Ilustração de Lúcia Caldas
AQUELE
O filho de Deus tinha tudo de todas as plenitudes
Fazia suavemente os milagres todo de Sua graça.
Viam os cegos, os mortos ressuscitavam, curavam-se todos os enfermos.
E os passos sobre as águas, à Sua vóz o domínio de todas as ondas e de todas as tempestades.
Dobravam-se todos os ventos, sossegadas e mansas todas as águas.
Mas, o filho de Deus não tinha onde repousar a cabeça.
João Lins Caldas
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domingo, 11 de outubro de 2009
RENATO CALDAS
O poeta matuto Renato Caldas na sua modesta casa da praça Pedro Velho, 74, da cidade de Assu-RN.
Cuma o tempo tá mudado!
Quem fui eu, quem hoje sô?!
Cuma tô dispilorado...
Tô qui nem carro quebrado,
Sem boiáda e tangedô.
Renato Caldas
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Cuma o tempo tá mudado!
Quem fui eu, quem hoje sô?!
Cuma tô dispilorado...
Tô qui nem carro quebrado,
Sem boiáda e tangedô.
Renato Caldas
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ASSUFOLIA
ASSUFOLIA é o mair evento (carnaval fora de época) do interior do Estado potiguar. Nasceu da coragem e do espírito festeiro de dois assuenses chamados Astênio e Elizabhet Tinôco (meus amigos). Aquela festa popular se inicia no dia do aniversário de emancipação daquele município polo de muita importância na economia e nas letras e na vida social do Rio Grande do Norte. São três dias de festa mesmo, 16, 17 e dezoito de outubro. Este ano o Assufolia apresenta três famosas bandas baianas como JAMMIL, BABADO NOVO E ARAKETU. Que cidade festeira. É como já disse o ex-governador Geraldo Melo: "Quer festa? Vá pro Assu que lá tem todo dia!"
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sábado, 10 de outubro de 2009
IGREJA DA VELHA CIDADE DE SÃO RAFAEL-RN
FOTOGRAFIA: ARQUIVO DO BLOG PÁGINA R
Esta igreja está submersa pelas águas da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, de Assu-RN.
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Esta igreja está submersa pelas águas da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, de Assu-RN.
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AMÉRICO MACEDO
Américo Macedo (1887-1948) era funcionário público municipal da prefeitura do Assu por onde se aposentou. Poeta sonetista da velha guarda, de tradicional família assuense (os Soares de Macedo de linhagem portuguesa dos Açores).Colaboru literariamente em jornais e revistas da sua terra natal como A Semana. Ainda no início da sua juventude vendeu quase todo o seu patrimônio com a sua vida boêmia. O antologista Ezequiel Fonseca Filho depõe que os versos daquele bardo que engrandece as letras potiguares, "tem o travo de uma revolta íntima." E um dia, melancólico, descrente dos amores que já teve outrora, escreveu os versos (que eu não sei a epígrafe) conforme adiante transcritos:
Parto descrente, pela estrada afora
Desta existência, desfolhando as flores
Da ilusão, da eperança e dos amores,
Sim! dos amores que eu já tive outrora!
Essa tristeza que me invade agora
Tem da saudade as luantes cores,
E tu, Mulher, por quem padeço dores
Não dás a esmola que minh"alma implora!
Ingrata, ao menos, vem ouvir as queixas
De um coração que sem amor tu deixas
A flutuar nos mares da aflição...
Parto descrente, e se te amar for crime
Esta minh"alma que a saudade oprime
Volta a pedir-te o sírio do perdão!...
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quinta-feira, 8 de outubro de 2009
AÇU - FUTEBOL DE SALÃO
Esta seleção (fotografia acima) de futsal que eu prefiro chamar futebol de salão, era a seleção de Açu no começo da década de setenta. Em pé: Anchieta, Gão e Galêgo de Selé (Chiaba). Agachados: Barrá e Leleto.Por sinal visitando os bloga de Juscelino França e de Aluízio Lacerda deparei-me com uma matéria onde Aluízio (meu ex-colega como funcionário comissionado da Assembléia Legislativa) recordando figuras da terra assuense como Chaguinha Pinheiro, Juninho, Cacau, Itinho de Souza (filhos de Chico de Ernesto).Leleto, dentre outros, lembrei-me de prestar uma homenagem ao nosso conterrâneo Welington Nogueira de Melo (Leleto) que se encontra hosspitalizado no Hospital São Lucas, de Natal, lutando contra a morte. Leleto, assuense de boa cepa (de quem eu guardo boas recordações jogando nas quadras do Ibiapina e da AABB), na posição de lateral esquerda. Leleo hoje, se jovem fosse e quisesse se profissionalizar como jogador, certamente estaria jogando num dos grandes clubes de futsal da terra brasileira. Ele, Leleto, é funcionário aposentado do Banco do Brasil. Naquela casa bancária trabalhou primeiramente na agência de sua terra natal - Assu, de onde saiu ainda jovem para trabalhar como gerente de uma certa agência do interior do Estado potiguar e depois em Natal. Rezemos, portanto, pelo seu restabelecimento.
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PATATIVA DO ASSARÉ NO ASSU
Em 1995 a convite do empresário Manuel Dantas (da empresa de fruticultura FRUNORTE), o afamado poeta cearense Patativa do Assaré esteve na cidade de Assu onde foi recebido por funcionários daquela empresa e várias autoridades locais. Na fotografia, esquerda para direita vejamos o contabilista Cornélio Soares, além dos vereadores da Câmara Municipal do Assu Nelson Inácio dos Santos Jr., Carlos Alberto Bezerra e o radialista Edmilson da Silva. Naquela ocasião Patativa fez elogios ao poeta assunse Renato Caldas. Vejamos o poema deste grande bardo da literatura popular brasileira, intitulado O Poeta da Roça, que diz assim:
Sou fio das matas, cantadô mão grossa,
Trabáio na roça, de inverno e de estio.
A minha choupana é tapada de barro,
Se fumo cigarro de páia de mio.
Sou fio das matas, cantadô mão grossa,
Trabáio na roça, de inverno e de estio.
A minha choupana é tapada de barro,
Se fumo cigarro de páia de mio.
Sou poeta das brenha, não faço papé
De argum menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.
Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estudá.
Meu verso rastêro, singelo e sem graça.
Não entra na praça, no rico salão.
Meu verso só canta no campo e na roça
Nas pobres paióça, da serra ao sertão.
Só canto o buliço da vida apertada,
Da lida pesada, da roça e do eito.
E ás vez, recordando a feliz mocidade,
Canta uma sodade que mora em meu peito.
Eu canto o cabôco com suas caçada,
Nas noite assombrada que tudo apavora,
Por dentro da mata, com tanta corage
Topando a visage chamada caipora.
Eu canto o vaquêro vestido de côro,
Brigando com o tôro no mato fechado,
Que pega na ponta do brabo navio,
Ganhando lugio do dono do gado.
Eu canto o mendigo de sujo farrapo,
Coberto de trapo e mochila na mão,
Que chora pedindo o socorro dos home
E tomba de fome, sem casa e sem pão.
E assim, sem cobiça dos cofre luzente,
Eu vivo contente e feliz com a sorte,
Morando no campo, sem vê a cidade,
Cantando as verdade das coisa do norte.
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De argum menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.
Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estudá.
Meu verso rastêro, singelo e sem graça.
Não entra na praça, no rico salão.
Meu verso só canta no campo e na roça
Nas pobres paióça, da serra ao sertão.
Só canto o buliço da vida apertada,
Da lida pesada, da roça e do eito.
E ás vez, recordando a feliz mocidade,
Canta uma sodade que mora em meu peito.
Eu canto o cabôco com suas caçada,
Nas noite assombrada que tudo apavora,
Por dentro da mata, com tanta corage
Topando a visage chamada caipora.
Eu canto o vaquêro vestido de côro,
Brigando com o tôro no mato fechado,
Que pega na ponta do brabo navio,
Ganhando lugio do dono do gado.
Eu canto o mendigo de sujo farrapo,
Coberto de trapo e mochila na mão,
Que chora pedindo o socorro dos home
E tomba de fome, sem casa e sem pão.
E assim, sem cobiça dos cofre luzente,
Eu vivo contente e feliz com a sorte,
Morando no campo, sem vê a cidade,
Cantando as verdade das coisa do norte.
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quarta-feira, 7 de outubro de 2009
BANCO DO BRASIL DE ASSU-RN
Vejamos o primeiro prédio onde funcionou primeiramente na década de quarenta, a agência do Banco do Brasil de Assu. Na foto vejamos também alguns clientes e funcionários daquela primeira casa bancária do Assu.Aquele prédio ainda hoje existente com algumas modificações, funcionou também durante muito tempo, o armazém de Dezinho (já falecido) pessoa abastarda e muito conhecida naquela cidade. O referido imóvel fica esquina com o antigo prédio onde funcionaou o Cine Theatro Pedro Amorim, na praça Getúlio Vargas.
