sexta-feira, 7 de maio de 2010
COLUNA SOCIAL
Escrito por juscelinofranca às 10h40
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Transcrito do Correio Popular por Fernando Caldas Fanfa - Pré-candidato a deputado federal - PPS.
IBERÊ DEVE OFICALIZAR FERNANDO MINEIRO NA LIDERANÇA DO GOVERNO NA AL ATÉ A PRÓXIMA SEMANA
Charge: Blog do Brito
Já está definido: o deputado Fernando Mineiro(PT) será mesmo o líder do Governo Iberê Ferreira na Assembléia Legislativa.
Mineiro espera somente o anúncio oficial de Iberê, que deve ocorrer até o início da próxima semana.
Mesmo sem ter sido oficializado ainda como líder governista, Mineiro é quem está defendendo o Governo Iberê dos ataques da oposição.
Durante as três sessões ordinárias da Assembléia nesta semana – terça, quarta e quinta – nenhum outro deputado governista saiu em defesa do Governo Iberê.
Foi Mineiro quem rebateu todas as críticas da oposição e mostrou o sotaque de líder governista.
Mineiro espera somente o anúncio oficial de Iberê, que deve ocorrer até o início da próxima semana.
Mesmo sem ter sido oficializado ainda como líder governista, Mineiro é quem está defendendo o Governo Iberê dos ataques da oposição.
Durante as três sessões ordinárias da Assembléia nesta semana – terça, quarta e quinta – nenhum outro deputado governista saiu em defesa do Governo Iberê.
Foi Mineiro quem rebateu todas as críticas da oposição e mostrou o sotaque de líder governista.
Postado por Oliveira Wanderley
Escrito por juscelinofranca às 13h22
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domingo, 2 de maio de 2010
ANOS DOURADOS - PRAIS DO MEIO E DOS ARTISTAS
Os anos dourados da Praia dos Artistas começam na década de 70, quando a grande frequencia da galera que fazia teatro, artes plásticas e música começou a frequentar aquele pequeno trecho de areia. Por causa exatamente desses frequentadores é que o local terminou conhecido como Praia dos Artistas. A partir das onze horas da manhã, o pedaço começava a se encher de gente.
No barzinho que ficava embaixo do Salva-Vidas, o Caravela, ficavam os surfistas e os campeonatos de surfe também eram famosos, apresentados ao microfone com muita gíria e loucura.
À noite, nos dividíamos entre o Castanhola e o Asfarn, bares onde comíamos isca de peixe com molho rosé e sempre havia confusão na hora de pagar a conta. No Asfarn, havia uma cadelinha chamada Nuvem, adotada como mascote pela turma.
Na eleição de 1976 – se não me engano – nos juntamos todos num mutirão para eleger Sérgio Dieb nosso vereador, o que fizemos, e era uma graça ver Serginho usando paletó e gravata, dizendo "Vossa Excelência podes crer..."
Eram dias e noites de muita criação. Poesia, literatura, teatro, música, cada um naquilo que sabia fazer. Tudo isso ao som de Belchior ("Eu sou apenas um rapaz..."), Fagner ("Ave noturna"), Ellis Regina ("Como nossos pais"), João Bosco ("Transversal do tempo"), Gonzaguinha ("Doidivanas"), Milton Nascimento ("Paula e Bebeto") e Chico Buarque ("Meus caros amigos"). Bebíamos qualquer coisa que contivesse álcool e os nossos vestidos eram bordados de lantejoulas. Os rapazes (com exceção dos que faziam política) usavam camisas floridas e cabelos enormes e passávamos a noite de bar em bar. Às vezes, a violência da ditadura descia o seu punho selvagem sobre nós, e os tiras entravam nos bares, ameaçavam todo mundo, derramavam no chão o conteúdo de nossas bolsas. Mas na maioria das noites tudo era curtição na República Independente da Praia dos Artistas onde amanhecíamos o dia e muitas vezes subíamos direto para a Faculdade, onde tentávamos assistir às aulas, mortinhos de sono.
Daquele núcleo de gente maluca surgiu a Banda Gália, que revolucionou o Carnaval de rua na cidade e que também fez história, em época posterior.
Mas o movimento da vida é esse mesmo, e como diz João Bosco na música memorável não podemos ficar "parados dentro dum táxi, numa transversal do tempo". Mudamos, evoluímos, crescemos, ficamos mais velhos e hoje somos empresários, profissionais liberais, políticos e, é claro, artistas. Alguns já se foram: Sergio Dieb, Chico Miséria, André de Mello Lima, Malu Aguiar...
Não podemos mais viver aquela época, que pertence ao passado. O que dá tristeza é ver aquele belo pedaço de praia, que foi palco de um momento de intensa efervescência cultural para a cidade entregue ao abandono e ao descaso. No nome da praia – Artistas – está a sua vocação e seu destino. Talvez com um centro de Artes e um pequeno espaço para shows e espetáculos de teatro – um teatro de bolso, com uns 100 lugares – a Praia dos Artistas poderia ser conduzida de volta ao seu clima original. Fica o recado para os donos do poder e do dinheiro que, quando querem, podem e pagam.
Extraído do texto de Clotilde Tavares
"VIAJANDO O SERTÃO (II)"
"Até Santa Cruz rodamos sobre areia úmida e quase silenciosa. Oscar Guedes, inspetor do serviço de plantas têxteis, arriscava idéias sobre campos experimentais. O outro companheiro era Alcides Franco, chefe de serviço, um técnico de renome, com cursos especiais nos Estados Unidos e Inglaterra , saudoso da vida universitária e contando story deliciosas. Anfiloquio, junto ao motorista, só falava para desmentir quem o julgava cochilando." [companheiros de viagem]
"Serro Corá é uma surpresa. Povoado claro, com instalações elétricas, escola, capela, comércio, residências amplas e com um ar leve e frio que lembra Teresópoles, encantou-nos."
"O Ford dança no piso irregular. São Romão passa vagaroso como uma amostra de trabalho raciocinado e tranqüilo. A usina domina a eminência. Parece uma vila operária, azafamada e trepidante."
"Duma colina, bruscamente, aparece Angicos, um Angicos duplicado, espalhando uma casario numa área infinitamente maior que há dez anos passados. Prédios novos, estradas (...), caminhões pesados de algodão dizem índices de produção radicada.
O interventor visita o Grupo Escolar. Eu fico olhando as calçadas cheias de povo que afirma a impossibilidade de transpor o rio Assú, trasbordante e seu aliado, o Paraú, de barreira a barreira."
[Percurso – Santa Cruz – Cabeço Branco – Serro Corá – São Romão – Angicos.]
"Duas canoas oscilam como pêndulos no dorso trêmulo daquela água viva. Anfiloquio pergunta se tenho seguro de vida. Respondo que tenho a vida segura na confiança de Deus. (...) Apesar de contar algumas coragens, para que não confessar, estou com medo. Medo de molhar-me que, algumas vezes, é pior que morrer."
Assina desta forma:
L. da C. C.
Ao lado da segunda crônica de Câmara Cascudo da série "Viajando o Sertão", o jornal publica uma reportagem intitulada "A excursão do Interventor ao Interior do Estado".
"Partindo de Natal no dia 16 de maio (...), o interventor Federal [Mário Camara], que se fazia acompanhar dos drs. Anfiloquio Camara, diretor geral do departamento de Educação, Antônio Soares Júnior, Prefeito de Mossoró, Alcides Franco, chefe da segunda seção técnica do Serviço de Plantas Têxteis, Oscar Guedes, inspetor do mesmo Serviço e Camara Cascudo, chegou a Santa Cruz."
A reportagem descreve a trajetória do interventor Federal pelas cidades do interior do Rio Grande do Norte, as homenagens prestadas a ele, almoços, jantares, as recepções e condecorações. É interessante contrastar essa versão oficial da viagem com as crônicas escritas por Cascudo. Tanto a crônica quanto a reportagem relatam a viagem para o Sertão, mas com perspectivas diferenciadas; são olhares que se direcionam para paisagens distintas.
Na minha opinião, importam menos a Cascudo, e isto, fica claro em seu relato, as homenagens, o caráter político da ida ao Sertão e mais a preocupação em descrever o cotidiano das cidades, a gente simples e anônima.
Cascudo transita tanto no espaço oficial, âmbito da política e da notoriedade (cargos importantes, amizades influentes etc.), quanto no espaço anônimo onde reside o popular (conversas, estórias, casos, etc.).
Cascudo aparece na versão oficial discursando:
"Concedida a palavra, o Dr. Dario de Andrade pediu que o Dr. Câmara Cascudo, filho do município [Paraú] , falasse. (...), falou o Dr. Câmara Cascudo aceitando o título de saudar a velha terra de seus pais e avós. Falou sobre a função das escolas e a saudade de seus dias de menino decorridos naquela terra, sob a benção carinhosa daquela bondade que novamente o recebia e agasalhava. A grande assistência aplaudiu longamente o orador.(...)"
03/06/1934
"Serro Corá é uma surpresa. Povoado claro, com instalações elétricas, escola, capela, comércio, residências amplas e com um ar leve e frio que lembra Teresópoles, encantou-nos."
"O Ford dança no piso irregular. São Romão passa vagaroso como uma amostra de trabalho raciocinado e tranqüilo. A usina domina a eminência. Parece uma vila operária, azafamada e trepidante."
"Duma colina, bruscamente, aparece Angicos, um Angicos duplicado, espalhando uma casario numa área infinitamente maior que há dez anos passados. Prédios novos, estradas (...), caminhões pesados de algodão dizem índices de produção radicada.
O interventor visita o Grupo Escolar. Eu fico olhando as calçadas cheias de povo que afirma a impossibilidade de transpor o rio Assú, trasbordante e seu aliado, o Paraú, de barreira a barreira."
[Percurso – Santa Cruz – Cabeço Branco – Serro Corá – São Romão – Angicos.]
"Duas canoas oscilam como pêndulos no dorso trêmulo daquela água viva. Anfiloquio pergunta se tenho seguro de vida. Respondo que tenho a vida segura na confiança de Deus. (...) Apesar de contar algumas coragens, para que não confessar, estou com medo. Medo de molhar-me que, algumas vezes, é pior que morrer."
Assina desta forma:
L. da C. C.
Ao lado da segunda crônica de Câmara Cascudo da série "Viajando o Sertão", o jornal publica uma reportagem intitulada "A excursão do Interventor ao Interior do Estado".
"Partindo de Natal no dia 16 de maio (...), o interventor Federal [Mário Camara], que se fazia acompanhar dos drs. Anfiloquio Camara, diretor geral do departamento de Educação, Antônio Soares Júnior, Prefeito de Mossoró, Alcides Franco, chefe da segunda seção técnica do Serviço de Plantas Têxteis, Oscar Guedes, inspetor do mesmo Serviço e Camara Cascudo, chegou a Santa Cruz."
A reportagem descreve a trajetória do interventor Federal pelas cidades do interior do Rio Grande do Norte, as homenagens prestadas a ele, almoços, jantares, as recepções e condecorações. É interessante contrastar essa versão oficial da viagem com as crônicas escritas por Cascudo. Tanto a crônica quanto a reportagem relatam a viagem para o Sertão, mas com perspectivas diferenciadas; são olhares que se direcionam para paisagens distintas.
Na minha opinião, importam menos a Cascudo, e isto, fica claro em seu relato, as homenagens, o caráter político da ida ao Sertão e mais a preocupação em descrever o cotidiano das cidades, a gente simples e anônima.
Cascudo transita tanto no espaço oficial, âmbito da política e da notoriedade (cargos importantes, amizades influentes etc.), quanto no espaço anônimo onde reside o popular (conversas, estórias, casos, etc.).
Cascudo aparece na versão oficial discursando:
"Concedida a palavra, o Dr. Dario de Andrade pediu que o Dr. Câmara Cascudo, filho do município [Paraú] , falasse. (...), falou o Dr. Câmara Cascudo aceitando o título de saudar a velha terra de seus pais e avós. Falou sobre a função das escolas e a saudade de seus dias de menino decorridos naquela terra, sob a benção carinhosa daquela bondade que novamente o recebia e agasalhava. A grande assistência aplaudiu longamente o orador.(...)"
03/06/1934
PREFEITO DE ASSU, IVAN JUNIOR ANUNCIA QUE SEGUNDO VOTO DO SENADO É DE AGRIPINO
Domingo amanheceu gordo para o senador José Agripino. Numa reunião agora há pouco na casa da governadorável Rosalba Ciarlini, o prefeito de Assu, Ivan Júnior, definiu seu segundo voto para o Senado: será do senador José Agripino. Ivan foi ao apartamento da Rosa, em Natal, onde estavam Agripino e o deputado-vice Robinson Faria. O primeiro voto de Ivan Júnior já estava definido para o senador Garibaldi Filho. Anteontem Ivan Júnior saiu de Assu para encontrar com a ex-governadora Wilma de Faria, exatamente para tratar sobre segundo voto para o Senado.
Do Blog de Thaisa Galvão
Do Blog de Thaisa Galvão
EM ASSU CARLOS EDUARDO DIZ QUE O PRESIDENTE LULA VEM AO RN E SUBIRÁ NO SEU PALANQUE
Em entrevista à imprensa na cidade de Assú, neste sábado(1º), o pré-candidato a governador pelo PDT, Carlos Eduardo, afirmou que a prioridade do PDT é fazer coligação com partidos que integram a base do presidente Lula no Rio Grande do Norte.
"Até junho, quando ocorrerão as convenções, nós estaremos conversando. Mas a prioridade será para os partidos da base aliada do presidente Lula", disse Carlos Eduardo.
O pré-candidato ao Governo revelou ter recebido a informação do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, de que o presidente Lula virá ao Rio Grande do Norte durante a campanha para subir em seu palanque.
"Como prefeito, fui um grande parceiro do Governo Lula e conseguimos projetos importantes para Natal", lembrou Carlos Eduardo.
Ainda durante entrevista à imprensa de Assú, o líder pedetista respondeu que o quadro eleitoral para o PDT é animador e que ele está confiante de que atingirá a liderança durante a campanha.
"O que eu sei dessas pesquisas é que 70% do eleitorado do Rio Grande do Norte ainda não sabe em quem vai votar. Então, eu estou viajando pelo interior e tenho sido muito bem recebido, o que é bom", enfatizou Carlos Eduardo.
Postado por Oliveira Wanderley
"Até junho, quando ocorrerão as convenções, nós estaremos conversando. Mas a prioridade será para os partidos da base aliada do presidente Lula", disse Carlos Eduardo.
