sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Um amor de faz-de-conta
Leonardo Sodré*
Acho que tenho assistido muitos filmes antigos ultimamente. Os diretores dos anos 1950 eram pródigos em fazer bons filmes românticos e os finais sempre valorizavam o bem; recheados de felicidade, principalmente nas fitas produzidas nos Estados Unidos. Acho que na infância e adolescência aprendi o que era paixão no cinema. E, mesmo agora, continuo a entender as paixões por essa ótica. Pela visão do bem.
Não quero acreditar em relações tumultuadas apesar de já tê-las vivido algumas vezes pelo impulso da paixão. Ah! A danada da paixão que se apossa da lógica e de todos os paradigmas que você cria. Que lhe domina e o deixa a mercê do ridículo, como se você não fosse mais você e que o seu pensamento já não lhe pertencesse mais. Acho que Nelson Rodrigues combatia interiormente esse tipo de coisa quando escrevia sob o heterônimo de Susana Flag o folhetim “Nasci para Pecar”, na década de 1940.
O autor da peça “Vestido de Noiva” minimizava as paixões banalizando as agruras das paixões e das traições pelo relato violento, sempre com um final infeliz. Ia de encontro à felicidade escancarada dos filmes românticos que chegavam ao Brasil vindo da Europa e dos Estados Unidos e mesmo assim fazia um grande sucesso. Nelson Rodrigues terminou por profetizar muitas das relações de hoje em dia, marcadas pelo ciúme, traições que, ao invés de utilizarem o mote da confiança, se baseiam na desconfiança.
Antigamente as pessoas flertavam, namoravam, noivavam e depois casavam. Hoje a coisa mudou. Agora existem as ficadas, as amizades coloridas, as relações abertas e até um tal de “namorido” ou “namorida”, nome ridículo que sugere uma relação de namoro onde os casais sentem-se casados tipo “mais ou menos”. Enfim, chegamos ao ápice: O amor de faz-de-conta.
*Jornalista e escritor
Janeiro de 2011
BRASIL
*Por João Lins caldas
O poeta entra a permanência azul dos aromas suaves e dos brilhos recatados.
A imagem emocional dos lírios lúcidos e dos delírios infatigáveis.
Andam luz nos seus olhos e ardentias nos lábios.
Beijado o sol pelo fruto e sossegadas as árvores,
Ladeados rios e a possível lembrança de naus alvoroçadas,
Um Portugal de caravelas e um Cabral a descobrimento de belas terras cobiçadas.
Eia! que aqui se olha o Cruzeiro do sul
E o poeta é chegado.
*Poeta potiguar do Açu
No Guizado da galinha à cabidela!
Galinha caipira à cabidela – ou molho pardo – é mais um ingrediente da vasta cozinha regional quase desaparecido das grandes mesas. Por ser um produto diferenciado, ligado a uma criação específica do interior e a receitas seculares, acabou por se recolher a determinados lugares. Os restaurantes que ainda trabalham com a iguaria atestam a raridade da matéria-prima e a clientela diferenciada.
O restaurante regional Âncora Caipira tem a galinha do interior desde sempre no cardápio. Os proprietários Augusto e Isabel Azevedo têm fornecedores de São José do Seridó, e fazem questão de ter o galináceo legítimo. “Está cada vez mais difícil ter galinha caipira de verdade. Hoje se usa ração, chocadeira...os criadores querem rapidez, e mudam todo o processo”, explicam. A galinha caipira original tem sabor mais acentuado, carne firme e cor mais intensa. Seu porte é de pequeno a médio, cruzamento livre de várias raças.
A galinha caipira no Âncora pode sair com ou sem o molho pardo, é opcional e não é cobrado à parte. Acompanha feijão verde, arroz e pirão de galinha (feitos na graxa da própria), maxixada e farofa. Serve bem até três pessoas. Preço: R$56,70. Segundo Isabel Azevedo, a maior parte da clientela prefere a galinha torrada, sem a cabidela. “O cliente mais jovem prefere assim. É um sinal de que gostos antigos vão se perdendo com o tempo”, atesta.
O Bar e Restaurante da Totóia é sinônimo de galinha caipira em Natal. Apesar de o cardápio ter de tudo hoje em dia, é a galinha que impera nos pedidos. Começou como um barzinho, há mais de 30 anos; para incrementar o cardápio, só de tira-gostos simples, foi colocada uma galinha caipira. O sucesso foi tão grande, que virou carro-chefe da casa até hoje. Ozenir Cabral, a Totóia, conta que sua galinha vem de Santa Cruz, Tangará e São Paulo do Potengi.
A galinha de Totóia vai à mesa com a cabidela junto ou à parte do prato, conforme o gosto do cliente. “Eu particularmente adoro o molho pardo já em todo o prato. Entre minha clientela estrangeira, os portugueses são os que mais gostam”, diz. O prato acompanha feijão verde, farofa (ou pirão), e três tipos de arroz (de galinha, refogado, ou de leite com queijo coalho). Pode servir até cinco pessoas, ao preço de R$70. Há um ano Totóia climatizou o ambiente do restaurante – que é sua casa – para deixar a clientela mais confortável. Só atende por reservas.
A Casa do Tota, restaurante na estrada para São José do Mipibu, é especializado em costela no bafo, mas tem a galinha caipira como o segundo prato mais pedido. O cliente tem a opção de pedir à cabidela ou só torrado com xerém, farofa de cuscuz, arroz e feijão. Preço: R$46, para até quatro pessoas. O proprietário Marcos Tonelli conta que cria suas próprias galinhas. O restaurante abre só às sextas, sábados e feriados.
Galinha caipira também pode ser um apreciado tira-gosto. O bar Lamparina, em Ponta Negra, serve em forma de petisco, a “meia galinha” com macaxeira, ao preço de R$25. O curioso é que as galinhas são criadas numa mini-granja localizada nos fundos do próprio bar. O proprietário José Alves Neto garante a autenticidade. “Eu sei se ela é ‘pé duro’ só de olhar. Meu cardápio é baseado na cozinha sertaneja, e não pode fugir disso”, afirma.
O bar Maria Bonita, em Petrópolis, também serve a galinha caipira em versão tira-gosto, a R$16, acompanhada de macaxeira ou batata-doce. O proprietário Evifran Rocha, o Vivi, conta que a galinha vem de São José do Seridó. O bar é famoso por seus autênticos petiscos sertanejos.
