sábado, 31 de outubro de 2009

ATA DO MONUMENTO CRISTO REDENTOR

A uma hora da manhã do dia primeiro de janeiro de mil e novecentos e hum, anno do nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo e treze da república, no antigo "alto do Império", reunindo grande número de povo de todas as classes, entre o qual sobresahiam duas alas de excellentíssimas senhoras, para assistir ao acto da inauguração do monumento commemorativo erigido por uma distincta pleiade de assuenses, em homenagem à Jesus Christo Redentor, no fim do século que se utima e no princípio do que vae começar, e sendo acclamado Presidente o Reverendíssimo Vigário da freguesia, ilustre Conego Estevam José Dantas, este chamou para servir de secretário dos respectivos trabalhos o cidadão Afonso Soares de Macedo. Constituído assim a mesa, o aludido Presidente declarou achar-se aberta a sessão, depois do que discorreu lucida e satisfatoriamente sobre os fins da presente reunião, enaltecendo os sentimentos religiosos do povo assuense, que acabava provar seu sincero apoio às públicas e fervorosas demonstrações de reconhecimento e de amor filial, de gratidão e respeito, em homenagem ao Chefe invisível da nossa regeneração - Jesus Christo, - feitas em todo o orbe catholico; e terminou por acrescentar que a comissão encarregada da erecção do Monumento, que se acaba de inaugurar, pelo pouco tempo de que dispoes para empregar os meios necessários, aguardava-se com a pretenção de, em oportuna secução da imagem de Christo Redenptor, afim de ser collocada no alto do mesmo monumento para maior realce do seu objetivo; manifestando que, para realização da referida ideia, elle mesmo prestaria a sua mais franca e sincera adesão, o seu mais vivo interesse.
Foi unanimamente aplaudido em sua allocução do hymno nacional. Tomou, em seguida, a palavra o orador official, representado na pessoa do digno Juiz de Direito da Comarca, Doutor Luiz de Oliveira, que proferiu um agradável discurso, no qual teve de levantar merecidos elogios aos factores e realizadores da grandiosa idea, Enéas Caldas, João de Macedo e Palmério Filho, que, a custa de penosos sacrifícios, conseguiram que fosse legado à posteridade um testemunho solene dos sentimentos religiosos e do genio progressista dos assuenses. Fallou mais sobre o desenvolvimento patente de diversos ramos de progressos no decurso de século dezenove, fazendo, por último, apresentação do ancião de nome Felipe Barbosa da Fonseca, que tendo visto o raiar do século que findou, ainda esperto e no goso de todas as suas faculdades, achava-se entre nós presenciando também o surgir do que vai começar, pelo que a commissão, acima alludida lembrara-se de, em nome do ancião, offerecer o presente Monumento ao religioso e patriotico povo assuense. As suas últimas palavras, seguiram-se os applausos do auditório. Foi neste interim distribuida à mesa o hebdomadário "A Semana" que se publica nesta cidade, sob o hábil e criteriosa redacção do nosso sympathico conterrâneo Palmério Filho. Pelo cidadão Antonio Soares de Macedo foram calorosamente erguidos diversos vivas, nos quases o auditorio com enthusiasmo o acompanhou. Ocuparam ainda a tribuna o ilustre cidadão Doutor Angelo Caetano de Souza Cousseiro, que, em breves mas significativa phrases, satisfez os assistentes sobre o assunto em questão, e os moços Américo de Macedo, Palmerio Filho, Abdon Soares de Macedo, João Gomes de Amorim,  e Affonso Soares de Macedo, servindo de secretario, a presente acta, que fica pelo Presidente, por mim e por diversos assistente assignada.

