terça-feira, 23 de outubro de 2012

Ex-presidente Jango foi envenenado pela Operação Condor, revela ex-agente secreto uruguaio

DO BOL


O ex-presidente brasileiro João Goulart, que governou o Brasil de 1961 a 1964, morreu, segundo a versão oficial, de um ataque cardíaco em 6 de dezembro de 1976 na Argentina

O ex-presidente brasileiro João Goulart (1961-1964) morreu, segundo a versão oficial, de um ataque cardíaco em 6 de dezembro de 1976 no município de Corrientes, na Argentina. No entanto, as suspeitas de que Jango, como era popularmente conhecido, tivesse sido morto por agentes da Operação Condor sempre foram levantadas por amigos, familiares e especialistas.
Em recente entrevista à EBC (Empresa Brasil de Comunicação), o ex-agente do serviço secreto uruguaio Mario Neira Barreto forneceu detalhes da operação que teria resultado na morte de Goulart. Segundo sua versão, o ex-presidente brasileiro deposto pelo regime militar teria sido morto por envenenamento. Segundo Neira, Jango era considerado uma ameaça pelos militares brasileiros, já que organizava planos para a democratização brasileira.
A Operação Condor foi uma aliança política entre os regimes ditatoriais da América do Sul durante os anos 1960  para reprimir opositores e eliminar seus líderes. Segundo a EBC, mesmo destituído, Jango era monitorado por agentes no Uruguai, onde se encontrava exilado.
A família de Goulart nunca autorizou uma autópsia. Com base no depoimento de Neira, a família de João Goulart pediu uma investigação ao MPF (Ministério Público Federal). Mas o processo foi arquivado pela Justiça por ter prescrito.
Leia abaixo a entrevista de Neira, que está preso desde 2003 na Penintenciária de Charqueada,  no Rio Grande do Sul, por contrabando de armas:
“Passei três anos gravando coisas do Jango, pensando em roubar a fazenda dele,o ouro que ele guardava. Mas então eu sou um ladrão fracassado. Por quê? Eu não roubei nada dele, como ladrão ou bandido eu não me dei bem. Foi uma operação muito prolongada que, no princípio, a gente não sabia que tinha como objetivo a morte do presidente Goulart”.
“Por que o Jango foi o perigo de toda essa história e foi decidida sua morte? Porque o Jango era perigoso por aquele jogo de cintura. Era um político que se aliava a qualquer um para conseguir o objetivo de levar o Brasil novamente a uma democracia”.
“Jango era o pivô porque forneceria as passagens, iria aos Estados Unidos e voltaria com toda aquela imprensa a Brasília, [passando] primeiro em Assunção, onde seria o conclave, a reunião de todas  as facções políticas do Brasil que se encontravam dispersos e exilados, e ele faria possível essa reunião”.
“Não era bom para o Brasil...não era bom para os militares, para a ditadura. Daí que fpi decidido que o Jango deveria morrer”.
“Primeiro se pensou em um veneno. Os remédios [que Goulart tomava por sofrer do coração] viriam da França, foram recebidos na recepção do hotel Liberty. Foi uma araponga que foi colocada nesse hotel, porque os remédios ficavam numa caixa forte verde. Então o empregado (infiltrado) começou a trabalhar e forneceu um lote com várias caixas de comprimido, ele não comprava uma, comprava um lote. Em cada caixa foi colocado um, apenas um comprimido com um composto. Não era um veneno, mas causaria uma parada cardíaca. Eu acho que o veneno coincidentemente, ele tomou aquela noite. Tanto o relato de Dona Maria Teresa (Fontela Goulart, viúva) quanto do capataz da fazenda é que os sintomas que eles relatam encaixam o que acontece. A pressão sobe, baixa constrição dos capilares, ele tem uma morte rápida., tomou o comprimido e já começou a se debater e, em dois minutos, morreu”.

  • MAÇÂ

    O consumo regular de maçã é excelente para se prevenir e manter a taxa de colesterol em níveis aceitáveis, com a ingestão recomendada de uma unidade por dia. Esse efeito é devido ao alto teor de pectina, encontrada na casca.[3]
    Também auxilia no processo de emagrecimento, pois a pectina dificulta a absorção das gorduras, da glicose e elimina o colesterol. O alto teor de potássio contido na polpa da maçã libera o sódio excedente, eliminando o excesso de água retida no corpo.
    Esta passagem carece de fontes
    Também apresenta propriedades medicinais, e produz efeitos benéficos sobre o coração, tanto pelo elevado teor de potássio, quanto pela presença de pectina, que evita a deposição de gorduras na parede arterial, prevenindo a arteriosclerose. Por tudo isto, melhora a circulação sanguínea, reduzindo, consequentemente, o trabalho cardíaco e prolongando a vida útil do coração.
    Pode ser usada como uma espécie de laxante, pois auxilia na eliminação das fezes. Atua da seguinte maneira: durante a digestão, absorve a água, e, durante a eliminação, liberta esta água que ficou armazenada, não deixando que as fezes sequem e causem problemas posteriores, como a prisão de ventre.

