Andière "Majó" Abreu é poeta do Assu. A sua predileção para versejar é a glosa (décimas). Eu o considero um dos melhores poetas glosadores (ele também produz poemas e sonetos de qualidade literária), do Rio Grande do Norte, porque não dizer assim. Ele é filho do caicoense Anderson Abreu, que erradicou-se na cidade de Assu onde foi comerciante e fez grandes amizades, amigo de meu avô materno Fernando Tavares (Vemvem). Ele é contemporâneo dos meus tios (irmãos de minha mãe) Nazareno (Barão) e Mariano Tavares. Conviveu no Assu com o poeta Renato Caldas, entre outros vates assuenses, escondendo a sua arte de versejar que somente veio a revelar já na sua maturidade, igualmente ao consagrado poeta (O Bocage Potiguar) Moisés Sesiom com quem tem glosas parecidas. Majó, além de ser bom glosador, já foi bom de garfo, de copo e de serenata também. Joanilson de Paula Rêgo depõe que ele "derrubou gado nas festas de vaquejadas, sonhou e amou ao compasso de muitas violas e sob inspiração de muitos sorrisos, imaginou a própria lua enamorada de suas farras e fanfarras.
Disse o quanto me queria
Que por mim faria tudo
Eu a ouvia quase mudo
Enquanto a lua sorria.
E logo após me pedia
Para amá-la de verdade
Porém na realidade
Previa a separação
E o meu pobre coração
Sentia a dor da saudade.
Majó tem três livros publicados. A sua obra de estréia intitula-se "Uma Grosa de Glosas", 1991, volume prefaciado por Celso da Silveira que na sua observação entende que o poeta "é perfeito no seu raciocínio quando desenvolve os dez versos da glosa e há, em sua produção no gênero, alguns achados e invenções que ressaltam o seu trabalho de juntar preciosas pedras com que constrói suas glosas".
Ela teve o que queria
Embaixo da oiticica
Levando um rolo de pica
Chorava, ria e gemia.
Em êxtase e alegria
Com pica na frente e atrás
Bem agarrada ao rapaz
Num gozo estupendo
Mexendo e se contorcendo
Gostando e querendo mais.
Ele publicou ainda o volume intitulado "Mote Di-Versos", 1997, com orelha de João Batista Machado que no seu entender, Majó "está no mesmo nível de um Moisés Sesiom, Manuel de Bobagem, João de Papai, Luiz Xavier e Antônio Souto".
Vou deitado mas, ativo
Olhando bem pra vocês,
Já que só morro uma vez
Quero ouvir música ao vivo.
O momento é emotivo
Mas temos que superar
Cantem sim, quero escutar
Letras lindas de seresta,
Façam pra mim uma festa
Quando forem me enterrar.
Majó tem ainda publicado o livro sob o título "Minha Terra, Minha Gente", 2001 (poemas), apresentado por Luiz Carlos Guimarães e orelha de Luciano Herbet que inicialmente diz Andière "é uma dessas figuras raras que o sertão velho de guerra produz e oferece de mão beijada para o mundo".
O sertanejo é feliz
Pois ele mesmo é quem diz
Que vive muito contente,
Ri demais, conta piada,
Brinca com a filharada,
Vive para sua gente.
De tudo sabe e entende,
Com ele muito se aprende
Sobre arroz, milho e feijão,
Fala calmo, compassado,
Estórias conta um bocado
Os causos do seu sertão (...).
Disse o quanto me queria
Que por mim faria tudo
Eu a ouvia quase mudo
Enquanto a lua sorria.
E logo após me pedia
Para amá-la de verdade
Porém na realidade
Previa a separação
E o meu pobre coração
Sentia a dor da saudade.
Majó tem três livros publicados. A sua obra de estréia intitula-se "Uma Grosa de Glosas", 1991, volume prefaciado por Celso da Silveira que na sua observação entende que o poeta "é perfeito no seu raciocínio quando desenvolve os dez versos da glosa e há, em sua produção no gênero, alguns achados e invenções que ressaltam o seu trabalho de juntar preciosas pedras com que constrói suas glosas".
Ela teve o que queria
Embaixo da oiticica
Levando um rolo de pica
Chorava, ria e gemia.
Em êxtase e alegria
Com pica na frente e atrás
Bem agarrada ao rapaz
Num gozo estupendo
Mexendo e se contorcendo
Gostando e querendo mais.
Ele publicou ainda o volume intitulado "Mote Di-Versos", 1997, com orelha de João Batista Machado que no seu entender, Majó "está no mesmo nível de um Moisés Sesiom, Manuel de Bobagem, João de Papai, Luiz Xavier e Antônio Souto".
Vou deitado mas, ativo
Olhando bem pra vocês,
Já que só morro uma vez
Quero ouvir música ao vivo.
O momento é emotivo
Mas temos que superar
Cantem sim, quero escutar
Letras lindas de seresta,
Façam pra mim uma festa
Quando forem me enterrar.
Majó tem ainda publicado o livro sob o título "Minha Terra, Minha Gente", 2001 (poemas), apresentado por Luiz Carlos Guimarães e orelha de Luciano Herbet que inicialmente diz Andière "é uma dessas figuras raras que o sertão velho de guerra produz e oferece de mão beijada para o mundo".
O sertanejo é feliz
Pois ele mesmo é quem diz
Que vive muito contente,
Ri demais, conta piada,
Brinca com a filharada,
Vive para sua gente.
De tudo sabe e entende,
Com ele muito se aprende
Sobre arroz, milho e feijão,
Fala calmo, compassado,
Estórias conta um bocado
Os causos do seu sertão (...).