segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A RESIDÊNCIA NA TERRA DE MARIA EUGÊNIA MONTENEGRO

Fotografia: Ilustração do blog.

Por Márcio de Lima Dantas, professor de Literatura Portuguesa do Departamento de Letras da UFRN

Vai ficar na eternidade,
Com seus livros, com seus quadros,
Intacto, suspenso no ar!


Manuel Bandeira


Diante da fachada, de um azul intenso, a memoração com sua vertigem soberana, solenemente aciona aquela sensação de quando nos defrontamos com um objeto estético ou agente impregnado com a pátina da História. A larga calçada clama a deferência, lançando-nos nos recônditos de um imaginário que diz para retirarmos as sandálias. É uma antiga casa. Sua simetria rigorosamente bilateral é composta de três grandes janelas, ladeadas por duas portas, todas rasgadas em arcos abaulados, sendo que um terço do comprimento é ocupado por uma semi-rosácea de vidro transparente, dividida em cinco segmentos. Lembra um pouco, pelos frisos, pelos contornos em alto-relevo, brancos, e pela predominância dos ângulos retos, as construções neoclássicas. Encimando o conjunto descrito, há uma estreita platibanda de despojado lavor, preenchida por azulejos com motivos geométricos. Todas as portas e janelas são divididas em duas abertas partes, denotando uma ausência de temeridade, convidando a brisa tépida, vinda dos carnaubais, a refrescar os dias ensolarados e quentes do Vale do Assu.

Situada entre a praça Getúlio Vargas e o antigo Beco do Padre, a casa fica no rez-de-chaussez., ou seja, existe apenas o pavimento térreo. Voltada para o sol nascente, limita-se a um comprido retângulo um pouco acima do nível da rua. Um batente dá acesso ao assoalho da sala. Não há sótão, tampouco porão, indiciando o pouco caso com o inconsciente ou uma busca de elevação espiritual. Há apenas o plano terrestre, no qual os cômodos representam as partes do corpo com suas demandas simbólicas. Residência ideal para os que se sentem intrinsecamente ligados à vida e ao que ela proporciona de beleza estética e prazer físico.

É aqui onde reside a escritora norte-rio-grandense Maria Eugênia Maceira Montenegro, nascida em 1915, e que no passado e cabalístico sete de outubro, fez oitenta e oito anos de existência. Advinda das Minas Gerais, casada com um Engenheiro Agrônomo que estudou em Lavras, veio morar numa fazenda do antigo arraial de N. Sra. dos Prazeres do Assu. A casa ostenta uma simplicidade que muito se assemelha às antigas residências senhoriais, quedada defronte à Igreja Matriz, um pouco mais à esquerda de quem fica de costas para a casa. Distância suficiente para ouvir o hinário e as rezas da igreja em louvor a São João Batista.

A porta principal não é trancada à chave, como se aguardasse permanentemente uma visita, que trouxesse alvíssaras ou simplesmente o agradável de uma presença, campeando sobre a solidão, espantando-a para as ermas estradas deixadas no passado. Ao ser anunciado por uma moça muito gentil, a velha senhora se faz demorar um pouco, suficiente para o advento no corpo de uma dignidade herdada das antigas famílias mineiras. Adentra na sala, qual rainha destronada e no exílio, derramando sorrisos e palavras de boas vindas. O corpo alquebrado pela velhice torna-se em festa. Parece vir de longe, arrastando consigo, num hieratismo franco e discreto, o cortejo de emblemas da sua estirpe. Os poucos momentos de uma agradável visita alicerçarão um ou dois dias de prazerosa lembrança, esgarçando-se com o passar dos dias. Os idosos, aqueles não amargos, sustentam-se nos exíguos fios das reminiscências geradas por algum fortuito evento sucedido num dia, como se fossem esmolas, - farelos de vida -, doados parcimoniosamente pela Fortuna.

Tudo resguarda uma história. A pátina de Cronos, qual esmalte transparente, recobre todos os pertences da antiga casa. Parece não haver arcanos de espécie alguma. Qualquer presença pode ser dita e explicada de onde veio. A transparência é tamanha que a luz esplende seus reflexos no assoalho recoberto por mosaicos, cuidadosamente limpo, denotando lugar no qual não transita muita gente, onde a solitude repousa, com a mesma paciência da dona.

A casa com seus objetos dispostos nos cômodos, submetida à cal viva do tempo, reveste-se de um caráter antípoda. Ao mesmo tempo que se funda numa necessidade da existência, pois é ela a outorgadora de uma identidade, subjetiva ou social; em contrapartida, está sempre na iminência de se extinguir, de sucumbir quando do desaparecimento do seu proprietário. Os herdeiros, mercenários, deterão apenas o que tiver valor financeiro. Quando do passar de poucos dias, os relógios farão escorrer seus ponteiros em direção às insossas efemérides e novidades da vida ordinária.

O cortejo de signos: telas, bibelôs, panos de renda, alfarrábios, indumentárias, móveis antigos, ensaia as pompas das exéquias, esboçando a dolente canção elegíaca do esquecimento atroz que cobrirá a Velha Dama, - malgrado as horas dedicadas à escritura de livros com forte conteúdo humanista, - sim, só os objetos serão gratos àquela que os animou e imprimiu sua consideração ao seu estado, indiferente, de mineral. Os tempos vindouros não prometem mais transcendência por meio da arte. A terra se encontra em transe. Não temos garantia de nada. Os objetos prantearão a menina feia, vinda de muito longe, de um lugar chamado Minas Gerais, lavrado entre montanhas recobertas de exuberante verde-lodo, chegada esposa e indo viver numa fazenda povoada de plantas e animais, de acidentes geográficos e paisagísticos, dos quais não sabia o nome nem a função, e cujo território passava metade do ano acinzentado. Nessa ambiência, as tramelas da memória foram arrebentadas pelas amoladas foices da solidão. Imagens mentais tiveram que ser confeccionadas em feixes de frases, engendrando livros nos quais os revérberos autobiográficos tonificaram obras que hoje irrigam o sistema literário do Rio Grande do Norte. Tudo me chama: a porta, a escada, os muros,/as lajes sobre mortos ainda vivos...(Cecília Meireles).

Agora a lonjura dos dias é preenchida por lembranças. Uma fadiga crônica se instalou – “estou morta de viver” – nos ossos. Nunca mais a deixará. O dízimo da velhice é alto. Labaredas consomem as derradeiras energias. Apóia-se nas paredes. Desculpa-se. Quedada sobre as cadeiras, agarra-se às autênticas amizades – ao telefone: “diga, meu querido” -. No limiar dos oitenta e nove anos de idade ainda está aberta ao cultivo de uma nova amizade. (Que alma!). Houve quem dissesse que muito ela havia se arrependido de não ter sido mais desprendida, de não ter aberto sua biblioteca a mais pessoas, de não ter amado mais. O balanço de uma vida é sempre um processo solitário e ímpar, pródigo de sentimentos dúbios ou culpas de desbotado matiz.

Da memória desprendem-se nomes, intactos, cada um com sua devida importância, com seu lugar numa história de vida: Nelson, Nieta, João Lins Caldas, Mário, Solon, Rita, Renato Caldas. Lembrar também cansa. Exercício que arrasta o inútil de abstrações que não levam a lugar nenhum. Vive-se de Vida. Nunca ouvi dizer o contrário. Recordações são cinza fria nos lábios, representações de somenos. Nonadas.

Na vasilha de ungüento restou um pouco de sal. Na despensa apenas um tanto de óleo sagrado, suficiente para untar o corpo baço, pleno de ranhuras, pontilhado de sardas e de outras manchas outorgadas pelo caminhar em agrestes rodagens. A sobrevivente antecipou o luto.

Resta o aguardo. Mulheres de pescadores, azuis, como na tela de Picasso, na praia, ansiando o nome dos desaparecidos. Os quadros, desbotados, quietos, na parede.

Alguém sabe de alguma profecia, que falasse, assim, de uma imperatriz exilada, vinda de um país distante onde as montanhas, no raiar do dia, espreguiçam-se entre a névoa e um exuberante verde? Alguém, ao dizê-la, estancaria a nascente viril de um desespero sem lágrimas: o meu. Alguém? Alguém....

Postado por Fernando Caldas

domingo, 28 de novembro de 2010

"PAZ PARA O RIO"

TELAS DE *CECÍLIA BARBALHO

*Cecília Barbalho é artista plástica açuense, parnamirinense por escolha.
A vida nos faz amadorecer, já diz o adágio popular, é no sofrimento que nos tornamos fortes! fiz uma avaliação forte e profunda sobre a política assuense, cheguei a uma conclusão: lutar... insistir... pessistir... e nunca desistir... na próxima eleição terá 15 vereadores na câmara! é chegada a hora da mudança e da renovação! elaborei 11 propóstas para o estado do Rio grande do norte: agora chegou a hora de reelaborar essas propóstas para o povo da terra dos poetas!
Escrito por juscelinofranca

A POESIA OCULTA DE OTHONIEL MENEZES1

Ilustração deste blog. Fotografia: Do blog Glosando o mundo...

