terça-feira, 1 de setembro de 2009

O FOLCLÓRICO ABRAÃO

1 -Abraão Ambrósio de Andrade era tipo alto, gordo, buchudo, despachado. Funcionário da Prefeitura Municipal do Assu, rsponsável, salvo engano, pelas obras de calçamento daquela cidade. Na política local era cabo eleitoral de Edgard Montenegro, Maria Olímpia (Mariquinhas) e Costa Leitão. Nas eleições de 1968 Costa disputava aquela prefeitura pela segunda vez. Maroquinhas ainda era a prefeita daquele município. Logo após a fala de Maroquinhas, num certo comício realizado no Centro da cidade de Assu, o locutor anunciou Abraão para fazer a sua oração. Microfone em punho, abriu o verbo: "É pela primeira vez que eu boto a boca no aparelho de dona Maroquinhas." "Aparelho" é uma denominação popular do bojo sanitário. 

2 - Abraão era seme-analfabeto. Candidatou-se a vereador e, ao se aproximar as eleições resolveu investir um pouco mais no seu eleitorado. Se dirigiu ao Banco do Brasil, de Assu onde tinha uma reserva de dinheiro para sacar o valor naquela casa bancário, depositado. Ao chegar no caixa disse: "Eu quero retirar tudo que tem ai." O funcionário que lhe conhecia, indagou: "Quanto o senhor quer retirar?" "Eu quero tudo que tem aí." Pois não seu abraão", faça o cheque." Abraão não pensou duas vezes, escrevendo na folha de cheque: "Eu quero tudo que tem aí!"  

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"40 ANOS DO JORNAL NACIONAL"

No momento em que a Rede Globo de Televisão comemora os 40 anos do Jornal Nacional, é preciso lembrar o publicitário (da JMM Publicidade) chamado João Moacyr de Medeiros. Pois, a denominação Jornal Nacional foi sugestão deste potiguar já falecido (pioneiro do Marketing político no Brasil), desde o tempo em que aquele noticiário era aberto com a propaganda (do guarda chuva) do Banco Nacional de Minas Gerais.
Moacyr era natural do Assu (RN), estudou no Colégio Nossa Senhora das Vitórias, da sua terra natal, no Atheneu, de Natal, na Faculdade de Direito do Recife.  Foi para o Rio de Janeiro na década de quarenta, onde se formou em direito e fundou uma das maiores agências publicitárias do país já referida acima. Fica o registro sobre este assuense que orgulha o Assu e engrandeceu a publicidade brasileira.


Em tempo: João Moacyr de Medeiros era da família Lins Caldas pelo lado materno, com raízes em Assu e Ipanguaçu (RN), uma das famílias mais antigas do Rio Grande do Norte. 

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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

LEMBRANDO CAROLINA WANDERLEY

A poetisa e professora Maria Carolina Wanderley (1891-1975) era natural do Assu (RN). Nasceu numa casa onde funcionou o Teatro São José (hoje de propriedade da viuva Sandoval Martins e filhos, esquina da travessa Pedro Amorim com a Manoel Mantenegro). Carolina ainda no início da sua juventude partiu para morar em Natal "com os olhos marejados de lágrimas", como depõe o antologista Ezequiel Fonseca Filho. Estudou na Escola Normal de Natal e, após se diplomar retornou ao Assu para ensinar no Grupo Escolar Ten. Cel. José Correia em 1911 quando ainda aquele educandário funcionava na rua São Paulo, atua Minervino Wanderley, sendo uma das suas primeiras professoras. Pouco tempo depois Carolina voltou a residir em Natal para ensinar no Colégio Frei Miguelinho. Naquela capital ela fez teatro, chegando a ensenar no Teatro Carlos Gomes, atual Alberto Maranhão. Publicou o livro de poesia intitulado "Alma em Versos", onde consta o soneto sob o título "Tuas Cartas", conforme transcrito adiante:


Relembro as tuas cartas uma a uma
Minha mente, ao lembrá-las não se trunca
Uma frase não há, que não resuma
Tudo que ainda o nosso afeto junca.


Tu me escrevias sempre: vez nenhuma
Senti da indiferença a garra adunca
Morria o sol do estio... vinha a bruma
E as tuas cartas não faltavam nunca


Hoje os dias se passam lentamente
Que me escrevas, espero ansiosamente
Mas, com que mágoa, vejo que emudece!


Termina este silêncio que crucia
E que me vai trazendo dia a dia
A certeza mortal de que me esqueces.

