quinta-feira, 18 de novembro de 2021

 

Fernando Caldas

EXTER DE OLIVEIRA CALDAS - Era natural de Maceió, Alagoas, uma das primeiras mulheres a votar no Brasil, em 1923, segundo informações do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro. Há informações que a fotografia abaixo, acervo daquele museu, fez parte da exposição "Imagens da Mulher Brasileira", realizado em Brasília e Belo Horizonte, em novembro de 1996. Ela era minha parente, família do Assu. Registro com muito orgulho. Foto cedida por Rosângela Cavalcante.
 
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Bondade não tem e idade nem cor.

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quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Morada da Paz patrocina publicação de livro sobre luto e saudade

17/11/2021 17h30

Foto: Reprodução

Após o falecimento da avó, o ilustrador, jornalista e escritor Aureliano viu-se mergulhado no sentimento de saudade pela perda de uma pessoa tão querida e que era referência para ele e toda a família. Vivenciando esse processo de luto e em busca de entender melhor os sentimentos que estava processando, surgiu a obra “A viagem do barco azul”, permeada de ilustrações que concretizam a história de dona Noêmia, uma mulher potiguar simples, que tinha medo de morrer, mas que partiu de forma serena, deixando uma história digna de um livro.

A publicação está sendo lançada neste mês de novembro, com patrocínio do cemitério e crematório Morada da Paz, uma empresa do Grupo Morada, e convida o leitor a navegar por um processo de despedida que transcende a dor e a saudade, transformando-a em arte. Aureliano descreve de forma poética a trajetória de sua avó. É um convite, também, a perceber que o processo de luto pode ter suas nuances.

“No mês de setembro, ela despediu-se de nós, uma semana antes de completar 92 anos. Pensando em como sua vida foi inspiradora, escrevi sua história, sem muitas datas ou geografias, apenas com vontade de que as próximas gerações, como a da minha sobrinha, de 1 mês, pudessem entender o que essa figura representa”, explica.

Dona Noêmia foi criada nos arredores de Assu/RN e cresceu como pessoa pela fé, resiliência e importantes conexões feitas ao longo da vida, pavimentando caminhos para os seus 10 filhos. De acordo com Aureliano, é preciso reconhecer a força feminina à frente das instituições, como a familiar. A D. Noêmia foi uma matriarca que, além de inspiração de vida, tornou-se inspiração de trabalho para ele.

Para o escritor, a obra também tem a ver com cura. “Todo o meu processo de criação é ligado com autoconhecimento, autocompreensão. A minha forma de processar essa perda foi por meio da criação”, esclarece.

Sempre que escreve, Aureliano pensa que o público que se interessaria pela escrita seria o mais abrangente possível. “Meu trabalho se baseia na simplicidade e acessibilidade para todos entenderem. O mais importante é a sensibilidade para apreciar a arte, seja qual for a idade”, continua.

O livro conta com distribuição gratuita pelo Morada da Paz, mas também pode ser adquirido na loja do autor (http://oiaure.iluria.com). A história é contada por meio de textos verbais e não verbais, com bastante ilustração. “Considero crucial a ressignificação da morte. O óbito fecha com chave de ouro o processo da vida, mas, também, pode ser usado para celebrar a própria vida”, conclui.

O Morada da Paz viabilizou o trabalho de criação e a impressão da tiragem do livro, e a equipe de Psicologia do Luto da empresa contribuiu com conteúdo para o prefácio. “A viagem do barco azul” também está disponível para download em sua versão digital (https://bit.ly/barcoazul).

Como desdobramento da programação de lançamento, será realizada uma live com o autor no dia 18 de novembro, a partir das 20h, nas redes sociais do Morada da Paz, com a participação da psicóloga do luto Beatriz Mendes e da jornalista e assessora de imprensa Marina Lino. Será um bate-papo para falar de saudade, processo criativo do livro, a vivência do luto e a parceria com o Morada.

Sobre o autor

O autor de 32 anos é mossoroense e atua como jornalista (ex-editor da editora Tribo), ilustrador, quadrinista e escritor. Ele escreveu e ilustrou o romance “Madame Xanadu” e os zines de quadrinhos “Elevador”, “Sobrepeso” e “Conexão”, além de desenvolver capas e ilustrações para diferentes publicações. Em seus quadrinhos autobiográficos, o artista retrata a si mesmo sempre desnudo.