Celso da Silveira2

Othoniel Menezes (1895-1969), cognominado “príncipe dos poetas norte-rio-grandenses”, autor de meia dúzia de livros de poemas, a maioria de sonetos, imortalizou-se, entretanto, pela canção que se popularizou com o nome de “Praieira” ou “Serenata do pescador”, musicada por Eduardo Medeiros, um músico autodidata que não ficou esquecido graças a essa “pérola do amor” que é o poema de Othoniel.
Othoniel viveu uma vida nômade a partir de tenra idade, sendo vítima de infortúnios mais de que de aventuras. Menino, teve de se deslocar da terra natal para o sertão seridoense feito carga em lombo de animal, fazendo uma retirada ao inverso, num comboio de burros, quase imitando a fuga de Jesus para o Egito, para salvar-se. Sofrera, ainda no ventre materno, os efeitos da bexiga contraída por sua mãe na gravidez e foi acometido de varíola com menos de dois anos de idade. Foi servidor público mal remunerado, carregou uma velhice de pobreza até o extremo de precisar da ajuda de amigos e do Lions Clube de Natal, quando residia, quase esquecido e doente, à rua Correia Teles, Cidade Alta, em Natal, onde nos idos da década de 1950, como repórter de A República, fui entrevistá-lo por conta da repercussão de suas necessidades para sobreviver, denunciadas na Assembléia Legislativa pelo então deputado Túlio Fernandes.3 Foi a partir desse momento que conheci o Othoniel Menezes amargurado, que fora amigo do meu pai – João Celso Filho4 – em Assu, quando ali esteve à frente da Mesa de Rendas Estaduais. Othoniel contou, na entrevista, que o seu livro Sertão de espinho e de flor, premiado com a publicação por força de uma Lei Estadual5 há cerca de doze anos, só fora editado pelos esforços e boa vontade do diretor da Imprensa Oficial, e também poeta Antônio Pinto de Medeiros, mas censurava muito a qualidade do papel em que foi impresso – papel jornal.
Esse livro não deve passar sem uma reedição, porque constituiu a obra poética mais importante do autor potiguar. É um canto ao “sertão selvagem de Euclides”, como ele preconizou numa sextilha septissilábica no Canto I, um documento testemunhal de uma época no interior do estado nordestino, um trabalho de antropologia cultural, a descrição de costumes, práticas e comportamentos sertanejos, num Rio Grande do Norte primitivo e rude, palmilhado apenas por cascos de animais. Sertão de espinho e de flor, guardadas as devidas proporções e a geografia do espaço onde se desenrolam as cenas e situações enfocadas, eu diria que equivale à Ilíada e mesmo o situaria como nossa divina comédia.
Mas, não é o Othoniel Menezes do Jardim tropical (1923), da Canção de montanha (1955) e do Sertão de espinho e de flor, (1952) que trago para este registro de sua obra. Aqui desejo revelar um Othoniel  ocultado, desconhecido, ignorado, insuspeitado, salvo revelar presença de espírito de João de Oliveira Fonseca (1917- 1989), seu colega, como funcionário da construção da Base Americana de Parnamirim e, como poeta, um assuense que voltou à terra natal para jamais abandoná-la até à morte. Aqui me refiro ao Othoniel Menezes fescenino, pornográfico, proibido, indiscreto, impublicável.
O poeta João Fonseca é autor da trova que anda nas antologias dos trovadores nacionais: “Amor é ver mordidura / de aranha caranguejeira / se não mata a criatura / aleija pra vida inteira”. A esta trova Othoniel respondeu:

Diz Fonseca – A Terra inteira 6
não és Tu, Deus, quem governas!
É a aranha caranguejeira
que a mulher tem entre as pernas.

A verdade que isto encerra
nada tem de ímpia ou estranha
o Sol, que domina a terra
tem a forma de uma aranha!

Othoniel, cujo convívio tive o privilégio de privar, juntamente, ao de Jayme Wanderley (outro grande poeta esquecido, autor de Espinho de jurema, partícipe da turma de Jorge Fernandes e Cascudinho, em 1928), sempre se revelou uma pessoa sofrida, magoada, amargurada e descontente com a sua pobreza.  Orgulhoso
de sua obra poética, como ser humano não se dobrava a ninguém para pedir o que quer que fosse. Em sua passagem pela construção da Base, alguém observou que ele vestia uma camisa com o colarinho puído7 e ele não demorou na condenação ao observador maledicente:

A camisa rota, oh corno
e tal qual só você viu
foi de uma foda no torno
com a puta que lhe pariu...

E segue:

Ninguém deve ser julgado
pela camisa que veste:
mesmo bem encadernado
sacana é coisa que preste?

Melhor é andar maltrapilho
viver-se do que se ganhe
do que, cafetão e não filho,
luxar com o suor da mãe...

Ouve agora a eterna lei:
todo de seda ou no enxurro,
um poeta é sempre um rei
– e um burro é sempre um burro!.

Na Base, em 1943, parece que Othoniel era apenas um burocrata encarregado de preencher as requisições de materiais solicitados pelos engenheiros ou mestres-de-obras. Nessa época era funcionário da Base, o jovem Gumercindo que, segundo informação de João Fonseca, era o próprio Gumercindo Saraiva,8 que se tornou pesquisador, escritor, musicista, folclorista, ensaísta, autodidata que pertenceu à Academia Norte-Rio-Grandense de Letras e faleceu tocando seu instrumento predileto – o violino (1915- 1988), porque Gumercindo, como encarregado do depósito de material, espécie de almoxarife, às vezes fazia restrições aos pedidos preenchidos pelo poeta. Certa vez Othoniel foi cáustico com o outro:

Cagando mais do que come,
só tem um jeito você:
substituir, no seu nome,
a inicial por um “C”!

E esta outra quadrinha:

Se merda entrasse na obra,
Gumercindo, abrindo o tampo,
forneceria, com sobra,
cimento pra todo o Campo.

16.02.43

Dessa mesma fase há algumas quadrinhas em que o poeta fustiga, causticamente, as figuras que não se enquadravam na sua empatia afetiva. Não há história a contar, mas as duas quadras que seguem fazem sentido por si mesmas, mostrando que o poeta não suportava os erros matemáticos do colega:

Beata velha xibiu,
cu velho birrento e arcaico,
em que compêndio é que viu
metro ao cubo de mosaico?

Pomboca não multiplica!
Fruta velha não dá goma!
Diga se foi com tal pica
que andou brochando esta soma!

Mas, a face maldita do poeta de “Praieira” não estancou aí. Parece que ele estava com furor mórbido para condenar Deus e o Diabo na terra do Sol. No rol dos colegas, na Base de Parnamirim, só Fonseca foi poupado. Quem fizesse qualquer restrição, ou tecesse comentário desairoso ao trabalho de Othoniel, sofria as conseqüências do seu tacape arrasador. Por esse mau pedaço passou um certo “censor”, sobre quem ele aconselha a assumir a mesma atitude de Apeles – não passar dos sapatos. Vejam só:

Suas funções não confunda,
dos seus tamancos não desça,
– você só pensa com a bunda,
só caga pela cabeça!

Pobre de quem o poeta não simpatizasse. Contra esses, ele usava sua verruma afiada, sem meias palavras, como um ditador absoluto usa seu poder exterminador:

A ensinar-lhe higiene, eu entro
com um conselho em que insisto:
abra o cu e escarre dentro
que ele só serve pra isto.

Aí está um outro Othoniel Menezes, “príncipe” da pornografia – uma poesia mal compreendida no RN, onde nem sempre a intelectualidade está informada de estudos muito sérios de autores responsáveis que pesquisaram poetas greco-romanos e latinos da antiguidade clássica, sem falar no poeta Manoel Maria Barbosa du Bocage, neles detectando palavrões da fala do povo, como “pica”, “corno”, “greta”, “puta”, “teta”, ou não leu em Eça de Queiroz a descrição de uma cena de minete, ou desconhece um poeta da seriedade de Carlos Drummond de Andrade, algumas vezes indicado para Prêmio Nobel de literatura, que tem um poema intitulado “A língua lambe”9, recentemente publicado no jornal “Folha de São Paulo”, em que faz a apologia da língua como instrumento sexual.
Como nota final, acrescento: Othoniel Menezes, Jayme Wanderley, Meira Pires10 e eu, todas as manhãs, a partir de 9 horas, em 1952, reuníamo-nos em torno de uma mesa do Tabuleiro da Baiana, à Praça Augusto Severo, servidos pelo garçom Fumaça, para cafezinhos e conversas. Eu estava com o livro de estréia no prelo da Tipografia Vilar, na atual rua Câmara Cascudo – 26 Poemas do Menino Grande11 – e ele me estimulou muito a escrever.
Visitou, com Jayme – que a gente chamava “Poetajeime” -, a tipografia para acompanhar a composição, impressão e confecção do livro.
Tanto ele quanto Jayme fumavam um cigarro atrás do outro, às vezes acendendo o novo cigarro com a ponta do que acabavam de fumar. Escondia suas privações, mas não podia esconder a amargura de não ter um lugar ao Sol e não ter sido contemplado com uma situação econômica que o livrasse das dificuldades financeiras porque passava.
Othoniel e Jayme tiveram suas musas inesquecíveis, cuja memória era sempre evocada por eles: Maria, de Othoniel, e Miriam, a primeira esposa de Jayme.

Notas

1 Matéria publicada no jornal O Poti edição do dia 27 de outubro de 1991, um domingo. OM, em casa, nunca proferiu uma palavra chula, obscena, pornofônica. Era exigente com os filhos, nesse aspecto. “Fresco” e/ou “veado”, na sua boca, no lar, não passava de “pederasta” – e olhe lá!
2 Celso Dantas da Silveira (Assu/RN, 25.10.1929/Natal-RN, 02.01.2005). Jornalista, professor, ator teatral, poeta, escritor, editor e boêmio. Escreveu ou organizou dezenas de livros. Seu maior sucesso editorial – considerado até os dias de hoje como o maior best-seller potiguar, com quatro edições (uma delas, a última, não autorizada pelos herdeiros) - foi Glosa glosarum, uma coletânea de glosas fesceninas por ele organizada. Celso, ainda que fosse um ótimo poeta moderno, não escrevia glosas (décimas). Era, sim, um construtor de motes deliciosos, provocando os glosadores. O “gordo Celso” – como lhe chamavam os amigos – era prodigioso causeur. Bebia bem e comia ainda melhor, alegre, amigo, brilhante. Foi casado com a inesquecível poetisa Myriam Coely de Araújo (ver nota 79, em A canção da montanha).
3 Túlio Fernandes de Oliveira. Bacharel em Direito e político, filho do poeta e magistrado Sebastião Fernandes, sobrinho de Jorge Fernandes. Casado com a educadora e jornalista Chicuta Nolasco Fernandes. Foi deputado estadual em vários mandatos.
4 João Celso Filho morreu na Fazenda Limoeiro, de sua propriedade, em 14 de novembro de 1943, no Assu-RN. Advogado, professor, proprietário rural, dramaturgo, contista, orador e poeta. O edifício do Fórum, em Assu, tem o seu nome. Fazia glosas fesceninas.
5 Lei Estadual n. 145, de 1900, já citada.
6 João Fonseca, durante décadas, guardou os fesceninos do amigo, ciosamente. O autor destas notas os leu a primeira vez, em Assu, em 1957.
7 Publicada em vários jornais do Estado (RN), uma crônica do autor destas notas revela detalhes do acontecimento:

