domingo, 22 de janeiro de 2023

TEM CERTAS COISAS NA VIDA.

Tem certas coisas na vida
Que não deviam existir
A cobiça, a inveja
O ato de desistir
A tal da corrupção
Que a lei não quer punir
Tem certas coisas na vida
Que eu admiro demais
O sol, a água da chuva
Os eventos naturais
Que dão provas evidentes
Do quanto Deus é capaz
Tem certas coisas na vida
Que me deixam encabulado
Falar da vida do outro
Na ausência do citado
Gente querendo alterar
O sexo que lhe foi dado
Tem certas coisas na vida
Que eu não indico a ninguém
Nadar contra a correnteza
Correr na frente de trem
Ensinar caminho a doido
E esperar por quem não vem
Tem certas coisas na vida
Difícil de se explicar
Navio pesado bóia
Avião poder voar
A galinha comer milho
Beber água e não mijar
Tem certas coisas na vida
Que as vezes me deixam louco
Senador ou deputado
Vir dizer que ganha pouco
E descobrir por onde entra
A água que tem no coco
Tem certas coisas na vida
Das quais eu não tenho norte
Uma vida ser gerada
Que de Deus tem o suporte
E se acabar sem aviso
Ao se encontrar com a morte
Tem certas coisas na vida
Pra essas tiro o chapéu
É um poeta analfabeto
Elaborar um cordel
E essa mesma tarefa
Ser dura pra um bacharel
Tem certas coisas na vida
Que pra mim são importantes
Minha família, meus parentes
Estando perto ou distantes
Amigos que fiz agora
E também os que fiz antes
Tem certas coisas na vida
Que não podemos comprar
A fé, a dignidade
O dom de poder amar
Que estão entre outras coisas
Que só Deus pode nos dar
Tem certas coisas na vida
Essas são um caso sério
O homem juntar riqueza
Construir um vasto império
E quando morre se junta
Aos pobres num cemitério
Tem certas coisas na vida
Que eu não admito, não
O tráfico de entorpecentes
O roubo em nossa nação
Os políticos sem vergonha
Estuprador e ladrão
Tem certas coisas na vida
Que eu acho beleza pura
O brasileiro que enfrenta
A vida, por mais que dura
E os poetas amigos
Que preservam a cultura
Fábio Gomes

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Culpa-te a ti somente, a ti culpa.
A ti somente, Ó grande desgraçado!
Culpa-te a ti de ser desventurado
Culpa-te a tí de ser já sem desculpa,
Amaste por amor. Amaste crendo.

João Lins Caldas

Assu, 1909

 

O poeta Renato Caldas ladeado pelo escritor Franklin Jorge, na sua modesta casa (que fora demolidapara dá lugar a um ponto comercial), número 74, da praça Pedro Velho, Assu-RN.

O poeta assuense Renato Caldas foi um dos fundadores da Loja Maçônica Fraternidade Açuense. Participei ainda menino, do ato do assentamento da pedra fundamental da futura sede daquela maçonaria nos idos de 1968. Naquela ocasião o bardo Renato Caldas declamou o poema bíblico de sua autoria intitulado "Justo e Perfeito Preito a "Maçonaria", que diz assim:


Oh! Quão bom e quão suave
É que os irmãos vivam em união
É como o óleo precioso sobre a
cabeça, que desce sobre a barba,
a barba de Aarão, e que desce a
orla dos seus vestidos.
Como o orvalho de Hermom
que desce sobre os montes
de Sião; porque ali o Senhor
ordena a benção e a vida
para sempre.

