terça-feira, 2 de dezembro de 2008
"TALENTO DE HOMEM"
NOTA
domingo, 30 de novembro de 2008
POESIA SOBRE O ASSU
Cheia de encanto e beleza
Do grande Vale é a princesa
A nossa cidade Assu,
E que entre outras façanhas
É receber o Piranhas
E também o Paraú.
Bela e privilegiada
Por seus rios abraçada
ama os filhos com ardor,
Não nos tira da lembrança
e nos faz séria cobrança:
Quer um pouco mais de amor.
Diz que abriu seu coração
Quer que pisemos seu chão
Que preparou o arraial,
Quer ouvir nossa zoada
Na praça, na vaquejada
Dar o abraço maternal.
Quer também ser mais lembrada,
Um pouco mais visitada
Nesta sua faixa etária,
Quer que encham de calor,
Quer dar, receber amor
Po ser sesquicentenária.
(Assim o poeta Andière "Majó" Abreu homenageou o Assu, a sua terra natal, no dia do seu sesquicentenário, 1995).
POESIAS DE RENATO CALDAS
PORQUE AMO A NATUREZA
Eu amo o mar,
O vento, as estrelas, o sol,
As noites de luar,
As serras, o arrebol!
Amo a torrente do Rio,
Que, em louco desvario
Se despeja no mar...
O gorgeio sutil da passarada!
Eu amo a solidão,
O imprevisto, a incerteza,
A imensidão
Azul do firmamento,
As flores, as campinas verdejantes...
Eu adoro o lamento
Das vagas arquejantes,
O silêncio, a tristeza...
Enfim, eu amo a natureza!
Porque,
Tudo me traz uma lembrança,
Uma saudade louca de você.
RECORDANDO
Como a vida é transitória e boa!
Ontem, eu chorava,
Quando os barcos de papel
Que eu atirava,
Mergulhavam nas águas da lagoa.
Hoje, é o contrário:
Extingo os meus escolhos,
Mergulhando os meus olhos de poeta,
No lago verde dos teus lindos olhos.
NOTAS
Ne todo homem tem brio
Nem toda moça se casa,
Nem todo fogo tem brasa
Nem toda lã dá pavio.
Nem todo inverno faz frio,
Nem todo filho tem pai,
Nem tudo que entra sai,
Nem toda fera é valente,
Nem todo lorde é descente,
Nem tudo que tomba cai.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
"POUCAS E BOAS", DE VALÉRIO MESQUITA
3 - Comício de Ronaldo Soares em Açu. O povo doidão na praça. O locutor vibranrte anuncia a palavra de Chico Galêgo, candidato a vereador, líder da Lagoa do Piató. Ao receber o microfone sem fio, assustou-se com o equipamento e tratou de reclamar: "Cadê a correia dele Lourinaldo, cadê a correia, esse bicho não vai falar de jeito nenhum!!!. Aí a galera vibrou.
4 - Açu é um filão de estórias que não tem fim. Ronaldo Soares, captador permanente dessa atmosfera densa e intensa, passou-me mais uma. Seu conterrâneo Zé Gago andava ás turras com a esposa Isabel. Em suma havia arranjado uma rival. Revoltada, a família se reuniu para lavrar aquele protesto e chamar o esposo e pai à responsabilidade. Em sua defesa, Zé Gago veio com um argumento genial: "Meus filhos, arranjei uma mulher, é verdade, mas foi pra poupar sua mãe". Inconformada, dona Isabel saiu do seu silêncio: "Se foi por esse motivo, pode me rasgar toda!!.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
ASSU DE ANTIGAMENTE
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
ASSU DE ANTIGAMENTE
sábado, 22 de novembro de 2008
POESIAS DE MARIA EUGÊNIA
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
HOMENAGEM AO POETA CALDAS
ASSU DE ANTIGAMENTE
CRÔNICA
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
"POUCAS E BOAS"
1) No Palácio Potengi dos anos cinquenta, cinquenta e sete, cinquenta e oito, pontificava a figura de Antônio Soares Filho, Chefe do Gabinete Civil. Bom papo, o saudoso Toinho, mandou mobiliar uma sala que estava vazia, só para os papos de fim de expediente com as grandes figuras da paróquia, onde rolavam as novidades políticas. Até Dinarte quando encerrava os despachos, aparecia por lá. Numa das vezes, o Governador recomendou a Antônio Soares para encaminhar um rapaz ao Dr. José Nilson de Sá, Diretor do DER, recomendando-o para o emprego de desenhista. No DER, quando soube da chegada do rapaz, Zé Nilson, já desconfiado, resmungava: "Eu não sei porque Dinarte botou na cabeça sempre a vaga de desenhista! Olha, manda esse rapaz desenhar uma boeira, uma ponte, um tubulão". Após alguns instantes, a secretária retornou com o diagnóstico: "Dr. Zé Nilson o rapaz não desenha coisa nenhuma!". "Suspenda, que eu vou falar com o Governador", respondeu o Diretor. À noite, na casa de Aldo Medeiros, nem precisou Zé Nilson provocar o assunto, pois Dinarte foi logo indagando: "Zé Nilson, você recebeu hoje um rapaz, filho de um compadre meu?". "Recebi, governador. Mas o rapaz não sabe desenhar absolutamente nada?" . "Ô Zé Nilson, ensina; ensina que ele aprende!!"