O pré-candidato ao Governo revelou ter recebido a informação do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, de que o presidente Lula virá ao Rio Grande do Norte durante a campanha para subir em seu palanque.
"Como prefeito, fui um grande parceiro do Governo Lula e conseguimos projetos importantes para Natal", lembrou Carlos Eduardo.
Ainda durante entrevista à imprensa de Assú, o líder pedetista respondeu que o quadro eleitoral para o PDT é animador e que ele está confiante de que atingirá a liderança durante a campanha.
"O que eu sei dessas pesquisas é que 70% do eleitorado do Rio Grande do Norte ainda não sabe em quem vai votar. Então, eu estou viajando pelo interior e tenho sido muito bem recebido, o que é bom", enfatizou Carlos Eduardo.
Postado por Oliveira Wanderley
sexta-feira, 30 de abril de 2010
EXECUTIVO PODE EMITIR ORDEM DE SERVIÇO PARA CALÇAMENTO NO FELIZ ASSÚ NA PRÓXIMA SEMANA
Por todo o decorrer da próxima semana a prefeitura do Assú poderá publicar a Ordem de Serviço referente à execução de obras de pavimentação a paralelepípedos em varas artérias públicas do conjunto Feliz Assú Pra Você. De acordo com informação do secretário municipal de Planejamento e coordenação de Infra-estrutura, Antonio Virgílio Ferreira Machado, desde o ano passado o poder Executivo aguarda pelo desfecho judicial de um contencioso envolvendo duas empresas que participaram da licitação com referência ao empreendimento.
Ele registrou que durante todo este tempo a prefeitura aguardou unicamente pela manifestação do poder Judiciário com referência ao litígio envolvendo as empresas licitantes para que possa iniciar uma agenda de obras de pavimentação compreendendo o Conjunto Feliz Assú Pra Você. O secretário municipal declarou que da parte do poder público está tudo pronto para começar as obras já determinadas dentro do planejamento ordenado pelo prefeito Ivan Lopes Júnior. “O prefeito é ciente da carência de calçamento naquele trecho urbano e sabe que esta é uma velha reivindicação dos habitantes”, frisou.
“A preocupação do prefeito Ivan Júnior é no sentido de que haja uma definição imediata em torno deste problema e a administração possa dar andamento ao itinerário de obras de calçamento no Feliz Assú Pra Você”, registrou o secretário. Para esse investimento a prefeitura disporá de um aporte financeiro de R$ 311 mil. As artérias que serão dotadas de pavimentação a paralelepípedos no Conjunto Feliz Assú Pra Você são: Rua Prefeito Walter de Sá Leitão, Travessa Prefeito Walter de Sá Leitão, Travessa Nova Esperança, Travessa Linda Flor e Travessa João Batista Lacerda Montenegro.
Investimento será feito por intermédio de parceria com a União
O projeto será executado em parceria com o governo federal, por intermédio do programa Pró-Municípios, do Ministério das Cidades. Serão R$ 295.300,00 transferidos através da Caixa Econômica Federal e outros R$ 15.700,00 relativos à contrapartida do município. O titular da pasta municipal de Obras enfatizou que o interesse do prefeito é na execução do calçamento do conjunto residencial. O secretário municipal de Planejamento e Coordenação de Infra-estrutura informou que a determinação do prefeito foi no sentido de incluir no organograma de pavimentação todas as ruas e travessas não-calçadas do município.
Postado por Nelson Dantas às 15:44 0 comentários
Ele registrou que durante todo este tempo a prefeitura aguardou unicamente pela manifestação do poder Judiciário com referência ao litígio envolvendo as empresas licitantes para que possa iniciar uma agenda de obras de pavimentação compreendendo o Conjunto Feliz Assú Pra Você. O secretário municipal declarou que da parte do poder público está tudo pronto para começar as obras já determinadas dentro do planejamento ordenado pelo prefeito Ivan Lopes Júnior. “O prefeito é ciente da carência de calçamento naquele trecho urbano e sabe que esta é uma velha reivindicação dos habitantes”, frisou.
“A preocupação do prefeito Ivan Júnior é no sentido de que haja uma definição imediata em torno deste problema e a administração possa dar andamento ao itinerário de obras de calçamento no Feliz Assú Pra Você”, registrou o secretário. Para esse investimento a prefeitura disporá de um aporte financeiro de R$ 311 mil. As artérias que serão dotadas de pavimentação a paralelepípedos no Conjunto Feliz Assú Pra Você são: Rua Prefeito Walter de Sá Leitão, Travessa Prefeito Walter de Sá Leitão, Travessa Nova Esperança, Travessa Linda Flor e Travessa João Batista Lacerda Montenegro.
Investimento será feito por intermédio de parceria com a União
O projeto será executado em parceria com o governo federal, por intermédio do programa Pró-Municípios, do Ministério das Cidades. Serão R$ 295.300,00 transferidos através da Caixa Econômica Federal e outros R$ 15.700,00 relativos à contrapartida do município. O titular da pasta municipal de Obras enfatizou que o interesse do prefeito é na execução do calçamento do conjunto residencial. O secretário municipal de Planejamento e Coordenação de Infra-estrutura informou que a determinação do prefeito foi no sentido de incluir no organograma de pavimentação todas as ruas e travessas não-calçadas do município.
Postado por Nelson Dantas às 15:44 0 comentários
'VIAJANDO O SERTÃO"
CÂMARA CASCUDO, Luis da. Viajando o Sertão . 3ª ed. Natal: Fundação José Augusto - CERN, 1984; por Mirella Farias
• Ementa:
"Viajando o Sertão" foi publicado em 1934 no formato de livro e também como uma série de crônicas no jornal "A República" de 31/05 a 22/07 de 1934. Precederam a primeira edição mais duas, uma em 1975 e outra, em 1984, decorrente da "I Semana de Estudos Cascudianos", promovida pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Livro composto por dezoito crônicas, que narram a viagem realizada por Luis da Câmara Cascudo, no período de 16 a 29 de maio de 1934, ao interior do Estado do Rio Grande do Norte. Cascudo faz esta viagem a convite do Interventor Federal Mário Câmara e ingressa na comitiva oficial composta por mais outras quatro personalidades ligadas a Educação, a Agricultura e Açudagem; Anfilóquio Câmara (Diretor geral do departamento de Educação), Antônio Soares Júnior (Prefeito de Mossoró), Alcides Franco (Chefe da segunda seção técnica do Serviço de Plantas Têxteis) e Oscar Guedes (inspetor do mesmo Serviço). Em 1934, Luis da Câmara Cascudo, ocupava o cargo de Chefe Provincial do Integralismo.
Segundo uma nota presente na edição de 1975, escrita por M. Rodrigues de Melo, o fato de Câmara Cascudo ser um integrante da comitiva oficial do Interventor Federal Mário Câmara, acabou por suscitar uma grande polêmica. A ala revolucionária do Integralismo não gostou nem um pouco, assim como, o grupo político que tinha por chefe o Deputado José Augusto Bezerra de Medeiros, segundo a nota, um "político apeado do poder pela revolução de 1930 julgando-se herdeiro natural da política do Seridó" e que por isto, não queria que "lhe escapassem as rédeas e a liderança da política do Estado." O Deputado levou publicamente a acusação de suborno (27 de abril de 1934), afirmando, que Luis da Câmara Cascudo teria recebido o " ‘pagamento de quatro contos e tantos mil réis’ " do governo do Estado, transformando-se em "orador das caravanas interventoriais". A nota apresenta a transcrição da acusação e da defesa.
Cascudo defende-se da acusação afirmando:
"(...) Tenho feito vários discursos em presença de chefes locais do Partido Popular e Povo, e desafio, de maneira formal, que qualquer um desses senhores afirme, sob sua assinatura, que me ouviu abordar qualquer tema que se referisse ao momento político atual. Se o tivesse feito, assumiria absolutamente toda e completa responsabilidade.
Chefe Provincial Integralista, miliciano convicto, considero os Partidos Políticos meras fórmulas desacreditadas e incapazes de uma renovação social. Não pertenço a nenhuma agremiação partidária e mantenho relações íntimas com vários próceres que não ignoram a retidão de minha atitude assumida publicamente a 14 de julho de 1933.
Aos ‘camisas – verdes’ de minha Província não dou explicações, porque eles me conhecem de perto. Aos políticos é desnecessária qualquer justificação em contrário às suas afirmações, porque ‘política é isso mesmo.’ (Ver "A República" de 04. 09. 1934.)"
31/05/34
"Viajando o Sertão (I)"
"Viajamos, da madrugada de 16 à manhã de 29 de maio, 1307 quilômetros: 837 de automóvel, 40 de auto-de-linha, 38 de trem, 30 de canoa, 2 de rebocador e 360 de hidroavião.
Esse cômputo é a expressão oficial e sisuda, mas não corresponde inteiramente à verdade. Andamos a pé, de cadeirinha, de macaquinho, dentro d’água, na lama (...), saltando de pau em pau (...), carregando maletas, levando companheiros no ombro, livrando os xiquexiques, galopando a cavalo, apostando velocidade nas retas areientas enquanto o Ford empacava, atolado."
"Falta anotar a fome, o frio das roupas molhadas, a fadiga das caminhadas, a mania obsequiosa do sertanejo oferecer-nos galinha e macarrão em vez de carne-de-sol e coalhada. Tudo se compensava, quando chegávamos aos povoados, às vilas e cidades embandeiradas e cheias de povo, assombrados com a ousadia dos ‘pracianos’."
"Minha curiosidade acendia-se ao contato dos temas prediletos. Os portões dos cemitérios, todos guardando reminiscências do barroco jesuítico (...); a jornada pelo rio Mossoró, noitinha, numa canoa balouçante, ao palor dum luar hesitante (...), vinte outros assuntos, perdem espaço para registo e saudade."
"(...) tipos, anedotas, casos, observações (...) a incrível espirituosidade das respostas sertanejas, são dignos de maior demora numa leve e breve série de registos."
[Termina afirmando]
"Por mim, não escreveria nada. Creio que não interessaria a ninguém saber se gostei ou não das terras que visitei. Mas pedidos foram muitos e em várias localidades. Acabei prometendo e as promessas, digam lá o que disserem, cumprem-se ..."
Assina desta forma:
L. da C. C.
02/06/1934
• Ementa:
"Viajando o Sertão" foi publicado em 1934 no formato de livro e também como uma série de crônicas no jornal "A República" de 31/05 a 22/07 de 1934. Precederam a primeira edição mais duas, uma em 1975 e outra, em 1984, decorrente da "I Semana de Estudos Cascudianos", promovida pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Livro composto por dezoito crônicas, que narram a viagem realizada por Luis da Câmara Cascudo, no período de 16 a 29 de maio de 1934, ao interior do Estado do Rio Grande do Norte. Cascudo faz esta viagem a convite do Interventor Federal Mário Câmara e ingressa na comitiva oficial composta por mais outras quatro personalidades ligadas a Educação, a Agricultura e Açudagem; Anfilóquio Câmara (Diretor geral do departamento de Educação), Antônio Soares Júnior (Prefeito de Mossoró), Alcides Franco (Chefe da segunda seção técnica do Serviço de Plantas Têxteis) e Oscar Guedes (inspetor do mesmo Serviço). Em 1934, Luis da Câmara Cascudo, ocupava o cargo de Chefe Provincial do Integralismo.
Segundo uma nota presente na edição de 1975, escrita por M. Rodrigues de Melo, o fato de Câmara Cascudo ser um integrante da comitiva oficial do Interventor Federal Mário Câmara, acabou por suscitar uma grande polêmica. A ala revolucionária do Integralismo não gostou nem um pouco, assim como, o grupo político que tinha por chefe o Deputado José Augusto Bezerra de Medeiros, segundo a nota, um "político apeado do poder pela revolução de 1930 julgando-se herdeiro natural da política do Seridó" e que por isto, não queria que "lhe escapassem as rédeas e a liderança da política do Estado." O Deputado levou publicamente a acusação de suborno (27 de abril de 1934), afirmando, que Luis da Câmara Cascudo teria recebido o " ‘pagamento de quatro contos e tantos mil réis’ " do governo do Estado, transformando-se em "orador das caravanas interventoriais". A nota apresenta a transcrição da acusação e da defesa.
Cascudo defende-se da acusação afirmando:
"(...) Tenho feito vários discursos em presença de chefes locais do Partido Popular e Povo, e desafio, de maneira formal, que qualquer um desses senhores afirme, sob sua assinatura, que me ouviu abordar qualquer tema que se referisse ao momento político atual. Se o tivesse feito, assumiria absolutamente toda e completa responsabilidade.
Chefe Provincial Integralista, miliciano convicto, considero os Partidos Políticos meras fórmulas desacreditadas e incapazes de uma renovação social. Não pertenço a nenhuma agremiação partidária e mantenho relações íntimas com vários próceres que não ignoram a retidão de minha atitude assumida publicamente a 14 de julho de 1933.
Aos ‘camisas – verdes’ de minha Província não dou explicações, porque eles me conhecem de perto. Aos políticos é desnecessária qualquer justificação em contrário às suas afirmações, porque ‘política é isso mesmo.’ (Ver "A República" de 04. 09. 1934.)"
31/05/34
"Viajando o Sertão (I)"
"Viajamos, da madrugada de 16 à manhã de 29 de maio, 1307 quilômetros: 837 de automóvel, 40 de auto-de-linha, 38 de trem, 30 de canoa, 2 de rebocador e 360 de hidroavião.
Esse cômputo é a expressão oficial e sisuda, mas não corresponde inteiramente à verdade. Andamos a pé, de cadeirinha, de macaquinho, dentro d’água, na lama (...), saltando de pau em pau (...), carregando maletas, levando companheiros no ombro, livrando os xiquexiques, galopando a cavalo, apostando velocidade nas retas areientas enquanto o Ford empacava, atolado."
"Falta anotar a fome, o frio das roupas molhadas, a fadiga das caminhadas, a mania obsequiosa do sertanejo oferecer-nos galinha e macarrão em vez de carne-de-sol e coalhada. Tudo se compensava, quando chegávamos aos povoados, às vilas e cidades embandeiradas e cheias de povo, assombrados com a ousadia dos ‘pracianos’."
"Minha curiosidade acendia-se ao contato dos temas prediletos. Os portões dos cemitérios, todos guardando reminiscências do barroco jesuítico (...); a jornada pelo rio Mossoró, noitinha, numa canoa balouçante, ao palor dum luar hesitante (...), vinte outros assuntos, perdem espaço para registo e saudade."
