domingo, 22 de março de 2009

ASSU SOCIAL

As festas sociais do Assu, eram realizadas (quando não existia clube social) nas residências das pessoas influentes da sociedade assuense. Tempos depois, começaram a realizarem bailes no salão de entrada do Cine Theatro Pedro Amorim e no auditório da escola Ten. Cel. José Correia (lembrar o músico João Chau que era clarinetista e saxofonista). Daí então surgiu a ARCA, uma associação cultural e recreativa, fundada em dezenbro de 1953, pelos funcionários do Banco do Brasil, agência daquele município, que funcionava nos altos da prefeitura daquele lugar. Com a radicalização política, Arcelino Costa Leitão recém eleito prefeito do Assu, desalojou a ARCA, para alí funcionar o Clube Municipal. Dai então a ARCA instalou-se provisoriamente nos altos do antigo casarão conhecido como sobrado de Manoel Cabral (onde hoje funciona a Betys Botique), que os correligionários do deputado Olavo Montenegro, inimigo político do também deputado Edgard Montenegro, denomiram pejorativamente de "Clube das Almas", para depois construirem a sua sede própria na avenida Bernardo Vieira que depois veio a ser ASSA (uma associação dos funcionários da fundação SESP), ACC e atual Molecão. Fundou-se então no início da década de sessenta, a AABB (dos funcionários do Banco do Brasil que muito ainda contribui para a realizão de grandes festas). No Municipal, sobre a direção de Costa e Maria Olímpia, foram realizadas grandiosas festa elitizadas com apresentação de grande orquestras internacionais como, por exemplo, Marinas Mexican Alma Latina, Cassino de Servilha, Violinos Italianos, que ainda estão na memória de muitos daquela época. A ARCA (que era dirigida pelos correligionários de Edgard (a sociedade assuense era dividida em dois clubes sociais, em razão da radicalização política que era tensa e intensa entre Olavo e Edgard), também realizou grandes festas com apresentação de grandes orquestras como Eder Mandarino, dentre outras. Fica o registro. Mais história a contar sobre esse assunto.

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ASSU ANTIGO

Praça Getúlio Vargas

Praça getúlio vargas.

Comentários:
Parabens Fanfa, muita saude , paz e harmonia em sua vida e dos seus. É muito prazeiroso acessar o seu blog e ver e reler coisas do nosso querido Torrão natal, se possível sempre coloque fotos antigas da nossa querida Assu ou simplesmente Açu.
Joselito da Silveira
Macaiba-Rn
Amigo e conterrâneo Fanfa: É muita satisfação que apresento a você os meus verdadeiros parabéns, pela passagem de mais um aniversário em sua vida. Aproveito, para lhe dizer, que estou sempre atento a todas as notícias divulgadas em seu bem elaborado BLOG, que deixa bem informado sobre as coisas do nosso Assu.
Um abraço.
Nilo Fonseca
Natal-Rn
Muito grato. Você hoje é uma referência em blog. Toda vida que quero algo sobre o Assu, logo vem seu blog na minha cabeça. Falei no programa do Regis que não tinha uma notícia sobre João Celso Filho na net, logo no outro dia me deparei com aquela biografia. Valeuu!!! Espero encontrar logo biografia do saudoso Sebastião Alves, acho que faz dez anos de sua morte, Obrigado amigo Fernando Caldas.
Júnior Soares
Assu-Rn

sábado, 21 de março de 2009

ASSU NA GUERRA DO PARAGUAI

No meu tempo de criança ouvia-se frequentemente uma referência hilariante usada para ridicularizar a figura autoritária do presidente paraguaio Francisco Solano Lopez, tão sanguinário que ordenou a execução de dois irmãos e submeteu a Conselho de Guerra a própria mãe, deixando que fosse seviciada pelos julgadores. A expressão era "a posição que Lopez perdeu a guerra".

A interpretação é de que o invasor do território brasileiro teria se avacalhado na hora da rendição que lhe foi imposta pelas forças nacionais. Dava a impressão de que teria se "borrado" todo, num "trono" sanitário. Ou que teria sido vítima de uma dessas diarreias líquidas provocadas pelo nervosismo da derrota e da perspectiva de humilhação. Mas, passado o tempo, sabemos hoje que Lopez era de topar parada e não se rendeu como um amedrontando. Repeliu enquanto pôde ao cerco do Exército Brasileiro e foi rendido gritando vivas ao seu paraguaio.