2) O mestre Odilon Ribeiro Coutinho, usineiro, intelectual, homem de finessse, acabara de se eleger deputado federal em 1963, pelo RGN. Estava no Rio, hospedado no Copacabana Pálace. Lá fora fluía naturalmente uma linda manhã carioca. No hotel, mulheres exuberantes pintavam em cada metro quadrado. O nosso Odilon tal um finíssimo lorde inglês era atendido no saguão por uma bonita pedicure. Em meio àquele torvelinho de bom gosto e elegância, o deputado sorvia os primeiros goles matinais de Whisky on the rocks, balançando o copo "softamente". De chofre, é reconhecido por um potiguar, empregado do hotel: "Deputado o senhor por aqui? Eu sou do RGN e votei no senhor! Como vai o senhor?" Odilon, sem perder a postura nobre, mexendo suavemente o copo, após outro gole: "É luta, meu filho! A luta é grande!".
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
ESTÓRIAS DE POETAS
Moisés Lopes Sesión, poeta dos versos jocosos e fesceninos, conhecido como "O Bocage do Rio Grande do Norte", era um boêmio autêntico. Certo dia, encontrando-se embriagado pelas ruas da cidade, foi convidado por um certo cabo de polícia para dormir na cadeia. Naquela hora vinha chegando o delegado que era seu amigo e, por se tratar de um homem de bem, popular e muito bem relacionado na cidade, deu ordem ao policial para relaxar a prisão. Foi o bastante para Sesión produzir os seguintes versos:
Sargento as suas divisas
Deus terá de protegê-las.
Dos braços irão para os ombros
E aí serão estrelas.
E Deus há de me dar vida
para que eu possa vê-las.
O cabo que aí está
Nunca será um tenente.
O galão que ele terá
É um galão diferente:
É um pau com duas latas,
- Uma atrás, outra na frente.
Chico Traíra era poeta cordelista, cantador de viola dos melhores do Nordeste. Era tido como assuense, mas era natural de Ipanguaçu, nascido no Sítio Pau de Jucá, ainda quando Ipanguaçu era um pequeno povoado chamado Sacramento. Pois bem, viajando em cima da corroceria de um caminhão, de Natal com destino a cidade de Macau (RN), em companhia do seu colega Patativa também renomado poeta cordelista potiguar, este reclamava a viagem de muitos tropeços, dizendo: "Eu acho que nossa viagem não vai ser muito sublime"! "Chico pegou na deixa, versejando de tal modo:
Se o colega não está
Achando a viagem boa
Você é pássaro, eu sou peixe
Eu mergulho e você voa
Você volta para o ninho
Eu volto a minha lagoa.
sábado, 8 de novembro de 2008
DEDICATÓRIA
Natal, 05.05.06
COMENTÁRIOS
(O comentário referenciado acima, datado de 7 de novembro, é de Cinara de Medeiros Marinho Andrade, que mora há mais de duas décadas no Canadá. Mas nunca esqueceu as suas origens de potiguar, com raízes em Natal, Assu, Ipanguaçu, Goianinha. Cinara é também da família Lins Caldas (do poeta João Lins Caldas). O Moacir que ela se refere, era natural do Assu, seu tio pelo lado materno, um dos maiores poetas do Rio Grande do Norte, bem como um dos maiores da propaganda moderna no Brasil. Foi ele (já contei aqui neste blog), o pioneiro do Marketing político no Brasil. Ele deixou de poetar ainda jovem, para se tornar empresário no Rio de Janeiro. Faleceu aos 87 anos de idade naquela capital carioca, no última dia 4 de outubro. Neste blog já fiz comentários sobre o cidãdo e o poeta João Moacir de Medeiros). Fica o registro e a saudade! Obrigado Cinara pelo elogio ao meu trabalho. Abraços a todos vocês.
