segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
sábado, 13 de fevereiro de 2016
Academia Pernambucana de Letras (APL)
Lúcia Gaspar
Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco
Foi fundada em 26 de janeiro de 1901, por Joaquim Maria Carneiro Vilela e um grupo de literatos radicados no Recife, tendo como objetivo "promover a defesa dos valores culturais do Estado, especialmente no campo da criação literária".
É uma instituição civil, de utilidade pública e foi a terceira academia de letras fundada no Brasil. A primeira foi a do Ceará, criada em 1894, três anos antes da Academia Brasileira de Letras (1897).
No início, as reuniões da APL eram realizadas em salas do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano. Em 1966, passou a funcionar em sede própria, num casarão na Av. Rui Barbosa, n. 1596, que pertenceu ao Barão Rodrigues Mendes, João José Rodrigues Mendes um comerciante português. O Governo do Estado de Pernambuco, na época do então governador Paulo Guerra, desapropriou o imóvel, doando-o à Academia, através do Decreto n.1.184, de 14 de janeiro de 19666. O edifício-sede da Academia é conhecido como a Casa de Carneiro Vilella. Os móveis e as obras de arte foram doados, em sua maioria, pela sociedade pernambucana, incluindo doações do arcebispo Dom Helder Câmara. Em 1911, foi aumentado o número de acadêmicos de vinte para trinta e, em 1960, passou para quarenta cadeiras, por sugestão do acadêmico Mauro Mota. Compõe-se hoje de quarenta membros, podendo ter o mesmo número de sócios correspondentes, residentes em outros Estados ou no Exterior. Os acadêmicos não usam o fardão, como na Academia Brasileira de Letras. O fardão foi substituído por um colar dourado, com medalhão distintivo. A APL possui uma biblioteca, um auditório e edita a Revista da Academia Pernambucana de Letras, que apesar de ter uma periodicidade irregular, é publicada desde 1901. Promove e estimula iniciativas de caráter cultural, concede prêmios literários, medalhas, troféus e títulos honoríficos, realiza cursos, reuniões e simpósios destinados ao estudo, pesquisa e discussões sobre literatura, especialmente a pernambucana. Recife, 13 de junho de 2003. (Atualizado em 20 de agosto de 2009).
FONTES CONSULTADAS:
CENTENÁRIO da Academia Pernambucana de Letras: os de ontem, os de hoje, os de sempre. Recife: APL, 2001. 2 v.
CHACON, Vamireh. Uma academia de Pernambuco e do Nordeste. Cultura, Brasília, ano 8, n. 30, p. 85-89, jul./dez. 1978.
SUPLEMENTO CULTURAL D.O. PE, Recife, ano 15, jan. 2001. [Fascículo dedicado à APL].
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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
REGINALDO ANDRADE
Reginaldo Andrade era uma pessoa muito querida em Santa Cruz.
Funcionário público federal, lotado no DNOCS, vereador,marchante,cozinheiro de mão cheia e boêmio.
Reginaldo, casado com dona Maria, morou durante os últimos anos de vida, ao lado do açude público de Santa Cruz, em local chamado Beira-Rio.
Foi durante muito tempo, proprietário de um restaurante, em um prédio ao lado de sua casa, pertecente ao Major Theodorico Bezerra.
Nos finais de semana o restaurante ficava lotado de gente, para saborear a chã-de-fora,assada na brasa, feita por ele.
Vez por outra,Reginaldo chamava o táxi de Luiz Fernando,um opala 72,para ir à feira,comprar uma perua, para preparar em casa e convidar os amigos para comer,tomando cachaça e cerveja.
Costumava beber com Joaquim Lelê, em um boteco próximo da casa das bicicletas de Edvaldo Umbelino. Apreciava cachaça e ultimamente,já sentindo o peso da idade, bebia acrescentando pimenta no copo,pois segundo ele dizia,era bom pra manter o tesão.
Um belo dia ele estava com Lelê e apareceram umas meninas de Maria Gorda no boteco e ficaram bebendo com eles até muito tarde.
Dona Maria, preocupada com a demora, pergunta a um rapaz que passava de moto se ele sabia do paradeiro de Reginaldo. O rapaz informou:
-Ele está num buteco na rua do canjerê, com Lelê e uma três quengas.
Foi o suficiente pra dona Maria ficar furiosa.
Uma hora depois, chega Reginaldo, no opala de Luiz Fernando,já embriagado e cansado.Não entrou nem em casa, foi direto pra uma rede que ficava armada no alpendre,onde descansava ao meio dia,após o almoço.
Deitou-se,cobriu o rosto com um lençol e antes que pudesse cochilar,dona Maria apareceu aos gritos:
-Cabra velho sem-vergonha,não tem vergonha na cara,pai de neto,funcionário público,ex-vereador,sentado num buteco com aquele outro sem-vergonha do Lelê com uma ruma de rapariga.
Continuou dona Maria,aos berros:
-Você sabia que é corno ? Pois se não sabia,fique sabendo,você é corno de rapariga.
Reginaldo calmamente,tirou o lençol do rosto,olhou pra dona Maria bem calmo e falou:
-Eu num vi,num voga!
Puxou o lençol pra cara e foi dormir."
