachina e depois de
conseguir associar que todos descendiam do seu João, tentei por vários meios durante dois anos entrar em contacto com algum descendente para conhecer melhores detalhes mas todas as tentativas foram em vão até que um dia, finalmente quando eu menos esperava, em 01 de Fevereiro de 2014 um açuense, Fernando Caldas, historiador e homem de letras, (sem parentesco ao seu João) contactou-me que conheceu seu João, quando era menino, que a caminho da escola passava pela casa de seu João! Fernando Caldas, passou-me valiosa informação sobre a vida de seu João no RN e disponibilizou-se de contactar alguns descendentes de seu João para entrarem em contacto comigo, no entanto o primeiro contacto só veria a tornar-se realidade um ano depois em Fevereiro de 2015, Fernando Alves Pinheiro, bisneto de seu João, contactou-me e mais uma vez nossa troca de informações complementaram mais ainda os meus conhecimentos sobre seu João. Pouco depois, em Março deste ano, tive o contacto de um outro bisneto de seu João, o Renato Medeiros, contactou, trocamos novas informações e em Maio deste mesmo ano, conheci pessoalmente o Renato Medeiros, sua irmã e sua tia Madalena Cachina que visitaram Viana do Castelo, e levei os a conhecer a vila de Caminha, incluindo a rua onde seu João e sua família moraram!
Até Março de 2015, junto dos descendentes em RN não havia uma certeza em que ano, João Gonçalves Cachina trocou Portugal pelo Brasil. Não havia um documento que fosse do conhecimento dos Cachina no RN, que identificasse que seu João foi em x ano para o Brasil.
Era do meu conhecimento através de um livro relacionado com a emigração de Minhotos mais concretamente do distrito de Viana do Castelo para o Brasil, que havia uma referência a um João Gonçalves Cachina que em 1896 tinha lhe sido emitido um passaporte para o Brasil, no entanto quem se deslocasse ao Arquivo Distrital de Viana do Castelo e procurasse nos livros de registros de passaporte pelo registro de um passaporte em nome de seu João, ou acompanhante de algum familiar não o iria encontrar! Eu mesmo, virei do avesso não sei quantas vezes os livros referentes aos anos de 1896 e 1897 e não encontrei após de muitas tentativas mas eu como sou de raça nunca dizer não! Lá um dia, após mais uma insistência minha, encontrei uma referência a um nome "João" no passaporte do tal Manuel de Jesus Pereira, casado, pescador, natural de Caminha, mesmo na ultima folha do livro. Eu estava convicto que seria o nosso João, mas para provar que era mesmo o nosso João eu precisaria de provas e essas provas eu sabia que seria ter acesso ao processo de passaporte do Manuel de Jesus Pereira no entanto eu também sabia que para ter acesso aos processos de passaporte emitidos pelo Governo Civil de Viana do Castelo, estes não estavam disponíveis ao público desde que em Setembro de 2011 o Governo de Portugal da época decidiu desmantelar todos os 22 governos civis do pais que funcionaram durante quase 200 anos.
Ter acesso ao processo seria quase impossível mas não improvável!!!
Meti mãos à obra e em Março de 2015 entrei em contacto com as autoridades em Lisboa e após muita correspondência, finalmente, em 10 de Dezembro ultimo, recebi no meu escritório todo o processo de passaporte do Manuel de Jesus Pereira onde consta histórica informação sobre o seu João Gonçalves Cachina.
No meio de toda esta história e ao longo deste anos de investigação sobre o seu João, fiquei a saber e tenho documentado que seu João Gonçalves Cachina era bisneto (via paterna pelo lado da avó) de José Joaquim Gonçalves Pinto, natural da freguesia de São Miguel da Marinhas, concelho de Esposende, distrito de Braga, Portugal.
José Joaquim Gonçalves Pinto é meu tataravô.
Os meus agradecimentos ao Fernando Caldas (sem parentesco aos Cachina), Fernando Alves Pinheiro e ao Renato Medeiros. Sem atenção deles, hoje não estaria aqui a escrever!
Autor: Fernando Lourenço
Faz hoje, 30 de Dezembro de 2015, 119 anos que foi emitido a João Gonçalves Cachina, então com 12 anos de idade o passaporte para se poder ausentar de Portugal com destino ao Rio de Janeiro.
João Gonçalves Cachina, veio a ser o patriarca de uma numerosa família de sobrenome Cachina no que é hoje o município Brasileiro de Açu/Assu “Terra dos Poetas” e que hoje tanto em Açu/Assu como na cidade de Natal, ambas no estado de Rio Grande do Norte, Brasil, existem centenas de Cachina todos descendentes de seu João Gonçalves Cachina.
Dedico estas palavras e cópia dos documentos que coloco abaixo a todos os Cachina descendentes de seu João!
João Gonçalves Cachina, nasceu na freguesia de Monserrate na cidade de Viana do Castelo em 17 de Junho de 1884, filho de José Gonçalves Pinto (Cachina) e Maria dos Mares Chavarria.
Com 4 anos ficou órfão muito cedo! O pai de seu João, passados 4 meses da morte de Maria dos Mares, voltou a casar e foi morar com a nova mulher, Maria da Hora de Lima, e 4 filhos, Filomena, Francisco, João e Jacinto, para a vila de Caminha, distrito de Viana do Castelo. .
Em 1896, seu João então menino com 12 anos, a vida familiar não seria a mais estável. o pai, pescador, ausente algures no Brasil, João faz viagem para o Brasil na companhia de um vizinho, Manuel de Jesus Pereira, de 34 anos, casado, pescador. É a terceira viajem, que Manuel de Jesus Pereira faz ao Brasil. A primeira vez, em 1883 com 20 anos, e a segunda em 1889 com 26 anos.