(Clique na imagem para melhor visualisar).
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AINDA SOBRE ABRAÃO DO ASSU
Já falei aqui neste blog sobre o folclórico cabo eleitoral Abraão Ambrósio de Andrade. Ele era funcionário da prefeitura e trabalhava nas obras de calçamento que a prefeitura do Assu realizava. Nas eleições de 1968 foi candidato a vereador quando Costa Leitão disputou contra João Batista Montenegro a prefeitura do Assu. Pois bem, na década de sessenta a Fundação SESP, tinha um programa em convênio com aquela prefeitura para fabricar privadas (vaso sanitário pré-moldados de cimento) para distribuir as pessoas carentes daquele município. Uma certa senhora sabendo da candidatura de Abraão para vereador, procurou aquele candidato dizendo assim: "Seu Abraão, se o senhor me arranjar uma privada ainda hoje e mandar sentar no banheiro da minha casa, além de lhe dar o voto eu lhe dou uma coisa que você vai gostar muito". Abraão abriu um sorriso e ligeirinho mandou entregar e colocar a privada (vaso sanitário pré-moldado) na casa daquela senhora que, dias depois apareceu na prefeitura para cumprir o prometido. Ao se encontrar com Abraão abriu a bolsa tira-colo, puxando uma gorda galinha, dizendo assim para frustração daquele funcionário e candidato: "pronto seu Abraão! Está taqui o prometido. Sou mulher de palavra!" Abraão deu o troco: "Minha senhora, não sei qual das duas galinhas a mais sem futuro".
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terça-feira, 6 de outubro de 2009
POESIA MATUTA
VAQUEIRO - Arte de Lúcia Caldas. Lúcia é da família Caldas do Assu, residente no Rio de Janeiro, sua terra natal.
VAQUEIROS
Por Renato Caldas
Vaqueiros da minha terra!!
Subindo e descendo serra,
Muntado em seu alazão...
Num intrincheirado de espinho,
sem verêda e sem caminho,
Cum os óios presos no chão!
Precura a rez tresviada...
Pra onde foi? In que aguáda
Terá ela ido bebê?...
- Grande mistério da vida!
Eu tenho uma rez perdida...
Qui nunca mais hei de vê...
Seu nome, era mocidade!
Deixô uma cria: - a Sodade,
No currá do coração...
Eu, muitas vezes campeio,
Num cavalo, magro e feio
Que eu chamo Rescordação.
- Nas noites inluaradas
Oiço rolá nas quebradas,
"O luar do meu sertão"...
É CATULO - véio de guerra!
Subindo e descendo serra
No seu cavalo alazão...
- Vaqueiros da minha terra!
Bandeiras do meu sertão.
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VAQUEIROS
Por Renato Caldas
Vaqueiros da minha terra!!
Subindo e descendo serra,
Muntado em seu alazão...
Num intrincheirado de espinho,
sem verêda e sem caminho,
Cum os óios presos no chão!
Precura a rez tresviada...
Pra onde foi? In que aguáda
Terá ela ido bebê?...
- Grande mistério da vida!
Eu tenho uma rez perdida...
Qui nunca mais hei de vê...
Seu nome, era mocidade!
Deixô uma cria: - a Sodade,
No currá do coração...
Eu, muitas vezes campeio,
Num cavalo, magro e feio
Que eu chamo Rescordação.
- Nas noites inluaradas
Oiço rolá nas quebradas,
"O luar do meu sertão"...
É CATULO - véio de guerra!
Subindo e descendo serra
No seu cavalo alazão...
- Vaqueiros da minha terra!
Bandeiras do meu sertão.
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APARECIDA
Arte do artista plástico assuense Renato de Melo Medeiros.
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segunda-feira, 5 de outubro de 2009
ESTÓRIA DA HISTÓRIA - SUCESSÃO GOVERNAMENTAIS TRAUMÁTICA A COMEÇAR DA PRIMEIRA: JOSÉ VARELA
Por Agnelo Alves
Acompanho, desde 1950, todas as sucessões governamentais do Rio Grande do Norte, mas não me habilito a fazer comparações entre elas, exceto, quanto a uma afirmação que faço com absoluta convicção: Todas elas foram traumáticas, a partir da primeira, a do governador José Valrela, do PSD.
UDN e Varela se namoravam. O PSD morria de ciúme. A UDN vinha de duas mal sucedidas campanhas eleitorias. A do brigadeiro Eduardo Gomes, em 1945 e a primeira governamental, quando perdera para o próprio José Varela, do PSD, ocasião em que os udenistas fizeram acordo com Café Filho e apoiaram, em 1947, a candidatura do "cafeísta" Floriano Cavalvalcante, contra Varela.
Como ir para a terceira campanha sem perspectivas? No plano nacional, a campanha do brigadeiro Eduardo Gomes, visando à candidatura presidencial, não atraía. E em Natal, sofria uma regeição injusta. Era preciso uma aprossimação com o PSD, pois "ninguém é de ferro". Mas o PSD não queria. Por que repartir o bolo que não dava para todos? Não, em termos, porque o governador topava o acordo. E de conversa em conversa, chegou-se ao nome de Manoel Varela de Albuquerque, líder do primo e do governador José Varela, na Assembléia Legislativa. O PSD reagia sob o comando do senador Georgino Avelino, apoiado pela maioria do partido. João Câmara, industrial, que uniria sem questionamento, morrera. O nome teria que ser, com todos os traumas, o de Manoel Varela de Albuquerque, primo-irmão do governador.
Mas, na UDN, uma voz ponderável, surgia entre silêncios que apoiavam a voz autorizada do ex-prefeito de Mossoró, Dix-sep Rosado. Aceitava qualquer nome do PSD. Menos o de Manoel Varela de Albuquerque. Aceitava, inclusive, o nome do outro primo do governador José Varela, também Manoel Varela, mas, em vez de ser de Albuquerque, era Santiago.
Nesse sentido, Dix-sept Rosado foi na nossa casa, na Deodora da Fonseca, conversar com Aluízio Alves. Antes a perpectiva de chegar outra pessoa. os dois, saíram para conversar na rua. A Deoadora não era pavimentada no trecho de nossa casa. Acompanhei as idas e vindas, entre buracos, dos dois. Dix-sept, de calça de mescla e camisa cáqui. Aluízio de calça branca e camisa de mangas cumpridas, também branca.
Na volta da conversa, Dix-sept Rosado entrou no seu carro, acenou para mim e Aluízio e dali mesmo seguiu para Mossoró, segundo anunciou. Aluízio estava vesivelmente feliz. Gostava e admirava Dix-sept. Botou a gravata e o paletó e foi conversar com José Varela que aceitou, de imediato, a troca entre os dois primos, de Albuquerque pelo Santiago.
O deputado mossoroense, Walter Fonseca, "pemedebista", entretanto, era contra a troca. Foi para o rádio da polícia no Palácio Potengi, mandou chamar Gabriel Varela em Mossoró, irmão do governador, dizendo que "a solução proposta por Dix-sept através de Aluíxio, era o fim do PSD". A vitória seria da UDN mossoroense. Gabriel mandou chamar o irmão governador e disse que os udenistas mossoroenses estavam fazendo a festa. José Varela, então, reagiu. O nome seria Manoel Varela de Albuquerque mesmo e não Santiago.
Gergino mandou a reação no PSD. O senador, hospedava-se na própria Vila Potiguar, residência oficial do governador, na praça Pesdro Velho, retirou-se da sala junto com a maioria do PSD. Apanhei a sua mala no quarto e atravessou a praça. Na casa de Gentil Ferreira de Souza, no terraço que os udenistas chamavam de "placa", todos acompanhavam o movimento na Vila Potiguar, em frente. Vibraram e comemoraram, quando viram Georgino fazendo a travessia da praça a pé.
Os candidatos foram Manoel Varela de Albuquerque e Dix-sept Rosado. Ganhou Dix-sept Rosado que catalisou, ainda, o apoio de Getúlio Vargas e de Café Filho. Mas, Dix-sept morreu meses depois, em desastre aéreo. Assumiu Sílvio Pedrosa, do PSD, cuja sucessão teve lances traumáticos, com rompimentos lado a lado.
(Transcrito do jornal Tribuna do Norte, de Natal, edição de 4.10.2009)
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Acompanho, desde 1950, todas as sucessões governamentais do Rio Grande do Norte, mas não me habilito a fazer comparações entre elas, exceto, quanto a uma afirmação que faço com absoluta convicção: Todas elas foram traumáticas, a partir da primeira, a do governador José Valrela, do PSD.
UDN e Varela se namoravam. O PSD morria de ciúme. A UDN vinha de duas mal sucedidas campanhas eleitorias. A do brigadeiro Eduardo Gomes, em 1945 e a primeira governamental, quando perdera para o próprio José Varela, do PSD, ocasião em que os udenistas fizeram acordo com Café Filho e apoiaram, em 1947, a candidatura do "cafeísta" Floriano Cavalvalcante, contra Varela.