Chl
FOTO DE SATÉLITE MOSTRA O RN À NOITE
TodoNatalense
"O RN visto a noite pelo satélite da Nasa, além dos demais Estados do NE."Wassil é anunciado novo técnico do ASSU
Técnico Wassil Mendes é bastante rodado no futebol potiguar |
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
Neto do Presidente João Goulart é parado em blitz, faz o teste do bafômetro e dá exemplo. Viu Aécio?
Christopher Goulart, Senador suplente pelo PDT/RS, relatou em sua página do Facebook a abordagem a que foi submetido por uma operação da Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre (EPTC).
O neto de joão Goulart fez o teste do bafômetro e deu um exemplo de cidadania a todos.
Christopher ainda parabenizou o trabalho da EPTC, que fez a operação em conjunto com o Detran, e deixou um recado:
"Álcool e direção não combinam.
Então, vale sempre relembrar: Se beber não não dirija".
O irmão de Christopher - João Alexandre - que já foi entrevistado pelo Debate Progressista, comentou a publicação:
"Diferentemente de muitos políticos que se valem de "carteiraços" aqui está meu irmão Christopher que de boa passou tranquilamente pelo bafómetro em uma blitz da Balada Segura aqui em Porto Alegre.
Quem não deve não teme, basta só andar na legalidade!
Parabéns Christopher Goulart!".
"Diferentemente de muitos políticos que se valem de "carteiraços" aqui está meu irmão Christopher que de boa passou tranquilamente pelo bafómetro em uma blitz da Balada Segura aqui em Porto Alegre.
Quem não deve não teme, basta só andar na legalidade!
Parabéns Christopher Goulart!".
MEU TORRÃO VELHOS CARNAVAIS
Que saudades dos velhos carnavais, tanto da minha infância quanto da adolescência. Na festa momesca de outrora, quando criança, eu tinha um medo danado de ‘papangu’ e ‘papafigo’ quando estes saíam do hotel de Chico Travessa para a tarde de matinê no Country Club, juntamente com a banda do 16 RI, comandada por Praxedes e Heitor.
O club era bem administrado, com carteira de sócio e muita organização. A comissão julgadora determinava o bloco carnavalesco vencedor. Lembro de alguns blocos que participavam do desfile do domingo de carnaval, pela manhã:
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-Os Econômicos: esse bloco era representado por jovens estudantes. Eles tinham uma grande criatividade, principalmente, na alegoria incomensurável e na roupa. Tinham base em Tio Patinhas. Geralmente eram os campeões.
-Jovem Samba: era comandado por rapazes e moças com o seu enredo oficial. Consideravam um bloco elitizado, inclusive com muitos universitários. Era um eterno perdedor. Nem lembro se foi vice-campeão alguma vez. Um pouco do enredo: ’ ...olha a rapaziada, oba; que também tem mulher, oba...é o jovem-samba que eu trago guardado no meu coração, oba, oba, oba...’. É danado que eu torcia por esse bloco, pois tio Hélio Carneiro participava dessa juventude nada sambista.
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-Xafurdo: esse bloco era composto por rapazes e moças. Eram pessoas mais maduras e mais experientes, embora fossem também eternos perdedores. Esse bloco também tinha enredo: ‘mamãe vou sair de casa, papai eu vou xafurdar , meu irmão quem sabe depois se posso me casar...’.
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-Metralhas: não podemos esquecer a fantástica batucada nota 10 desse bloco, comandada pelo amigo Nego Baião.
-Inocentes: participavam por puro prazer. Eram verdadeiros carnavalescos.
É bom lembrar que à noite existiam blocos de moças que transbordavam rios de alegria e de charme, com suas belas roupas ou mortalhas desfilando no Country Club.
Antes do carnaval de club se acabar, apareceram outros blocos carnavalescos, como Piratas, Magnatas, Chefões, Xavantes, Patotinhas e outros que eu não recordo.
Existiam alguns blocos improvisados que numa brincadeira sadia saíam nas ruas com muita batucada e mistura de maizena com talco. A bateria era improvisada com panelas velhas, lata de óleo, que servia de reco-reco, além de bombo e tarol.
É preciso lembrar de pierrôs, colombinas, confetes, serpentinas e palhaços. Sim, a mamadeira no pescoço, com Coca-Cola e Ron Montilla, que a juventude embriagada perdia paixões efêmeras com os mistérios da ressaca de uma ilusão perdida.
O ‘assalto’ era pré-determinado nas casas de alguns carnavalescos. Antônio Rufino ‘assaltava e era assaltado’, era um grande folião e não largava o lança-perfume argentino. À noite, no Country Club, pedia as grandes marchinhas carnavalescas a Praxedes. Raimundo Cavalcanti, outro grande folião, jogava confetes e serpentinas do palco do Club para o salão.
Agora, aqui pra nós, eu duvido um carnaval antigo sem João Adauto. Animado, puxava o carnaval no sábado de Zé Pereira ao lado do rei momo, da rainha e de muitos foliões. Animava os quatro dias de carnaval, tanto de rua como de club, dia e noite.
Ei, Gerson, não esqueci de você, que ao lado de João Ferreira saíam os quatro dias de carnaval numa carroça. Bêbados, eram comandados por um jumento.