Serviço:
Âncora Caipira. Tel.: 3202-9364/ Bar e restaurante da Totóia. Tel.: 3223-6642/ Lamparina. Tel.: 9980-2605 Casa do Tota. Tel.: 8825-9062/ Maria Bonita. Tel.: 3202-4489
Receita:
Galinha de cabidela
Ingredientes:
1 galinha caipira
2 colheres de sopa de vinagre
4 limões
Sal, pimenta do reino e cheiro verde a gosto
2 dentes de alho socados
1 cebola ralada
2 colheres de sopa de óleo
½ pimentão cortado em tiras finas
4 tomates picados (sem pele e sem sementes)
2 colheres de sobremesa de extrato de tomate
2 folhas de louro
Preparo:
Junte o sangue da galinha em recipiente com vinagre. Bata com um garfo, para não talhar. Reserve. Corte a galinha em pedaços. Passe limão. Lave e tempere com sal, pimenta e alho. Reserve. Leve ao fogo uma panela grande, com óleo. Doure a galinha. Junte cebola, cheiro verde, extrato de tomate, louro, pimentão, tomate. Refogue tudo em fogo brando. Acrescente água. Deixe no fogo até que a galinha esteja bem macia. Na hora de servir, junte o sangue (mexa antes) aos poucos, na panela. Leve novamente ao fogo e misture bem. Deixe até que tudo esteja bem cozido. Sirva com batata cozida e arroz branco.
Tribuna do Norte
fotos: emanuel amaralGalinha à cabidela, em sua receita original, ganha a mesa de restaurantes como a Âncora Caipira
Apesar de ser um prato identificado com a cultura sertaneja do Nordeste, a galinha caipira e seu molho à base de sangue são originários da culinária francesa. A galinha, para começar, chegou ao Brasil com os portugueses, não existia aqui antes disso. O molho pardo chegou a Portugal no século XVIII e de lá alcançou o Brasil. Segundo o historiador Gilberto Freyre, faz parte dos “quitutes com aparência de brasileiros mas que são franceses e refletem o francesismo que desde o século XVIII invadiu a cozinha portuguesa”. Chique, não? O restaurante regional Âncora Caipira tem a galinha do interior desde sempre no cardápio. Os proprietários Augusto e Isabel Azevedo têm fornecedores de São José do Seridó, e fazem questão de ter o galináceo legítimo. “Está cada vez mais difícil ter galinha caipira de verdade. Hoje se usa ração, chocadeira...os criadores querem rapidez, e mudam todo o processo”, explicam. A galinha caipira original tem sabor mais acentuado, carne firme e cor mais intensa. Seu porte é de pequeno a médio, cruzamento livre de várias raças.
A galinha caipira no Âncora pode sair com ou sem o molho pardo, é opcional e não é cobrado à parte. Acompanha feijão verde, arroz e pirão de galinha (feitos na graxa da própria), maxixada e farofa. Serve bem até três pessoas. Preço: R$56,70. Segundo Isabel Azevedo, a maior parte da clientela prefere a galinha torrada, sem a cabidela. “O cliente mais jovem prefere assim. É um sinal de que gostos antigos vão se perdendo com o tempo”, atesta.
O Bar e Restaurante da Totóia é sinônimo de galinha caipira em Natal. Apesar de o cardápio ter de tudo hoje em dia, é a galinha que impera nos pedidos. Começou como um barzinho, há mais de 30 anos; para incrementar o cardápio, só de tira-gostos simples, foi colocada uma galinha caipira. O sucesso foi tão grande, que virou carro-chefe da casa até hoje. Ozenir Cabral, a Totóia, conta que sua galinha vem de Santa Cruz, Tangará e São Paulo do Potengi.
A galinha de Totóia vai à mesa com a cabidela junto ou à parte do prato, conforme o gosto do cliente. “Eu particularmente adoro o molho pardo já em todo o prato. Entre minha clientela estrangeira, os portugueses são os que mais gostam”, diz. O prato acompanha feijão verde, farofa (ou pirão), e três tipos de arroz (de galinha, refogado, ou de leite com queijo coalho). Pode servir até cinco pessoas, ao preço de R$70. Há um ano Totóia climatizou o ambiente do restaurante – que é sua casa – para deixar a clientela mais confortável. Só atende por reservas.
A Casa do Tota, restaurante na estrada para São José do Mipibu, é especializado em costela no bafo, mas tem a galinha caipira como o segundo prato mais pedido. O cliente tem a opção de pedir à cabidela ou só torrado com xerém, farofa de cuscuz, arroz e feijão. Preço: R$46, para até quatro pessoas. O proprietário Marcos Tonelli conta que cria suas próprias galinhas. O restaurante abre só às sextas, sábados e feriados.
Galinha caipira também pode ser um apreciado tira-gosto. O bar Lamparina, em Ponta Negra, serve em forma de petisco, a “meia galinha” com macaxeira, ao preço de R$25. O curioso é que as galinhas são criadas numa mini-granja localizada nos fundos do próprio bar. O proprietário José Alves Neto garante a autenticidade. “Eu sei se ela é ‘pé duro’ só de olhar. Meu cardápio é baseado na cozinha sertaneja, e não pode fugir disso”, afirma.
O bar Maria Bonita, em Petrópolis, também serve a galinha caipira em versão tira-gosto, a R$16, acompanhada de macaxeira ou batata-doce. O proprietário Evifran Rocha, o Vivi, conta que a galinha vem de São José do Seridó. O bar é famoso por seus autênticos petiscos sertanejos.
Serviço:
Âncora Caipira. Tel.: 3202-9364/ Bar e restaurante da Totóia. Tel.: 3223-6642/ Lamparina. Tel.: 9980-2605 Casa do Tota. Tel.: 8825-9062/ Maria Bonita. Tel.: 3202-4489
Receita:
Galinha de cabidela
Ingredientes:
1 galinha caipira
2 colheres de sopa de vinagre
4 limões
Sal, pimenta do reino e cheiro verde a gosto
2 dentes de alho socados
1 cebola ralada
2 colheres de sopa de óleo
½ pimentão cortado em tiras finas
4 tomates picados (sem pele e sem sementes)
2 colheres de sobremesa de extrato de tomate
2 folhas de louro
Preparo:
Junte o sangue da galinha em recipiente com vinagre. Bata com um garfo, para não talhar. Reserve. Corte a galinha em pedaços. Passe limão. Lave e tempere com sal, pimenta e alho. Reserve. Leve ao fogo uma panela grande, com óleo. Doure a galinha. Junte cebola, cheiro verde, extrato de tomate, louro, pimentão, tomate. Refogue tudo em fogo brando. Acrescente água. Deixe no fogo até que a galinha esteja bem macia. Na hora de servir, junte o sangue (mexa antes) aos poucos, na panela. Leve novamente ao fogo e misture bem. Deixe até que tudo esteja bem cozido. Sirva com batata cozida e arroz branco.
Tribuna do Norte
Registros da Freguesia do Açu (I)
João Felipe da Trindade, professor da UFRN e membro do IHGRN (hipotenusa@digi.com.br)
Lá de Açu, nosso amigo Alzair nos questiona: amigo Joao Felippe, nunca mais apareceu gente conhecida em seu blog sobre as famílias do Assu. Quando é que vamos ter?