Como ir para a terceira campanha sem perspectivas? No plano nacional, a campanha do brigadeiro Eduardo Gomes, visando à candidatura presidencial, não atraía. E em Natal, sofria uma regeição injusta. Era preciso uma aprossimação com o PSD, pois "ninguém é de ferro". Mas o PSD não queria. Por que repartir o bolo que não dava para todos? Não, em termos, porque o governador topava o acordo. E de conversa em conversa, chegou-se ao nome de Manoel Varela de Albuquerque, líder do primo e do governador José Varela, na Assembléia Legislativa. O PSD reagia sob o comando do senador Georgino Avelino, apoiado pela maioria do partido. João Câmara, industrial, que uniria sem questionamento, morrera. O nome teria que ser, com todos os traumas, o de Manoel Varela de Albuquerque, primo-irmão do governador.
Mas, na UDN, uma voz ponderável, surgia entre silêncios que apoiavam a voz autorizada do ex-prefeito de Mossoró, Dix-sep Rosado. Aceitava qualquer nome do PSD. Menos o de Manoel Varela de Albuquerque. Aceitava, inclusive, o nome do outro primo do governador José Varela, também Manoel Varela, mas, em vez de ser de Albuquerque, era Santiago.
Nesse sentido, Dix-sept Rosado foi na nossa casa, na Deodora da Fonseca, conversar com Aluízio Alves. Antes a perpectiva de chegar outra pessoa. os dois, saíram para conversar na rua. A Deoadora não era pavimentada no trecho de nossa casa. Acompanhei as idas e vindas, entre buracos, dos dois. Dix-sept, de calça de mescla e camisa cáqui. Aluízio de calça branca e camisa de mangas cumpridas, também branca.
Na volta da conversa, Dix-sept Rosado entrou no seu carro, acenou para mim e Aluízio e dali mesmo seguiu para Mossoró, segundo anunciou. Aluízio estava vesivelmente feliz. Gostava e admirava Dix-sept. Botou a gravata e o paletó e foi conversar com José Varela que aceitou, de imediato, a troca entre os dois primos, de Albuquerque pelo Santiago.
O deputado mossoroense, Walter Fonseca, "pemedebista", entretanto, era contra a troca. Foi para o rádio da polícia no Palácio Potengi, mandou chamar Gabriel Varela em Mossoró, irmão do governador, dizendo que "a solução proposta por Dix-sept através de Aluíxio, era o fim do PSD". A vitória seria da UDN mossoroense. Gabriel mandou chamar o irmão governador e disse que os udenistas mossoroenses estavam fazendo a festa. José Varela, então, reagiu. O nome seria Manoel Varela de Albuquerque mesmo e não Santiago.
Gergino mandou a reação no PSD. O senador, hospedava-se na própria Vila Potiguar, residência oficial do governador, na praça Pesdro Velho, retirou-se da sala junto com a maioria do PSD. Apanhei a sua mala no quarto e atravessou a praça. Na casa de Gentil Ferreira de Souza, no terraço que os udenistas chamavam de "placa", todos acompanhavam o movimento na Vila Potiguar, em frente. Vibraram e comemoraram, quando viram Georgino fazendo a travessia da praça a pé.
Os candidatos foram Manoel Varela de Albuquerque e Dix-sept Rosado. Ganhou Dix-sept Rosado que catalisou, ainda, o apoio de Getúlio Vargas e de Café Filho. Mas, Dix-sept morreu meses depois, em desastre aéreo. Assumiu Sílvio Pedrosa, do PSD, cuja sucessão teve lances traumáticos, com rompimentos lado a lado.
(Transcrito do jornal Tribuna do Norte, de Natal, edição de 4.10.2009)
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sexta-feira, 2 de outubro de 2009
BANCO DO BRASIL DE ASSU-RN
A inauguração da agência do Banco do Brasil de Assu, salvo engano, é data de 1948. Aquela casa bancária antes tinha apenas um representante (agente recebedor) chamado Francisco Martins Fernandes (Chico Martins). Eis, portanto, duas fotografias da antiga (segundo prédio do BB) agência que funcionou até o começo da década de setenta no prédio (foto acima), esquina da rua Frei Miguelinho com a praça Getúlio Vargas, onde foi instalado a Coletoria Estadual o escritório da Secretária de Tributação. Na foto, podemos conferir os senhores funcionários, algus deles ainda estão vivos e conhecidos do povo assuense. Aquelas fotografias foram tiradas no começo da década de sessenta. Na fotografia acima podemos conferir as figuras de Leleto, Mazinho, Abelardo Maia. Na linha de frente vejamos Aderbal Wanderley, Geraldo Dantas, dentre outros.
Fernando Caldas
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
ARTE PLÁSTICA
Tela do pintor assuense Wagner
CABÔCA
Eu conheço uma cabôca,
Que é, naturá do sertão.
Tem uma fulô na bôca
E nos óios dois ladrão.
Aqueles óios danisco,
Duas péda de curisco,
Num são óios de muié!...
E aquela bôca imcarnada,
Bonita cuma a arvorada,
É pió qui cascavé.
Seus óios são dois ladrão,
Dois gatume arrefeinado!
Qui, basta oiá pr1um cristão,
Pra ele ficá rôbado.
Ficá sem vida, sem arma,
Sem esperança, sem carma,
Sem tudo qui Deus lhe deu,
Mas, mesmo assim ele qué,
Qui os óio, dessa muié
Rôbe tudo qui fô seu.
A sua bôca incarnada,
Quiando começa a falá,
São duas pétia orvaiáda,
Da fulô do camará.
E, se um dia essa cabôca,
Deixasse qui a minha bôca,
Na sua bôca incostasse...
Nós tinha qui morrê junto,
E adespois de nós difunto,
vez num desapregasse.
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CABÔCA
Eu conheço uma cabôca,
Que é, naturá do sertão.
Tem uma fulô na bôca
E nos óios dois ladrão.
Aqueles óios danisco,
Duas péda de curisco,
Num são óios de muié!...
E aquela bôca imcarnada,
Bonita cuma a arvorada,
É pió qui cascavé.
Seus óios são dois ladrão,
Dois gatume arrefeinado!
Qui, basta oiá pr1um cristão,
Pra ele ficá rôbado.
Ficá sem vida, sem arma,
Sem esperança, sem carma,
Sem tudo qui Deus lhe deu,
Mas, mesmo assim ele qué,
Qui os óio, dessa muié
Rôbe tudo qui fô seu.
A sua bôca incarnada,
Quiando começa a falá,
São duas pétia orvaiáda,
Da fulô do camará.
E, se um dia essa cabôca,
Deixasse qui a minha bôca,
Na sua bôca incostasse...
Nós tinha qui morrê junto,
E adespois de nós difunto,
vez num desapregasse.
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segunda-feira, 28 de setembro de 2009
LAGOA DO PIATÓ
LAGOA DO PIATÓ NA ARTE FOTOGRÁFICA DE LUIZ NETO. VEJA MAIS O SEU BELO TRABALHO FOTOGRÁFICO NO ENDEREÇO: FLICKR.COM/PHOTOS/SICALIS/ - VALE APENA COBFERIR.
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quinta-feira, 24 de setembro de 2009
UM POUCO DE ALZIRA SORIANO
Alzira Soriano (centro) no instante da posse como prefeita de Lages (RN), 1928.
Luiza Alzira Soriano Teixeira (1897-1963) com o apoio de seu pai coronel Miguel Teixeira e do governandor Juvenal Lamartine se elegeu através do voto popular, prefeita do município de Lages, interior do sertão potiguar, distante 120 quilometros de Natal, nas eleições de 1928. Foi a primeira (mulher) prefeita do Brasil e da América Latina. Alzira era natural de Jardim de Angicos (RN). Naquele tempo, a mulher era proibida de votar e se envolver em política e, coube a ela receber muitas ofensa pelo seu emvolvimento na política. Para assumir o mandato que o povo lhe deu, Alzira teve de recorrer a Justiça. Aquela eleição ela disputou contra Peres Neto Galvão que se sentindo desmoralizado, envergonhado por ter perdido o pleito para uma mulher, teve então por decisão própria e voluntária, de ir embora daquela cidade. Aquele fato rompeu fronteiras, tendo sido noticia no importante jornal New York Time, edicão de 28.9.1928. Com a revolução de 30 não concordando com a política ditatorial do presidente Getúlio Vargas, Alzira foi deposta. Coube a Juvenal Lamartine no entender da jornalista Anna Jailma, "o coroamento da luta pela emancipação femenina".
O nome de Alzira que a História Oficial esqueceu estampa em letras vivas em e avenidas de algumas cidades do Rio Grande do Norte, como em Lages, Natal e da sua terra natal, bem como numa fundação de Jardim de Angicos e na Casa de Cultura do município lagense. A sua saga está transcrita em importantes jornais, revistas e livros como o dicionário enciclopédico intitulado Qicionário Mulheres Brasileiras", organizado por Shuma Shumarer e Érico Vital Brasil.