Postado Fernando Caldas

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

 ALMA DOS ANIMAIS

Segundo Chico Xavier:
A doutrina espírita nos ensina que os animais possuem alma, porém, ela é diferente dos humanos porque está em diferentes fases evolutivas. E ainda, os animais evoluem, mas não como nós, eles evoluem pela “força da natureza”, ou seja, por situações que são alheias à sua vontade.
E segundo o médium Chico Xavier, se tratados com respeito, carinho, amor, os animais, após o seu desencarne, podem permanecer até 4 anos do lado de quem lhe deu amor.
“É uma forma de não sofrerem com a separação. Mas, eles voltam a ter a mesma vitalidade de quando eram filhotes”, disse Chico Xavier.
Ainda na mensagem, Chico completou:
“Os animais, diferentemente dos homens, não possuem o tempo da erraticidade (intervalo mais ou menos longo entre uma encarnação e outra). Quando morre, quase que instantaneamente sua alma ou energia vital é atraída, magneticamente e por afinidade a mais um processo de encarnação.
E ainda faz um alerta à chamada Lei do Progresso:
“Devemos lembrar que a Lei do Progresso é um dos princípios fundamentais da doutrina espírita”.
Chico Xavier finalizou a mensagem da seguinte maneira:
“A alma de alguns animais pode, por exemplo a dos cachorros, retornar rapidamente para seu dono, através de outro que nasça”.
Portanto:
“Isso nos leva a entender que assim como nós, seres humanos, que buscamos a evolução em direção a Jesus. Também os animais buscam a evolução em direção a nós”.



segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Vais... vais partir e, aqui, amargurado
Não cessarei de ti chorar um dia.
Em tudo, cruel, a dor se me anuncia,
E, todos, ressurgem os sonhos do passado.

Longas noites no sofrer gelado
Eu sei que vou passar... a nostalgia
Encherá os peitos dessa letargia
Onde soluça o Amor que foi sonhado...

Tudo que em mim de ti falando vê-se
Segreda-me com ânsia de queixume:
"Sei que, quem parte bem cedo se esquece..."

"Vais... meu amor! Minha doce ilusão!"
E´ loucura de mim teres ciúme
Aqui fica meu corpo e segue o coração...

João Lins Caldas

Natal, 1909.


Imagem da Web.

 "Quem seria aquele homem, bornal a tiracolo, pés metidos em botas inevitáveis, chapéu e gravata, espingarda, físico miúdo, parecido um bandeirante a procura de esmeraldas?


Quem seria aquele homem, amigo e contemporâneo de Olavo Bilac, Da Costa e Silva, Alberto de Oliveira, Tasso da Silveira, Mário Pederneiras da Silva, Alberto de Oliveira, Hermes Moreira, Murilo Araújo, Hermes Fontes, Osvaldo Aranha, Lima Campos e José Geraldo Vieira?

Quem seria aquele homem que amava os animais, convivia com eles, conversava com eles, como se fôsse o povorelo de Assis?

Quem seria aquele homem, quase réplica de São João Batista (padroeiro do seu povo) comendo gafanhoto e mel silvestre, também como ele, um caniço agitado ao vento?

Quem seria aquele homem que acreditava na encarnação e dizia e repetia que as palavras não se perderiam nunca, que um dia todas elas voltariam gravadas eletronicamente pelo absoluto?

Quem seria aquele homem, abandonado ao sonho, sonhando frutos e legumes na mesa de todos, sonhando pássaros cantando, calculando produção, vislumbrando exportação, numa terra bíblica para ele, onde o cordeiro e o lobo conviviriam um dia e que ele a chamou de Frutilândia?

Quem seria aquele homem, "ansioso por conhecer o outro lado", mistura de eremita e visionário, um pouco de demônio e muito de Deus, cujos versos já foram declamados na BBC de Londres?

Quem seria aquele homem que foi-se embora pra Frutilândia, mais bela do que Pasárgada, mais distante do que os asteróides de Saint-Exupery?

Quem seria aquele homem, cujos versos as escolas não conhecem e cujo nome não enfeita nem as praças, nem as avenidas, nem as portas dos botequins?