POESIA
Como a vida é transitória e boa!
Ontem, eu chorava,
Quando os barcos de papel
Que eu atirava,
Mergulhavam nas águas da lagoa.
Hoje, é o contrário:
Extingo os meus escolhos,
Mergulhando os meus olhos de poeta,
No lago verde
Dos teus lindos olhos.
Renato Caldas
(Transcrito do seu livro intitulado Fulô do Mato, segunda edição)
POESIA
Por ti, velho ideal dos meus sonhares,
Muitos me maldizem e me despresam.
Chamam-me louco, e as coisas que que eles presam
São outras coisas que não são teus lares...
Que importa a mim o mal desses olhares.
A praga dessas boucas que não rezam?
Cruz ou consolo, os sonhos que me pesam
Serão meus companheiros seculares...
Mal grado as tempestades que conheço,
O meu prazer não revelado e pouco,
As injúrias que sofro nesta lida,
És tu o sonho por quem vivo e cresço...
Que eu seja eternamente eterno louco
E nunca deixe de sonhar na vida!
João Lins Caldas
Assú, 8.8.1909
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
POEMA
Da ilusão do teu consolo.
Do teu querer, do teu amor
Azul é o solo!
Eu poeta e sonhador,
Fibra por fibra hoje descolo
O beijo teu, do teu rigor...
O beijo colo!
O lírio d´alma no teu colo,
Descolo o lábio do rigor...
O beijo colo!
João Lins Caldas
domingo, 2 de novembro de 2008
IMEIOS (COMENTÁRIOS) RECEBIDOS
Grato pela generoza citação dos meus textos no seu blog. Muito me ufana o seu estímulo e a sua amizade. Disponha sempre e fique com o meu fraternal abraço.
Valério Mesquita
Conselheiro do Tribunal de Contas (RN)
30.10.2008
Parabéns a Fernando Caldas, pela iniciativa de divulgar os poetas e poetizas da nossa Assu.
Amariacaldas
22.10.2008
A Cada acessada em seu blog me sinto culturalmente alimentado... parabéns pelo seu blog Fanfa.
thiagomoura
30.10.2008
POESIA
RELÍQUIA DA POLÍTICA ASSUENSE II
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
IGREJA MATRIZ DE ASSU
Fernando Caldas
domingo, 26 de outubro de 2008
JORGE FERNANDES, O POTIGUAR PRECURSOR DO MODERNISMO
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
VALÉRIO MESQUITA, DE "SEU MESQUITA"
O escritor potiguar de Macaíba chamado Valério Mesquita é um dos bons autores do Estado. Ele têm diversos livros publicados. Será que é a toa que ele é membro da Academia Potiguar de Letras? Por sinal, com muita honra, ele é quem faz a apresentação do livro sob o título "Renato Caldas, de Cabo a Rabo" (Poeta de Fulô do Mato), organizado por Fernando Caldas (autor deste Blog) que em breve será publicado. O referido livro de Renato é feito de suas poesias (algumas inéditas), seus causos, suas estórias e ditos espirituosos, além de contar a sua fantástica trajetória como "romântico caminheiro", conhecendo o Brasil de ponta a ponta. Pois bem, Valério no final deste mês, publica a segunda edição do seu livro intitulado "Poucas e Boas", que vem mais rico em estórias pitorescas "de Macaíba de Seu Mesquita e Adjacências", no seu próprio dizer. Deleitamo-nos com algumas estórias que está no volume referenciado acima, que transcrevo adiante:
