sábado, 14 de abril de 2012

O BEIJO É O GÊNESIS DO AMOR

(Perséfone Diana)

Bocas febris namoram apaixonadas dentro da outra.
Boca beijada é casa habitada, mora lá o amor!
Afaga os desejos quando a língua bebe saliva.
O beijo é o vício do amor o tempero que não resiste.

Beijar é fazer amor com a língua, há penetração!
As almas ateadas são bocas cheias de línguas.
É molhar de desejo o revés da intimidade.
Ao olhar nos olhos o beijo vai além da boca.

Ao cerrar dos olhos a vontade louca retida ficou na boca.
Sem cessar a sede o suor banha percorrendo corpos.
Insinuante é presa que pede para ser atacada;
Numa resposta muda, em gestos o corpo suplica pelo amor.

Afoitos é o encontro de lobos famintos pelo sangue.
Beija, arranque-me sangue da boca mordisca os lábios;
Rasga a roupa sem tirar a língua da minha boca.
Não me pergunte se desejo alguma coisa, faça!

Espero a sua reação a vontade cresce joga-me no chão.
Com vigor faça-me um convite renasça em mim dentro da boca.
Beija-me, vou sussurrar em seu ouvido os ais que nos consomem.
Não importa o que eu quero, venha geme baixinho!

Em révora me priva a visão tudo se faz de névoa;
Sem palavras trazemos o orvalho das noites estreladas na boca.
Com o bailar do seu corpo no meu, minha língua atiça e responde;
Beijando seus lábios com doçura e com voracidade, sumos dentro de mim.

Tão somente um beijo?Não, beijar é o gênesis do corpo;
É o arder do amor em carícias com a boca,
É o entender dos ritos é a prisão compassiva da boca.
Ah! O beijo é tocar no horizonte e ver o arco ires na boca do outro.

Nenhum comentário:

ALICE WANDERLEY poetisa de ilustre familia do Assu poético. Tipo baixa, olhos negros, se não me engano. Conheci dona Alice já usando bengala...