Enquanto isso, aqui no Nordeste brasileiro o "voluntariado" para combater o avanço das tropas de Lopez sobre o Brasil, não era tão "voluntário! e o pessoal encarregado do recrutamento procurava os alistados que se refugiavam no mato para evitar o alistamento. Um dos artifícios utilizados pelos recrutadores era exatamente "tocar chocalhos dentro dos cercados para se confundirem com animais soltos no campo e assim conseguiu que os trânsfugas viesses em defesa de suas lavouras supostamente ameaçadas e aí fossem presos e levados para os batalhões de "voluntários da Pátria".

Mas isto não acontecia com muitos patriotas na defesa da soberania brasileira. Aconteceram casos de patriotas genuínos, como os dos assuenses Ponciano Bisneto Ferreira Souto, Ulisses Olegário Lins Caldas, seu irmão Perceval Lins Caldas e José Correia Teles, entre dezenas de outros filhos do Assu, considerado "um dos municípios que mais denodadamente honraram o Rio Grande do Norte na campanha contra Solano Lopez". Como registrou o historiador Adauto Câmara, citando boletins e Ordens do Dia dos arquivos nacionais ("O Rio Grande do Norte na Guerra do Paraguai", edição do IHGRN - Natal - 1951 - Tip. Galhardo - Rua Chile, 161).
Por que o destaque para estes quatro heróis, apenas?

A história da participação de Ulisses Caldas e Pecerval Caldas na Guerra do Paraguai é a mesma conhecida, embora ainda perdure muita ignorância quanto ao fato de sua bravura no front e até quanto a datas. Ulisses era alferes, em comissão, da Guarda Nacional. Nasceu em 1845 (ano da emancipação política da cidade). "Faleceu em 7 de novembro de 1866, no acampamento do 2. C. do Exército em consequência do ferimento recebido em um reconhecimento feito sobre o campo inimigo", como foi descrito na O>D. - 29 - de 24?11?66 do Visconde de Porto Alegre, general em campanha. Ulisses lançara-se sobre as baterias inimigas "com uma intrepidez que a todos surpreendeu, tomando duas bocas de fogo e fazendo flutuar primeiro no Curuzu o estandarte do Brasil". Fora promovido e era tenete desde 4 de setembro de 1866.

Percerval Caldas, 2. sargento, após o combate de Curuzu foi nomeado Alferes do 36. V.P do Maranhão. "Ferido na 2. Batalha de Tuiuti, foi morto em ação a 19 de março, num ataque a Estabelecimento, lutando junto ao 16. Batalhão de Infantaria". As baixas brasileiras nesse ataque foram: 148 mortos. 339 feridos, 42 contusos.
E Ponciano Bisneto?

Era tenente, nomeado junto com Ulisses Caldas, em 4 de setembro de 1866. Em 3/9 participara do assalto a Curuzu, integrando o 47. V.P. Depois, nomeado capitão por alto de bravura, recebeu a Medalha do Mérito Militar pelos combates de 6. 11 e 21 de dezembro (a Desembrada) em 1868. Ferido em combate. Nasceu em 1845, irmão do jornalista Elias Souto e do escritor José Leão Ferreira Souto. Faleceu a 06/10/1886, depois de ter sido Deputado Provincial no RN (1874-75 e 1876-77) em substituição ao pai, Cel Luiz Antônio Ferreira Souto, que faleceu em 1874.

Alguém no Assu conhece um tal de Correia Teles? Foi general de brigada (1897), combatente na Guerra do Paraguai. Também é filho da terra, onde nasceu em 1835. Foi praça em 1856, começando daí a sua carreira militar. Faleceu em 4/11/1897, depois de reformado.

Participara de toda a Campanha do Paraguai, sendo condecorado pelos governos da Triplice Aliança - Brasil, Uruguai e Argentina, em vários graus. Foi membro da Junta Governativa de Alagoas em 1891. (História do R.G.N. - A. Tavares de Lira).