Aureliano já tem familiaridade com a temática da morte. Em 2017, produziu uma série de quadrinhos em torno do Setembro Amarelo de maneira independente e ainda disponibilizou o material de conscientização gratuitamente. Como forma de abrir espaço de diálogo sobre a temática do suicídio e da valorização da vida por meio de imagens, em setembro deste ano, também desenvolveu uma série de ilustrações, que foram publicadas no perfil @moradadapaz, no Instagram, todas as segundas e sextas-feiras do referido mês.

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terça-feira, 16 de novembro de 2021

Geraldo Melo é eleito para a Academia Norte-rio-grandense de letras

ARQUIVO
Publicado: 00:00:00 - 12/11/2021


Ex-governador Geraldo Melo publicou o livro “Luzes e sombras do Casarão”, um romance

O presidente da ANL, o escritor e advogado Diógenes da Cunha Lima, disse que “eleição é preferência e a preferência acadêmia foi em favor de Geraldo”.

 Diógenes da C. Lima afirmou também que o concorrente de Geraldo Melo “é uma pessoa de talento”, mas afirmou que Geraldo “é um talento superior, não vou dizer que é um talento superior a ele, mas que é um talento superior no Rio Grande do Norte”.

Diógenes da Cunha Lima declarou, ainda, que Geraldo Melo “é um dos maiores romancistas que o Estado já produziu”. 

Para o presidente da ANL, Geraldo Melo “é um talento fora do comum, já exerceu todas as funções com brilho e inteligência, e merece estar na Academia. Nós precisamos de pessoas como Geraldo”.

Diógenes da Cunha Lima explicou que para ingressar na ANL “é obrigatório ter livro publicado” e, no caso do ex-senador e ex-governador Geraldo Melo, “ele além de ter outros trabalhos interessantes publicados”, escreveu um livro “fantástico que foi apresentado por mim, que se chama 'Luzes e sombras do casarão”, um romance de costumes passado em Campo Grande, terra natal do novo acadêmico“, que não tem nada melhor do que esse romance aqui”. 

Diógenes da Cunha Lima disse também que Geraldo Melo “é talvez um dos grandes oradores deste país” e ontem à noite lhe comunicou a sua eleição.

Geraldo Melo encontra-se em Brasília e deverá, brevemente, agendar a data de sua posse para a cadeira de nº 32, que tem como patrono Francisco Fausto, um historiador mossoroense, que era avô do ministro Francisco Fausto, que também foi acadêmico.

O livro “Luzes e sombras do Casarão”, de Geraldo Melo, é a primeira obra de ficção do político potiguar, escrito durante o período de isolamento por causa da pandemia de coronavírus em 2020.

Desde junho do ano passado que o livro está disponibilizado em plataforma digital na Amazon.

 Em matéria do caderno “Viver”, da TRIBUNA DO NORTE de 16 de junho, Geraldo Melo fala  o que quis resgatar na obra: “É aquele tempo em que a fazenda tinha de ser uma espécie de nação – ter capacidade de existir só, defender-se só e sozinha proteger a vida, a casa, a terra das pessoas. Mas poderia ser em qualquer lugar”.

 A matéria assinada por Tádzio França, diz que a trama se passa no começo a década de 60, no interior do  Rio Grande do Norte, na época em que Campo Grande se chamava Augusto Severo (em 1991, o município voltou a ter o nome original do século 19).

O livro foi prefaciado por Diógenes da Cunha Lima, comentário de Ivan Maciel, que foi auxiliar dele durante o seu governo (1987/1991), na contracapa da edição impressa e ainda um artigo do jornalista Vicente Serejo.

Na noite de ontem, Diógenes da Cunha Lima também foi reeleito presidente da ANL, obtendo 34 dos 35 votos.

Tribuna  do Norte

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

✅ "E foi com destemor, silêncio, solidão e um esforço incomum que Zila Mamede, na década de 1960, ultrapassando todos os obstáculos que existem no caminho daqueles que pesquisam no Brasil, bibliografou 50 anos de vida intelectual desse "homem-biblioteca" chamado Luís da Câmara Cascudo. Destemidamente, observou Mamede no início do texto Câmara Cascudo, o pesquisador pesquisado. "Para mim, o suficiente é a existência de Luís da Câmara Cascudo, brasileiro do Rio Grande do Norte. E sua obra.""
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📖 MARIZE CASTRO ("O silencioso exercício de semear bibliotecas" - Natal(RN): Una, 2011).
Pode ser uma imagem de 2 pessoas, livro e texto que diz "ENSAIO OSILENCIOSOEXERCÍCIO SILENCIOSO EXERCÍCIO CÍCIO DESEMEARBIBLIOTECAS SEMEAR BIBLIOTECAS MARIZECASTRO MARIZE CASTRO Una"