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RELÍQUIA DA POLÍTICA POTIGUAR

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domingo, 30 de agosto de 2009

DONA MARTHA SALEM

Martha Wanderley Salem era natural do Assu. Professora, pintora (artista plástica), falava a língua alemã fluentemente. Na sua terra natal estudou no Colégio Nossa Senhora das Vitórias, sendo uma das suas primeiras alunas. A sua família Wanderley é uma das mais antigas do Rio Grande do Norte. O seu filho caçula jornalista Minervino Wanderley num artigo postado no nataldeontem.blogspot.com, meses antes da partida dela, Martha, depõe que ela tinha "um amor incondicional pela Áustria", talvez em razão da convivência que teve com as freiras austríacas daquele educandário. E vai mais adiante Minervino ao dizer que "ela falava do Tirol e de sua capital, Insbruck, como se lá vivesse há muito. Tal amor fica bem explicado quando, ao se encontrar com uma amiga que acabara de chegar do "seu" país, disse: "Deixe-me fitar os olhos que fitaram a minha Áustria!"
Martha era filha do Major Minervino Wanderley e dona Carlota Wanderley. Seu pai Minervino foi auto comerciante e exportador de cera de carnaúba e algodão, procurador do Patrimônio de São João Batista, intendente do Assu (1917-19), presidente da Câmara Municipal e vice-prefeito entre 1947 a 1950, daquela terra assuense. 
Dona Martha (era mãe de Emílio Salém já falecido que foi médico no hospital da Fundação SESP, de Assu na década de sessenta) teve uma existência longíqua, faleceu nesta última sexta feira aos 98 anos de idade, na cidade do Natal onde morou quase toda a sua vida.

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sábado, 29 de agosto de 2009

ASSU, CIDADE FESTEIRA

QUANDO A POLÍTICA VALE A PENA

1 - Manoel Montenegro Neto (Manuca), disputou em 1976 sem sucesso, a prefeitura do Assu contra Sebastião Alves que se elegeu folgadamente. Manuca foi depois deputado estadual e federal. Por sinal foi o segundo político assunse a assumir a câmara federal. Manuca pertencia aos quadros do MDB (atual PMDB) e, na assembléia fazia discursos inflamados. Afinal, era um deputado atuante. Cumprindo o seu papel de oposição ao governo militar, combatia a inflação galopante e outros bichos: "Meus amigos, quem é que pode comer uma galinha por três cruzeiros (moeda da época)? Indaga Manuca pateticamente da tribuna daquele parlamento estadual. Um atento observador daquele discurso do parlamentar assuense, respondeu da galeria da assembléia: "O Galo, Manuca!"

2 - Tipo popularíssimo, Zé Carlota foi barraqueiro na feira livre de Assu. Em 1982 candidatou-se a vereador pelo PDS, pelo grupo político do saudoso Zezinho André que foi vice-prefeito do Assu entre 1973 a 1976. Naquele tempo (1982) Zezinho era candidato a prefeito daquela terra assuense. Pois bem, aberto as urnas Zé Carlota não obteve nenhum voto na secção em que votaram ele e sua esposa. Indignado com o acontecido, foi até a casa de Zezinho com a seguinte reclamação: "Compadre Zezinho, que a minha mulher não tenha votado em mim eu acredito. Mas eu, duvido!" É que Carlota foi, certamente, mais uma vítima do mapismo eleitoral, prática muito uzada nas eleições do passado.


3 - Certo prefeito de uma certa cidade do litoral do interior potiguar, prestou contas em plena praça pública de sua terra com a frase adiante: "Meus amigos, dos prefeitos deste município o menos que roubou fui eu". Esta frase se tornou célebre, sendo publicada nos jornais do sul do país e até pela revista americana Time.

4 - Aquele mesmo prefeito teria convidado o governador do Rio Grande do Norte Dinarte de Medeiros Mariz ("o velho do coração do povo"), para inaugurar a Cadeia Pública do município que ele administrava. O prefeito emocionado, concluindo o seu discurso, deixou escapar a seguinte frase: "Governador, a cadeia está inaugurada. Sinta-se em casa." Sorte do velho Dinarte que o discurso era de improviso...