Seu João, menor de idade, é-lhe dado o consentimento para poder se ausentar para o Brasil, conforme documento "Termo de Consentimento" agregado no processo de passaporte de Manuel de Jesus Pereira, por Maria da Hora de Lima. Consta no termo de consentimento o seguinte " ... compareceu Maria de Hora de Lima da freguesia de Monserrate do concelho de Viana do Castelo, residente na vila de Caminha, aqual declarou na qualidade de tutora de seu sobrinho, João Gonçalves Cachina, solteiro, de doze anos de idade, filho de José Gonçalves, ausente em parte incerta e de Maria dos Mares, já falecida, que dava consentimento ao referido seu sobrinho para se ausentar para o Rio de Janeiro, como serviçal de Manuel de Jesus Pereira. ... "
Ora bem, no termo de consentimento está documentado que Maria da Hora de Lima era a tutora e tia do menino João! Na realidade ela era a madrasta e não era tia de João mas sim prima direita de João.
Maria da Hora de Lima, nascida em 22 de Setembro de 1866 na freguesia de Monserrate, era filha legítima de António de Lima e Rita Chavarria.
Esta Rita Chavarria é irmã de Maria dos Mares Chavarria, mãe do João Gonçalves Cachina.
Há três anos atrás, tive o interesse de saber mais sobre a história do seu João no Brasil e pesquisando na Internet descobri que em Rio Grande do Norte há um grande número de pessoas com o apelido Cachina e depois de
conseguir associar que todos descendiam do seu João, tentei por vários meios durante dois anos entrar em contacto com algum descendente para conhecer melhores detalhes mas todas as tentativas foram em vão até que um dia, finalmente quando eu menos esperava, em 01 de Fevereiro de 2014 um açuense, Fernando Caldas, historiador e homem de letras, (sem parentesco ao seu João) contactou-me que conheceu seu João, quando era menino, que a caminho da escola passava pela casa de seu João! Fernando Caldas, passou-me valiosa informação sobre a vida de seu João no RN e disponibilizou-se de contactar alguns descendentes de seu João para entrarem em contacto comigo, no entanto o primeiro contacto só veria a tornar-se realidade um ano depois em Fevereiro de 2015, Fernando Alves Pinheiro, bisneto de seu João, contactou-me e mais uma vez nossa troca de informações complementaram mais ainda os meus conhecimentos sobre seu João. Pouco depois, em Março deste ano, tive o contacto de um outro bisneto de seu João, o Renato Medeiros, contactou, trocamos novas informações e em Maio deste mesmo ano, conheci pessoalmente o Renato Medeiros, sua irmã e sua tia Madalena Cachina que visitaram Viana do Castelo, e levei os a conhecer a vila de Caminha, incluindo a rua onde seu João e sua família moraram!
Até Março de 2015, junto dos descendentes em RN não havia uma certeza em que ano, João Gonçalves Cachina trocou Portugal pelo Brasil. Não havia um documento que fosse do conhecimento dos Cachina no RN, que identificasse que seu João foi em x ano para o Brasil.
Era do meu conhecimento através de um livro relacionado com a emigração de Minhotos mais concretamente do distrito de Viana do Castelo para o Brasil, que havia uma referência a um João Gonçalves Cachina que em 1896 tinha lhe sido emitido um passaporte para o Brasil, no entanto quem se deslocasse ao Arquivo Distrital de Viana do Castelo e procurasse nos livros de registros de passaporte pelo registro de um passaporte em nome de seu João, ou acompanhante de algum familiar não o iria encontrar! Eu mesmo, virei do avesso não sei quantas vezes os livros referentes aos anos de 1896 e 1897 e não encontrei após de muitas tentativas mas eu como sou de raça nunca dizer não! Lá um dia, após mais uma insistência minha, encontrei uma referência a um nome "João" no passaporte do tal Manuel de Jesus Pereira, casado, pescador, natural de Caminha, mesmo na ultima folha do livro. Eu estava convicto que seria o nosso João, mas para provar que era mesmo o nosso João eu precisaria de provas e essas provas eu sabia que seria ter acesso ao processo de passaporte do Manuel de Jesus Pereira no entanto eu também sabia que para ter acesso aos processos de passaporte emitidos pelo Governo Civil de Viana do Castelo, estes não estavam disponíveis ao público desde que em Setembro de 2011 o Governo de Portugal da época decidiu desmantelar todos os 22 governos civis do pais que funcionaram durante quase 200 anos.
Ter acesso ao processo seria quase impossível mas não improvável!!!
Meti mãos à obra e em Março de 2015 entrei em contacto com as autoridades em Lisboa e após muita correspondência, finalmente, em 10 de Dezembro ultimo, recebi no meu escritório todo o processo de passaporte do Manuel de Jesus Pereira onde consta histórica informação sobre o seu João Gonçalves Cachina.
No meio de toda esta história e ao longo deste anos de investigação sobre o seu João, fiquei a saber e tenho documentado que seu João Gonçalves Cachina era bisneto (via paterna pelo lado da avó) de José Joaquim Gonçalves Pinto, natural da freguesia de São Miguel da Marinhas, concelho de Esposende, distrito de Braga, Portugal.
José Joaquim Gonçalves Pinto é meu tataravô.
Os meus agradecimentos ao Fernando Caldas (sem parentesco aos Cachina), Fernando Alves Pinheiro e ao Renato Medeiros. Sem atenção deles, hoje não estaria aqui a escrever!