Eis, portanto, um pouco da trajetória dessa grande mulher que engrandece a terra norte-rio-grandense chamada Alzira Soriano.
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Eis, portanto, um pouco da trajetória dessa grande mulher que engrandece a terra norte-rio-grandense chamada Alzira Soriano.
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terça-feira, 22 de setembro de 2009
POUCAS E BOAS
*Por Valério Mesquita
1 - Zé buchudo era um comerciante, proprietário de um pequeno açougue, nos fundos do mercado. Certa feita numa dessas manhãs chatas da cidade, foi convidado pelo farmacêutico Manoel Guedes e patota, a empreenderem uma viagem de circunavegação pelos bares da cidade. Guedes, capitão de longo curso, dirigiu logo a nau dos insensatos à cidade de Parnamirim, onde ancoraram no famoso cabaré de Tibinha. Desnecessário dizer das abluções profundas e repetidas até a hora vespertina, quando pressentiram que o náufrago Zé Buchudo havia mergulhado a estibordo, em abismal sono etílico. Retornaram a Macaíba e entregaram a domicílio o invólucro corpóreo do que restou do nosso heroi. Estirado no sofá da sala, Zé Buchudo sobreviveu a todos os exercícios de ressureição ministrados pela esposa inclinada sobre si, soltou a catastrófica exclamação denunciadora: "Mas, fia, que é que você está fazendo aqui no cabaré de Tibinha?" Depois dessa, Zé Buchudo era a imagem do próprio cristão trucidado.
2 - José Jeep era uma das mais populares figuras de Macaíba. Chamado assim pela sua baixa estatura, ele foi engraxate, palhaço de pastoril e trombonista. No carnaval de 1962, José Jeep foi contratado por um bloco de elite da cidade. Num dos "assaltos", ocorreu uma trajédia com o seu famoso instrumento na residência do comerciante Edmilson Dias, na hora dos "comes e bebes", José Jeep deixara o trombone sobre o sofá e nisso, o Bridenor Costa Jr., vulgo Costinha, sempre obeso e rotundo, passou mal com um porre de lança-perfume e desandando foi despencar os seus "quadris de jamanta" em cima do pobre trombone. Para consolar José Jeep e continuarmos a "jornada carnavalesca", o amassado instrumento foi amarrado de esparadrapo, o que obrigou a soprá-lo com muito mais força. Na visita seguinte, na casa de Seu Mesquita, o nosso José Jeep querendo impressionar o chefe político, soprou o trombone com tanta veemência que liberou um irreprimível e estrondoso peido. Comovido com o desempenho heróico do seu correligionário assustado, o velho Mesquita, ao seu lado comentou placidamente: "José, o trombone está soltando notas demais. Mas pra carnaval tá bom demais!!!".
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
ARTE FOTOGRÁFICA
Antiga praça Getúlio Vargas e os casarões do Assu na arte fotográfica do poeta e artista plástico assuense Renato de Melo Medeiros. Bela criatividade.
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domingo, 20 de setembro de 2009
POESIA
Uma voz eu ouvi, vinda não sei de onde,
Dizendo-me que, algum dia,
Eu faria uma viagem para muito longe.
Uma voz eu ouvi, vinda das pequenas ondas do mar,
Dizendo-me que, eu deixaria este mundo por outro,
Esta vida, por uma vida melhor,
Esta estranha voz, agora eu sei, veio da noite,
Veio do rio, ou então, daquele sombrio cipreste, que,
Como a minha solidão, ofereço a Deus.
Walflan de Queiroz
(Livro de Tânia, 1963)
Dizendo-me que, algum dia,
Eu faria uma viagem para muito longe.
Uma voz eu ouvi, vinda das pequenas ondas do mar,
Dizendo-me que, eu deixaria este mundo por outro,
Esta vida, por uma vida melhor,
Esta estranha voz, agora eu sei, veio da noite,
Veio do rio, ou então, daquele sombrio cipreste, que,
Como a minha solidão, ofereço a Deus.
Walflan de Queiroz
(Livro de Tânia, 1963)
sábado, 19 de setembro de 2009
POESIA
LAGOA DAS MOÇAS
- Vancê tá vendo esse lago,
Pequeno, desse tamanho?
Apois bem é a lagoinha
Onde as moças tomam banho,
Quage toda manhanzinha.
- Eu num sei pruque razão
Essa água cheira tanto?
Num sei mesmo pruque é...
Mas, desconfio e agaranto:
Sê dos suó das muié.
- Mas, se eu fosse essa lagoa
Se ela eu pudesse sê!
Se quando as moças chegasse,
Eu pudesse as moças Vê...
Aí, os óios eu feixasse...
- Quando nágua elas caísse
Eu pegava, abria os óios.
Uns óios desse tamanho!!!
Só pra vê aqueles móios,
De moça tomando banho.
Renato Caldas
- Vancê tá vendo esse lago,
Pequeno, desse tamanho?
Apois bem é a lagoinha
Onde as moças tomam banho,
Quage toda manhanzinha.
- Eu num sei pruque razão
Essa água cheira tanto?
Num sei mesmo pruque é...
Mas, desconfio e agaranto:
Sê dos suó das muié.
- Mas, se eu fosse essa lagoa
Se ela eu pudesse sê!
Se quando as moças chegasse,
Eu pudesse as moças Vê...
Aí, os óios eu feixasse...
- Quando nágua elas caísse
Eu pegava, abria os óios.
Uns óios desse tamanho!!!
Só pra vê aqueles móios,
De moça tomando banho.
Renato Caldas
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
DE ROGACIANO LEITE E CEGO ADERALDO
O poeta-repentista cearense Chamado Cego Aderaldo era quem andava pelas feiras livres do Nordeste, acompanhando o também poeta-repentista que chegou a morar no Rio Grande do Norte, Rogaciano Leite, autor da famosa canção "Cabelos Cor de Prata". Rogaciano era também advogado, jornalista, morou na paraíba e no Ceará. Pois bem, certa vez, numa certa feira livre de uma cidade nordestina, cercado por estusiastas dele e de Aderaldo, Rogaciano saiu com essa: "Tô cantando com esse velho, esse velho que não serve pra mais nada, que tá todo enferrujado e já devia´estar na cama cercado de aplausos." Cego Aderaldo puxou da viola e cantou:
Andei procurando um besta
Um besta que fosse capaz
E de tanto procurar um besta
Encontrei esse rapaz
Que não serve pra ser besta
Porque é besta demais.
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quinta-feira, 17 de setembro de 2009
HINO OFICIAL DO ASSÚ
A letra e música do Hino do Assú é de autoria da educadora, poetisa e também musicóloga assuense Maria Carolina Caldas Wanderley que na intimidade era chamada de Sinhazinha Wanderley. O Projeto de Lei é de n. 6/69, de 11 de setembro de 1969. Era prefeito do município do Assu João Batista Lacerda Montenegro. Vejamos o referido hino transcrito abaixo:
Qual um canto harmonioso
Das aves, pelo ramado
A minh'alma te festeja
Meu Assu, idolatrado.
Estribilho
Torrão bendito hei de amar-te
Dentro do meu coração
Salve, Assu estremecido.
Salve, salve o meu sertão
Palmeiral da minha terra
As várzeas cobrindo estás
Tu qu'és útil pelo inverno
E pela seca ainda mais
Valoroso, florecente,
Em face dos mais serões
Hão de erguer-te o nosso esforço
Nossos bravos corações.
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terça-feira, 15 de setembro de 2009
RENATO CALDAS, POETA PARA INGLÊS VER
Um fato importante que enriquece a biografia do poeta matuto Renato Caldas, veio a acontecer em 1991. Aquele bardo potiguar do Assu virou poeta para inglês ver, por intermédio do professor americano aposentado da Universidade da Flórida chamado Gerald Standley que na época da Segunda Grande Guerra morou em Natal trabalhando no Campo de Parnamirim (Base Aérea).
Standley já estando no seu país de origem, resolveu depois de mais de quarenta anos de ter conhecido a poesia renatocaldiana traduzir alguns poemas de Renato, para a língua inglesa, e remetê-los remetê-los para a revista cultural editada em Greensboro, Carolina do Norte, intitulada "Internacional Poetry review" (Poesia Internacional Revisitada, na tradução), que publicou as poesias intituladas "Arvorada Matuta" (Dawan in the backlands), "Juramento" e "Minha casinha", dentre outros, como o célebre poema sob o título "Fulô do mato," que abre as páginas do seu afamado livro intitulado 'Fulô do Mato". Vejamos o original poema:
Standley já estando no seu país de origem, resolveu depois de mais de quarenta anos de ter conhecido a poesia renatocaldiana traduzir alguns poemas de Renato, para a língua inglesa, e remetê-los remetê-los para a revista cultural editada em Greensboro, Carolina do Norte, intitulada "Internacional Poetry review" (Poesia Internacional Revisitada, na tradução), que publicou as poesias intituladas "Arvorada Matuta" (Dawan in the backlands), "Juramento" e "Minha casinha", dentre outros, como o célebre poema sob o título "Fulô do mato," que abre as páginas do seu afamado livro intitulado 'Fulô do Mato". Vejamos o original poema:
Sá dona, vossa mecê,
É a fulô mais cheirosa,
A fulô mais prefumosa
Qui o meu sertão já botô.