Conego Estevam José Dantas
Affonso Soares de Macedo


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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

REUNIÕES SOCIAIS EM ASSU


Mesmo com os constantes assaltos que vem ocorrendo na cidade de Assu, as reuniões sociais nas calçadas daquela cidade do interior potiguar, ainda é praticado por muitas pessoas como, por exemplo, na casa da senhora Anita Caldas (membro da tradicional família Caldas e Soares Filgueira) que fica na praça Getúlio Vargas. A escritora imortal da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras Maria Eugênia Montenegro era uma das assíduas frequentadoras daquela residência para uma boa prosa, onde se conversa de tudo, principalmente da vida política e social da cidade.

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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

SHAOLIN EM ASSU


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PAPANGU


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POESIA


Rio piranhas/Assu-Rn.

O Rio

Um rio sonha, vive, ama,
tem seu nascimento e morte
de rio
e é consciente disso.
O homem não sabe isso.
Um rio canta por entre pedras,
o homem chora por entre flores
A diferença é grande
O Homem é que não sabe saber
essa diferença.
Quem já viu um rio
fútil, hipócrita, venal,
tomado de respeitos humanos,
acomodado em seu leito de lama?
É fácil também saber-se
quando um rio ama
e é amado.
Basta ver-se
como as flores se debruçam
sobre as suas margens,
esteja cristalino
o rio,
ou humanamente
sombrio.
Por que não falamos, também,
sobre os peixes,
diletos filhos dos rios?
Eles sabem, mas do que nós
o que seja um rio.
Sabem, por exemplo,
que um rio
não explora outro rio.
O rio é simples como um rio.
O homem é que é complicado
como um homem.
Chega a pensar-se que o homem
jamais poderá ser
afluente do rio.
O rio canta por entre pedras,
o homem chora por entre flores
Um rio é sábio sem segredos
para os náufragos.
Os náufragos conhecem
O segredo dos rios.
Só os náufragos conhecem
O silencioso e antigo segredo
dos rios...

Luiz Rabelo

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Do blog NataldeOntem

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POESIA MATUTA

CUNVERSA FIADA

Meu patrão, essa é a verdade:
O véio num tem vontade...
Nem faz tudo quanto qué!
Os fio é quem manda nele.
Inté nas coisa que é dele,
Quem manda mais é a muié.

- Quando aperta a cruviana
E o frio véio se dana,
A muié toma o lençó;
Adespois, só de marvada
num dá nem uma beirada...
E o véio, qui druma só.

O véio fica gemendo,
grunindo, se mardizendo
Sem uma garra de lençó.
Com uma dô nas canela!
Grunindo qui nem cadela,
Inté o saí do Só.

Se tem baile, o véio vai.
Tem qui i - pruque é pai
E tem qui se apresentá.
Chega lá, fica assentado...
É o papé mais safado
Qui o home pode chegá.

Cada fia, um namorado
Num nogento xixinado!
A dança? Num é dança não.
É aquela esfregadeira,
Num se dança uma rancheira,
Uma varsa, um xóte ou baião.

Num se vê um engravatado.
É um bando de Pé rapado
Qui só sabe arrufiá.
A burundanga é tão feia!
Nem o salão tem candeia
Pru forró alumiá.

- Orilo Danta é quem diz:
"Ah! tempo véio feliz
Dos namorados no bêco...
Aproveitando a rebarba...
E os véio, sujando a barba
Cum a goma do dôce sêco."

Hoje é sujando a vergonha.
In vez de cana é maconha...
Home faz vez de muié!
Usa cabelo cumprido
E pu riba o atrevido
Inda confessa o qui é.

Deus é Pai, num é padrasto!
- Nem sempre a luz de um astro
Clareia a lama do chão...
Morrendo o respeito humano,
Nem mesmo por um engano
Se pode têr sarvação.

A cunversinha tá boa!
Porém, um vento de prôa
Pode nos atrapaiá.
Quem cunversa, muito erra
E a água que imbebe a terra
É a mesma qui vai pro Má.

Tudo quanto hoje recramo:
É fulô, é fruita é ramo!
Nasceu da mesma raiz.
Para falá a verdade:
São coisas da mocidade...
Tudo isso eu também fiz.


