"Talvez eu seja
O sonho de mim mesma.
Criatura-ninguém
Espelhismo de outra
Tão em sigilo e extrema
Densa e clandestina
Que a bem da vida
A carne se fez sombra.
Talvez eu seja tu mesmo
Tua soberba e afronta.
E o retrato
De muitas inalcançáveis
Coisas mortas.
Talvez não seja.
E ínfima, tangente
Aspire indefinida
Um infinito de sonhos
E de vidas."
— Hilda Hilst
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