Notas de Laélio Ferreira
Romain Rolland. Doutor em Arte, escritor, professor, novelista, biógrafo e músico francês (França, 1866-1944). Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1915. Fez importante observação sobre o livro O Futuro de uma Ilusão, de Sigmund Freud. Esta observação foi a premissa usada por Freud para escrever o livro seguinte O Mal-estar na Civilização. Quando o
filósofo político italiano Antônio Gramsci escreveu, na prisão, que o pessimismo da inteligência não deveria abalar o otimismo da vontad, estava citando Roman Rolland.
Romildo Fernandes Gurgel (Natal/RN, 05.05.1929-Natal/RN, 31.05.1995). Jornalista, advogado, conselheiro, político, professor universitário. Foi secretário de Educação e presidente do Tribunal de Contas do Estado. Dirigiu a República, o Jornal do Comércio e O Democrata jornal que publicou, em capítulos, este ensaio de OM.
Alan Kardec (Lyon/França, 03.10.1804-Paris/França, 31.03.1869). Pseudônimo de Hippolyte Léon Denizard Rivail. Pedagogo e escritor. Notabilizou-se como o codificador do Espiritismo, também denominado de Doutrina Espírita. OM Menezes era espírita, admirador e estudioso da
obra do grande pensador.
Emmanuel-Adolphe Langlois Des Essarts (Paris/França, 05.02.1839-Lempdes-Haute-Loire/França, 17.10.1909). Poeta e escritor. Defensor do espiritualismo cristão, liberal republicano, professor e amigo de Hugo, Gautier, Leconte de Lisle, Banville, Sainte-Beuve, Laprade, Quinet. Admirador e também amigo de Walt Whitman.
Manoel do Nascimento Fernandes de Oliveira (Natal/RN, 24.12.1888 - ?). Poeta, crítico literário e jornalista. Funcionário público estadual, irmão de Jorge e Sebastião Fernandes. Publicou, em 1913, um volume de versos: Livro de Matilde.
Francisco Bruno Pereira (Mossoró/RN, 06.10.1896-Natal/RN, 01.04.1979). Jornalista, professor, político, magistrado (Justiça do Trabalho). Fundou jornais em Natal, Recife e no Rio de Janeiro. Panfletário, combateu às oligarquias da província, sofrendo perseguições. Foi deputado estadual.
Oscar Fingal O Flahertie Wills Wilde (Dublin/Irlanda, 16.10.1854- Paris/França, 30.11.1900). Escritor, poeta e teatrólogo irlandês. O Retrato de Dorian Gray (1890) foi o único romance que escreveu. Bissexual, sofreu duramente, à época, condenado à prisão por sodomia. Chamou a homossexualidade de o amor que não ousa dizer o nome.
Herculano Ramos. Arquiteto, engenheiro-civil mineiro (Belo Horizonte/ MG, 26.03.1854-Belo Horizonte/MG, 17.01.1928). Servindo às ordens do governador Alberto Maranhão, reiniciou a construção do Teatro Carlos Gomes, projetou e construiu a Praça Augusto Severo (Jardim Público), o Palacete do Congresso (sede atual da Prefeitura Municipal de Natal), o ajardinamento da Praça André de Albuquerque, a reforma do Cais Tavares de Lira e a construção do Grupo Escolar Augusto Severo. Trabalhou, ainda, no Ceará, na Bahia, em Recife e no Rio de Janeiro.
Tália (significando festividade), preside a comédia e a poesia leve. Seus símbolos são a máscara cômica e um cajado de pastor. Tália também é o nome de uma das Graças (Cáritas).
Estevão José Barbosa de Moura (1810-1891). Vice-presidente da província do Rio Grande do Norte, tendo assumido a presidência interinamente por três vezes, de 6 de julho a 4 de dezembro de 1841, de 31 de março a 31 de maio de 1842 e de 15 de novembro de 1842 a 7 de julho de 1843. Coronel da Guarda Nacional, senhor de terras, muito rico, construiu o Solar do Ferreiro Torto, no engenho do mesmo nome, à margem direita do rio Jundiaí, em Macaíba. Governando a Província um certo Manoel Ribeiro da Silva Lisboa (1807-1838), vulgarmente conhecido como Parrudo, tido como prepotente e libidinoso, e ofendendo este a honra do coronel Estevão Moura, foi assassinado às ordens deste, por escravos de confiança, em 11 de abril de 1838.
Antônio Elias Álvares de França (Nova Cruz/RN, 23.05.1854-Natal/ RN, 25.08.1915). Músico e poeta bissexto, servidor público, animador cultural, parente próximo da família materna de OM (os Álvares de Menezes). Dele, disseram, na imprensa (A República), troçando: É ótimo marido, excelente pai, avô carinhoso e péssimo poeta.