1) A imagem que a memória nos desenvolve do saudoso ex-deputado Asclepíades Fernandes é a daquele homem taciturno, de baixa estatura, bigode crespo que escondia e parecia ser o responsável pelos seus longos silêncios. Mas, o equipamento facial inatingível era o cigarro, que nele assumia o aspecto de instituição permanente ou do próprio dogma constitucional. Certa vez, deputado oposicionista, adentrando atrasado no plenário da Assembléia, no auge de uma importante votação, é inopidamente interpelado pelo presidente: "Sim ou não, deputado Asclepíades?". Ainda de pé, sem tirar o cigarro da boca, nem entender os sinais de socorro dos companheiros, virou-se para proferir as mais longas palavras da sua legislatura: "Totalmente não!". O pior é que era SIM. Azar dos diabos. 2) Neto Correia passou-me essa do ex-prefeito de Cerro-Corá, o famoso Zé Amaro. Fã do futebol. Zé Amaro foi assistir o clássico ABC x América, que decidia o campeonato potiguar. O Machadão estava repleto e ao redor, centenas de veículos. Homem do interior, precavido, foi logo imaginando abrigar o seu veículo em lugar seguro. Viu a caixa d´água do estádio como ponto de visível referência e lá estacionou. Durante o jogo, tomou umas e outras, reencontrou amigos e andou pelas gerais e arquibancadas. Findo o jogo, na saída do estádio desorientou-se. Não viu a caixa d´água, o ponto de orientação. Rodou para direita, para a esquerda: nada. Enfim, estava só e desesperado. Um popular que esperava um coletivo, vendo a sua impaciência indaga o que se passa: "Sei não rapaz, que tenham levado o meu carro até que eu acredito mas com a caixa d´água e tudo eu estou em dúvida".
terça-feira, 21 de outubro de 2008
RELÍQUIA DA POLÍTICA ASSUENSE I
"O amigo da onça".
Propaganda eleitoral de Walter de Sá Leitão quando disputou a prefeitura do Assu, contra Maria Olímpía Neves de Oliveira (Maroquinhas), em 1962. Walter (ele era meu padrinho e tio afim) perdeu por 428 votos. Foi uma campanha das mais tensas e intensas da terra da terra assuense. Walter tinha o apelido de "Golinha" e Maria Olímpia era chamada na política local de "A Onça".
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
O POETA CALDAS
domingo, 19 de outubro de 2008
WALFLAN DE QUEIROZ, O POETA MÍSTICO
Que comoveu a alma de Francesca de Rimini.
Fui monge, amei a virgem.
Fui marinheiro, estive no oriente.
Mais tarde, pertenci ao grupo dos poetas malditos
E escrevi o meu último poema para uma menina espanhola.
(Fernando Caldas)
UM POETA BOÊMIO DO ASSU
Perdido sobre o peito dolorido,
Bem demonstra o pesar e o sofrimento
De um desgraçado e de um desiludido.
Este meu vago olhar amortecido
São os sinais amargos do tormento
Da vida indesejável de um perdido
Afogando num cálice de aguardente
A dor que faz meu peito pensar?
E no vício morrendo lentamente
Fazendo assim o enterro de mim mesmo.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
POESIA
O município do Assu (minha terra natal querida) completa hoje 163 anos de emancipação política, de Vila Nova da Princesa a cidade de Assu. Nada justo do que homenageá-la nas palavras do grande bardo das letras assuenses, norte-rio-grandenses e porque não dizer brasileiras, chamado João Lins Caldas que, em homenagem a terra que escolheu para viver até os últimos dias de sua vida, escreveu o poema, datado de 17 de abril de 1967 (poucos dias antes de falecer), conforme abaixo transcrito, sob o título "Índio Janduí" (os primeiros habitantes da Ribeira do Assu), que veremos para o nosso deleite:
Sou Janduí, sou da taba,
Meu patrimônio ele só,
Riqueza que não se acaba,
Tem a várzea e o piató
Peixe, banho de lagoa
Riqueza que se conta mais
Bem vastos carnaubais.