 Atenas, Grécia


Casa Rosa

"O único pássaro que se atreve a atacar uma águia é o corvo. Ele senta sobre suas costas e bica seu pescoço. No entanto, a águia não responde e nem luta, não perde tempo e nem gasta sua energia com ele. Simplesmente abre suas asas e começa a subir o mais alto que pode. Ou seja, quanto mais alto é seu vôo, mais difícil é para o corvo respirar e logo cai por falta de oxigênio.

Diante disto, quer um conselho? Deixa de perder tempo com os corvos… Continue seu vôo nas alturas e eles, por si só, despencarão."

Casa Rosa


Pode ser uma imagem de pássaro e ao ar livre

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Cachaça A Boa do Brejo é eleita a melhor do mun

A Boa do Brejo, categoria Cristal, é a melhor cachaça do mundo no ano de 2021. O título veio esta semana com o resultado do Concours Mondial de Bruxelles, um dos mais rigorosos e reconhecidos, internacionalmente, pela independência e rigor no processo de degustação. A mais nova cachaça de Areia (PB) desbancou marcas consagradas do Brasil e do exterior.

Degustada por um júri experiente, composto por especialistas do mundo inteiro, que teve como objetivo comum distinguir cachaças de qualidade, a Boa do Brejo, categoria Cristal, foi implacável e foi escolhida a melhor do mundo em um concurso que faz parte dos eventos internacionais mais importantes da bebida destilada do mundo.

Geralmente o Concours Mondial de Bruxelles destina três dias de degustações, onde são avaliados o visual, olfativo, paladar e a personalidade dentro dos parâmetros do guideline, que é entregue ao corpo de jurados. A pontuação de cada bebida participante é medida através de um sistema estatístico de média.

CONCURSO – O Concurso Mundial de Bruxelas acontece há 21 anos e, assim como na Copa do Mundo, é sediado em diferentes países a cada edição. Ele é levado muito a sério e, cada vez mais, produtores de destilados do mundo inteiro querem ganhar nas categorias.

Um selo de premiação no Spirits Selection pode representar um aumento de 30% nas vendas. Essa condição torna a premiação ainda mais almejada e competitiva. A regra é clara e decide que apenas 30% dos participantes levam medalhas entre Ouro, Prata e Grand Ouro – o que quer dizer se 100 produtos forem inscritos, somente 30 ganharão.

“É com grande satisfação e emoção que recebo essa premiação, fruto de um sonho de produzir cachaça, colocado em prática há pouco tempo”, argumentou o empresário e idealizador da Boa do Brejo, Cícero Ricardo.

Ele ainda ressaltou que distribuidores e consumidores podem ter a certeza de que ao comprar a mais nova cachaça de Areia, estarão levando pra casa um produto testado e de boa qualidade com sabor extremamente macio e suave.

HISTÓRIA – Produzida no Engenho São Pedro, antigo Mofo, o qual foi fundado no ano de 1961, pelo Sr. Valdo Pompeu. Em 2018, Cícero Ricardo adquiriu o Engenho, já do senhor Paulino Arantes, que vendia a produção a granel, e iniciou o processo de modernização dos equipamentos e instalações, seguindo todo protocolo legal e sanitário.

Paralelamente, foi escolhida a variedade ideal da cana de açúcar, e definida as áreas de plantio. Após a conclusão de toda reforma, da colheita da cana de açúcar e o funcionamento autorizado pelo Ministério da Agricultura, pela SUDEMA e pelo IBAMA, finalmente foi reinaugurado em 2020, com uma produção de 60.000 litros de cachaça de excelente qualidade, utilizando apenas o seu “coração”, e separando as frações da “cabeça” e da “cauda”, o que lhe confere qualidade inigualável e um sabor extremamente macio e suave.

ATUALMENTE – Hoje a produção anual é limitada a 120.000 litros de cachaça e utilizada apenas a cana de açúcar do engenho.

O Engenho São Pedro possui várias nascentes de água, local para trilha a pé, através de floresta nativa e alguns pontos interessantes, a exemplo da pedra do grito (conta-se que no mês de maio escutam gritos nessa pedra), a casa da bruxa (uma casa de taipa no meio da floresta), a trilha das águas, passeio à cavalo, dentre outros.