Na hora que estava fazendo essa crônica, lembrei-me de um bloco composto só de mulheres. Moças jovens, bonitas e animadas que brincavam os quatro dias de carnaval na carroceria de um caminhão. Que moças eram elas?. Nome do bloco: ‘Só Pra Chatear’. Eu era menino e o bloco era de 1969 e 1970. Você se lembra?
Finalmente vale lembrar uma frase de Câmara Cascudo: “Um povo sem raiz cultural não tem identidade; e um povo sem identidade é um povo morto”.
E você participou desse belo e velho carnaval?
Marcos Calaça, jornalista cultural.
Comissão aprova veterinário gratuito para animais de pessoas carentes
Projeto ainda deve passar por três comissões da Câmara
A
empresária e protetora de animais Leda Frota acredita que abandonos
acontecem porque muitas pessoas não conseguem custear o atendimento
veterinário e a aprovação desse projeto poderia mudar esse quadro.
"O
mais caro para a pessoa que tem um animal de estimação e para quem
também ajuda animais de rua é o veterinário, porque às vezes o caso nem é
grave. Aí você leva, o veterinário diz: ‘é só essa medicação e o resto
de remédio você dá em casa’. A gente pode comprar o remédio, pode
comprar a ração, mas a consulta, o atendimento, eles cobram muito caro.
Então,
facilitaria muito e isso, sim, não geraria o abandono."O deputado autor
do projeto, Ricardo Izar, do PSD paulista, critica o fato de, segundo
ele, o Brasil não investir em políticas públicas para tratar dos
direitos dos animais domésticos. Ele também explica como o projeto vai
ser viabilizado."Na verdade, quem faz o grande papel que o Estado
deveria fazer são as ONGs de proteção animal, são as protetoras, os
ativistas que trabalham na causa animal e que fazem um papel que deveria
ser de responsabilidade do Estado.
O
projeto contempla que podem ser firmados convênios com ONGs,
universidades, com clínicas veterinárias particulares. Isso vai ficar a
critério dos municípios, dos estados e da federação. Quem vai
regulamentar isso vai ser o Ministério da Saúde."Paula Galera é
professora em um hospital veterinário de Brasília e, para ela, mais do
que oferecer atendimento, o governo deve fazer campanhas de
conscientização com a população no que se refere à prevenção de doenças
que coloquem em risco a saúde humana e o controle de natalidade dos
animais.
"Dependendo
da maneira como esse programa for feito e administrado, eu acredito sim
que isso venha trazer um grande beneficio à população carente. E que
seja dado foco, primordial, na educação dessa população, principalmente
no que se refere à prevenção das doenças transmitidas entre os animais e
dos animais para o ser humano, que são as zoonoses, e também no
controle de natalidade desses animais."O projeto de lei ainda deve ser
analisado pelas comissões de Meio Ambiente, de Finanças e Tributação e
de Constituição e Justiça.
Fonte: Câmera dos Deputados
CHACINA PROVOCADA POR UM DESVIRGINAMENTO
Por Gilberto Freire de Melo
Na periferia de Mossoró, estado
do Rio Grande do Norte, duas famílias se envolveram tragicamente num
episódio amoroso de um casal que, olvidando o controle de seus instintos
sexuais, fez valer o império dos seus desejos, sem qualquer preocupação
com as consequências.
Eram cinco os filhos varões de
Joaquim Teixeira, um representante da classe média alta da localidade.
Frequentaram e frequentavam as melhores escolas, e os mais desenvolvidos
ambientes sociais e de trabalho, numa acurada preocupação
profissionalizante de seu pai. Enfim, todos com promissor desempenho na
vida futura. Além de destacados representantes da sociedade local, eram
dotados de relativa apresentação pessoal, tendo compleição física para
além das exigências mínimas das moças casamenteiras da região,
considerados se não ótimos, mas bons partidos para os olhos de
familiares que queriam, para suas filhas, algo mais que os dotes da
beleza pessoal.
Sem saber como, um dos filhos de
Joaquim, chamado Lourival, inventou de namorar com Maria das Graças,
de virtudes e conduta ilibadas, pertencente a uma família que igualmente
se mantinha sob o respeito e a consideração da localidade e de onde
pudesse chegar o conhecimento da postura de seus componentes, nada
deixando a desejar com relação à nobreza de Lourival.
Não decorreu grande espaço de
tempo e Maria das Graças, que, é bom salientar, era uma graça de mulher,
embora a precocidade de sua formação, representando aquilo que se chama
uma criança com gosto de mulher, queixou-se aos pais, através de uma
senhora da vizinhança, que, não resistindo às investidas do namorado,
tinha passado o pé adiante da mão e se encontrava desvirginada. Pedia
que levasse ao conhecimento da família, pois sentia que Lourival estava
espaçando as suas visitas, como se quisesse fugir da responsabilidade e
afastar-se do distrito da culpa.
Dito e feito.A vizinha, a que
Maria das Graças confidenciara o seu erro, não esperou por nada. Foi à
casa de Antônio Borja, pai da ofendida, e passou todo o ocorrido para a
esposa deste que, no mesmo dia, antes mesmo de passar a filha em
confissão, contou ao marido que selou o cavalo e se mandou para a
fazenda de Joaquim, a exigir reparação.