A CAMISA DO POETA

No tempo da guerra, muita gente se empregou em “Parnamirim Field”. Dentre esses pioneiros burocratas – recrutados, diziam, sob o olhar atento do pastor batista doutor Mateus, tido como coronel da inteligência da
USAF –, estavam Othoniel Menezes, o poeta da “Praieira”; “seu” Galvão, pai do professor Cláudio Galvão – este, escritor e pesquisador emérito; Deoclécio Sérgio de Bulhões, homeopata, homem boníssimo e caridoso que mais tarde seria vereador em Natal, por muitas legislaturas; Agenor Ribeiro, depois empresário; Rômulo “Minha gata” que, deixando Parnamirim, foi para o Banco do Brasil; Emanuel Rivadávia, também, posteriormente, servidor do BB, no México e nos Estados Unidos. Fluente em inglês, traduziu e leu para o general Eisenhower, em 1945, um discurso escrito por Othoniel, saudando o futuro presidente dos Estados Unidos, em nome do pessoal civil da Base. Misturando-se a essa boa gente, para lá também acorreram alguns “artistas” do Grande Ponto, filhinhos de papai, arranhando inglês, charlando, dançando fox no Aero, bodando na praça Pedro Velho.
Na sopa (ônibus), guiada por “Charuto”, negão forte e valente, embarcava o pessoal na Pracinha (“Pedro Velho”, hoje “Cívica”) e embiocava na “Parnamirim Road”, a “Pista”. Fazia pit stop no portão da Base, ia em frente e deixava os “porcos” no Post of Engineers. “Porco”, era o apelido dado aos funcionários subalternos, operários, que viajavam nas carrocerias dos caminhões – alcunha que depois se generalizou.
De Natal à Base, no ônibus, não viajando criança ou mulher – o que era raro – a esculhambação era grossa. Vida alheia, anedotas cabeludas, acenos para as peniqueiras no trajeto, algazarra, esbórnia total.
Othoniel Menezes, arredio, desconfiado, da raça irritável dos poetas, como afirmava Virgílio, somente com os mais íntimos trocava piadas. Era sofrido, pobre – mas, altivo, culto e probo. Jornalista de renome, secretário do jornal A República, amigo de Café Filho, socialista, admirador de Luiz Carlos Prestes, escrevera em 1935, praticamente sozinho, o jornal A Liberdade. Tachado de “comunista”, passou quase três anos na cadeia. Em Parnamirim, não ligava para o apelido de “Ipecacuanha” (tinha mania por chá caseiro!).
Deu o troco ao autor da proeza, o colega Deoclécio Bulhões, caridoso esoterista e homeopata, que tinha uma imponente trunfa: sapecou-lhe a alcunha de “Professor Bendengó”! Prudente, o vate guardava distância dos “artistas” do Grande Ponto, alguns deles, até, filhos de amigos e parentes.
O diabo, porém, atenta! Quando não dá o ar da graça, de corpo presente, manda um secretário. Um belo dia, na rebarba de uma daquelas algazarras, do fundo do coletivo, ouviu, clara e maliciosa, a acaçapante e maldosa agressão: “Othoniel, poeta da camisa rasgada!”
Vilipendiado, trêmulo, em cima da bucha, levantou-se e partiu pra briga. Era homem de coragem comprovada. Não conseguiu chegar à patota. Os amigos não deixaram. A cotiada camisa que vestia, cerzida e passada, engomada, pelas mãos da sua Maria, era tão-só o espelho da sua pobreza respeitável e resignada. Não lhe pisassem! Não conseguiu identificar o autor da agressão gratuita. Nunca soube quem foi, nunca lhe disseram.
Minutos depois, já no Post of Engineers, ainda pálido, calado, à vista dos companheiros solidários, sentou-se à mesa e, a manuscrito, em letras garrafais, numa folha de cartolina made in USA – depois afixada no Quadro de Avisos – fulminou o gaiato:

A camisa rota, oh corno,
e tal qual só você viu,
foi de uma foda no torno
com a puta que lhe pariu!

“Ipecacuanha”, então, esboçou um acanhado sorriso para o futuro vereador – o “Professor Bendengó” – e encerrou, para sempre, “o assunto”.
8 João Fonseca e Celso da Silveira enganaram-se. O “alvo” de OM não era, à época, o futuro escritor e musicólogo. O Gumercindo era outro, sujeito muito gordo e avermelhado, chefe dos bombeiros encanadores) do Posto de Engenharia da Base Aérea. Sobre Saraiva, ver nota, em Sertão de espinho e de flor.
9 O poema de Drummond: “A língua lambe as pétalas vermelhas/ da rosa pluriaberta; a língua lavra/ certo oculto botão, e vai tecendo/ lépidas variações de leves ritmos./E lambe, lambilonga, lambilenta,/E lambe, lambilonga, lambilenta,/a licorina gruta cabeluda,/ e quando mais lambente, mais ativa,/ atinge o céu do céu, entre gemidos,/ entre gemidos, balidos e rugidos/ de leões na floresta, enfurecidos”.
10 Inácio Meira Pires (Ceará-Mirim/RN, 15.03.1928-Natal/RN, 18.11.1982). Ator e teatrólogo. Diretor, por longos anos, do então Teatro Carlos Gomes, em Natal. Mudou o nome da casa de espetáculos para Teatro Alberto Maranhão. Participou do Conselho de Cultura do Estado e da Academia de Letras. Por breve tempo, chegou a ser diretor do Serviço Nacional de Teatro.
11 Publicado em 1952, com impressão da Tipografia Vilar, Natal.
 
(Nota do blog: Agradecemos ao poeta e cronista Laélio Ferreira (filho do grande bardo Othoniel Menezes), pelo envio do belo texto transcrito acima que, certamente, engrandece a história da literatura potiguar). 
 
Fernando Caldas

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

SAUDADES DO ASSU

Meu caro Fernando Caldas.

Saúde e Paz!

Somente agora li o seu comentário, postado na coluna que tenho lá no Jornal da Besta Fubana. E fazia tempo que não visitava a sua excelente página da Web. Atualmente, fugindo do calor em Natal, estou na praia de Enxu Queimado, em Pedra Grande, aceiros do Mato Grande, onde tenho uma casa. Por cá, com mais sossego, ultimo uma revisão final do volume "OTHONIEL MENEZES - Obra Reunida", que, há anos, zelosamente organizo, seleciono e anoto - um "calhamaço" de quase mil páginas, editado pela UNA, de Marize Castro. Não sei se vossa mercê já leu a biografia do meu Poeta, escrita por Cláudio Galvão (houve, apenas, um pré-lançamento).

Nesse trabalho, Cláudio - até com o meu auxílio - descreve a passagem de Othoniel pelo Assu, dando conta das amizades que por lá fez. Quanta gente boa e inteligente, meu caro!

Quando, pela vez primeira, fui a sua terra, a serviço, ainda um adolescente, Papai me recomendou aos amigos que tinha deixado. Fui tratado como um príncipe, paparicado até. Walter Leitão, Dona Clarisse, João Fonseca, Xisquito, dona Maria Eugênia, o insubstituível João Lins Caldas - muita gente amiga e fraterna. Por outro lado, no que tange à boemia, pintei e bordei: me danei pro "Gango", pras vaqueijadas (eram tão diferentes das de hoje!), fiz grandes amizades. Não dispensava, ainda, uma boa cerveja gelada, nos escondidos do Mercado, uma jogatina dos diabos e eu só cubando , na boníssima companhia de João Fonseca e Renato Caldas (sentado, ele, numa "poltrona" de sacos de farinha!). E esse povo todo, Fernando, do seu bom sangue.

Saudades!

Em Brasília, auditor do TCU, sempre dava um jeito de vir à Jerimunlândia, programando as inspeções para passar no Assu (dando uns carões em Walter Leitão, desleixado e querido Prefeito). Nessa época, um primo (do lado materno) era gerente do Banco do Brasil, Nílson Segundo, e eu dava, sempre, um jeito de demorar no Vale...

Hoje em dia, vagabundando, viajando sempre pras bandas de Mossoró, nunca mais entrei no Assu. Não há mais motivação: foram-se todos, ou quase todos, para o Azul...

C'est la vie, meu caro.

Abraço afetuoso do admirador,

Laélio Ferreira

PENSAMENTOS FILOSÓFICOS

Fotografia: Esquerda para direita: O poeta potiguar João Lins Caldas e o renomado romancista brasileira autor do romance intitulado de "A Mulher Que Fugiu de Sodoma". Rio de Janeiro, 1930.

Oh vida! Os teus milagres nem sempre são doçuras, mas não me des tanto, Tanto! Não me des tanto, tanta amargura.

Saio de mim e, às vezes me procurando. Perdão se me acho e assim às vezes fora de mim.

Cantai lindo pássaro. Cantai amorosamente a vossa alegria. Assim que se é pássaro.

A vida incide aflitivamente a . É a concessão irrefreável.

Com esses olhos grossos de chuva eu quero chorar.

Errar é comigo. Nunca acerto convosco.

A gaiola da vida tem muitos pássaros. às vezes carrega pássaros mortos. E cantos fúnebres nos vagões dos pássaros.

Febre há. Bem dentro da minha febre.

Autor: João Lins Caldas

Postado por Fernando Caldas

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

ASSU ESTREIA CONTRA O ALECRIM NO ESTADUAL 2011

A Federação Norte-riograndense de Futebol (FNF) anunciou oficialmente o regulamento e a tabela do Estadual 2011. O campeonato será disputado em dois turnos: O 1º turno será denominado Taça Cidade do Natal e o 2º turno será a Copa Rio Grande do Norte, com o campeão da Taça Cidade do Natal 2011 sendo declarado, automaticamente, o primeiro representante do Rio Grande do Norte na Copa do Brasil 2012.