Podem fazê um cardume,
De tudo qui fô prefume
De tudo qui fô fulô
Qui nem um, nem uma só,
Tem o cheiro do suó
Qui o seu corpinho suô.
Tem cheiro de madrugada,
Fartum de areia muiáda,
Qui o uruváio inxombriô.
É cheiro bom, deferente,
Qui a gente sintindo, sente
Das outa coisa o fedô.
_______
M'am milady,
You are de most fragrat flower -
The most perfumed flower
Ever to bloom in my becloed backlands.
Make a collection
Of everytring that flowers -
Not one, not a single one
Wil have the delicious odor
Wil have the delicious odor
Of your sueet, sueet-little body.
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
POESIA MATUTA
LUA CHEIA
Logo de noite,
Quando vórto do trabáio,
Pégo a vióla e me espáio.
Coméço logo a cantá.
Enquanto a lua
Tá no céo dipindurada
Ouvindo a minha toáda
Com vontade de chorá.
Oh! Lua cheia, oh! Lua cheia.
Não óie nas teia
da casa de meu amô.
Pruquê se oiá,
Se espiá,
Cabô-se lua cheia
O teu furgô.
Eu tenho raiva
quando vejo a lua cheia,
Espiando pelas teia
Da casinha de meu bem!
Eu penso inté
Qu'essa lua tão marvada,
Qué levá a minha amada
Pra uma casa que ela tem.
Mas, se eu pegasse
A lua pelas guéla,
Dava tanta tápa nela
Qui nem é bom se falá...
Que me importava
Que o mundão escurecesse,
Ou que ela se escondesse,
Só com mêdo de apanhá.
Se Deus deixasse,
Se Deus aconsentisse,
Que pro céo eu assubisse
E fosse lua tambem...
Passava a noite,
Lá no céo dipindurado,
Oiando pulo teiádo
Da casinha de meu bem.
Renato Caldas
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domingo, 13 de setembro de 2009
35 ANOS ATRÁS, A 1. ELEIÇÃO INDIRETA
O dia 29 de outubro de 1935 amanheceu em clima de intranquilidade. A tarde, na Assembléia Legislativa do Estado (onde hoje funciona o Tribunal de Justiça do Estado), seria realizada a eleição indireta para governador do Rio Grande do Norte. Dois nomes disputavam o cargo: Rafael Fernandes e Elviro Carrilho. O interventor, Mário Câmara, ameaçava a realização de eleição. A oposição fugiu para a Paraíba, onde pediu garantias ao Governo Federal. Um clima de apreensão perturbava todo o Rio Grande do Norte. Ninguém poderia fazer prognóstico sobre o pleito. A Assembléia Legislativa era composta de 25 deputados e o voto era secreto. A ameaça do interventor pairava sobre a aposição.
O governo Getúlio Vargas resolveu garantir o pleito. As tropas do 22. BC, da Paraíba, foram deslocados para Natal. Estava garantida a realização da eleição. Os deputados chegaram à Assembléia escoltados pela tropa federal. Depois da votação secreta o resultado da apuração: Rafael Fernandes obteve 14 votos e o candidato governista, Eiviro Carrilho, 11 votos. Uma maioria, portanto, de apenas três votos. Uma comissão de parlamentares foi encarregada de comunicar o resultado ao candidato eleito. O Sr. Rafael Fernandes fez o juramento de praxe perante o desembargador Antonio Soares, que presidiu a eleição. Rafael Fernandes era o primeiro governador do Rio Grande do Norte eleito pela Assembléia Legislativa.
AGORA, CORTEZ
Os anos passaram e 35 anos depois, no mesmo mês de outubro, o Poder Legislativo do RGN repete a história. O governador do Estado, em pleito indireto, depois de escolhido pelo presidente Médice. No ano de 1935, sua irmã, Maria do Céu Pereira Fernandes, única deputada com assento na Assembléia Legislativa, votou em Rafael Fernandes. Hoje, 35 anos depois, seu irmão, deputado Bevenuto Pereira, vai dizer SIM para eleição de seu irmão Cortez Pereira.
Naquele tempo, a eleição foi realizada em clima de suspense e apreensão. Hoje, constata-se um clima de harmonia e tranquilidade. Não existia ameaça de ninguém, e já se sabe antecipadamente o resultado da eleição. O voto será aberto: SIM. Cortez Pereira terá trinta votos dos trinta e sete parlamentares que compõem a Assembléia Legislativa. Haverá apenas sete abstenções do partido oposicionista. Não será preciso a presença da escolta federal para proteger os deputados. Apenas um policiamento normal para manter a ordem do povo nas galerias da Assembléia Legislativa em virtude do pequeno espaço destinado à assistência.
OS ELEITORES DE CORTEZ
Os eleitores de Cortez Pereira são trinta deputados estaduais da ARENA. Antes eles pertenceram aos mais diversos partidos políticos: UDN, PSD, PTB, PDC e outras siglas de partidos existentes antes do movimento revolucionário de 1964. Depois, todos eles foram obrigados num mesmo partido: Aliança Renovadora Nacional (ARENA). Embora existam divergências externas e internas entre eles, há bem pouco tempo se abrigavam sob bandeiras e cores diferentes. Contudo, um nome voltou a uní-los: Cortez Pereira. Todos são unânimes em afirmar: foi mesmo a melhor escolha para o Rio Grande do Norte.
Os eleitores são: Anderson Dutra, Antônio Melo, Benvenuto Pereira, Boanerges Barbalho, Dari Dantas, Edgard Montenegro, Ezequiel Ferreira, José FernandesS, José Josias, José Pinto, Leão Filho, Luiz Antônio, Manoel Avelino, Milton Marinho, Marcílio Furtado, Moacyr Duarte, Mônica Dantas, Olavo Montenegro, Onésimo Maia, Paulo Barbalho, Paulo Diógenes, Paulo Gonçalves, Radir Pereira, Rainél Pereira, Raimundo Abrantes, Ramiro Pereia, Tertius Rebelo, Ulisses Potiguar, Valmir Targino e Veras Saldanha.
O QUE PENSAM
Moacyr Duarte, constituinte de 1946, 45 anos, advogado. Foi líder da oposição e de governo na Assembléia Legislativa. Chefe da Casa Civil do governo Dinarte Mariz, possui o maior "curriculum vitae" do Poder Legislativo. Sobre o futuro governador afirmou: "não é a primeira vez em nossa história política que um colegio de representantes do povo elegerá seu governante e lhe transmitirá com os deveres e atribuições inerentes ao mandato executivo, os anseios mais justos da coletividade. Todavia, na sessão de hoje, a Assembléia Legislativa não cumprirá à apenas a letra de um dispositivo de nossa Carta Magna, pois na verdade homologará uma preferência já manifestada na vontade popular. Cortez Pereira vai alcançar os sufrágios da eleição indireta pela aclamação dos seus méritos, pela soma incontestável de bons serviços prestados à nossa terra".
Mais adiante, frisou: "Sabedor dos percalços e dificuldades que irá encontrar. Cortez Pereira tem o senso e a medida dos programas que se tornaram, desde longa data, a herança dos administradores nordestinos, a estrela, por vezes funesta, assinalando rochedos e turbilhões onde sobraram os melhores propósitos e os mais sinceros desígnios. Saúdo, por isso, no futuro governador, o coroamento e o prêmio do esforço revolucionário em prol de um Rio Grande do Norte voltado para o futuro e integrado nas mais nobres aspirações de sua gente".
PALAVRA DO VALE
O deputado Edgard Montenegro, agrônomo, 50 anos, representantes do Vale do Açu, diz que "Cortez Pereira é uma mensagem viva de desenvolvimento. É técnico de certa visão política, moço, capaz, empreendedor e representa, para o Rio Grande do Norte, a certeza da participação do nosso povo na caminhada firme que daremos todos na busca das soluções dos problemas do Estado". O deputado Olavo Montenegro, também representante do Vale, 50 anos, aduz: "Como deputado e como político, deposito em Cortez Pereira as melhores e maiores esperanças. Pois ele é um profundo conhecedor dos problemas do Estado. Confio plenamente no êxito do seu governo".