    "Merci"

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

INFÂNCIA

REVÓLVER DE PAU

Em Pedro Avelino a meninada também promovia suas brincadeiras de guerra, incentivadas pelos filmes em preto e branco do Cinema Paroquial, do padre Antas, principalmente dos antigos filmes sobre o oeste americano, com seus caubóis e sua indumentária peculiar, o infalível revólver que nunca necessitava carregar, o chapelão de aba larga, tipo mexicano, que não caía jamais 
e o mais bonito e reluzente cavalo que se possa imaginar, além de índios, cidades fantasmas e o artista principal, que nunca morria.
Como na minha época de infância ainda não eram comuns os brinquedos de plástico, a turma tinha mesmo era que improvisar. Um cabo de vassoura, um talo de carnaúba ou mesmo uma palha de coqueiro substituíam muito bem o fogoso cavalo do herói. O indispensável revólver era feito mesmo de um pedaço de pau roliço. Precisava mais? Claro que não e todo mundo era feliz. A meninada era dividida em grupos e se escondia nos becos e nas esquinas e quando um inimigo avistava outro, acertava o tiro imaginário com o grito de guerra: 'queimano aí!'. Hoje o tiro é outro.

Marcos Calaça, jornalista (UFRN)

Que a mágoa não dure o tempo de abrir distâncias. Mas que dure o suficiente para aprendermos que nós também erramos. Que nossos silêncios não aprisionem nunca as nossas verdades, e se transformem em prece ao anoitecer.

Camila Heloíse
Dul

Sua voz, seus movimentos
Suas palavras, seus suspiros
Completavam os meus sentidos
Meus sonhos eram vividos
Não rabiscados,
Mas coloridos!

Hoje o silêncio é tocado
Não em notas, mas em fatos
Sem voz e com suspiros calados
Meus sentidos viraram vácuos
E dos meus sonhos coloridos,
Somente sobraram fardos...

.Lígia D'Ottaviano.



O que mais amo nos livros
Não são os silêncios que me conduzem por entre veredas
Até onde me aguardam
As palavras,
Mas as palavras
Que sempre me deixam entre silêncios…

(Simples-mente)
[Emílio Miranda]

  • Solidão não é estares só: é não estares bem com o mundo!

    (Simples-mente)
    [Emílio Miranda]

Conselho da Assistência Social do Assú realizará reunião ampliada para entidades sociais e organizações comunitárias


O Conselho de Assistência Social do Assú, órgão ligado a secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação da prefeitura do Assú, realiza no dia 10 de novembro, às 8h, a primeira reunião ampliada dirigida as entidades que solicitaram certificação no colegiado.
O evento visa discutir as alterações demandadas pela Resolução 016/10/ CNAS, a qual dispõe sobre os parâmetros nacionais para a inscrição das entidades e organizações de assistência social, bem como dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais nos Conselhos de Assistência Social.
A entidade municipal já solicitou a participação de representantes dos Conselhos Estadual e Federal na refeirda reunião no próposito de tornar cada vez mais transparente os critérios para o credenciamento das entidades e organizações comunitárias junto ao conselho municipal.
AD Comunicações



"Começou o horário de verão! E nessa mudança, nosso relógio biológico é afetado diretamente. Com efeitos semelhantes aos de uma viagem de avião com diferença de fuso horário, essa hora adiante pode causar na rotina, entre outras coisas, uma alteração na produção da melatonina, hormônio que regula o sono, causada pela falta de luz. Consequentemente, isso pode atrapalhar o ciclo do sono e acarretar em mudanças de humor, por exemplo. Os grupos mais sensíveis às mudanças são os idosos e as mulheres, que já têm oscilações no organismo relacionadas à produção de hormônios. Para evitar que horário novo afete ainda mais a saúde, é recomendável evitar atividades estimulantes próximas a hora de dormir – como praticar exercícios físicos, assistir a filmes ou ler livros que exijam maiores reflexões e trabalho, bem como ingerir bebidas com cafeína."

domingo, 21 de outubro de 2012

MOMENTOS DA MINHA INFÂNCIA

SERRA AGUDA

Eu cresci atrás daquela serra

A trilha é o estradão

Ainda sinto cheiro da terra

E da plantação do algodão.



Hoje me vem a lembrança

E começo a chorar

Das coisas boas da vida

Quando morei por lá.



A estrela d'alva e a lua

Brilham o seu clarão

Noites memoráveis

Das caçadas do sertão.



Amanhece o dia

A serrinha desperta em flor

O perfume da caatinga

Liberando todo o odor.



Esse momento de criança me fascina

O sonho me convida a voltar

Das lembranças de Serra Aguda

Como é belo recordar.

Marcos calaça, jornalista (UFRN)

Vereador 'uniformado'

Título do blog.

O escritor potiguar Valério Mesquita narra que "O vereador Jorge Ribeiro, de Ielmo Marinho, era considerado um homem paciente. Fala mansa e arrastada, detinha mais um item no seu currículo: a soneca. Até em plenário Jorge achava espaço para um cochilo. Bastava que um dos colegas esticasse um pouco mais o discurso, logo se ouvia o seu ronco. Certa vez, o calor estava forte e o edil tirou o paletó colocando-o no encosto da cadeira. Em seguida, o dorminhoco “viajou”. Um dos pares, por gozação, retirou seu paletó, levando-o para outra sala. O presidente da casa foi até o vereador e ponderou: “Meu nobre colega, dormindo em plenário e, além disso, todo à vontade, cadê a ética?”. Aí ele perguntou: “Cadê meu paletó que tava aqui? O senhor como chefe da casa vai dar conta. Eu entrei nesta porra todo “uniformado!”