Entretanto, vasculhando os livros de registros da Freguesia do Açu, encontro sobrenomes como Alustau Navarro, Lopes Galvão, Moraes Navarro, Rocha Bezerra e outros tantos que vem de longe. Vejamos, pois, alguns registros feitos no Açu. Lembramos que alguns livros são transcrições de livros mais antigos, e por isso mesmo, trazem algumas falhas como inversão no sexo do batizado, falta de um dos progenitores ou erro nos nomes dos padrinhos. Comecemos com um Lopes Galvão.
"Cipriano filho legitimo de Cipriano Lopes Galvão natural do Seridó e Rosa Maria da Conceição natural de Assú nasceo aos quatro de Março de mil oitocentos e trinta e dous e foi baptizado aos oito de Abril do dito anno pelo padre Vito Antonio de Freitas de minha licença na Capela de Santa Anna de Campo Grande e lhe conferio os Sagrados Óleos: Forão padrinhos o mesmo Reverendo Vito Antonio todos deste Assu e para constar fis este assento em que me assignei. Joaquim José de Santa Anna, Parocho do Assu."
Esse Cipriano não encontrei entre os tantos Ciprianos lá de Currais Novos, mas deve ser descendente de Cipriano Lopes Pimentel e Tereza da Silva.
"Francisca, branca, filha legitima de João Gomes Carneiro e Anna Joaquina Teixeira nasceu a vinte de abril e foi solenemente baptizada a trinta de Maio de mil oitocentos e quarenta e oito pelo Padre Silvério Bezerra de Menezes com os Santos Óleos de minha licença na Capella de Nossa Senhora da Conceição da Villa de Macau: forão Padrinhos Antonio Teixeira de Sousa e Francisca Joaquina Gonçalves: do que para constar fis lançar este termo em que me assino. Manoel Januário Bezerra Cavalcante, Vigário Collado do Assu."
Essa batizada é Francisca Bella Carneiro de Mello que casou, em 20 de Janeiro de 1864, na Fazenda Conceição, com Cosme Teixeira Xavier de Carvalho, irmão de Francisca de Paula Maria de Carvalho, minha bisavó, e de Maria Ignacia Teixeira do Carmo, mãe do Capitão José da Penha. Desconfio que esse João Gomes Carneiro de Melo era filho de João Gomes Carneiro que casou em 1800 com Maria Teresa de Melo.
Vejamos agora registros de filhos do Barão do Açu, Luiz Gonzaga de Brito Guerra, descendente de Tomás de Araújo Pereira.
"Lino filho legitimo do Doutor Luiz Gonzaga de Brito Guerra e de sua mulher dona Maria Mafalda de Oliveira nasceu aos vinte e três de Setembro de mil oitocentos e quarenta e seis, e foi baptizado a hum de Dezembro do dito anno na Matris de São João Baptista de Apudi pelo Reverendo Vigário Faustino Gomes de Oliveira que lhe impôs os Santos Óleos de minha licença. Forão padrinhos Benvenuto Praxedes Benevides d'Oliveira, solteiro e Dona Quitéria Ferreira de S. Lusia, casada, do que para constar fis este assento em que me assigno, Manoel Januário Bezerra Calvalcante Parocho Collado do Assu."
Esse é Lino Constâncio de Brito Guerra que casou com a tia Maria Idalina de Oliveira. No registro a seguir, que já é uma transcrição, como comentado acima, não colocaram o nome da mãe e trocaram o sexo do batizado. É o batismo de Boaventura Seráfico de Brito Guerra e a mãe dele era a segunda esposa do Barão, Josefina Agustina da Nóbrega. Algumas informações complementares foram retiradas do livro de Raimundo Nonato, "Alferes Teófilo Olegário de Brito Guerra, um memorialista esquecido."
"Boaventura filha legitima de Luis Gonzaga de Brito Guerra e nasceu a quatorze de julho de mil oitocentos e secenta e três, e foi solenemente baptizado por seu próprio pai e tomou os santos óleos na Matris desta a trinta e um de Agosto do mesmos anno, sendo padrinhos Luis da Fonseca Silva: e para constar fis este assento em que me assino. Vigário Jose de Matos Silva"
Outro registro interessante é relativo à família Raposo da Câmara. Manuel pai e Manuel padrinho eram irmãos e casaram com duas irmãs Umbelina Maria da Conceição e Francisca Xavier Professora, irmãs de minha bisavó Francisca Rita.
"Maria filha legitima de Manuel de Borja Raposo da Camara e Umbelina Maria do Espírito Santo nasceu a oito de Setembro de mil oitocentos e secenta e sete, e foi solennemente batizada de minha licença na Capela de Nossa Senhora do Rosário pelo Padre Elias Barbalho Bezerra, a cinco de Dezembro do mesmo anno, sendo Padrinhos Manuel Jerônimo Caminha Raposo da Camara e Francisca Xavier. E para constar mandei fazer este assento em que me assino. Vigário José de Matos Silva."
Por fim o batismo de uma filha do brasileiro Jacinto João da Ora, um das pessoas citadas por Cascudo que saiu da Ilha de Manoel Gonçalves para povoar Macau.
"Anna filha legitima de Jacinto João da Ora natural do Assu e Adriana dos Anjos natural de Extremôz nasceo aos sinco de Fevereiro de mil oitocentos e vinte e cinco e foi batizada aos nove de Dezembro do dito anno no Oratório de Nossa Senhora da Conceição de Manoel Gonçalves e lhe conferi os Sagrados Óleos. Forão padrinhos Andre de Sousa Miranda e Francisca das Chagas Miranda solteiros, todos deste Assu. E para consta fis este assento em que me assigno. Joaquim José de Santa Anna. Parocho do Assu.
(Do Jornal de Hoje, de Natal)
Lá de Açu, nosso amigo Alzair nos questiona: amigo Joao Felippe, nunca mais apareceu gente conhecida em seu blog sobre as famílias do Assu. Quando é que vamos ter?
Entretanto, vasculhando os livros de registros da Freguesia do Açu, encontro sobrenomes como Alustau Navarro, Lopes Galvão, Moraes Navarro, Rocha Bezerra e outros tantos que vem de longe. Vejamos, pois, alguns registros feitos no Açu. Lembramos que alguns livros são transcrições de livros mais antigos, e por isso mesmo, trazem algumas falhas como inversão no sexo do batizado, falta de um dos progenitores ou erro nos nomes dos padrinhos. Comecemos com um Lopes Galvão.
"Cipriano filho legitimo de Cipriano Lopes Galvão natural do Seridó e Rosa Maria da Conceição natural de Assú nasceo aos quatro de Março de mil oitocentos e trinta e dous e foi baptizado aos oito de Abril do dito anno pelo padre Vito Antonio de Freitas de minha licença na Capela de Santa Anna de Campo Grande e lhe conferio os Sagrados Óleos: Forão padrinhos o mesmo Reverendo Vito Antonio todos deste Assu e para constar fis este assento em que me assignei. Joaquim José de Santa Anna, Parocho do Assu."