Mas não é só.
O Assu participou na Guerra do Paraguai com cerca de 60 voluntários. Nenhum recusou o recrutamento. Mas, estes, coitados, entraram para o rol do anônimos.

____________________Celso da Silveira. Em, Salvados do Assu, 1996.

MENSAGEM

O soneto transcrito abaixo, é uma das lindas mensagens (nos versos da poeta Célia de Lima) que uma amiga me enviou (através do orkut) pela passagem dos meus 54 anos de idade que, no dizer do poeta Renato Caldas "está guardado no posta restante do meu coração". Vejamos:

É tão somente mais um dia, eu sei,
Pra que eu possa dizer "seja feliz!!!
Mas se é em marco, que eu lhe diga em bis:
Meus parabéns! Parabéns, outra vez!!!

E acredite que é meu esse prazer
De poder lhe dizer, com o coração,
Que é cada vez maior a admiração
Por tudo de bom que vem de você!

Do que eu possa querer, é que sorria
O bom sorrizo que trouxer o dia
Florescido na razão mais urgente:

Estar aqui, e compreender que a vida,
Em magia e festa, ou em dor, ainda,
É o poema que Deus dá de presente!

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NOTA CONVITE

HERVAL TAVARES e família, convidam amigos para se fazerem presentes a missa em ação de graça pelo seu restabelecimento, a ser celebrada às 18:00 horas do dia 21 de março de 2009, na igreja São Pedro.
Por oportuno, agradece a todos que em suas preces e promessas oraram pelo seu restabelecimento, e ainda, agradece aos amigos que residem em Natal, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Rio Grande do Sul e do interior do estado, telefonaram dando-lhe força e demonstração de solidariedade.

domingo, 15 de março de 2009

CINQUENTA E QUATRO PONTO ZERO

Hoje aniversario na mais sublime existência. São cinquenta ponto quatro anos de idade, recheados de felicidades e de aversidades também. É a vida! E ela continua como assim Deus determinou! Já recebí com felicidade ao abrir o meu orkut, várias mensagens singelas, mas sinceras de familiares, de amigos, de conterrâneos meus, por esta data natalícia. Choro ao escrever este texto, mais choro primeiramente de alegria por ainda exitir, por aquilo de bom que Deus me deu, apesar também dos problemas que a vida me proporcionou. Mas, nas minhas reflexões eu me lembro de um poemeto de Jorge Fernandes, que diz assim: "Deus lembrou-se de mim, lembrou-se / ungindo-me de bondade e de amor! / Martirizou-me pra tornar-me santo / e deu-me azas pra fulgir da dor." Obrigado a todos vocês. Contem comigo.

Fernando Caldas

sábado, 14 de março de 2009

NOTA

Vanessa Lima é minha conterrânea, assuense de boa cepa, interessada pela história, pelos costumes, pelas tradições, afinal, pela memória do velho Assu de antigas glória, de tantos poetas, de boas recordações. Não conheço ela pessoalmente, mas sei que é inteligente. Afinal de contas ela não é do Assu? Pois bem, mandou-me o seguinte comentário que muito me alegra e engrndece este blog: "Olá Fanfa, tudo bem? Olha eu fui fazer uma pesquisa do colégio de meu filho sobre o Assu antigo e não encontrei em lugar nenhum. Mas, graças ao seu amor por Assu e a sua divulgação pela história de nossa terra eu encontrei no seu blog. Parabéns e muito obrigado. Sucesso para você. Sim, lembrando que amanhã é o dia da poesia. Espero que seja lembrado os ilustres poetas da nossa cidade, pelo menos amanhã né? Um abraço".

Um depoimento como este faz aquele que gosta e que ama a sua terra, redobra o prazer de escrever sobre ela.

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domingo, 8 de março de 2009

LEMBRANDO ZÉ AREIA

Zé Areia era tipo gordo, popular, espirituoso, um boa vida para não chamá-lo de malandro. Vendia loterias, jogo do bicho, rifa, e era amigo de muitas figuras da sociedade natalense. Dele, Areia, conta-se que certa vez, ao chegar na penção de dona Zefinha, no bairro das Rocas, em Natal, pediu uma galinha. No que foi atendido no prato preferido, fez o convite: "Vamos comer a galinha dona Zefinha!" Aquela senhora bruscamente respondeu: "Eu não gosto de galinha." Zé Areia não perdeu a esportiva, respondendo desta forma: "Ou que classe desunida!"