Filho da terra dileta
O bravo de Curuzu
Nosso, um destino poeta,
Grandeza que é mesmo o Açu.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
UM GIGANTE DA PROPAGANDA BRASILEIRA
terça-feira, 7 de outubro de 2008
RÁDIO AMADOR SALVOU O VALE DO ASSU
Naquele tempo, Nilo Fonseca brincava com o rádio amador montado em sua casa como hoje os jovens usam as salas de bate-papo na internet. Desde 1961, discava uma chamada geral a espera de uma semana vinda de alguma parte do Brasil ou estrangeiro. Filho de Assu, durante a enchente Nilo procurou notícias de sua cidade. A resposta (ou câmbio) veio do primo assuense Tarcísio Amorim. Junto, o pedido alarmante de socorro. "Pediram-me para entrar em contato com o governador", lembra. Nos 20 dias seguintes, Aluízio Alves batia a porta da casa de Nilo Fonseca para comunicar o despacho do dia.
"Acordava cedo todo dia para arrumar a casa e preparar o cafezinho para o pessoal. Aluízio chegava acompanhado do Chefe da Casa Civil, Agnelo Alves e outros secretários". A comunicação direta de Aluízio em Assu era com o coronel Leão, então secretário de agricultura do governo. "O coronel pediu urgência da Sudene no envio de mantimentos. Aluízio disse que iria tentar. Quando avisei da possibilidade do contato pelo rádio amador ele ficou admirado. E quando o superintendente da Sudene, general Albuquerque Lima respondeu a chamada. Aluízio quase cai pra trás sem acreditar", recorda Nilo.
Estupefato com o alcance e importância do rádio amador, Aluízio Alves interligou o prefixo da rádio à transmissão da Rádio Cabugi. Diariamente grande parte do estado tomava conhecimento das providências tomadas pelo governo estadual. Essa ferramenta poderosa de comunicação logo despertou a atenção do alto comando militar. "O general da guarnição de Natal (situado onde hoje está o Museu Câmara Cascudo) chamou-me para entregar as conversações diárias feitas por Aluízio. Todos os dias às 17h entregava a fita ao general. Era a ditadura".
Nilo Fonseca lembra indignado da ira do general ao saber do envolvimento do arcebispo dom Eugênio Araújo Sales na ajuda às vítimas. Dom Eugênio havia conseguido um comboio para transportar toneladas de mantimentos até Angicos e de lá até Assu, por caminhões. "O general disse: "Até esse padre está metido nisso". O general dizia que tudo tinha de passar por ele". E concluiu: "Foi um período gratificante. Pude ajudar de alguma forma o povo de minha cidade. Um ano depois fui um dos ilustres da Festa das Personalidade, promovida por Paulo Macedo todos os anos no Aeroclube".
(Transcrito do jornal Diário de Natal, caderno Cidades, 13 de abril de 2008).
Do blog: Nilo Fonseca referenciado no artigo acima, é filho do médico Ezequiel Fonseca, que foi intendente do município do Assu, na década de trinta e depois deputado Estadual, chegando a presidir a Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte que também era o eventual vice-governador do estado por força do cargo de presidente do legislativo estadual.
domingo, 5 de outubro de 2008
SAUDADES DO GRANDE ODILON
Jurandyr Navarro, em seu, "Rio Grande do Norte - Oradores (1889-2000)" destacou dois dos seus pronunciamentos, na Câmara dos Deputados, onde representou o Rio Grande do Norte, com brilhantismo e talento.. Intelectual, culto, orador fluente. Em 1964, discordou do movimento militar que derrubou o presidente Jango, filiando-se ao MDB, com a extinção dos partidos, no governo Castelo Branco, logo após as eleições diretas de 1965, para escolha dos governadores estaduais.
Nesse mesmo ano, em novembro, discursou sobre o autor de "Eu e Outras Poesias", "eis aí um homem que, exercitando a poesia, dilatou a linha da morte até a ilimitação da eternidade. Para quem a vida, através do ato de criação poética, não foi senão uma forma de iludir a morte"
Odilon tinha uma excelente cultura literária. Conhecia com profundidade, não somente a vida e a obra do poeta, nascido no engenho "Pau d'árco", mas, também de um outro seu conterrâneo que se notabilzou como romancista do chamado ciclo da cana-de-açucar, o escritor José Lins do Rêgo. Amigo e conhecedor da obra de Gilberto Freire, certa feita, levou-me à residência do autor de "Casa Grande e Senzala", em epipucos, no Recife.
Tinha sido, em 1945, um dos que lutaram ao lado de Gilberto Freire, naquela cidade, contra o Estado Novo e a ditadura de Vargas, um dos líderes da campanha que o elegeu, constituinte no mesmo ano. Aliás, Gilberto Freire, queria que o candidato fosse Odilon, que abriu mão da disputa, dizendo: "Mestre, este lugar, por merecimento, é seu".