Esse Cipriano não encontrei entre os tantos Ciprianos lá de Currais Novos, mas deve ser descendente de Cipriano Lopes Pimentel e Tereza da Silva.
"Francisca, branca, filha legitima de João Gomes Carneiro e Anna Joaquina Teixeira nasceu a vinte de abril e foi solenemente baptizada a trinta de Maio de mil oitocentos e quarenta e oito pelo Padre Silvério Bezerra de Menezes com os Santos Óleos de minha licença na Capella de Nossa Senhora da Conceição da Villa de Macau: forão Padrinhos Antonio Teixeira de Sousa e Francisca Joaquina Gonçalves: do que para constar fis lançar este termo em que me assino. Manoel Januário Bezerra Cavalcante, Vigário Collado do Assu."
Essa batizada é Francisca Bella Carneiro de Mello que casou, em 20 de Janeiro de 1864, na Fazenda Conceição, com Cosme Teixeira Xavier de Carvalho, irmão de Francisca de Paula Maria de Carvalho, minha bisavó, e de Maria Ignacia Teixeira do Carmo, mãe do Capitão José da Penha. Desconfio que esse João Gomes Carneiro de Melo era filho de João Gomes Carneiro que casou em 1800 com Maria Teresa de Melo.
Vejamos agora registros de filhos do Barão do Açu, Luiz Gonzaga de Brito Guerra, descendente de Tomás de Araújo Pereira.
"Lino filho legitimo do Doutor Luiz Gonzaga de Brito Guerra e de sua mulher dona Maria Mafalda de Oliveira nasceu aos vinte e três de Setembro de mil oitocentos e quarenta e seis, e foi baptizado a hum de Dezembro do dito anno na Matris de São João Baptista de Apudi pelo Reverendo Vigário Faustino Gomes de Oliveira que lhe impôs os Santos Óleos de minha licença. Forão padrinhos Benvenuto Praxedes Benevides d'Oliveira, solteiro e Dona Quitéria Ferreira de S. Lusia, casada, do que para constar fis este assento em que me assigno, Manoel Januário Bezerra Calvalcante Parocho Collado do Assu."
Esse é Lino Constâncio de Brito Guerra que casou com a tia Maria Idalina de Oliveira. No registro a seguir, que já é uma transcrição, como comentado acima, não colocaram o nome da mãe e trocaram o sexo do batizado. É o batismo de Boaventura Seráfico de Brito Guerra e a mãe dele era a segunda esposa do Barão, Josefina Agustina da Nóbrega. Algumas informações complementares foram retiradas do livro de Raimundo Nonato, "Alferes Teófilo Olegário de Brito Guerra, um memorialista esquecido."
"Boaventura filha legitima de Luis Gonzaga de Brito Guerra e nasceu a quatorze de julho de mil oitocentos e secenta e três, e foi solenemente baptizado por seu próprio pai e tomou os santos óleos na Matris desta a trinta e um de Agosto do mesmos anno, sendo padrinhos Luis da Fonseca Silva: e para constar fis este assento em que me assino. Vigário Jose de Matos Silva"
Outro registro interessante é relativo à família Raposo da Câmara. Manuel pai e Manuel padrinho eram irmãos e casaram com duas irmãs Umbelina Maria da Conceição e Francisca Xavier Professora, irmãs de minha bisavó Francisca Rita.
"Maria filha legitima de Manuel de Borja Raposo da Camara e Umbelina Maria do Espírito Santo nasceu a oito de Setembro de mil oitocentos e secenta e sete, e foi solennemente batizada de minha licença na Capela de Nossa Senhora do Rosário pelo Padre Elias Barbalho Bezerra, a cinco de Dezembro do mesmo anno, sendo Padrinhos Manuel Jerônimo Caminha Raposo da Camara e Francisca Xavier. E para constar mandei fazer este assento em que me assino. Vigário José de Matos Silva."
Por fim o batismo de uma filha do brasileiro Jacinto João da Ora, um das pessoas citadas por Cascudo que saiu da Ilha de Manoel Gonçalves para povoar Macau.
"Anna filha legitima de Jacinto João da Ora natural do Assu e Adriana dos Anjos natural de Extremôz nasceo aos sinco de Fevereiro de mil oitocentos e vinte e cinco e foi batizada aos nove de Dezembro do dito anno no Oratório de Nossa Senhora da Conceição de Manoel Gonçalves e lhe conferi os Sagrados Óleos. Forão padrinhos Andre de Sousa Miranda e Francisca das Chagas Miranda solteiros, todos deste Assu. E para consta fis este assento em que me assigno. Joaquim José de Santa Anna. Parocho do Assu.
(Do Jornal de Hoje, de Natal)
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Hospital Regional de Assu Tem Novo Diretor
Sem tirar mérito nenhum das suas qualidades pessoais ou profissional, o administrador de empresa Flávio Cruz, é na verdade um vencedor, estrela e proteção tem sido uma constante em sua trajetória.
Pipa ascendeu hoje através de nomeação oficial do Secretário Estadual de Saúde Domicio Arruda com chancela da governadora Rosalba Ciarlini, o posto de diretor administrativo do Hospital Regional Nelson Inácio dos Santos, unidade sediada em Assu.
A nomeação no Diário Oficial atende uma indicação do prefeito Ivan Júnior, seu protetor desde que assumiu o governo da terra dos poetas, cujo perfil de confiança faz com que o gestor esteja sempre com o nome do auxiliar em evidência e lembrado para ocupar com destaque posições no seu governo.
Pipa está substituindo o agropecuarista, militante politico, Hélio Santiago Lopes que vinha exercendo as funções administrativas do Hospital na gestão anterior.
Pra dar um toque de despreendimento a nomeação do amigo Pipa, me faço recordar a brincadeira íntima de Ovidio Montenegro, quando o jornalista João Ururaí, era assistente de comunicação do governador Geraldo Melo, toda vez que avistava o mensageiro do governo, saía sempre com essa sátira gosativa, sem entretanto discriminar o prestigio do renomado Jornalista: Lá vem o secretário dominó!
Certa vez indaguei Ovidio sobre o que queria dizer aquela afirmação; a resposta foi imediata - È o preto com pinta de branco!
Neste quesito Pipa tem honrado bem a cor de sua pele, o blog envia parabéns pela significativa conquista.
Escrito por Aluízio Lacerda
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
PAPANGU VOLTA A CIRCULAR
A revista Papangu que noticia a cultura, os fatos políticos, o cotidiano, editada por Túlio Ratto começou a circular em 2004. Após nove meses fora de circulação volta ás livrarias e Bancas. A edição de número 66 terá lançamento na próxima quinta feira, 13, amanhã às19 horas na Livraria Siciliano, no Miduay, Natal. Na capa, a chahge da governadora Rosalba Ciarline.