Integrarão o Campeonato Estadual de Futebol 2011 as seguintes associações: ABC, Alecrim, América, Potiguar (Mos), Baraúnas, ASSU, Corintians, Santa Cruz, Centenário Pauferrense e o representante da 2ª Divisão de profissionais de 2010.

A primeira rodada será no dia 30 de janeiro e ASSU estreia jogando contra a equipe do Alecrim no estádio Edgarzão, às 17h.

Escrito por Alderi Dantas

GALINHOS, RN

Foto: Thyrone Barbosa Domingos
in Olhares

(Do blog Balaio Porreta 1986)
Postado por Fernando Caldas

PARACHOQUE DE CAMINHÃO

O SENADOR JOSÉ AGRIPINO RECEBE RECONHECIMENTO DO SENADOR ROMERO JUCÁ

Ilustração do blog.

(Nota transcrita do blog de Aluízio Lacerda, Carnaubais-RN)

No retorno à Tribuna do Senado ontem, o senador José Agripino recebeu o reconhecimento do governo Lula pela vitória com mais de 950 mil votos nas eleições de 3 de outubro. Coube ao líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá, elogiar o democrata: “A campanha aguerrida do RN fez o Brasil olhar para o seu Estado. Além de parabenizá-lo, quero registrar aqui a forma respeitosa e contributiva com que Vossa Excelência faz oposição. Deu grandes contribuições ao país por meio do seu mandato.”

Postado por Fernando Caldas

CASARÕES DO AÇU

O primeiro casarão da esquerda para direita, pertenceu ao casal Maria Celeste e Fernando Tavares (Vemvem), que foi  comerciante e fazendeiro na região do Açu-RN. Hoje de propriedade do Sr. Edmilson Lins Caldas. Naquela casa frequentaram importantes políticos da terra potiguar como o governandor Dix-sept Rosado, Aluízio Alves quando ainda deputado federal. Dix-sept era amigo íntimo de Vemvem Morreram juntos no desastre aviatório do Rio do Sal, em Aracaju a 18 de julho de 1951. Na segunda casa com duas janelas e uma porta, de duas lâminas, morou o casal Maria Lacerda - dona Marieta (hoje nome de uma importante avenida em Nava Parnamirim, região metropolitana de Natal) e Manoel Pessoa Montenegro que foi prefeito do Assu durante 13 anos consecutivos. Por lá, passaram muitas vezes o governador Aluízio Alves e foram tomadas muitas decisões importantes da política local e do Rio Grande do Norte, dentre outras figuras da política potiguar. Daquela casa (hoje residencia do dentista Jair Cosme Pereira) ainda sairam prefeito da terra assense, João Batista Lacerda Montenegro, bem como os deputados estaduais Olavo e Manuca Montenegro, esse último foi deputado federal (os referidos casarões estão assentados na rua hoje prefeito Manoel Montenegro, antes denominada rua das Flores). Saiu também do referido primeiro casarão, verador Fernando Caldas (Fanfa) que foi presidente da Câmara Municipal do Assu, biênio - 1985-86.

Fernando Caldas

POLÍTICOS DO RN SE DIZEM INDIGNADOS

                                                    alex régis
                                           Prefeita Micarla de Souza afirma que vai cumprir com o seu dever

A classe política do Rio Grande do Norte também se posicionou acerca da licitação deserta do estádio Arena das Dunas. O líder do PMDB na Câmara Federal, deputado Henrique Alves, classificou de “inaceitável” o fato de Natal correr o risco de perder o maior evento futebolístico mundial face o ocorrido ontem. Ele disse que é urgente que se encontre uma solução e uma alternativa para a questão. “Quais são as causas, o por que de ter dado deserta a licitação, tudo isso são questionamentos que precisam ser respondidos e que necessitam de solução”, assinalou. Para o parlamentar do PMDB a permanência da capital potiguar entre as sedes da Copa dependerá, a partir de agora, da agilidade que será dada na resolução do problema.

A prefeita Micarla de Sousa afirma que Natal cumpriu com seu deverO coordenador da bancada federal, deputado Fábio Faria (PMN), emitiu nota enfatizando estar “indignado”, enquanto cidadão, e “frustrado”, como parte da classe política do Rio Grande do Norte. “Após uma luta desigual, contra outras capitais, conseguimos fazer com que Natal fosse escolhida uma das 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, atraindo investimentos vultosos para infra-estrutura urbana, mobilidade, equipamentos esportivos e toda a indústria do turismo da capital e interior”, enfatizou.

Ele ressaltou ainda que cabe exclusivamente ao poder executivo – prefeitura e governo estadual – entendimentos e ações efetivas para o cumprimento dos prazos e metas estabelecidos pela Fifa, que já foram prorrogados. Ele disse entrou em contato por telefone com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, na tarde de ontem, e agendou uma reunião no Rio de Janeiro, para o próximo dia 7, com a presença da governadora eleita, senadora Rosalba Ciarlini, além de outros parlamentares. “Queremos saber se ainda há uma saída para que o Rio Grande do Norte não perca esta oportunidade única de desenvolvimento econômico”, concluiu.

O deputado estadual Fernando Mineiro (PT) postou em seu twitter que apresentará ainda hoje um requerimento na Assembleia Legislativa, com fim de convocar os representantes do governo e da Prefeitura de Natal para debater a Copa de 2014. “Eu disse há dias que não ficaria surpreso se Natal ficasse fora das cidades-sedes da Copa. E, infelizmente, caminha para isso”, assinalou o petista.

Prefeita agenda reunião conjunta

A prefeita do Natal, Micarla de Sousa (PV), enviou comunicado à imprensa afirmando que “quer conhecer os motivos do fracasso da licitação e debater, em conjunto com o governador Iberê Ferreira de Souza e a governadora eleita, Rosalba Ciarlini, quais medidas serão adotadas para assegurar a permanência de Natal como sede da Copa do Mundo de 2014”. Micarla de Sousa solicitou uma reunião emergencial para amanhã, na sede da governadoria, às 10 horas.

Ao receber a informação da ausência de concorrentes na licitação pública em formato PPP (Parceria Público-Privada) para a escolha da empresa que irá construir o Arena das Dunas, Novo Machadão, a prefeita de Natal optou por marcar um encontro, que visa conhecer os reais motivos da ausência de empresas interessadas na concorrência e debater medidas a serem adotadas em conjunto. Micarla de Sousa disse ainda que pretende estender o debate com os representantes do Governo Federal, da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da Federação Internacional de Futebol (Fifa). “Este é o momento em que todos devem se unir e disponibilizar esforços. O que coube até o momento à Prefeitura do Natal fazer em relação à Copa, foi cumprido na íntegra.”, destacou Micarla de Sousa.

Ela assinalou ainda que durante o processo de condução do projeto o executivo municipal cumpriu metas como o licenciamento da área para a demolição do Machadão e construção da Arena; executou e aprovou 11 projetos de mobilidade urbana junto ao Governo Federal (R$ 330 milhões em obras); executou e aprovou junto ao Governo Federal projeto para construção do túnel de drenagem do entorno da Arena das Dunas (R$ 180 milhões); quitou mais de R$ 1 milhão de dívidas trabalhistas da antiga Fenat; além de ter realizado a cessão do terreno da Arena das Dunas para o Governo do Estado para a realização do processo de concorrência da Arena das Dunas. Ela também destacou os investimentos assegurados para a mobilidade urbana; além de recursos garantidos através da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).

A governadora eleita Rosalba Ciarlini não conversou com a imprensa mas afirmou, através da assessoria de imprensa, que as justificativas para o ocorrido devem partir do atual governador. Ela disse que Iberê Ferreira deve conhecer bem os motivos e que espera, “se existir”, uma solução seja encontrada.

MP vai aguardar o desenrolar do processo

Através da assessoria de imprensa, o Ministério Público Estadual afirmou ontem que vai aguardar o desenrolar do processo que culminou na licitação deserta da Arena das Dunas para se pronunciar. No último dia 12, o governo do Estado acatou a recomendação de promotores estaduais e federais, que sugeriram a modificação do item 21 do edital da PPP do estádio. Também foi modificado o valor a ser pago a empresa Stadia, que em vez de receber R$ 9 milhões – previstos no edital para o suporte básico – teve o ressarcimento reduzido para R$ 4,4 milhões. Esse dinheiro seria pago pela empresa vencedora. Mais uma dívida, portanto, do Estado.

O secretário Fernando Fernandes, disse na ocasião que houve um erro no texto do edital quando dizia que a empresa Stadia seria a responsável pelos projetos básicos e executivos (texto do item 21). Na verdade, assegurou o secretário, a empresa ganhadora é quem definirá com quem ficará o encargo de produzir os projetos executivos.

Clubes de Natal ficam preocupados

Representantes dos dois maiores clubes do futebol potiguar lamentam os problemas que o governo estadual está enfrentando para tocar o projeto de construção da Arena das Dunas. Rubens Guilherme, presidente do ABC, e Ricardo Bezerra, conselheiro do América, são unânimes em afirmar que se Natal perder a condição de sede do Mundial será um duro golpe no futebol potiguar.

Mesmo se mostrando otimista, Rubens Guilherme está se rendendo as evidências e começa a temer o pior. “A cada dia diminui as chances de Natal se manter como sede. A cidade com o cronograma mais atrasado e as sucessões de problemas só fazem piorar a situação”, destaca o dirigente Alvinegro.

“O frasqueirão certamente será usado como local de treinamento para as seleções e poderia receber investimentos novos com as verbas destinadas para Copa do Mundo. Além do mais a construção de uma arena moderna na cidade abriria uma grande opção para o nosso clube em caso de jogos com previsão de público superior que a capacidade do nosso estádio”, ressaltou o presidente do Alvinegro Potiguar.