Renato Caldas

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sábado, 24 de outubro de 2009

BALÃO DE SÃO JOÃO


Igreja Matriz de São João Batista em noite de novena, de festa do seu padroeiro São João.

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PROPAGANDA ANTIGA



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POESIA FESCENINA


TUDO É MERDA

O mundo é simplesmente merda pura
E a própria vida é merda engarrafada;
Em tudo vive a merda derramada,
Quer seja misturada ou sem mistura.

É merda o mal e o bem merda em tintura,
A glória é merda apenas e mais nada.
A honra é merda e merda bem cagada;
É merda o amor, é merda a formosura.

É merda e merda rala a inteligência!
De merda viva é feita a consciência,
É merda o coração, merda o saber.

Feita de merda é toda a humanidade,
E tanta merda a pobre terra invade,
Que um soneto de merda eu quis fazer...

Damasceno Bezerra
(Poeta natalense).

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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

RELEMBRANDO ARNÓBIO ABREU


Anóbio Abreu era assuense de boa cepa. Foi deputado estadual e presidiu a Assembleía Estadual Constituinte do Rio Grande do Norte, de 1889. A ssembléia Legislativa  na sessão comemorativa pelos 20 anos da prumulgação daquela constituinte, o presidente daquela casa legislativa Robson Faria dedicou a memória de Arnóbio. Ele empresta o seu nome uma uma importante adutora construida no governo Garibaldo Alves, no Médio Oeste do Estado potiguar. O seu nome honra e dignifica o município do Assu. Arnóbio antes de ingressar na vida pública exerseu o cargo de diretor do Hospital Walfredo Gurgel no governo Geraldo Melo e fundou junto com demais colegas o hospital  ITORN (de ortopedia e traumatologia) na cidade do Natal. Muito se tem ainda a se comentar sobre a sua fantástica trajetória. Fica o Registro e a saudade

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RELEMBRANDO COSTA LEITÃO



Arcelino Costa Leitão discursando na sua casa quando candidato a prefeito do Assu em 1958. Na sua residência em cada eleição que ele disputava disputava colocava uma faixa com a seguinte inscrição: "Desta casa sairá o prefeito do Assu."

SOCIEDADE DOS POETAS VIVOS DO RIO GRANDE DO RN


LAGOA DO PIATÓ


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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

ASSU FESTEIRA, INCÍO DA DÉCADAD DE SESSENTA


Esquerda para direita: Maria Olímpia Neves de Oliveira (que foi prefeita do Assu), Douglas Leitão, Arcelino Costa Leitão e Francisco Amorim. Esses dois últimos também foram prefeitos da terra assuense. Daquelas figuras se encontra ainda viva e em plena lucidez, residindo em Brasília, capita federal, a minha querida conterrânea que engradece e diginifica o Assu, chamada Maria Olímpia a quem este blog presta mais uma homenagem a primeira mulher a se eleger pelo voto popular prefeita do Assu nas eleições de 1962, ganhando a eleição para Walter de Sá Leitão. Ela foi prefeita de 1963 a 1968. A fotografia acima fora tirada numa noite de festa no Clube Municipal de muitas histórias e estória da vida social daquela cidade dos verdes carnaubais.

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sábado, 17 de outubro de 2009

RELEMBRANDO

Por José Luiz Silva

OS ALVES E OS ROSADO JUNTOS

Não precisa ser futurólogo, nem profeta. Basta ter um pouco de capacidade analítica. Basta conviver com os arquivos das insinuações. Basta ser atento às contradições.
Como irá ser o quadro político do Rio Grande do Norte em 1982? Quem está com quem nos palanques; quem apoiará quem na última decisão?
Antes, bem antes do Palácio Potengi se chamar Palácio da Esperança, o povo do Rio Grande do Norte cantava em todos os caminhos:

"DIX-SEPT-ROSADO MAIA ESPERANÇA DO POVO POTIGUAR"