"(...) tipos, anedotas, casos, observações (...) a incrível espirituosidade das respostas sertanejas, são dignos de maior demora numa leve e breve série de registos."
[Termina afirmando]
"Por mim, não escreveria nada. Creio que não interessaria a ninguém saber se gostei ou não das terras que visitei. Mas pedidos foram muitos e em várias localidades. Acabei prometendo e as promessas, digam lá o que disserem, cumprem-se ..."
Assina desta forma:
L. da C. C.
02/06/1934
quarta-feira, 28 de abril de 2010
FAZENDA ABRIGA SÉCULOS DE HISTÓRIA
Do Blog Panorama do Vale, de Nelson Dantas
Fazenda Limoeiro, localizada na comunidade do mesmo nome, abriga séculos de histórias. A casa sede da fazenda, construída no meado do século 17, nos idos de mil oitocentos e tal, teve com objetivo primeiro abrigar os operários e mestres de obras que construíram o primeiro Açude da fazenda, denominado de Limoeiro e que fica a frente da casa.
Sua construção é do tipo “taipa”, estuque ou algo semelhante, sustentada por amarras de madeira bruta, presas com embira, com acabamento em massa dosada de argila com cal, curtida durante quinze dias para tingir o grau de qualidade utilizado naquela época.
Medindo cerca de 12.000 hectares, a fazenda que se limitava, ao norte, com a Lagoa do Poassá, ao sul com a fazenda Cruzeiro, ao leste com diversas pequenas fazendas e com o rio Paraú, e por fim, ao oeste com as estradas de Upanema e Paraú, com o objetivo de facilitar a administração foi dividida em duas sedes; Limoeiro e Camelo.
Postado por Nelson Dantas às 20:53 Encontro de Escritores começa hoje no TAM
Começa hoje o I Encontro de Escritores de Língua Portuguesa – EELP — a partir das 15h30, no Teatro Alberto Maranhão. A programação fechada, com nomes dos debatedores e do mediador que estarão ao lado do conferencista, só ficou conhecida da imprensa na manhã de ontem, um dia após lançamento oficial. A coordenadora do EELP Cida Campelo explica que a demora na definição dos nomes que compõem a mesa aconteceu porque só esta semana o coordenador de atividades culturais da UCCLA pode se reunir com a Funcarte. “A formação das mesas não era nossa. O importante é que o debate seja conduzido”, disse Cida.
A primeira mesa será aberta hoje às 15h30, com o tema “Literatura Lusófona: elo entre continentes e culturas”, dentro como conferencista o escritor Carlos Reis (Portugal) e os debatedores Luis Cardoso Takas (Timor Leste), o advogado, escritor e presidente da Academia de Letras Diógenes da Cunha Lima (RN) e a escritora Ana Maria Cascudo (RN). Como moderador estará Márcio de Lima Dantas (UFRN). A segunda mesa, programada para esta quinta-feira, às 15h, será com o tema Cosmopolitismo, expressões populares e globalização, tendo como conferencista o escritor brsileiro João Ubaldo Ribeiro, em sua primeira participação em evento literário em Natal. No debate, Inocência Mata (São Tomé e Príncipe), o escritor potiguar Tarcísio Gurgel e o poeta Lívio Oliveira (RN). O moderador será o professor Laurence Bittencourt (UnP).
A terceira mesa será sexta-feira, a partir das 15h, com o tema Os desafios das novas tecnologias na literatura, tendo como conferencista: José Eduardo Agualusa (Angola) e debatedores o escritor paulista Paulo Markun (SP), mais Jorge Salomão (BA), o escritor potiguar Pablo Capistrano (RN) e Ndalu Almeida Ondjaki (Angola). O moderador será o jornalista Tácito Costa (RN).
Segundo a produtora cultural Cida Campelo, Coordenadora do EELP, mais convidados do encontro participarão da Conferência, porém na plateia com o resto do público. Ainda de acordo com a coordenadora esta foi uma decisão tomada pela UCCLA, que estabeleceu com a Prefeitura de Natal parceria financeira e gestora do evento. A decisão de ter na platéia alguns nomes importantes da literatura tem como objetivo tornar o evento mais interativo. Além disso, a coordenadora explica que eles serão bastante atuantes durante os debates instigando a plateia a se manifestar: “Estamos promovendo um jogo de pingue-pongue, onde ninguém seja ferido e o vai e vem de idéias favoreça toda a comunidade”, disse Cida.
A primeira mesa será aberta hoje às 15h30, com o tema “Literatura Lusófona: elo entre continentes e culturas”, dentro como conferencista o escritor Carlos Reis (Portugal) e os debatedores Luis Cardoso Takas (Timor Leste), o advogado, escritor e presidente da Academia de Letras Diógenes da Cunha Lima (RN) e a escritora Ana Maria Cascudo (RN). Como moderador estará Márcio de Lima Dantas (UFRN). A segunda mesa, programada para esta quinta-feira, às 15h, será com o tema Cosmopolitismo, expressões populares e globalização, tendo como conferencista o escritor brsileiro João Ubaldo Ribeiro, em sua primeira participação em evento literário em Natal. No debate, Inocência Mata (São Tomé e Príncipe), o escritor potiguar Tarcísio Gurgel e o poeta Lívio Oliveira (RN). O moderador será o professor Laurence Bittencourt (UnP).
A terceira mesa será sexta-feira, a partir das 15h, com o tema Os desafios das novas tecnologias na literatura, tendo como conferencista: José Eduardo Agualusa (Angola) e debatedores o escritor paulista Paulo Markun (SP), mais Jorge Salomão (BA), o escritor potiguar Pablo Capistrano (RN) e Ndalu Almeida Ondjaki (Angola). O moderador será o jornalista Tácito Costa (RN).
Segundo a produtora cultural Cida Campelo, Coordenadora do EELP, mais convidados do encontro participarão da Conferência, porém na plateia com o resto do público. Ainda de acordo com a coordenadora esta foi uma decisão tomada pela UCCLA, que estabeleceu com a Prefeitura de Natal parceria financeira e gestora do evento. A decisão de ter na platéia alguns nomes importantes da literatura tem como objetivo tornar o evento mais interativo. Além disso, a coordenadora explica que eles serão bastante atuantes durante os debates instigando a plateia a se manifestar: “Estamos promovendo um jogo de pingue-pongue, onde ninguém seja ferido e o vai e vem de idéias favoreça toda a comunidade”, disse Cida.
(Transcrito da Tribuna do Norte, 28.10.2010).
sábado, 24 de abril de 2010
UM CANGACEIRO POTIGUAR
A EDITORA SEBO VERMELHO REEDITA LIVRO ESCRITO PELO HISTORIADOR RAIMUNDO NONATO SOBRE JESUÍNO BRILHANTE QUE ESTAVA ESGOTADO HÁ 40 ANOS
Em 1970 o romancista e historiador Raimundo Nonato da Silva publicou Jesuíno Brilhante - O Cangaceiro Romântico (1844-1879), a vida de Jesuíno Alves Calado, o mais famoso e valente cangaceiro norte-rio-grandense, Antecessor de Antônio Silvino e Virgulino Ferreira, o Lampião. Livro este que há 40 anos estava esgotado e somente agora a editora Sebo Vermelho decidiu reeditar.
Segundo o sebista e editor Abimael Silva, "em 2007 ano do centenário do grande escritor e historiador Raimundo Nonato não foi celebrado nem pela Academia Norte-rio-grandense de Letras e nem pelo Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, mesmo ele ter sido membro das instituições, devido a essa ausência decidi naquela época publicar uma ou duas obras todo ano de Nonato".
O livro "Jesuíno Brilhante - O Cangaceiro Romântico" mostra que "no tempo de Jesuíno, Antônio Silvino era menino e Lampião nem tinha nascido", destaca Abimael. Jesuíno reinou de 1871 a 1879, entre a Paraíba e o oeste do RN, quando foi o herói do sertão, o Hobin Hood das terras de Patu. Temido pelas autoridades e querido pelo povo, tinha o seguinte código de honra: "quem entra para este grupo, não toca no alheio e aprende a respeitar a casa das famílias honestas".
Jesuíno Brilhante nasceu no sítio Tuiuiú, Patu/RN, em 1844, e morreu de emboscada, em Brejo do Cruz/|PB, em 1879, com apenas 35 anos de idade.
Até 1870 Jesuíno era vaqueiro e agricultor, chefe de família, filho de fazendeiro sem inimizades. Tudo começou com uma arenga entre a família de Jesuíno e os Limões, mas a gota d'água foi o desaparecimento de uma cabra dos Brilhantes, depois encontrada na panela dos Limões.
Raimundo Nonato reuniu todos os documentos jurídicos, históricos e literários sobre Jesuíno Brilhante, de grandes nomes da literatura: Luiz da Câmara Cascudo, Gustavo Barroso, Juvenal Lamartine de Faria, dentre outros; e complementou com importantes anotações e comentários da história do cangaço no Nordeste.
Outro destaque desta reedição é o escritor Raimundo Nonato da Silva que nasceu em Martins?RN, no dia 18 de agosto de 1907. Formado em Direito pela faculdade de Alagoas, ingressou no Ministério Público, sendo nomeado Juiz de Direito da Comarca de Apodi, em cuja função se aposentou. Foi professor, magistrado, jornalista, historiador, escritor e poeta. Faleceu no Rio de Janeiro em 22 de agosto de 1993, deixando uma obra da maior importância para a história do Rio Grande do Norte.
Jurista e literato, publicou mais de 60 livros sobre o RN, em especial a região oeste. Clássicos como Quarteirão da Fome (1949), A Revolução de Trinta em Serra Negra (1955), Lampião em Mossoró (1956), Estórias de Lobisomem (1959), Bacharés de Olinda e recife (1960), Os Revoltosos em São Miguel (1966) e este Jesuíno Brilhante, em 1970.
Quando questionado de como tinha se tornado escritor, respondeu: " - Desde o tempo de estudante que eu freqüentava umas pequenas tipografias. Eu vivia lá por dentro e rascunhava umas cronicazinhas e depois uns jornalzinhos de festas, levando pancada e bengalada, porque a gente bolia com os namoros, depois dentro do próprio O Mossoroense com outro jornalzinho, depois dentro do Correio do Povo, com jornal mais sério, o "Correio Festivo", com o Américo de Oliveira Costa, onde nós fomos ameaçado de umas pauladas, por termos bolido com o namoro de alguém e o Américo foi procurar o juiz para garantir. De forma que vem desse tempo o começo. O livro, cronicazinha, livro mesmo sério, eu publiquei o meu. Sério é a forma de dizer quando publiquei o "Quarteirão da Fome".
Raimundo Nonato era membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, da Academia Norte-rio-grandense de Letras, Federação das Academias de Letras do Brasil, Instituto Genealógico Brasileiro de São Paulo, Associação Brasileira de Escritores, Sindicato dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro. Associação dos Professores do Rio Grande do Norte, Associação Brasileira de Imprensa, Sindicato dos Jornalistas Liberais da Guanabara, Sociedade Brasileira de Folclore de Natal e Instituto Cultural do Oeste Potiguar de Mossoró. Deixou mais de oitenta livros publicados de fundo literário. histórico e biográfico.
(Artigo transcrito do Jornal de Hoje, 17 e 18 de abril de 2010 - por danipacheco@hotmail.com - Caderno: Diversão & Arte).
O livro Jesuíno Brilhante, O Cangaceiro Romântico você encontra no Sebo Vermelho, avenida Rio Branco, Centro, Natal-RN.
terça-feira, 20 de abril de 2010
CANDIDATOS DEMONSTRA CONFIANÇA NO APOIO DO PP
O governador Iberê Ferreira de Souza (PSB), candidato à reeleição; e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Robinson Faria (PMN), candidato a vice-governador na chapa oposicionista, disseram ontem acreditar no apoio do Partido Progressista, cada um no seu quadrado. Iberê afirmou que “democracia corresponde a maioria” e como tem 11 dos 16 prefeitos da legenda apoiadores declarados de seu projeto, tem a convicção de tê-los, os pepistas, em seu palanque. Já Robinson Faria demonstrou descontentamento com o diretório nacional do PP. “Eles vieram a mim e pediram para o PP crescer. Eu fiz isso, com o partido hoje três vezes maior, e eles agora querem tomar? Qual a razão e o embasamento jurídico?”, questionou o parlamentar.
Sobre o manifesto de 11 prefeitos em prol da candidatura do governador, o presidente da AL afirmou que obteve uma adesão ainda maior, à unanimidade, quando os 16 membros da comissão provisória, opinaram em favor de se projeto político. “Se eu quiser posso fazer novamente e certamente será superior a isso que estão falando”, assinalou.
Robinson afirmou que espera prevalecer a condição de parceria com o PP, firmada após a morte do deputado federal Nélio Dias. Ele disse também que o vice-prefeito de Natal, Paulinho Freire (PP), foi convidado a ser candidato a deputado federal, mas que foi informado pelo próprio pepista, de que somente aceitará se o partido permanecer sob o comando do grupo ligado ao PMN.
O governador Iberê Ferreira disse estar confiante. “Democracia vale sempre a maioria. Na hora que temos um maior número de prefeitos nos apoiando, acredito nessa aliança”, finalizou.
(Artigo transcrito do jornal Tribuna do Norte, 19.4.2010)
Sobre o manifesto de 11 prefeitos em prol da candidatura do governador, o presidente da AL afirmou que obteve uma adesão ainda maior, à unanimidade, quando os 16 membros da comissão provisória, opinaram em favor de se projeto político. “Se eu quiser posso fazer novamente e certamente será superior a isso que estão falando”, assinalou.
Robinson afirmou que espera prevalecer a condição de parceria com o PP, firmada após a morte do deputado federal Nélio Dias. Ele disse também que o vice-prefeito de Natal, Paulinho Freire (PP), foi convidado a ser candidato a deputado federal, mas que foi informado pelo próprio pepista, de que somente aceitará se o partido permanecer sob o comando do grupo ligado ao PMN.
O governador Iberê Ferreira disse estar confiante. “Democracia vale sempre a maioria. Na hora que temos um maior número de prefeitos nos apoiando, acredito nessa aliança”, finalizou.
(Artigo transcrito do jornal Tribuna do Norte, 19.4.2010)
O PASSADO CULTURAL DO ASSU
O Cine-Teatro Pedro Amorim foi para Assu e municípios vizinhos o que hoje o Teatro Alberto Maranhão é para o Estado: o destino das grandes produções culturais. Desativado na década de 1980, o prédio histórico será totalmente recuperado e a cidade, berço de grandes nomes da poesia como o poeta João Lins Caldas, um dos pioneiros do movimento modernista brasileiro, terá um espaço público e de qualidade para receber e exportar talentos.