LOCALIZAÇÃO – O Engenho está localizado na cidade de Areia (PB), numa tríplice fronteira, entre os municípios de Areia, Pilões e Alagoinha, e é aberto a visitação, com a condição de se respeitar o meio ambiente e as normas internas de segurança.

Por José Valdez

https://sbinforma.com.br

 

A IRREVERÊNCIA DE MANOEL FORTE

Valério Mesquita
Mesquita.valerio@gmail.com

01) Manoel Forte (personagem folclórico do Rio Grande do Norte e Paraíba), alto, corpulento, vozeirão, foi conhecer Brasília acompanhado do seu filho. Caminhando pelo Centro Comercial e revivendo o costume nordestino, comprou um enorme pão doce e saiu devorando-o normalmente pela calçada para indignação do filho: “Você quer que eu alugue aqui uma casa só para comer esse pão, é?”, vociferou Mané Forte, soltando pedaços de pão pela boca.

02) De outra feita, aconselhado a fazer exame parasitológico, Mané Forte evacuou o material enchendo uma lata grande de Bardhal e pegou o ônibus rumo a Mossoró. No banco da frente, pernas abertas e sobre uma delas o produto, foi advertido de saída por uma senhora moralista que subia no coletivo: “Feche as pernas, tenha respeito!!”. Mané Forte, em cima da bucha, retruca: “Feche você, que não tem o que quebrar!!”

03) Em Catolé do Rocha, Mané Forte, parente distante dos Maia, foi convidado para o pomposo jantar oferecido pela família da matriarca, genitora de Tarcísio Maia. Na confraternização, tipo banquete, Mané Forte, consciente do parentesco distante, sentou-se na extremidade da imensa mesa. O jantar foi organizado seguindo a etiqueta da Escola Doméstica. Mocinhas da sociedade enfileiradas portavam, cada uma, diferentes pratos que iam servindo sucessivamente aos convivas. Carnes, massas, peixe, verduras, frutos eram colocados nos pratos dos Maias ilustres, Tarcísio, João, Otávio, Sérgio, Isauro, etc., etc., mas levantavam voo quando se aproximavam de Mané Forte. Lá pras tantas, chega uma travessa de farofa que sobrevoou os pratos dos notáveis mas aterrisou no de Mané, enchendo-o até as bordas, para sua decepção. Inconformado, seu Mané exclamou trovejante e contrafeito: “Preste atenção ao serviço menina, aqui só ta chegando cereais!!”.

04) O Dr. Fábio Mariz viajou com Mané Forte a João Pessoa e juntos se hospedaram na residência do deputado estadual Américo Maia, representante de Catolé do Rocha na Assembléleia. Na hora do jantar foi servida uma sopa aos convidados. Para surpresa de todos, Mané Forte despejou o farinheiro na sopa e fez aquele “grolado”. Advertido polidamente pelo deputado, Mané Forte foi enfático: “Américo, só gosto de comer que faça bosta!!!”.

(*) Do livro "Pisa na Fulô - Anedotário Político e Social de Macaiba e Adjacências".

 

Valério Mesquita

domingo, 7 de novembro de 2021

E a vida?
A vida é boa mesmo?
Acho que não.
"Tanta luta,
Tanta guerra".
Não,
A vida não é boa, não...

(Fernando Caldas)

sábado, 6 de novembro de 2021

A oração indígena do silêncio:

Sente-se à beira do amanhecer, o sol nascerá para você.
Sente-se à beira da noite, as estrelas brilham para você.
Sente-se à beira do rio, o rouxinol canta para você.
Sente-se à beira do silencio, deus vai falar com você
 
 

 

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

O repente nordestino

Publicado: 00:00:00 - 26/09/2021 Atualizado: 16:38:26 - 25/09/2021

Diogenes da Cunha Lima 

[Escritor, advogado e presidente da ANL]

Nenhuma região do país é tão pródiga na inventividade como o Nordeste. A arte do repente identifica a nossa região. É o exercício da poética popular, do sertão ao litoral, com versos de fazer inveja a poetas eruditos.


O repente nordestino é duelo verbal de cantadores com o acompanhamento de viola, rabeca ou pandeiro (embolada). Em todas as suas formas, participa do rico Patrimônio Imaterial do Brasil. É o diálogo do improviso e da liberdade vocabular.