Certa feita, passando pelas ruas de Natal, foi indagado (por certa pessoa que lhe conhecia) de tal modo: "Zé Areia quantos quilos você pesa?" Zé Areia respondeu: "Já te esqueceste!"

ANEDOTÁRIO

O escritor Valério Mesquita conta que Zé Buchudo, de Macaiba (RN), "era um comerciante, proprietário de um pequeno açougue, nos fundos do mercado. Certa feita, numa dessas manhãs chatas da cidade, foi convidado pelo farmacêutico Manoel Guedes e patota, empreenderem uma viagem de circunavegação pelos bares da cidade. Guedes, capitão de longo curso, dirigiu logo a nau dos insensatos à cidade de Parnamirim, onde ancoraram no famoso cabaré de Tibinha. Desnecessário dizer das abluções profundas e repetidas até a hora vespertina, quando pressentiram, que o náufrago Zé buchudo havia mergulhado a estibordo, em abismal sono etílico. Retornaram a Macaíba e entregaram a domicílo o invólucro corpóreo do que restou do nosso herói. Estirado no sofá da sala, Zé Buchudo sobreviveu a tododos os exercícios de ressureição ministrados pela esposa e filhos. Findas algumas horas, aí então, veio a cena patética: Zé Buchudo abriu os olhos, viu de plano, a esposa inclinada sobre si, soltou a catastrófica exclamação denunciadora: Mas, fia, que é que você está fazendo aqui no cabaré de Tibinha?" Depois dessa Zé Buchudo era a imagem do próprio cristão trucidado".

sexta-feira, 6 de março de 2009

DE "POUCAS E BOAS"

Do livro sob o título "Poucas e Boas",2008, já em segunda edição, o autor Valério Mesquita conta que "o mestre Odilon Ribeiro Coutinho, usineiro, intelectual, homem de finesse, acabara de se eleger deputado federal em 1963, pelo Rio Grande do Norte. Estava no Rio Hospedado no Copacabana Palace. Lá fora fluía naturalmente uma linda manhã carioca. No hotel, mulheres exuberantes pintavam em cada metro quadrado. O nosso Odilon tal um finíssimo lorde inglês era atendido no saguão por uma bonita pedicure. Em meio aquele torvelinho de bom gosto e elegância, o deputado sorvia os primeiros goles matinais de uisque on the rocks, balançando o copo "softamente". De chofre, é reconhecido por um potiguar, empregado do hotel: "Deputado, o senhor por aqui? Eu sou do Rio Grande do Norte e votei no senhor! Como vai o senhor?" Odilon sem perder a postura nobre, mexendo suavemente o copo, após outro gole: "É luta, meu filho! A luta é grande".

Em tempo: Eu tive o prazer de ter partipado de uma farra na minha querida cidade de Assu, entrando pela madrugada e até ao amanhecer, com aquela figura de tantas histórias na política e na literatura brasieleira, chamada Odilon Ribeiro Coutinho, Por sinal, quando ele ia ao Assu, frequentava e era hospede do seu amigo Francisco Fonseca que era conhecida na ciade de Assu, como "Tururu", que tinha naquela terra assunse, uma afamada casa de jogo de cartas (baralho) na rua Frei Miguelinho, bem como de Costa Leitão que certa vez, promoveu uma festa no Clube Municipal (autos da prefeitura), nos idos de cinquenta, com a presença de misses dos Estados do Ceará, Rio Grande do Norte e pernambuco, que chegaram de avião (de aluguel) naquela terra assuense. Fica o registro para as futuras gerações.


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segunda-feira, 2 de março de 2009

POESIA

PORQUE AMO A NATUREZA

Eu amo o mar,
O vento, as estrelas, o sol,
As noites de luar,
As serras, o arrebol!
Amo a torrente do rio,
Que, em louco desvariu
Se despeja no mar...
O gorgeio sutiu da passarada,
Deixa minh' alma
Em êxtase, pairada!
Eu amo a solidão,
O imprevisto, a incerteza,
A imensidão
Azul do firmamento,
As flores, as campinas verdejantes...
Eu adoro o lamento
Das vagas arquejantes,
O silêncio, a tristeza...
Enfim, eu amo a natureza!
Porque,
Tudo me traz uma lembrança,
Uma saudade louca de você.