A conversa com o pai de Lourival deixou Seu Antônio
preocupado pelo fato de não se configurar o propósito, como ele queria,
de remiedar imediata e amistosamente a situação. Joaquim lhe prometera
conversar com o filho para saber as suas intenções e daria ciência a
ele, o pai da ofendida.
Não havendo a resposta prometida dentro do prazo estabelecido, Seu Antônio
voltou a visitar a casa de Joaquim, ocasião em que os ânimos se
alteraram e a conversa passou a ser menos amistosa. Lourival, que estava
presente a tudo, alegou que não era dele a autoria, pois a própria
Maria das Graças lhe confessara um erro anterior, não vendo qualquer
pecado de sua parte na questão.
Humilhado, porém inconformado, Seu Antônio
voltou para casa, sozinho, pensando no que seria de seus brios quando a
população tomasse conhecimento. Nesses casos, a solidão se torna uma
péssima conselheira. E durante todo o trajeto, parecia-lhe ouvir algumas
vozes que, de tanto repetir a expressão acabou sendo utilizada por ele
mesmo, falando sozinho, imitando a suposta voz que insistia. E se ouviu
dizendo bem alto:
- Ou casa com ela ou comigo!
Chegou à casa, chamou a mulher e
os quatro filhos homens e Maria das Graças que, dada a gravidade do
momento, deixara de ser a Gracinha de seus quindins, Comunicou a todos
que estava ciente do que ocorrera, que não tinha outro remédio além do
casamento, e que estava disposta a enfrentar quem se atravessasse a
contrariar os seus propósitos. Após sentir a aprovação de todos, repetiu
o que lhe induzira aquela voz, durante a viagem:
- Ou casa com ela ou casa comigo.
Outras diligências se efetivaram
sem, contudo, se manifestar qualquer disposição de Lourival para
reparar a ofensa praticada que não seria digerida ou perdoada naquelas
circunstâncias e naquelas paragens. Já se sabe que ofensa maior não
existia, pois não estava em jogo apenas a virgindade da jovem, mas
degradada, desmoralizada estava e ficaria toda a família e o nome que, a
muito custo, se fazia respeitar desde priscas eras.
Assim, passaram-se os dias e num amanhecer qualquer, Seu Joaquim,
o pai de Lourival, foi assassinado em sua residência por um
desconhecido - quem sabe? - um pistoleiro de aluguel cuja frequência não
era tão rara nos arredores.
A loucura tomou conta de todos os habitantes e conhecidos da família de Seu Joaquim
que lamentavam o fato, porém, não tinham como o reprovar pois o apoio
dado por ele à conduta de Lourival não podia conduzir a outro destino.
Até aí estava apagado o estopim, apesar de azeitado. Sepultado Seu Joaquim,
os ânimos se acirraram e não houve mais sossego. Desapareceram, ou
foram encontrados mortos, todos quantos se relacionaram com a aventura
de Maria das Graças que provocara o assassino do pai de Lourival. Pai,
irmãos, parentes de Maria das Graças pistoleiros envolvidos ou supostos
de envolvimento não foram poupados. O próprio Lourival que fora o
principal causador da morte de seu pai não foi perdoado e foi executado
sem choro nem vela.
Assim, dando essas lições que se
apagam facilmente da memória dos habitantes, resistiu bravamente esta
honrada área geográfica, chamada Nordeste Brasileiro, sem contribuir,
enquanto pôde, com a extinção desse legado de culturas medievais,
transmitido por exigentes tradições e condutas religiosas praticadas
ainda hoje por onde quer que se façam prevalecer o judaísmo, islamismo ou seus remanescentes.
Gilberto Freire de Melo
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
Implante espinhal pode fazer paralíticos voltarem a andar
E-Dura: implante estimula nervos responsáveis pelo movimento das pernas
Ratos com diversos danos na espinha dorsal conseguiram voltar a andar por meio de um implante, indicando um novo tratamento para pessoas com paralisia.
Um grupo de cientistas franceses criou uma fita prostética, equipada com eletrodos e esticada ao longo da medula espinhal.
A prótese é maleável e consegue se adequar aos tecidos que revestem a espinha dorsal, evitando desconforto ao paciente.
Ratos com paralisia que receberam o implante foram capazes de andar sozinhos após algumas semanas de treinamento.
Os pesquisadores da Ecole Polytechinque Fédérale de Lausanne, na França, acreditam que o aparelho pode durar 10 anos em humanos, antes de precisar ser trocado.
O implante, chamado de "e-Dura", é eficiente pois imita o tecido mole que fica ao redor da espinha (o dura-máter), de forma que o organismo não rejeita sua presença.
"Nosso implante e-Dura pode permanecer por um longo período de tempo na medula espinhal ou cortex", afirma o professor Stéphanie Lacour, que participa do projeto.
"Isso abre novas possibilidades terapêuticas para pacientes que sofrem de traumas ou distúrbios neurológicos, especialmente indivíduos que ficaram paralisados após sofrerem danos na espinha", diz Lacour.