O discurso sobre Augusto dos Anjos tem forma de aula, de lição, sobre a obra e vida do poeta que ele chamou "Filho do carbono e do amaníaco que soube retirar dos forjos do seu gênio, o esplendor imperecível de palavras que viverão para sempre. Pois todo aquele que ouvir os versos de Augusto estará assegurando ao poeta a vida eterna".
Sou de uma geração que recitou Augusto dos Anjos, "ninguém, assistiu ao formidável enterro da tua última quimera"... ou "meu coração tem catedrais imensas" um dos seus instantes raros de lirismo.
Em 1965, em plena ditadura, o Congresso violentado com as cassações, fez um discurso em defesa do legislativo, da democracia e das liberdades constitucionais. Ocupou a tribuna para dizer solenemente que estava contra as emendas constitucionais enviadas pelo governo militar, do marechal Castelo Branco e fazia tal declaração, sem o propósito de desaforo, sem bravata, mas, solenemente, com a solenidade dos que aprenderam que a história caminha inexoravelmente em direção da liberdade, dizendo a esta casa, que eu, como representante do povo brasileiro, não posso e não devo concordar com as emendas enviadas pelo poder executivo, recuar, ceder, contraporizar, capitular; esta Casa foi feita antes de tudo para resistir e defender os direitos sagrados do povo".
Era difícil e raro, naquela época, encontrar homens do quilate de um Odilon Ribeiro Coutinho, sem medo, sem baixar a cabeça aos donos do poder, aos que tinham nas mãos as armas para destruir sua carreira que se iniciava, no primeiro mandato parlamentar,
Nesse pronunciamento histórico, ele citou Vevinson, a respeito da perda da liberdade: "nós costumamos perder a liberdade, como costumamos perder o amor. A luta pela liberdade e o amor, não termina nunca... e , finalizou de forma belíssima, como uma premonição. Quando a noite vier, estaremos lembrados das palavras de Maritain, quando os alemães invadiram a sua doce França: "A noite pode ser longa; a noite pode ser negra. Por mais longa e negra que seja ela caminha sempre inevitavelmente para a aurora".
Saudades, do grande Odilon.
Ticiano Duarte (jornalista)
(Transcrito do Jornal de Hoje, 1 de outubro de 2008)
(Eu tive o privilégio de ter conhecido e ouvido nas concentrações públicas, os brilhantes discursos de Odilon Ribeiro Coutinho. Certa vez, nos idos de setenta, no início da minha juventude ouvi logo após um comício que se realizara naquela terra assuense , Odilon contar um pouco da sua trajetória política. Tribuno da melhor qualidade. Fraçois Silvestre (um entusiasta de Odilon), depõe que o discursos de Odilon é "um estudo de sociologia").
Fernando Caldas.
terça-feira, 12 de agosto de 2008
"O POPULAR E A ARTE DE FAZER VERSOS"
O que é o canto senão, a exteriorização de um sentimento nascido do estado da alma! Essa, por exemplo, vem de longe. Quem canta seus males espanta. Pois é, sabe-se que homem primitivo soltava seus grunhidos para comemorar os feitos. No período Neolítico já solfejava cantando, acompanhados por instrumentos musicais.
Os egípiçios do Médio Império incluíam canções e poemas dedicados a assuntos da natureza, da vida e da morte para celebrar os mistérios de Osíris e a passagem dos mortos desta vida para o além.
Na Roma do século de Augusto, sob o patrocínio imperial, a literatura latina viveu um dos seus grandes momentos de esplendor. Era a fase das declamações públicas e dos desafios. Da mesma maneira que os antigos gregos faziam no Canto Amebeu.
Séculos e séculos de inspirações e cantos, levando-se em consideração as diversificadas formas instrumentais, como a cítara, o violão, depois a viola. E o cantador nordestino. É a reminiscência do aedo grego Orfeu, cantando ao som de sua lira; do minnesanger (cantor do amor) alemão, Walter de Vogelweide, na idade Média; da poética árabe, que atingiu prestígio com Tarefa e suas picantes sátiras; e vai por aí percorrendo mundo a fora.