Postado por Fernando Caldas
ano de eleicao 180412 humor politico Ano de eleições Municipais...

"Feche os olhos, e apenas sinta!
O vento batendo no rosto, o calor de um abraço, a vida positiva no ar, as flores da primavera, o poder de uma amizade verdeira, a exaltação do amor, um simples toque da pessoa amada, o poder

 de um olhar, sinta a vida... E VIVA da melhor maneira possível!"

(A.D)

De: Infinito Particular
Foto: Boaaaaa Tarde!

"Feche os olhos, e apenas sinta! 
O vento batendo no rosto, o calor de um abraço, a vida positiva no ar, as flores da primavera, o poder de uma amizade verdeira, a exaltação do amor, um simples toque da pessoa amada, o poder de um olhar, sinta a vida... E VIVA da melhor maneira possível!"

(A.D)


♥ ¸.•* Infinito Particular *•.¸ ♥

  • O pobre me deu uma esmola de Deus te favoreça
    "Deus te favoreça!" Favoreça-me Deus com essa esmola do pobre.

    Caldas, poeta norte-rio-grandense

"Caminho dos Queijos" é opção para a região Seridó


Cleonildo Mello - da Agência Sebrae RN

A vocação natural do Seridó para a pecuária leiteira se constitui numa relevante oportunidade econômica para os municípios da região. A expertise dos seridoenses na fabricação de queijos de coalho e de manteiga potencializa a criação de um roteiro, com foco na Copa da FIFA 2014, que levaria turistas a uma experiência sensorial com esses produtos lácteos, típicos do sertão potiguar e as queijeiras artesanais. A ideia do 'Caminho dos Queijos' no Rio Grande do Norte é defendida por Fernando Oliveira, responsável pela implantação do projeto Queijo Artesanal na região da Serra da Canastra, em Minas Gerais. Além de valorizar uma atividade tradicional da área, o roteiro contribuiria para efetivar a interiorização do turismo no estado.

"Percebo que isso será inevitável. O turista estrangeiro que vier a Natal para a Copa estará em busca de experiências gastronômicas locais. O europeu é muito qualificado na questão queijos e, com certeza, vai querer provar do que existe na região, os alimentos típicos. A proposta seria o turismo apoiando o queijo e a pecuária existentes na região", justifica. Leonardo Oliveira veio ao Rio Grande do Norte no início da semana para conhecer os laticínios do Seridó e participar do painel 'Mercado Privado: Produção de Queijos e Agregação de Valor', ministrado no Espaço Empreendedor do Sebrae na 50ª Festa do Boi, em Parnamirim.

Iniciado há cinco anos, o trabalho desenvolvido pelo especialista levou o queijo feito artesanalmente nos sete municípios da Serra da Canastra a ser considerado patrimônio pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O projeto cresceu tanto que foi estendido a outras regiões mineiras, como Araxá e Serro, e também outros estados.

"Se divulga muito o destino praia, mas existem coisas belíssimas na região produtora de queijo do estado. O queijo de coalho é muito anterior aos queijos mineiros. Acho que está se perdendo tempo para valorizar mais essa atividade", alerta Oliveira, referindo-se a possibilidade de produtores, com apoio do Sebrae e parceiros, entrarem com o registro de Indicação Geográfica para agregar valor ao queijo de coalho. "Apesar da tradição, não vejo aqui essa parte histórica e cultural, como acontece em Minas Gerais, com identidade própria", compara.

Segundo Fernando Oliveira, o Rio Grande do Norte tem três fatores favoráveis a esse processo: a existência de um Centro Tecnológico do Queijo do Seridó (CT Queijo), um perfil empreendedor do seridoense e um forte apelo turístico, gerado pelas paisagens e a atividade pecuária.
Elisa ElsieQueijo e outros derivados no RN: para especialistas, os produtos podem render novas experiências ao turismo durante a Copa de 2014Queijo e outros derivados no RN: para especialistas, os produtos podem render novas experiências ao turismo durante a Copa de 2014

O mestre-queijeiro André Guedes, da Escola Queijaria Suíça de Nova Friburgo (RJ), também é favorável à valorização dos queijos potiguares. A queijaria produz queijos suíços na área fluminense entre as cidades de Teresópolis e Nova Friburgo. O especialista em queijos maturados chegou inclusive a ministrar cursos no CT do Queijo, em Currais Novos, e também participou das discussões do painel organizado pelo Sebrae no Rio Grande do Norte na Festa do Boi. Mas a opinião dele é apostar no queijo de manteiga para criar uma identidade potiguar. 