Renato Caldas

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domingo, 1 de março de 2009

CEMITÉRIO SÃO JOÃO BATISTA

O Cemitério (público) São João Batista foi construído na administração do intendente Joaquim Antão de Sena. O cargo de intendente é o que hoje representa o prefeito municipal. Observa-se que o portão daquele cemitério fica de frente a porta principal da igreja Matriz de São João Batista. Foi o primeiro da cidade.

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LUIZ CAMPOS


Luiz Campos é um dos maiores poetas cordelistas do Nordeste, natural da oestana cidade de Mossoró (RN). Aquele imortal da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, escreveu:
Quando solteiro eu vivia
Era o maior aperreio
Devido eu ser muito feio
As muié não me queria
Quando prum forró eu ia
Com qualquer amigo meu
Ele confiava neu
Iam beber e brincar
No fim da festa arengar
Quem ia preso era eu.
De Luiz Campos há uma estória engraçada. Certa vez dirigiu-se ao açougue mais próximo da sua casa. Ao chegar naquele estabelecimento comercial, pediu ao açougueiro 900 gramas de carne. Aquele comerciante disse a ele: "Seu Luiz, por que o senhor não leva logo um quilo?" Luiz foi taxativo: "É que você não pesa".

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RARIDADE


Vasculhando a minha pobre biblioteca, deparo-me com mais outra raridade sobre o Assu. É o livro (capa acima) do escritor Rômulo Wandereley sob o título "Canção da Terra dos Carnaubais", 1965. Tem um pouco de poesia e história do Assu. Rômulo era membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e da Academia Norte-Riograndense de Letras. Por sinal, quem assumiu a cadeira deixada por ele, Rômulo, foi a escritora assuense Maria Eugênia Montenegro. No referenciado livro aquele ilustre assuense enaltece a sua terra dizendo asim:
Minha terra tem poetas
De inspirações magistrais,
Nascidos ao farfalhar
Dos verdes carnaubais.
Minha terra floresceu
Às margens do rio Assú,
E deu filhos que lutaram
Nos campos de Curuzu.
Minha gente provém
De indígenas e portugueses,
E traz, no sangue, também,
O sangue dos holandeses.
Se os seus filhos, quando nasceram,
Talento não denunciam,
Morrem na infância primeira,
Porque asnos lá não se criam.
Muitos deles, quando querem
Dar asas à inspiração,
Emigram para outras plagas,
Como aves de arribação.
E, mesmo sentindo nalma
Fundas saudades dalí,
Vêm cantar seus amores
Às margens do Potengí.
E OLHAR de perto a praieira
Da canção de Otoniel,
De olhos ternos, cismadores,
Lábios doces como mel,
Que ama escutar trovadores,
Que tenham vindo de lá,
Para dizer-lhe ao ouvido
Estrofes de Itajubá.
Minha terra tem história,
Poesia e tradição!
E em tempos idos, já foi
A Atenas do meu sertão.
Antigamente, a escola
lá era risonha e franca,
E o negro, banqueteado,
Nos salões do amplo sobrado
Do Barão de Serra Branca.
Teve seu berço no Assu,
Luiz Carlos Lins Wanderley,
Que, médicin, malgré tout,
Era poeta de lei.
E os Soares e Amorins,
Macedos, Caldas e Lins,
E outros mais, que ainda há,
- Os quais, logo que nasceram,
Inspiração receberam
Nas águas do Poassá.
Na poesia popular,
Houve Moisés Sesiom,
Que, semelhante a Bocage,
Glosava no melhor tom.
E não se deve esquecer
João Celso e Palmério Filho,
Que, na tribuna e na imprensa,
Pontificaram com brilho.
DEUS te salve, terra amada,
Berço dos meus ancestrais!
Eu morreria de mágua
Se não te revesse mais.
Se não pudesse beijar-te,
Nos meus dias outonais,
Escutando o farfalhar
Dos verdes carnaubais.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