Mas, foi no Nordeste do Brasil que o cordel europeu e a cantoria de viola encontraram ambiente propício ao seu desenvolvimento. Uma região de criatório de gado e cantares regionais. A esse respeito falou Miguel Torga: "É mais um povo que pelos séculos dos séculos terá de arrastar um destino próprio, a fazer milagres da pobreza do chão, das vogais da língua, do lirismo da alma".
O século XIX foi pródigo para com a poética popular nordestina, quando milhares de folhetos foram editados e vendidos, inclusive para o sul do Páis.
Os mais antigos eram escritos em quadra e chamava-se verso de quatro pés. Alguns estudiosos do cordel atribuem ao poeta paraibano Silvino de Parauá de Lima (1848-1913) a introdução da sextilha no folheto para melhorar expandir a idéia. O pioneirismo do romance em verso, uma beleza do Romano do Teixeira e Inácio da Catingueira, atribui-se a José Galdino da Silva (Zé Duda), numa versão de uma novela extraída das jornadas do Decameron chamada de "D. Genevra". O mais importante folhetista dessa época foi paraibano Leandro Gomes de Barros (1865-1918). Alcançou prestígio e fama com uma produção de folhetos editados e reeditados, conseguindo grande número de leitores e admiradores, na chamada fase de ouro dos folhetos populares nas feiras nordestinas. Suas obras são verdadeiros clássicos da poética popular brasileira, entre as quais podemos citar: A Donzela Teodora, O Reino da Pedra Fina, Canção de Fogo, O Marco Brasileiro, Os Mártires de Veneza. Existe outro poeta popular tão importante quanto Leandro Gomes. Trata-se de Agostinho Nunes da Costa (1797-1858), respeitado glosador, e tido como precursor da poesia popular nordestina da famosa Escola do Teixeira (PB).
Enfim, precisamos compreender a grande contribuição da tradição popular nordestina a renomados compositores, com a valiosa produção, inserida no cancioneiro nacional, do nível de Chiquinha Gonzaga, Donga, Ismael Silva, Ari Barroso, Noel Rosa, Lamartine Babo, Mário Lago, Adoniram Barbosa, Pixinguinha, Vinícius de Morais, Dorival Caymmi, e outros mais, leitores do cancioneiro popular, da velha guarda consagrada, lembrados ainda hoje, fazendo muito sucesso no mundo da Música Popular Brasileira."
Severino Vicente
Pesquisador e Sócio do IHGRN
(Transcrito do Jornal de Hoje, de Natal, 3.7.2008)
sábado, 2 de agosto de 2008
NATAL É ESCOLHIDA COMO MELHOR DESTINO TURÍSTICO DO BRASIL
A informação foi dada pelo presidente da Aviesp, Willian José Périco, ao secretário de Turismo de Natal, Fernando Bezerril. Ainda será marcada a data para entrega da premição a Natal, que alcançoiu a pontuação nove entre os associados da Aviesp.
Segundo Fernando Bezerril, a premiação faz jus ao trabalho desenvolvido na divulgação de Natal, através da Secretária de Turismo, em todos os eventos promocionais realizados no País e até no exterior. Além disso, aponta a realização do "Natal em Natal".
A Aviesp é a mais poderosa entidade de turismo do interior de São Paulo que é o maior órgão emisor de turistas para Natal e porque reúne os agentes de viagens daquele Estado e promove anualmente durante o mes de abril a Aviestur que reúne os agentes de viagens de todo o País.
Sete Maravilhas
Recentemente, o forte dos Reis Magos ganhou o concurso da revista CAaas - Sete Maravilhas do Brasil. O comunicado oficial também foi feito ao secretário de turismo, Fernando Bezerril, que recebeu o prêmio de Caras, em nome da Prefeitura de Natal, no Salão de Turismo realizado em junho no Parque Anhembi, em São Paulo.
(Transcrito do jornal Tribuna do Norte, de Natal, edição de 1 de agosto de 2008)
De: Assu Antigo E QUEM SE LEMBRA DA FORMAÇÃO DO GRUPO DOS 11, DO ASSU Era 1963, tempo efervescebte no Brasil, o presidente João Goulart (Ja...
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Um dos princípios que orientam as decisões que tratam de direito do consumidor é a força obrigatória dos contratos (derivada do conceito de ...