Maleabilidade - Experimentos anteriores mostraram que eletrodos e substâncias químicas implantadas na espinha podem assumir o lugar do cérebro e estimular nervos, fazendo com que as pernas se movam involuntariamente quando acionadas.
Esse é o primeiro estudo a mostrar que um simples dispositivo pode ajudar ratos a andar novamente e ser tolerado pelo organismo.
Os cientistas tiveram problemas para encontrar um aparelho que pudesse ser inserido próximo à espinha ou cérebro.
Isso porque ambos os órgãos são revestidos por um tecido que inflamar ou ser ferido pela superfície dura de implantes.
O novo dispositivo, porém, é flexível o suficiente para ser inserido diretamente na medula espinhal. Ele imita as propriedades mecânicas do tecido vivo e pode fornecer impulsos elétricos e drogas que ativam as células.
O implante é feito de silício e coberto com fios de ouro capazes de conduzir eletricidade.
Os eletrodos são de platina e também podem ser entortados em qualquer direção, sem quebrar.
O dispositivo foi testado principalmente em casos de danos na medula espinhal em ratos paralisados, mas os pesquisadores acreditam que ele poderá ser usado em pacientes com epilepsia, mal de Parkinson e com dores crônicas.
Os cientistas esperam começar os testes clínicos em humanos nos próximos anos.
Fonte:exame.abril.com.br
De: http://www.ceduf.com.br/
terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
Rui Falcão assume defesa de Lula: 'Nunca um ex-presidente foi tão caluniado'
A partir da iniciativa do presidente nacional do PT, Rui
Falcão, o partido deve iniciar uma série de ações no sentido de fazer a
defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No
sábado (07), em nota publicada no site do PT, Falcão afirma que nunca no
Brasil um ex-presidente foi 'tão caluniado, difamado, injuriado e
atacado como o companheiro Lula'. Para ele, há uma uma tentativa de
linchamento moral e político de Lula, baseada em 'denúncias sem provas',
'como virou moda' nos últimos meses.
As críticas, segundo
Falcão, são feitas por inconformados com a aprovação inédita que Lula
tinha ao deixar o governo e partem de um 'consórcio entre a oposição
reacionária, a mídia monopolizada e setores do aparelho de Estado
capturados pela direita', que quer converter Lula em vilão.
'O
legado de realizações a favor dos mais pobres, a elevação do Brasil no
cenário mundial, os sucessos na educação, na saúde, nos programas
sociais, na área da infraestrutura, em seus oito anos na Presidência,
precisa ser destruído para que Lula não possa retornar em 2018. Ainda
que ele nunca tenha dito que pretende voltar', diz o presidente do PT.
Na
nota, afirma ainda que por mais que as explicações 'desmintam a farsa',
a 'mídia conservadora prossegue com o massacre de mentiras': 'O dever
da prova não é mais de quem acusa, mas de quem é acusado, delatado,
caluniado. Como diz o professor Luiz Gonzaga Belluzzo, 'primeiro
aponta-se o criminoso, depois vasculha-se o crime'. Falcão convocou a
militância do PT e 'quem tem compromissos com a democracia' a combater o
que chama de 'cerco criminoso' ao ex-presidente Lula.
Um fato
que deve ser observado é que a defesa aguerrida que Rui Falcão faz em
relação a Lula e os argumentos que ele utiliza, não valem para todos,
inclusive para outros petistas. Caso do senador Delcídio do Amaral, que
Falcão, mesmo sem conhecer as acusações, sumariamente o condenou.
Da Redação
http://www.jornaldacidadeonline.com.br
CARNAVAL ASSU
último dia de carnaval o bloco camaleão animará o carnaval em assú
O
bloco Camaleão sairá pelo quinto ano seguido nesta terça-feira de
carnaval, animando as ruas do Assú. Os organizadores, através do
empresário João Walace, confirmaram a concentração do bloco na
terça-feira (09), no Posto Constantino, a partir das 17h, percorrendo as
ruas Dr Luiz Carlos, Luiz Correia de Sá Leitão, Avenida João Celso
Filho (parte), Rua João Pessoa, Rua Augusto Severo e finalizando na Av.
Senador João Câmara, no Centro da cidade.
A
folia de rua vai ficar por conta do mini trio puxado pelo ritmo de
Almir Elétrico e banda! A festa é aberta ao público, o requisito é
trazer muita alegria para pular no Bloco Camaleão no Carnaval do Assú.
Simbora para o bloco do povão!!
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
Política: O que é ser esquerda, direita, liberal e conservador?
Andréia Martins
a Novelo Comunicação
a Novelo Comunicação
Nas eleições presidenciais e estaduais de 2014, o Brasil assistiu a uma
onda de discursos agressivos, especialmente nas redes sociais, que se
dividiam em dois lados: os de esquerda e os de direita, associadas pela
maioria aos partidos PT e PSDB, respectivamente.
Definir um posicionamento político apenas pelo viés partidário pode ser uma armadilha repleta de estereótipos, já que essa divisão binária não reflete a complexidade e contradições da sociedade. O fato é que não existe um consenso quanto a uma definição comum e única de esquerda e direita. Existem “várias esquerdas e direitas”. Isso porque esses conceitos são associados a uma ampla gama de pensamentos políticos.