Divulgação
Projeto de restauração será patrocinado pela petrobras, através da lei câmara cascudo, e manterá traços da arquitetura originalO projeto de restauração é assinado pelo engenheiro Germano Martins e nele constam as seguintes obras: ampliação para 200 assentos destinados ao público; criação de camarins e banheiros; instalação de climatização, sonorização e iluminação. Segundo Gilvan Lopes, diretor-geral do Centro Escolar de Arte e Cultura (Cenec), responsável pela elaboração e execução da obra o prédio é belíssimo, mas atualmente conta apenas com um grande salão na parte externa e um verdadeiro galpão interno para os eventos. As características arquitetônicas do prédio serão mantidas.
O objetivo do Cine-Teatro permanece como nos idos de sua fundação. No espaço reconstruído acontecerão projeções de filmes, apresentações culturais, palestras, seminários, cursos e oficinas. Ações que já acontecem no município, mas que até então ficam em local inadequado como em escolas e na Câmara de Vereadores. Segundo o diretor do Cenec este seria de fato, o primeiro espaço cultural público da cidade (antes o Cine-Teatro era propriedade de seu fundador).
Mas os benefícios posteriores à recuperação do Cine-Teatro não virão apenas para os moradores de Assu. Como nas décadas anteriores, outras 12 cidades serão beneficiadas. Macau, Carnaubás, Pendências, Angicos, Mossoró, Lages e Santana do Matos são algumas dessas cidades.
As obras de reconstrução e ampliação estão orçadas em um milhão e meio de reais — valor patrocinado pela Petrobras, através da Lei Câmara Cascudo de Incentivo à Cultura, que garante o abatimento de 80% do valor da obra nos impostos da empresa. A estatal também ficará responsável pelos 20% restantes, mas para isso a prefeitura de Assu terá que cumprir algumas exigências, como contrapartida: garantir a participação da marca da Petrobras em todos os eventos do Cine-Teatro, afixar placa de inauguração na entrada do prédio também com a marca da empresa (a placa ficará no local enquanto o Cine-Teatro estiver em atividade), exibir durante 25 anos um filme institucional, enfatizando a importância da ação de patrocínio da empresa.
Além disso, a prefeitura de Assu terá que investir 36 mil reais para divulgar, durante uma semana, a inauguração do prédio.
Todas essas exigências serão cumpridas sem problemas, como garante, Gilvan Lopes. Segundo ele, a luta para recuperar o prédio é antiga. Gilvan conta que o prédio foi adquirido pela prefeitura em 2001.
O Cine-Teatro pertencia à sobrinha e única herdeira de Francisco Fernandes, antigo proprietário e administrador do prédio. “Por muito pouco o Cine-Teatro não foi derrubado para dar lugar a um prédio comercial”, diz Gilvan.
Em 2002, a prefeitura de Assu, através do Cenec, elaborou um projeto de recuperação e ampliação do prédio, na época orçado em 714 mil reais. A direção do Centro Escolar submeteu o projeto ao edital da Lei Câmara Cascudo e, naquele mesmo ano, conseguiu sua aprovação. O tempo para captação de recursos através de patrocínio — estipulado pela Lei em dois anos — foi ultrapassado e o projeto de recuperação voltou à estaca zero. Gilvan Lopes conta ainda que foi feita uma tentativa de inserí-lo nos editais do Ministério da Cultura e do Banco do Brasil, mas a expectativa dos proponentes foi frustrada mais uma vez.
Deste período em diante foram feitas várias tentativas e apenas em 2009 o projeto foi novamente aprovado pela Lei Câmara Cascudo. Desta vez, a captação de recursos aconteceu no período previsto. A Petrobras concordou em patrocinar o projeto, mas a assinatura confirmando a ação está marcada para o final desta semana.
“Nós estamos atendendo ao pedido da Petrobras de adequar os formulários do projeto, já que eles têm um padrão a ser seguido. Mas isso não é nenhum empecilho para a recuperação do Cine-Teatro, já que está tudo confirmado”, diz Gilvan.
Assim que a Petrobras assinar o documento garantindo o patrocínio cultural, a prefeitura assuense abrirá edital de contratação das empresas que ficarão responsáveis pela obra de recuperação e ampliação do prédio. A previsão é de que a obra seja iniciada ainda este semestre, e terá duração de 12 meses, como aponta o projeto.
Prédio foi inagurado em 1935 para receber artistas da região
O Cine-Teatro Pedro Amorim foi erguido em 1930 por Francisco Fernandes Martins, um industrial visionário da cidade de Assu. Francisco atuava no ramo do algodão e, como seu negócio era próspero, foi responsável pela construção de vários prédios que hoje constituem o centro histórico assuense.
Mas a inauguração do Cine-Teatro aconteceu apenas em 1935 com a proposta de ser um ambiente voltado para abrigar expressões artísticas locais e nacionais. A falta de eventos fez com que o Cine-Teatro ficasse fechado por 10 anos. Durante o período, Francisco Fernandes pesquisou sobre possíveis programações e formas de funcionamento. O teatro abriu as portas ao público em 1945. A partir daquele ano o Cine-Teatro passou a exibir filmes com frequência e a trazer atrações nacionais para a cidade.
Assu tornou-se um centro polarizador das manifestações artísticas da região. E a arte sempre foi um ponto forte na cidade. Já na década de 20, figuravam em Assu, alguns nomes da poesia, que alcançaram abrangência nacional. O já citado João Lins Caldas; Sinhazinha Wanderley, poeta e compositora – autora do hino oficial de Assu – foram alguns ilustres a compor o patrimônio cultural da cidade.
(Artigo transcrito do Jornal Tribuna do Norte, 19.4.2010)
Divulgação
Projeto de restauração será patrocinado pela petrobras, através da lei câmara cascudo, e manterá traços da arquitetura originalO projeto de restauração é assinado pelo engenheiro Germano Martins e nele constam as seguintes obras: ampliação para 200 assentos destinados ao público; criação de camarins e banheiros; instalação de climatização, sonorização e iluminação. Segundo Gilvan Lopes, diretor-geral do Centro Escolar de Arte e Cultura (Cenec), responsável pela elaboração e execução da obra o prédio é belíssimo, mas atualmente conta apenas com um grande salão na parte externa e um verdadeiro galpão interno para os eventos. As características arquitetônicas do prédio serão mantidas.
O objetivo do Cine-Teatro permanece como nos idos de sua fundação. No espaço reconstruído acontecerão projeções de filmes, apresentações culturais, palestras, seminários, cursos e oficinas. Ações que já acontecem no município, mas que até então ficam em local inadequado como em escolas e na Câmara de Vereadores. Segundo o diretor do Cenec este seria de fato, o primeiro espaço cultural público da cidade (antes o Cine-Teatro era propriedade de seu fundador).
Mas os benefícios posteriores à recuperação do Cine-Teatro não virão apenas para os moradores de Assu. Como nas décadas anteriores, outras 12 cidades serão beneficiadas. Macau, Carnaubás, Pendências, Angicos, Mossoró, Lages e Santana do Matos são algumas dessas cidades.
As obras de reconstrução e ampliação estão orçadas em um milhão e meio de reais — valor patrocinado pela Petrobras, através da Lei Câmara Cascudo de Incentivo à Cultura, que garante o abatimento de 80% do valor da obra nos impostos da empresa. A estatal também ficará responsável pelos 20% restantes, mas para isso a prefeitura de Assu terá que cumprir algumas exigências, como contrapartida: garantir a participação da marca da Petrobras em todos os eventos do Cine-Teatro, afixar placa de inauguração na entrada do prédio também com a marca da empresa (a placa ficará no local enquanto o Cine-Teatro estiver em atividade), exibir durante 25 anos um filme institucional, enfatizando a importância da ação de patrocínio da empresa.
Além disso, a prefeitura de Assu terá que investir 36 mil reais para divulgar, durante uma semana, a inauguração do prédio.
Todas essas exigências serão cumpridas sem problemas, como garante, Gilvan Lopes. Segundo ele, a luta para recuperar o prédio é antiga. Gilvan conta que o prédio foi adquirido pela prefeitura em 2001.
O Cine-Teatro pertencia à sobrinha e única herdeira de Francisco Fernandes, antigo proprietário e administrador do prédio. “Por muito pouco o Cine-Teatro não foi derrubado para dar lugar a um prédio comercial”, diz Gilvan.
Em 2002, a prefeitura de Assu, através do Cenec, elaborou um projeto de recuperação e ampliação do prédio, na época orçado em 714 mil reais. A direção do Centro Escolar submeteu o projeto ao edital da Lei Câmara Cascudo e, naquele mesmo ano, conseguiu sua aprovação. O tempo para captação de recursos através de patrocínio — estipulado pela Lei em dois anos — foi ultrapassado e o projeto de recuperação voltou à estaca zero. Gilvan Lopes conta ainda que foi feita uma tentativa de inserí-lo nos editais do Ministério da Cultura e do Banco do Brasil, mas a expectativa dos proponentes foi frustrada mais uma vez.
Deste período em diante foram feitas várias tentativas e apenas em 2009 o projeto foi novamente aprovado pela Lei Câmara Cascudo. Desta vez, a captação de recursos aconteceu no período previsto. A Petrobras concordou em patrocinar o projeto, mas a assinatura confirmando a ação está marcada para o final desta semana.
“Nós estamos atendendo ao pedido da Petrobras de adequar os formulários do projeto, já que eles têm um padrão a ser seguido. Mas isso não é nenhum empecilho para a recuperação do Cine-Teatro, já que está tudo confirmado”, diz Gilvan.
Assim que a Petrobras assinar o documento garantindo o patrocínio cultural, a prefeitura assuense abrirá edital de contratação das empresas que ficarão responsáveis pela obra de recuperação e ampliação do prédio. A previsão é de que a obra seja iniciada ainda este semestre, e terá duração de 12 meses, como aponta o projeto.
Prédio foi inagurado em 1935 para receber artistas da região
O Cine-Teatro Pedro Amorim foi erguido em 1930 por Francisco Fernandes Martins, um industrial visionário da cidade de Assu. Francisco atuava no ramo do algodão e, como seu negócio era próspero, foi responsável pela construção de vários prédios que hoje constituem o centro histórico assuense.
Mas a inauguração do Cine-Teatro aconteceu apenas em 1935 com a proposta de ser um ambiente voltado para abrigar expressões artísticas locais e nacionais. A falta de eventos fez com que o Cine-Teatro ficasse fechado por 10 anos. Durante o período, Francisco Fernandes pesquisou sobre possíveis programações e formas de funcionamento. O teatro abriu as portas ao público em 1945. A partir daquele ano o Cine-Teatro passou a exibir filmes com frequência e a trazer atrações nacionais para a cidade.
Assu tornou-se um centro polarizador das manifestações artísticas da região. E a arte sempre foi um ponto forte na cidade. Já na década de 20, figuravam em Assu, alguns nomes da poesia, que alcançaram abrangência nacional. O já citado João Lins Caldas; Sinhazinha Wanderley, poeta e compositora – autora do hino oficial de Assu – foram alguns ilustres a compor o patrimônio cultural da cidade.
(Artigo transcrito do Jornal Tribuna do Norte, 19.4.2010)
segunda-feira, 19 de abril de 2010
MAIS UM POEMA DE WALFLAN DE QUEIROZ
Eu venho de uma montanha, Tânea.
De uma montanha de fogo e de sombras,
De fogo como o sol e de sombras como a noite.
Venho de um vale, Tânea.
Um vale com mil flores brilhantes.
E todas estas flores eram tuas.
Venho de uma floresta, Tânea.
Uma floresta com apenas um pássaro.
Um pássaro azul como as águas do rio.
Venho de um lago também azul, Tânea.
Um lago tranquilo e sem rumores,
Com cisnes brancos, cisnes selvagens,
Selvagens como o meu amor.
Eu venho do mar, Tânea.
Um mar sem praias e sem gaivotas,
Com uma ilha de carne,
E com o sangue de uma estrela.
Venho do deserto quente, Tânea.
Um deserto com ventos de areia,
E com monumentos que são sepulcros,
Onde enterro a minha solidão.
Walflan de Queiroz, poeta potiguar de São Miguel
(Do livro intitulado Livro de Tânea, 1963).
Postado por Fernando Caldas Fanfa
domingo, 18 de abril de 2010
JESUÍNO BRILHANTE
Eis uma das fotografias do filme Jesuíno Brilhante, O Cangaceiro filmado principalmente no município do Açu e região no começo da década de setenta. Esquerda para direita: (?), (?), (?), o artista nacional Neri Victor (protagonista), José Caldas Soares Filgueira (Dedé Caldas) e Zélia Amorim, ambos assuense que deram uma pequena participação naquele filme. A fotografia fora tirada na calçada da Casa Paroquial de São João Batista, de Açu (RN). Fica o registro.
Fernando Caldas Fanfa
Fernando Caldas Fanfa
CHICO BRANCO
Chico Branco é um dos gays mais antigos do Açu. E quem não se lembra dele na praça Getúlio Vargas Se não me falha a memória ele vai pertinho dos seus bons setenta anos de idade. Por sinal o movimento gay na terra açuense é uma realidade. Afinal de contas o Açu é uma terra pluralista, onde de tudo acontece, como dizia Padre Zé Luiz. Vejam vocês que em Açu tem um restaurante com banheiro alternativo somente para gays denominado Dida.com, de de propriedade do amigo Dida Bola. Pois bem, certa vez, de manhã cedinho Chico se dirigiu ao Mercado Público Sofia Frutuoso. Ao se aproximar de um daqueles cafés daquela mercado se deparou com o açuense de Angicos Enaldo Araujo bebendo ente amigos. E Chico foi logo dizendo: Seu Enaldo esse povo do Açu é muito invejoso! Antigamente só tinha umas duas ou tres 'bicas' nesta cidade. Agora, tem uma ruma".
De outra feita, boquinha da noite, no dizer popular do nordestino, Chico Branco teria marcado um encontro na praça Getúlio vargas, com um certo rapaz de sua simpatia. Antes, porém, se dirigiu ao Bar do Juazeiro, de propriedade de Zé do Bar, como ele é mais conhecido na cidade de Açu. Aí Chico mandou Zé botar um copo cheio de cachaça, esborrotando mesmo. Ao tomar a 'branquinha' de uma só vez, fora advertido pelo proprietário daquele botequim: "Chico, rapaz, não beba desse geito não! A sua pressão pode baixar de vez!" Chico Branco não se fez de rogado: "Seu Zé, é porque não é o senhor que vai levar o que eu vou levar agora!" E saiu daquele recinto já de orelhas quentes para o encontro amoroso.