Derivados de leite de cabra também são aposta

Além de um roteiro, uma alternativa para fomentar o fortalecimento da pecuária do estado é apostar em produtos derivados do leite de cabra. Hoje, a ovinocaprinocultura potiguar vem apresentando curvas de declínio, sendo grande parte em função dos atrasos no repasse do Programa do Leite. No início eram mais de 800 produtores cadastrados. Hoje, restam apenas 100. A produção de queijos finos a partir do leite desse tipo de rebanho seria importante para dar novo fôlego à atividade. "É possível não só fabricar queijos, mas também outros produtos, como o doce de leite caprino, que é mais macio e comercialmente rentável", orienta Guedes.

Experiências exitosas não faltam. O caso da empresa pernambucana Campo da Serra exemplifica bem como o beneficiamento de leite de cabra dá certo. Instalada na cidade de Gravatá e com empórios no Recife, a empresa fabrica queijos finos com leite caprino. Semanalmente, são processados mil litros do leite, que são transformados em queijos maturados - os tipos holandês Casablanca e italiano pecorino - e frescos, como o boursin, de origem francesa, e o feta, originalmente da Grécia, em pleno semiárido nordestino. "Fechamos contrato com quatro produtores da região que têm o compromisso de entregar a quantidade necessária de leite para a produção. A baixa qualidade do produto ainda é o grande problema da ovinocaprinocultura no Nordeste", admite Vitória Barros, fundadora da queijaria.
Tribuna do Norte, caderno Eonomia

sábado, 20 de outubro de 2012

Música tema Canal 100 - Waldir Calmon - Na Cadencia do Samba (Que Bonito...


E essa carta esperada,
Que dizia somente,
Simplesmente:
- "Consola-te. Afinal não há mais nada"
- "Não há mais nada? E o coração da gente?

Caldas, poeta assuense

No homem há um farol: é o perdão.

Caldas

ALUIZIO ANIVERSARIA


Aluizio Lacerda é uma figura de minha admiração e simpatia. Eu tenho o prazer de com ele, Aluizio, gozar da amizade desde os tempos de nossa juventude no Assu e Natal. Fomos colegaS de assembléia legislativa. Ele, servindo na qualidade de Assessor Parlamentar do deputado Paulo Montenegro - meu compadre, primo e amigo -, salvo engano, 1988-91. Eu era com muita honra, naquele parlamento estadual, Coordenador de Administração Financeira e Orçamentária. era presidente daquela assembléia constituinte, o deputado Arnóbio Abreu, também filho do Assu.

Deixo, afinal, neste blog, os meus parabéns ao amigo e conterrâneo Aluizio, além do desejo de de te-lo por muitos anos, como cronista do Vale do Açu, continuando a contar, a história, as estórias do passado e do cotidiano da política da terra potiguar, principalmente do vale assuense!

Fernando Caldas 

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

JOSÉ  DE  SOUZA
Jornalista – paraibano,13.08.1940

MOTE

Buceta, cu e caralho:
Três instrumentos de foda.

GLOSA

Mesmo dentro do borralho
uma foda dá prazer; 
pra ser boa tem que ter: 
buceta, cu e caralho.
Um cu ao molho, e com alho,
quem come não se incomoda,
e eu que estou fora de moda
e não pretendo mais foder,
estou querendo vender 
três instrumentos de foda.

Do livro Glosa Glosarum, de Celso da Silveira

Mais sensual do que o teu corpo, só o silêncio.
O silêncio em que me perco a contemplá-lo!

(Simples-mente)
[Emílio Miranda]

Um ateliê para a cultura boêmia

Publicação: 19 de Outubro de 2012 às 00:00

Aos poucos e sempre, o bairro da Ribeira toma as feições desejadas por quem curte seu astral boêmio. E no limiar entre a nostalgia e a contemporaneidade, nasce o Ateliê Bar e Petiscaria, no térreo do prédio pertencente ao artista plástico Flávio Freitas, que entra como parceiro artístico da empreitada capitaneada pelos sócios André Maia e Suze Alves. Na inauguração, hoje (19), a cantora Juliana Menezes, acompanhada por Carlinhos Moreno, desfia repertório bossa nova e outras pérolas da MPB, a partir das 19h.
Aldair DantasO prédio onde funciona o ateliê de Flávio Freitas, desde 2005, é um dos poucos exemplares remanescentes da estética art déco em Natal. Estima-se que tenha sido construído na década de 30.
O prédio onde funciona o ateliê de Flávio Freitas, desde 2005, é um dos poucos exemplares remanescentes da estética art déco em Natal. Estima-se que tenha sido construído na década de 30.

O espaço vai reunir arte, música e dança, entre outros elementos culturais, com uma boa carta de cerveja e petiscos variados. O ateliê do artista Flávio Freitas funciona no mesmo prédio desde 2005. Na noite de inauguração, uma modelo será retratada ao vivo pelo artista. Eventualmente, serão sorteados brindes culturais e haverá exposições de outros artistas.

"Unir gastronomia, bar e arte mantém o esforço que tenho de criar uma atmosfera cultural e ao mesmo tempo traz novas pessoas à Ribeira, além de criar a possibilidade de um novo uso à comunidade", afirma Flávio, que expõe mais de 50 telas no salão principal, onde está ambientada a petiscaria.