MANOEL CALIXTO CHEIO DE GRAÇA

E quem não se lembra de Manoel Calixto Dantas também chamado de "Manoel do Lanche?" Era um dos nossos poetas tipo populares. Ele tinha um local (box) no Mercado Público do Assu. Pois bem, na década de setenta, Calixto candidatou-se disputando uma vaga no legislativo assuense, pelo MDB. Ele era natural de Carnaúba dos Dantas e assuense por opção e escolha, terra que viveu durante mais de cinquenta anos e fez boas amizades). Como não podia ser diferente, por ter  convivido com os poetas do Assu, Manoel começou a escrever versos populares. Sua predileção para versejar era a glosa (décima) e a trova, a sua predileção para versejar. Tempos atrás, os poetas da terra assuense aproveitavam os momentos de campanhas políticas para satirizar os candidatos em forma de versos. E Manoel Calixto era um deles. Candidato a vereador, escreveu:

Negue o soldado ao Tenente,
Negue esmola ao aleijado,
Negue ao faminto o bocado,
Negue ao Major a patente,
Negue ao seu filho a benção,
Negue o direito ao patrão,
Negue tudo, isto eu suporto
Só não me negue o seu voto
No dia da eleição.

E essa outra:

Falte uma noite a seresta,
Falte ao garoto inocente,
Falte o remédio ao doente,
Falte uma noite de festa.
Numa fase como esta,
Falte tudo ao seu irmão,
Falte a festa de São João,
Todas as faltas suporto
Só não me falte esse voto
No dia da eleição.

Fernando Caldas

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

ASSU ONTEM E HOJE

A fotografia de Assu antigo (a esquerda) é arquivo do blogdofernandocaldas.blogspot.com. A fotografia de Assu hoje, é de autoria do fotógrafo Jean Lopes, inclusive a idéia da montagem. Valeu Jean.

LEMBRANDO NEWTON NAVARRO

Eu tive o prazer de ter conhecido o pintor, o cronista, o poeta, o boêmio chamado Newton Navarro (1928-1992), quando das suas idas em Assu para visitar João Meira Lima então juiz do Assu, e o poeta Renato Caldas ainda se encontrava no auge da sua boemia, nos idos de sessenta. Eu era menino ainda. Tempos depois, convivi com ele, Navarro, no bar "Postinho", na Praia do Meio, no início da década de setenta, através de Paulinho Montenegro, em Natal. Navarro sempre gostava de ouvir, o poema "Isabel" do grande poeta João Lins Caldas. Para Celso da Silveira, Navarro era o "poeta do desenho, da oratória, do conto e do poema". Será que é a toa que a segunda maior ponte do Nordeste leva o seu nome? A ele, Navarro, cabe um bom cronista e um grande biógrafo para traçar a sua fantástica trajetória

Fernando Caldas

sábado, 21 de fevereiro de 2009

É CARNAVAL







DONA MARIA EDITE

Do blog intitulado "Serra de Luiz Gomes" transcrevo um artigo de Cidinha Pascoal sob o título ("Conheça a Biografia de Maria Edite Martins") em homenagem a essa mulher que escolheu o Assu (RN), para viver ao lado do seu marido Sandoval Martins. Eu (autor deste blog) fui contemporâneo de Sande Martins, seu filho, estudando juntos no Colégio Nossa Senhora das Vitórias, de boas recordações. Por ele, Sande, Edival, Marival, Valdite e Valmar Martins e pela propria dona Maria Edite, é que transcrevo neste blog o já referenciado artigo (por sinal, somos ainda parentes distante, pelo lado de minha avô paterna chamada Odete Fernandes de Queiroz, também como dona Maria Edite natural da cidade serrana de Luiz Gomes, região do alto oeste do Rio Grande do Norte).Vejamos o citado texto, adiante:

"Maria Edite Germano Martins, filha do Coronel Antônio Germano da Silveira e Antônia Fernandes da Silveira - D. Tonheira, nasceu no dia 29 de novembro de 1918, em Luiz Gomes, Rio Grande do Norte, cuja padroeira é Senhora Santana, tornando-se sua devota e participando anualmente das celebrações do dia da Padroeira - 26 de junho.