Postado por Fernando Caldas
Postado por Fernando Caldas
Missa de 7º dia
Acabamos de receber a informação de que uma "Missa de 7º dia" será celebrado neste sábado na Igreja de Pirangi em Natal, ato em que familiares e amigos estarão reunidos na fé cristã em sufrágio da alma de Rivadávia Alves Cabral. O ato religioso está previsto para ás 19.30 horas. Quem nos informou foi o odontólogo Osman Alves, irmão do falecido, adiantando ainda que outras missas estão sendo providenciadas pela familia, pra se realizar nas Igrejas de Carnaubais e Assu.
Do BlogdeAluízioLacerda
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Bar doce lar
Alguns bares de Natal ficaram famosos pelo que ofereciam. Outros, talvez a maioria, pelo comportamento e esquisitices dos seus donos. Quem não se lembra de Nazi, da esquina do Beco da Lama com a rua Coronel Cascudo, que preparava uma famosa “meladinha”, que consistia de uma mistura de cachaça com mel de abelha e limão?
Famoso por ser pão-duro, foi surpreendido por uma pedinte que entrou no seu bar intempestivamente gritando:
- Me dê uma esmola ai!
Calmo, ensinou demoradamente como ela deveria se dirigir às pessoas para conseguir esmolas e ressaltou a importância de tentar ser extremamente educada, de falar baixo, etc. Cheia de esperanças, ela refez o caminho de volta e entrando novamente no bar, dizendo baixinho, como havia aprendido:
- Seu Nazi, por favor, faça a gentileza de me dar uma esmolinha.
Aparentemente distraído, concentrado na lavagem de uns copos, ele respondeu:
- Perdoe...
Não sei se o maior cronista das histórias da Confeitaria Atheneu, o engenheiro Augusto Leal sabe desta, mas existe um grupo que não perde um último capítulo de novela das oito naquele bar. Durante todo o decorrer da novela, pedem tudo o que é possível a Odeman, que, novelista convicto, segundo a minha fonte, enfurece-se a cada cerveja ou tira-gosto pedido. Quando termina a novela eles pedem a conta e vão embora. Essa história acontece há anos...
O bar “Beleleu”, do músico Paulo Sarkis e da bela Simone Betoni, começa a colecionar algumas histórias engraçadas e o jeito invocado de Paulo, que no fundo é uma pessoa muito sensível, está começando a formar a “personalidade” do ambiente. Nas quartas e domingos, por exemplo, tem sempre um trio tocando blues. Baixista, ele geralmente compõe o grupo. Mas se alguém se arriscar a pedir uma música, a resposta é sempre um sonoro “não”. Ele termina tocando, mas sempre diz não antes. Na hora que quer fechar o bar, um acordo é quase impossível. E ele sempre anuncia:
- Aqui o cliente nunca tem razão.
Outro dia cheguei por lá e estava tocando o disco teste de uma CD que sua banda, Mad Dogs, irá lançar brevemente. Gostei muito e pedi:
- Paulinho coloque no inicio, pois o CD está muito bom...
Ele respondeu:
- Coloco não! Todo mundo chega aqui pedindo a mesma coisa.
Bruna Simone e Elione Medeiros, que atendem as mesas e o balcão já pegaram o jeito. Os clientes tradicionais, já entendem que o “não” delas quer dizer, na verdade, um sim.
Inventor de sanduíches criou somente para ele, um especial, com pão francês, que tem como ingredientes básicos, mortadela e vinagrete. A iguaria não consta do cardápio, mas um dia, abriu uma concessão para mim. Achei o sanduíche maravilhoso, mas ficou somente neste. Sempre que vou pergunto se não dá para sair “unzinho”. A resposta é sempre não. Perguntado por que não coloca no cardápio, recusa-se a dar muitas explicações e no máximo disse apenas uma vez que “ninguém iria gostar mesmo”. Eu gostei.
Louco por futebol, uma vez estava vendo um jogo sem futuro na televisão, de um campeonato de um país europeu. Alguém pediu para ver o Jornal Nacional. A resposta foi rápida:
- Somente depois do jogo, que ainda vai demorar um bocado. Leia os jornais amanhã...
A cerveja do Beleleu é impecável, os pratos são bons e variados e os banheiros estão sempre limpos. Ele vez por outra sustenta uns “preguinhos”. Talvez por isso ele use a máxima da razão unilateral.
Outro dia um cliente foi pagar uma continha de dezesseis reais. Para não ficar sem nenhum dinheiro na carteira, combinou que iria dar dez e que pagaria o restante no outro dia. Ele não perdeu tempo:
- Eu nunca ouvi falar que se pagasse prego de bar à prestação...
* Jornalista e escritor
Texto publicado no "O Jornal de Hoje" em julho de 2003.
POESIA ERÓTICA
Por Ednar Andrade
Meu corpo se aperta, quero teu beijo…
Faísca, lampejo, carne, tesão…
Quero, tua boca, teu cheiro, tudo de ti quero…
Adoro, venero, suplico e espero…
Vem, me diz que és meu,
Que meu corpo é teu…
Que tudo desperta…
Nosso amor, nossa festa… Diz:
Que sou o teu porre,
O teu lúdico e grande amor sublime…
O amor da tua vida… Vem com tua voz mansa, me agita, me alcança…
Me envolve, me encanta, vem…
Me canta…
Me deixa tonta, alerta, elétrica querendo-te em mim…
Ai… Me pega, me arrasta,
Não nega me farta com o teu prazer…
Hum… Que saudade de ti, de nós…
A sós… E de mais ninguém…
Nas noites, nos dias, nas horas vadias…
Quero-te cada vez mais… Bem mais…
Ser tua mulher,
Ser tua amante, de hoje de ontem…
E apenas ser, como quiseres,
Sem pudor, sem vergonha, na cama, no mato, onde puder ser…
Somente tua, Meu Sol, tua Lua…
No paraíso deste querer…
Me aperta, me abraça, com as tuas pernas me enlaça…
Com teu hálito me nina….
Me põe pra dormir…
Me farta, me aninha…
Me leva ao céu do nosso prazer…
Meu doce veneno, meu homem, menino…
Meu doce segredo,
Meu abismo, meu medo…
Meu amanhecer,
Meu Sol tão dourado…
Tem cor de pecado…
Não sou sem você.
(Ednar Andrade).
Fonte: Substantivo Plural
FURO DE REPORTAGEM!
Laélio Ferreira
"BIG BROTHER
O multifacetado Crispiniano Neto poderá ser o primeiro representante do Rio Grande do Norte a participar do programa Big Brother Brasil, da Rede Globo. Durante a passagem da equipe do programa Brava Gente, por Mossoró, o nome do velho Crispa foi sugerido e uma das coordenadoras do BBB conversou demoradamente com Crispiniano, que deverá dar a resposta em breve." (Fonte:http://www2.uol.com.br/omossoroense/240702/politica3.htm)
Postado por Fernando Caldas
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
CASCUDO, ONDE ESTÁ VOCÊ?