O Ateliê Bar e Petiscaria fica localizado na avenida Duque de Caxias, na esquina onde começa a travessa José Alencar Garcia, mesmo beco do conhecido Buraco da Catita. O trecho foi revitalizado em 2008 pela Prefeitura de Natal e hoje apresenta um calçadão com obras de grafite e pinturas nos muros laterais. Na calçada, também haverá mesas, ampliando a capacidade total do lugar para 200 pessoas.

O cardápio do novo bar vai oferecer desde antepastos de berinjela e sardela, do Papilas Gourmet, aos petiscos à base de camarão, filé e frango criados por André Maia, que residiu uma temporada na Irlanda, onde adquiriu experiência na gastronomia. Os petiscos envolvem clássicos da culinária nordestina com uma pitada de criatividade, como camarão ao molho de mostarda de Dijon, dadinhos de tapioca, lula à dorê, quiche de caranguejo e pratos tradicionais, como camarão ao molho de gorgonzola com fritas.

Outro destaque é o acervo de cervejas, que inclui variadas opções de marcas importadas, como Bierland, Bandebargen, Therezópolis, St. Gallen, Quilme, Strella Galicia, além das já conhecidas Skol, Budweiser e Heineken. O ambiente de trabalho de Freitas será aberto eventualmente nas noites de funcionamento do bar. O cliente do bar pode pedir para visitá-lo e será atendido prontamente. Uma boa pedida.

SERVIÇO: ATELIÊ BAR E PETISCARIA - Av. Duque de Caxias, 182. Ri-beira. Inauguração hoje (19), às 19h, com Juliana Menezes e Carli-nhos Moreno. Amanhã, show com Wigder. A casa funcionará às sextas e sábados, a partir das 18h. Aceita cartões Visa e Mastercard.

Tribuna do Norte

Inscrição para casamento comunitário em Assú continua aberta até terça-feira, 23

Os casais que pretenderem selar o compromisso matrimonial nesta edição do evento, devem providenciar a inscrição diretamente no 2º Cartório, na avenida Senador João Câmara, 393, Assú, munidos de documentos pessoais.

Após o processo de inscrição com apresentação dos documentos por parte dos noivos, não existe nenhum processo de seleção e o total de vagas desta edição, com solenidade marcada para 8 de novembro, às 17h, no anfiteatro Arcelino Costa Leitão, na praça São João, Centro de Assú, é ilimitada.

Antes da solenidade, no dia 5 de novembro, os noivos participarão de uma reunião preparatória às 14h na secretaria municipal de Desenvolvimento Social, da prefeitura do Assú, onde funcionou anteriormente a AMVALE.

Um dos que oficializam a união matrimonial na ocasião será o prefeito do Assú, Ivan Lopes Júnior com Vanessa Brasileiro.
 
Alderi Dantas

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

CÂMARA DOS VEREADORES DO ASSU - POSSE DE KERLITON CAVALCANTE

Posse do vereador Kerliton Cavalcante da Fonseca na Câmara Municipal do Assu, no lugar do vereador Erivaldo Medeiros de Oliveira (Didi) que foi cassado pelo TRE por infidelidade partidária.

Renato Cabral

Pecuária é, sim, assunto de mulher

Margareth Grilo - repórter

O universo da pecuária é predominantemente masculino. Secularmente, os homens sempre tomaram à frente nos currais, na condução das boiadas, no tratamento com os animais e nos torneios das chamadas raças de 'elite'. Mas, o mundo mudou. No cenário da 50ª Exposição de Animais e Máquinas Agrícolas do Rio Grande do Norte - a Festa do Boi 2012 - um quarteto feminino dá provas disso. Quatro mulheres - três mineiras e uma goianiense - de três gerações diferentes, deixaram os pecuaristas deslumbrados com o conhecimento que possuem sobre as raças zebuínas, originárias da Índia e em expansão no Brasil.
Adriano AbreuAs mulheres estão cada vez mais ganhando espaço na pecuária, seja julgando, pesquisando ou repassando conhecimentoAs mulheres estão cada vez mais ganhando espaço na pecuária, seja julgando, pesquisando ou repassando conhecimento

Na pista de julgamento do gado Zebu (Sindi) e do Girolando, Lilian Mara Borges Jacinto, 29 anos, natural de Ituiutaba (MG), completa, nesta Festa do Boi, sua 32ª exposição como juíza de gado. Segue os passos do pai, o juiz de gado, José Jacinto Júnior, o número um no julgamento do Gir leiteiro, no Brasil. Nas palestras, Vânia Penna, 62; Maria Gabriela Peixoto, 49, e Mariana Alencar, 26, ditam conhecimentos sobre genética e melhoramento animal, na ânsia de aperfeiçoar os rebanhos.

Na evolução da carreira, elas não se intimidaram. Mesmo diante de frases do tipo "o que você está fazendo aqui" ou "vai cuidar dos seus filhos", seguiram em frente. As pesquisadoras Vânia Penna e Maria Gabriela começaram a atuar quando a mulher era minoria na medicina veterinária, respectivamente no final das décadas de 70 e 80. Lilian ingressou num universo ainda mais fechado - o das pistas de julgamento, mas já numa época (2006) em que a mulher se insere mais facilmente nesse mercado de trabalho.