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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

ANDORINHAS NOS CÉUS DO ASSU

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ESTÓRIAS DA POLÍTICA

1 - Em razão de certo acordo político que Aluízio Alves fizera numa certa eleição no Rio Grande do Norte, o senador Agenor Maria foi contrário. Indagado sobre aquele entendimento, bem como o seu caminho a seguir na política potiguar, respondeu: "Eu segue da gota serena se eu subir no palanque com Aluízio". Um observador politiqueiro, saiu-se com essa: "É melhor que ele (Agenor) compre logo uma bengala". Se esqueceu o sábio senador que "em política feio é perder", no dizer de Aluízio Alves. 

2 - A política sempre esteve nos versos dos poetas e cantadores de viola do Nordeste. O poeta popular e também político do PT, chamado Crispiniano Neto, escreveu um dia:

Se você é sapateiro
Corta sola, lixa e senta,
Faz a peça e apalaza,
Prega tacão, polimenta;
Transforma o voto em sapatos
Prá descalçar os mandatos
Destes que calçam quarenta.


quarta-feira, 26 de agosto de 2009

DO VIOLEIRO CHICO TRAIRA

Certo dia, Chico Traira fazendo parte das comemorações que a UFRN organizou para homenagear o folclorista "escritor potiguar mais conhecido no mundo" Luiz da Câmara Cascudo (Cascudinho) como era chamado pelos seus mais íntimos, se saiu com esse repente:

Eis o doutor Cascudinho
Que prestimoso tesouro
Lá no sertão também tem
Cascudo, aranha e besouro,
Os de lá, não valem nada,
Mas este aqui vale ouro.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

PADRE IBIAPINA

José Antônio de Maria Ibiapina era natural de Sobral, Ceará. Nnasceu no dia 5 de agosto de 1806, estudou em Olinda, formou-se em 1832 pela Facudade de Direito de Pernambuco. Foi Juiz de direito, deputado geral pelo Ceará. "Decepcionado abandonou a vida civil para seguir o catolicismo. Aos 47 anos iniciou uma obra missionária visitando várias regiões do Nordeste". Gilberto Freyre depõe que Ibiapina era "a maior figura na igreja católica no Brasil".
Ibiapina foi chamado para pregar na cidade de Assú onde fez grande colheitas com proveitos maravilhosos (...). Achando o lugar próprio e conveniente, instituiu uma casa de caridade, que deixou em boa posição e bem dirigida". Aquela casa denominada "Casa de Caridade", fora instalada no lugar onde hoje está assentado o Instituto Padre Ibiapina!, na cidade de Assu (RN). Ibiapina morrer no dia19 de fevereiro de 1884 na cidade de Araras, Paraíba, onde está enterrado.
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domingo, 23 de agosto de 2009

IMPRENSA NO ASSU I

O jornal "Brado Conservador", foi fundado pelo coronel Antônio Soares de Macêdo & Filhos que comprou o prelo ao jornal "Mossoroense" (atual O Mossoroense) em 1876, que teria fechado por problemas financeiros. Aquele periódico (folha política, moral e noticiosa) que começou a circular em 28 de setembro daquele ano, passou com a Proclamação da República, a chamar-se "Brado Federal" (segundo informações da Biblioteca Nacional). Naquela biblioteca estão as microfilmagens das edições de Abril, julho-setembro de 1878, janeiro-junho de 1879, junho-dezembro de 1880, janeiro de 1881-janeiro de 1882. Aquele jornal semanário, familiar, era impresso à Rua de Ortas, 24 (no primeiro andar do sobrado conhecido como Sobrado do Seminário), atual Moisés Soares "e se destinava a advogar a causa do Partido Conservador, fazendo oposição a Elias Souto (fundador da imprensa diária no Rio Grande do Norte) do Partido Liberal, proprietário do jornal "Correio do Assu".

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sábado, 22 de agosto de 2009

GERALDO DANTAS

Geraldo Dantas foi um dos primeiros funcionários do Banco do Brasil, de Assu, ainda no tempo em que aquela casa bancária funcionava onde hoje é o escritório da Secretário Estadual de Tributação, esquina com a praça Getúlio Vargas. Geraldo chegou no Assu ainda jovem, procedente de Nízia Floresta, sua terra Natal. Em Natal, salvo engano, ele foi companheiro de quarto de Jessé Freire que foi senador da República e com quem ele tinha o prazer de ter sido amigo íntimo. No Assu chegando, casou-se, constitui família (nove filhos), fez muitos amigos e, em razão da convivência com os poetas daquela terra assuense começou a fazer versos. Era festeiro, carnavalesco (foi Rei Momo), gostava de discursar e declamar nas festas sociais realizadas nos clubes, nos bares e nas casas de amigos daquela cidade.
Afinal, feliz daquele que chegou a conhecê-lo e com ele ter convivido. O poeta Geraldo numa feliz inspiração, em homenagem a terra que lhe acolheu, escreveu o soneto intitulado "Assu" (numa demonstração de que "o seu estro poético é dos melhores"), que diz assim:

Assu, gleba feliz de rútilos poetas
Que a musa, enternecida, inspira, ardentemente!
Predestinado povo, em tua rima quente
Tua própria grandeza em versos interpretas!