Fernando Caldas Fanfa
De outra feita, boquinha da noite, no dizer popular do nordestino, Chico Branco teria marcado um encontro na praça Getúlio vargas, com um certo rapaz de sua simpatia. Antes, porém, se dirigiu ao Bar do Juazeiro, de propriedade de Zé do Bar, como ele é mais conhecido na cidade de Açu. Aí Chico mandou Zé botar um copo cheio de cachaça, esborrotando mesmo. Ao tomar a 'branquinha' de uma só vez, fora advertido pelo proprietário daquele botequim: "Chico, rapaz, não beba desse geito não! A sua pressão pode baixar de vez!" Chico Branco não se fez de rogado: "Seu Zé, é porque não é o senhor que vai levar o que eu vou levar agora!" E saiu daquele recinto já de orelhas quentes para o encontro amoroso.
Fernando Caldas Fanfa
VELHOS TEMPOS DA POLÍTICA NORTE-RIOGRANDENSE
Almoço de confraternização em Mossoró com o governador Dix-sept Rosado em 1951. Daquela festa política fizeram presentes muitas figuras do Assu, como Epifânio Barboza, Fernando Tavares - Vem-Vem (meu avô materno),o casal Maria e Expedito Silveira, entre outros assuenses. Epifânio e Vem-Vem eram amigos íntimos daquele governante potiguar de Mossoró.
Fernando Caldas
Fernando Caldas
quinta-feira, 15 de abril de 2010
UM POEMA DE WALFLAN DE QUEIROZ
HART CRANE
Contruamos uma ponte definitiva
Que sirva de ligação eterna entre o Ocidente e o Oriente
Uma ponte universal, maior do que a de Broklyn
Irmanando pretos e brancos, ricos e proletários.
No grande dia universal
De paz e de amor entre os povos.
Então o mar devolverá teu corpo ao mundo universal.
Contruamos uma ponte definitiva
Que sirva de ligação eterna entre o Ocidente e o Oriente
Uma ponte universal, maior do que a de Broklyn
Irmanando pretos e brancos, ricos e proletários.
No grande dia universal
De paz e de amor entre os povos.
Então o mar devolverá teu corpo ao mundo universal.
LÍDER É LIDER
O velho comandante Edgard Borges Montenegro - já tem uma postagem sobre ele que eu escreví neste blog - liderou a politica do Vale do Açu durante quase quarenta anos. Naquela região aquele carismático e incontestável líder político empunhava a bandeira da UDN naquela região nos tempos do "velho senado do coração do povo" (final da década de quarenta, cinquenta, sessenta, setenta e começo de oitenta) Dinarte Mariz. Nasceu vocacionado para a arte de fazer política, porém na era politiqueiro ou como se diz, não gostava de fazer politicagem. Orador brilhante, ele disse certa vez na praça pública de ipanguaçu em 1971 (lembro-me como se fosse hoje), campanha de seu irmçao Nelsom para deputado estadual, que "ninguém pode ser forte na terra dos outros, sem antes na sua terra matriz, na sua terra berço, sem tem o exemplo da confiança e da amizade do seu povo." "Vamos conterrâneos, unidos e coesos resolver nossos problemas". Frase também de sua autoria. Afinal, ele foi um dos idealizadores da Comissão de Desenvolvimento do Vale do Açu - CODEVA, instituição que funcionou, cor partidária e que tinha sobretudo, um único objetivo: O Vale do Açu. Era aquela região que estava em jogo.
Na fotografia (carnaval de 1965) esquerda para direita Francisca Ximenes, Maria Auxiliadora (exposa de Edgard) Dilina de Sá Leitão e Zélia Tavares.
Edgar Montenegro, o filho mais ilustre do assu hoje, salvo engano, vai fazer no dia 23 de junho 90 anos de idade. Merece uma grande homenagem.
Fernando Caldas Fanfa
Na fotografia (carnaval de 1965) esquerda para direita Francisca Ximenes, Maria Auxiliadora (exposa de Edgard) Dilina de Sá Leitão e Zélia Tavares.
Edgar Montenegro, o filho mais ilustre do assu hoje, salvo engano, vai fazer no dia 23 de junho 90 anos de idade. Merece uma grande homenagem.
Fernando Caldas Fanfa
JÚLIO SOARES O ENTERRO DE SI MESMO
Por Celso da Silveira, escritor assuense já falecido - texto escrito em 1987.
Júlio Soares foi poeta num tempo em que os poetas ou estavam tuberculosos ou eram boêmios inveterados, que se viciavam em bebidas para manter a convivência com o outro vício - a poesia.
Mas suas vertentes foram bem nascidas, numa casa onde o piano era uma presença constante e comandava o epírito familiar, sendo ele próprio um musicista reconhecido.
Há, em sua poesia, deixada em cadernos ou em jornais e, em maior número na memória dos seus familiares, dispersamente, inúmeros sonetos em que se auto-retrata invariavelmente maldizendo a sorte, depois de ter sido filho de rico industrial, ou refletindo a situação de alcoólatra a que chegou, depois de ser estudante no Rio de Janeiro num tempo em que ir à capital da República era uma condição de privilégio dos abastados. Há um soneto bem marcante dessa fase aguda em que todo o drama do viciado se vê reproduzido:
"Cinco horas, já se expande a passarada
Com o semblante de bêbado desperto
Acho a porta, ningém pela calçada...
A rua é triste assim como um deserto.
Quero beber. Não sei qual seja a estrada
Que me conduz ao botequim mais perto,
Sozinho traço o rumo da jornada
E parto, enfim, com o espírito liberto.
Paro no fim de uma deserta praça
Ouço de longe o buzinar de um carro...
Cresce-me o anseio de beber cachaça.
Entro num bar, gracejo, bebo, escarro,
Julgando ver a minha vida incerta
Na fumaça sutil do meu cigarro".
Em 1926 - Júlio Soares nasceu em 1898 e faleceu em 1954 - o poeta morava na rua do Catete, no Rio de Janeiro, como estudante, fazendo o curso comercial para um dia dirigir os negócios do pai, coronel José Soares Filgueira sobrinho, alto comerciante em Assu, comprador de algodão, cera de carnaúba, peles e couros, proprietário de terra e gados, com largo prestígio em política de então. Nessa época já fazia literatura, como atesta o escritor Aderbal de França, seu companheiro de "república", com quem dividia o cômodo na capital federal.
Sempre lendo e escrevendo, e cada vez estudando menos as disciplinas do curso, Júlio Soares voltou ao Assu e dali foi viver numa cidade cearense, aparentemente comportado em seus hábitos boêmios. Sem muita força de vontade, deixou-se de dominar, e outra vez em temporada assuense, Júlio Soares sóconhece poucas pessoas e é muito pouco conhecido. Retoma suas habilidades poéticas e escreve o seu CANTO DO CISNE - um soneto cujo terceto final é o seguinte:
"Chorando ou rindo, vou passando a esmo
E no vício morrendo lentamente
Fazendo assim o enterro de mim mesmo."
Júlio Soares, ressuscitado o seu passado de bebidas, violões, e abandonado, volta ao ceará e morre em Fortaleza.
Júlio Soares foi poeta num tempo em que os poetas ou estavam tuberculosos ou eram boêmios inveterados, que se viciavam em bebidas para manter a convivência com o outro vício - a poesia.
Mas suas vertentes foram bem nascidas, numa casa onde o piano era uma presença constante e comandava o epírito familiar, sendo ele próprio um musicista reconhecido.
Há, em sua poesia, deixada em cadernos ou em jornais e, em maior número na memória dos seus familiares, dispersamente, inúmeros sonetos em que se auto-retrata invariavelmente maldizendo a sorte, depois de ter sido filho de rico industrial, ou refletindo a situação de alcoólatra a que chegou, depois de ser estudante no Rio de Janeiro num tempo em que ir à capital da República era uma condição de privilégio dos abastados. Há um soneto bem marcante dessa fase aguda em que todo o drama do viciado se vê reproduzido:
"Cinco horas, já se expande a passarada
Com o semblante de bêbado desperto
Acho a porta, ningém pela calçada...
A rua é triste assim como um deserto.
Quero beber. Não sei qual seja a estrada
Que me conduz ao botequim mais perto,
Sozinho traço o rumo da jornada
E parto, enfim, com o espírito liberto.
Paro no fim de uma deserta praça
Ouço de longe o buzinar de um carro...
Cresce-me o anseio de beber cachaça.
Entro num bar, gracejo, bebo, escarro,
Julgando ver a minha vida incerta
Na fumaça sutil do meu cigarro".
Em 1926 - Júlio Soares nasceu em 1898 e faleceu em 1954 - o poeta morava na rua do Catete, no Rio de Janeiro, como estudante, fazendo o curso comercial para um dia dirigir os negócios do pai, coronel José Soares Filgueira sobrinho, alto comerciante em Assu, comprador de algodão, cera de carnaúba, peles e couros, proprietário de terra e gados, com largo prestígio em política de então. Nessa época já fazia literatura, como atesta o escritor Aderbal de França, seu companheiro de "república", com quem dividia o cômodo na capital federal.
Sempre lendo e escrevendo, e cada vez estudando menos as disciplinas do curso, Júlio Soares voltou ao Assu e dali foi viver numa cidade cearense, aparentemente comportado em seus hábitos boêmios. Sem muita força de vontade, deixou-se de dominar, e outra vez em temporada assuense, Júlio Soares sóconhece poucas pessoas e é muito pouco conhecido. Retoma suas habilidades poéticas e escreve o seu CANTO DO CISNE - um soneto cujo terceto final é o seguinte:
"Chorando ou rindo, vou passando a esmo
E no vício morrendo lentamente
Fazendo assim o enterro de mim mesmo."
Júlio Soares, ressuscitado o seu passado de bebidas, violões, e abandonado, volta ao ceará e morre em Fortaleza.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
DESMANTÊLO
Foi no princípe de Março:
Inverno nem se falava!
Só omentava o mormaço,
Prumóde qui o Só baixava,
Pra matá tudo queimado.
O céo só se´parecia,
- Deus me perdôe a hirisia -
Um prato azú imborcado.
Me restava inda uma crença:
Pois, pouco tempo fazia;
Q'eu fiz as experiênça,
Véspera de Santa Luzia...
Demanhã quando eu andava
Nas verêda, nos caminho,
Pra todo canto incontrava;
Os nionho de passarinho.
Adespois, já se falava,
De inverno no Pioí,
E, muita gente jurava,
Qui a noite relampiava,
No rumo dos Carirí.
Um dia deadrugada,
A barra vinha quebrando;
Ouví o "pai da cuiáda",
Pulas quebrada roncando.
Era justamente o dia,
Qui nós todo, tinha fé.
A nossa crença dizia:
Na véspa de S. José,
O inverno, tará pegando.
... Numn tive qui duvidá.
Incuivarei meu roçado,
Tava tudo apreparado...
Sô me fartava prantá.
Daí, tempo trancô-se.
Chuveu dez dia amarrado!
O meu barreiro arrombô-se,
Morreu metade do gado,
As criação acabô-se
Tudo na váge atolado.
Sua as agua do rio,
Foi subindo, foi subindo...
Despencô-se nos baixio,
As váge toda cubrindo.
Ficamo em casa cercado,
Sem tê pra onde apelá.
Se atrépamo no teiádo
E comecemo a gritá.
Eu, a muié e uma fia,
Passemo a noite atrepado.
E já pro rompê do dia,
As agua tinha baixado.
Aí, nós fumo decendo.
Quando pizemo no chão,
Minha muié, foi dizendo:
- A menina tá tremendo,
Isso num será sezão?
- Prumóde incurtar a históra,
No anoitecer desse dia,
A minmha fia subía,
Para o Reino da Gulóra.
E dessa hora indiente,
Jurei nas´péda do artá,
Mardizê a toda inchente,
Qui Nosso Sinhô Mandá.
Renato Caldas, poeta matuto de Fulô do Mato.
Inverno nem se falava!
Só omentava o mormaço,
Prumóde qui o Só baixava,
Pra matá tudo queimado.
O céo só se´parecia,
- Deus me perdôe a hirisia -
Um prato azú imborcado.
Me restava inda uma crença:
Pois, pouco tempo fazia;
Q'eu fiz as experiênça,
Véspera de Santa Luzia...
Demanhã quando eu andava
Nas verêda, nos caminho,
Pra todo canto incontrava;
Os nionho de passarinho.
Adespois, já se falava,
De inverno no Pioí,
E, muita gente jurava,
Qui a noite relampiava,
No rumo dos Carirí.
Um dia deadrugada,
A barra vinha quebrando;
Ouví o "pai da cuiáda",
Pulas quebrada roncando.
Era justamente o dia,
Qui nós todo, tinha fé.
A nossa crença dizia:
Na véspa de S. José,
O inverno, tará pegando.
... Numn tive qui duvidá.
Incuivarei meu roçado,
Tava tudo apreparado...
Sô me fartava prantá.
Daí, tempo trancô-se.
Chuveu dez dia amarrado!
O meu barreiro arrombô-se,
Morreu metade do gado,
As criação acabô-se
Tudo na váge atolado.
Sua as agua do rio,
Foi subindo, foi subindo...
Despencô-se nos baixio,
As váge toda cubrindo.
Ficamo em casa cercado,
Sem tê pra onde apelá.
Se atrépamo no teiádo
E comecemo a gritá.
Eu, a muié e uma fia,
Passemo a noite atrepado.
E já pro rompê do dia,
As agua tinha baixado.
Aí, nós fumo decendo.
Quando pizemo no chão,
Minha muié, foi dizendo:
- A menina tá tremendo,
Isso num será sezão?
- Prumóde incurtar a históra,
No anoitecer desse dia,
A minmha fia subía,
Para o Reino da Gulóra.
E dessa hora indiente,
Jurei nas´péda do artá,
Mardizê a toda inchente,
Qui Nosso Sinhô Mandá.
Renato Caldas, poeta matuto de Fulô do Mato.
terça-feira, 13 de abril de 2010
POESIA
OS HOMENS
Nós os homens, Senhor, atropelados erramos na encruzilhada de todos os caminhos.
E assim que defrontamos.
Os espinhos
As árvores de amargos ramos.
Assim, senhor, que nos defrontamos
Nós os homens que erramos na encruzilhada de todos os caminhos.