Para Ricardo Bezerra preocupação diz respeito ao atraso. “Isso preocupa muito a partir do momento em que estamos vendo outras cidades avançando na construção e nas reformas dos seus estádios, como é o caso de Salvador, por exemplo”, frisa. “Vamos torcer que isso seja uma fato normal. Será importante para cidade e para o estado como um todo”, destaca.

Presidente da FNF fica atônito

Atônito. Foi dessa forma que o presidente da Federação Norte-rio-grandense de Futebol (FNF), José Vanildo, revelou ter ficado com a noticia de que não apareceram interessados em se tornar parceiro do governo estadual no projeto de construção da Arena das Dunas. O dirigente que está se mantendo distante dessa negociação para fazer de Natal sede da Copa de 2014, disse ter sido informado da situação apenas pela imprensa.“Confesso que achei estranho, não compreendi bem a ausência de licitantes neste processo. Sem saber o que vem sendo feito pela comissão, não se tem como avaliar bem o que ocorreu. Também acredito que o presidente da Comissão de Licitação tenha ficado atônito com a falta de interesse demostrada pelo projeto natalense”, destacou o dirigente.

José Vanildo afirmou que o problema afeta mais que o projeto para Copa de 2014 em Natal. “Isso pode ser encarado com um tiro mortal a todo processo de organização do futebol em nosso estado”, argumentou. “Não posso imaginar que essa decisão tem como objetivo retirar os recursos do RN a favor de outra cidade. Também não posso afirmar que isso não esteja ocorrendo. Só quem pode falar com propriedade sobre esses problemas é o titular da Secopa, Fernando Fernandes que vem acompanhando o processo desde seu nascedouro”, salienta o presidente da FNF.

A falta de interessados , segundo o dirigente preocupa. “Quanto ao aspecto da legalidade, o problema é previsto na lei de licitações, é um procedimento possível. Agora cabe ao governo definir se abre um novo processo ou parte para outro tipo de procedimento. Vale salientar que ainda existe a possibilidade de se tocar o projeto com a dispensa de licitação”, explica José Vanildo.

(Fonte: Tribuna do Norte)

UM POEMA DE MARIZE CASTRO

VINHO

Se o queres seco
para molhar a garganta
eu o quero suave
para reinventar
essa chama
se o queres branco
para velar a virgem
eu o quero
vermelho
do porto
para aportar
as paixões
que me dividem

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

RN VOLTA A SER O MAIOR PRODUTOR DE BANANA DO BRASIL


Ilustração do blog.

A banana foi o produto de maior incremento na pauta de exportação do Rio Grande do Norte no setor da fruticultura, em 2010. A cultura, que enfrentou graves problemas depois dos invernos de 2008 e 2009, voltou a crescer em ritmo acelerado, atingindo alta de 25,38%. O crescimento da produção e exportação da banana consolida o Rio Grande do Norte como maior exportador brasileiro voltando a superar Santa Catarina, segundo ionforma do coordenador de Comércio Exterior da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Otomar Lopes Cardoso Júnior, em entrevista à Tribuna do Norte.

A empresa Del Monte Fresh, localizada na região do Vale do Açu, é responsável por mais de um terço dessa produção, cerca de 60 mil toneladas, ou 35,08%. No entanto, sem concorrente no Estado, ela é responsável por toda a exportação da fruta, gerando uma receita anual de mais de U$ 25 milhões.

A Del Monte teve durante os invernos de 2008 e 2009, sua área de produção reduzida em mais da metade, saindo de 2.200 hectares para 1000 hectares atuais. Antes de 2008, a produção da Del Monte era de 7 milhões de caixas (110 mil toneladas), já os empregos despencaram de 3.200 para 1.500.

Passadas as duas grandes enchentes, este é o primeiro momento em que a empresa reage positivamente.

Escrito por Alderi Dantas

AÇU HOJE

Capela, dormitório e refeitório do Colégio Nossa Senhora das Vitórias, de Açu.

Postado por Fernando Caldas

FESTA BAILE NO AÇU DE ANTIGAMENTE

Os bailes realizados no Clube Municipal (ARCA) eram realizados com muito brilho e elegância. Na fotografia podemos ver os irmãos Evangelina Tavares de Sá Leitão (minha saudosa tia) e Mariano Tavares também tio do organizador deste blog. Evangelina era casada com Walter de Sá Leitão que foi prefeito do Açu no início da década de setenta.

Postado por Fernando Caldas

AÇU ANTIGO

Fotografia: Desconheço o autor desta bela fotografia.

Casarões (duplamente centenário) do largo da Matriz de São João Batist. O da esquerda atualmente é de propriedade da Senhorita Zélia Tavares, antes foi a casa de morada de João Germano, Evangelina Tavares de Sá Leitão, bem como era ali instalado o Segundo Cartório de Registros, no começo da década de sessenta. No sobrado a direita, nasceram os heróis da guerra do Paraguai Ulisses Olegário Lins Caldas (atualmente nome de rua no centro de Natal) e João Percerval Lins Caldas, bem como o escritor Francisco Augusto Caldas de Amorim, dentre outras ilustres figuras que brilharam na política, nas letras do Rio Grande do Norte. O Comandante Lins Caldas (irmão de Ulisses Caldas) também nasceu naquele sobrado. Lins Caldas comandou o Batalhão de Polícia de Natal.  

Postado por Fernando Caldas

AÇU NA BIBLIOTECA NACIONAL II


Catálogo: Catálogo de Periódicos Raros (Pop: 9451)

Índice : Pesquisa Combinada

Busca : Palavras = acu

Título: Jornal do Acu : politica, commercio, letras e religiao. -

IMPRENTA: Acu, RN : Typ. do Jornal do Acu, 1877-

Descrição física: 1 fasc. ; 45x31 cm.

Frequência: Desconhecido

Designação data/volume: Anno 1, n.1 (07 de abril de 1877).

Notas: Proprietario: Elias Antonio Ferreira Souto.

Impressor: Luiz de Franca Barbalho Bezerra.

A Colecao BN/Plinio Doyle foi reunida pelo Diretor Plinio Doyle, a partir do acervo da Biblioteca Nacional.

Boa ,

Colecao: BN/Plinio Doyle

Assuntos: Religiao

Literatura

Generalidades

Anuncios

Entradas secundárias: Souto, Elias Antonio Ferreira

Bezerra, Luiz de Franca Barbalho

Microf. positivo: PR SOR 05251 [1]

Coleção microfilmada: 07 abr.1877.

Coleção Biblioteca Nacional: Exemplares:

1877,

Postado por Fernando Caldas




terça-feira, 23 de novembro de 2010

JEAN LOPES MINISTRARÁ OFICINA DE FOTOGRAFIA EM NATAL

O fotógrafo assuense Jean Lopes é um dos convidados da 1ª Semana Potiguar de Fotografia, de 25 a 28 de novembro, no Palácio da Cultura em Natal. Ele ministrará a “Oficina a cores”, cujo objetivo é celebrar “a magia cromática da luz”, educando o olhar para as cores e o poder que ele exerce como elemento criativo na composição fotográfica.

A Oficina está dividida em dois momentos. Na primeira parte, o fotógrafo apresenta alguns de seus trabalhos abordando questões que norteiam seu processo criativo. No segundo momento, os participantes terão a oportunidade de produzir seu próprio material para análise e discussão.

A 1ª Semana Potiguar de Fotografia é uma realização da ONG ZooN, que tem à frente o fotógrafo Henrique José, e da empresa Idea Haus, encabeçada pelo fotógrafo Ricardo Junqueira.

Os interessados em participar devem acessar http://www.semanapotiguardefotografia.blogspot.com/

Escrito por Alderi Dantas às 16h43

SONETOS DE AMOR

Transcrevo, apenas transcrevo um pouco da obra de uma das maiores poetisas sonetistas lusitanas chamada Virgínia Vitorino (1898-1967). Nascida em Alcoçaba, cidade que fica 92 Km a norte de Lisboa, e falecida em 1967, naquela capital portuguesa. Por sinal, para registrar, aquela poeta tinha no Rio Grande do Norte um  grande entusiasta que era o poeta  João Lins Caldas (1888-1967) também como Virgínia, sonetista de escol (reconhecido por grandes entendedores de literatura como um dos maiores poetas da língua portuguesa). O bardo Caldas (amoroso e ao mesmo tempo amargurado), no dia em que veio a falecer (poucos dias antes de Virgínia), acabara de ler o livro daquela grande poeta intitulado de Apaixonadamente. 

Virginia cursou filologia romântica pela Facudade de Letras de Lisboa, foi dramaturga.. É autora de outros  grandes livros de poesias intitulados de Namorados e Renúncia, respectivamente. De Namorados, seu mais famoso livro já publicado em catorze edições, transcrevo adiante:

DESPEITO


Digo o que noutro tempo não diria:
Foi tudo um grande sonho enganador...
Nego o passado, e juro que este amor
Só existiu na tua fantasia...


Sinto a volúpia da mentira! A dor
Não transparece. Nego... Que alegria!
Fiz crer ao mundo inteiro, por magia,
Que és de todos os homens o pior...


Nunca me entonteceu esse sorriso...
E, vê lá tu, se tanto for preciso,
Nego também as cartas que escrevi!

Quero humilhar-te, enfim... Mas não entendo
Porque me exalto e choro e te defendo,
Se alguém, a não ser eu, diz mal de ti...


ORGULHO


És orgulhoso e altivo, também eu...
Nem sei bem qual de nós o será mais...
As nossas duas forças são rivais:
Se é grande o teu poder, maior é o meu...


Tão alto anda esse orgulho!... Toca o céu.
Nem eu quebro, nem tu. Somos iguais.
Cremo-nos inimigos... Como tais,
Nenhum de nós ainda se rendeu...


Ontem, quando nos vimos, frente a frente,
Fingiste bem esse ar indiferente,
E eu, desdenhosa, ri sem descorar...

Mas, que lágrimas devo àquele riso,
E quanto, quanto esforço foi preciso,
Para, na tua frente, não chorar...