RAINEL, ALEGRIA
Rainel Pereira de Araújo, 57 anos, criador e agricultor, explica: Sempre lembrei o nome de Cortez Pereira
para governador do Estado, pois sabia que ele representava uma solução para o nosso Estado. Vou encerrar minha vida pública votando nele. Vou deixar a Assembléia Legislativa com saudades. Aqui, durante quatro anos, só tive alegrias, mas, meu filho, política é para gente moça". Por outro lado, o deputado Ezequiel Ferreira diz que "Cortez Pereira foi a melhor solução para o Estado. Sua gestão no BNB, como ele costuma dizer, foi a grande faculfade de sua vida, aprendeu as grandes lições que serão empregadas para o desenvolvimento do RGN". Paulo Gonçalves, representante do Seridó, confirma: "É uma satisfação ver Cortez Pereira assumir o governo do Estado. É homem da geração de 45, que lutou nas praças de Recife pela redemocratização do país. Tem tudo para fazer um bom governo no RGN". O deputado Veras Saldanha, 70 anos, o mais velho, agrônomo, afirma: "Foi a melhor escolha do Presidente Médice. Cortez corresponderá à confiança de todos". Seu irmão, Bevenuto Pereira, lembra que "o governo Cortez Pereira vai trazer uma completa modificação no sistema administrativo do Estado. Sua experiência no BNB é o suficiente para implantar uma nova mentalidade político-administrativa no Estado. Todos nós estamos confiantes na ação do seu governo que será implantado a partir de 1. de janeiro".
Finalmente, é lembrar a frase de um influente parlamentar arenista, referindo-se a eleição: "Acreditei no prognóstico. Cortez está eleito".
João Batista Machado
Em tempo: O texto transcrito acima é parte do livro de estrea do escritor potiguar do Assu João Batista Machado intitulado "De 35 Ao AI5", 1986. São matérias publicadas nos jornais como "Diário de Natal" e "O Poti", de Natal, entre 1970 a 1976. Sobre aquele livro, Cassiano Arruda Câmara também jornalista, depõe que as reportagens que Machado reuniu naquele volume "desde uma reconstituição da eleição de Rafael Fernandes, em 1935, até o final da década de 70, são indispensáveis para quem quizer entender a política do Rio Grande do Norte". Já, o jornalista da Tribuna do Norte Woden Madruga comenta que "João Batista Machado conta em seis anos de jornalismo político, 35 da própria vida do Rio Grande do Norte".
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COMPARAÇÕES MATUTAS
Caro que nem ovo em tempo de quaresma .
Magro como cavalo de aroeira.
Velho como o chão.
Valente que nem cobra de resguardo.
Sono leve como o do xexéu.
Liso que é direitinhop um brunidor de sapateiro.
Perverso que só jararaca de rabo fino.
Malcriado que só rapariga de soldado em portão de feira.
Furado que nem renda de papelão.
Desconfiado que nem cachorro no r5eilho.
Falar mais que pobre no sol, ou falar mais que preto do leite.
Velho e brabo como D. Pedro Segundo.
Seco que nem língua de papagaio.
Esfomeado como cachorro de comboeiro.
Apertado que só pinto no ovo.
"Infalive" como doce de mamão em festa de pobre.
Medroso como boi de cr... branco.
Seguri como boi de carreiro, ou como raiz de samambaia.
Mentiroso como cachorro de preá, ou como espinfarda picapau.
Pelado que só caçote ou garrafa.
Desinquieto como galinha quando quer pôr.
Chorão que nem bezerro desmamado.
Resistente que nem cascavel de quatro ventas.
Rente como boca de bode.
Medroso que nem sonhim (sagui).
Agoniado como cobra quando perde o veveno (peçonha).
Besta como aruá.
Depressa como quem furta.
Contente que nem barata em bico de galinha.
Zoada grande como de fogo em tabcal.
Rede alta que só rede de esperar veado.
Calça curta que nem calca de pegar marreca.
Viagem aperreada como bacurinho em caçuá.
Tem carne nos quartos como sabiá tem nas unhas.
Padece que nem sovaco de aleijado em muleta.
Durou pouco que nem manteiga em venta de cachorro.
Acabou-se que nem sabão em mão de lavadeira.
Feio como necessidade ou justiça do diabo.
Andar ligeiro que nem peba em areia frouxa.
Andar depressa como quem vai tirar o pai da forca.
Aumentar como correia no fogo.
Ter o sossego das ondas do mar.
Crescer pra baixo como rabo de cavalo.
Andar devagar como quem procura pinico no escuro.
Sofrer que nem pé de cegpo em porta de igreja.
Limpo que nem pano do coar café ou poleiro de galinha.
Café fraco que nem lavagem de espingarda.
Zangado como caititu quando bate nos queixos.
Apanhar que nem couro de pisar fumo.
Pasto tão baixo que um piriquito come de cóca.
Tão perverso que tem coragem de matar padre celebrando missa.
Tão besta que que pá ser burro só falta cagar redondo.
Rio tão seco que não tem água pra dar nos peitos dum peba.
(Nordeste Ontem e Hoje, de Duarte da Costa e Juracy Pinheiro).
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Magro como cavalo de aroeira.
Velho como o chão.
Valente que nem cobra de resguardo.
Sono leve como o do xexéu.
Liso que é direitinhop um brunidor de sapateiro.
Perverso que só jararaca de rabo fino.
Malcriado que só rapariga de soldado em portão de feira.
Furado que nem renda de papelão.
Desconfiado que nem cachorro no r5eilho.
Falar mais que pobre no sol, ou falar mais que preto do leite.
Velho e brabo como D. Pedro Segundo.
Seco que nem língua de papagaio.
Esfomeado como cachorro de comboeiro.
Apertado que só pinto no ovo.
"Infalive" como doce de mamão em festa de pobre.
Medroso como boi de cr... branco.
Seguri como boi de carreiro, ou como raiz de samambaia.
Mentiroso como cachorro de preá, ou como espinfarda picapau.
Pelado que só caçote ou garrafa.
Desinquieto como galinha quando quer pôr.
Chorão que nem bezerro desmamado.
Resistente que nem cascavel de quatro ventas.
Rente como boca de bode.
Medroso que nem sonhim (sagui).
Agoniado como cobra quando perde o veveno (peçonha).
Besta como aruá.
Depressa como quem furta.
Contente que nem barata em bico de galinha.
Zoada grande como de fogo em tabcal.
Rede alta que só rede de esperar veado.
Calça curta que nem calca de pegar marreca.
Viagem aperreada como bacurinho em caçuá.
Tem carne nos quartos como sabiá tem nas unhas.
Padece que nem sovaco de aleijado em muleta.
Durou pouco que nem manteiga em venta de cachorro.
Acabou-se que nem sabão em mão de lavadeira.
Feio como necessidade ou justiça do diabo.
Andar ligeiro que nem peba em areia frouxa.
Andar depressa como quem vai tirar o pai da forca.
Aumentar como correia no fogo.
Ter o sossego das ondas do mar.
Crescer pra baixo como rabo de cavalo.
Andar devagar como quem procura pinico no escuro.
Sofrer que nem pé de cegpo em porta de igreja.
Limpo que nem pano do coar café ou poleiro de galinha.
Café fraco que nem lavagem de espingarda.
Zangado como caititu quando bate nos queixos.
Apanhar que nem couro de pisar fumo.
Pasto tão baixo que um piriquito come de cóca.
Tão perverso que tem coragem de matar padre celebrando missa.
Tão besta que que pá ser burro só falta cagar redondo.
Rio tão seco que não tem água pra dar nos peitos dum peba.
(Nordeste Ontem e Hoje, de Duarte da Costa e Juracy Pinheiro).
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terça-feira, 1 de setembro de 2009
O FOLCLÓRICO ABRAÃO
1 -Abraão Ambrósio de Andrade era tipo alto, gordo, buchudo, despachado. Funcionário da Prefeitura Municipal do Assu, rsponsável, salvo engano, pelas obras de calçamento daquela cidade. Na política local era cabo eleitoral de Edgard Montenegro, Maria Olímpia (Mariquinhas) e Costa Leitão. Nas eleições de 1968 Costa disputava aquela prefeitura pela segunda vez. Maroquinhas ainda era a prefeita daquele município. Logo após a fala de Maroquinhas, num certo comício realizado no Centro da cidade de Assu, o locutor anunciou Abraão para fazer a sua oração. Microfone em punho, abriu o verbo: "É pela primeira vez que eu boto a boca no aparelho de dona Maroquinhas." "Aparelho" é uma denominação popular do bojo sanitário.
2 - Abraão era seme-analfabeto. Candidatou-se a vereador e, ao se aproximar as eleições resolveu investir um pouco mais no seu eleitorado. Se dirigiu ao Banco do Brasil, de Assu onde tinha uma reserva de dinheiro para sacar o valor naquela casa bancário, depositado. Ao chegar no caixa disse: "Eu quero retirar tudo que tem ai." O funcionário que lhe conhecia, indagou: "Quanto o senhor quer retirar?" "Eu quero tudo que tem aí." Pois não seu abraão", faça o cheque." Abraão não pensou duas vezes, escrevendo na folha de cheque: "Eu quero tudo que tem aí!"