Com a Assembleia Nacional Constituinte montada para criar a nova Constituição, as camadas mais ricas não gostaram da participação das mais pobres, e preferiram não se misturar, sentando separadas, do lado direito. Por isso, o lado esquerdo foi associado à luta pelos direitos dos trabalhadores, e o direito ao conservadorismo e à elite.
Dentro dessa visão, ser de esquerda presumiria lutar pelos direitos dos trabalhadores e da população mais pobre, a promoção do bem estar coletivo e da participação popular dos movimentos sociais e minorias. Já a direita representaria uma visão mais conservadora, ligada a um comportamento tradicional, que busca manter o poder da elite e promover o bem estar individual.
Com o tempo, as duas expressões passaram a ser usadas em outros contextos. Hoje, por exemplo, os
partidários que se colocam contra as ações do regime vigente (oposição) seriam entendidos como “de esquerda” e os defensores do governo em vigência (situação) seriam a ala “de direita”.
Para o filósofo político Noberto Bobbio , embora os dois lados realizem reformas, uma diferença seria que a esquerda busca promover a justiça social enquanto a direita trabalha pela liberdade individual.
Após a queda do Muro de Berlim (1989), que pôs fim à polarização EUA x URSS, um novo cenário político se abriu. Por isso, hoje, as palavras ‘esquerda’ e ‘direita’ parecem não dar conta da diversidade política do século 21. Isso não quer dizer que a divisão não faça sentido, apenas que ‘esquerda’ e ‘direita’ não são palavras que designam conteúdos fixados de uma vez para sempre. Podem designar diversos conteúdos conforme os tempos e situações.
"Esquerda e direita indicam programas contrapostos com relação a diversos problemas cuja solução pertence habitualmente à ação política, contrastes não só de ideias, mas também de interesses e de valorações a respeito da direção a ser seguida pela sociedade, contrastes que existem em toda a sociedade e que não vejo como possam simplesmente desaparecer. Pode-se naturalmente replicar que os contrastes existem, mas não são mais do tempo em que nasceu a distinção", escreve Bobbio no livro "Direita e Esquerda - Razões e Significados de uma Distinção Política".
No Brasil, essa divisão se fortaleceu no período da Ditadura Militar, onde quem apoiou o golpe dos militares era considerado da direita, e quem defendia o regime socialista, de esquerda.
Com o tempo, outras divisões apareceram dentro de cada uma dessas ideologias. Hoje, os partidos de direita abrangem conservadores, democratas-cristãos, liberais e nacionalistas, e ainda o nazismo e fascismo na chamada extrema direita.
Na esquerda, temos os social-democratas, progressistas, socialistas democráticos e ambientalistas. Na extrema-esquerda temos movimentos simultaneamente igualitários e autoritários.
Há ainda posição de "centro". Esse pensamento consegue defender o capitalismo sem deixar de se preocupar com o lado social. Em teoria, a política de centro prega mais tolerância e equilíbrio na sociedade. No entanto, ela pode estar mais alinhada com a política de esquerda ou de direita. A origem desse termo vem da Roma Antiga, que o descreve na frase: "In mediun itos" (a virtude está no meio).
A política de centro também pode ser chamada de "terceira via", que idealmente se apresenta não como uma forma de compromisso entre esquerda e direita, mas como uma superação simultânea de uma e de outra.
Essas classificações estariam divididas no que podemos chamar de uma “régua” ideológica:
EXTREMA-ESQUERDA | ESQUERDA | CENTRO-ESQUERDA | CENTRO | CENTRO-DIREITA | DIREITA | EXTREMA-DIREITA
Para os brasileiros a diferença entre as ideologias não parece tão clara. Em 2014, durante as eleições, a agência Hello Research fez um levantamento em 70 cidades das cinco regiões do Brasil perguntando como os brasileiros se identificavam ideologicamente. Dos 1000 entrevistados, 41% não souberam dizer se eram ideologicamente de direita, esquerda ou centro.
A porcentagem dos que se declaram de direita e esquerda foi a mesma: 9%. Em seguida vem centro-direita (4%), centro-esquerda e extrema-esquerda, ambas com 3%, e extrema-direita (2%). Quando a pergunta foi sobre a tendência ideológica de sete partidos (DEM, PT, PSDB, PSB, PMDB, PV, PDT, Psol, PSTU), mais de 50% não souberam responder.
Em determinados momentos da história, ambas as ideologias assumiram posturas radicais e, nessa posição, tiveram efeitos e atitudes muito parecidas, como a interferência direta do Estado na vida da população, uso de violência e censura para contra opositores e a manutenção de um mesmo governo ou liderança no poder.
Ao longo do século 20, parte do pensamento de esquerda foi associada a bases ideológicas como marxismo, socialismo, anarquismo, desenvolvimentismo e nacionalismo anti-imperialista (que se opõe ao imperialismo).
O mesmo período viu florescer Estados de ideologias totalitárias como o nazismo (1933-1945), fascismo (1922-1943), franquismo (1939-1975) e salazarismo (1926-1974), que muitas vezes se apropriaram de discursos da esquerda e da direita.