TRISTEZA


Nos dias de tristeza, quando alguém
Nos pergunta, baixinho, o que é que temos,
Às vezes, nem sequer nós respondemos:
Faz-nos mal a pergunta, em vez de bem.


Nos dias dolorosos e supremos,
Sabe-se lá donde a tristeza vem?!...
Calamo-nos. Pedimos que ninguém
Pergunte pelo mal de que sofremos...


Mas, quem é livre de contradições?!
Quem pode ler em nossos corações?!...
Ó mistério, que em toda parte existes...

Pois, haverá desgosto mais profundo
Do que este de não se ter alguém no mundo
Que nos pergunte por que estamos tristes?!


RENÚNCIA


Fui nova, mas fui triste... Só eu sei
Como passou por mim a mocidade...
Cantar era o dever da minha idade,
Devia ter cantado e não cantei...


Fui bela... Fui amada e desprezei...
Não quis beber o filtro da ansiedade.
Amar era o destino, a claridade...
Devia ter amado e não amei...


Ai de mim!... Nem saudades, nem desejos...
Nem cinzas mortas... Nem calor de beijos...
Eu nada soube, eu nada quis prender...


E o que me resta?! Uma amargura infinda...
Ver que é, para morrer, tão cedo ainda...
E que é tão tarde já, para viver!...


Postado por Fernando Caldas















DOR INCOMUNICÁVEL

Públio José – jornalista
(publiojose@gmail.com)

A dor, principalmente a interior, aquela que fere a alma e dilacera o espírito, atinge as pessoas de todas as classes sociais, em qualquer tempo, em qualquer lugar. Dela ninguém escapa. Independentemente da posição social que ocupe, do poder aquisitivo alcançado, bem como do poderio político conquistado. A dor maltrata, subjuga, humilha, fragiliza qualquer um. É uma companheira indesejável no contexto de nossa existência. E, por maior que seja o esforço para não tê-la diante de si, ela está sempre presente, senhora absoluta do tempo, pairando soberana sobre os rumos da vida. Qualquer que seja a direção, ela está lá, planando sobre os fatos, feito carcará voando sobre a presa. Ricos e pobres a rejeitam; doutos e analfabetos tentam de todas as formas desviar-se dela; na cidade, no campo, a todo custo, todos querem se ver livres de sua companhia. Você, você mesmo, o que faria para se livrar da dor?

Não é preciso ser doutor no assunto para saber que existem vários tipos de dor. A dor física resultante de um acidente, de uma trombada com um obstáculo qualquer. A dor da decepção de outrem, de alguém próximo, de um amigo bem chegado, de um familiar.... Todas machucam bastante. Mas a dor mais dolorosa, mais intensa é aquela cujo autor é você – contra você mesmo. É uma ocorrência incomunicável pela sua própria natureza. Porque, para anunciá-la, você terá de se desnudar diante de alguém, expondo suas fraquezas e abrindo espaços interiores a outras pessoas. Espaços para os quais, até então, você só dava acesso a você mesmo. A mágoa de você contra você mesmo é incomunicável – pela sua própria essência. É essa qualidade, portanto, que faz dela uma experiência única e extremamente dolorosa.

Se a dor incomunicável é contada a alguém fere; se continua intocada no interior fere mais ainda, pelo peso, pela amargura e pelas conseqüências que começa a gerar – inexoravelmente. Quem carrega tal fardo (e quem não tem um para carregar?) enfrenta problemas terríveis, difíceis até de admitir a si próprio. Primeiramente, as culpas interiores lhe obrigam a se colocar na posição de acusador e réu ao mesmo tempo. Quando outros lhe acusam as saídas existem: um pedido formal de desculpas, o perdão, a retratação. Mas quando você ocupa o tribunal de sua mente na qualidade de promotor e culpado, qual a saída? Para quem apelar? Em segundo lugar, a dor incomunicável destrói a sua qualidade de vida. A tristeza, a amargura, a solidão passam a ser companheiras inseparáveis de sua existência.

O convívio com os outros torna-se uma experiência difícil de suportar. A alegria de terceiros machuca, dói. Sem perceber você fenece, murcha. O tempo passa, a vida desfila diante de você, mas nada mais lhe interessa. Às vezes você até se indaga: haverá uma saída? Terei chance algum dia de arrancar essa chaga de dentro de mim? Afinal, o que fazer? A partir de um determinado momento, tornando seu sofrimento ainda mais introspectivo, a dor incomunicável passa a lhe sugerir um desejo de morte. O suicídio, então, passa a ser considerado. O fascínio por uma solução final toma conta de sua mente. E agora, a quem se dirigir? Eis o dilema maior. Quem me ouvirá? Quem terá compaixão de mim? Quem entenderá meus motivos, minhas razões?

Num momento assim quanto você pagaria para encontrar a paz? Para voltar a viver e restabelecer seu equilíbrio interior? Entre os homens será muito difícil ter prontas as respostas que você tanto busca e a paz que você tanto almeja. Para um problema assim, só um interlocutor de primeira linha. Pronto a lhe ouvir – e com poder para lhe aliviar. Seu nome? Jesus. Jesus Cristo – o Filho de Deus. Afinal, foi Ele mesmo quem nos garantiu, segundo Mt. 11.28: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei”. É lamentável, mas as pessoas normalmente esquecem da existência de Jesus e da capacidade extraordinária que Ele tem de propor soluções. De retirar de seus ombros a cruz que você carrega e de sarar a chaga que tanto lhe corrói a alma e o espírito. Para tanto, basta conversar com Ele. E, assim, suplantar a dor e torná-la inapta a infernizar sua vida. Pense. Só uma boa conversa basta. Só.

Postado por Fernando Caldas

AÇU NA BIBLIOTECA NACIONAL


Catálogo: Catálogo de Periódicos Raros (Pop: 9451)

Índice : Local da Publicação
Busca : acu

Resultado 1 - 7 de 7 encontrados em 0.468 segundos

Doc Tipo Autor Título Ano Editor Objeto Digital

1 Jornal do Sertao :
dedicado aos interesses sertanejos. - 1928 [s.n.],

2 A Cidade. - [s.n.],

3 Brado Conservador :
folha politica, moral e noticiosa. - 1876 Typ. do Brado Conservador,

4 Brado Federal. - 1890 [s.n.],

5 Correio do Assu :
periodico politico, moral e noticioso. - 1873 Typ.do Correio do Assu,

6 O Assuense :
periodico politico moral e noticioso. - 1867 Typ. Liberal Assuense,

7 Jornal do Acu :
politica, commercio, letras e religiao. - 1877 Typ. do Jornal do Acu,


Postado por Fernando Caldas

DITADOS POPULARES



Este livro de Duarte da Costa e Juracy Pinheiro é uma bela obra para quem quer deleitar-se dos costumes, expressões e muito mais sobre este sofrido Nordeste. Vamos conferir alguns ditados populares ainda muitoutilizados nos sertões desta sofrida região:

Na sombra da galinha o cachorro bebe água.
Boi sonso é que arromba curral.
Mulher de Igreja, Deus nos proteja!
Agulha sen fundi não arrasta linha.
Pé de galinha não mata pinto.
Garapa dada não azeda.
Na cacunda do tamanduá tatu aguenta sol.
Calote não veste nu.
Viúva rica, casada fica.
Dar dói e pedir incoi.
Mutuca é que tira boi do mato.
Deus não manda cozido nem assado.
Mulher calada é pior que boi manso.
Com menino e muié, orelha em pé.
Filho de viúva opu é malcriado ou mal-acostumado.
Quem tem vida puxa por ela.
Meia só pros pés.
Burro velho só come em terra de gente besta.
Tem mais razão que suja a casa que quem varre.
Não há carne sem osso nem farinha sem caroço.
Galinha velha é que dá caldo.
Quando Deus dá a farinha o diabo esconde o saco.
Antigamente o dono do cavalo andava na sela, hoje puxa pelo cabresto.
Antigamente o pobre vivia "puxando uma cachorra", hoje a cachorra é quem puxa o pobre e o rico.
Com palha e milho leva-se o burro ao trilho.
Pra quem ama, caatinga de bode é cheiroso.
Quem ama, pisa na lama.
Não há mulher sem graça, nem festa sem cachaça.
Só se sente falta d'água quando o pote está vazio.
Quem cuida da vida dos outros se esquece da sua.
Pinico de barro não dá ferrugem.
De vizinho ruim não o diabo quis saber.
A colher é quem sabe a quentura da panela.
Mulher de bigade nem o diabo pode.

(Leonardo Mota, No Tempo de Lampião, Rio de Janeiro, 1976).

Postado por fernando Caldas

RÁDIO RURAL DE MOSSORÓ 40 ANOS SERVINDO A CULTURA DO RN

Três anos após sua inauguração a rádio rural de Mossoró, criou o maior circuito de descoberta artistico-musical do estado: O concurso "A mais bela voz".


Pelo laboratório da rádio rural muitos talentos foram produzidos, podemos destacar inicialmente grandes vozes, intérpretes, valores artisticos que sobrevivem no universo musical na região, outros ganharam novos destinos, se apresentando em palcos inter-estaduais e até quem foi fazer carreira internacionalmente.

Nestes 37 anos de criação do concurso, muitos nomes se consagraram:

Amanda Costa - Areia Branca
Antônio Miranda - Caraúbas
Raimundo Putim - Mossoró
Zélia Oliveira - Mossoró
Edir Lemos - Mossoró
Elias Rodrigues - Areia Branca
Vicente Santiago - Mossoró

O vale do Assu também teve sua grande estrela, Laura Alves, uma Carnaubaense, foi a mais bela voz de 1967, representando a cidade de Assu.

Muitos outros nomes, já se destacaram em conjuntos e bandas musicais do estado, tendo como origem o "concurso a mais bela voz", promovida anualmente pela rádio mossoroense.

Carnaubais tem a oportunidade de fazer pela 1ª vez uma semi-final de tão destacado concurso.

O evento será realizado na última sexta-cultural do ano, agendado para o próximo 26, conforme relato do secretário municipal de cultura e Turismo, professor Carlos Augusto Pereira da Silva.