Longe, as carnaubeiras tremulam, mansamente!
O leque em riste aos céus, garbosamente eretas,
Sempre a cantar hosana à deusa dos estetas
Tal como um eterno hino ao Deus onipresente.

Oh! terra de grandeza... elcelsa maravilha!...
Como é bela e risonha a magestosa trilha
Que palmilhas, cantando, em fulvos estrebilhos...

Teu riso é um magistral poema alexandrino
Cinzelado ao calor de um sol alabrastino
pela fada do amor, na pena dos seus filhos.

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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

"É O NÊGO"

Arcelino Costa Leitão era natural de São Sebastião do Umbuzeiro, alto sertão da Paraíba. Chegou na cidade de Assu como gerente da antiga Lojas Paulista, que depois passou a ser denominada Casas Pernambucanas (Grupo Ludgren). Tempos depois foi secretário de João Câmara, dirigindo a firma algodoeira João Câmara & Irmãos (estabelecida a rua hoje denominada Senador João Câmara, onde atualmente está assentado alguns prédios comerciais do senhor Sebastião "Tião" Diogenes, entre as ruas professor Alfrêdo Simonette e Sinhazinha Wanderley, com fundos para o campus avançado), que depois funcionou a SANBRA - Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro e posteriormente a Kuk, firma também algodoeira.
Costa era vaidoso ao extremo, cheio do dinheiro, influente, com todos os requesitos para ter sucesso na vida pública, foi convidado pelo deputado Edgard Montenegro para ser o seu vice-prefeito na chapa que encabeçava nas eleições de 1958. Pois bem, dr. Pedro Amorim que já teria sido intendente, prefeito do Assu, deputado estadual Constituinte, já morando em Natal, mas ainda com muita influência nas decisões políticas do Assu, vetou o nome de Costa em solidariedade a um amigo que tinha perdido sua mulher que fugiu para Fortaleza com ele, para viver um caso de amor. Costa tratou logo de se aproximar do deputado Olavo Montenegro e saiu candidato a prefeito pelo PSD, ganhando a eleição para Edgard e Sondoval Martins, da UDN, tirando o sonho de Edgard de voltar pela segunda vez a governar a sua terra natal.
Costa na década de trinta foi presidente do Fortaleza Futebol Clube. A sua fotografia está na galeria dos ex-presidentes daquele clube cearense. Ainda no Assu, Costa fundou o Centro Sportivo Assuense. Na iniciativa privada foi comerciante no ramo de confecções, loja estabelecido a rua São João, Centro do Assu.
Nas eleições de 1968, foi candidato novamente a prefeito pela ARENA, com Francisco Evarista de Oliveira Sales (dr. Sales) como seu vice, contra João Batista Lacerda Montenegro que ganhou a eleição por apenas 26 votos de maioria, que tirou também o sonho de Costa de governar o Assu pela segunda vez. A fotografia acima é a mesma da propaganda eleitoral (daquela sua campanha) explorando naquela propaganda, apenas a seguinte escrição: "É o Nêgo", como era chamado carinhosamente pelos seus correligionários.
Afinal, Costa inovou, modernizou a cidade de Assu, bem como movimentou promovendo bailes elitizados com apresentação de grandes orquestras nacionais e internacionais, no clube que ele denominou de Clube Municipal. Morreu pobre, no começo da década de setenta (naquela época dirigia o escritório local da COSERN), amargando um ostracismo imposto por uma sociedade que lhe jogava confetes quando no auge do poder, numa demonstração que a História sempre se repete!

Em tempo: Costa, penso eu, foi quem quem inventou showmício em campanhas políticas, pois já em 1958 contratou Luiz Gonzaga (O Rei do Baião) com quem tinha o prazer de gosar da sua amizade, para se apresentar na praça pública do Assu, numa certa concentração daquela sua campanha para prefeito da terra assuense. Fica o registro.