Muito se discute sobre a sua origem. Como sempre, Câmara Cascudo vai mais longe. Para ele é o desafio oriundo do canto amebeu, grego, do tempo de Homero. É canto alternado, obrigando resposta às perguntas do companheiro.

Muitos poetas cantadores tornaram-se célebres. Pinto do Monteiro (sempre considerado o mestre da cantoria), um dia, recebeu Lourival Batista, crescente em versos quentes. Glosaram os dias da semana com o humor produzido por trocadilho. Pinto: “No lugar que Pinto canta/não vejo quem o confunda. / Que o rio da poesia/o meu pensamento inunda. /Terça, quarta, quinta e sexta, /sábado, domingo e segunda”. Lourival respondeu: ”Sábado, domingo e segunda, /quarta e quinta. / Na sexta não me faltando/a tela, pincel e tinta/pinto pintando o que eu pinto. /Eu pinto o que o Pinto pinta”.

Ninguém sabe dizer melhor das coisas da região do que o poeta mossoroense Antônio Francisco. É sempre expressiva a sua linguagem para fazer pensar. Brevíssimo exemplo: Falando sobre a fome, ele começa: “Engoli três vezes nada...”.

Fabião das Queimadas, escravo que tangia bem o verso e a rabeca, foi provocado para falar sobre a paga dos seus vinténs arrecadados. Que seria um poeta? Ele explicou: “Canta longe um passarinho/do outro lado do rio, /uns cantam porque têm fome, /outros cantam por ter frio. /Uns cantam de papo cheio, /outros de papo vazio”.

Não era cantador, mas poeta popular, popularíssimo. Aliás, Renato Caldas foi um lírico, improvisador, bem-humorado. Pediram-lhe que fizesse saudação ao escritor e pintor Newton Navarro. Versejou: “Adão foi feito de barro/mas você Newton Navarro foi feito de inspiração. / Dos passarinhos, das cores/da noite feita de amores/do luar do meu sertão”. Certa vez, o poeta tomou café em uma residência na cidade de Angicos e ao guardar suas coisas, distraidamente, incluiu uma colherinha. Já na sua cidade, em Assu, verificou o equívoco e voltou. Desculpou-se dizendo: “Eis aqui, dona Chiquinha, /devolvo sua colher. / De coisa que não é minha/eu só aceito mulher”.

Na função de conselheiro do Iphan, esforçar-me-ei para que o Repente Nordestino seja reconhecido como Patrimônio Imaterial Brasileiro.

Fonte:  http://www.tribunadonorte.com.br

 Publicado: 00:00:00 - 05/11/2021 Atualizado: 22:51:45 - 04/11/2021

A implantação da tecnologia 5G em Natal, a internet de quinta geração, dependerá de investimentos em infraestrutura e modernização na legislação municipal para sair do papel, segundo especialistas. Aliado a isso, a  pesquisa “Cidades Amigas da Internet”, da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel),  colocou Natal em 21º lugar entre as 27 capitais no tocante a legislações, exigências e prazos para emissão de licenças e autorizações para antenas. 

Alex Régis
Instalação de antenas é um dos gargalos apontados. Semurb diz que licenças saem com rapidez

Instalação de antenas é um dos gargalos apontados. Semurb diz que licenças saem com rapidez


A Secretaria de Meio e Ambiente e Urbanismo (Semurb) discorda do relatório e aponta que as emissões de licenças possuem uma média 10 dias de finalização processual, caso a documentação esteja toda de acordo com a legislação por parte do solicitante. A lei que regulamenta a instalação de antenas em Natal é datada de 2001 e a pasta avalia modernizar a legislação em virtude da chegada do 5G.

O leilão do 5G no Brasil foi feito nesta quinta-feira (04) pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). As empresas vencedoras têm compromissos de investimento definidos pelo Ministério das Comunicações e aprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Anatel. O objetivo das contrapartidas é sanar as deficiências de infraestrutura, modernizar as tecnologias de redes e massificar o acesso a serviços de telecomunicações do país.
Para o professor Luiz Gonzaga de Queiroz Silveira Junior, do Departamento de Engenharia de Telecomunicações da UFRN, a tecnologia 5G, voltada em maior parte para indústrias, vai exigir uma mudança na infraestrutura das cidades, isto é, serão necessárias adequações para instalações de antenas e núcleos, que propiciarão a velocidade e os ganhos do 5G. Ele cita que além dessas instalações, datas-centers precisarão ser implementados em Natal. 