É pensamento do prefeito Luizinho Cavalcante homenagear a equipe da rádio rural, entregando a cada um uma comenda de reconhecimento pelo trabalho dedicado á cultura-musical do estado e região.

Escrito por aluiziolacerda às 09h07

Postado por Fernando Caldas

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

RÁDIO RURAL DE MOSSORÓ

Registramos com bastante ênfase o pioneirismo cultural e informativo da emissora católica de Mossoró, seu surgimento no inicio dos anos 60, deu um toque de qualidade no setor radiofônico potiguar.


Sua audiência atingia por inteiro nossa região e municipio, recordo de um tempo bem áureo da minha infância, as ondas curtas, magnéticas e sonoras da rádio rural, adentrava nossos lares com maestria e perfeição, seus programas eram atrativos diários de um tempo ainda sem a televisão, sem os recursos cibernéticos do presente, sem os poderes da informatização.

A partir de amanhã, nosso blog enfatizará com maior precisão postagens evidenciando sua importância cultural e informativa, mostraremos á sua presença em nosso cotidiano e a sua contribuição aos valores artisticos e culturais do nosso povo... Aguardem!

Escrito por aluiziolacerda
Postado por Fernando Caldas

RAPAZES AÇUENSES DAS ANTIGAS

Esquerda para direita: Pedro de Sá Leitão (já falecido), Francisco de Souza Jr. (Juninho de Chico de Ernesto) e Caio César de Sá Leitão. Festa baile na AABB, de Natal. finais de 1960.

Postado por Fernando Caldas

domingo, 21 de novembro de 2010

"Eu não escrevo para acadêmicos"

A segunda edição do Festival Literário da Pipa (Flipipa) mostrou que a literatura também é pop e meio de atração turística. Se no primeiro evento, os escritores mais badalados Lobão e Danusa Leão foram responsáveis por um enxame de curiosos que lotaram a tenda, uma das surpresas deste ano foi o grande público presente na palestra O Brasil que Existe em Nós, com o escritor moçambicano Mia Couto.

Se Mia mostrou que a literatura mais densa ainda exerce poder sem a precisão de polêmicas mercadológicas, o jornalista Laurentino Gomes - autor dos Best Sellers 1808 e 1822 - retrucou as críticas do acadêmico Raimundo Pereira Arrais de que as metáforas e anacronismos usados nos livros para contar a história de um Brasil desconhecido à grande massa são "perigosos" ou "equivocados".

"Uso da técnica jornalística para tornar palatável a leitura a todos. Não escrevo para acadêmicos. Por causa do purismo técnico acadêmico, a história do Brasil fica inacessível para muitos".

Seus livros mostram equívocos de uma história praticamente cristalizada no imaginário brasileiro. Qual a grande mentira da história do Brasil?

Agora você me pegou. São várias mentiras (pensa). Mas acho que em relação à independência há um pensamento de que foi pacífica, negociada. Mas muita gente morreu. E não foi no Rio de Janeiro ou São Paulo; foi no Nordeste, principalmente na Bahia, e por isso os fatos ficaram meio apagados. Esse Império que assumiu como se fosse um pai que a tudo acomodava, apaziguava, nada disso houve. A relação de dom Pedro com o pai, dom João VI foi muito conturbada. E essa idéia de um brasileiro condado, permanece. Houve muita divergência e confusão.

Quando o jornalismo fica mais próximo da história?

O tempo todo. Há a impressão de que são diferentes. O jornalismo testemunha e narra histórias todos os dias. Seja por causa de um acidente de trânsito, pela eleição da Dilma ou descrevendo a Flipipa. A diferença é que são informações mais fugazes, mais sujeitas ao erro. É da natureza daprofissão. São fatos muito imediatos. O historiador ganha no aspecto da dimensão de tempo e pesquisa.

O jornalismo está cada vez mais próximo desse formato de contação de história mais extenso, do jornalismo literário, pelo menos nos jornais impressos?

Acredito que o jornalismo esteja em mudança de formato. A linguagem está mudando; o jornalismo, não. Na 2ª Guerra havia um letreiro na Times Square que dizia suscintamente: "O Japão foi bombardeado pelos Estados Unidos". Não podia ser jornalismo de texto, ali. Agora, também lembramos de Truman Capote, Gay Talese. Hoje temos a Revista Piauí, ou mesmo na internet encontramos textos mais longos, mais densos. Por outro lado, temos a Veja Online com notícias mais rápidas... Então, acredito na mudança de formato e não de linguagem. Os jornais estão guardando as matérias mais trabalhadas para os cadernos de domingo. O jornalismo está sendo e precisa ser repensado.

Diario de Natal, Muito

sábado, 20 de novembro de 2010

NOVATO DA AL VOTARAO EM BLOCO

Deputados eleitos pela primeira vez em 2010 se unem para influenciar na disputa pela presidência e garantir espaço na Mesa

Allan Darlyson / allandarlyson.rn@dabr.com.br

Os sete deputados eleitos para a Assembleia Legislativa (AL) pela primeira vez nas eleições de 2010 consolidaram de vez o "grupo dos novos", para reivindicar espaços na próxima mesa diretora da Casa. Fábio Dantas (PHS), Gustavo Fernandes (PMDB), Hermano Morais (PMDB), Dibson Nasser (PSDB), George Soares (PR), Luiz Antônio Faria, o Tomba (PSB), e Agnelo Alves (PDT) anunciaram, ontem, que votarão na mesma chapa para a sucessão do deputado estadual Robinson Faria (PMN), atual presidente do legislativo estadual.

Formado por parlamentares de diversos partidos, "grupo dos novos" dá nova configuração à corrida pelo comando da AL Foto:Carlos Santos/DN/D.A Press

De acordo com Fábio Dantas, a decisão foi tomada depois de uma reunião ocorrida na última quinta-feira. Ele informou que o grupo ainda não decidiu quem vai apoiar na disputa pela presidência, mas reforçou que não haverá divisão do "grupo dos novos" na eleição do dia primeiro de fevereiro. Os deputados estaduais Antônio Jácome (PMN) e Ricardo Motta (PMN), candidatos declarados à sucessão de Robinson, já conversaram com alguns dos membros do grupo individualmente. No entanto, Dantas disse que as conversas agora começam do zero.

"Nosso bloco está formado e unido. Não teremos conversas individuais. Todas as nossas decisões serão tomadas em conjunto", enfatizou Fábio, que desconversou sobre possíveis nomes indicados pelo "grupo dos novos" para compor a mesa diretora na próxima legislatura. "Nós teremos outras reuniões para discutirmos melhorias para a Assembleia Legislativa. Relacionaremos nossas reivindicações e entregaremos aos candidatos. Por enquanto, ainda não conversamos sobre nomes ou cargos", completou. Formado por parlamentares de diversas correntes políticas, o "grupo dos novos" deu uma nova configuração à disputa pela presidência da Assembleia. Além de ganhar força própria, por se tornar a maior bancada da Casa, o bloco enfraquece os partidos aos quais os membros são filiados. A legenda que sofrerá maior perda será o PMDB. A sigla elegeu seis parlamentares. No entanto, dois deles - Hermano Morais e Gustavo Fernandes - fecharam com o grupo. Isso diminui o poder de barganha do partido na eleição para a mesa diretora.

Eleição

O nome mais cotado para assumir o comando da AL para o biênio 2011-2012 é o de Ricardo Motta. Apesar de não ter declarado apoio publicamente, Robinson Faria tem maior afinidade com Motta do que com os outros deputados do PMN. Correndo por fora, Jácome tenta conseguir maioria para pressionar Robinson pelo apoio do partido. Dos concorrentes, quem conseguir a adesão do "grupo dos novos" terá vantagem na disputa.

Diario de Natal

OS HOLANDESES E OS TAPUYAS

(Por Evaneide Fidélis de Oliveira; Helder Alexandre Medeiros de Macedo; Márcia Batista de Araújo e Maria Helenice Dantas – Alunos do período 99.2)


Interessados em assegurar o seu controle sobre a Capitania do Rio Grande, os holandeses cedo firmaram alianças com os povos ditos Tapuias, com a "urgência de encontrar aliados, em número e força, para a manutenção do [ seu ] domínio" (PUNTONI, 1998, p. 38). Segundo CASCUDO, em 1631, dirigiu-se ao Conselho Político do Brasil Holandês o índio "Marcial ou Marciliano, fugitivo dos acampamentos portugueses, informando que seus companheiros [ os "reis" Janduí e Oquenaçu, Tapuias da Nação Tarairiú ] estavam desejosos de uma aliança com os invasores" (1984, p. 61).

Durante o período da Dominação Holandesa no Nordeste (1630-1654), a política da Companhia das Índias Ocidentais será a de relações amigáveis com os Tapuias, visando à sua participação no processo de colonização. O próprio Conde de Nassau "reconhecia a importância de manter tais aliados [ pois da ] amizade dos índios dependia em parte o sossego e a conservação da colônia do Brasil" (citado por PUNTONI, obra citada, p. 39). A aliança dos flamengos com os indígenas do interior da Capitania do Rio Grande foi relativamente pacífica, pois, ao contrário dos portugueses, os holandeses concederam aos Tapuias uma aparente liberdade e a não-escravização, além de manterem relações bastante íntimas.

A pedido do Conde Maurício de Nassau, o judeu alemão Jacob Rabbi foi ao interior da Capitania do Rio Grande e passou quatro anos junto aos Tapuias Janduís, chefiados pelo "rei" de mesmo nome. Além de servir de intérprete dos Janduís para os holandeses, sua permanência entre os índios fortificava os laços de aliança política. Jacob Rabbi assimilou e adotou muitos dos costumes dos indígenas e, através dessa sua adaptação, tornou-se um verdadeiro líder, fazendo com que os Tarairiús tornassem-se "uma espécie de matilha fiel, sempre pronta ao aceno do caçador para perseguir e despedaçar a caça levantada" (CASCUDO, 1992, p. 50).