Outro tema fundamental para as duas correntes é a visão sobre a economia. Os de esquerda pregam uma economia mais justa e solidária, com maior distribuição de renda. Os de direita seriam associados ao liberalismo, doutrina que na economia pode indicar os que procuram manter a livre iniciativa de mercado e os direitos à propriedade particular. Algumas interpretações defendem a total não intervenção do governo na economia, a redução de impostos sobre empresas, a extinção da regulamentação governamental, entre outros.
Mas isso não significa que um governo de direita não possa ter uma influência forte no Estado, como aconteceu na Ditadura. Em regimes não-democráticos, a direita é associada a um controle total do Estado.
O termo neoliberalismo surgiu a partir dos anos 1980, associados aos governos de Ronald Reagan e Margareth Thatcher, que devido à crise econômica do petróleo, privatizaram muitas empresas públicas e cortaram gastos sociais para atingir um equilíbrio fiscal. Era o fim do chamado Estado de Bem-Estar Social e o começo do Estado Mínimo, com gastos enxutos.
Para a esquerda, o neoliberalismo é associado à direita e teria como consequências a privatização de bens comuns e espaços públicos, a flexibilização de direitos conquistados e a desregulação e liberalização em nome do livre mercado, o que poderia gerar mais desigualdades sociais.
O liberalismo não significa necessariamente conservadorismo moral. Na raiz, o adjetivo liberal é associado à pessoa que tem ideias e uma atitude aberta ou tolerante, que pode incluir a defensa de liberdades civis e direitos humanos. Já o conservador seria aquele com um pensamento tradicional. Na política, o conservadorismo busca manter o sistema político existente, que seria oposto ao progressismo.
Direita e esquerda também têm a ver com questões morais. Avanços na legislação em direitos civis e temas como aborto, casamento gay e legalização das drogas são vistas como bandeiras da esquerda, com a direita assumindo a defesa da família tradicional. Nos Estados Unidos, muitos eleitores se identificam com a chamada direita cristã, que defendem a interferência da religião no Estado.
No entanto, vale destacar que hoje muitos membros de partidos tidos como centro-direita defendem tais bandeiras da esquerda, exceto nos partidos de extrema-direita (como podemos observar na Europa), que são associados ao patriotismo, com discurso forte contra a imigração (xenofobia).
Definir um posicionamento político apenas pelo viés partidário pode ser uma armadilha repleta de estereótipos, já que essa divisão binária não reflete a complexidade e contradições da sociedade. O fato é que não existe um consenso quanto a uma definição comum e única de esquerda e direita. Existem “várias esquerdas e direitas”. Isso porque esses conceitos são associados a uma ampla gama de pensamentos políticos.
Origem dos termos
As ideologias “esquerda” e “direita” foram criadas durante as assembleias francesas do século 18. Nessa época, a burguesia procurava, com o apoio da população mais pobre, diminuir os poderes da nobreza e do clero. Era a primeira fase da Revolução Francesa (1789-1799).Com a Assembleia Nacional Constituinte montada para criar a nova Constituição, as camadas mais ricas não gostaram da participação das mais pobres, e preferiram não se misturar, sentando separadas, do lado direito. Por isso, o lado esquerdo foi associado à luta pelos direitos dos trabalhadores, e o direito ao conservadorismo e à elite.
Dentro dessa visão, ser de esquerda presumiria lutar pelos direitos dos trabalhadores e da população mais pobre, a promoção do bem estar coletivo e da participação popular dos movimentos sociais e minorias. Já a direita representaria uma visão mais conservadora, ligada a um comportamento tradicional, que busca manter o poder da elite e promover o bem estar individual.
Com o tempo, as duas expressões passaram a ser usadas em outros contextos. Hoje, por exemplo, os
partidários que se colocam contra as ações do regime vigente (oposição) seriam entendidos como “de esquerda” e os defensores do governo em vigência (situação) seriam a ala “de direita”.
Para o filósofo político Noberto Bobbio , embora os dois lados realizem reformas, uma diferença seria que a esquerda busca promover a justiça social enquanto a direita trabalha pela liberdade individual.
Após a queda do Muro de Berlim (1989), que pôs fim à polarização EUA x URSS, um novo cenário político se abriu. Por isso, hoje, as palavras ‘esquerda’ e ‘direita’ parecem não dar conta da diversidade política do século 21. Isso não quer dizer que a divisão não faça sentido, apenas que ‘esquerda’ e ‘direita’ não são palavras que designam conteúdos fixados de uma vez para sempre. Podem designar diversos conteúdos conforme os tempos e situações.
"Esquerda e direita indicam programas contrapostos com relação a diversos problemas cuja solução pertence habitualmente à ação política, contrastes não só de ideias, mas também de interesses e de valorações a respeito da direção a ser seguida pela sociedade, contrastes que existem em toda a sociedade e que não vejo como possam simplesmente desaparecer. Pode-se naturalmente replicar que os contrastes existem, mas não são mais do tempo em que nasceu a distinção", escreve Bobbio no livro "Direita e Esquerda - Razões e Significados de uma Distinção Política".
No Brasil, essa divisão se fortaleceu no período da Ditadura Militar, onde quem apoiou o golpe dos militares era considerado da direita, e quem defendia o regime socialista, de esquerda.