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OTHONIEL MENEZES


Othoniel Menezes de Melo (1895-1969), considerado como "Príncipe dos Poetas do Rio Grande do Norte", nasceu em Natal e faleceu no Rio de Janeiro. Ele é autor da famosa canção considerada o Hino da cidade do Natal intitulada "Serenata do Pescador", conhecida popularmente como "Praieira", além dos livros de poesia sob o título "Germen", 1918, "Jardim Tropical", 1923, "Sertão de Espinho e Flor", 1952, e "A canção da Montanha", 1955, além de ter dado a sua colaboração na imprensa de Natal como em A República, Diario de Natal, entre outros jornais daquela capital. Othoniel era membro da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, cadeira número 23, que tem como patrono o escritor Antônio Glicério, sucedendo o escritor Bezerra Junior. Conta-se que aquela academia nunca chegou a frequentar, pois teria aceitado a imortalidade por insistência de amigos.
Como assuense faço registrar que Othoniel teve convivência com os poetas do Assu, como Renato Caldas (poeta que o Brasil consagrou) que tratava Othoniel de "primoroso poeta", João Lins Caldas ("pai do modernismo"), Deolindo Lima, dentre outros. Por sinal, fora aquele tenor assuense Deolindo quem interpretou oficialmente pela primeira vez a sua famosa canção Praieira, no palco do Teatro Carlos Gomes (atual Alberto Maranhão) no dia 16 de dezembro de 1922.
Vejamos transcrito abaixo, a primeira estrofe da referida canção que imortalizou esse bardo potiguar:


Praieira dos meus amores,
encanto do meu olhar!
Quero cantar-te os rigores
sofridos a pensar
em ti, sobre o alto mar...
Ai! Não sabes que saudade
padece o nauta a partir,
- sentindo, na imensidade,
o seu batel fugir,
incerto do porvir! (...)

E ainda escreveu aquele poeta parnasiano "que tinha o domínio ímpar da técnica e da forma poética", o poema adiante:

És linda. Iara Morena,
pulando, da água serena
do Potengi, a cantar,
nua, à sombra dos coqueiros,
perfumada de cajueiros,
- os seios furando o mar!

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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

ENCHENTE DO RIO PIRANHAS, 1974


Clique na imagem para melhor visualizar.

As maiores cheias do Rio Piranhas/Assu, ocorreram nos anos de 1924 e 64. Em 24 as águas daquele Rio chegaram até a calçada, fundos da igreja matriz de São João Batista, de Assu. Na fotografia, data de 1974 podemos ver o deputado Edgard Montenegro (de óculos) e o governador Cortez Pereira (em pé na canoa). Edgard naquela época era auxiliar do governo Cortez, na qualidade de presidente da COFAN - Companhia de Fomento Agrícola Norte-Rio-Grandense.

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JOÃO LINS CALDAS NA EXPOTEC 2007


"Apresentação do pôster, sobre o poeta assuense João Lins Caldas, na EXPOTEC 2007 realizado na unidade sede do CEFET-RN."

Conheça a vida e obra deste bardo potiguar nos endereço adiante: JOÃOLINSCALDASPOETA.BLOGSPOT.COM




















MOSSORÓ

Mossoró - Abolição
A cidade coração
Onde mora a liberdade
A "24 de junho"
Deu o nobre testemunho
De amor a humanidade

Renato Caldas
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PAU DE SEBO

Nos meus verdes anos foi o Pau de Sebo um dos melhore divertimentos. Não era constante. Realizava-se essa diversão de tempos em tempos. Quase sempre era escolhido um domingo à tarde. Não faltava expectadores. O comparecimento maior era da garotada. Não precisa ir muito longe. Tratava-se de uma haste com cinco metros de altura, devidamente ensebada, tendo no seu topo uma cédula (...).
O disputante ao prêmio tinha que fazer força para alcançar o ponto onde a cédula estava colocada. Daí a diversão. Cada tentativa era um fracasso recebido pela assintência com uma vaia entontencedora. Várias vezes era repetida a operação. Não sei se era por desgaste do sebo em virtude de constantes subidas da garotada ou se era por maior agilidade de algum deles, o certo é que um dos participantes do folguedo terminava conseguindo alcançar a cédula e retirá-la sob gritos festivos e aplausos dos presentes.
Esse brinquedo, ao que parece, não está muito em voga atualmente.

Francisco Amorim
(Do seu livro "Assu de Minha Meninice", 1982)

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...