JLCaldas
Nós os homens, Senhor, atropelados erramos na encruzilhada de todos os caminhos.
E assim que defrontamos.
Os espinhos
As árvores de amargos ramos.
Assim, senhor, que nos defrontamos
Nós os homens que erramos na encruzilhada de todos os caminhos.
JLCaldas
sábado, 10 de abril de 2010
POR QUE FRUTILÂNDIA?
A denominação do bairro mais populoso do Assu de Frutilândia. Foi uma homenagem que Ronaldo Soares quando prefeito do Assu em 1985, prestou ao grande poeta potiguar do Assu chamado João Lins Caldas. Sabe por que? Porque era a denominação do sítio do bardo assuense conhecido pelos mais antigos do Assu, como Seu Caldas. Frutilãndia nome criado por ele, Caldas, quer dizer terra de fruta.
Aproveitando a oportunidade vamos conferir para o nosso deleite, o poema que ele produziu numa feliz inspiração em homenagem a sua tão decantada Frutilândia, conforme transcrito adiante:
Como essa manhã me acorda com os passarinhos.
Que matinal de árvores e de pássaros!...
Pinga o orvalho das folhas como pérolas trêmulas, molhadas,
Cardeiros à distância perto a cerca fulfa do cercado...
No terreiro da casa as galinhas ciscando...
Um pio de nambu é remoto à distância...
Ouço e vejo lá fora... há como que em mim um anseio louco de embriagado...
Vontade de correr, rondar, ser como um pequeno cabrito a saltar pelo relvado...
O milho verde, a subir, a cana grossa, o espigar das bonecas...
O louro-roxo do cabelo aqui e ali pelos ventos agitado...
Parado... o ar aqui agora um ar parado...
Nem um grilo a trilar, nem um mover de folhas...
Saio... acendo o cigarro... as mãos trêmulas de gozo...
Isso que aqui plantei, que as minhas mãos cavaram...
Cajueiros aos cem, azeitonas, mangueiras...
Ah! Se eu na vida tivesse como aqui sempre plantado...
E vejo, no crescer, pequena, a laranjeira
Tão verde no buraco fundo que lhe foi cavado...
A minha laranjeira, a minha laranjeira...
Os frutos que dará, encantando o cercado...
Meu rancho ali, os potes na biqueira...
Pobreza assim riqueza só... um dia
Repousarei em mim essa pobre cabeça de cansado...
Lembrarei os meus versos, direi versos para mim e para o céu estrelado...
A noiva que não tive... e recordo sem mágoa
Aquela que passou, culpa de mim somente...
Vão em cortejo ao olhar do meu pensamento sombras vagas...
*Arina... um filho pela mão... lá atravessa seu filho...
E os filhos que não tive, as almas, culpa de mim, que não vingaram...
Basta... volto-me ao sístio do meu silêncio proclamado...
É a música de tudo em tudo que de mim na sua essência...
O sol... o sol dessa manhã é agora todo o meu cuidado...
Olho o sol... a ânsia talvez de pelo sol perder-me.
E já não ser... ou ser tudo aquele mundo todo nas raízes...
As árvores que quero ver, as pequeninas plantas que quero ver dos seus pequeninos berços elevadas...
E olho-as... as minhas crianças verdes, as minhas pequenas româzeiras enramadas...
O cigarroi se apaga, a fumaça não sobe...
Vamos... entrar o rancho, agitar gravetos, fazer o fogo...
E brinquedo, o meu cão, que aqui por esse andar me tem sempre acompanhado.
Olho os olhos ao cão... não, Brinquedo que nem sempre me tem mesmo acompanhado.
*Arina foi uma das namoradas do poeta no seu tempo de Rio de Janeiro (1912-1933).
Aproveitando a oportunidade vamos conferir para o nosso deleite, o poema que ele produziu numa feliz inspiração em homenagem a sua tão decantada Frutilândia, conforme transcrito adiante:
Como essa manhã me acorda com os passarinhos.
Que matinal de árvores e de pássaros!...
Pinga o orvalho das folhas como pérolas trêmulas, molhadas,
Cardeiros à distância perto a cerca fulfa do cercado...
No terreiro da casa as galinhas ciscando...
Um pio de nambu é remoto à distância...
Ouço e vejo lá fora... há como que em mim um anseio louco de embriagado...
Vontade de correr, rondar, ser como um pequeno cabrito a saltar pelo relvado...
O milho verde, a subir, a cana grossa, o espigar das bonecas...
O louro-roxo do cabelo aqui e ali pelos ventos agitado...
Parado... o ar aqui agora um ar parado...
Nem um grilo a trilar, nem um mover de folhas...
Saio... acendo o cigarro... as mãos trêmulas de gozo...
Isso que aqui plantei, que as minhas mãos cavaram...
Cajueiros aos cem, azeitonas, mangueiras...
Ah! Se eu na vida tivesse como aqui sempre plantado...
E vejo, no crescer, pequena, a laranjeira
Tão verde no buraco fundo que lhe foi cavado...
A minha laranjeira, a minha laranjeira...
Os frutos que dará, encantando o cercado...
Meu rancho ali, os potes na biqueira...
Pobreza assim riqueza só... um dia
Repousarei em mim essa pobre cabeça de cansado...
Lembrarei os meus versos, direi versos para mim e para o céu estrelado...
A noiva que não tive... e recordo sem mágoa
Aquela que passou, culpa de mim somente...
Vão em cortejo ao olhar do meu pensamento sombras vagas...
*Arina... um filho pela mão... lá atravessa seu filho...
E os filhos que não tive, as almas, culpa de mim, que não vingaram...
Basta... volto-me ao sístio do meu silêncio proclamado...
É a música de tudo em tudo que de mim na sua essência...
O sol... o sol dessa manhã é agora todo o meu cuidado...
Olho o sol... a ânsia talvez de pelo sol perder-me.
E já não ser... ou ser tudo aquele mundo todo nas raízes...
As árvores que quero ver, as pequeninas plantas que quero ver dos seus pequeninos berços elevadas...
E olho-as... as minhas crianças verdes, as minhas pequenas româzeiras enramadas...
O cigarroi se apaga, a fumaça não sobe...
Vamos... entrar o rancho, agitar gravetos, fazer o fogo...
E brinquedo, o meu cão, que aqui por esse andar me tem sempre acompanhado.
Olho os olhos ao cão... não, Brinquedo que nem sempre me tem mesmo acompanhado.
*Arina foi uma das namoradas do poeta no seu tempo de Rio de Janeiro (1912-1933).
SESQUICENTENÁRIO DO ASSU, 1995
Esquerda para direita: deputado Ronaldo Soares, deputado Arnóbio Abreu, governador Garibaldi Alves e´, bem atrás o ex-vereador Fernando Fanfa Caldas. |Assu, 16 de outubro de 1995. Local: Campus Avançado do Assu.
ESTÓRIA DA HISTÓRIA
(Artigo de Agnelo Alves transcrito do jornal Tribuna do Norte, de Natal, 4.42010).
JK LEVOU O PSD-RN A APOIAR A CANDIDATURA DE ALUÍZIO ALVES PARA GOVERNADOR
O Presidente Jk tinha uma admiração, à distância, pelo então deputado, Aluizio Alves, Vice-líder da bancada da ONU na Câmara Federal, redator-chefe da TRIBUNA DA IMPRENSA, amigo pessoal de Carlos Lacerda, com poderes, inclusive, de vetar artigos, mudar manchetes, enfim, como o próprio Lacerda costumava chamar aluízio de "DBS" - Departamento do Bom Senso.
JK sabia como ninguém que Aluízio continha os arroubos mais radicais de Carlos Lacerda, vetando os artigos mais violentos, alguns dos quais reescrevia ou mandava para o recém-eleito deputado, José Sarney, reescrever. Lacerda tomava conhecimento quando a TRIBUNA DA IMPRENSA circulava. Uma prática que vinha desde os tempos do governo Vargas.
Quando Aluízio e Lacerda foram a Londres conversar com Jânio Quadros como emissários da UDN, Aluízio notou que a cada igreja nova que visitava, Carlos Lacerda ajoelhava-se e rezava com um fervor que não passava despercebido pelos circunstantes. Um dia, Aluízio perguntou a Carlos Lacerda porque tanto fervor.
"Sabe Aluízio, rezo pela alma de Getúlio Vargas" - respondeu Carlos Lacerda, acrescentando que não lhe movia nenhum remorso pela oposição que comandara contra o Governo de Vargas. Mas, sentia, interiormente, que o ex-presidente brasileiro, que se suicidara quando tomou conhecimento que os generais estavam chegando para depô-lo, precisava de orações e, portanto, ele fizera um propósito de todas as vezes que conhecesse uma Igreja o primeiro ato que lhe cabia cometer era ajoelhar-se e rezar pela alma dele, Getúlio.
Estávamos na calçada do Hotel Serrador, aguardando Aristófenes Fernandes, quando Aluízio foi chamado para atender uma ligação. Era Zé Aparecido, marcando um encontro na sede da UDN, ali perto. Eu ficararia no Serrador, aguardando Aristófenes e Aluízio foi ao encontro de Aparecido. JK queria que o PSD do Rio Grande do Norte apoiasse a candidatura de Aluízio ao governo do Estado.
Já tinhamos conhecimento que Geraldo Carneiro, assesssor mais próximo de JK, esteve conversando com Aparecido, de quem era primo, com aquele objetivo. Na conversa, estabelecida na sede da UDN, Aparecido queria comunicar a Aluízio que o ministro da justiça, Armando Falcão, foram chamado por JK que o incubiu das providências e conversações com o "major" Teodorico e o PSD do Rio Grande do Norte. Aluízio ligou para a portaria do Hotel Serrador pedindo que eu e Aristófanes fossemos ao encontro dele e de Aparecido na sede da UDN.
Aluízio queria assumir pessoalmente, sozinho, uma posição, em face de sua condição de vice-lider da oposição na Câmara Federal. Nada a ver uma coisa com a outra. Aluyízio já, inclusive, renunciara à vice-liderança para fazer a campanha. E para ganhar mais fácil precisava do apoio do PSD, já com a dissidência enorme disposta a apoiar a sua candidatura. Aristófenes e eu demos apoio imediato.
Dali mesmo Aparecido marcou um encontro com Geraldo Carneiro. Fomos Aluízio, Aparecido, Aristófanes e eu. Desse encontro, resultou uma ligação telefônica para o ministro Armando Falcão que deveria chamar Teodorico, comunicando a decisão do Presidente JK. Teodorico ainda resistiu. Mas, o desejo de JK era respaldado pela dissidência pessedista formada por Aluízio Bezerra, Olavo Montenegro, Seráfico Dantas e, de uma maneira discreta, pelo monsenhor Walfredo Gurgel, Lauro e Juanita Arruda, além de tantos e tantos outros pessedistas do Rio Grande do Norte. A reunião do PSD foi na casa de Rui Paiva, também dissidente para apoiar Aluízio, desde quando Aluízio se declarou candidato.
Aluízio deu uma demonstração clara e pública de prestígio ao PSD, escolhendo para seu candidato a vice-governador o monsenhor Walfredo Gurgel e, numa noite de inverno, saiu de Angicos para a fazenda de Teodorico, em Santa Cruz, acompanhado de Aluízio Bezerra e Olavo Montenegro, para selar o apoio do PSD.
JK LEVOU O PSD-RN A APOIAR A CANDIDATURA DE ALUÍZIO ALVES PARA GOVERNADOR
O Presidente Jk tinha uma admiração, à distância, pelo então deputado, Aluizio Alves, Vice-líder da bancada da ONU na Câmara Federal, redator-chefe da TRIBUNA DA IMPRENSA, amigo pessoal de Carlos Lacerda, com poderes, inclusive, de vetar artigos, mudar manchetes, enfim, como o próprio Lacerda costumava chamar aluízio de "DBS" - Departamento do Bom Senso.
JK sabia como ninguém que Aluízio continha os arroubos mais radicais de Carlos Lacerda, vetando os artigos mais violentos, alguns dos quais reescrevia ou mandava para o recém-eleito deputado, José Sarney, reescrever. Lacerda tomava conhecimento quando a TRIBUNA DA IMPRENSA circulava. Uma prática que vinha desde os tempos do governo Vargas.
Quando Aluízio e Lacerda foram a Londres conversar com Jânio Quadros como emissários da UDN, Aluízio notou que a cada igreja nova que visitava, Carlos Lacerda ajoelhava-se e rezava com um fervor que não passava despercebido pelos circunstantes. Um dia, Aluízio perguntou a Carlos Lacerda porque tanto fervor.
"Sabe Aluízio, rezo pela alma de Getúlio Vargas" - respondeu Carlos Lacerda, acrescentando que não lhe movia nenhum remorso pela oposição que comandara contra o Governo de Vargas. Mas, sentia, interiormente, que o ex-presidente brasileiro, que se suicidara quando tomou conhecimento que os generais estavam chegando para depô-lo, precisava de orações e, portanto, ele fizera um propósito de todas as vezes que conhecesse uma Igreja o primeiro ato que lhe cabia cometer era ajoelhar-se e rezar pela alma dele, Getúlio.
Estávamos na calçada do Hotel Serrador, aguardando Aristófenes Fernandes, quando Aluízio foi chamado para atender uma ligação. Era Zé Aparecido, marcando um encontro na sede da UDN, ali perto. Eu ficararia no Serrador, aguardando Aristófenes e Aluízio foi ao encontro de Aparecido. JK queria que o PSD do Rio Grande do Norte apoiasse a candidatura de Aluízio ao governo do Estado.
Já tinhamos conhecimento que Geraldo Carneiro, assesssor mais próximo de JK, esteve conversando com Aparecido, de quem era primo, com aquele objetivo. Na conversa, estabelecida na sede da UDN, Aparecido queria comunicar a Aluízio que o ministro da justiça, Armando Falcão, foram chamado por JK que o incubiu das providências e conversações com o "major" Teodorico e o PSD do Rio Grande do Norte. Aluízio ligou para a portaria do Hotel Serrador pedindo que eu e Aristófanes fossemos ao encontro dele e de Aparecido na sede da UDN.
Aluízio queria assumir pessoalmente, sozinho, uma posição, em face de sua condição de vice-lider da oposição na Câmara Federal. Nada a ver uma coisa com a outra. Aluyízio já, inclusive, renunciara à vice-liderança para fazer a campanha. E para ganhar mais fácil precisava do apoio do PSD, já com a dissidência enorme disposta a apoiar a sua candidatura. Aristófenes e eu demos apoio imediato.