“O 5G não é para as pessoas e sim para a indústria. E para termos todas as vantagens do 5G na indústria, precisaremos do núcleo da rede. Quando temos isso e o rádio 5G, temos o 5G puro, o objeto do leilão. Esse núcleo vai exigir a instalação de datas-centers, centros enormes de processamento de dados, separados nessas regiões de Natal e até do Estado”, explica. Caso se instale só as antenas para 5G, segundo ele, apenas pequenos problemas das operadoras serão resolvidos. 

Já para o professor Augusto Venâncio Neto, do Departamento de Informática e Matemática Aplicada da UFRN, o 5G vai propiciar uma série de ganhos à população, entre eles a consolidação de aplicações de software mais exigentes. 

“Aplicações que são inovadoras, como a telesaúde, a interação com dispositivos robóticos, por exemplo. A infraestrutura vai abarcar as invenções que ninguém tem nem ideia do que está por vir, como aplicações desafiadoras, como os veículos autônomos. Seria integrar o sistema embarcado no veículo com os sistemas externos da cidade, como notificações de semáforos, bases de dados, controladores. Tem as chamadas holográficas também. Com o 5G será possível isso”, cita.

Os professores citam  que o 5G foi concebido para revolucionar o cenário das comunicações. “Não é um 4G melhorado, é uma nova visão de rede”, diz Augusto Neto.  Além disso, os investimentos serão feitos em boa parte pelas próprias empresas vencedoras do leilão, mas o Poder Público também terá papel importante nas questões estruturais das cidades, avaliam os pesquisadores.

O professor Luiz Gonzaga de Queiroz, do Departamento de Engenharia de Telecomunicações da UFRN, explica ainda que questões locais de cada cidade e particularidades urbanas precisarão ser revistas. 

“Vamos ter uma necessidade de ajustar locais urbanos para instalação dessas antenas, como distância, altura, com a necessidade dessa geração. Não serão ajustes apenas numéricos, serão ajustes diferentes que deverão levar em consideração as características do 5G para a indústria, que não é um sistema pensado para as pessoas”, explica. 

Pesquisa
A 6ª Edição do “Ranking Cidades Amigas da Internet” tem como objetivo identificar, dentre os 100 maiores municípios brasileiros, aqueles que mais estimulam a oferta de serviços de telecomunicações no Brasil, por meio da elaboração de políticas e ações públicas que incentivem e facilitem a instalação de infraestrutura necessária à expansão desses serviços.

Entre as 100 cidades, Natal ficou na 79ª posição, com nota 2,6. A queda em relação ao último ranking foi de 16 posições. Já só entre as capitais, a principal cidade do Rio Grande do Norte ficou na 21ª colocação. Segundo o estudo, 100% das cidades levam mais de 6 meses para emitir uma autorização para instalação de Estações Rádio-Base. 

Entre a metodologia da pesquisa, foram feitas análises teóricas da legislação e avaliações junto às principais prestadoras de serviço de telecomunicações e a Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel). 

Porém, segundo a chefe do setor de licenciamento de obras públicas da Semurb, Suely Rodrigues, e a analista de processos Cláudia Oliveira, a análise dos processos é feita na mesma semana e caso a documentação esteja em acordo com a legislação, a licença é emitida logo após a análise.

“A prefeitura não teve conhecimento dos critérios utilizados para se chegar nesse ranking, porque não demoramos seis meses para dar uma resposta de licença. O processo depende da documentação. Em média levamos no máximo 10 dias para analisar”, apontam.  

Natal avalia mudanças em legislação
 
Com uma legislação datada de 20 anos atrás, a Prefeitura de Natal vai avaliar mudanças na lei para receber a tecnologia 5G, a internet de quinta geração, que passou a ser leiloada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a partir desta quinta-feira (04). O executivo precisará se adequar à Lei das Antenas (Lei Federal 13.116/2015), que estabelece normas gerais para implantação e compartilhamento da infraestrutura de telecomunicações. 

Conforme a legislação federal, o licenciamento para instalação de antenas deve se dar de forma simplificada e em um prazo de 60 dias de forma integrada entre todos os órgãos públicos envolvidos. 

“Quem regulamenta a emissão de radiação é a Anatel. Verificamos a estrutura de suporte. No caso do 5G, como a emissão é pequena, pouco maior que uma caixa de sapato, não serão necessárias estruturas especiais. A Semurb está avaliando se vamos precisar de uma legislação nova ou não. E caso ela saia, ela será elaborada para que a regularização seja de maneira simplificada”, cita a analista de processos Cláudia Oliveira. 