Tommaso Babini (Faenza/Itália, 10.01.1885-Recife/PE, 1949). Violoncelista, professor da Escola de Música do Teatro Alberto Maranhão e da Escola Doméstica. Viveu mais de trinta anos em Natal.
Nicolino Milano (Lorena/SP, 25.06.1876-Rio de Janeiro/RJ, 01.10.1962). Instrumentista, professor, compositor. Estudou no Rio de Janeiro. Viveu parte de sua vida na corte portuguesa, onde foi muito prestigiado pelo Rei D. Carlos (penúltimo rei de Portugal, 1863/1908), que o presenteou com um precioso violino e o nomeou instrumentista da Real Câmara. Autor do fado Liró (1908), melodia na qual Eduardo Medeiros confessava se haver inspirado para musicar os versos da Praieira (Serenata do Pescador) de OM.
Luigi Maria Smido (ou Luigi Maria Schmidt und Insbruck). Nascido na Itália, falecido no Rio de Janeiro/RJ, em 13 de agosto de 1943. Maestro e professor, esteve em Natal em várias oportunidades. A primeira em 1903, dirigindo a Orquestra do Teatro, o departamento de música da Escola Doméstica e a banda do Batalhão de Segurança (Polícia Militar). Trabalhou no Ceará e, em 1936, no Rio de Janeiro. Foi professor catedrático de Instrumentação e Composição. Diziam-no pertencer à nobreza européia, descendente de São Luís Gonzaga e amigo de infância do rei Vittorio Emanuelle II, tendo estudado em Leipzig e Viena.
Waldemar de Almeida (Macau/RN, 24.08.1904-São Paulo/SP, 26.05.1975). Pianista, maestro e professor. Estudou na Europa e fundou, na década de 1930, o Instituto de Música do RN.
Luís Francisco Junqueira Ayres de Almeida (Salvador/BA, 1860- Recife/PE, 10.05.1896). Engenheiro, jornalista, orador e deputado federal pela Bahia e pelo RN, apadrinhado político de Pedro Velho de Albuquerque Maranhão.
Chantecler. Acreditava-se que o canto desse galo era o responsável pelo nascer do sol. Personagem da peça teatral do mesmo nome, de Edmond Rostand (1868-1918), escritor, poeta e dramaturgo francês autor, também, de Cyrano de Bergerac, obra imortal.
Roderic Crandall. Geólogo californiano (EUA,1885-1967), consultor do governo brasileiro. Escreveu sobre a sua especialidade: Geografia, geologia, suprimento dágua, transportes e açudagem dos Estados Orientais do Norte do Brasil: Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba 4ª. Edição/Ufersa.
Juvenal Antunes de Oliveira (Ceará-Mirim/RN, 29.04.1883- Manaus/AM, 29.04.1941). Bacharel em Direito, promotor público, jornalista. Morou muitos anos no Acre. Esmeraldo Siqueira, homenageando- o, escreveu Juvenal Antunes, o Inolvidável Boêmio (Editora Nordeste,
2000). Famoso pelo poema Elogio da Preguiça, tornou-se personagem da minissérie Amazônia, da Rede Globo de Televisão, escrita por Glória Perez.
Francisco Tavares Pereira Palma (Timbaúba/PE, 01.12.1875-Natal/ RN, 18.05.1952). Poeta, teatrólogo, jornalista e funcionário do Tesouro Estadual. Publicou Santelmos e Luz e Cinza (versos). Um dos fundadores da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras.
Sebastião Fernandes de Oliveira (Natal/RN, 11.03.1880-Natal/RN, 29.05.1941). Poeta, teatrólogo, magistrado. Foi secretário-geral do Estado e presidiu o Tribunal de Justiça. Irmão do poeta Jorge Fernandes, compôs versos para famosas modinhas.
Severino Silva (PB, 09.08.1887-Rio de Janeiro/RJ, 1962). Poeta, jornalista, pastor protestante e bacharel em Direito, nascido na Paraíba de família potiguar. Estudou no Atheneu, formou-se em Direito em Belém do Pará. Membro da Academia Paraense de Letras. Príncipe dos Poetas Paraenses, migrou para o Rio de Janeiro, onde, por concurso público, foi nomeado comissário de Polícia do então Distrito Federal.
Francisco Ivo Cavalcanti (Natal/RN, 26.08.1885-Natal/RN, 11.03.1969). conhecido como Chico Ivo ou Ivo Filho. Professor, poeta, jornalista e advogado. Seu livro de poesias, Crisântemos, foi publicado em 1906.