Se eu fosse prefeito do Açu, cada rua teria o nome de um poema de João Lins Caldas. Uma se chamaria Ïsabel"; outra, "Quando Laura Morrer", a praça do cemitério se chamaria "Sinfonia Negra"; o clube se chamaria "Dentro do Sonho"; a praça da matriz, "Deus Tributário"; o quartel, "Litanias de Um Doido"; o acesso à cidade "Chão de Enterro", o hotel se chamaria simplesmente "A Casa".

Se eu fosse prefeito do Açu, colocaria os poemas de João Lins Caldas nas estradas, nas pedras, nas porteiras, nas despedidas, nas saudações, e a quem não se confessasse convencido, eu repeteria o seu diálogo:

"Consola-te. Afinal não há mais nada".
Não há mais nada? E o coração da gente?"

Se eu fosse prefeito do Açu, eu pederia ao DNOCS para que o projeto de Irrigação se chamasse Frutilândia e que os técnicos antes de percorrer o vale, tivessem em suas mãos o sonho de João Lins Caldas:

Como essa manhã me acorda com os passarinhos
Que matinal de árvores e de pássaros
Pinga o orvalho das folhas como pérolas trêmulas, molhadas,
Cardeiros à distância e perto a cerca fulfa dos cercados.
No terreiro da casa, as galinhas ciscandos
Um pio de nambu é remoto à distância...
Ouço e vejo lá fora... há como que em mim um anseio de embriagado.
Vontade de correr, andar, ser como um pequeno cabrito a saltar pelo relvado...

O milho verde a subir, a cana grossa, o espigar das bonecas...
O louro-roxo do cabelo aqui e ali pelos ventos levado...
Parado... o ar aqui, agora, um ar parado...
Nem um grilo a trilar nem um mover de folhas...

Sáio... acendo o cigarro... as mãos trêmulas de gozo...
Isso que aqui plantei, que as minhas mãos cavaram...
cajueiros aos cem, azeitonas, mangueiras...
Ah! Se eu tivesse na vida como aqui sempre plantado.

E vejo, no crescer, pequena, a laranjeira
Tão verde no buraco fundo que lhe foi cavado
A minha laranjeira! A minha laranjeira!
Os frutos que dará encantando o cercado.

Meu rancho, ali, os potes na biqueira...
Pobreza assim riqueza só... um dia
Reposarei em mim essa pobre cabeça de cansado...
Lembrarei meus veros, direi versos para mim e para o céu estrelado...

A noiva que não tive... e recordo sem mágoa
Aquela que passou, culpa de mim que somente
Vão em cortejo ao olhar do meu pensamento, sombras vagas.
Arina! Um filho pela mão... lá atravessa seu filho...

E os filhos que não dei, as almas culpa de mim que não vingaram
Basta... volto-me ao sítio do meu silêncio proclamado
É a música de tudo em tudo que de mim, na sua essência...
O sol... o sol dessa manhã é agora todo o meu cuidado.

Olho o sol... a ânsia de talvez de pelo sol perder-me
E já não ser de tudo aquele mundo todo nas raíses...
As árvores que quero ver... as pequenas plantas que quero ver dos meus pequeninos berços elevadas.
E olho-as... as minhas crianças verdes, as minhas romanzeiras enramadas...

O cigarro se apaga, a fumaça não sobe...
Vamos entrar o rancho, agitar gravetos, fazer o fogo...
E brinquedo, o meu cão, que aqui por esse andar me tem sempre acompanhado...
Olhos aos olhos do cão... não, Brinquedo que nem sempre tem me acompanhado.

Agora eu entendi porque João lins Caldas disse certa vez: "O Açu é meu inferno".

Agora eu entendi porque em Bauru, ao ouvir em 1932, VIVAS a São Paulo, ele cortou a multidão como um relâmpago inesperado: "Alto lá! Viva o Brasil!"

Agora eu entendi os seus telegramas malcriados ao ditador Vargas e o seu voto permanente (mesmo que ele não fosse candidato) a Eduardo Gomes.

Agora eu entendi porque ele admirava tanto Carlos Lacerda e de repente em 1964, eliminou-o de sua convivência mental.