A mais recente alteração na legislação de licenciamento de antenas em Natal aconteceu em 2001. O texto regulamenta os padrões urbanísticos, sanitários e ambientais para instalação de antenas transmissoras de radiação eletromagnética e outros em Natal.

Pela lei, é proibida a instalação de estação de Rádio-Base de telefone celular e microcélulas para reprodução de sinal e equipamentos afins em áreas de praças, parques urbanos, verdes complementares, escolas, centros comunitários, centros culturais, museus, teatros e no entorno de equipamentos de interesse sócio-cultural e paisagístico. 

Ainda de acordo com a chefe do setor de licenciamento de obras públicas da Semurb, Suely Rodrigues, e a analista de processos Cláudia Oliveira, uma portaria baixada pela pasta em 2019 tratou de simplificar a regularização de antenas já instaladas em Natal.

“De dois anos para cá regularizamos cerca de 600 torres de celulares em Natal. É um valor considerável para termos sido colocados nessa posição”, cita. 
 
Fonte:  http://www.tribunadonorte.com.br

Lima Barreto, “Cronista do Rio” (2017, Autêntica/MEC/FBN, 240 p.)

Publicado: 00:00:00 - 31/10/2018

 

Alexandre Alves
Doutor em Literatura e professor da UERN
alexandrealvesuern@gmail.com

Não se trata aqui de mais uma coletânea de 50 crônicas do carioca Lima Barreto (1881-1922), esquecido em sua época e hoje entre os grandes vultos da literatura nacional no despontar do século XX. Adornado com dezenas de imagens a cargo de famosos (Marc Ferrez, Augusto Malta) e alguns anônimos, o cotidiano da então capital federal ganha movimento se lida junto aos textos, ora sérios ora irônicos e extraídas de vários periódicos. As crônicas seguem de 1911 até 1922, dando para voltar no tempo diante da bela narrativa de Barreto sobre o Rio de Janeiro. A percepção de Lima acerca da realidade fluminense possui ares de profecia, como na crônica “O nosso esporte” (adivinhe qual!), apresenta um olhar atento ao lado cultural urbano (“Sobre o carnaval”, “Amor, cinema e telefone”, “Bailes e divertimentos suburbanos”) e cenas urbanas pouco percebidas (“Os enterros de Inhaúma”, “A revolta do mar”, “O trem de subúrbios”, “A estação”).

Divulgação
mundo livro 1

mundo livro 1


Atenção seja dada ao texto “A polianteia dos burocratas”, na qual Barreto trata do que ele chama de “feminismo burocrático”, crônica claramente crítica quanto à presença da mulher no funcionalismo público, tudo porque ele via tal ação como mero “feminismo de fachada” (uma das mulheres diz que sua grande aspiração seria não ter outra mulher como chefe). Em outro texto, Barreto afirma ser um “andarilho de vocação”. Caminhar ao lado dele no Rio de Janeiro daquela época, eis uma experiência nostálgica frente aos tiros e tensões nas ruas cariocas de hoje.

Vários, “Arquivos de correspondências: carta e vida literária de escritores do RN” (2017, Edufrn, 182 p.)
Em mais uma investida do Núcleo Câmara Cascudo de Estudos Norte-rio-grandenses, os profs. Humberto Hermenegildo e José Luiz Ferreira, ambos da UFRN, organizam um volume dedicado à epistolografia potiguar. O (sub)gênero da carta vem sendo estudado com mais afinco nas últimas décadas, provavelmente devido à dinâmica entre autores em tempos bem distantes da internet (e antes que as cartas se autodestruam!). O Modernismo brasileiro – incluindo o potiguar – foi moldado também, ainda que parcialmente, na troca mútua de missivas. Corroborando tal tese, surgem artigos de Humberto Hermenegildo (“O Modernismo como memória nas cartas trocadas entre Câmara Cascudo e Joaquim Inojosa”) e de Edna Maria Rangel (UFRN), tratando do autor de “Alma patrícia” com o criador de “Macunaíma” (“Câmara Cascudo e Mário de Andrade nos anos 30: desafios da política e da pesquisa sob tensão”).