Dali mesmo Aparecido marcou um encontro com Geraldo Carneiro. Fomos Aluízio, Aparecido, Aristófanes e eu. Desse encontro, resultou uma ligação telefônica para o ministro Armando Falcão que deveria chamar Teodorico, comunicando a decisão do Presidente JK. Teodorico ainda resistiu. Mas, o desejo de JK era respaldado pela dissidência pessedista formada por Aluízio Bezerra, Olavo Montenegro, Seráfico Dantas e, de uma maneira discreta, pelo monsenhor Walfredo Gurgel, Lauro e Juanita Arruda, além de tantos e tantos outros pessedistas do Rio Grande do Norte. A reunião do PSD foi na casa de Rui Paiva, também dissidente para apoiar Aluízio, desde quando Aluízio se declarou candidato.
Aluízio deu uma demonstração clara e pública de prestígio ao PSD, escolhendo para seu candidato a vice-governador o monsenhor Walfredo Gurgel e, numa noite de inverno, saiu de Angicos para a fazenda de Teodorico, em Santa Cruz, acompanhado de Aluízio Bezerra e Olavo Montenegro, para selar o apoio do PSD.
A VIRGINDADE PROFANADA
De Gilberto Freire de Melo, escritor potiguar de Pendencias (RN). Você encontra na Livraria Poty, de Natal. Vale a pena comprar aquele volume.
LOURENÇO,O SERTANEJO
(Terceiro capítulo do livro (título acima) da escritora assuense *Maria Eugênia cujo protagonista é o fazendeiro Epifânio Barbosa encarnado no personagem "Lourenço"). Vejamos adiante:
Certo dia, na estrada do Vale, Lourenço encontrou-se com o Coronel Moisés.
- Bom dia, Lourenço. Observo que o vento norte continua soprando para você. Tudo verde no sítio... progredindo...
- Certo, Coronel. Nem todo mal é mal. O mundo dá mais volta que roda de roleta. Hoje, sou dono da Pedra Branca. Ontem, era o senhor. Eu sei que o Coronel foi à casa de meu pai naquele dia, com seus filhos armados até os dentes. Mas, Coronel, não guardo rancor. Já se vão os anos, já sou pai de família. Querendo aparecer com d. Josefa nós ficaremos contentes. Lunarda é mulher de verdade, Coronel. É a mão que pega o leme da nossa casa. Eu sou o casco do navio velho que balança no mar. Aguento o rojão... O Coronel precisa conhecer Lunarda. Como é bonita! E Juraci, um bichinho que nasceu por lá. Dá gosto de ver, Coronel. É a menina mais bonita do Vale.
O Coronel Moisés ficou engasgado. Bateu no ombro de Lourenço e disse:
- A vida também é madastra. Às vezes, vem como as ondas do mar e leva tudo na maré. O meu gado...
Ah, Coronel! Não me fale em gado! É o meu fraco. Quando vejo um bezerro escaramuçar, tenho vontade danada de pegar no rabo dos bichinhos e de alisar, como aliso os cabelos de minha menina... O meu negócio é comprar e vender bois. O negócio melhor do mundo, Coronel. Conhece aquela história dos franceses quando quiseram tomar o nosso Brasil? Já ouviu falar num tal de Vileganhão?
- Sim - sorriu o Coronel - Eu conheço a história da Invasão Francesa, de Villegagnon, o bravo aventureiro.
- Pois se reuniram na assembléia e discutiram como haveriam de governar o nosso Brasil. Apresentaram os problemas e perguntaram ao Comandante: "Qual o primeiro negócio para o norte do Brasil?" Respondeu: "Gado bem administrado". "Qual o segundo negócio para o mesmo lugar?" e o Comandante ainda respondeu: "Gado sem administração". "Pois bem, Coronel, é o que faço. Compro, vendo, solto os rebanhos no mato e deixo engordar. E ainda tem mais, Coronel. É um negócio alegre. Todo mundo corre para ver uma boiada, parece festa. Os meninos gritam, os vaqueiros abóiam...
- É isso mesmo, Lourenço. Dou-lhe os parabéns. Agora vou me apartar. Vou à casa do Compadre Chico Inácio que está adoentado. Até à vista, Lourenço.
- Até outro dia, Coronel.
Coitado do Coronel Moisés! Está ficando velho e cansado. Os filhos no mundo... essa vida! - E Lourenço, ficando a espora no sau alazão, esquipou rumo ao lar.
Certo dia, na estrada do Vale, Lourenço encontrou-se com o Coronel Moisés.
- Bom dia, Lourenço. Observo que o vento norte continua soprando para você. Tudo verde no sítio... progredindo...
- Certo, Coronel. Nem todo mal é mal. O mundo dá mais volta que roda de roleta. Hoje, sou dono da Pedra Branca. Ontem, era o senhor. Eu sei que o Coronel foi à casa de meu pai naquele dia, com seus filhos armados até os dentes. Mas, Coronel, não guardo rancor. Já se vão os anos, já sou pai de família. Querendo aparecer com d. Josefa nós ficaremos contentes. Lunarda é mulher de verdade, Coronel. É a mão que pega o leme da nossa casa. Eu sou o casco do navio velho que balança no mar. Aguento o rojão... O Coronel precisa conhecer Lunarda. Como é bonita! E Juraci, um bichinho que nasceu por lá. Dá gosto de ver, Coronel. É a menina mais bonita do Vale.
O Coronel Moisés ficou engasgado. Bateu no ombro de Lourenço e disse:
- A vida também é madastra. Às vezes, vem como as ondas do mar e leva tudo na maré. O meu gado...
Ah, Coronel! Não me fale em gado! É o meu fraco. Quando vejo um bezerro escaramuçar, tenho vontade danada de pegar no rabo dos bichinhos e de alisar, como aliso os cabelos de minha menina... O meu negócio é comprar e vender bois. O negócio melhor do mundo, Coronel. Conhece aquela história dos franceses quando quiseram tomar o nosso Brasil? Já ouviu falar num tal de Vileganhão?
- Sim - sorriu o Coronel - Eu conheço a história da Invasão Francesa, de Villegagnon, o bravo aventureiro.
- Pois se reuniram na assembléia e discutiram como haveriam de governar o nosso Brasil. Apresentaram os problemas e perguntaram ao Comandante: "Qual o primeiro negócio para o norte do Brasil?" Respondeu: "Gado bem administrado". "Qual o segundo negócio para o mesmo lugar?" e o Comandante ainda respondeu: "Gado sem administração". "Pois bem, Coronel, é o que faço. Compro, vendo, solto os rebanhos no mato e deixo engordar. E ainda tem mais, Coronel. É um negócio alegre. Todo mundo corre para ver uma boiada, parece festa. Os meninos gritam, os vaqueiros abóiam...
- É isso mesmo, Lourenço. Dou-lhe os parabéns. Agora vou me apartar. Vou à casa do Compadre Chico Inácio que está adoentado. Até à vista, Lourenço.
- Até outro dia, Coronel.
Coitado do Coronel Moisés! Está ficando velho e cansado. Os filhos no mundo... essa vida! - E Lourenço, ficando a espora no sau alazão, esquipou rumo ao lar.
quinta-feira, 8 de abril de 2010
ESTÓRIAS INESQUECÍVEIS DA POLÍTICA ASSUENSE
1 - Francisco Luciano Marques conhecido popularnente como "Chico Galego" é veterano da política assuense. Foi vereador nos velhos tempos da ARENA - Aliança Renovadora Nacional. Nas eleições municipais de 1991 candidatou-se a vereador. Naquela eleição Lourinaldo Soares era o candidato a prefeito do Assu. Num certo comício realizado na Logoa do Piató (comunidade daquele município) o locutor eufórico anunciou: "Atenção minha gente, vai falar ao povo desta localidade, o seu líder "Chico Galêgo". E Chico ao pegar no microfone sem fio, assustou-se, dizendo: "Chega Lourinaldo, cadê a correia desse danado homem? Desse jeito ele não fala, não!" Para risos dos circunstantes.
2 - Diz o escritor Valério Mesquita que o Assu é campeão em matéria de folclore político. Pois bem, Ortêncio Ferreira de Lima foi vereador do Assu onde também exercia a profissão de enfermeiro. Certa vez, Zé Maria quando prefeito autorizou o seu chefe de gabinete convidar aquele nobre edil (de saudosa memória) para pedi-lo para ele aceitar ser o relator de um certo projeto de interesse do executivo. No que aceitou, conseguiu a aprovação porém, no plenário, votou contra. Um dos seus colegas sem entender o seu voto desfavorável perguntou a ele a razão daquela sua posição: Hortêncio em sua defesa, saiu-se com essa: "Como relator votei a favor para atender ao prefeito, porém como vereador votei contra".
3 - Chico Antão além de mestre de obra, foi também vereador do Assu. Chico em todas as reuniões da Câmara Municipal que comparecia (as sessões daquela casa legislativa sempre foram realizadas á noite como ainda hoje) dormia durante a sessão para gosações dos seus colegas. Por isso, resolveu fazer a seguinte proposta ao presidente da câmara: "Presidente eu já estou com setenta anos e as sessões a noite não dá pra mim, não! Quando dá oito horas me dá um sono danado! A minha filha não dá pra vim no meu lugar, não? As sessões de dia eu venho!" Padre Zé Luiz tinha razão quando dizia repetidas vezes: "Em assu acontece de tudo".
4 - "Chico Dias trabalhou para o deputado Arnóbio Abreu nas eleições de 1998. Logo após o pleito, Chico foi a casa de Zeca Abreu, irmão de Arnóbio para um entendimento político. Ao chegar, foi atendido pelo motorista de Zeca que lhe disse: "Chico, Zeca se encontra no banheiro com uma forte dor de barriga!" E Chico sem nem pestanejar, mandou chumbo grosso: "Eu não vim aqui comer o cedenho dele, não!"
5 - Abraão Ambrósio de Andrade era outra figura folclórica do Assu, analfabeto, desinibido. Trabalhava como servidor público da prefeitura daquele município fazendo obras de calçamento com João Pio. Pois bem, nas eleições de 1968 - Maria Olímpia Neves de Oliveira (Maroquinhas) era a prefeita do Assu -, candidatou-se a vereador. Dia de concentração pública Maroquinhas presente no palanque, o locutor anunciou que ele iria falar. E Abrão ao pegar no microfone abriu o verbo: "Meus amigos é pela primeira vez que eu boto a boca no "aparelho" (WC) de dona Maroquinhas!" E a galera vibrou.
Fernando Fanfa Caldas
2 - Diz o escritor Valério Mesquita que o Assu é campeão em matéria de folclore político. Pois bem, Ortêncio Ferreira de Lima foi vereador do Assu onde também exercia a profissão de enfermeiro. Certa vez, Zé Maria quando prefeito autorizou o seu chefe de gabinete convidar aquele nobre edil (de saudosa memória) para pedi-lo para ele aceitar ser o relator de um certo projeto de interesse do executivo. No que aceitou, conseguiu a aprovação porém, no plenário, votou contra. Um dos seus colegas sem entender o seu voto desfavorável perguntou a ele a razão daquela sua posição: Hortêncio em sua defesa, saiu-se com essa: "Como relator votei a favor para atender ao prefeito, porém como vereador votei contra".
3 - Chico Antão além de mestre de obra, foi também vereador do Assu. Chico em todas as reuniões da Câmara Municipal que comparecia (as sessões daquela casa legislativa sempre foram realizadas á noite como ainda hoje) dormia durante a sessão para gosações dos seus colegas. Por isso, resolveu fazer a seguinte proposta ao presidente da câmara: "Presidente eu já estou com setenta anos e as sessões a noite não dá pra mim, não! Quando dá oito horas me dá um sono danado! A minha filha não dá pra vim no meu lugar, não? As sessões de dia eu venho!" Padre Zé Luiz tinha razão quando dizia repetidas vezes: "Em assu acontece de tudo".
4 - "Chico Dias trabalhou para o deputado Arnóbio Abreu nas eleições de 1998. Logo após o pleito, Chico foi a casa de Zeca Abreu, irmão de Arnóbio para um entendimento político. Ao chegar, foi atendido pelo motorista de Zeca que lhe disse: "Chico, Zeca se encontra no banheiro com uma forte dor de barriga!" E Chico sem nem pestanejar, mandou chumbo grosso: "Eu não vim aqui comer o cedenho dele, não!"
5 - Abraão Ambrósio de Andrade era outra figura folclórica do Assu, analfabeto, desinibido. Trabalhava como servidor público da prefeitura daquele município fazendo obras de calçamento com João Pio. Pois bem, nas eleições de 1968 - Maria Olímpia Neves de Oliveira (Maroquinhas) era a prefeita do Assu -, candidatou-se a vereador. Dia de concentração pública Maroquinhas presente no palanque, o locutor anunciou que ele iria falar. E Abrão ao pegar no microfone abriu o verbo: "Meus amigos é pela primeira vez que eu boto a boca no "aparelho" (WC) de dona Maroquinhas!" E a galera vibrou.
Fernando Fanfa Caldas
POESIA DE JOÃO CELSO FILHO
TEUS OLHOS, MARIA
Teus olhos, Maria,
formosos, lindos
como o dia;
feitos de luz,
de risos, são
de amor,
Neles contém meu coração
Oh! flor.
Teus olhos são belos,
cheios de castos anhelos;
neles se encerram
o céu e a terra.
Teu riso santo,
ai, meu triste canto.
Sim, são teus olhos
faróis acesos,
sempre presos em mim,
oh! querubim.
Ai, que funda mágoa
se os olhos teus, rasos d´água
um dia eu visse.
Escuta, Maria,
o mundo em vez de belo, vão seria,
profundo, sem ermo
porque eles são
meu coração.
E eu sou feliz,
ai, o teu olhar me diz.
(O poema acima está musicado pelo assuense Samuel Fonseca).
Teus olhos, Maria,
formosos, lindos
como o dia;
feitos de luz,
de risos, são
de amor,
Neles contém meu coração
Oh! flor.
Teus olhos são belos,
cheios de castos anhelos;
neles se encerram
o céu e a terra.
Teu riso santo,
ai, meu triste canto.
Sim, são teus olhos
faróis acesos,
sempre presos em mim,
oh! querubim.
Ai, que funda mágoa
se os olhos teus, rasos d´água
um dia eu visse.
Escuta, Maria,
o mundo em vez de belo, vão seria,
profundo, sem ermo
porque eles são
meu coração.
E eu sou feliz,
ai, o teu olhar me diz.