Públio José, jornalista
(publiojose@gmail.com)
Idealizar e por em prática a campanha “Escritor Potiguar: o Presente de Natal” me trouxe muitas alegrias, muitas felicitações, uma boa sensação de dever cumprido, o fortalecimento de várias convicções – e uma dolorosa constatação: por pior que se imagine o processo de desqualificação, de rejeição, de desconhecimento, de desvalorização de que é vítima a literatura local, tanto na esfera pública quanto na iniciativa privada; por mais que se veja a literatura potiguar como a indigente maior do planejamento estatal; por mais que se presuma negativamente sobre o tema, vê-se que a realidade é infinitamente pior. Tirando-se o apoio de algumas instituições ao lançamento de livros, normalmente de pessoas portadoras de acesso ao processo de produção pela fama que alcançaram, a pobreza geral continua a roer nossas entranhas literárias, sendo-lhe a eterna companheira de uma vida rica de tribulações.
Dos lançamentos, fora o momento do autógrafo, pouco fica de palpável, de concreto. O autor reúne a família, seu ciclo de amigos (o que às vezes totaliza pouco mais de uma centena de pessoas), tudo muito bonito, tudo muito bom... Vende alguns exemplares aos presentes, dos quais a grande maioria não lê o que adquire; o assunto sobre o qual pesquisou, sobre o qual se debruçou anos e anos é comentado uns poucos dias em rodas mais intelectualizadas – e tchau. Nesse período ocorrem alguns espasmos envolvendo o assunto, representado por algumas entrevistas, matérias e notas nos veículos de comunicação – e tchau. Sobre o conteúdo do trabalho que o autor transformou em obra literária nada se aproveita (com raras exceções); nenhuma instituição de ensino se permite analisá-lo mais profundamente; as redes oficiais de ensino se mantêm afastadas da questão – e tchau. Falei redes oficiais de ensino?
Nessa seara, o absurdo do pouco caso alcança níveis altamente danosos à produção literária local, culminando por auferir-lhe, por conseqüência, um status de ente incolor, inodoro, insulso, indolor, portanto, sem vida. Uma idéia do absurdo desse processo: Câmara Cascudo – reconhecidamente o maior nome das letras potiguares – é totalmente desconhecido da grade curricular das nossas escolas. Por conseqüência, das mentes dos estudantes dos ensinos fundamental, médio e superior. Essa constatação nos leva ao seguinte raciocínio: ou o conteúdo de tudo que Cascudo escreveu é gritantemente irrelevante ou a qualidade de nossa educação é tão elevada que prescinde de estudá-lo com profundidade. Tal raciocínio, todos sabem, é tosco, uma vez não ser nosso ensino nenhuma Brastemp, enquanto o folclorista é tema constante de centros de ensino superior da Bélgica, da França, da Itália, de Portugal...
Enfim, de searas acadêmicas de excelsa qualidade espalhadas por várias partes do mundo. E não só isso. Cascudo é incluído, analisado, estudado, em publicações as mais diversas, em todos os continentes, desde que a seriedade da obra exija a presença marcante e o raciocínio original de um estudioso persistente e devotado a assuntos que envolvem desde a Etnografia, a Etimologia, o Folclore, a Gastronomia, a Sociologia, o Direito, a Arqueologia, a Antropologia, até usos, hábitos e costumes de povos africanos. Como se observa, é de uma ignorância mastodôntica a esfera educacional que não inclui em sua grade de ensino um autor do porte de Luiz da Câmara Cascudo, potiguar que deu inúmeras demonstrações de amor à sua terra, publicou mais de 150 obras e foi premiado – entre inúmeras láureas que conquistou – pela Academia Brasileira de Letras com o prêmio João Ribeiro.
Na Europa, um estudante pesquisando um tema de um dos livros de Cascudo, ao se dirigir ao diretor da biblioteca, dele ouvirá, com certeza: “Procure na estante tal que Cascudo está lá”. Já por aqui, se um aluno tentar um negócio desses, ganhará, como resposta, um olhar estranho de um bibliotecário qualquer, para o qual o nome Cascudo está mais para o cocorote que se dá em menino teimoso, desobediente, do que para o homem que legou ao mundo o “Dicionário do Folclore Brasileiro”. Assim, enquanto, pelo mundo afora, a obra de Cascudo reverbera e repercute a essência de um saber único, original, por aqui o descaso para com o conteúdo do seu gigantesco trabalho é agressão ao bom senso, afronta à inteligência e insulto à ciência do ensino. “Cascudo, onde você está? Cascudo? Cascudo, onde lhe encontro? Cascudooo? Caaaascuuuuuudooooooooo???” Silêncio. Só o silêncio por resposta.
Postado por Fernando Caldas
Urgentes do blog
Nota Oficial
O prefeito Luizinho Cavalcante em virtude do falecimento do senhor Rivadávia Alves Cabral, ocorrido na capital do estado, sendo o falecido o 1º prefeito da história regimental do municipio, resolve, decretar luto oficial por tres (3) dias no âmbito do municipio de Carnaubais, sem alteração da normalidade administrativa. O prefeito aproveita o ensejo para elevar a familia enlutada, cumprimentos de profundo pesar, externando aos demais familiares suas condolências constitucionais e pessoal em nome da sua familia.
Rivadávia Alves Cabral está sendo velado no Centro de Velório São José em Natal, cujo sepultamento será as 16:00 horas de hoje no cemitério de Ponta Negra. A informação foi repassada pelo empresário Helder Cortês Alves, primo do falecido. Enviamos aos demais familiares Rivadávia nossa palavra de confortamento nesta hora de aflição, tristeza e dor.
Em 18 de setembro de 1963 a Vila de Carnaubais conquistou sua independência política através da Lei nº 2927, de autoria do deputado Olavo Lacerda Montenegro, sancionada pelo então governador Aluízio Alves. O município foi instalado em 16 de maio de 1963, que teve como primeiro prefeito o senhor Rivadávia Alves Cabral, nomeado pelo então governador Aluízio Alves, Rivadávia governou o municpio até 31 de Janeiro de 1965, data que transmitiu o poder ao senhor Valdemar Campielo Maresco, eleito 1º prefeito constitucional.
Nota Oficial
O prefeito Luizinho Cavalcante em virtude do falecimento do senhor Rivadávia Alves Cabral, ocorrido na capital do estado, sendo o falecido o 1º prefeito da história regimental do municipio, resolve, decretar luto oficial por tres (3) dias no âmbito do municipio de Carnaubais, sem alteração da normalidade administrativa. O prefeito aproveita o ensejo para elevar a familia enlutada, cumprimentos de profundo pesar, externando aos demais familiares suas condolências constitucionais e pessoal em nome da sua familia.