Divulgação
mundo livro 2

mundo livro 2


Já Maria Suely da Costa (UEPB) e Wellington Medeiros (UERN), no texto “Poema-carta: sob um contrato do gênero”, afirmam que a carta foi “Usada por longo período da história humana como fonte, não apenas, de documentação, mas como recurso usual de comunicação”. Nos 08 capítulos, há ainda artigos sobre Zila Mamede e suas cartas a Drummond, sobre o poeta açuense João Lins Caldas e sobre o ainda obscuro acariense José Gonçalves Pires de Medeiros. São notícias de um mundo no qual as pessoas se entendiam, mesmo à distância. Hoje, por vezes, nem frente a frente o diálogo se faz possível. 

http://www.tribunadonorte.com.brnte:

 

PRF começa a usar aparelho que mede transparência de películas de carros no RN

Publicado: 13:22:00 - 05/11/2021

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) tem um novo instrumento para a realização de fiscalizações no Rio Grande do Norte. É o luxímetro, equipamento que mede o índice de transparência das películas nos vidros dos carros, que começou a ser utilizado no início desta semana. 

Divulgação

Até então, a corporação tinha a intenção de fazer esse tipo de fiscalização, mas não podia, porque faltava o equipamento. 
 
De acordo com o policial Bruno Duarte, a Resolução 254 do Contran estabelece o índice de transparência para cada vidro do veículo. E os motoristas flagrados acima dos limites deverão ser multados.

Limites

Para-brisa: mínimo de 75% de transparência. 
Nos vidros dianteiros: no mínimo 70% de transparência. 
Vidros traseiros: no mínimo 28% de transparência.

“A multa para quem infringe esse tipo de resolução é de natureza grave, que acarreta 5 pontos na carteira e uma multa de R$ 195,23. Além disso, tem a medida administrativa em que o condutor é obrigado a retirar as películas para prosseguir viagem”, afirmou o policial Bruno.

Até o momento, a corporação só conta com um luxímetro para todo o estado, mas o processo para aquisição de mais aparelhos já está em andamento, segundo a PRF.
 
Fonte:  http://www.tribunadonorte.com.br
 
 

 Pode ser uma imagem de 2 pessoas e texto que diz ""A estrada é sua, e somente sua. Outros podem andar ao seu lado, mas ninguém pode andar por você." Cora Coralina"

RESTAM POUCOS EXEMPLARES - Etelvina Antunes é irmã de três escritores: Juvenal Antunes (expoente da cultura de dois estados: RN e AC), Ezequiel Antunes e Magdalena Pereira, mas, só teve seu livro “Violetas” (poesias) publicado postumamente. Uma bela edição, com introdução biográfica de Wandyr Villar e com farta iconografia. Pedidos aqui.

Wandyr Villar

 Pode ser uma imagem de livro e texto que diz "Etelvina Antunes Violetas AZYMUTH AZYMUTH atal/RN"

 

Recolho-me quando a fala faz sangrar
abrigo-me no silêncio reparador
restauro-me no perdão
e retorno ...
retorno leve já com as feridas cicatrizadas.
 
Desconheço autoria da imagem
 
 Pode ser uma imagem em preto e branco de uma ou mais pessoas e rosa
 
16 h 
📖 Na Revista da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, No. 68, Jul-Set 2021, CÂMARA CASCUDO EM TRÊS DIMENSÕES, através dos artigos dos acadêmicos Vicente Serejo, Humberto Hermenegildo de Araújo e do pesquisador Francisco Firmino Sales Neto.
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✨Cada um deles aborda um aspecto da obra cascudiana a partir do olhar apurado do seu autor: "Câmara Cascudo e Leal de Souza nas páginas do 'Bosque Sagrado'" (Vicente Serejo), "A Alma Potiguar: Terra Natal" (Humberto Hermengildo) e "Os 80 anos da Sociedade Brasileira de Folclore" (Sales Neto).
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▶️ A Revista da ANL tem distribuição gratuita e pode ser retirada na sede da Academia (Rua Mipibu, 443, Petrópolis, Natal/RN, Fone: (84) 3221-1143) de segunda a sexta, das 8h às 13h.
 
 Pode ser uma ilustração de uma ou mais pessoas, pessoas em pé e texto que diz "ML REVISTA DA ACADEMIA NORTE RIO GRANDENSE DE LETRAS 2021 NO68 68 -JULESET JUL SET CÂMARA CASCUDO EM TRÊS DIMENSÕES ARTIGOS, ENSAIOS. CONTOSE POEMAS"

 

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...