Agora eu entendi. Ele nasceu impregnado climaticamente de liberdade. Não foi por acaso que João Lins Caldas nasceu em 1888".

José Luiz Silva
(Do livro "Apesar de Tudo", 1986)

Em tempo: Frutilândia (terra de frutas)que o poeta Caldas referencia no poema acima, era o seu canto, o seu refúgio, o seu sítio. Pois bem, aquela denomicação que o poeta criou, o prefeito Ronaldo Soares (1985), em sua homenagem determinou que fosse dado ao bairro mais populoso da cidade de Assu. Fica o registro.

domingo, 15 de janeiro de 2023

João Cabral de Melo Neto, conhecido como o “poeta engenheiro”, nascia em Recife no dia 09 de janeiro de 1920!
O poeta e diplomata pernambucano dedicou a vida à escrita, transformando-se em um dos pilares da moderna poesia brasileira!
O dom para a literatura já estava no sangue - João Cabral era primo de Manuel Bandeira e Gilberto Freyre!
Segundo ele, “escrever é estar no extremo de si mesmo”!
O poema dramático "Morte e Vida Severina" é considerada a obra-prima do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto (1920-1999) - escrito entre 1954 e 1955, trata-se de um auto de Natal de temática regionalista!
Poucos textos brasileiros do século XX igualam a força de "Morte e Vida Severina":
[...]
"E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte Severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.".
Imortal e fundamental, João Cabral!
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 Fernando Caldas

João Lins Caldas (perdoe-me se estou sendo repetitivo) era taural do Rio Grande do Norte, da cidade Goianinha, onde seu pai além de ter esplorado a agricultura teriar sido prromotor público. Ainda menino passou Caldas a morar na cidade de Assu e no povoado de Sacracremto, atual Ipanguaçu. Caldas era poeta de diversos estilos e temas. Viveu a Belle Époque no Rio de janeiro, para onde regressou em 1912 e viveu até 1933. No seu erotismo, escreveu Caldas:
O teu mundo é novo. A tua carne é nova. Eu sou a velhice, o mundo abalado.
O teu mundo que me convida. O permanente mundo em flor da tua carne.
Beijar-te os olhos, acariciar-te os dedos, ter nas mãos a doçura do teu cabelo, tua nuca, o teu pescoço roliço para acariciados...
Dirás que a vida é bela. A vida é bela!
Mas eu, amor, já agora tão triste e tão cansado.
Ontem que não chegou. Ontem que foi mesmo um dia amarelo...
Mas agora, que o dia é chegado...
Perdão, perdão, eu de mim mesmo é que já não sou belo.
Vai, e não leves de ti a tua desilusão...
O que me dói, o que ainda me dói...
(... E não ver essas roupas desmanchadas,
O azul desses olhos, a graça e a festa dessas mãos...)
Deixa que eu feche os olhos, e não te veja, e não veja mais nada...
Obrigado, e perdão.

 "A mulher sábia edifica a sua casa." É da Bíblia.


 João Felipe da Trindade

Coisas que precisamos conhecer
No livro de Dioclécio D. Duarte - "A indústria extrativa do sal e a sua importância na economia do Brasil" - ele escreveu: As salinas do Assú e Mossoró (Revista do Instituto Histórico e Geográfico e Etnográfico do Brasil – Tomo XLVI – pag. 174) que se estendem em um espaço de costa, desde Água Maré até a barra de Assú, por 36 léguas, eram uma costa realenga, habitada por pescadores, que secavam o seu pescado e vendia para o Recife de Pernambuco e tiravam sal, que traziam para o pontal da barra do Assú e barra dos Cavalos, onde fundiam as sumacas, e eles vendiam o sal cada um alqueire a 60 e 80 réis.