Sua mãe - D. Tonheira - teve quatorze filhos dos quais atingiram a vida adulta apenas quatro: Paulo, Maria Edite, Ir. Salvadora (Sinésia) e Auta. Hoje, somente ela está entre nós, alcançando a graça de completar 90 anos de vida, lúcida, saudável e feliz. Maria Edite teve como "mãe de leite" a Sra. Antônia Batalha, por cuja alma reza diariamente e que também foi babá de sua primeira filha - Sanedite.

Foi alfabetizada na Escolas Reunidas Coronel Fernandes na segunda metade da década de 20.

Nos anos 30 foi matriculada interna do Colégio Nossa Senhora das Vitórias em Assú, aonde veio a concluir o Curso Normal no ano de 1940. Naquele educandário fortaleceu a sua formação cristã, através dos ensinamentos das "Filhas do Amor Divino" e gozou da convivência das primeiras, amigas internas e externas, das quais guarda boas e felizes recordações.

Aos 22 anos, em 26 de julho de 1941, casou-se com Sandoval Martins de Paiva, cuja celebração ocorreu na cidade de Luiz Gomes, passando a residir na cidade de Assú, onde lá nasceram todos os seus seis filhos.

A decisão pelo matrimônio foi expressa e justuficada por Sandoval Martins através de carta endereçada aos seus pais (Celso Martins e Abigail) em 26 de junho de 1940 cujo teor continha:

"A senhorita com a qual pretendo realizar tão sério compromisso é filha do Sr. Antônio Germano tendo por nome "MARIA EDITE GERMANO" aliás, já conhecida pela prezada mana "Mundica". Fui, sou e serei um admirador incansável, pois a parte que observo em uma senhorita não é exclusivamente a riqueza e beleza; com mais afinco procuro ver seu comportamento, a sua honestidade, e enfim a sua conduta, elementos esses que poderão dar imposição a uma senhorita que se destina tomar a responsabilidade de um lar."

O seu comportamento eminentemente doméstico cumulou de leldade e caráter a formação dos seus filhos. Na convivência com a comunidade assuense foi madrinha de um número incontável dos filhos e filhas do Vale do Assu. Participou da vida social e religiosa da cidade do Assú, em todas as fases de seu desenvolvimento.

Mantém dentro de sua vida familiar um hábito de lazer e descontração de jogar gamão em companhia de familiares e quase sempre dominando a prima Corália que torna-se adversária, mas passadas os momentos das disputas, tudo retorna ao convívio amigo e alegre de sempre.

A primeira filha de Maria Edite chamava-se Sanedite, nasceu no dia 04 de julho de 1942, em Assú, que vindo ao mundo com muito carinho foi chamada à casa do PAI antes de completar 1 ano de idade. Na sequência vieram: José Edival, Maria Valdite, José Marival, José Sande e José Valmar, cujos nomes trazem a fusão dos nomes de Sandoval e Maria Edite, prática bastante aceita nas famílias nordestinas, que se imagina, seja para dar maior firmeza à união matrimonial. Todos nascidos em Assú, com formação inicial do Educandário Nossa Senhora das Vitórias, tendo Maria Edite participado ativamente do encaminhamento de todos os filhos que procriou, apoiado na presença constante, no respeito e na responsabilidade do seu marido - Sandoval.

Dessa prole (5 filhos) vieram 8 netos, 8 netas, 2 bisnetos e 2 bisnetas. Certamente, Maria Edidte percebia a todos e a cada um deles como expressou sua amiga Cidinha: "Os filhos, os filhos dos filhos e logo depois os filhos dos netos... É um rosário de sentimentos"...

Um ano após a partida de seu fiel marido para a morada eterna, Maria Edite decidiu vir morar em Natal no ano de 1999, hoje residindo no bairro do Tirol e partipando da vida familiar e religiosa de toda a sua família. Ela é hoje uma referência familiar dos Germano, Martins, Paiva, Vieira e Fernandes, do Alto Oeste Potiguar, que aqui se encontram ou estão representados.

Por isso tudo, promoveu essa reunião, orgulhosa e infinitamente agradecida à misericórdia de DEUS, que possibilita uma existência simples e honrada, mas totalmente dedicada a seus filhos, seus familiares e amigos."

MANOEL CALIXTO CHEIO DE GRAÇA E quem não se lembra de Manoel Calixto Dantas também chamado de "Manoel do Lanche?" Era um dos nosso...