"Até o final da década de 80, eram pouquíssimas as mulheres nesse campo, mas a mulher foi se inserindo. No sudeste, por exemplo, as mulheres estão em todas as áreas igualmente", disse Maria Gabriela. No campo da medicina veterinária, zootecnia e melhoramento animal, o maior desafio, segundo as pesquisadoras, ainda é vencer o preconceito. "Respeito ainda falta", disse Maria Gabriela, "porque a gente trabalha no interior do Brasil onde ainda há muito conservadorismo. Mas, no meio intelectualizado, já não tem muito problema".

No interior - segundo elas -  ainda persiste a desconfiança do potencial e da capacidade da mulher. "Eles acham que para estar na área, tem que derrubar boi. E não é assim. Temos limitações, sim, que são mais físicas, mas intelectualmente posso resolver grande parte dos problemas deles", afirma Maria Gabriela.

Para as mulheres das novas gerações, a criadora e técnica Vânia Penna deixa um recado:  "vão em frente, com gana, vontade, sem se inibir e sem se sentir inferior por ser mulher. Ao contrário, a gente tem menos força física, mas tem tem mais habilidade, mais sensibilidade para captar sutilezas e nuances. Mesmo como profissional a gente termina agindo como 'maezona' do grupo".

Mariana Alencar acredita que convencer o pecuarista não tem segredo. É uma questão de postura, de vontade e empenho. "Barreira sempre tem. Ou vão subestimar porque você é nova demais, dizendo 'essa menina não sabe de nada' ou porque é mulher. Mas vamos convencê-los", disse ela, "com competência, com técnica, mostrando o que é mais favorável e que não é. Para mim, os três pilares são: muito estudo, muita dedicação e muita competência".

Tecnologia ainda não chega a todos os criadores

Segundo as pesquisadoras, a melhoria do Zebu leiteiro é indiscutível, mas o melhoramento animal ainda é elitizado. "A produção do sêmem de animal para inseminação artificial exige treinamento de pessoal e técnica adequada, que não chegam a maioria dos pecuaristas. Ainda há muito para galgar", disse a pesquisadora e cientista Maria Gabriela Peixoto. Mesmo nos maiores celeiros da pecuária brasileira [Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo] ainda são baixos índices de melhoramento.

"Temos que fazer com que a genética chegue a todos os produtores, do grande ao pequeno. Esse é o desafio da pesquisa hoje", afirmou Maria Gabriela. Para a zootecnista Mariana Alencar o produtor tem absorvido bem as novas técnicas. "É demorado para quem está fazendo, porque quando você desenvolve uma pesquisa e quer vê-la aplicada de imediato, mas não é assim. Todo progresso é um pouco lento, mais chega", disse a zootecnista da ABCz.

Todos os anos, a Embrapa publica um sumário, informando ao criador os animais positivos, que vão dar boa resposta produtiva. No caso do Guzerá, uma das sete espécies do Zebu, os estudos começaram há 17 anos. Há 12 anos são publicados esses resultados de avaliação genética. A avaliação genética permite conhecer o potencial do animal, enquanto pai e mãe. "Poder selecionar para melhorar o desempenho produtivo do rebanho e depois, vê as médias aumentando e os rebanhos ficando melhores, a cada dia, é maravilhoso", conclui Gabriela.

Vânia Penna acredita que com os avanços das tecnologias de informática, a pesquisa está cada dia mais perto do produtor. "Ainda tem um longo caminho a percorrer, mas já está havendo um encontro, uma aproximação", disse ela. A técnica coloca como maior desafio a produção de animais adequados a cada ecossistema. "Lógico que o animal adequado para o Nordeste é diferente daquele adequado para o sul. E hoje, a gente está focando nisso e em promover o melhoramento para sistemas de produção que sejam econômicos, ecológicos, lucrativos e eficientes. Isso é uma reviravolta de século", disse Vânia Penna.

Brasil possui maior rebanho comercial da raça

O maior rebanho zebuíno está Índia, mas é o Brasil que detém o  maior rebanho comercial zebuíno devido à melhoria genética. Isso foi possível pelas várias frentes de estudos e pesquisas, junto à Embrapa, ABCz e universidades, entre elas a Fazu. Apaixonadas pelo gado Zebu, as quatro estudiosas dessa raça, que participam da Festa do Boi, dizem que a raça é essencial para a produtividade nos trópicos, não apenas no Brasil. A rusticidade é outra característica marcante.

Para o sistema de produção a pasto, o zebuíno se adapta bem. É um gado extremamente rústico e produtivo. São sete raças, entre elas, o Sindi. Este animal, por exemplo, suporta a falta de chuvas do semiárido nordestino, com grande maestria. Ele foi adaptado no sudão, numa região semi-desértica. É um gado que supre a necessidade do Nordeste, assim como o Nelore, que sobrevive bem no Pantanal, supre a necessidade de produção de carne do sudeste e centro-oeste.

No caso do Gir, o Brasil tem uma das maiores produções de leite, entre as raças leiteiras. De forma geral, o Zebu tem uma peculiaridade: é um gado sentimental, segundo as estudiosas no assunto. "O Zebu é um animal apaixonante, tem um comportamento 'canino'. Ele gosta  de carinho, procura dengo", afirma Vânia Penna. A zootecnista e juíza de gado, Lilian Jacinto, concorda.

