Jorge Scritori • 27 de março de 2017
Sobre
relacionamentos: sombras, monstros e feridas: adormecidos e ativos. – Amar
é para quem tem coragem e convicção.
Não haverá dias só de luz e tranquilidade. Dentro de cada um de nós
habita um vale sombrio com diversas formas. Algumas criadas no tempo e outras
na dor. Elas estão lá e se movimentam de acordo com o seu ciclo.
Quando você está sozinho(a), ou seja, fora de um relacionamento, tais
criaturas parecem sossegar ou adormecer. Coisas que poderiam incomodar ou
perturbar, entram em um estado de repouso como: ciúmes, medos e inseguranças.
Ao tomar a decisão de se relacionar, uma espécie de alarme toca no vale e
criatura por criatura irá despertar. Aos poucos, gradativamente, a cada
situação ou gatilho de memória, os bichos irão despertar. O mais perigoso de
todos também pode acordar. Se trata do poderoso NCC (neurótico-
controlador-compulsivo). Este trará sofrimentos e percepções terríveis. Agita
as águas profundas e coloca a flor da pele sensações de angústia e sufocamento.
O que fazer?
O primeiro passo é ter consciência e aceitação. As feras podem e devem
ser trabalhadas. O apoio e a compreensão do novo parceiro(a) serão
fundamentais. Afinal, os bichos deles também irão se levantar. Vale lembrar que
receita velha não cura mal fortalecido. É preciso um novo formato na relação e
na interação. Coisas usadas no passado devem ser abolidas e trabalhadas até a
franca eliminação: desconfiança excessiva, punição por silêncio, quebra brusca
de diálogo, achismo sem fundamento, elevar o tom de voz e abrir mão do outro.
Quer resultados novos e uma nova qualidade na relação? Faça coisas novas.
O diálogo deve ser constante mas sem peso. Dialogar saudavelmente não
significa chafurdar o lixo do outro ou transformar a relação em terapia
constante. Trata-se de posicionamento, transparência, alinhamento, paciência e
bom humor.
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