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2 - Abraão era seme-analfabeto. Candidatou-se a vereador e, ao se aproximar as eleições resolveu investir um pouco mais no seu eleitorado. Se dirigiu ao Banco do Brasil, de Assu onde tinha uma reserva de dinheiro para sacar o valor naquela casa bancário, depositado. Ao chegar no caixa disse: "Eu quero retirar tudo que tem ai." O funcionário que lhe conhecia, indagou: "Quanto o senhor quer retirar?" "Eu quero tudo que tem aí." Pois não seu abraão", faça o cheque." Abraão não pensou duas vezes, escrevendo na folha de cheque: "Eu quero tudo que tem aí!"
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"40 ANOS DO JORNAL NACIONAL"
No momento em que a Rede Globo de Televisão comemora os 40 anos do Jornal Nacional, é preciso lembrar o publicitário (da JMM Publicidade) chamado João Moacyr de Medeiros. Pois, a denominação Jornal Nacional foi sugestão deste potiguar já falecido (pioneiro do Marketing político no Brasil), desde o tempo em que aquele noticiário era aberto com a propaganda (do guarda chuva) do Banco Nacional de Minas Gerais.
Moacyr era natural do Assu (RN), estudou no Colégio Nossa Senhora das Vitórias, da sua terra natal, no Atheneu, de Natal, na Faculdade de Direito do Recife. Foi para o Rio de Janeiro na década de quarenta, onde se formou em direito e fundou uma das maiores agências publicitárias do país já referida acima. Fica o registro sobre este assuense que orgulha o Assu e engrandeceu a publicidade brasileira.
Em tempo: João Moacyr de Medeiros era da família Lins Caldas pelo lado materno, com raízes em Assu e Ipanguaçu (RN), uma das famílias mais antigas do Rio Grande do Norte.
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Moacyr era natural do Assu (RN), estudou no Colégio Nossa Senhora das Vitórias, da sua terra natal, no Atheneu, de Natal, na Faculdade de Direito do Recife. Foi para o Rio de Janeiro na década de quarenta, onde se formou em direito e fundou uma das maiores agências publicitárias do país já referida acima. Fica o registro sobre este assuense que orgulha o Assu e engrandeceu a publicidade brasileira.
Em tempo: João Moacyr de Medeiros era da família Lins Caldas pelo lado materno, com raízes em Assu e Ipanguaçu (RN), uma das famílias mais antigas do Rio Grande do Norte.
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segunda-feira, 31 de agosto de 2009
LEMBRANDO CAROLINA WANDERLEY
A poetisa e professora Maria Carolina Wanderley (1891-1975) era natural do Assu (RN). Nasceu numa casa onde funcionou o Teatro São José (hoje de propriedade da viuva Sandoval Martins e filhos, esquina da travessa Pedro Amorim com a Manoel Mantenegro). Carolina ainda no início da sua juventude partiu para morar em Natal "com os olhos marejados de lágrimas", como depõe o antologista Ezequiel Fonseca Filho. Estudou na Escola Normal de Natal e, após se diplomar retornou ao Assu para ensinar no Grupo Escolar Ten. Cel. José Correia em 1911 quando ainda aquele educandário funcionava na rua São Paulo, atua Minervino Wanderley, sendo uma das suas primeiras professoras. Pouco tempo depois Carolina voltou a residir em Natal para ensinar no Colégio Frei Miguelinho. Naquela capital ela fez teatro, chegando a ensenar no Teatro Carlos Gomes, atual Alberto Maranhão. Publicou o livro de poesia intitulado "Alma em Versos", onde consta o soneto sob o título "Tuas Cartas", conforme transcrito adiante:
Relembro as tuas cartas uma a uma
Minha mente, ao lembrá-las não se trunca
Uma frase não há, que não resuma
Tudo que ainda o nosso afeto junca.
Tu me escrevias sempre: vez nenhuma
Senti da indiferença a garra adunca
Morria o sol do estio... vinha a bruma
E as tuas cartas não faltavam nunca
Hoje os dias se passam lentamente
Que me escrevas, espero ansiosamente
Mas, com que mágoa, vejo que emudece!
Termina este silêncio que crucia
E que me vai trazendo dia a dia
A certeza mortal de que me esqueces.
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Relembro as tuas cartas uma a uma
Minha mente, ao lembrá-las não se trunca
Uma frase não há, que não resuma
Tudo que ainda o nosso afeto junca.
Tu me escrevias sempre: vez nenhuma
Senti da indiferença a garra adunca
Morria o sol do estio... vinha a bruma
E as tuas cartas não faltavam nunca
Hoje os dias se passam lentamente
Que me escrevas, espero ansiosamente
Mas, com que mágoa, vejo que emudece!
Termina este silêncio que crucia
E que me vai trazendo dia a dia
A certeza mortal de que me esqueces.
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domingo, 30 de agosto de 2009
DONA MARTHA SALEM
Martha Wanderley Salem era natural do Assu. Professora, pintora (artista plástica), falava a língua alemã fluentemente. Na sua terra natal estudou no Colégio Nossa Senhora das Vitórias, sendo uma das suas primeiras alunas. A sua família Wanderley é uma das mais antigas do Rio Grande do Norte. O seu filho caçula jornalista Minervino Wanderley num artigo postado no nataldeontem.blogspot.com, meses antes da partida dela, Martha, depõe que ela tinha "um amor incondicional pela Áustria", talvez em razão da convivência que teve com as freiras austríacas daquele educandário. E vai mais adiante Minervino ao dizer que "ela falava do Tirol e de sua capital, Insbruck, como se lá vivesse há muito. Tal amor fica bem explicado quando, ao se encontrar com uma amiga que acabara de chegar do "seu" país, disse: "Deixe-me fitar os olhos que fitaram a minha Áustria!"
Martha era filha do Major Minervino Wanderley e dona Carlota Wanderley. Seu pai Minervino foi auto comerciante e exportador de cera de carnaúba e algodão, procurador do Patrimônio de São João Batista, intendente do Assu (1917-19), presidente da Câmara Municipal e vice-prefeito entre 1947 a 1950, daquela terra assuense.
Dona Martha (era mãe de Emílio Salém já falecido que foi médico no hospital da Fundação SESP, de Assu na década de sessenta) teve uma existência longíqua, faleceu nesta última sexta feira aos 98 anos de idade, na cidade do Natal onde morou quase toda a sua vida.
fernando.caldas@bol.com.br
Martha era filha do Major Minervino Wanderley e dona Carlota Wanderley. Seu pai Minervino foi auto comerciante e exportador de cera de carnaúba e algodão, procurador do Patrimônio de São João Batista, intendente do Assu (1917-19), presidente da Câmara Municipal e vice-prefeito entre 1947 a 1950, daquela terra assuense.
Dona Martha (era mãe de Emílio Salém já falecido que foi médico no hospital da Fundação SESP, de Assu na década de sessenta) teve uma existência longíqua, faleceu nesta última sexta feira aos 98 anos de idade, na cidade do Natal onde morou quase toda a sua vida.
fernando.caldas@bol.com.br
sábado, 29 de agosto de 2009
QUANDO A POLÍTICA VALE A PENA
1 - Manoel Montenegro Neto (Manuca), disputou em 1976 sem sucesso, a prefeitura do Assu contra Sebastião Alves que se elegeu folgadamente. Manuca foi depois deputado estadual e federal. Por sinal foi o segundo político assunse a assumir a câmara federal. Manuca pertencia aos quadros do MDB (atual PMDB) e, na assembléia fazia discursos inflamados. Afinal, era um deputado atuante. Cumprindo o seu papel de oposição ao governo militar, combatia a inflação galopante e outros bichos: "Meus amigos, quem é que pode comer uma galinha por três cruzeiros (moeda da época)? Indaga Manuca pateticamente da tribuna daquele parlamento estadual. Um atento observador daquele discurso do parlamentar assuense, respondeu da galeria da assembléia: "O Galo, Manuca!"
2 - Tipo popularíssimo, Zé Carlota foi barraqueiro na feira livre de Assu. Em 1982 candidatou-se a vereador pelo PDS, pelo grupo político do saudoso Zezinho André que foi vice-prefeito do Assu entre 1973 a 1976. Naquele tempo (1982) Zezinho era candidato a prefeito daquela terra assuense. Pois bem, aberto as urnas Zé Carlota não obteve nenhum voto na secção em que votaram ele e sua esposa. Indignado com o acontecido, foi até a casa de Zezinho com a seguinte reclamação: "Compadre Zezinho, que a minha mulher não tenha votado em mim eu acredito. Mas eu, duvido!" É que Carlota foi, certamente, mais uma vítima do mapismo eleitoral, prática muito uzada nas eleições do passado.
3 - Certo prefeito de uma certa cidade do litoral do interior potiguar, prestou contas em plena praça pública de sua terra com a frase adiante: "Meus amigos, dos prefeitos deste município o menos que roubou fui eu". Esta frase se tornou célebre, sendo publicada nos jornais do sul do país e até pela revista americana Time.