(O poema acima está musicado pelo assuense Samuel Fonseca).
quarta-feira, 7 de abril de 2010
OS DESTINOS DA FRUTICULTURA
Por Carlos Eduardo Alves, advogado e ex-prefeito de Natal
Preocupa muito a situação dos produtores de frutas do Rio Grande do Norte, uma atividade que gera milhares de empregos e que fixa o homem ao campo, diminuindo o êxodo rural e o consequente inchaço das cidades, com a inevitável marginalização de centenas e centenas de cidadãos pela perda de sua dignidade.
É bem verdade que algumas dessas dificuldades não estão ao alcance do governo resolver. É o caso da queda do dólar frente ao real. Como 80% da nossa produção é vendida para o exterior, os produtores estão perdendo competitividade no mercado externo.
O Brasil hoje tem uma economia forte, o que é muito bom para o país como um todo, que tão bem resistiu à recente crise econômica mundial. No entanto, este fortalecimento da nossa moeda afeta alguns setores voltados para a exportação. É o que se chama de injunções do mercado.
Porém, um dos maiores problemas que vem afetando os produtores de frutas são as cheias que ocorreram nos últimos dois anos e que trouxeram uma enxurrada de prejuízos, especialmente para os produtores de banana do Vale do Assu. A solução técnica concentra-se na construção da Barragem de Oiticica, que por sinal está contemplada nas emendas coletivas da bancada federal. Outra grave questão diz respeito às condições de escoamento das safras. O diagnóstico dos Mercados Atacadistas e hotigranjeiros aponta que se perde no país 30% da produção de frutas, legumes e verduras no caminho do campo às cidades pelas péssimas conndições das estradas brasileiras, como também pelo tempo perdido na viagem. Nosso Estado não está fora desta estatística.
Uma das soluções plausíveis é voltar nossa produção para o mercado interno. Há vários estudos mostrando a melhoria de renda da produção brasileira e do Nordeste em especial. É um novo público consumidor que está se agregando ao mercado e que não pode ser desprezado.
Mas voltando ao mercado externo, segundo alguns estudiosos do assunto, é importante que a atividade seja planejada de forma unificada, ou seja, uma boa alternativa é a formação de cooperativas. Isso daria mais força à negociação e também na hora da compra de insumos.
Aí é que o poder público pode atuar. Além de cuidar melhor das estradas, incentivar e dar apopio para a consolidação dessas cooperativas, garantindo assistência técnica para aqueles produtores que precisem melhorar sua produtividade e sua logística de distribuição dos produtos.
WWW.CARLOSEDUARDOALVES.COM.BR
Preocupa muito a situação dos produtores de frutas do Rio Grande do Norte, uma atividade que gera milhares de empregos e que fixa o homem ao campo, diminuindo o êxodo rural e o consequente inchaço das cidades, com a inevitável marginalização de centenas e centenas de cidadãos pela perda de sua dignidade.
É bem verdade que algumas dessas dificuldades não estão ao alcance do governo resolver. É o caso da queda do dólar frente ao real. Como 80% da nossa produção é vendida para o exterior, os produtores estão perdendo competitividade no mercado externo.
O Brasil hoje tem uma economia forte, o que é muito bom para o país como um todo, que tão bem resistiu à recente crise econômica mundial. No entanto, este fortalecimento da nossa moeda afeta alguns setores voltados para a exportação. É o que se chama de injunções do mercado.
Porém, um dos maiores problemas que vem afetando os produtores de frutas são as cheias que ocorreram nos últimos dois anos e que trouxeram uma enxurrada de prejuízos, especialmente para os produtores de banana do Vale do Assu. A solução técnica concentra-se na construção da Barragem de Oiticica, que por sinal está contemplada nas emendas coletivas da bancada federal. Outra grave questão diz respeito às condições de escoamento das safras. O diagnóstico dos Mercados Atacadistas e hotigranjeiros aponta que se perde no país 30% da produção de frutas, legumes e verduras no caminho do campo às cidades pelas péssimas conndições das estradas brasileiras, como também pelo tempo perdido na viagem. Nosso Estado não está fora desta estatística.
Uma das soluções plausíveis é voltar nossa produção para o mercado interno. Há vários estudos mostrando a melhoria de renda da produção brasileira e do Nordeste em especial. É um novo público consumidor que está se agregando ao mercado e que não pode ser desprezado.
Mas voltando ao mercado externo, segundo alguns estudiosos do assunto, é importante que a atividade seja planejada de forma unificada, ou seja, uma boa alternativa é a formação de cooperativas. Isso daria mais força à negociação e também na hora da compra de insumos.
Aí é que o poder público pode atuar. Além de cuidar melhor das estradas, incentivar e dar apopio para a consolidação dessas cooperativas, garantindo assistência técnica para aqueles produtores que precisem melhorar sua produtividade e sua logística de distribuição dos produtos.
WWW.CARLOSEDUARDOALVES.COM.BR
segunda-feira, 5 de abril de 2010
O RIO
O rio Piranhas/Açu se encontrando com o atlântico em Macau.
Por João Lins Caldas
Alvo e largo, profundo entre os cabeços brancos
É o rio a se estirar vendo os bambus copados
E lhe vão a correr pelo seios nevados
As torrentes de encher os lagos e os barrancos
Das águas que carrega, os largos veios francos,
Descidos de alta serra e na várzea alongados,
Caminho do oceano, olhando os descampados,
Lá se vão a tremer pelos rasgados flancos.
Onde vai leva a andar os balseiros folhudos
Os escombros de palha, os canaçus caídos
Os restos de fogueira e os ramos velhos mudos
E carrega, a rolar, aos pedaços e aos galhos,
Os altos mulungus, os gravatás fendidos,
As lavouas de abril e a lama dos atalhos...
Por João Lins Caldas
Alvo e largo, profundo entre os cabeços brancos
É o rio a se estirar vendo os bambus copados
E lhe vão a correr pelo seios nevados
As torrentes de encher os lagos e os barrancos
Das águas que carrega, os largos veios francos,
Descidos de alta serra e na várzea alongados,
Caminho do oceano, olhando os descampados,
Lá se vão a tremer pelos rasgados flancos.
Onde vai leva a andar os balseiros folhudos
Os escombros de palha, os canaçus caídos
Os restos de fogueira e os ramos velhos mudos
E carrega, a rolar, aos pedaços e aos galhos,
Os altos mulungus, os gravatás fendidos,
As lavouas de abril e a lama dos atalhos...
domingo, 4 de abril de 2010
JOÃO MOACIR DE MEDEIROS QUE EU CONHECI
*Por João Celso Neto
(Artigo transcrito do seu blog "Falando o Que Penso", em 22.2.2008
A vida me reservou muitos momentos mágicos e felizes, oportunidades raras. Dentre tantas, me fez conhecer e conviver com Moacir Medeiros, entre janeiro de 1960 (quando cheguei ao Rio de Janeiro) até sua morte ocorrido recentemente.
É verdade que já não nos víamos há mais de 20 anos, 25 talvez. Porém, muitas vezes nos falamos ao telefone, em papos prolongados, nesses últimos anos. Trocávamos informações sobre a genealogia comum. Todas as (poucas) ocasiões em que me acontecia de ir ao Rio, prometia ir visitá-lo na Almirante Guillem, 332 - Leblon. E, por algum motivo, no máximo, lhe telefonava, mas não tinha a ventura de vê-lo.
Eu o via, pela primeira vez, ainda de calças curtas, anos 50, numa manhã de domingo em Natal. Tio Celso me disse que ele era um publicitário famoso e que era nosso primo. Eu conhecia apenas Zaíra e Félix. Tia Maroca e D. Maria Francisca.
Quando nos mudamos para a terra carioca, comecei a conviver amiúde e quase que diariamente com ele, inclusive fazendo refeições em sua casa, naquele tempo de transição. O convívio se ampliou quando papai foi trabalha na JMM, na Almirante Barroso. Então, eram, sim, diários nossos encontros. Posso dizer que vi um gênio trabalhar e criar.
Poeta maravilhoso, porém modesto, preferia exaltar Caldas, e vários outros. Com ele aprendi tovas e sonetos alheios. E jamais deixei de louvar-lhe a veia poética, sendo um dos meus prediletos sua "Aspiração", sua ânsia de ser montanha, e de ser pedra, em vez de ser homem.
Poderia pedir como herança sua os retratos de Vovô que ele prometeu, tantas vezes, me mandar (pelo menos uma cópia).
Porque nada iguala ou suplanta a memória da convivência e da admiração que nutri por Moacir.
Devo-lhe um genial prefácio para o livro "Glosas de Hélio Neves de Oliveira", praticamente rabiscado ou improvisado em momento de, nele, habitual inspiração. Vivemos episódios que somente a lembrança pode e deve guardar.
Uma noite, em Copacabana, em 1967, assisti ao encontro de duas inteligências privilegiadíssimas, ele e Tio Expedito, a se somarem, sem disputas ou tentativas de vitória, deixar mudos quem teve a felicidade de estar presente.
Este mundo fica, certamente, mais pobre quando morre um homem como Moacir. Em compensação, o "outro", a verdadeira pátria de nós todos, se enriquece na mesma medida.
Imagino que farra podem estar fazendo, ou vão fazer quando se encontrarem, Moacir Medeiros, Expedito Silveira, João Lins Caldas, Orígenes Lessa (imortal da ABL, a cuja posse compareci, a seu convite, graças ao tempo em que OL trabalhou na JMM e foi colega de papai lá), além de Nathércia, Hélio e Dolores.
*João Celso Neto, poeta, engenheiro, advogado, natural do Assu, reside em Brasília. .
Em tempo: Moacir Medeiros era assuense, um dos maiores publicitários brasileiros. Foi ele, Moacyr, o primeira publicitário a fazer campanha eleitoral marketizada no Brasil (campanha de Celso Azevedo para prefeito de Belo Horizonte - MG, em 1954). Por sinal Moacir faleceu no dia das eleições de outubro de 2008. Fica o registro.
(Artigo transcrito do seu blog "Falando o Que Penso", em 22.2.2008
A vida me reservou muitos momentos mágicos e felizes, oportunidades raras. Dentre tantas, me fez conhecer e conviver com Moacir Medeiros, entre janeiro de 1960 (quando cheguei ao Rio de Janeiro) até sua morte ocorrido recentemente.
É verdade que já não nos víamos há mais de 20 anos, 25 talvez. Porém, muitas vezes nos falamos ao telefone, em papos prolongados, nesses últimos anos. Trocávamos informações sobre a genealogia comum. Todas as (poucas) ocasiões em que me acontecia de ir ao Rio, prometia ir visitá-lo na Almirante Guillem, 332 - Leblon. E, por algum motivo, no máximo, lhe telefonava, mas não tinha a ventura de vê-lo.
Eu o via, pela primeira vez, ainda de calças curtas, anos 50, numa manhã de domingo em Natal. Tio Celso me disse que ele era um publicitário famoso e que era nosso primo. Eu conhecia apenas Zaíra e Félix. Tia Maroca e D. Maria Francisca.
Quando nos mudamos para a terra carioca, comecei a conviver amiúde e quase que diariamente com ele, inclusive fazendo refeições em sua casa, naquele tempo de transição. O convívio se ampliou quando papai foi trabalha na JMM, na Almirante Barroso. Então, eram, sim, diários nossos encontros. Posso dizer que vi um gênio trabalhar e criar.
Poeta maravilhoso, porém modesto, preferia exaltar Caldas, e vários outros. Com ele aprendi tovas e sonetos alheios. E jamais deixei de louvar-lhe a veia poética, sendo um dos meus prediletos sua "Aspiração", sua ânsia de ser montanha, e de ser pedra, em vez de ser homem.
Poderia pedir como herança sua os retratos de Vovô que ele prometeu, tantas vezes, me mandar (pelo menos uma cópia).
Porque nada iguala ou suplanta a memória da convivência e da admiração que nutri por Moacir.
Devo-lhe um genial prefácio para o livro "Glosas de Hélio Neves de Oliveira", praticamente rabiscado ou improvisado em momento de, nele, habitual inspiração. Vivemos episódios que somente a lembrança pode e deve guardar.
Uma noite, em Copacabana, em 1967, assisti ao encontro de duas inteligências privilegiadíssimas, ele e Tio Expedito, a se somarem, sem disputas ou tentativas de vitória, deixar mudos quem teve a felicidade de estar presente.
Este mundo fica, certamente, mais pobre quando morre um homem como Moacir. Em compensação, o "outro", a verdadeira pátria de nós todos, se enriquece na mesma medida.
Imagino que farra podem estar fazendo, ou vão fazer quando se encontrarem, Moacir Medeiros, Expedito Silveira, João Lins Caldas, Orígenes Lessa (imortal da ABL, a cuja posse compareci, a seu convite, graças ao tempo em que OL trabalhou na JMM e foi colega de papai lá), além de Nathércia, Hélio e Dolores.
*João Celso Neto, poeta, engenheiro, advogado, natural do Assu, reside em Brasília. .
Em tempo: Moacir Medeiros era assuense, um dos maiores publicitários brasileiros. Foi ele, Moacyr, o primeira publicitário a fazer campanha eleitoral marketizada no Brasil (campanha de Celso Azevedo para prefeito de Belo Horizonte - MG, em 1954). Por sinal Moacir faleceu no dia das eleições de outubro de 2008. Fica o registro.
ASSU ANTIGO
O sobrado a esquerda da praça etúlio Vagas entã denominada de praça da Proclamação (fotografia acima) era onde funcionava o Bar Astronauta. Fora demolido para dar lugar a uma casa (vizinho a Senhora Anita Caldas pelo lado esquerdo e pelo lado direito Eloi Fonse/Marina) do Senhor Tião Diogenes.
sexta-feira, 2 de abril de 2010
QUANDO A GENTE É CRIANÇA
Por João Lins Caldas, poeta potiguar.
Quando a inocência não cheira
Pelos vergais da existência
São flores de laranjeira
Todos requebros de infância...
A gente vê-se criança
Na vida de brincadeira...
Por tudo respira essência,
Por toda parte fragrância...
Ah! Quando a gente é criança
Na vida de brincadeira!...
Quando a inocência não cheira
Pelos vergais da existência
São flores de laranjeira
Todos requebros de infância...
A gente vê-se criança
Na vida de brincadeira...
Por tudo respira essência,
Por toda parte fragrância...
Ah! Quando a gente é criança
Na vida de brincadeira!...
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LUIZ CARLOS LINS WANDERLEY – 1831/1990, foi um dos primeiros poetas do Assu, primeiro médico e romancista do Rio Grande do Norte. Foi também...
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