Ana Lima Souto dos Santos Lima (Assu/RN, 16.05.1882- Natal/ RN, 18.01.1918). Poeta. Seu livro Verbenas (1901) foi prefaciado pelo jornalista Pedro Avelino. Foi casada com o professor Celestino Pimentel.
Clóris. Deusa das flores, esposa de Zéfiro, também chamada de Flora.
Joaquim Homem de Siqueira Cavalcanti (Recife/PE, 08.06.1876- Natal/RN, 27.10.1952). Magistrado (desembargador), jornalista e poeta. Escrevia sob vários pseudônimos: René de Vincy, Henrique Selva, Ego, Cicinato, Memo. Pai dos poetas Esmeraldo, Carlos e Milton Siqueira, além do desembargador Oscar Siqueira.
Tobias Barreto de Menezes ((Vila de Campos do Rio Real/SE, 07.06.1839-Recife/PE, 26.06.1889). Filósofo, poeta, crítico e jurista brasileiro; fervoroso integrante da Escola do Recife (movimento filosófico de grande força calcado no monismo e evolucionismo europeu). Fundador do condoreirismo brasileiro e patrono da cadeira nº 38 da Academia Brasileira de Letras.
Josué Tabira da Silva (Natal/RN, 1889-Maceió/AL, 21.08.1976). Poeta, trovador, jornalista e advogado. Morou em Sergipe e Alagoas. Formou- se em Direito na Terra dos Marechais, na mesma turma de um dos filhos. O autor destas notas, entristecido, viu, em Maceió, depois da morte do poeta, vários dos livros da sua biblioteca vendidos numa calçada. Foi da Academia Sergipana de Letras.
Antônio Glicério das Chagas (Ceará-Mirim/RN, 02.07.1881-Santo Antônio/RN, 05.06.1921). Poeta, gráfico, boêmio. Deixou inédito um livro de versos: Cantilenas
João Estevão Gomes da Silva. Poeta, gráfico, político, líder operário (Natal/RN, 16.12.1883-Natal/RN, 07.05.1969). Fundador de Centro Operário de Natal, deputado estadual o primeiro eleito, no Estado, pela classe operária. Com Josué (Tabira da) Silva e Emídio Fagundes, colaborou e imprimiu uma pesquisa sobre a maçonaria no RN.
Manoel Segundo Wanderley (Natal/RN, 06.04.1860-Natal-RN, 14.01.1909). Poeta, médico, dramaturgo, jornalista. Rocha Pombo achava que era o primeiro dos poetas potiguares. Já o conterrâneo Antônio Marinho chamou-o de condoreiro démodé.
Alphonse Marie Louis de Prat de Lamartine (Mâcon/França, 21.10.1790-Paris/França, 28.02.1869). Escritor, poeta e político francês. Seus primeiros livros de poemas (Primeiras Meditações Poéticas, 1820 e Novas Meditações Poéticas, 1823) celebrizaram o autor e influenciaram o Romantismo na França e em todo o mundo.
Lorenzo Stecchetti. Pseudônimo com que se celebrizou o poeta italiano Olindo Guerrini (S. Alberto de Ravena/Itália, 14.10.1845-Turim/ Itália 22.10.1916).
George Gordon Byron (Londres/Inglaterra, 22.01.1788- Missolonghi/Grécia, 19.04.1824). 6º barão Byron melhor conhecido como lorde Byron. Poeta britânico e uma das figuras mais influentes do Romantismo. Famoso por obras-primas como Peregrinação de Childe Harold e Don Juan. A fama de Byron não se deve somente aos seus escritos, mas também a sua vida amplamente considerada extravagante que inclui numerosas amantes, dívidas, separações e alegações de incesto. Dizem os entendidos ter sido um dos primeiros escritores a descrever os efeitos da maconha. Lady Caroline Lamb com quem teve um caso, dizia-no louco, mau e perigoso para se conhecer. Curiosamente, sua filha, Ada Lovelace, colaborou com Charles Babbage para o engenho analítico, um passo importante na história dos computadores.
Luís Delfino dos Santos (Desterro/Florianópolis/SC, 25.08.1834-Rio de Janeiro/RJ, 31.01.1910). Médico, político (foi senador, na República Velha) e poeta brasileiro. Não publicou livros. Parnasiano, enveredou, depois para o simbolismo, a exemplo do seu conterrâneo Cruz e Souza.
Joaquim Eduvirges de Melo Açucena (Natal/RN, 17.10.1827- Natal/RN, 28.03.1907). Dito Lourival Açucena. Poeta, compositor, músico, cantor, dramaturgo e boêmio afamado. É patrono de uma das cadeiras da Academia de Letras do RN.