Frei Manoel (de Jesus Maria), religioso carmelita do convento da Cidade de Olinda, no ano de 1792, tirou esse terreno por sesmaria em nome do seu pai (Francisco Carvalho Valcácer) e aposentou-se lá de morada, dando 200$000 ao convento, e com a procuração do pai desapossou desta costa todos os moradores, deixando somente àqueles que estiveram pela dura condição de lhe darem metade de sua pescaria, depois de beneficiada e não tirarem o sal.

Compra a fazenda de criar gado junto ao Rio das Conchas, chamada Cacimbas do Vianna, por 1:000$000 e a fazenda chamada Amargoso, por 1:200$000, e por este modo fica só com o exclusivo do sal, que vendia às sumacas a 160 e 200 réis.

Sabe ganhar amizade dos carregadores da comarca de Paraíba e com violência despeja um grande número de povos que ali habitavam, tão úteis a Pernambuco pelo fornecimento do seu pescado seco; não obstante do maior número desses povos terem sido mais antigos em habitar este terreno e por isso tinha a preferência na conformidade da carta régia sobre as sesmarias e Ord. Do livro 4 tits. 57 e 58, que mandam preferir a posse a donativos das terras que contestam sobre aquele que tiram por sesmaria.

Finalmente cresce a indignação nestes povos sobre este padre e houve uns assassínios, em que ele saiu culpado, indo esse processo crime a Lisboa, foi sentenciado para Angola, não chegando a cumprir este extermínio, porque morreu no ano de 1806.

Suas terras foram repassadas para sua irmã, D. Francisca Rosa da Fonseca, sendo ambos filhos de Francisco Carvalho de Valcácer e Joana Maria da Fonseca.


SOBRE WALFLAN DE QUEIROZ

Corria o ano de 1974, chegava eu em Natal procedente de Assu, para estudar no Atheneu o curso científico. Acompanhando meu pai pelas ruas da cidade natalense, conheci Francisco Walflan Furtado de Queiroz, ou simplesmente Walflan de Queiroz, no Café São Luiz, no tempo que aquele recinto comercial tradicional em Natal, era o ponto de encontro de intelectuais, jornalistas, figuras folclóricas, espirituosas, boêmios, além de políticos e politiqueiros, todos de todas as categorias. Funcionava na Rua Princesa Isabel, bairro de Cidade Alta. Depois, frequentando aquele café, ouvi muitas vezes Walflan declamando exaltado, poemas e mais poemas de Rimbaud, de quem era entusiasta.
Natural de São Miguel, cidade serrana do alto oeste potiguar, Walflan estudou direito pela antiga Faculdade de Direito do Recife, porém nunca exerceu a advocacia, pois se tivesse exercido, teria desempenhado com brilhantismo. Nasceu no ano de 1935 e encantou-se no ano de 1995, num sanatório.
Walflan é sobrinho de minha avó paterna, portanto meu primo em segundo grau, por parte da família Fontes e Fernandes de Queiroz, de Luiz Gomes, também cidade serrana daquela região do oeste do Rio Grande do Norte.
Tipo baixo, cabelos pretos e lisos. Walflan tinha uma semelhança física com meu pai e comigo mesmo. Olhar distante, “mãos pequenas que só as estendi para o adeus”, diz Walflan, num verso triste.
Por fim, Walflan de Queiroz encantou-se em 1995, num sanatório de sua família, viveu toda a sua vida apaixonado por Tânia, uma mulher de importante e tradicional família Norte-rio-grandense. Era o maior amor (platônico) da sua vida. Senão vejamos:
Tânia, eu não sou o vento
E nem o silêncio da estrela.
Eu sou o silêncio, a sombra do anjo.
Eu sou o anjo.
Tânia, eu não sou a casa branca da floresta.
Eu sou apenas um pássaro boiando sobre as espumas
Do mar. Não sou a vaga. Não sou o ar.
Eu sou um rio, Tânia. Um rio impassível.
Mas, posso ser também, Tânia, uma rosa branca.
Um rosa branca para morrer contigo.
(Fernando Caldas)

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...