Rabbi foi autor de uma crônica relatando a vida e os costumes dos Tapuias, a qual foi oferecida ao Conde Maurício de Nassau. Através dessa crônica muitos aspectos etnográficos dos Tapuias são hoje conhecidos, pois foi utilizada por outros autores holandeses, em seus relatos. Além de Rabbi, outro holandês viveu entre os súditos do "rei" Janduís. Trata-se de Roulox Baro, que visitou o chamado "País dos Tapuias" (PUNTONI, obra citada, p. 40), no final da primeira metade do século XVII. O relato essa viagem acha-se incluído no livro História das Últimas Lutas no Brasil entre Holandeses e Portugueses e Relação da Viagem ao País dos Tapuias (1647), de Pierre Moreau e Roulox Baro, respectivamente. Escreveram, ainda, sobre os Tapuias: Joannes de Laet, com a História ou Anais dos Feitos da Companhia Privilegiada das Índias Ocidentais, desde o seu começo até o fim do ano de 1636 (1647); George Marcgrave, com a História Natural do Brasil (1648); Guilherme Piso, com a História Natural e Médica da Índia Ocidental (1658); Joan Nieuhof, com Memorável Viagem Marítima e Terrestre ao Brasil (1682); Elias Herckman, com Descrição Geral da Capitania da Paraíba (1639) e Zacharias Wagner, com Zoobiblion.

Por meio desses relatos podemos ter uma idéia – embora, na visão dos europeus - do modo de vida, costumes e hábitos dos Tapuias que habitavam o Sertão do Rio Grande, informações essas que foram compiladas por Olavo de MEDEIROS FILHO (1984 e 1998) em duas obras sobre o passado potiguar, Índios do Açu e Seridó e Os Holandeses na Capitania do Rio Grande.

Favor citar da seguinte forma:

OLIVEIRA, E. F. de; MACEDO H. A. M. de; ARAÚJO, M. B. de e DANTAS, M. H. Os holandeses e os tapuias. História do RN n@ WEB [On-line]. Available from World Wide Web:

Referências Bibliográficas

CASCUDO, Luís da Câmara. História do Rio Grande do Norte. 2.ed. Rio de Janeiro: Achiamé. Natal: Fundação José Augusto, 1984 (Capítulo III: p. 57-91).

_________. Os Holandeses no Rio Grande do Norte (1949). Mossoró: ESAM, 1992 (Coleção Mossoroense, Série C, v. 792).

FREIRE, Carlos Norberto (coord.). A História do Rio Grande do Norte. Natal: Tribuna do Norte, 1998 (Fascículo 3)

MARIZ, Marlene da Silva. O Rio Grande do Norte e o Descobrimento do Brasil. In:_____. CASTRO, Nei Leandro (coord.). Terra Potiguar: uma viagem pela beleza e pela cultura do Rio Grande do Norte. Barcelona: Bustamante Editores. Natal: COSERN/IBERDROLA/Secretaria Estadual de Turismo/Banco do Brasil/Universidade Potiguar, 1998. p. 40-65.

MATHIAS, Herculano Gomes (coord.). História do Brasil. Rio de Janeiro: Bloch Editores, 1997/1998 (Fascículo 7: A União Ibérica/As Invasões Holandesas).

MEDEIROS FILHO, Olavo de. Índios do Açu e Seridó. Brasília: Senado Federal Centro Gráfico, 1984.

_________________. Os Holandeses na Capitania do Rio Grande. Natal: Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, 1998 (Col. Cultura, 6).

MEDEIROS, Tarcísio. Aspectos Geopolíticos e Antropológicos da História do Rio Grande do Norte. Natal: Imprensa Universitária, 1973.

PUNTONI, Pedro. O País dos Tapuias. In:_____. A Guerra dos Bárbaros – Povos Indígenas e a Colonização do Sertão Nordeste do Brasil (1650-1720). São Paulo: 1998. 254 p. Tese (Doutorado em História Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – USP. p. 34-72.

RIBEIRO, Berta G. VELTHEN, Lucia H. von. Coleções Etnográficas: documentos materiais para a história indígena e a etnologia. In:_____. CUNHA, Manuela Carneiro da (org.). História dos Índios no Brasil. 2.ed. São Paulo: Companhia das Letras/Secretaria Municipal de Cultura/FAPESP, 1998. p. 103-112.

SOUZA, Itamar de. O Domínio Holandês no RN. Diário do Rio Grande do Norte. Natal: Diário de Natal/Diário de Natal Educação/Projeto Ler, 01/jun1992 (Fascículo 2).

SUASSUNA, Luiz Eduardo B. MARIZ, Marlene da Silva. História do Rio Grande do Norte Colonial (1597/1822). Natal: Natal Editora, 1997.

TEENSMA, B. N. O Diário de Rodolfo Baro (1647) como Monumento aos Índios Tarairiú do Rio Grande do Norte. [ s. l. ]: ca.1998 (mimeo).

Postado por Fernando Caldas

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

ASSIM VEIO O HOMEM


O homem vem do macaco?

Que conversa sem graça!
Prefiro outra história
Onde existe quem faça.
O Deus que tudo cria
E nosso destino traça.

Entre Bíblia e Ciência
Tem pouca comparação.
Uma exige fé, a outra,
Pesquisa e convicção.
A primeira nunca erra,
A segunda é frustração.

Houve um dia neste mundo
Que o Criador pensou:
"Vou fazer o mais bonito,
O melhor que se criou".
Tomou barro, jogou água
E o homem modelou.

Depois do boneco pronto,
Ainda em suas mãos,
Deus disse: "-Melhor não há.
É minha inspiração".
Deu-lhe sopro nas narinas
E o nomeou Adão.

O bichim andava solto
Conhecendo seu Jardim.
Não tinha roupa o Homem
Nem porisso achou ruim.
Sua vida era eterna
Liberdade deu assim!

Entre rios e florestas
Adão viu tudo de bom.
No Éden a vida ia
Cada vez em melhor tom.
Até que notou a falta
Das curvas que emitem som.

O Soberano falou:
"-Não é bom o homem só.
Vou fazer-lhe uma mulher".
Adão dormiu que um Socó
Quando despertou notou:
"Falta osso.Dê-me um nó".

A mulher mudou foi tudo
Começou logo a mandar.
"-O Paraíso tá sujo.
Adão venha já limpar!"
Dizia a costela viva
E o homem foi trabalhar.

O Pior inda veria
Vocês podem acreditar,
Pois a cobra que falava
Com Eva propôs montar,
Um piquenique sem Deus
E a coisa vai descambar.

Eva era maluvida
Causou grande 'estrupiço',
Comeu o que não devia
Foi o maior reboliço.
A criação maculada
Pedia um 'sacrifiço'.

Perdemos o Paraíso
É um fato consumado.
A morte entrou no mundo
Ficamos todos tomados
Pela furia do demônio,
Anjo desvalorizado.

Foi assim que sucedeu!
Leia as notas do cordel
E verá que aconteceu
Algo de muito cruel.
Uma ação de despejo
Por não ter sido fiel.

(Enviamos folhetos para todo o Brasil. Preço R$ 2,00 (dois reais) já com a postagem) Pedidos pelo e-mail: maneberadeiro@hotmail.com)

Postado por Francisco Martins

FOTO AÉREA DO AÇUDE PATAXÓ (RN)

LIVRO "AMIGOS DO TIROL" SERÁ LANÇADO NESTA QUINTA FEIRA

Após o sucesso do ‘Ensaio Geral’ realizado com a Banda Balaio de Gatos no último sábado, 13, a segunda parte das comemorações dos dez anos dos “Amigos do Tirol” será nesta quinta-feira, 18, na AABB, com o coquetel de lançamento do livro homônimo, às 18h, animado pelo Quarteto Banda dos Anos Sessenta.

Os autores da antologia, Fernando Mousinho, Petit das Virgens, Maurício Baito, Beto Rabello, José Guedes da Fonseca (Deca), Áureo Borges, Leonardo Sodré, Roberto Viana, José Ariston Neto, Jahyr Navarro, Raimundo Barata, Lenilson Carvalho, Franca Trigueiro, Leda Barbosa Gonçalves, Sérgio Freire, Evandro Freire, Dalton Melo de Andrade, Eduardo Alexandre Garcia (Dunga), Flávio Aguiar, Sérgio Dias, Roberto Monte, Fernando Nesi, Rilke Santos, Rita de Cássia Medeiros, Otávio Garcia, Augusto Leal, Amaro Jordão, Francisco Lira, Alderico Leandro, Isaías Costa, Sílvia Mota, Leonardo Cavalcanti (Naná), Edilberto Cavalcanti, Carlos Gurgel e Juarez Chagas, estarão presentes para os autógrafos.

A apresentação da obra foi escrita pelo jornalista e escritor Leonardo Sodré e a “orelha” pelo jornalista Petit das Virgens, que ressalta a franqueza da obra e o fato de ela ter sido escrita por muitas pessoas que não são do ramo, mas que tiveram a bondade de enriquecer o livro, que também é memorialista e conta um pouco da História do Tirol, com muitas fotos antigas.

A festa é no sábado

A movimentação dos “Amigos do Tirol” começa cedo no sábado, com uma missa de agradecimento e louvor na Igreja Santa Terezinha (matriz do bairro), às 08h, com a participação dos organizadores e participantes do evento.

Depois, às 12h, haverá o início da festa com a Banda dos Anos Sessenta, acrescida de um naipe de metais (trombone, sax tenor e trompete), que tocará até por volta das 16h30, quando então entra a orquestra de frevos Balaio de Gatos. Por volta das 20h a banda levará os foliões para o Restaurante Bela Napoli, onde tocará por mais sessenta minutos, encerrando a Decafesta “Amigos do Tirol” de 2010.

Serviço

Lançamento do livro Amigos do Tirol, quinta-feira, 18, às 18h, AABB

Missa de agradecimento e louvor, sábado, 20, às 08h, Igreja Santa Terezinha

Decafesta Amigos do Tirol, sábado, às 12h, AABB

Leonarso Sodré

Agência ECO de Notícias



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PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...