4 - Aquele mesmo prefeito teria convidado o governador do Rio Grande do Norte Dinarte de Medeiros Mariz ("o velho do coração do povo"), para inaugurar a Cadeia Pública do município que ele administrava. O prefeito emocionado, concluindo o seu discurso, deixou escapar a seguinte frase: "Governador, a cadeia está inaugurada. Sinta-se em casa." Sorte do velho Dinarte que o discurso era de improviso...
fernandocaldas.blogspot.com
2 - Tipo popularíssimo, Zé Carlota foi barraqueiro na feira livre de Assu. Em 1982 candidatou-se a vereador pelo PDS, pelo grupo político do saudoso Zezinho André que foi vice-prefeito do Assu entre 1973 a 1976. Naquele tempo (1982) Zezinho era candidato a prefeito daquela terra assuense. Pois bem, aberto as urnas Zé Carlota não obteve nenhum voto na secção em que votaram ele e sua esposa. Indignado com o acontecido, foi até a casa de Zezinho com a seguinte reclamação: "Compadre Zezinho, que a minha mulher não tenha votado em mim eu acredito. Mas eu, duvido!" É que Carlota foi, certamente, mais uma vítima do mapismo eleitoral, prática muito uzada nas eleições do passado.
3 - Certo prefeito de uma certa cidade do litoral do interior potiguar, prestou contas em plena praça pública de sua terra com a frase adiante: "Meus amigos, dos prefeitos deste município o menos que roubou fui eu". Esta frase se tornou célebre, sendo publicada nos jornais do sul do país e até pela revista americana Time.
4 - Aquele mesmo prefeito teria convidado o governador do Rio Grande do Norte Dinarte de Medeiros Mariz ("o velho do coração do povo"), para inaugurar a Cadeia Pública do município que ele administrava. O prefeito emocionado, concluindo o seu discurso, deixou escapar a seguinte frase: "Governador, a cadeia está inaugurada. Sinta-se em casa." Sorte do velho Dinarte que o discurso era de improviso...
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sexta-feira, 28 de agosto de 2009
ESTÓRIAS DA POLÍTICA
1 - Em razão de certo acordo político que Aluízio Alves fizera numa certa eleição no Rio Grande do Norte, o senador Agenor Maria foi contrário. Indagado sobre aquele entendimento, bem como o seu caminho a seguir na política potiguar, respondeu: "Eu segue da gota serena se eu subir no palanque com Aluízio". Um observador politiqueiro, saiu-se com essa: "É melhor que ele (Agenor) compre logo uma bengala". Se esqueceu o sábio senador que "em política feio é perder", no dizer de Aluízio Alves.
2 - A política sempre esteve nos versos dos poetas e cantadores de viola do Nordeste. O poeta popular e também político do PT, chamado Crispiniano Neto, escreveu um dia:
Se você é sapateiro
Corta sola, lixa e senta,
Faz a peça e apalaza,
Prega tacão, polimenta;
Transforma o voto em sapatos
Prá descalçar os mandatos
Destes que calçam quarenta.
2 - A política sempre esteve nos versos dos poetas e cantadores de viola do Nordeste. O poeta popular e também político do PT, chamado Crispiniano Neto, escreveu um dia:
Se você é sapateiro
Corta sola, lixa e senta,
Faz a peça e apalaza,
Prega tacão, polimenta;
Transforma o voto em sapatos
Prá descalçar os mandatos
Destes que calçam quarenta.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
DO VIOLEIRO CHICO TRAIRA
Certo dia, Chico Traira fazendo parte das comemorações que a UFRN organizou para homenagear o folclorista "escritor potiguar mais conhecido no mundo" Luiz da Câmara Cascudo (Cascudinho) como era chamado pelos seus mais íntimos, se saiu com esse repente:
Eis o doutor Cascudinho
Que prestimoso tesouro
Lá no sertão também tem
Cascudo, aranha e besouro,
Os de lá, não valem nada,
Mas este aqui vale ouro.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
PADRE IBIAPINA
José Antônio de Maria Ibiapina era natural de Sobral, Ceará. Nnasceu no dia 5 de agosto de 1806, estudou em Olinda, formou-se em 1832 pela Facudade de Direito de Pernambuco. Foi Juiz de direito, deputado geral pelo Ceará. "Decepcionado abandonou a vida civil para seguir o catolicismo. Aos 47 anos iniciou uma obra missionária visitando várias regiões do Nordeste". Gilberto Freyre depõe que Ibiapina era "a maior figura na igreja católica no Brasil".
Ibiapina foi chamado para pregar na cidade de Assú onde fez grande colheitas com proveitos maravilhosos (...). Achando o lugar próprio e conveniente, instituiu uma casa de caridade, que deixou em boa posição e bem dirigida". Aquela casa denominada "Casa de Caridade", fora instalada no lugar onde hoje está assentado o Instituto Padre Ibiapina!, na cidade de Assu (RN). Ibiapina morrer no dia19 de fevereiro de 1884 na cidade de Araras, Paraíba, onde está enterrado.
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domingo, 23 de agosto de 2009
IMPRENSA NO ASSU I
O jornal "Brado Conservador", foi fundado pelo coronel Antônio Soares de Macêdo & Filhos que comprou o prelo ao jornal "Mossoroense" (atual O Mossoroense) em 1876, que teria fechado por problemas financeiros. Aquele periódico (folha política, moral e noticiosa) que começou a circular em 28 de setembro daquele ano, passou com a Proclamação da República, a chamar-se "Brado Federal" (segundo informações da Biblioteca Nacional). Naquela biblioteca estão as microfilmagens das edições de Abril, julho-setembro de 1878, janeiro-junho de 1879, junho-dezembro de 1880, janeiro de 1881-janeiro de 1882. Aquele jornal semanário, familiar, era impresso à Rua de Ortas, 24 (no primeiro andar do sobrado conhecido como Sobrado do Seminário), atual Moisés Soares "e se destinava a advogar a causa do Partido Conservador, fazendo oposição a Elias Souto (fundador da imprensa diária no Rio Grande do Norte) do Partido Liberal, proprietário do jornal "Correio do Assu".
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sábado, 22 de agosto de 2009
GERALDO DANTAS
Geraldo Dantas foi um dos primeiros funcionários do Banco do Brasil, de Assu, ainda no tempo em que aquela casa bancária funcionava onde hoje é o escritório da Secretário Estadual de Tributação, esquina com a praça Getúlio Vargas. Geraldo chegou no Assu ainda jovem, procedente de Nízia Floresta, sua terra Natal. Em Natal, salvo engano, ele foi companheiro de quarto de Jessé Freire que foi senador da República e com quem ele tinha o prazer de ter sido amigo íntimo. No Assu chegando, casou-se, constitui família (nove filhos), fez muitos amigos e, em razão da convivência com os poetas daquela terra assuense começou a fazer versos. Era festeiro, carnavalesco (foi Rei Momo), gostava de discursar e declamar nas festas sociais realizadas nos clubes, nos bares e nas casas de amigos daquela cidade.
Afinal, feliz daquele que chegou a conhecê-lo e com ele ter convivido. O poeta Geraldo numa feliz inspiração, em homenagem a terra que lhe acolheu, escreveu o soneto intitulado "Assu" (numa demonstração de que "o seu estro poético é dos melhores"), que diz assim:
Assu, gleba feliz de rútilos poetas
Que a musa, enternecida, inspira, ardentemente!
Predestinado povo, em tua rima quente
Tua própria grandeza em versos interpretas!
Longe, as carnaubeiras tremulam, mansamente!
O leque em riste aos céus, garbosamente eretas,
Sempre a cantar hosana à deusa dos estetas
Tal como um eterno hino ao Deus onipresente.
Oh! terra de grandeza... elcelsa maravilha!...
Como é bela e risonha a magestosa trilha
Que palmilhas, cantando, em fulvos estrebilhos...
Teu riso é um magistral poema alexandrino
Cinzelado ao calor de um sol alabrastino
pela fada do amor, na pena dos seus filhos.
blogdofernandocaldas.blogspot.com
Afinal, feliz daquele que chegou a conhecê-lo e com ele ter convivido. O poeta Geraldo numa feliz inspiração, em homenagem a terra que lhe acolheu, escreveu o soneto intitulado "Assu" (numa demonstração de que "o seu estro poético é dos melhores"), que diz assim:
Assu, gleba feliz de rútilos poetas
Que a musa, enternecida, inspira, ardentemente!
Predestinado povo, em tua rima quente
Tua própria grandeza em versos interpretas!
Longe, as carnaubeiras tremulam, mansamente!
O leque em riste aos céus, garbosamente eretas,
Sempre a cantar hosana à deusa dos estetas
Tal como um eterno hino ao Deus onipresente.
Oh! terra de grandeza... elcelsa maravilha!...
Como é bela e risonha a magestosa trilha
Que palmilhas, cantando, em fulvos estrebilhos...
Teu riso é um magistral poema alexandrino
Cinzelado ao calor de um sol alabrastino
pela fada do amor, na pena dos seus filhos.
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