Velório
Rivadávia Alves Cabral está sendo velado no Centro de Velório São José em Natal, cujo sepultamento será as 16:00 horas de hoje no cemitério de Ponta Negra. A informação foi repassada pelo empresário Helder Cortês Alves, primo do falecido. Enviamos aos demais familiares Rivadávia nossa palavra de confortamento nesta hora de aflição, tristeza e dor.
Registro Histórico
Em 18 de setembro de 1963 a Vila de Carnaubais conquistou sua independência política através da Lei nº 2927, de autoria do deputado Olavo Lacerda Montenegro, sancionada pelo então governador Aluízio Alves. O município foi instalado em 16 de maio de 1963, que teve como primeiro prefeito o senhor Rivadávia Alves Cabral, nomeado pelo então governador Aluízio Alves, Rivadávia governou o municpio até 31 de Janeiro de 1965, data que transmitiu o poder ao senhor Valdemar Campielo Maresco, eleito 1º prefeito constitucional.
(Do Blog de AluízioLacerda)
sábado, 8 de janeiro de 2011
"PARALELO ENTRE O HOMEM E A MULHER"
Segundo Wanderley (1860-1909), poeta, dramaturgo natalense.
(Do arquivo de Renato de Melo Medeiros).
(Do arquivo de Renato de Melo Medeiros).
Alfenim em Natal via Assu
Ilustração do blog: Esquerda para direita: Escritor açuense Ivan Pinheiro e o pesquisador Fernando Caldas no ato de inauguração da loja "Delícias do Assu e do Vale, em finais de 2010.
Ausente das principais feiras da cidade, o alfenim só pode ser visto recentemente em Natal através da loja Delícias do Assu e do Vale, aberta ano passado no Potengi Flat. O proprietário Francisco das Chagas trouxe itens que até então precisava viajar ao interior para comprar. Além do doce de açúcar, a casa também oferece o biscoito ‘flor do Assu’ (com erva doce e pimenta), bolachas casquinha, queijo coalho, castanhas de caju, filés de curimatã e traíra, mel, pão Recife, entre outras iguarias do interior. Tel.: 3086-2726.
Texto: Tribuna do Norte, 7.1.011
Postado por Fernando Caldas
Ausente das principais feiras da cidade, o alfenim só pode ser visto recentemente em Natal através da loja Delícias do Assu e do Vale, aberta ano passado no Potengi Flat. O proprietário Francisco das Chagas trouxe itens que até então precisava viajar ao interior para comprar. Além do doce de açúcar, a casa também oferece o biscoito ‘flor do Assu’ (com erva doce e pimenta), bolachas casquinha, queijo coalho, castanhas de caju, filés de curimatã e traíra, mel, pão Recife, entre outras iguarias do interior. Tel.: 3086-2726.
Texto: Tribuna do Norte, 7.1.011
Postado por Fernando Caldas
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
CANTIGAS DE ESCÁRNIO E MALDIZER
Laélio Ferreira
Enviado pelo autor
"As cantigas de escárnio e maldizer são um gênero de poesia da Idade Média. Fazem parte do período literário chamado Trovadorismo, que em Portugal encontrou expressão entre os anos de 1189 (ou 1198?) e 1350. Foram escritas, assim como todos os textos populares da época, em galego-português. A principal característica dessas cantigas é a crítica ou sátira dirigida a uma pessoa real, que era alguém próximo ou do mesmo círculo social do trovador. Apresentam grande interesse histórico, pois são verdadeiros relatos dos costumes e vícios, principalmente da corte, mas também dos próprios jograis e menestréis. " ( Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cantigas_de_esc%C3%A1rnio_e_maldizer)
MOTES E GLOSAS:
Bob Motta (*) dando o mote
garanto a glosa ser boa
garanto a glosa ser boa
Pra me livrar do chicote
dos pruridos das “donzelas”,
só farei estrofes belas,
Bob Mota dando o mote !
Espero ninguém mais bote
patrulha na minha loa…
Muito mais longe ela ecoa
chula, clara, fescenina,
alegre, justa, supina
- garanto a glosa ser boa !
dos pruridos das “donzelas”,
só farei estrofes belas,
Bob Mota dando o mote !
Espero ninguém mais bote
patrulha na minha loa…
Muito mais longe ela ecoa
chula, clara, fescenina,
alegre, justa, supina
- garanto a glosa ser boa !
* *
Vou lamber sabão em pó
para limpar minha língua
para limpar minha língua
Vão me metendo o cipó
por conta da putaria…
Mas, não ligo, qualquer dia
vou lamber sabão em pó !
Nas censuras dou um nó,
nessa estória de má-língua:
maneiro na cunilíngua,
vou ser fresco em João Pessoa
- lá consigo coisa boa
para limpar minha língua !
por conta da putaria…
Mas, não ligo, qualquer dia
vou lamber sabão em pó !
Nas censuras dou um nó,
nessa estória de má-língua:
maneiro na cunilíngua,
vou ser fresco em João Pessoa
- lá consigo coisa boa
para limpar minha língua !
* *
Renato Caldas, Limeira,
vão censurar nossas glosas !
vão censurar nossas glosas !
Meu gordo Celso Silveira
por aí faça um conclave
- cá por baixo a coisa é grave,
Renato Caldas, Limeira!
Sesiom, é brincadeira ?!
As novas são horrorosas,
por aqui quedam nervosas
as queixas, o preconceito
- já vi tudo, não tem jeito,
vão censurar nossas glosas !
por aí faça um conclave
- cá por baixo a coisa é grave,
Renato Caldas, Limeira!
Sesiom, é brincadeira ?!
As novas são horrorosas,
por aqui quedam nervosas
as queixas, o preconceito
- já vi tudo, não tem jeito,
vão censurar nossas glosas !
(*) A exceção de Bob Mota, poeta potiguar, vivinho da silva, todos os outros nominados - noves fora o finado bardo do Teixeira-PB, Zé Limeira - são menestréis potiguares, do Assu, falecidos.
Postado por Fernando Caldas
Governo Rosalba vai opinar pela suspensão da inspeção veicular
O Procurador Geral do Estado, Miguel Josino, vai sugerir em seu parecer que a licitação e o contrato para a inspeção veicular sejam suspensos, revistos e que a nova situação receba total e absoluta transparência para a sociedade.
A fonte que me passou essa informação pediu off, mas garantiu que essa é a tendência e percebeu um fortíssimo indício de que a Procuradoria Geral do Estado agirá assim.
Caso ocorra, será uma percepção correta que o Governo Rosalba Ciarlini e o Procurador Miguel Josino tem do clamor popular, uma grande vitória da sociedade potiguar e um exemplo para as atuais e futuras relações entre empresas, governos, contribuintes e sociedade.