"Se você der carinho, ele vai te retribuir carinho, mas se você agir com violência, ele não confia mais em você", afirmou. "É um gado totalmente diferente do europeu que é sempre mais calmo. O Zebu é mais agitado, mas você consegue ter um contato mais íntimo com ele", comentou Lilian.

Bate-papo

Lilian Mara Borges Jacinto, juíza de gado

"É um pouco mais difícil do que é para o homem"

É complicado entrar e se manter nessa atividade?

É um pouco complicado para entrar porque é um meio muito machista. É um pouco mais difícil do que é para o homem. Eu tive dificuldade no começo. Às vezes, eles acham que você não sabe de nada, mas depois de estar lá dentro, eles lhe tratam de igual para igual.
O que é mais difícil: o conhecimento da raça ou enfrentar esse universo machista?

Hoje é muito tranquilo. O pessoal já começou a perceber que tem mais mulheres, que são boas profissionais. Na hora que você mostra que é competente, consegue espaço. E o conhecimento, você tem que saber de tudo. Só de raça zebuína são sete raças, que você tem que saber padrão racial, conformação de musculatura, conformação óssea, o que produz, se carne ou leite, ou se carne e leite ao mesmo tempo; tem que saber do histórico da raça. Tem que aprender muita coisa.

O que te levou a esse campo?

É bem difícil dizer, mas ser criada praticamente na beira da pista de julgamento, ajudou. Meu pai é jurado há muitos anos.  Então, além de eu ter o contato na prática, tenho o contato dentro de casa. No domingo, durante o almoço, se fala de vaca. Mas o fato de o Zebu ser um gado sentimental me cativou. Quis estudá-lo. A gente se apaixona pelo Zebu porque ele é muito dócil, corresponde ao trato que recebe.

Como você lida com as críticas?

Quando era mais nova, ficava indignada. Já ouvi profissionais dizerem: não segue nessa carreira de julgamento que você não vai dar certo, não vai se virar. E hoje estou no mesmo patamar dessa pessoa, às vezes acima. Hoje, eu tento sempre absorver o que há de melhor da crítica e evitar conflitos.

E como conciliar a vida pessoal e a rotina de juíza?

É uma correria. Sou professora na Universidade da minha cidade (Ituiutaba-MG), sou consultora e trabalho em julgamento. Consigo conciliar todas as aulas num dia na semana. Mas, no fim de semana, quando todo mundo descansa, estou em exposição, julgando. E, no tempo livre, ainda tem a fazenda do meu pai que ajudo. Vou descansar agora em dezembro, janeiro e fevereiro. O resto do ano é viagem o tempo todo.

Como fica o emocional?

Muito sacrificado. Não tem como ter namorado. Hoje, eu estou focando meu lado profissional. Depois, a hora que fizer meu nome, me preocupo com a outra parte.
Tribuna do Norte

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Parabéns Assu e sua secular história



Hoje a cidade de Assu está de idade nova, terra de gente hospitaleira, digna do afeto dos seus filhos.

Sua secular e gloriosa história é uma pagina relevante nos anais da civilização potiguar.

Assu berço amado de ilustres criaturas, destaques na poesia, letras e outras atividades da sociedade contemporânea.

Seus costumes e tradições continuam preservados desde os primórdios e áureos tempo da sua existencialidade, carregando a bagagem dos seus principais vultos, valorosos patronos da sua independência.

O Assu (Açu) é grande pela pujante inteligência das novas gerações, em respeito aos seus antepassados, todos lutando cotidianamente pelo progresso e bem comum  da municipalidade nos dias atuais.

O blog envia parabéns neste glorioso 16 de outubro, data símbolo da sua emancipação.

Aluizio Lacerda

Assu, 167 anos de Cidade


Assu é um município - minha terra natal querida –, localizado no baixo sertão potiguar. Hoje, comemora 167 anos de foros de Cidade do Assu, de 16 de outubro de 1845. Antes, Arraial de Santa Margarida, de 29 de julho de 1687, Presídio de Nos
sa Senhora dos Prazeres, de 20 de abril de 1696, Povoação de São João Batista, da Ribeira do Açu, Comarca, de 18 de março de 1833, Vila Nova da Princesa, de 11 de julho de 1788. Reconhecida como a Terra dos Poetas, Atenas Norte-Rio-Grandense, Dos Verdes Carnaubais, Da Fruticultura, do Petróleo. Um dos municípios brasileiros da maior importância, porque não dizer assim? Que me perdoe se estou exagerando no meu ufanismo. Terra berço de heróis de guerra, de tradições pioneiras. Assu é a segunda cidade instalada no interior potiguar. Terra festeira, de famílias fidalgas, aristocráticas, de gente acolhedora, de moças bonitas. Afinal, te saúdo Assu neste seu dia maior, nas palavras encantadoras de um bardo filho seu, chamado Oliveira Junior, que diz assim:

“Minha terra é tão linda,
Tão boa, tão rica...
Como a Terra da Promissão,
Nela o sol mais vivifica
A alma e o coração.
Penso ás vezes que os Gênios da Ventura
Nasceram no seu seio,
Num dia todo cheio
De luz, de sonhos, de alegria infinda.