E como se chama a fazenda de Dix-huit não é terra da esperança?
A esperança portanto, no sentido de expectativa do poder é o tempo forte da caminhada dos Rosado.
Entre os Alves e os Rosado há um ponto de vista comum. O que os separa é menor do que a grande arma do exercício do mando; a retomada do Executivo.
Não será necessária uma bola de cristal, para se ver a aproximação gradativa dos Rosado e dos Alves. Serão eles que irão mobilizar o povo para colocar Aluízio novamente no Palácio (de novo) da Esperança. João Newton será Vice-Governador, Dix-huiit Senador, Vingt (de novo) Deputado Federal. Carlos Augusto, prefeito de Mossoró.
Para dizer a verdade, em todo o Estado, as duias famílias estruturalmente políticas se chamam Alves e Rosado. Somente elas possuem instrumentos de comunicação, destinados para mantê-los politicamente.
Onde estão os filhos dos Alves, os sobrinhos dos Alves? Trabalhando. Onde? Na TV ou na Cabugi. Nas coisas que lhe dizem respeito, culminando com as empresas de Igapó. Assim são os Rosado. Eles estão na Assembléia Estadual, na Câmara dos Deputados, nas bases.
Já escutei na CALÇADA DO CAFÉ SÃO LUIZ, que os Alves e os Rosado são como azeite e a água. Imisturáveis.
Que "estória" é essa? E em 58, quem andava rua acima rua abaixo junto; um candidato a senador outro a deputado federal? Não eram Dix-huit e Aluízio? Ou estamos esquecidos da memorável campanha "um amigo em cada rua"?"
E quando Governador, quem jogou flores nos pés de Dix-sept e mandou celebrar missa na catedral de Santa Luzia? Não foi Aluízio?
Isso vem provar que nem sempre o azeite e a água forçosamente serão incompatíveis.
Em 1976 passei dois meses em Mossoró na campanha de Leodécio para prefeito. Não sou mossoró-logo, mas se deu para observar muita coisa. Certa vez com dois vereadores do finado MDB visitei os cabarés da terra de Santa Luzia. Num deles, bati um longo papo com a proprietrária. E terminei provando que Leodécio seria o melhor candidato. "Tá certo, respondeu ela, mas eu não posso fazer isso com Doutor Vingt".
Ela não falou em João Newton. Votar contra doutor Vingt seria uma traição. Aí eu compreendi a liderança dos Rosado. Compreendi e comecei a respeitar. Porque o cabaré é sempre um termometro.
E Dinarte? Me perguntarão. Ele continuará com o PDS e no Estado inevitavelmente com os Maia (Tarcísio-Lavasier-Zé Agripino). Com ele, a grande maioria das prefeituras, o poder em exercício. E só existe um poder. Quando ele está exercendo. Lateralmente o PTB com argumentos esparsos, sem estrutura definida. Novamente seremos bipartidos: de um lado o governo, do outro os Rosado/Alves. E Agenor? Qual Agenor? O senador ou o feirante? Se aquele ainda fosse este, vá lá... Pois o povo vive nas feiras. Nela é que vive o trabalhador. Mas agora, o comandante e o Zepellin conseguiram aterrisar nas terras de São Vicente. E povo que é bom, quase não existe mais nos seus ex-gemidos.
Mas afinal, isso é ficção? Não sei. Sei apenas que hoje é carnaval. E no carnaval não ofende que também a nossa imaginação se encha de fantasias. Afinal entre o carnaval e a política há mil semelhanças. Em ambos há mil palhaços no salão. E ambos, há máscaras e travestis; e blocos que vez por outra se encorajaram e se chamaram: "bloco do sujo".
Hoje é carnaval. E se nada do que eu disse der certo, hoje não é carnaval?


(Artigo transcrito do Jornal O Poti, de Natal, 17.02.1980).

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BREGASSÚ


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PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...