Uma vitória da mídia, das redes sociais e da opinião pública.
O povo vencerá!
A fonte que me passou essa informação pediu off, mas garantiu que essa é a tendência e percebeu um fortíssimo indício de que a Procuradoria Geral do Estado agirá assim.
Caso ocorra, será uma percepção correta que o Governo Rosalba Ciarlini e o Procurador Miguel Josino tem do clamor popular, uma grande vitória da sociedade potiguar e um exemplo para as atuais e futuras relações entre empresas, governos, contribuintes e sociedade.
Uma vitória da mídia, das redes sociais e da opinião pública.
O povo vencerá!
Postado por RRH
Adendo: A inteligência é um suporte da sabedoria, a governadora com essa atitude vai marcar um gol de placa, o povão, a sociedade, precisa ser aliviada, num cenário de apertos e dificuldades, até que enfim se anuncia uma boa proposta pra coletividade, a carga tributária é insuportável e essa inspeção veicular, não passa de um abuso sem precedentes para o contribuinte.
Escrito por aluiziolacerda às 16h20
Memória prodígio, Bibia ainda lembra deste poema mais de 60 anos depois. Foi distribuindo esse bilhete-poema, que a professora Sinhazinha Wanderley [Maria Carolina Caldas Wanderley - Nasceu em 30 de janeiro de 1876, em Assu (RN), e faleceu em 20 de setembro de 1954 nesta mesma cidade.] pedia um empréstimo aos amigos;
I
Pelo Cristo, pela Virgem,
Senhora da Conceição,
Me acuda nesta agonia,
Me valha nesta aflição,
Em que na bolsa não tenho
O valor de um só tostão.
II
Falta-me em casa farinha,
açúcar, pão e café,
Nesta cruenta agonia
Me valho de São José,
Santo por todos bendito
No qual tenho muita fé.
III
Você é pobre e bondosa
lhe peço de coração,
pelas mercês que recebes
na mesa da comunhão,
que clemente e compassiva
para mim estenda a mão.
IV
Tenho pena de quem sofre
Medonhas crises cruéis,
É minha alma sofredora
Que vem cair aos teus pés,
Maria por caridade
Me empreste 10mil réis.
V
São poucos dias que marco
Para vir aqui pagar
Porque os meus vencimentos
Estão prestes à chegar,
E eu irei com presteza
À você reembolsar.
VI
Rogo à Santa Terezinha,
Santa das mais milagrosas,
Que sobre você desfolhe
A minha chuva de rosas,
E lhe dê por toda a vida
Sorte das mais venturosas.
A tapuia
(anônimo popular)
- Formosa tapuia
que fazes perdida
nas matas sombrias
de agreste sertão?
As matas são frias,
tão frias e tristes,
não temes tão moça
morrer de sezão?
- Não quero carinhos,
nas matas nasci,
se delas não gostas
não fiques aqui.
- Bem sabes que as matas
são próprias pra feras
te digo deveras
que saias daqui.
Eu tenho riquezas,
escravos, engenhos,
dinheiro eu tenho,
tudo para ti.
- Não quero carinhos,
não tenho ambição,
de nada preciso
aqui no sertão.
- Se fosses comigo
pra minha cidade
de certo tapuia
tu serias minha.
Vestidos de seda,
botinas de couro,
adereços de ouro
para dar-te tinha.
- Não quero carinhos
teus ouros são falsos,
meus pés não se estragam
andando descalços.
- Se queres tapuia
vestir uma saia
de fina cambraia
de um lindo balão.
Teu corpo tapuia
é lindo e bem feito
mas fica mal feito
vestindo algodão.
- Não quero carinhos,
sou pobre roceira,
só faço trabalhos
com roupa grosseira.
- Deveras tapuia,
não fiques zangada
tens cama de seda,
bordados de linho.
Vamos para o porto
tomar um conforto
um copo de doce,
um copo de vinho.
- Não quero carinhos,
sou pobre tapuia,
não bebo no copo,
só bebo de cuia.
- Deveras tapuia,
não fiques zangada,
passando trabalho
e necessidades.
Na roça, na mata,
podendo tão moça
seguindo comigo
morar na cidade.
- Não quero carinhos,
aonde se nasce
Deus manda que a vida
com gosto se passe.
Fonte: blog "As Meninas", org.: Renato Medeiros - Açu-RN
OVA DE CURIMATÃ , O CAVIAR DO NORDESTE
A ova de curimatã (peixe de água doce muito comum nos rios, açudes e barragens) é conhecida como o caviar do Nordeste ou do Sertão é facil encontrar nos bares de Natal. Vai bem tomando "umas e outras". Vejamos adiante, a receita de Adriana Lucena:
Obs: 1. você também pode colocar um galho de hortelã na metade do cozimento. 2) se quiser utilizar como recheio (tapiocas, torradinhas, tortinhas), deixe secar um pouquinho e use morna. 3) Ah! já ia esquecendo! uma pimentinha faz toda diferença - um bom molho ou umas rodelinhas de dedo-de-moça.
Bem, usei no total 1,5 litro de leite. O prato rendeu 1,8 kg, que vou usar para fazer farofas, frigideiras e o que me vier à cabeça, afinal é ova pra chuchu. Cozinhei até secar a água que realmente se formou. Cozinhei em fogo baixo durante 45 minutos. Usei hortelã picada só no final.
Postado por Fernando Caldas
Liquidificar 3 dentes de alho, uma cebola grande, um punhado de coentro, pimenta do reino moída na hora com 1 litro de leite de vaca e sal a gosto. Há quem coloque colorau e tomate, mas prefiro desse jeito aqui, mais simples. Levar ao fogo e, quando começar a ferver, colocar as ovas e ir mexendo para desmanchar os gruminhos que vão se formando. Você irá observar que a mistura vai secando e ao mesmo tempo aparecendo água. Acrescente mais leite sempre que necessário e não esqueça de mexer porque gruda na panela. Estará pronta quando não observar mais "água" e ficar um creme (uns 45 minutos). Desligue e acrescente duas a três colheres generosas de nata batida, corrija o sal e finalize com hortelã miudamente picada.
Obs: 1. você também pode colocar um galho de hortelã na metade do cozimento. 2) se quiser utilizar como recheio (tapiocas, torradinhas, tortinhas), deixe secar um pouquinho e use morna. 3) Ah! já ia esquecendo! uma pimentinha faz toda diferença - um bom molho ou umas rodelinhas de dedo-de-moça.
Bem, usei no total 1,5 litro de leite. O prato rendeu 1,8 kg, que vou usar para fazer farofas, frigideiras e o que me vier à cabeça, afinal é ova pra chuchu. Cozinhei até secar a água que realmente se formou. Cozinhei em fogo baixo durante 45 minutos. Usei hortelã picada só no final.
Postado por Fernando Caldas
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