Dos carnaubais as palmas verdejantes,
Sacudidas por ventos sussurrantes
Parecem ventarolas se cruzando
Se beijando
No espaço azulado.
E tudo é embalsamado
No perfume das plantas tropicais.

Seus lagos e seus rios
Sempre a cantar
Dolentes amavios,
Na voz de cristalinas águas,
Fazem-me recordar
A infância, a meninice, a mocidade...
E com que saudade
E quantas mágoas
Lembro esse tempo que não volta mais!

Olho o vistoso templo secular,
Enquanto o velho sino a badalar
Chama os fies ao culto de Jesus,
Num ambiente de flores e de luz...
Terra bendita,
Terra das searas maravilhosas,
Onde Ceres impera e de seiva palpita...
E onde as musas gentis e vaporosas,
Num concerto de rimas, na floresta
Dançam a dança dos rosais em festa.

Como é tão linda e boa
A minha terra natal!
De Deus a benção fadou-a
A ser na História, imortal!”

[DESCONHEÇO O AUTOR DA FOTOGRAFIA]

Por trás do muro
Onde te escondes
Há outro mundo
Onde te revelas…

(Simples-mente)
[Emílio Miranda]

Literatura portuguesa em debate

Publicação: 16 de Outubro de 2012 às 00:00

Tádzio França
- repórter

A riqueza da língua portuguesa  está em sua dispersão entre culturas bastante diferentes. Um único idioma, e diversas formas de compreendê-lo. A discussão seguirá até quarta-feira na programação do III Encontro de Escritores da Língua Portuguesa - EELP - no Teatro Alberto Maranhão. Nomes convidados das letras do Brasil, África e Portugal estão debatendo assuntos que relacionam seu cotidiano à literatura escrita em português. O evento é gratuito e aberto ao público interessado em trocar experiências no tocante às culturas do universo lusófono.
Aldair DantasEm Natal desde segunda-feira, Mia Couto foi convidado para falar sobre literatura oral e tradicional na próxima quarta-feira no EELP
Em Natal desde segunda-feira, Mia Couto foi convidado para falar sobre literatura oral e tradicional na próxima quarta-feira no EELP

O escritor moçambicano Mia Couto, convidado para falar sobre "literatura oral e tradicional" na próxima quarta-feira, afirma que a missão de fazer as nações lusófonas se conhecerem melhor está para além do escritor. "Isso depende muito mais daquilo que rodeia o autor. Depende da vontade política dos governantes, e dos incentivos das editoras", afirma. No entanto, ele faz questão de ressaltar  a atitude benéfica que o Brasil vem tendo em relação à Àfrica nos últimos 10 anos. "O Brasil se abriu como nunca à produção cultural africana. Estamos mais próximos. Há faculdades que oferecem curso de literatura africana, e publica-se muitos autores de lá hoje em dia. É um prazer ver que o Brasil agora quer se reencontrar consigo mesmo", analisa.

Mia Couto presta bastante atenção sobre o que se fala e o que se escreve. Para ele, são duas linguagens que se completam. "O que quero dizer, é que há uma relação de equívocos e mal entendidos quando se pensa em oralidade e escrita. As duas não vivem afastadas uma da outra. A fronteira entre elas é uma coisa inventada", afirma. Segundo o escritor, fala-se que a tradição oral é típica dos africanos, mas na verdade ela é universal, está presente em cada ser humano desde a infância. "O falar e o escrever são como gêmeos  mestiços. Um não é mais ou menos nobre que o outro, cada qual tem seu valor e atua no outro", afirma.

O escritor de Moçambique afirma não saber se há uma literatura em português que se destaca em um contexto geral. "É difícil dizer, pois infelizmente elas raramente atravessam as fronteiras de seus países. Por isso é tão importante eventos como o EELP, pois eles navegam contra essa corrente da distância que é preciso vencer", diz. Mia Couto também está trabalhando no Brasil o lançamento de seu último romance, "A confissão da leoa". "Atualmente estou tomando pelo universo desse livro, mas quero em breve começar a escrever um novo", adianta.

O coordenador cultural da União das Cidades Capitais da Língua Portuguesa - UCCLA - Rui Lourido, afirma que a riqueza da língua portuguesa se afirma pela sua diversidade cultural. "São países distantes uns dos outros falando o português, mas isso não o enfraquece. Pelo contrário, oferece diferentes pontos de vista culturais, de uma mesma linguagem. A partilha do pensamento é o espírito do EELP", diz. Segundo Rui, a abordagem de assuntos mais próximos do cotidiano, como o futebol, foi a maneira que o evento achou de se tornar ainda mais atrativo. O futebol é, claro, uma linguagem que todo o mundo fala.

O EELP traz na terça o tema "Literatura e futebol", às 14h, com Roberto da Matta, o angolano Ondjaki, e os portugueses João Moreira e Júlio Conrado. Às 19h, na livraria Saraiva, haverá palestra com Ondjaki, Germano Almeida e Mia Couto. Na quarta, Mia Couto apresentará às 15h o debate "Literatura oral e tradicional".

Serviço: III EELP Natal. No TAM, a partir das 14h, terça  e quarta-feira. Acesso gratuito.

Fonte. Tribuna do Norte, Viver

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