Com o tempo, outras divisões apareceram dentro de cada uma dessas ideologias. Hoje, os partidos de direita abrangem conservadores, democratas-cristãos, liberais e nacionalistas, e ainda o nazismo e fascismo na chamada extrema direita.
Na esquerda, temos os social-democratas, progressistas, socialistas democráticos e ambientalistas. Na extrema-esquerda temos movimentos simultaneamente igualitários e autoritários.
Há ainda posição de "centro". Esse pensamento consegue defender o capitalismo sem deixar de se preocupar com o lado social. Em teoria, a política de centro prega mais tolerância e equilíbrio na sociedade. No entanto, ela pode estar mais alinhada com a política de esquerda ou de direita. A origem desse termo vem da Roma Antiga, que o descreve na frase: "In mediun itos" (a virtude está no meio).
A política de centro também pode ser chamada de "terceira via", que idealmente se apresenta não como uma forma de compromisso entre esquerda e direita, mas como uma superação simultânea de uma e de outra.
Essas classificações estariam divididas no que podemos chamar de uma “régua” ideológica:
EXTREMA-ESQUERDA | ESQUERDA | CENTRO-ESQUERDA | CENTRO | CENTRO-DIREITA | DIREITA | EXTREMA-DIREITA
Para os brasileiros a diferença entre as ideologias não parece tão clara. Em 2014, durante as eleições, a agência Hello Research fez um levantamento em 70 cidades das cinco regiões do Brasil perguntando como os brasileiros se identificavam ideologicamente. Dos 1000 entrevistados, 41% não souberam dizer se eram ideologicamente de direita, esquerda ou centro.
A porcentagem dos que se declaram de direita e esquerda foi a mesma: 9%. Em seguida vem centro-direita (4%), centro-esquerda e extrema-esquerda, ambas com 3%, e extrema-direita (2%). Quando a pergunta foi sobre a tendência ideológica de sete partidos (DEM, PT, PSDB, PSB, PMDB, PV, PDT, Psol, PSTU), mais de 50% não souberam responder.
Em determinados momentos da história, ambas as ideologias assumiram posturas radicais e, nessa posição, tiveram efeitos e atitudes muito parecidas, como a interferência direta do Estado na vida da população, uso de violência e censura para contra opositores e a manutenção de um mesmo governo ou liderança no poder.
Ao longo do século 20, parte do pensamento de esquerda foi associada a bases ideológicas como marxismo, socialismo, anarquismo, desenvolvimentismo e nacionalismo anti-imperialista (que se opõe ao imperialismo).
O mesmo período viu florescer Estados de ideologias totalitárias como o nazismo (1933-1945), fascismo (1922-1943), franquismo (1939-1975) e salazarismo (1926-1974), que muitas vezes se apropriaram de discursos da esquerda e da direita.
Outro tema fundamental para as duas correntes é a visão sobre a economia. Os de esquerda pregam uma economia mais justa e solidária, com maior distribuição de renda. Os de direita seriam associados ao liberalismo, doutrina que na economia pode indicar os que procuram manter a livre iniciativa de mercado e os direitos à propriedade particular. Algumas interpretações defendem a total não intervenção do governo na economia, a redução de impostos sobre empresas, a extinção da regulamentação governamental, entre outros.
Mas isso não significa que um governo de direita não possa ter uma influência forte no Estado, como aconteceu na Ditadura. Em regimes não-democráticos, a direita é associada a um controle total do Estado.
O termo neoliberalismo surgiu a partir dos anos 1980, associados aos governos de Ronald Reagan e Margareth Thatcher, que devido à crise econômica do petróleo, privatizaram muitas empresas públicas e cortaram gastos sociais para atingir um equilíbrio fiscal. Era o fim do chamado Estado de Bem-Estar Social e o começo do Estado Mínimo, com gastos enxutos.
Para a esquerda, o neoliberalismo é associado à direita e teria como consequências a privatização de bens comuns e espaços públicos, a flexibilização de direitos conquistados e a desregulação e liberalização em nome do livre mercado, o que poderia gerar mais desigualdades sociais.
O liberalismo não significa necessariamente conservadorismo moral. Na raiz, o adjetivo liberal é associado à pessoa que tem ideias e uma atitude aberta ou tolerante, que pode incluir a defensa de liberdades civis e direitos humanos. Já o conservador seria aquele com um pensamento tradicional. Na política, o conservadorismo busca manter o sistema político existente, que seria oposto ao progressismo.
Direita e esquerda também têm a ver com questões morais. Avanços na legislação em direitos civis e temas como aborto, casamento gay e legalização das drogas são vistas como bandeiras da esquerda, com a direita assumindo a defesa da família tradicional. Nos Estados Unidos, muitos eleitores se identificam com a chamada direita cristã, que defendem a interferência da religião no Estado.
No entanto, vale destacar que hoje muitos membros de partidos tidos como centro-direita defendem tais bandeiras da esquerda, exceto nos partidos de extrema-direita (como podemos observar na Europa), que são associados ao patriotismo, com discurso forte contra a imigração (xenofobia).
Andréia Martins
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